Sem um passado



Me perdoem se vamos voltar alguns anos...


 


Capítulo 5 – Sem um passado


(23 de Agosto de 1991)


POV’s Autora:


 


         Você sabe qual o lugar mais lindo do mundo?


         Localizado no Canadá, existe uma pequena cidadezinha bruxa chamada Harmony. Seu significado direto era harmonia, e se chamava assim, pois significava harmonia em quase todas as línguas faladas.


         Harmony também era conhecida como Cidade das Fênix, pois existiam fênix de todas as cores, e cada pessoa lá parecia ter uma. Às vezes, quando alguém chegava em tal lugar, achava uma fênix para ficar consigo, como uma companheira.


         Era um lugar calmo, bonito e cheio de tranqüilidade. Era um pouco menor que uma cidade e um pouco maior que uma vila. Era um lugar bruxo, totalmente.


         Todo trouxa que desconhece magia, não conseguiria entrar. Harmony é cercada por uma densa floresta, com seres mágicos e não-mágicos, onde impossibilita a passagem. Em geral, poucos bruxos acham, e os que acham, não saem, de tão encantados com a paz que reina no lugar.


         Harmony possui a Floresta das Vozes situada atrás de si, mas na frente possui um lindo lago azul e cristalino, de águas estranhamente quentes e com ondas suaves. O Lago Bluemoon.


Os costumes de lá são simples e fáceis de se aprender. A língua falada é inglês, e alguns até falam francês, mas são poucos.


         Existia uma sala no prédio da escola – também considerado o prédio mais importante – usada para reuniões, e atrás dessa sala, há outras, cheia de moedas e tesouros. Ninguém guarda a porta, a cidade é calma, não há ladrões.


         As guerras sempre passavam longe dali, como se houvesse uma barreira mágica que tendesse a afastar coisas ruins. Mas, mesmo assim, era lá que você encontraria os melhores guerreiros, os mais poderosos, e, até, os mais destemidos.  


         São treinados a partir de seus doze anos, e sempre estão preparados para uma boa luta, mas nunca uma guerra, somente uma luta para aprimorar habilidades.


         Na escola, existem os mestres, respeitados por todos. O mestre-chefe como um diretor, e também era o que governava a cidade, mas tinha o corpo docente, o Conselho.


         O Mestre Dimitri era o atual “governante” da cidade. Ele era velho, tinha mais de cem anos, e mesmo assim, era poderoso e sábio.


         Na cidade, os bruxos aprendiam a usar magia com as mãos e sem portar uma varinha – como os da Europa tendiam a fazer – mas Mestre Dimitri gostava de usar um cajado. Primeiramente, usava-o como uma espécie de bengala, por mais que não necessitasse de uma, seus movimentos eram ótimos, mas também parecia lhe dar mais autoridade, e poder.


         Ele caminhava calmamente pela cidade, cumprimentando as pessoas que caminhavam pelas ruas, bem agasalhadas, pois era frio no norte do Canadá, próximo demais a um dos pólos.


         Ele adorava a cidade em que morava, e não trocaria por nada neste mundo esta paz reconfortante. Foi despertado de seus pensamentos quando um dos vigias da torre lhe chamou:


- Mestre Dimitri?


         O velho homem virou-se para o vigia, John.


- Sim, jovem John? – a realidade era que jovem não descrevia bem John, mas Mestre Dimitri fora mestre de muitos ali naquela vila.


- Encontramos um bruxo – falou.


         Mestre Dimitri não mostrou-se surpreso. Não que fosse comum um bruxo chegar até ali, mas é que já acontecera muitas vezes isso.


- Os médicos já estão tratando-lhe? Ou ele conseguiu chegar saudável? – tinha uma nota de diversão. Ele lembrava-se do último bruxo que chegara, um tanto animado.


- Na verdade, senhor, o bruxo que chegou é uma criança, ainda – falou, sem jeito, John.


         As sobrancelhas do velho homem somente ergueram-se, surpresas. Ele agradeceu a John, enquanto andava em direção a Enfermaria da vila. Viu alguns médicos cuidando de pessoas com doenças leves e que não corriam risco de vida, mas passou, cumprimentando uns poucos.


         Chegou na sala dos Internados. Várias camas com lençóis brancos ocupavam a sala, mas somente uma tinha alguém.


         Aproximando-se, viu um garoto. Não devia ter mais que dez ou onze anos. Os cabelos eram negros e muito revoltos, a pele parecia pálida, mas devia ser devido ao cansaço de ter chegado ali. Ele era pequeno.


         Desviou seu olhar do garoto, para uma ave – uma fênix – que estava em cima da grade da cama, olhando tristemente para seu dono.


         A fênix era tinha penas douradas, e embaixo das asas as penas assumiam uma tonalidade prateadas. Os olhos eram verdes esmeraldas, e ele logo soube qual era a cor dos olhos do garoto – os olhos das fênix têm a cor dos olhos dos donos.


         Logo soube como o garoto viera parar ali. Quando os donos estão a beira da morte, as fênix trazem seu dono até a Cidade das Fênix, Harmony.


         Perguntou a um médico como o garoto estava, e este respondera-lhe que estava bem, mas precisava descansar. Sua magia fora esgotada, e até que fosse reposta, demoraria.


         Antes de sair, viu um brilho fino, como uma segunda pele, de cor dourada circular o garoto. Mas nada mais aconteceu.


         Foram várias semanas de espera, e essas semanas tornaram-se um ano. O garoto dormia profundamente, mas cada vez mais dava sinais de que ia acordar.


         No dia 31 de Julho, somente do ano seguinte, o garoto despertou.


         Ele sentia-se desorientado, e piscando, viu uma sombra a sua frente. Coçou os olhos, e finalmente os abriu. Era um velho a sua frente.


         Tinha barba branca, tão grande que poderia amarrar no cinto. Os olhos eram marrom terra, mas pareciam mais sábios do que ele nunca vira. E por mais que parecesse, por causa de seu rosto, velho, tinha uma expressão jovial.


- Como vai, meu jovem? – perguntou o velho.


         Mas o garoto só piscou e depois, pareceu angustiado.


- Não consigo me lembrar de nada! – parecia apavorado.


         Sua cabeça estava em branco, tentava se lembrar de seu passado, mas não conseguia, tentava pensar, mas não lembrava.


- Acalme-se, meu jovem, acalme-se – disse o homem velho – Consegue pelo menos lembrar de seu nome?


         A testa do garoto franziu-se em esforço, mas a única coisa que conseguia lembrar era isso, então.


- Sou Harry, só Harry – falou decepcionado.


         Mas o homem velho dirigiu-lhe um sorriso bondoso, como se dissesse “tudo vai ficar bem”, por mais que não estivesse.


- Sou Dimitri, Harry – apresentou-se o mestre.


- O-onde estou? – gaguejou.


         Mestre Dimitri sorriu: - Está em Harmony.


- Nunca ouvi falar – disse, um tanto envergonhado, as bochechas coraram por ter admitido isso.


         Mas Dimitri ainda sorria.


- Sem memória, é claro que não – brincou, arrancando um pequeno sorriso do moreno – Mas Harmony fica no Canadá, também chamada de Cidade das Fênix.


         Quando ele disse isso, um giro de chamas apareceu na frente de Harry, em sua cama. E este, levou um susto. Mas uma palavra em sua cabeça foi sussurrada: Magia.


         Ali estava um pássaro – com certeza uma fênix, pensava o moreno – dourado.


- Como vai, chefe? – perguntou a fênix.


         Mestre Dimitri escutou o garoto falar numa língua que ele não entendia, mas viu que se comunicava com sua ave.


- Chefe?


- Vai dizer que não se lembra de mim? – perguntou a fênix, mas vendo o olhar do garoto, entendeu tudo, então, tratou-se de se apresentar – Sou Akemi, sua fênix.


- Minha? – o moreno entrara num estado de confusão sem fim, devia estar sonhando, era isso!


- Sim, sua. Sou Akemi, fênix de Harry – riu-se a ave.


         O garoto deu um primeiro sorriso, finalmente se acostumando a idéia da coisa toda.


         A partir daí, Harry entrou na escola, iria aprender a usar magia corretamente, iria “começar a viver”, porque sua perda de memória não lhe deixava lembrar o seu passado, fosse bom ou ruim.


         Harry tinha várias aulas por dia, de Feitiços de Defesa, Feitiços de Ataque.


         Ele gostava de sentar-se em frente ao Lago Bluemoon, de manhã, antes de todas as aulas, para meditar – achava que isso aumentava seus sentidos e sua concentração.


         Na sua primeira aula de ataque, ficara incrédulo quando o professor falara que ele conseguiria realizar o feitiço “Rictusempra”, mas ele realmente conseguira realizar em sua dupla, e a partir de então, ficara mais confiante, fazendo os exercícios com vigor e atenção.


         Na escola, também aprendera que todo guerreiro tinha uma arma – seja espada, arco, ou até mesmo faca.


         Quando fora da aula de Armas pela primeira vez, tivera que ver qual delas mais se adaptaria. E, descobriu que era uma tragédia com arcos e flechas, razoavelmente bom com as espadas, mas tinha um talento natural com adagas, e elas tinham lhe encantado.


         E sua vida ficara nessa rotina até seus treze anos. Ele estudava, meditava, aprendia. Conversava com Akemi, fazia amigos – principalmente Chadhi, um garoto um ano mais velho que ele, mas que era um bom amigo.


         Aos quinze anos, os bruxos se formavam na escola, e recebiam faixas indicando seus níveis. A ordem, de pior para melhor era: Amarelo, Laranja, Vermelha e Preta.


         Ninguém recebeu uma faixa amarela, mas alguns tenderam a receber laranja, poucos receberam as faixas vermelhas – inclusive Chadhi – e três receberam preta – felizmente, Harry incluso. Todo seu esforço valera a pena.


         Era um dia calmo, quando o sino tocou na vila. Era um sinal bem simples: guerreiros compareçam ao pátio. T


         Harry andou calmamente até lá, conversando com Chadhi, pensando sobre o porquê de estarem sendo convocados. (N/A: O Harry tem quinze anos nesse dia, ok?)


         Chegando, viu que muitos de seus antigos companheiros e classes, muitos mais velhos, os seus antigos mestres e até mesmo os ainda estudantes, estavam ali.


         Mestre Dimitri, a quem aprendera a respeitar, estava num palco conjurado improvisadamente.


- Sinto avisá-los, mas veio de um antigo amigo nosso, um pedido de ajuda – começou o velho mestre, todos prestando máxima atenção – Uma guerra está estourando na Inglaterra, causada por um bruxo das Trevas, chamado de Lord Voldemort.


         Cochichos percorreram o local.


- E, meu velho amigo, Alvo Dumbledore, necessita de ajuda em uma guerra, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts está sendo atacada por Comensais da Morte, seguidores de Voldemort – explicou Mestre Dimitri rapidamente – e se não ajudarmos, os bons irão perder, e muitas vidas inocentes de crianças e adolescentes serão tiradas, somente por estudarem na escola de magia.


         Todos rapidamente se prontificaram a ajudar. Podiam ser a cidade que mais tinha paz, mas eram guerreiros naturais, e se vidas inocentes seriam tiradas, ajudariam.


         Vestiram túnicas brancas, e uma máscara branca com detalhes dourados, que cobria somente envolta dos olhos, mas era o suficiente para não ser reconhecido. Cobriram a cabeça com o capuz branco do manto, e usavam suas faixas coloridas de níveis.


         Várias fênix foram chamadas, a maioria de seu próprio dono, alguns não tinham a sua própria – não era costume de Harmony aparatar.


         Harry segurou em Akemi, e sumiu em rodopios de fogo, junto a várias outras pessoas que também começavam a aparecer nos céus. As fênix voavam e começavam a pousar num enorme jardim, em frente ao enorme castelo que era a escola.


         Estava de noite, e o céu estava coberto por nuvens negras, mas Harry podia ver, claramente, que a batalha já estourara lá embaixo.


- Me deixe ali! – disse para Akemi, apontando para uma menina ruiva que parecia ter dificuldade de duelar com um homem loiro.


- Boa sorte, chefe! – gritou Akemi, sumindo num rodopio de fogo quando Harry pousou, finalmente, no chão.


         Harry com um aceno de mão desviou o feitiço que ia em direção a ruiva.


         Virou-se para o homem loiro, de olhos cinzentos e feições pálidas, e começou um duelo feroz.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.