Atras da porta [POV Scorpius]

Atras da porta [POV Scorpius]



Nota da Autora (LEIA): Esse capitulo tem insinuações de um possível shipper Dramione, na época em que o trio de ouro estava na escola, ou seja, de que Draco gostava de Hermione. Mas, esse é o ponto de vista de Scorpius, o que ele imagina, então fica de acordo com o shipper e imaginação do leitor, se acha que Draco sentia algo por Hermione ou não. E o foco da fanfic ainda é o shipper Rose/Scorpius, por isso não pretendo separar o casal cânon Ron/Hermione.



FIC [POV Scorpius]:



Eu não pude evitar sentir certa angustia, ao ouvir a campainha tocar. Chequei meu relógio, 15h10min. ‘’Como o tempo passa rápido’’ foi meu primeiro pensamento. Mas, logo me lembrei da voz de meu pai dizendo, pouco antes de sairmos de casa, cedo naquele dia: ‘’ Eu e sua mãe iremos buscar você as três em ponto. ’’ A nossa casa ficava a poucos quilômetros da casa de Arthur Weasley, a Toca, ou seja, dez minutos eram tempo o suficiente para meu pai sair de lá e vir ate ela com o carro, que ele comprara, quase que exclusivamente, para me levar para Hogwarts, já que, habitualmente, só saiamos para outras casas conhecidas, ou seja, por Pó de Flu. Tenho certeza que prefeririam chegar ali assim, era nosso meio de locomoção habitual para as poucas casas que visitávamos nas férias: a de meu avô, a de Blásio e Pansy Zabini (contra minha vontade, já que eles eram os pais de Leonard Zabini, um verdadeiro mala que azarara Rose no terceiro ano, e que sempre estava lá) velhos amigos de infância de meus pais, e, principalmente, a de tia Daphne, irmã de minha mãe e mãe de minha prima Scarlett. Sempre tive a impressão de que a família, principalmente meu avô, que não perdia a oportunidade de nos acompanhar ate lá com minha avó, e tia tentava juntar eu e Scarlett. Mesmo hoje, eu sabia que eles ainda se orgulhavam de seu sangue-puro tanto quanto de pertencerem à casa das cobras, e que queriam manter a família neste caminho, me fazendo casar com ela futuramente, era provável.  E eu já achara a ideia de ficar com Scarlett ate que aceitável, quando, aos dez anos de idade as visitas a sua casa se tornaram freqüentes e comecei a desconfiar dos motivos, pois se ficássemos juntos no final, eu honraria a família. E era o que eu queria, já que fora criado com os princípios de pureza de sangue, por parte de meu avô, já que eu e minha mãe passávamos o dia em sua casa durante minha infância pré-Hogwarts, enquanto meu pai trabalhava no Departamento de Aurores. Minha avó apenas concordava silenciosamente com o que ele dizia.



Enfim, é claro que isso, de querer honrar a família acima de tudo, só durou ate eu conhecer Rose, no ano seguinte. Não que eu tivesse algum dia cogitado que meus pais, e principalmente meu avô, fossem simplesmente aceita-la. Pois é, Rose Weasley, filha de uma sangue ruim e de um traidor de sangue, com certeza não estava nos planos deles para mim. Se meu pai, eu percebi, já se sentia insatisfeito que eu estivesse naquele dia visitando a casa dos Weasley, a casa onde naquele dia estava Ronald Weasley, imagine agora, quando soubesse sobre mim e Rose. Eu achava que ele iria ter um ataque, mesmo que nunca o tivesse visto tendo um ataque, comigo e minha mãe ele era uma pessoa bastante calma, no geral.



A verdade é que meu pai me contara, apenas um dia antes do embarque para meu primeiro ano em Hogwarts, sobre sua rixa de escola com Weasley e Potter, focando principalmente na rixa com Weasley. Ele nunca me contara sobre aquilo antes, e o fez, claramente, só para avisar que eu não deveria me envolver com Weasley algum, principalmente um filho de Ronald Weasley, e, melhor ainda se também nenhum Potter, pela parte Weasley deles, por garantia. Apesar de ele não parecer ter mais algo realmente contra Harry Potter, não chegou a mencionar o que o fez mudar de ideia. É claro que, no começo, eu pensava que provavelmente era, na maior parte, um problema com o sangue também Weasley de Alvo Severo que me fizera detestá-lo a primeira vista, apesar de que ele realmente parecia se importar com Rose, o que me fizera aceita-lo e esquecer essa ideia quando começamos o namoro, pois mesmo Rose tendo sangue Weasley, eu vira algo nela já a primeira vista, mesmo tendo demorado um pouco para aceitar isso. Ou, quem sabe, eu tivesse amadurecido, como, possivelmente, meu pai á respeito de Harry Potter. Enfim, meu pai ainda não acabara completamente a rixa com os Weasley, principalmente com o pai de Rose. E eu presumi que, no máximo, ele seria educado com os Weasley, ao me deixar lá. Porem, ele me deixou lá antes que Ronald Weasley, Rose e os Potter chegassem, e mal falou com os avós deles, o que eu admito, me preocupou. É, pra  você ver a minha sorte, fui ficar apaixonado logo pela filha do Weasley que meu pai mais detesta. Enfim, naquela conversa antes de Hogwarts, também notei que ele não mencionou, em momento algum, a mãe de Rose. Pelo menos não naquele momento.



Lembrei-me então do ocorrido na estação. Lá, aos meus onze anos, apontei uma família se despedindo, querendo saber quem eram uma mulher de bastos cabelos castanhos, presos em um coque, um homem alto de cabelos ruivos, um menino igualmente ruivo, e uma garota, realmente bonita, que naquele momento eu não sabia ser Rose. Ele me disse que eram ‘’Weasley, sua prole, e Hermione Granger, uma bruxa realmente inteligente com quem ele se casou’’. Sim, ele disse ‘’bruxa’’, não sangue-ruim, coisa que eu sabia que a tal mulher era, já que tudo que eu soubera sobre a tal esposa do Weasley antes, viera de minha mãe, que só soubera dizer isso dela. Mas, meu pai ainda a elogiara, de certa forma, afinal, disse ‘’inteligente’’. Mas, talvez fosse apenas porque ate meu pai sabe reconhecer a inteligência, mesmo se ela viesse de uma nascida trouxa, ainda mais se fosse tamanha como a de Rose, por exemplo. Porem, uma parte minha pensou se, acima de terem sido do mesmo ano escolar, aquela mulher ter se tornado a esposa de Ronald Weasley não seria o motivo de ele odiar tanto aquele Weasley especifico acima dos que chamara de ‘’traidores de sangue Weasley habituais’’.



Porem, logo me distrai daquele pensamento, assim que me despedi e entrei no Expresso de Hogwarts. Isso ate agora, ao ouvir aquela campainha, cair na real de que teria que contar sobre Rose para meu pai, e lembrar-me da mulher na estação, que era a mesma sentada ali, em minha frente, se recuperando da briga com o marido, tão odiado por meu pai, e perceber algo. Percebi que Hermione Granger, agora Hermione Weasley, era tão a cara de Rose quanto eu era a cara de meu pai. Então eu vi que não queria acabar como meu pai, ao lado de alguém escolhido pela família. Eu não duvidava de que ele amava minha mãe, provavelmente apreendeu a amá-la, como, talvez, eu pudesse aprender a amar Scarlett. Mas, agora eu tinha um bom palpite quem poderia ter sido o primeiro amor de meu pai. Já se Hermione amara meu pai, eu provavelmente jamais saberia, pois pelo que sei ele fora realmente cruel nos tempos de escola, e ela parecia realmente gostar de seu marido, tanto que agora chorava por este. Mas, o que eu sabia, de certeza, era que Rose gostava de mim. E meu pai poderia ate ter desistido de seu primeiro amor, mas, eu queria ficar com o meu.



Então antes que Molly Weasley pudesse abrir a porta, e u me virei para a mãe de Rose.



-Será que a senhora se importa de não mencionar nada sobre o que acabou de ocorrer para meus pais?-pedi, me referindo à confissão de Rose- Pra que eu possa contar a eles com mais privacidade.



-Ah, claro, querido.  Não vou mencionar nada- garantiu-me ela, afastando uma nova lagrima do rosto, com as mãos.



Respirei aliviado, já tinha uma ideia de como tentaria fazer Rose ser mais bem aceita por meus pais, principalmente pelo meu pai. Logo, para minha surpresa, a mãe de Rose substituiu sua sogra na tarefa de abrir a porta, confirmando minhas suspeitas de quem estava atrás dela.



-Malfoy?- a mãe de Rose parecia surpresa.



-Oh, olá Granger- meu pai também parecia surpreso, com minha mãe atrás dele, ligeiramente encolhida, espiando por cima de seu ombro.



-Pode me chamar de Hermione, entre, por favor- convidou a mãe de Rose, educadamente.



-Me chame de Draco, então. - meus pais entraram na Toca- Essa é minha esposa, Astoria.



Minha mãe cumprimentou a mãe de Rose, de forma cordial, porem cautelosa.



-Essa é minha filha, Rose- Hermione pôs um braço ao redor de Rose, que sorriu para meus pais, mesmo parecendo um tanto apreensiva- E este é meu filho, Hugo.



-Ah, sim. Infelizmente tivemos que ir embora antes de chegar a conhecê-la- meu pai disse, se referindo a Rose. Eu tinha achado que meu pai fora embora para não precisar ver o pai de Rose, mas naquela hora ele me pareceu sincero, mesmo eu não sabendo como seria sua reação se Ronald Weasley estivesse por ali. - Mas, é um prazer conhece-la, Rose.



Eu notei que meu pai ignorou Hugo, que parecia abalado desde que Rose anunciara nosso namoro, e era tanto a cara de seu pai, quanto Rose era a cara de sua mãe.



-Esperamos que Scorpius não tenha dado trabalho- minha mãe disse se dirigindo a avó de Rose, já que ela não parecia gostar de Hermione- Obrigada por recebê-lo.



-Não foi nada- a avó de Rose sorriu- Scorpius é um garoto perfeitamente comportado, foi um prazer tê-lo conosco.



Eu fui pego de surpresa com essa afirmação. Fiquei descrente que depois daquele escândalo pela revelação de meu namoro com Rose eles ainda estivessem satisfeitos com minha vinda, afinal parte da culpa da briga de Rose com seu pai era minha, pois eu era o namorado que ela defendera. Rose realmente não havia exagerado ao me confortar sobre minha vinda à Toca falando da hospitalidade de seus avôs, que segundo ela não me julgariam por sangue ou família.



-Malfoy, como vai?- esse foi Harry Potter, o pai de Alvo, se levantando para cumprimentar meu pai, seguido por sua esposa, Gina Weasley.



-Bem, Potter. Esses são seus filhos?- ele apontou pra Alvo, Tiago e Lilian. Mesmo que, pelo menos da parte de Alvo, isso me parecesse obvio.  



-São sim. Esses são Tiago, Alvo e Lilian- minha mãe, que ate agora permanecia indiferente a cena, sorriu para Lilian. Eu não pude culpa-la, era mesmo impossível ignorar a mais nova dos Potter, com seu sorriso cativante e cabelos ruivos ela ate me lembrava um pouco de Rose, era a única Potter com quem eu realmente simpatizava.



-Mas, então- meu pai se virou de volta para a mãe de Rose- onde esta seu marido?



Todos da sala olhavam para a mãe de Rose, esperando uma resposta, desejei que ela fosse mesmo tão mentalmente rápida para respostas quanto Rose.



-Ahh, bem... - ela pareceu desconcertada com a pergunta, por um segundo- Infelizmente ele teve um compromisso e teve que sair mais cedo.



Meu pai, por outro lado não pareceu achar aquilo nada ‘’infelizmente’’, eu ate acho que vi um vestígio de sorriso em seus lábios.



-Acho que temos que ir- anunciou minha mãe, de repente- A volta as aulas é amanhã, e Scorpius ainda tem que arrumar o malão.



-Realmente- concordou meu pai- Foi mesmo um prazer conhece-la, Rose. E obrigado por tudo, Hermione.



-Ah, não foi nada- afirmou a mãe de Rose.



Antes de qualquer coisa, puxei Rose pela mão, levando a ate a cozinha.



-Ainda não te entreguei seu presente- justifiquei, lembrando que era seu aniversario, e que eu realmente ainda não havia tido chance de entregar o presente a ela.



-Você não precisava me dar nada, Scorpi- me garantiu ela. E, pela primeira vez depois que seu pai desapartou, eu a encarei, percebendo a quão abalada ela estava com a reação dele, mesmo tentando parecer forte. Eu passei a mão pelo seu braço, confortando-a.



-Mas, eu quero te dar algo. Afinal, hoje é o seu dia. - eu afirmei, puxando uma caixa do bolso direito do meu jeans. Entreguei-a para Rose.



Ela a abriu, tirando lá de dentro um colar com um pingente de coração, que eu comprara a duas semanas. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, eu tirei o colar de suas mãos e pus em seu pescoço.



-Scorpi, isso é lindo- ela sorriu pra mim, que sorriso perfeito ela tinha.



-Feliz aniversário- eu disse, simplesmente, e me inclinei pra beija-la.



 Mas, logo que o fiz, a porta da cozinha se abriu.


-Scorpius, temos que ir e... - a voz de meu pai falhou.



Contrariado, eu tratei de soltar Rose.



-Pai, eu... –comecei, numa tentativa de me explicar.



-Falaremos sobre isso em casa- ele me cortou.



E eu logo previ que teríamos mesmo o que conversar.


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*Lumus* Aos Leitores:


FELIZ NATAL E ANO NOVO ATRASADO LEITORES! Bem, eu recebi varias reclamações de capitulos pequenos, então, decidi aumentar o maximo que consegui. A demora veio porque meu PC antigo pifou, mas, por sorte ganhei um novo de Natal (atrasado, ganhei dia primeiro, mas, pelo menos ganhei). Espero que tenham gostado! Continuem comentando!

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Comentários (1)

  • tamires wesley

    mas axa explicaçao em...kkkkkk.. rose agora scorpius..aiai..familia eh meio complicado...;) adorando a fic..\0/

    2012-07-31
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