Love And Peace or Else



N/A: Eu confesso, isso não é um capítulo propriamente disso. É uma cena extra, ou seja, o aprofundamento de algo citado na história. Portanto, eu vou agradecer e comentar os reviews no próximo capítulo, ok?

Agradecimentos à Anna-Malfoy pela idéia...

Christine Waters, em 21/05 e 22/05.

Cena extra de CdN:

Havia sido difícil, mas eles haviam conseguido.

Harry havia saído do Salão Comunal sobre o olhar decepcionado de Hermione ( que esperava que ele ajudasse a tricotar cachecóis de lã para o FALE) e um Ron ansioso pela perspectiva de ficar sozinho com a namorada pela primeira vez em semanas, sem deveres, cachecóis ou Harry para empacar.

Draco havia saído das masmorras escapando de fininho de Pansy e sua promessa de fazê-lo repousar. O sonserino sabia que descolamento de placenta era uma coisa séria, mas Pansy estava exagerando. Até os colegas estavam começando a reparar na superproteção de Parkinson, ao que Draco costumava justificar como algo familiar, já que Pansy era sua tia de terceiro grau ( não pergunte como). Os colegas sempre ficavam com aquele ar de acredito-não acredito nas caras pomposas, mas no final Draco conseguia se safar.

Eram 9 horas, e o sinal de recolher já havia tocado. O zelador, Filch, e sua abominável gata Madame Norra patrulhavam impiedosamente os corredores, procurando estudantes em excursões noturnas à cozinha, ou casais de namorados em busca de paz para namorar.

Mas isso não era problema para os dois garotos. Munidos de uma capa de invisibilidade e um fiel Mapa do Maroto (para evitar trombadas com Madame Norra), os dois, calmamente para não fazer barulho, mas rapidamente pela ansiedade, começaram a procurar salas destrancadas e desocupadas. Mas não era uma tarefa exatamente fácil.

Primeiro, Hogwarts era cheia de surpresas. A parte do castelo onde Harry e Draco iam era a menos freqüentada, abandonada havia vários séculos. Era cheio de magia acumulada, o que podia ser bem irritante. Não que você se perdesse lá dentro, mas era que as salas mudavam freqüentemente de lugar, assim como se abriam ou se trancavam aleatoriamente. Era virtualmente impossível achar uma pessoa lá dentro. Procurar um casal de namorados lá dentro era uma batalha perdida. Não era à toa que Filch já havia desistido fazia tempo de caçar estudantes lá.

Segundo, os próprios casais de namorados. Não haviam sido poucas às vezes que Harry e Draco haviam flagrado casais em amassos fogosos, ou até mesmo... Ah, esquece. O fato era que, entre as salas trancadas e as ocupadas por estudantes cheios de fogo, não havia muitas salas disponíveis.

Mas eles acharam.

Não era a menor que eles já haviam ficado, mas também não era a maior. Tinha paredes pintadas de amarelo-claro e branco, e um cheiro leve de incenso, mesmo após séculos. As cadeiras e mesas baixas, assim como pofes fofos, lembrava muito o estilo da professora Sibila. Mas alguns jogos de pedrinhas de ágata, dispostos sobre uma mesinha de carvalho, e alguns papéis com tradução sobre uma mesa não deixavam dúvidas: aquela havia sido uma sala de Runas Antigas. O chão estava coberto por uma espécie de mato seco, e em alguns cantos havia um pequeno amontoado de plantas mortas. Havia uma porta que dava para um mini-bosque, com todos os tipos de árvores e pedras que você possa imaginar. No passado devia ser provavelmente uma sala-bosque. Hoje, era apenas uma espécie de jardim desgrenhado.

“—Harry “- chamou Draco, meio rindo, apoiado na mesa, o garoto que encostava a porta – “ Olha só!”

Harry se aproximou para olhar. Na mesa, próximo de onde Draco estava sentado, havia claramente uma marca de batom vermelho escuro.

“--- Não quero nem saber como isso foi parar aí “ – comentou o grifinório, limpando a mancha com um aceno de varinha. Draco concordou com a cabeça, um sorriso ainda distendendo os lábios finos. Harry guardou a varinha e tirou as vestes, ficando de suéter e calça, e depois sentou-se ao lado do sonserino numa mesa que anteriormente devia ser do professor.

Durante alguns minutos pairou um silêncio constrangedor no ar entre os dois. Desde o início daqueles encontros estranhos, era sempre o mesmo roteiro. No início, aquela falta de ação de ambas as partes. Depois, algum dos dois se aproximava do outro e falava alguma coisa – servia qualquer coisa para iniciar contato. Depois de algum tempo, lá estava Harry conversando e brincando com a filha que ainda nem havia nascido, mas que Draco já amava com todas as forças possíveis.

Uma filha sem nome.

Opa, era um assunto. Ele e Harry nunca haviam falado nisso. Já era hora de discutir. Afinal, dois meses passavam rápido.

Devagar e cautelosamente, Draco começou a se aproximar do grifinório. Um centímetro, dois centímetros, três centímetros, quatro centímetros. Quando os dois já estavam tão perto que não dava mais para ignorar a situação, Draco apoiou a cabeça no ombro do outro garoto.

Harry no início ficou tenso pelo contato físico, mas depois de alguns segundos relaxou, as pernas balançando distraidamente no espaço. Depois de outros lentos minutos, Harry envolveu com um braço tímido a cintura do outro. Afinal, depois de um bom tempinho, Draco tomou coragem e deslizou o corpo para deitar-se, a cabeça apoiada no colo de Harry. O grifinório estava muito vermelho, mas sorria, aquele sorriso indisfarçável das pessoas quanto estão felizes. Sua mão deslizou sorreiteiramente para dentro do suéter do sonserino, os dedos acariciando a barriga, apenas pele o separando de sua herdeira.

Foi a vez de Draco corar intensamente. Agora eles sorriam, um sorriso bobo, sem motivo aparente.

Os minutos escorreram sem que eles percebessem

“ --- Nós precisamos escolher o nome” – Draco ouviu-se dizer de repente. Harry parou de seu ato distraído de acariciar os cabelos prateados dele e encarou melhor o outro, um sorrisinho brincando em sua face.

“--- Confio no seu bom gosto.”

Draco ampliou o sorriso, envaidecido.

“--- Mas de qualquer forma... precisamos decidir isso juntos.”

“--- Você a está carregando na barriga, não deveria conhecê-la melhor do que eu?”

“--- Harry James Potter, você está fugindo da responsabilidade de escolher o nome da sua filha?” – perguntou Draco, num tom brincalhão, fazendo biquinho e fingindo aborrecimento. Harry gargalhou.

“--- Eu não! Apenas tenho nenhum nome em mente.”

“--- Ora, se concentre.”

Harry fechou os olhos e franziu os lábios, pensativo:

“--- Elisabeth?”

Draco fez que não com a cabeça:

“--- Acho que Elisabeth Malfoy fica bem... mas Elisabeth Potter?” – Draco fez uma careta – “ Precisa combinar com os dois nomes também.”

“--- Então... Diana?”

“--- Diana Malfoy? Acho que fica estranho.”

“---Unh... Sofia?”

“--- Sofia Potter? Não sei não...”

Harry suspirou:

“--- Estou achando que esse nome não vai ser fácil.”

Draco torceu o nariz:

“--- Não vai ser difícil! É só nós nos... “ – ele não terminou a frase, sentando-se rápido que nem raio. Harry sobressaltou-se:

“--- Que foi?”

Draco virou-se para ele, os rostos muito próximos:

“--- Harry...” – disse, simplesmente – “Clarice.”

Harry pareceu refletir por alguns segundos.

“--- Clarice Malfoy Potter.” – sorriu – “ Fica muito bonito, Draco. Eu falei que você tinha bom gosto...”

Draco nem conseguiu rir direito. Seu cérebro congelara. Eles agora estavam tão próximos que podiam sentir um a respiração do outro.

Mas apenas proximidade não configura um beijo. É necessário também iniciativa, o que nenhum dos dois tinham, pelo menos sóbrios. Narizes encostados, bocas roçando, mas... não beijo propriamente dito.

Quando o contato físico começou a se tornar torturante demais para ser agüentado, aconteceu.

Eles se beijaram.

No futuro, se você perguntasse a eles quem havia tomado a iniciativa, nenhum dos dois saberia responder. Foi um daqueles beijos que ninguém beijou ou foi beijado, estava acima desses conceitos. Foi... um beijo. Um beijo daqueles que se amam.

Mas quis o destino que ele não durasse muito tempo. Apenas alguns segundos depois que as línguas se tocaram, algo fez Draco Malfoy abrir os olhos e olhar diretamente para a porta. Quando ele viu, arregalou os olhos e empurrou Harry para longe, arfando.

“--- Draco... Draco, o que que houve?” – perguntou surpreso o grifinório.

“--- Eu ...acho...que... Madame...Norra...porta..." – respondeu Draco, meio sem ar, apontando para o lugar onde vira a sombra. Harry saltou da mesa e correu até o lugar para ver.

Mas haviam sido apenas as sombras. As cruéis sombras daquele corredor escuro.

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