Uma conversa fantasmagórica



Lílian se sentou na mesa da Grifinória, ao entre Alvo e Rosa. Sua expressão não estava muito diferente de quando Alvo se sentou ali pela primeira vez, feliz, mas nervoso. Os cabelos ruivos de Lílian eram facilmente confundidos com os de Rosa, tanto que quando Lílian mexeu no cabelo, acabou puxando o cabelo de Rosa junto.
  Hugo se sentou ao lado de Rosa, também tinha cabelos ruivos, mas eram curtos. Seu rosto estava escondido no chapéu que ele trouxera, mas Alvo podia ver um sorriso ali de baixo.
     O teto de Hogwarts estava totalmente negro com nuvens e estrelas, e era assim que deveria estare lá fora. A única diferença é que  dentro do Grande Salão havia velas flutuando e dançando lá em cima. Perto da lareira, em um parapeito bem alto na parede, estava a coruja que Minerva havia comprado para tomar conta do Grande Salão, caso algum baderneiro quisesse fazer badernas.


 Lílian  sorriu ao ver o avô Arthur Weasley sentado na mesa do professores olhando para ela, esperando que ela retribuisse o olhar. Hugo fez a mesma coisa, e depois disso tirou o chapéu que cobria-lhe o rosto.
      A diretora McGonagall começou a fazer seu discurso anual:
       -Alunos novos, bem vindos a Hogwarts, alunos antigos, é bom revê-los. Muito bem, alunos novos, eu quero lhes dizer alguns fatos de Hogwarts. Quero avisar, que a floresta negra é proibida para todos os alunos, e que nenhum aluno pode vagar pela escola a noite sem a autorização de um professor. E o professor diretor de cada casa são: Neville Longbotton é da Grifinória, Horácio Slughorn é da Sonserina, a professora Rita Skeeter pertence à Lufa-lufa e o professor Ted John Tonks pertence a Corvinal. Pois bem, que comece o banquete!


 Vários domos dourados surgiram enfileirados nas grandes mesas de cada casa. E esses domos se abriam mágicamente e a tampa ficava flutuando perto das velas dançarinas.


Lílian e Hugo arregalaram os olhos e começaram a se servir. Hugo comia várias costeletas com uma macarronada feita diretamente da china. Lílian se servia se alguns cogumelos e um delicioso molho vindo do México.


Alvo e Rosa comiam a comida sem entusiasmo, mas Peter adorava o que comia mais ainda a cada mordida.


Tiago olhou para  a irmã.


-Muito bem, maninha, foi pra Grifinória, não é?


Ela abriu um sorriso.


-Viu? Eu te falei, eu sou uma Grifinória com orgulho – disse ela e logo depois se virou para Alvo – E os fantasmas?


Quando Lílian disse isso, Nick Quase sem Cabeça surgiu em sua frente, com um sorriso maroto no rosto.


-Aaaah! – berrou Lílian mas logo se acalmou. Nick Quase sem Cabeça se desculpou, dizendo que não queria assustá-la.


Lílian desmaiou no colo do irmão.


-Tudo bem, Nick, logo ela acorda – disse Alvo, olhando para a irmã – Ela só é meio sensível.


-Ah, depois eu venho vê-la, mas antes preciso verificar algumas anotações da morte, apropósito, onde está Osvald?


Alvo não entendeu que ligação tinha entre Osvald e a Morte.


-Deve estar pela mesa com algum amigo – respondeu o garoto.


Alvo viu o fantasma se afastar, deixando todos os alunos novos malucos.


Rosa estava conversando com Hugo, que estava meio tímido para falar com Peter, que conversava com Tiago sobre vomitilhas. Quando Rosa se virou e viu Lílian caída no colo de Alvo, quase teve um infarto do coração.


-Como isso aconteceu? – perguntou Rosa ao primo que acariciava os cabelos ruivos da irmã.


-Nick Quase sem Cabeça – respondeu Alvo – Tentou se desculpar, mas foi tarde demais.


Hugo se debruçou na mesa.


-Rosa, Alvo, quem é aquele cara? – e apontou para o zelador.


-Ah – disse Rosa – É o zelador, Filch. Mas é melhor você ficar bem longe dele.


-Eu sei, olhe só o rosto dele, tem até uma cicatriz – disse Hugo.


Alvo olhou para Filch, realmente havia uma cicatriz rasgando toda sua face direita, quase no olho. Ela já estava fechada, mas não parecia muita velha.


-O que será que aconteceu com ele? – perguntou Alvo à Rosa.


-Não sei – respondeu Rosa – Mas é melhor não nos metermos nisso.


Alvo não queria não se meter nisso, ele sempre se metia em confusão.


Lílian acordou alguns minutos depois, e saboreou o resto jantar com todos os Grifinórios.


A diretora McGonagall fez o discurso de despedida da noite.


-Alunos, hora de irem para o salão comunal de cada casa, seguido por seus monitores, podem ir!


Alan Curse, o monitor da Grifinória apareceu no fim da mesa e passou fazendo uma fila indiana atrás dele.


Subiram todas as escadas até o sétimo andar e o monitor abriu a porta da Grifinória.


Ele explicou tudo aos alunos novos e se retirou.


Lílian se sentou um sofá avermelhado em frente a uma mesinha, juntamente com Hugo. O salão comunal continuava o mesmo, alguns sofás vermelhos, uma lareira, duas mesas, uma para estudar outra para decoração, uma pequena biblioteca no canto e uma imagem de um leão pintado rugindo.


Alvo disse à Lílian para ela ficar pelo salão comunal, enquanto ele iria conversar com alguns amigos.


Alvo desceu as escadas e foi se encontrar com Lysandra, que estava conversando com Escórpio perto das masmorras.


-Lysa, Corp, como estão? – perguntou Alvo.


-Aquilo foi incrível, Alvo, pena que destruíram o carro do seu tio, mas mesmo assim, ninguém fez isso e conseguiu chegar a tempo do banquete! Bem, só você e Harry fizeram isso, mas vocês o superaram, foi incrível, completamente incrível!


-O.k. E como você está Lysandra?


-Ah, sabe como é, tendo problemas com a família, ainda, e tentando ver se consigo algum rastro do Frank, estou tentando Ocluir várias vezes, mas é mais difícil do que parece.


Alvo assentiu, sabia que Lysa também se sentia culpada pela morte de Phelipe.


Um estrondo foi ouvido vindo mais além do corredor.


-O que é isso? – perguntou Escórpio.


-Não sei – disse Alvo – Mas vou descobrir!


E começou a correr em direção ao estrondo. Lysandra e Escórpio estavam em seus calcanhares. O estrondo ecoou novamente, dessa vez, de um jeito mais morto.


Alvo escorregou numa poça d’água e caiu no chão. Lysandra e Escórpio o levantaram, mais há frente, em um conjunto de velas com luz azul, havia cinco a seis fantasmas, cada um com uma roupa diferente.


Alvo notou que Nick Quase Sem Cabeça não se encontrava no corredor, ele ainda deveria estar conversando com o monitor chefe, Maurice Cantherpuff, no Salão Principal.


As chamas em cada braseiro preso à parede eram azul sem vida, iluminando o resto da parede com uma luz macabra azulada e fantasmagórica.


Alvo tentou evitar chegar muito perto dos fantasmas, saber o que estavam fazendo de longe, e depois sair dali com Escórpio e Lysandra sem precisarem nem ao menos interagir.


Alvo viu que os fantasmas estavam jogando bombinhas na parede e que estavam gritando e rindo feito malucos, o problema era que tudo isso junto ecoava por quase toda a masmorra, fazendo um barulho horrendo.


-Vamos indo – disse Escórpio.


Mas quando ele disse isso, um dos fantasmas veio planando em alta velocidade até os garotos, como se os tivesse visto de longe. Ele tinha um tanto um aspecto Nintendo 64. Tinha um sorriso maroto no rosto, usava um chapéu com uma pena longa, tinha uma roupa de príncipe, com detalhes brilhantes que fazia um prata morto ecoar por alguns metros no corredor, usava uma capa cinzenta de veludo, e tinha uma espada embainhada na cintura. Ao seu lado, um homem com o mesmo estilo Nintendo 64, porém, esse tinha dois tufos de cabelo em cada lado da careca, em volta deu seus olhos havia algo como uma tinta preta, que deveria ser azul se não estivesse morto, usava uma roupa como um macacão, com diversos círculos e bolhas estampados no tecido, tinha duas argolas no pescoço, um saquinho com bombinhas na mão, era como um palhaço com um riso maroto. Ao lado do palhaço, havia um mago, com um chapéu pontudo na cabeça e uma túnica cobrindo o resto de seu rosto, esse não tinha um sorriso maroto, ao invés disso, tinha uma grande barba despenteada cobrindo o peitoral. Ao seu lado, uma das imagens mais apavorantes que Alvo viu, era uma mulher, ou melhor, uma dolescente, com mais ou menos quinze anos, tinha cabelos negros e sujos que cobriam quase todo seu rosto, vestia um vestido sujo e rasgado, seus braços estavam cortados e o sangue se espalhava até os dedos, onde continua uma adaga banhada a sangue. A última fantasma era meio gordinha, mas também meio maléfica, era loira, cacheada, usava um vestido de princesa como se fosse uma donzela, porém morta.


Lysandra quase escorregou pra trás quando recuou um passo, os fantasmas formaram um círculo em volta dos alunos. O príncipe parecia ser o líder do bando, porém parecia um dos mais medrosos ali.


-Estamos de saída – disse Lysandra, mas no momento que ia indo embora, a mulher com cabelo negro a barrou.


-Não, ainda nem começamos a brincadeira – disse o príncipe como se Alvo e os outros fossem sapos e rãs numa aula de ciências.


Alvo sacou sua varinha com dificuldade pois estava muito escuro e ergueu no ar, rogando o feitiço:


-Lumos! – na ponta da varinha de Alvo, um círculo luminoso se formou, iluminando a todos os fantasmas, que recuaram.


-Apague essa luz! – disse o fantasma vestido de mago, planando mais atrás.


Alvo estava nervoso, e não podia obedecê-los.


-Antes, nos digam quem são vocês – disse Alvo apontando a varinha para o fantasma vestido de príncipe, que recuava rapidamente.


-Fantasmas intrusos, entramos em Hogwarts para nos divertir um pouco no Hallowen, a diretora McGonagall disse que não poderíamos ficar aqui, por isso estamos aqui embaixo, agora, apague essa luz!


Alvo não desfez o feitiço, apontou a varinha para todos os fantasmas, que se reuniram em um pequeno grupo. Escórpio também conjurou o feitiço, e ajudava Alvo a juntar os fantasmas.


-E agora? – perguntou Escórpio, seus cabelos louros descendo pela nuca magra – O que fazemos?


Alvo odiava isso, todos esperavam que ele tivesse a resposta de tudo, desde quando conhecera Rosa era assim, ele tinha dois anos quando o tio Ronu engoliu uma costela inteira e engasgou, e sua prima olhou pra ele e perguntou:O que amo aê? (O que vamos fazer?).


-Não sei – respondeu o amigo – Ahn... Vão embora!


A fantasma com cabelos negros flutuou um pouco a frente.


-Você não manda em mim! – berrou ela e foi mais adentro do corredor mal iluminado


-Você não devia ter feito isso – disse o fantasma vestido de palhaço, olhando a parceira desaparecer de vista.


-Por quê? – perguntou Lysandra.


A expressão do palhaço se tornou sombria.


-Aquela é Onilda, ela era uma grande bruxa, quando ganhou o colar... O colar foi a matando pouco a pouco, até que ela morreu, e quando ela morreu, as pérolas do colar foram se separando e escondidas, para que ninguém nunca o unissem novamente, no dia de sua morte, ela começou a se cortar e morreu mais rápido, assim virou esse terrível fantasma.


-Onilda... Esse nome é familiar – disse Alvo olhando o chão, de repente, apontou a varinha para o palhaço novamente – Conte-me o que esse colar pode fazer!


-Bem... – disse o príncipe – Há mitos e boatos, de que o colar tem o poder de reviver pessoas, aquelas que não passam na segunda chance de Deus.


-Segunda chance de Deus? – perguntou Escórpio – Como assim?


-A cidade dos mortos, Deus a criou para que as pessoas de bom coração pudessem retornar, e as que tem uma missão aqui na Terra.


Alvo, Lysandra e Escórpio se entreolharam, Alvo fora a cidade dos mortos ano passado, e voltara a viver, pois passara dos três desafios.


Alvo teve uma brilhante ideia, e Lysandra também pensou nisso.


-Não, Alvo, não! É perigoso demais! – disse Lysandra.


-Lysa, você ainda não entendeu, não só ele, mas como o tio Fred, o Dumbledore, o Snape, todos eles! – disse Alvo.


-Alvo, controle-se, todo esse poder matou Onilda, e as pérolas foram escondidas! – disse Lysandra.


-Calma, do que vocês estão falando? – perguntou Escórpio.


Com aquela discussão, os fantasmas aproveitaram e se afastaram bem devagar, até que deixaram os três discutindo.


-Vai ser mais fácil – disse Alvo – Precisamos de Phelipe para destruir Frank!


-Gente – disse Escórpio – Eles se foram.


Alvo olhou para todos os lados, como se estivesse procurando um cachorrinho perdido.


-E agora? – perguntou Lysandra.


-Vamos falar com o bonde! – disse Alvo correndo.


Ele corria rapidamente, os corredores iluminados começaram a aparecer aos poucos, até que os três amigos estavam subindo as escadas enormes.


Demorou um pouco para chegarem no salão comunal da Grifinória, onde Lysandra e Escórpio ficavam esperando na porta, até Alvo chamar Rosa, Peter e Tiago.


-O que aconteceu? – perguntou Peter na escadaria.


Alvo e Lysandra contaram tudo, enquanto Escórpio somente assentia.


-Não! – disse Rosa – Alvo, ficou maluco?


-Achei brilhante, pensa só! Poderíamos ter Phelipe de volta – disse Peter – Vai ser melhor do que ficarmos de braços cruzados contra Frank!


-Peter tem razão – disse Alvo – Além do mais, fizemos coisas piores do que procurar pérolas.


-Pode ser uma boa ideia contando que não precisamos morrer – disse Escórpio, como isso não fosse obvio.


Tiago olhou para todos, como se fosse o juiz de um tribunal.


- A ordem está no fim – disse ele – Nós precisamos nos organizar... E se Phelipe nos ajudar a fazer isso, eu voto em procurar as pérolas.


Alvo sorriu, seu irmão estava a seu favor,


Osvald vinha subindo as escadas, sorrindo.


-E aí, pessoal, por que estão tão tensos? – perguntou Osvald.


Contaram tudo, e cada vez que a coisa ficava mais problemática, mais ´serio Osvald ficava, a ponto de nem ao menos sorrir.


-É melhor irmos atrás dessas pérolas, eu gostava de Phelipe, tudo bem, vamos pegar isso e salvar Phelipe! – disse Osvald.


Lílian e Hugo saíram do salão comunal, com rostos de sono.


-Gente, do que vocês estão falando? – perguntaram os dois em um uníssono.


-Nada demais Lílian e Hugo – respondeu Osvald.


-Quem são? – perguntou Lysandra.


Alvo hesitou ao responder, o que será que Lílian acharia ao saber que Lysandra era a irmã do homem que queria mata-lo?


-Ahn... Essa é minha irmã, Lílian – respondeu Alvo.


-É, e esse é o meu irmão Hugo – disse Rosa.


-Nossa eles são muito fofos – disse Lysandra.


-Não somos criancinhas,... Qual o seu nome? – perguntou Hugo.


Lysandra hesitou um momento, mas respondeu.


-Me chamo Lysandra, mas podem me chamar de Lysa.


-E você? – perguntou Rosa a Escórpio – Ah sim, Escórpio! Passou as férias em Wulfric’s Hollow nas férias retrasadas!


Ele assentiu com um sorriso no rosto.


-Bom, eu vou dormir – disse Lílian – Boa noite a todos!


-Boa noite – responderam todos em um uníssono.


-Também vou dormir, adeus – disse Hugo, bocejando.


Alvo viu Lílian subindo as escadas com sono, se dirigindo à primeira noite em Hogwarts. Ele lembrou de sua primeira noite, fora uma boa noite, se não fosse por um feitiço quase atravessando sua cabeça quando acordou.


Algumas alunos passaram por eles e entraram no salão comunal indo dormir, deixando Lysandra e Escórpio desconfortáveis


-O.k. – disse Escórpio – Ahn... Vamos indo, Lysa?


-Vamos, sim, Escórpio – respondeu Lysandra – Ah, adeus a todos, boa noite.


-Boa noite.


Alvo e seus amigos e familiares da Grifinória ficaram olhando Lysandra e Escórpio irem até o último andar, passando por todas as escadas que mudavam de lugar, notaram que eles riam e se divertiam ao caminhar juntos pela escola.


-Certo, vamos dormir também – disse Alvo.


-Vamos.


Alvo subiu as escadas até o dormitório masculino, onde dormiu sua primeira noite no terceiro ano de Hogwarts.

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