Era uma vez



Capitulo XLII

Rose perdera o controle se sua respiração. Confiara tanto em Bryan, ele era um dos garotos mais legais e inteligentes de seu colégio, não conseguia entender como ele era um dos caras do mal. Sem contar que agora seus amigos que estavam na mira, não sabia o que poderia acontecer a eles.


Rose sentia que o ar lhe faltava, estava tendo uma crise de asma novamente e duvidara que alguém iria a ajudar. Sua respiração ia ficando cada vez mais difícil.


- Oh! – ela ouviu uma exclamação no outro lado da cela e sentiu que alguém se aproximara – O que há? – Rose tentou fazer gestos que indicassem que ela estava sem ar – Tente respirar nisso! – a ruiva ouviu recebendo uma sacola.


Rapidamente Rose pôs-se a respirar no saco, que como era grande obstruía parcialmente sua visão, e sentiu uma mínima melhora, mas que a aliviou muito. Ela então tentou descobrir que era sua salvadora, pela voz sabia que era uma garota, uma garota conhecida, mas estava tão desesperada em respirar normalmente de novo que deixou esse mistério para depois.


- Isso, se acalme – ela sussurrou – Já sei, vou lhe contar uma história!


- Uma história? – Rose perguntou em um rápido fôlego.


- Sim, preste atenção e esqueça que não consegue respirar – ela disse sorrindo e sentando no chão, Rose se sentou também ainda com a visão obstruída pelo saco – Vamos tentar?


- Ok – Rose disse entre duas inspiradas.


*****


- Vocês sabem que é hora de dormir! – Dafne disse entrando no quarto em que estavam Àrcade e Lana e vendo penas voando enquanto os dois corriam com travesseiros a mão.


- Não estou com sono! – Lana disse parando e olhando a mãe.


- Nem eu! – o menino parou também e cruzou os braços.


- E se eu contar uma história para vocês? – ela disse pegando uma cadeira e colocando entre a cama de Lana e a improvisada de Àrcade.


- Terá princesas? – Lana sorriu.


- Não! Quero lutas, heróis e dragões! – Àrcade disse sorrindo divertido.


- Não! Tem que ter romance! – Lana disse.


- Não! Aventura! – Àrcade respondeu, eles se encaravam desafiadores.


- Ei, calminha os dois! – Dafine disse divertida com a discussão – Já sei a história perfeita com tudo que vocês pediram! – os dois desconfiaram – Se arrumem para dormir que eu vou pegar o livro!


*****


- Era uma vez um reino que vivia em paz e harmonia com todos os seus vizinhos, o povo estava satisfeito com seus regentes e prosperavam todos os dias. Entretanto um receio da falta de sucessores dos reis ao trono era geral, exceto no Duque que seria o próximo na linha se sucessão.


Rose prestava atenção na história e sua respiração começara a ficar constante no saco.


- Então, para o desespero do Duque, a rainha ficou grávida e depois de nove meses não apenas um, mas dois herdeiros ao trono nasceram para a festa geral no reino. Eram tão estimados que todos no reino se encantaram pelos gêmeos Nicolas e Nirlara – a garota que contava a história sorriu.


*****


- Mas o conde não gostou nada da notícia e logo tramou um plano para raptar o pequeno príncipe Nicolas, o menino até já tinha destino: ficaria sob os maus-tratos de uma bruxa do reino vizinho. Quando os gêmeos fizeram um ano a festa dada foi enorme e a chance que o Duque esperava ocorreu.


- Não, ele é apenas um bebê! – Lana gritou brava.


- Um príncipe bebê! – Arcade cruzou os braços.


- Sim, e príncipes podem atrair pessoas más também! – Dafine sorriu da falta de conformação dos pequenos – Enfim, todos estavam se divertindo na festa e como era hora de dormir para os bebes, foram deixados sob poucos cuidados em outra parte do castelo. Não foi difícil para o Duque, auxiliado por sua amiga bruxa, sequestrar uma criança do quarto.


- Bruxas deveriam ser do bem! – Lana disse cruzando os braços.


- Assim como existem trouxas maus, também existem bruxas más – Dafne piscou para a filha.


*****


- Já estavam perto do reino da bruxa com o bebê e então o Duque percebeu que algo saíra errado: a criança que sequestrara não era o príncipe e sim a princesa. Sem ter como desfazer o erro naquele momento deixou Nirlara com a bruxa e voltou ao reino – Rose arregalou os olhos.


- Calma, chegando lá percebeu que tinha perdido sua única chance, pois o reino inteiro estava exaltado com o desaparecimento da princesa e a segurança em cima do príncipe estava redobrada – Rose relaxou os olhos em alivio.


- Sim, mesmo separados, eles cresceram – a garota a confortou – Nirlara fora criada pela outra escrava da bruxa, uma mulher de meia idade que foi incumbida de preparar a menina para ser sua sucessora quando morresse, já que estava doente pelos anos de maus tratos, Nirlara chamava de mãe. Já o pequeno Nicholas cresceu mimado e cheio de si, afinal era o vigiado, cuidado e adorado por todos – Rose levantou uma sobrancelha.


- O Duque era o único que não gostava dele, entretanto era também um de seus “tios” favoritos, o homem era maligno e desde pequeno plantou no príncipe algo podre: o fez pensar que a melhor coisa que aconteceu em sua vida era o sumiço da irmã, pois ela ameaçava sua coroa pois ela era mais velha.


*****


- Que feio! Ela está sofrendo e ele pensando mal dela! – Lana balançou a cabeça.


- Bom, o Duque estava plantando esses pensamentos nele – Dafne lembrou.


- Não gosto desse Duque! – Àrcade cruzou os braços.


- Nem eu! – a loirinha concordou fazendo o mesmo que o primo.


- Eu também não – Dafne sorriu cumplice – Enfim, no décimo sétimo aniversário dos gêmeos, Nirlara fez algo que nunca tinha feito antes em sua vida: saiu da casa da bruxa. A mulher tinha pedido que a menina pegasse alguns ingredientes para a poção que ela preparava e assim ela foi. No caminho, quando já voltava para a casa, apesar de sua “mãe” a mandar não chamar atenção alguma, viu alguém roubar um rapaz e resolveu ajudar.


- Há, ela vai ser a heroína! – Lana sorriu para o primo.


*****


- Nirlara percebeu que o ladrão vinha em sua direção e colocou o pé na frente do mesmo para que caísse, o ladrão o fez, mas não demorou muito já estava em pé novamente e procurava vingança. Parou por um momento surpreso por ser derrubado por uma garota, e esse foi o momento necessário para Nirlara pegar força e dar um soco que nocauteou o meliante definitivamente – Rose sorriu rapidamente no saco.


- Depois de tudo ela percebeu que poderia ter chamado a atenção com suas atitudes e olhou assustada em volta. Percebendo que só havia o rapaz vitima a olhando pasmo, suspirou aliviada. Pegou a mochila que provavelmente pertencia ao rapaz e estendeu em sua direção, como ele não se mexia por estar em choque ela simplesmente deixou aos seus pés e seguiu seu caminho.


- Típico! – Rose disse fracamente, estava melhorando. A garota sorriu.


- Entretanto quando já havia avançado alguns paços, ouviu um ”Espere!” e se virou dando de cara com o rapaz correndo em sua direção. Ele, sem fôlego, lhe agradeceu pela bravura, ela riu um pouco e aceitou os agradecimentos. A partir daquele dia, a bruxa permitiu a menina sair de casa mais vezes e sempre que ela saia o rapaz aparecia e conversavam durante o caminho inteiro.


- Com o passar do tempo ela ganhou confiança nele e contou tudo que ela e sua “mãe” sofriam na mão da bruxa e ele lhe perguntou por que ela não fugia com ele e ela disse que não deixaria sua mãe. O rapaz tentou convencê-la a deixá-lo ajudar, mas ela recusou dizendo ser muito perigoso.


*****


- Isso, ela consegue se libertar sozinha! – Lana sorriu agitada.


- Ela precisa dele! – Àrcade disse agitando-se também, Dafne apenas continuou a ler.


- Entretanto, mesmo sem seu consentimento, ele a seguiu e, descobrindo sua localização, chamou alguns conhecidos para lutar contra a bruxa. Todavia no momento em que estavam seguindo para a casa a bruxa se materializou na frente deles, o rapaz se assustou, mas continuou firme em sua missão.


- Há! – o menino disse olhando a sua prima que apenas mostrou a língua.


- “O que querem se aventurando por aqui?” ela perguntou encarando um a um das comitiva de dez rapazes. “Quero que liberte ambas a suas escravas” o conhecido de Nirlara disse sem tremer. “E o que eu ganho com isso? Sabe que adquiri as duas por meio de acordos, elas me pertencem!” ela disse sorrindo malignamente. “Pois faça mais um, o que quer por elas, poço oferecer muito!” ele disse resoluto. “Vejamos, ouro não me interessa, tampouco títulos ou terras... Espera, tem algo que quero!” ela disse o olhando interessada. “Faça seu preço!” ele pediu. “Anda faltando em meus frascos alguns olhos apaixonados, estaria pronto para oferecer os seus?” ela perguntou o olhando atentamente estendendo sua mão, os companheiros do rapaz reclamavam dizendo que ele não deferia fazer aquilo, que achariam outra forma. “Feito!” ele disse apertando a mão da velha.


-Não! – Àrcade gritou – Ele vai ficar sego!


-Mas é por amor! – Lana sorriu boba.


*****


- No instante seguinte, os olhos do rapaz estavam fechados e não abriam por nada, e na frente de todos uma mulher e uma garota apareceram no lugar onde antes estava a bruxa que, como a construção ali perto, sumira. A menina foi ao encontro de seu conhecido e perguntou o que ele havia feito. Sua resposta foi simplesmente “Consegui a liberdade de quem roubou meu coração” – Rose rolou os olhos.


- Foi bonitinho! – a garota defendeu – Voltando a história: no mesmo dia os companheiros, a comando do rapaz, seguiram até a casa do garoto, a qual Nirlara se espantou ser o palácio real. O garoto na verdade era o Príncipe Eric, o único herdeiro do reino.


*****


- Mais um príncipe para você, Àrcade – Dafine sorriu para o sobrinho.


- Que é um herói! – ele completou animado.


- A rainha havia falecido a pouco tempo e a única família para o rei agora era seu filho. Ele entrou em choque assim que percebeu o que acontecera com o filho, mas, em uma conversa particular, se foi explicado a importância da moça para o garoto e que o príncipe, por si só, resolveu aceitar sua nova condição.


- Eles estavam apaixonados! – Lana sorriu encantada, o menino apenas fez uma careta, Dafne balançou a cabeça e continuou a ler.


- E assim o rei assentiu em ver tal garota que encantara seu filho – ela fez uma pausa –E qual não foi sua surpresa ao perceber que ela era uma mescla de dois de seus melhores amigos, os regentes de um reino não tão distante. O rei sabia da história da princesa desaparecida de e imediatamente mandou enviar uma carta chamando seus amigos.


- Uhul! – Lana pulou de sua cama – Toma essa Duque malvado!


- Isso ai! – Àrcade começou a pular também.


- Ei, era para os dois se prepararem para dormir! – Dafne deixou o livro de lado para acalmar os pequenos.


*****


- Assim a família real do outro reino foi investigar o que o amigo queria. O príncipe Nicolas foi junto, pois já estava em ensinamento para assumir o trono real. Seus pais já estavam desgastados. Os trabalhadores do castelo tinham cuidado de Nirlara e sua “mãe”, elas tomaram um banho como nunca o tinham antes e as roupas oferecidas eram novas e limpas como nunca tinham usado antes também. A menina descobriu que sua “mãe” tinha cabelos ruivos e que ela própria era loira, sempre pensou que tinham cabelos castanhos por constantemente estarem sujos e arrumados de qualquer jeito – Rose riu desajeitadamente.


- Acredite, isso aconteceu – a garota riu – Enfim, arrumadas, foram deixadas em uma sala com a informação de que alguém queria conhecer Nirlara. E quando a família estrangeira chegou lá, a comoção foi instantânea, afinal, apesar de ser mulher, a menina era extremamente parecida com o príncipe Nicolas e logo perceberam que ela era a princesa perdida.


- Que rápido! – Rose levantou uma sobrancelha.


- Os reis esperaram muitos anos e então se agarravam a cada evidencia – ela explicou – eles choraram abraçando a garota que estava confusa, o príncipe apenas a olhava desconfiado, ela não aparentava alguém ardiloso que queria apenas roubar seu futuro trono. Entretanto não a olhou com bons olhos.


*****


- Como assim? Ela não é a vilã, o Duque é! – Lana disse cruzando os braços sentada em sua cama.


- Isso mesmo, foi por causa do Duque que Nicolas estava assim – Dafne lembrou.


- Ah! – Lana bufou e Dafne voltou a ler.


- No reino foi uma comoção também, todos estavam felizes pela volta da preciosa princesa, menos, é claro, o Duque que envenenava ainda mais o príncipe contra sua irmã – Lana bufou de novo – Sendo assim os gêmeos nunca se davam bem, o garoto sempre tentava envergonhar a menina e ela respondia com todas as traquinagens que aprendera com sua “mãe”, a qual preferiu ficar no palácio do outro reino.


*****


- E os dias se passavam, o príncipe Eric quase sempre aparecia para visitar Nirlara, essa eram os melhores momentos de seus dias, seu irmão claramente não gostava dela e seus pais mal tinham tempo para se quer conversar, se sentia uma estranha no meio de todo aquele conforto.


- Como um patinho fora d’agua – Rose comentou reconhecendo o que a menina sentia, a menina sorriu.


- Certa noite, o Duque chamou o príncipe para conversar e lhe contou um plano para acabar com o “problema”, o príncipe estava meio hesitante, mas o Duque sabia ser persuasivo quando queria. O papel de Nicolas seria apenas o de convidar a menina para andar de cavalo, leva-la até um local determinado e sair, o homem lhe disse que apenas precisava fazer aquilo e não se preocupar com mais nada.


- Ele tem que ser mais esperto que isso – Rose disse, sua respiração já estava bem mais controlada, a menina sorriu novamente.


- E assim o garoto fez, Nirlara o seguiu com animação, afinal achava que finalmente virariam amigos e não estranhou quando ele a deixou no meio do nada pois ainda queria se dar bem com o irmão.


*****


- Não! É uma armadilha! – gritou Àrcade.


- Sem seus avisos, Àrcade, ela só percebeu que tinha caído em uma cilada quando a bruxa que tinha lhe destratado a vida inteira apareceu acompanhada pelo homem que vivia andando pela corte com a cara fechada para todos.


- Tenho certeza que é o Conde! – Lana acusou.


- Sim, era ele – Dafne piscou para a filha – Enquanto isso, Nicolas estava seguindo seu caminho, entretanto não conseguia parar de pensar se sua irmã estava sofrendo, se eles iam machuca-la ou fazer algo pior. Com tudo isso na cabeça, um forte pensamento de proteção o tomou e voltou sigilosamente.


- Sigi o quê? – Àrcade perguntou confuso, Lana estava com a mesma expressão.


- Em silencio, para que ninguém o notasse – o menino assentiu – Chegando lá, ouviu sua irmã chorando e perguntando por que estavam fazendo aquilo com ela, ele ouviu o Duque falando que o próximo seria o próprio Nicolas e enfim seria rei. Logo depois o Duque saiu, mas Nicolas continuou ali, finalmente tinha percebido que tudo o que o Duque dizia era mentira e que aquela ao chão era a sua irmãzinha, tinha de protegê-la. E assim que percebeu que a bruxa e Nirlara estavam sozinhos, se revelou.


- Finalmente! – Lana exclamou sorrindo.


- A bruxa estava puxando Nirlara por uma corrente prateada e que a menina chorava não conseguindo se soltar. “Deixe ela em paz!” ele gritou para a mulher, “E o que eu ganho com isso? Já fiz um trato e ela é minha, de novo!” ele riu malignamente. “Gosta de tratos?” a mulher assentiu levantando uma sobrancelha.


*****


- “Precisa de um prisioneiro, leve-me em troca!”. “Não!” Nirlara se levantou do chão “Você não precisa fazer isso” ela disse o encardo nos olhos. “Sim, eu preciso!” ele disse convicto, se virou para a bruxa estendendo os punhos alegando que era mais forte e que seria mais útil.


- Pff – Rose revirou os olhos.


- Foi um ato louvável – a menina o defendeu.


- Para salvá-la de algo que ele provocou – Rose rebateu.


- Eu acho que ele foi muito heroico – Rose levantou uma sobrancelha – Enfim, a bruxa concordou e o levou, libertando Nirlara, que, chorando, voltou a seu reino. Explicou tudo que acontecera aos reis e a Eric, não colocando o Duque no meio por medo que eles não acreditassem, escandalizados, os reis mandaram uma tropa apenas com os melhores soldados atrás do príncipe, mas Eric sabia que aquilo não resultaria em nada então chamou Nirlara e juntos foram a procura de um conhecido de Eric que era mago.


*****


- Eba, um bruxo bom que nem nós! – Àrcade comemorou.


- Sim, um bruxo que nem você – Dafne sorriu – Chegando lá o mago estranhou a cegueira do amigo, mas os dois logo trataram de informar que não era aquele o problema e sim o sumiço de Nicolas. O mago explicou que um encanto de procura seria muito demorado e trabalhoso, o melhor que ele poderia fazer era dar uma poção da verdade para eles interrogarem o Duque.


- E assim eles fizeram, colocaram em sua bebida e depois o encurralaram para fazeres suas perguntas. Descobriram que Nicolas estava em uma área próxima do Vale dos Dragões, junto com a bruxa.


*****


- Isso não parece bom – Rose comentou, sua respiração da estava ótima.


- E não era – a menina estava séria – Nirlara, Eric e o Duque, amarrado, chegaram lá escondidos e não viram nada como uma casa e sim uma grande construção de pedras, como uma caverna, e ao entrarem descobriram que Nicolas estava inconsciente no canto enquanto a bruxa, extremamente feliz, mexia em uma poção.


- Há algo errado com essa poção – Rose afirmou.


- Não, a poção estava sendo perfeitamente preparada e já em estado avançado, o problema era o que essa poção fazia – a menina disse sombriamente – De fato aquela era uma das mais malignas poções a ser feita. Veja bem, os dragões são animais perigosos, poderosos e livres de qualquer controle mais pesado, essa poção concede justamente o que falta a uma pessoa que deseja poder, o controle sobre os dragões – Rose arregalou os olhos.


*****


- Dragões! – Àrcade comemorou.


- Sim, ai estão seus dragões! – Dafne sorriu.


- Mas não quero que uma bruxa má os controle! – Àrcade cruzou os braços.


- Então vamos ver como tentarão impedir – a mais velha piscou voltando a olhar para o livro – Eles ainda não sabiam o que ela estava tramando, e desconfiaram da falta de proteções. Com um susto ouviram a Bruxa os chamar, um pouco irritada.


- “O que querem agora?”, ela perguntou parando de mexer em sua poção e os encarando. “Eu quero meu irmão de volta!” Nirlara quase exigiu. “Não, esse trato eu não farei, foi ele por você, fim dos acordos!” ela disse “E agora saiam por estamos ocupados!”.


- Ocupados em fazer o mal! – Lama murmurou.


- “Não sairei sem o meu irmão!” Nirlara cruzou os braços. A bruxa então a olhou com os olhos brilhando: “Você devia me conhecer, coisinha. Tenho tudo que quero na hora que quero e no momento precisarei do seu irmão, pode ficar com ele depois que tudo acabar.”. Ela sorriu malignamente amarrando todos os invasores com um florear de sua varinha.


*****


- Mas Nirlara não estava a fim de desistir e ficou importunando a todo o momento a bruxa até que ela se irritou apontando sua varinha para a princesa – Rose prendeu a respiração – Mas quando mentalizou o feitiço que iria silenciar a mulher de uma vez por todas um grito de Não irrompeu pelo local. “Gosta e tratos, faça algo para proteger minha irmã que eu lhe dou o ultimo ingrediente para a sua poção, de bom grado.” Nicolas disse se levantando e se pondo entre a bruxa e sua irmã.


- Não pode ser bom! – Rose disse balançando a cabeça.


 - Novamente está certa, não era – a garota disse com os olhos escurecidos – “Está realmente pronto para passar por tudo pela sua irmã, não?”, a bruxa perguntou o olhando maliciosa. “Sim!” ele disse sem sair da frente de sua irmã nem por um segundo. “Você não precisa fazer isso” ela disse assustada. “Sim, eu preciso!” ele disse convicto.


- “Que assim seja, então” a bruxa disse e deu uma adaga para o príncipe apontando para o caldeirão. O homem entendeu o que deveria fazer e fez um corte em sua mão enquanto se aproximava do cadeirão, deixou um pouco de sangue cair no mesmo. “Agora sua parte do trato!” o sorriso da bruxa se alargou enquanto ela assentia, logo lançou um feitiço no homem. Aos poucos a pele de Nicolas começou a brilhar, e ele se virou para a irmã a abraçando apertado. “Eu sempre vou te proteger, irmãzinha!”, então se separou dela, ela tentou o olhar, mas o brilho estava muito intenso.


*****


- Poucos segundos depois o brilho tinha se extinguido, assim como o homem em si, e no lugar dele havia apenas um escudo brilhante e imponente com detalhes bem demarcados em azul e dourado, como os olhos e os cabelos do menino, respectivamente.


- Ele virou um escudo? – Àrcade estranhou.


- Assim ele poderia sempre proteger sua irmã – Dafne sorriu – A bruxa aproveitou a distração de todos com Nicolas e deu uma ultima mexida em sua poção que de um turbilhão de espumas se transformou em um simples liquido vermelho. Ela então tirou um pote com os olhos apaixonados que eram o ultimo ingrediente, aqueles dariam a poção o dom de que dragões de todas as partes seguiriam, com a devoção de um apaixonado, quem quer que bebe-se a poção.


- Controle sobre os dragões? – Lana franziu as sobrancelhas.


- Sim – Dafne assentiu.


- Isso é perigoso – Lana disse – Denis que me contou.


- E ele está certo, dragões são perigosos – Dafne assentiu – Apesar do perigo, a bruxa estava sega pelo poder e nem percebeu que Eric se soltara e lançara uma espada nela. A mulher se desviou com dificuldade e, por isso, perdeu os olhos apaixonados.


*****


- “Estou cançada de todos vocês, ajudei a todos, sem exceções e é assim que vocês retribuem? A hora de ser boazinha acabou!” ela disse e se transformou em um dragão vermelho.


- Ela era uma animaga? – Rose se espantou e a garota assentiu.


- Nirlara se levantou também chamando a atenção do dragão que sorriu ao ir em sua direção. Quando o animal chegou mais perto se levantou e soprou fogo na mulher. Entretanto Nirlara não se queimou, magicamente o escudo surgiu a sua frente a salvando. Ela então empunhou o escudo e percebeu uma espada parecia surgir no escudo também e assim ela a empunhou também.


- Como no chapéu seletor – Rose murmurou.


- Como? – a ruiva balançou a cabeça – Enfim, nesse meio tempo Eric procurava no chão por seus olhos e enfim os achou a tempo de encontrar Nirlara avançando para a criatura. Entretanto em um descuido o dragão tirou a espada da mulher que ficou apenas com seu escudo que apesar de protegê-la de imediato, era visível que não se manteria para sempre.


*****


- E ele luta como um verdadeiro herói e salva ela, certo?  - árcade perguntou animado.


- Não tão rápido, pequeno – Dafne disse piscando para Àrcade – Veja bem, era um homem só contra um dragão, ele era bom, mas nem tanto. O monstro o empurrava e então ele tropeçou e caiu, nesse momento Nirlara foi o ajudar. Foi muito difícil, mas juntos conseguiram derrotar o monstro que voltou a se transformar na bruxa que estava desacordada.


- Ela também é uma heroína da história! – Lana sorriu.


- Sim, ambos são heróis da história – Dafne sorriu fechando o livro e se levantando – Uma princesa – Dafne disse aninhando a filha na cama e dando um beijo em sua cabeça – e um herói – ela disse fazendo o mesmo com Àrcade.


*****


- Depois da derrota da bruxa, Nirlara e Eric jogaram a poção fora e seguiram para o reino da mulher, contaram tudo que aconteceu a seus pais que ficaram muito tristes e nunca mais se recuperaram da perda. O Duque e a bruxa foram presos onde nunca mais poderiam fazer mal a ninguém. Com o tempo Eric e Nirlara se casaram e juntos uniram os dois reinos em um e regiram com a sabedoria e paixão de seus pais. E, claro, foram felizes para sempre.


- Bela história – Rose disse um pouco sonolenta – Obrigada, não acho que viveria sem ela. – ela sorriu.


- Não precisa agradecer, é um prazer ajudar – ela retribuiu o sorriso.


- Agora, se não se importa vou dormir, quem sabe tudo isso não passa de um sonho – ela disse se deitando.


- Torço para que esteja certa, boa noite! – a menina sorriu.


- Boa noite – Rose respondeu de olhos já fechados.


*****


Scorpius suspirou e entrou naquela grande mansão, não sabia nada do que podia acontecer dali em diante, só tinha uma única certeza: ao final Rose estaria salva, era uma promessa a si mesmo. Com esses pensamentos ele entrou no caminho principal, sem, entretanto andar muito, afinal logo cerca de dez varinhas estavam apontadas a ele o cercando.  





******

n/A: Oi, sei que foi muito tempo sem pstar, mas não estava dando tempo... Terminei dois cursos e as provas finais tomavam todas as horas, hehe... Emfim, ai está outro cap. e espero que gostem...

Oi Lana, hehe. Sim, os livros são importantes, hehe. O Adam??? Hehe, será que ele não é quem pensam ser??? hauhauha. Enfim, apesar de desviar muito da história, espeque que goste do cap. 

Sem mais delongas, 

Bjs, 

Bibi. :)

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Uol, uol, uol... Eu gostei do capitulo amei a história e sei que ela tem muito a ver com o que vai acontecer. Eles querem controlar os dragões ? Ou algo do tipo ? Eu já imagino que alguém do livro está do lado de fora, algum desses personagens se libertou do livro, não sei exatamente qual... Só sei que algum deles está do lado de fora, talvez eles queiram refazer a poção... Os olhos de Scorpius podem ser um dos ingredientes ? Pelo fato de ser um rapaz apaixonado ? Ahhhhhhhhhh tô cheia de dúvidas e louca de vontade de ler mais um capitulo perfeito como esse... Quando você posta, Merlin, o bicho pega, porque vem um capitulo, tão, mais tão bom que eu fico cheia de perguntas e sem respostas, mas vendo toda a trama se desenrolar em minha frente...  Eu espero tanto descobrir o mistério, que sei que estou criando teorias erradas... Acho sinceramente que vou ficar maluca enquanto não descobrir esse mistério. Mas vou tentar relacionar as coisas aqui. Bibi, minha querida, capitulo mais que perfeito, fiquei apaixonada pela história. Você é incrível.Beijoos!

    2013-12-13
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