Você pode voar?



Capítulo 12 – Você pode voar?


Pov’Autora:


 


         Harry logo descobriu que a vida em Hogwarts não era tão “folgada” como ele achava que era. Tinha muitos deveres – que de acordo com seus amigos tinham dobrado nesse ano de N.O.M.s – muitos feitiços a aprender, muitos livros a ler, e pouco tempo para fazer tudo que queria.


         Claro que, tendo o aprendizado que teve em Harmony, tudo era fácil, ele praticamente sabia a matéria, mas estava desconcentrado essa semana inteira. E tudo por causa de uma maldita estrela!


         Isso mesmo, uma estrela! Era um sonho esquisito que ele andava tendo nessa semana, desde que tinha chegado e descoberto sua família. No primeiro dia ele pensava que fosse só um sonho esquisito que ele tivera. No segundo ele falara para si mesmo: “Tudo bem, deve ser só o choque de ver todos”. Mas a coisa se sucedeu todos os dias da semana e ele estava pirando para descobrir o que era aquilo.


         Afinal, em Harmony, nunca estudara nada sobre sonhos – e ainda achava que seria loucura estudar. De vez em quando, pensava em falar para alguém – para Al, ou seus pais, que pareciam entender muito bem o que ele falava. Mas, seria só tachado de louco, só isso.


         Então ele ficou quieto e conformado em aprender a matéria do quinto ano.


         Ia para Herbologia, observava plantas estranhas, ganhava pontos para a Grifinória, pois já sabia as respostas. A Profª Sprout era uma professora comum e ele achava que até ensinava bem, mas, para ele que já sabia de antemão, ficava entediante, mas tudo bem, quem ligava?


         Ele também logo descobriu o que significava o nome “Severo Ranhoso Snape”. Nunca irá se esquecer do olhar que o Mestre de Poções lançou a ele na quarta feira, na primeira aula dele. Seus olhos negros soltavam labaredas nervosas de fogo, e pareciam querer desintegrar Harry até ele virar pó. E, o que Harry fez? Encarou de volta, nem um pouco intimidado, porque, ele gostava de jogos, e esse jogo era particularmente divertido. “Queime seu inimigo até a morte” dissera ele a seus amigos, que riam pensando nessa possibilidade em Snape – apesar de ficarem em duvida se o moreno falava sério ou não.


         Transfiguração era uma matéria absurdamente complexa. Ele sabia as fórmulas, sabia como fazer, mas, com uma varinha, bom, era mais complicadinho – e Harry não gostava dessa aula, pois o fazia se sentir burro, uma sensação que ele odiava muito ter.


         Feitiços era dado pelo miúdo Prof. Filius Flitwick e era muito, muito fácil. Ele se contentava em saber que, pelos menos nessa matéria, ele conseguia usar uma varinha – era tudo tão mais fácil só com as mãos...


         Astronomia era muito chato, se não fosse aquelas intermináveis noites que deitava na neve fofa e encarava o céu estrelado, com Chadhi lhe apontando todas as constelações e afins, ele nunca conseguiria tirar uma boa nota nessa matéria, porque ele não conseguia prestar atenção.


         História da Magia era uma matéria absurdamente chata e ministrada por um fantasma, o Prof. Binns. Ele usava uma voz lenta e monótona, alem de dar uma vontade enorme de se atirar da Torre de Astronomia, rindo e sentindo prazer disso. Harry ainda tinha sérias dúvidas se Hermione não era um E.T, porque só ela conseguia fazer anotações nessa aula chata para caramba.


         Duelos Avançados era uma de suas matérias favoritas, porque, simplesmente, adorava duelar. Era tão divertido, como um passatempo, ou um hobby, o que fosse. Defesa Contra as Artes das Trevas e Defesa Avançada também eram matérias empolgantes, ele já sabia todo o conteúdo, de forma que as tarefas na sala e os deveres de casa eram realizados de forma rápida.


         Também tinham as matérias complementares, poderia chamar assim. Runas Antigas, Adivinhação, Aritmancia, Estudo dos Trouxas e Trato de Criaturas Mágicas. Harry tinha que escolher no mínimo uma – na verdade, a Profª McGonagall lhe explicara que no terceiro ano eram duas, no mínimo, mas, com o acréscimo de Duelos e Defesa Avançada, tornaram-se muitas matérias.


         E, a pedido de Alicia, ele escolheu Trato de Criaturas Mágicas. Nesse tempo podia ficar com ela e Susana, pois Neville e Rony – amaldiçoando-se até hoje, diziam eles – escolheram Adivinhação. E Hermione, claro, escolhera Runas e Aritmancia. Gina, Fred e Jorge (que eram realmente divertidos) não eram da mesma turma, o que era um pouco chato às vezes.


         E, no meio de toda essa “alegria”, o sábado chegou, para a felicidade de todos.


 


Pov’s Harry:


 


         Mais perto, talvez se eu esticar minha mão um pouquinho mais... Só um pouquinho... Um vento começou a soprar incomodo na minha orelha, mas continuei tentando alcançar aquela maldita estrela queria ver se conseguia pegá-la, sacudi-la, vir o que ela tinha de tão importante.


         Mas o ventinho na orelha continuou, dando algumas pausas de vez em quando. Quando senti isso nas duas orelhas, decidi que era hora de despertar. 


         Para minha surpresa, quando sentei ereto na cama, desgrenhando mais ainda meus cabelos, ouvi risos. Eram agudos e femininos. Claro, eram de Susana, Gina e Alicia.


         Esfreguei os olhos, e tive um flash de um garoto – estranhamente, eu – usando óculos, só que menor. Eu os colocava na minha cara quando acordava. Eu hein...


- O que fazem aqui? – perguntei sonolento. Sério, já estava tão acostumado a presença dos meus amigos e familiares, que desisti de pensar que eu era um estranho “no ninho”.


         Alicia deu seu riso agudo e melodioso, como Akemi cantando.


- Ora, ora, Pontitas – odeio quando ela fala assim – não achou que ia escapar, achou?


- Sei lá – falei também zombeteiro – Mas, pode me dizer antes, escapar do quê?


         Gina revirou os olhos, como se eu não saber o que quer que fosse, fosse o cúmulo dos cúmulos. Gente estranha.


- Oras bolas, na nossa “detenção” na terça, com meus pais, titio Aluadinho e meus padrinhos, falei que ia levar você para o Campo de Quadribol e mostrar a melhor coisa da vida – falou, indignada, Alicia.


         Sério, se ofendem com muita facilidade. Mas, só suspirei, balançando a cabeça, fingindo dizer que lembrava isso – até parece! Nunca montei numa vassoura, vou me esborrachar no chão.


- Ah, e sabe qual é a melhor coisa de todas? – perguntou Alicia – Como euzinha aqui – sem modéstia na voz, ta gente – sou a capitã do time de Quadribol da Grifinória, reservei o campo para a gente, hoje!


         Susana acrescentou: - o time da Grifinória, que é composto por eu, Alicia, Gina, Fred, Jorge e Rony faremos um teste de apanhador em você.


         Como é?! Berrei em minha mente. Nem sei o que é um apanhador, como querem que eu seja um? Loucos, estou dizendo, loucos!


- Então, todo mundo vai estar lá, até sua mãe, minha mãe, tio Remy, até seu pai e meu pai, que tiraram folga hoje! Não vai ser incrível?! – animou-se Al.


         Ah, se ela soubesse como eu queria me atirar de cabeça da Torre de Astronomia, ela não acharia “incrível”...


- É, será incrível – murmurei, enquanto olhava para elas saindo para eu mudar de roupa.


         Olhei em volta do quarto. Rony ainda roncava profundamente na cama, Neville estava num estado semi-consciente enquanto se vestia. Dino cantava desafinado no chuveiro e Simas já havia descido.


         Foi assim que começou o dia do meu juízo final.


 


Pov’s Alicia:


 


         Tava na cara, pelo menos para mim, que Pontas não se lembrava dessa história de “Quadribol!”. Mas, tudo bem, tudo bem. Ele é só um garoto desmemoriado que esqueceu que sabia jogar Quadribol muito,muito bem – como também esquecera que tinha família, amigos, poderes super-desenvolvidos e eu.


Tudo bem, pensei com cinismo.


         Ah, quem eu queria enganar? O que eu mais queria era que ele lembrasse, será que se ele bater a cabeça com muita força se lembra? Blah, desenho animado demais... Culpa da tia Lily, que insiste em coisas trouxas.


         Suspirei, enquanto acompanhava Su e Gi para o Salão Comunal.


- Ele estava tão gatinho – praticamente ronronou Susana, sorrindo maliciosa para mim – naquela calça de pijama, com o peitoral todo exposto... Acho até que ele nem percebeu que estava assim...


         Gina riu, gargalhou descreveria melhor. Mas eu senti meu rosto esquentando tanto que poderia fritar ovo na testa, e, sem olhar no espelho, sabia que tinha corado tanto a ponto de parecer que eu queria me esconder entre meus cabelos.


         Por que nasci ruiva mesmo?!...


- Vou pegar nossas vassouras lá em cima – resmunguei, torcendo para que meu rosto ainda não estivesse no tom que eu pensava e que para Susana e Gina pararem de rir.


         Entrando no dormitório feminino do quinto, vi Parvati ainda dormindo a sono solto – até senti vontade de tirar uma foto e mostrar como ela baba sim – e Lilá tomava banho, reclamando sobre a vida e os garotos que não queriam sair com ela. Ok, né? – só o que posso dizer sobre as coisas que rolam em Hogwarts.


         Peguei a Nimbus 2002 de Susana, que tinha o cabo de uma madeira bem polida e as farpas bem espetadas e bem cuidadas, na cama dela. Embaixo da cama da Gina estava sua Cleansweep e a de Rony, que, depois de um tanto arranhada por ter batido na parede, a irmã tomou – para ver se assim ele não quebra a vassoura por inteiro.


          E, em cima da minha cama, como eu tinha deixado agora pouquinho, estava minha Firebolt e a Firebolt Ultra do Harry. Meus pais tinham me dado a Firebolt no meu aniversário esse ano, bem no dia que Belatriz atacou Hogwarts – pois é, dia marcante, não? E, bom, sobre Firebolt Ultra – de acordo com Tio Pontas e a madrinha – é um presente por todos esses anos que ficaram distantes.


         Bom, devem ter pagado uma nota – só maneira de se expressar, porque na verdade, são pilhas e pilhas de galeões – pela vassoura dele. Foi pedida logo na terça, depois do combinado de que eu mostraria o que é Quadribol. E, como a encomenda era pra em cima da hora, custou mais caro do que já era. Mas, de acordo com tio Pontas: “Eu sei que ele joga bem, não estou jogando meu dinheiro fora” – como meu pai gosta de gozar da cara dos outros disse: “Também, se for mariquinha, o que não seria duvidoso, sendo um filho seu, ele poderia dar a vassoura para minha talentosa filha”, mas eu sabia que ele também quicava de animação.


         Eu disse que a história dessa vassoura é importante. Peguei todas, e pensava seriamente se elas não iriam cair a qualquer hora e também dando graças por Fred e Jorge levarem eles mesmos as próprias.


         Voltando no Salão Comunal, vi que Susana, Gina e Hermione conversavam – Mione provavelmente já tinha terminado seu livro, pois era isso que ela estava fazendo, já que não quis nos ajudar a acordar Harry.


         Alguns alunos passavam pelo retrato do buraco, prontos para ir tomar café, sem se importar em ficar no Salão Comunal.


         Rony estava meio deitado meio sentado na poltrona, babando, ainda não tinha acordado. Neville, já desperto, flutuava uma pena no nariz de Ron, fazendo-o coçar durante seu estado semi-consciente. Fred e Jorge já tinham também acordado, e ajudavam Nev.


         Porém, pouco liguei para isso, meus olhos só batiam em Harry. Já estávamos no outono, mas hoje ainda era um dia quente, de forma que não precisávamos de casacos, ainda.


         Como nos fins de semana podíamos usar roupas trouxas, usávamos as mais confortáveis – ou, no caso das patricinhas, as mais “estilosas”.


         Eu, por exemplo, vestia uma calça jeans preta, um tênis da Nike roxo e uma camiseta branca lisa, exceto pelo escrito bem no meio em letras de forma vermelhas “E se...”. Além de ter um rabo de cavalo mal feito prendendo meus cabelos ruivos. Tudo muito confortável.


         Mas Harry, ah, Pontas parecia quase um modelo nova-iorquino, bonitão e rico. Vestia calças jeans cinza escuro, uma camiseta preta que definiam bem seus músculos e um tênis branco. Parecia inconsciente de como era uma tentação...


         Balancei a cabeça para espantar os pensamentos e terminei de descer as escadas. Entreguei as respectivas vassouras para todos, e entreguei por ultimo a Firebolt Ultra novinha em folha para Harry.


         Ele franziu o cenho – gente, como ele era fofo! Foco, Alicia, foco! – e olhou para mim questionador.


- O padrinho e a madrinha estão dando a você, como presentes de aniversários atrasados – expliquei rapidamente, vendo suas duvidas.


         Harry já ia começar a dizer toda aquela ladainha: “Não posso aceitar, deve ter sido muito caro, eu não mereço, blá, blá, blá”. Só empurrei a vassoura para suas mãos e disse como se fosse uma ordem:


- Fique.


         E, como um cachorrinho bem treinado – só de zoação, ta, gente? – ele obedeceu. Bom menino!


         Rindo, fomos tomar café. Acenei para meus pais, tio Remo e meus padrinhos – todos muito sorridentes, acho que a volta de Harry trouxe vida a todos nós, fato.


         O café da manhã – torradas com geléia de framboesa, suco de abóbora e um pedaço de bolo de chocolate (pelo menos o meu era isso) – parecia muito mais gostoso hoje, mas era só porque eu sabia que esse dia tinha tudo para ser bom.


- Olha, gente, vou indo antes com o Harry para lhe explicar as regras básicas – anunciei, como se fosse a rainha do mundo. Rá.


         Susana, Gina e Mione se entreolharam, mas somente Su se pronunciou, naquele seu já conhecido tom de malicia: - Sei, explicar.


         Decidi ignorar isso e puxei Harry pelos (musculosos) braços. Ele vinha andando atrás de mim e tinha uma cara de quem não queria nadinha fazer isso. Nadinha mesmo!


         Quando chegamos ao campo, reparei, pela primeira vez, que ele estava mortalmente pálido. Coitado.


 


Pov’s Harry:


 


         Quando Alicia me puxou, eu soube que ela me puxava em direção a morte. Sei que soa dramático, mas era só a realidade. Eu não queria realmente fazer isso. Sabia que ia me quebrar todo e isso incluíam o pescoço.


         E ia, principalmente, pagar o maior mico de toda a minha vida.


         Vi ela fazer uma cara de pena quando viu minha brancura, e eu estava a ponto de ver tudo preto, tanto que quando ela falou comigo, sua voz parecia distante:


- Não se preocupe, Pontas, você vai se dar bem, como tudo que você faz – ela disse, afagando minha mão, fazendo um movimento circular nela com o dedo.


         Me senti voltar a realidade, já não mais enxergando o preto e só o rosto dela – que estava vermelho como pimenta. Mas... Eu gostava, é, ainda estava bonito. Por que eu não dizia logo a ela que gostava dela? Aqui estava vazio e parecia um bom lugar...


- Chegamos! – gritou uma voz ao longe.


         Viramos nós dois rapidamente, vendo nossos amigos e nossa família se aproximando. Com o sol batendo em nosso rosto, esperamos eles se aproximarem.


- E então, pronto para voar, filho? – perguntou, animado, meu pai.


         Ouvir filho me deu uma sensação de calor dentro de mim, que logo foi substituída por pavor quando lembrei do voar. Pronto... Voar... Filho... Voar... Pronto? Essas palavras se embaralhavam na minha cabeça, criando uma ordem desorganizada e sem sentido algum, que me deixava confuso pra cacete. Agora, uma das raras as vezes que falo... – Porra! Que merda!


         Eu podia estar numa situação pior? Nããão.


- Na verdade, Al ainda não me falou as regras – me virei para minha amiga, meus olhos quase brilhavam de medo de fazer a pior besteira do mundo.


         Susana – sério, percebi que ela é muito maliciosa – já sorriu.


- Ainda não? Em todo esse tempo que estavam juntos? Espero que não tenham feito algo comprometedor – disse. Fred e Jorge choravam de tanto rir, parabenizando ela. Vi Nev ficar vermelho de ciúmes por isso.


         Alicia virou um pimentão do meu lado.


- Você é muito pervertida, Susana Amy Bones! – chiou Al, indignada. Ah, então esse era o tal nome do meio de Su? Interessante... De acordo com Hermione, quando me falara sobre o tal “amaldiçoado nome”, era porque sua tia era Amélia e sua mãe Sheryl.


         Esta, por sua vez, torceu a cara em desagrado, obviamente não gostava do nome do meio.


- Humpf – foi o único som que saiu da boca de Susana, e todos riram.


         Eram raras as vezes que alguém dava uma resposta à la Susana Bones e fazia esta ficar emburrada, como dizia Gina.


 


Pov’s Autora:


 


         Alicia, com ajuda de Fred e Jorge – tudo bem, não era bem ajuda – explicaram a Harry as regras do Quadribol e o que ele teria de fazer sendo apanhador.


- Com certeza você vai ser bom, Pontas – incentivou Alicia, quando terminaram.


- Bom – começou Fred.


- Melhor do que o que tínhamos antes e se formou – continuou Jorge, sorrindo.


- Mike Schmitzel era horrível, mas nossa única opção – terminaram juntos, em perfeita sincronia. Estranho.


         Esse comentário não fez Harry se sentir melhor, mas agora não tinha jeito. As pessoas sentaram na grama mesmo, com preguiça de ir até a arquibancada.


         Um Neville corado sentou-se perto de Susana, que nada reparou enquanto conversava com Gina e Hermione, que mostrava-se um tanto brava por Rony nem reparar que ela queria que ele sentasse ao seu lado e não ao lado dos gêmeos para conversar. Tiago, Lílian, Sirius e Marlene assistiam a tudo isso com sorrisos bobos. E Remo ria de como eles adultos ainda pareciam na época de Hogwarts.


- Vamos Harry – ainda incentivava Alicia – isso, é, passe sua perna pela vassoura, aham, agora, dê um pequeno impulso, sim, assim mesmo, e depois... HARRY!


         Harry estava fazendo tudo que sua amiga falava, mas depois do “impulso”, ele simplesmente tirou os pés do chão, e sua vassoura saiu em disparada para cima e, para sua surpresa, a sensação não podia ser melhor, ele se sentia tão livre quanto quando voava como fênix.


         O vento batia em seu rosto, em alta velocidade. Ele segurou-se na vassoura e quase deitou-se nela para ir mais rápida, subindo até o céu, e descendo em alta velocidade, puxando-se para cima quando estava prestes a bater na grama. Fez loops e manobras radicais. Estava adorando aquilo!


         Parando no ar, bem no meio do campo, viu Alicia sorrindo lá embaixo, enquanto gritava logo depois:


- Eu sabia que você ia conseguir Pontas! – ela sorriu mais – Afinal, ninguém voa numa vassoura melhor do que você!


         Harry ouviu seu padrinho gritar: - Exceto eu! – e riu.


         Alicia gritou novamente: - Agora vou soltar o Pomo de Ouro, dê algum tempo e tente pegá-lo o mais rápido possível, ok?


- Tá! – gritou lá de cima, vendo a amiga abrindo a caixa com as bolas de Quadribol e soltando a pequena bolinha dourada.


         Ele acompanhou com os olhos enquanto o pomo se afastava velozmente, batendo suas asinhas prateadas e sumindo no céu. Enquanto esperava, pensou em como fora tolo em sentir medo de fracassar, se sentia tão à vontade numa vassoura quanto se sentia a vontade sentado num sofá.


         Correu os olhos rapidamente pelo campo e não se decepcionou quando viu o pomo de ouro voando rapidamente perto dos aros do lado direito. Impulsionou a vassoura para frente – sentindo como era boa a velocidade dela – e esticou o braço, mas o pomo moveu-se para cima, e ele imitou o movimento. O pomo voou velozmente para baixo, numa descida de quase noventa graus, e Harry imitou, novamente, o movimento.


         Seus dedos estavam a milímetros de alcançar a bolinha, inclinou-se um pouquinho para frente e pegou-a, levantando o cabo da vassoura a tempo de não bater no chão. Satisfeito, voltou com o pomo de ouro na mão direita e aterrissou ao lado de Alicia, que só faltava chorar de animação.


         Harry saiu da vassoura e logo foi abraçado.


- Eu disse que você é o melhor! – choramingou sua amiga, contra seu ombro, obviamente emocionada com tudo isso – Mas o que você tinha na cabeça quando desceu daquele jeito? Quer quebrar o pescoço?


         Está aí uma coisa que Harry não entende nas meninas: em um momento, lhe abraçam e dizem que te adoram ou que você é o máximo, no outro repreendem você. Isso não faz muito sentido.


- Já temos nosso apanhador! O melhor do século, com certeza! – comemorou Rony, dando tapinhas no ombro do amigo.


         Tiago recebia cinco sicles de Sirius, que parecia falsamente resignado.


- Eu disse! – falou o Potter, brincando de ser arrogante novamente.


- Já sei! – repetiu Sirius, cansando de que o amigo falasse em como o filho era bom em Quadribol.


         Os gêmeos chegaram festejando e falaram: - O primeiro jogo da temporada já aconteceu, Lufa-Lufa contra a Corvinal, e os Lufos ganharam. O próximo é Grifinória contra Sonserina, na semana que vem, e com certeza vamos ganhar!


         Harry não deixava de ficar impressionado em como os gêmeos Weasleys conseguiam falar em tal sincronia.


 


Pov’s Harry:


 


- Você devia comer alguma coisa, Pontas – chiou, pelo que parecia a milionésima vez comigo, Alicia.


         Mas a comida entalava na minha garganta, eu acho que não conseguiria nem tomar um copo de suco sem vomitar. Era sábado, 13 de Novembro. Ou seja, o primeiro dia que a Grifinória jogava – e a primeira vez que Harry jogava. E ele se sentia enjoado.


         Não pensei nisso a semana inteira. Gostava dos treinos – por mais que estivesse lotado de deveres de casa – mas, analisando agora, a coisa toda parecia um pesadelo. Só gostava da sensação de voar, com os meus amigos tudo bem, mas... Com toda uma platéia?


- Boa sorte, Potter, vai precisar – falou, desdenhoso, Snape, enquanto passava pela mesa da Grifinória para ir a mesa dos professores. Bláh, aquele cara era um amargurado, se você quer saber bem.


         Seguindo com os olhos o caminho de Snape, meus olhos bateram na minha mãe, na minha madrinha e em Remo, ambos sorriram e acenaram, como faziam todo dia. Felizmente, meu pai e meu padrinho tinham ido trabalhar no Quartel de Aurores e não iriam ver minha desgraça, e, sim, eu adoro um drama.


         Nessa semana toda, eu pude descobrir tudo sobre a Sonserina. O capitão era Marcos Flint, do sétimo ano, um brutamonte e era artilheiro. O goleiro era Malcolm Forcaoc, que, de acordo com Rony, era uma dos mais exagerados em relação a puro-sangue e sangues-ruins. Os batedores eram Crabbe e Goyle, aqueles gorilas, facilitara Gina. Os outros dois artilheiros eram Petterson Walks e Alex Pannisan, dois Sonserinos qualquer. Além de seu maior “inimigo”, Blásio Zabine.


- Antes era Draco Malfoy, mas ninguém sabe porque ele desistiu esse ano – explicou Susana, quando já estavam no vestiário, se preparando.


- Com certeza para virar um Comensal – sugeriu Fred, aparentemente pouco ligando para Draco Malfoy.


 


Pov’s Autora:


 


         Quando Harry olhou pela porta do vestiário, viu todas as torcidas, além de um grande cartaz com letras que mudava de cor, escrito: “Grifinória arrasa!” na torcida vermelha e dourada. Viu Hermione e Neville lá, gritando e torcendo pelo jogo que ainda nem começara. Viu Dumbledore na arquibancada dos professores.


         Virou-se para seus amigos, sentindo-se levemente enjoado, mas não podia desistir, não podia decepcioná-los. Quem narrava era Lino Jordan, amigo dos gêmeos.


- E lá vem a Sonserina: Flint, Walks, Pannisan, Forcaoc, Crabbe, Goyle e Zabine! – não veio com muita animação. A torcida Sonserina urrou quando os jogadores entraram, as outras torcidas vaiavam.


- E aí vem o time da Grifinória: nosso trio de artilheiras, Black, Bones, Weasley, os batedores, Weasley e Weasley, o goleiro Weasley e o mais novo e melhor apanhador... Potter! – isso veio seguido de urros de “Viva!” das outras casas, abafando a vaia da Sonserina.


- Jordan! – reclamou McGonagall, diante a empolgação exagerada do menino.


- Desculpe, professora McGonagall, desculpe! – mas Lino não parecia nenhum pouco arrependido – E os capitães apertam as mãos, e começa a partida! Black pega a goles, vai em direção aos aros, Flint chega pela direita, Pannisan pela esquerda, vão fechar a Black...! Mas ela foge e marca o gol! Dez a zero para a Grifinória!


         Harry via o jogo se estender a sua frente, com Alicia, Susana e Gina marcando vários gols, Fred e Jorge tacando, com sorriso e força, balaços nos Sonserinos, Rony defendendo muito bem. Mas o time das cobras trapaciava muito, batendo com mais violência do que seria necessária e tacando balaços onde nem seria permitido.


- Pronto para perder, Potter? – falou uma voz a seu lado e, virando-se, viu Zabine. Apesar disso, o jogo estava 90 a 40 para a Grifinória.


- Tanto faz – falou, distraído, Harry.


         Ele seguiu Alicia com os olhos, ela segurava a goles e voava rapidamente em direção aos aros da Sonserina. Comemorou quando marcou gol para a Grifinória.


         Viu um brilho dourado lampejar perto dela. Ignorou totalmente o que Zabine se gabava e voou calmamente para lá. Ninguém prestava atenção nele.


- Oi, Al – falou, quando chegou perto dela. Ela já estava saindo para ajudar Gina, que saía atrás da goles na mão de Walks.


- Hã? – falou distraída, e depois surpresa por vê-lo ali – Olá, Pontas. Mas você sabe que estamos no meio de um jogo de Quadribol, não sabe?


         Harry sorriu.


         Zabine gritou lá de cima: - Parando para conversar com a namorada, Potter! – e com isso pareceram, finalmente, se tocar que Harry estava ali, conversando calmamente com Alicia Black.


- Mas o que é isso, minha gente, por que Potter parou de procurar o pomo? – irradiava Lino Jordan, contra o microfone. Todas as torcidas mostravam-se confusas.


         Harry, sem se abalar, virou-se para Zabine e gritou, todos ouvindo:


- Não, só para pegar o pomo e ganhar de você! – e, com isso, virou-se novamente para Alicia, tirando o pomo de trás da orelha direita dela, onde nem percebera que estava.


         Soou o apito de Madame Hooch: - Grifinória ganhou!


         A partir daí foi uma confusão, a única coisa que Harry ouviu, e entendeu, foi sua melhor amiga dizendo:


- Eu não disse que você podia voar, Pontas?


         E sorriu.

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Gente, desculpa a demora, mas tava viajando - e, sim, foi muito boa a viagem!

Mas, como fiquei muito tempo sem escrever, a imaginação foi acumulando, tanto que até precisaria de seis braços para digitar tudo que eu quero.

Sobre as minhas outras histórias, calma, povo, não abandonei elas, só estou me concentrando nessa primeiro, senão, vou pirar!

Obrigada pelos comentários, eles me incentivam, e eu A-D-O-R-O!

Até a próxima,

Beijos,

          Annie Evans Potter

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