Na casa de Rose [POV Rose]

Assim que cheguei em casa, vi meu pai jogado no sofá da sala. Corri escada acima o mais rápido possível, pois não queria ter que encara-lo. Porque papai tinha que ser tão estupido? Eu não estava namorando Draco Malfoy, e sim Scorpius. Eram pessoas completamente diferentes, e Scorpius era um cara tão incrível... Se meu pai desse uma chance a ele, eu tinha certeza de que os dois poderiam se dar bem. Sera que ninguem entendia que eu, Rose Weasley, estava sim, completamente apaixonada por Scorpius Malfoy?

Chegando a meu quarto, bati a porta e fui pra frente de minha penteadeira. Fitei meu rosto, pelo qual escorriam as lágrimas que agora eu não podia mais conter. Tirei o colar que ganhara de Scorpius e, segurando-o, me joguei na cama. Suspirei, o fitando e vi que ele abria. Eu não havia percebido isso antes, e provavelmente Scorpi me mostraria aquilo depois do nosso beijo, mas seu pai nos interrompera e levara meu namorado de mim, antes que qualquer um de nós pudesse pensar em algo pra dizer. Depois de aberto, o pingente em formato de coração exibia uma fotografia. A primeira que eu tirava com Scorpius, eu percebi. Ele me abraçava e me olhava, estávamos a centímetros de um beijo. Não pude evitar suspirar com a lembrança.

-Hey... -uma voz veio da janela. Virei-me, esperando ver Lily, que era quem tinha a conexão com meu quarto, mas quem me esperava era seu irmão, Alvo.

-Al?-eu o fitei- O que faz aqui?

Ele deu de ombros.

-Quis saber como você estava. E ai?

Eu baixei a cabeça, sem saber o que dizer. Alvo entendeu e entrou no quarto, me abraçando. Decidi desabafar, sabia que Al me entenderia. Ele era meu melhor amigo, afinal.

-Eu fui uma decepção... Estou namorando um Malfoy... Meu pai me odeia agora... E o Hugo também deve... Ai, Merlim... –Eu nem tinha pensando na reação do Hugo ainda. Ele deveria estar uma fera comigo também. Eu não iria aguentar todos eles me detestando.

-Não diga isso, Ro. É claro que seu pai te ama, e seu irmão também. Eles só estão...  absorvendo a noticia.

-Ma-mas, eu não entendo, Al... Quer dizer, qual o problema dele ser um Malfoy?

-Ro, o fato de Scorpius ser filho do cara com quem o Tio Ron tinha uma rixa na escola, é só metade do problema. Seu pai esta é com medo... De perder a garotinha dele...

Eu ri sem graça.

-Garotinha? Eu tenho 15 anos, Al!

-Mas seu pai não te vê assim. É como a Lily. Quando ela chegou com o Lysander lá em casa, meu pai quase teve um treco. Não ficou tão louco quanto o seu, claro, já que a Tia Luna é amiga dele e da mamãe, e madrinha da Lils, e tudo, mas ele não gostou nada da ideia. Nem eu ou o Tiago. Quer dizer, ela sempre foi nossa bebê, e então do nada teríamos que.. . dividi-la. Mas depois de um tempo, vimos que ela gostava mesmo do garoto, e aceitamos.

-Aceitaram mesmo? –Eu não conseguia acreditar naquilo.

Alvo deu de ombros.

-Bem, o Tiago e o Fred ainda são a favor da ideia de doarmos o Lysander e o Lorcan para o tio Jorge testar os produtos das Gemialidades Weasley, mas... –nós dois rimos- já foi um progresso.

Eu abracei meu primo, de novo, com mais força.

-Valeu, Al.

-Sempre que precisar, Rosie. Agora tenho que ir, antes que a Lils descubra que eu usei a ‘’passagem secreta’’ dela. –Ele revirou os olhos e saiu pela janela. Eu pensei em me virar e dormir. Estava cansada.

Mas meus planos foram interrompidos, quando alguém abriu a porta. Encarei meu pai. Mesmo depois do discurso de Al, eu ainda estava irritada com a forma como papai me tratara, como se eu fosse uma criança.

-Vá embora- mandei.

Mas ele apenas ignorou minha ordem, se sentando na cama, ao meu lado.

-Rosinha... Eu queria conversar... –Ele pareceu estar com pena de mim, e foi quando eu passei a mão pelo meu rosto vendo que as lágrimas ainda escorriam. Droga. Escondi a cara.

-Não temos nada o que conversar.

-Filha, sobre a minha reação lá na Toca, eu só fiquei meio... surpreso. Quer dizer, Scorpius é um Malfoy! –Ele falava como se a simples menção do sobrenome Malfoy já explicasse tudo, mesmo que agora eu soubesse que não era bem assim.

Revirei os olhos.

-Não, pai. Ele não é apenas mais um Malfoy. Ele é namorado da sua filha também. Eu... Eu o amo, pai.

-Rose, você só tem 15 anos! Como pode saber que ama alguém?

-Toda vez que olho nos olhos dele eu tenho certeza de que o amo.

-Mas, Rosie... Não posso perder a minha garotinha...

Não pude evitar sorrir um pouco, pela primeira vez. Parecia que Al estava certo.

-Eu sempre serei a sua garotinha, pai. Mas agora vai ter que me dividir com o Scorpi.

-Te dividir? –ele fez uma careta.

-Por favor, pai. -Eu suplique. Não queria fazer nada escondido dele, nem sem a sua aprovação.

-Você ama mesmo esse rapaz, não é?- Meu pai olhou para a foto em meu colar, que eu nem havia percebido que ainda segurava.

-Demais- Eu jurei. E nunca falara tão serio em toda a minha vida.

-Se aquele Malfoy magoar a minha garotinha, eu não respondo por mim.-Garantiu ele -E vou mandar o Hugo ficar de olho...

Eu o abracei forte, agradecida e emocionada demais pra falar. Ele pareceu entender.

-Eu te amo, Rosinha.

-Também te amo, pai.

Ele sorriu pra mim, sai do quarto, e fiquei sozinha, pensando. Como estaria sendo na casa de Scorpius?

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