Primeiras aulas do dia



Capítulo 8 – Primeiras aulas do dia


POV’s Harry:


 


         Eu me sentia confuso, era coisa demais para absorver em um dia, em uma vida. Minha vida. Soava estranho.


         Aquelas pessoas comigo diziam que foram meus amigos na minha vida passada, na minha vida de “não desmemoriado”. Foram minha família. Eu não sei porque, mas eu acreditava. Ficar com eles me dava uma sensação familiar, mas nada mais que isso.


         Eu não lembrava, afinal. Tentava pensar neles e... Branco.


- Sabe, você vai gostar daqui de Hogwarts – comentou Rony, no meio do caminho.


- Apesar de tudo – acrescentou Gina.


Eu ergui uma sobrancelha: - Tudo?


- Ela quer dizer a guerra, sabe – disse Alicia, tristemente – Voldemort, essas coisas.


- Ah, certo – falei, franzinho o cenho.


         Continuamos a caminhar por esse longos corredores, eles me dando uma base sobre esse tal Lord Voldemort e seus seguidores, Comensais da Morte.


         Quando Mestre Dimitri falou que aqui era diferente de Harmony, não estava brincando.


- Bom, chegamos – falou Susana.


         Paramos em frente a um quadro, onde tinha uma mulher gorda segurando uma taça de vinho.


- Senha, por favor – pediu.


         Enquanto Hermione falava a senha “Sangue de Unicórnio!”, Alicia virou para mim e disse:


- As pessoas vão ficar chocadas em ver você.


         Ergui uma sobrancelha: - Por quê?


- Pensavam que você estava morto – ela abaixou os olhos azuis, fitando o chão – Tem até um obelisco seu lá do lago de Hogwarts, amanhã te mostro.


- Ok – eu ainda não entendia direito, mas isso explicava a reação da minha... Família. É, é. Eles eram isso, afinal.


         Entramos no Salão Comunal e eu vi que muitos alunos ainda estavam lá, desde os do primeiro ano ao sétimo – tinha explicado Rony para mim.


         Já teve aquela sensação de que todo mundo olha para você e só você?


 


 


POV’s Autora:


 


         Harry sentiu-se um tanto incomodado. Os alunos estavam conversando, comentando sobre a batalha, como tinha sido genial “os caras de branco” chegando e ajudando a vencer.


         Quando, de repente, todos olham. Ele era um garoto novo, mas não era desconhecido.


- É Harry Potter – sussurrou um aluno primeiro-anista.


- Ele estava morto! – gritou outro aluno do segundo ano, apontando descaradamente para o moreno.


         Alicia rapidamente se adiantou, e sua voz quase parecia ecoar no silêncio absoluto do Salão Comunal:


- Olha, gente, como vocês já sabem quem é, não vou apresentar. Mas Harry está vivo, como podem ver – deu um sorriso forçado – E, bom, estava junto dos...


         Alicia virou-se para Pontas, sentindo curiosidade em saber o nome “dos caras de branco”.


- Dos Guerreiros da Fênix – falou Harry rapidamente.


- Certo – entendeu Alicia – E, bom, Harry estava com os Guerreiros da Fênix, que, felizmente, vieram ajudar a salvar Hogwarts.


         As palmas que começaram foram lentas, mas logo se tornaram uma ovação, com gritos de “Viva!” e “Isso aí!”.


- Como é bom ter você de volta, cara! – disse Fred, dando tapinhas nas costas de Harry.


- Isso aí, Harryzito! – brincou Jorge, mas logo os gêmeos foram puxados por Rony e Gina para um canto, que explicaram a situação rapidamente.


         Os alunos não iriam saber que ele tinha perdido a memória, somente os mais próximos, para não estranharem seu comportamento.


- Eram Fred e Jorge, os gêmeos ruivos e irmãos de Gina e Rony – sussurrou Susana, no ouvido de Harry, para mais nenhum aluno próximo ouvir.


         Aos poucos, todos foram se dispersando quando Mione, monitora, começou a mandar todos irem para a cama.


- Vem, cara – chamou Rony – nosso dormitório é subindo essas escadas.


- Já vou – disse Harry.


         Rony deu de ombros e subiu com Neville, que também parecia exausto. Harry virou-se e olhou para as três meninas a sua frente.


- Bom, só queria agradecer, ta? – disse um pouco encabulado.


         Mas Alicia sorriu, largamente e com dentes brilhantes e perfeitos.


- Não se preocupe, Pontas, você vai adorar Hogwarts! – exclamou, batendo palmas, feliz como nunca estivera.


- Pontas? – indagou Harry.


         Foi a vez de Alicia corar. Gina e Susana deram risadinhas.


- Desculpe-me, é o hábito. – ela falava mais baixo, pois ainda tinha uns poucos alunos do terceiro ano, jogando Snap Explosivo e conversando (sabe-se lá porque faziam isso a essa hora da noite!) – É que quando éramos menores, eu era Almofadinhas, e você Pontas, entende?


- Ah, certo – falou Harry – Almofadinhas, ok, vou me lembrar.


         Isso era quase um lembrete para si mesmo.


- Olha, não vou forçar nada, não precisa me chamar de Almofadinhas se não quiser. Mas, me chame de Al – Susana arregalou os olhos – Era assim que me chamava, está bem?


         Harry assentiu, e Susana aproveitou a deixa.


- Me chame de Su, hein, Susana é muito formal – ela brincou.


- E eu Gi! Nada de Ginevra, ou te lanço uma azaração para rebater bicho-papão – chiou a garota.


         Alicia riu, mas Harry franziu o cenho, alheio a tudo.


- Olha, eu tenho que ir dormir, aula amanhã – disse Susana, piscando um olho, marota, para Alicia.


         E subiu as escadas dando risadinhas com Gina.


- Não ligue para as duas, sempre são assim. Hermione é mais centrada, sabe? Bom, eu... – ela começou – Só quero que saiba que estou muito feliz por ter meu melhor amigo de volta, por mais que não se lembre.


         E, não sabendo de onde tirou tanta inspiração, deu um leve abraço nele, como sempre fazia, com os braços postados delicadamente em volta do pescoço.


- Só obrigada – agradeceu, e dando um breve “boa noite” subiu as escadas para o dormitório feminino.


         E, um tanto aturdido, Harry subiu para o seu.


 


POV’s Alicia:


 


         OMG! Eu ainda estava naquela fase tipo “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!”... Um tanto exagerada, admito, mas era assim.


         Subi rapidamente as escadas do dormitório, e quando entrei as meninas já foram me enchendo de perguntas.


- E aí, rolou alguma coisa?


- O que ele falou?


- Quem falou o quê? – perguntava Lilá, alheia a tudo.


- É bonito? – perguntou Parvati, que também não sabia do “rolo”.


         Respirei fundo, sorrindo, disse: - Se despejarem tudo assim não vou poder falar, né?


         Elas imediatamente ficaram quietas.


- Certo, mas, antes, de quem vocês estão falando? – perguntou Lilá.


         No dormitório tínhamos: eu, Su, Mione, Lilá, Parvati e Gina, que mesmo sendo um ano mais nova, fora autorizada a ficar.


- De quem mais, do Harry, é claro – revirou os olhos Gina, como se isso fosse obvio.


- Ah, o Harry Potter – deu risadinhas Lilá – Vocês viram que músculos?


- Ei! Com licença – chiei.


         Ele era meu, certo?


- Ora, você não disse sempre que eram só amigos, quando crianças? – reclamou Parvati – A não ser... Que esteja com ciúmes.


         Elas olharam para mim, com expectativas. E senti meu rosto corar, maldição!


- Eu? Não... Claro que não!... Ah... Ele é só... Ah... Ele é só meu amigo – não pude me impedir de gaguejar, e acho que foi isso que fez elas sorrirem maliciosas.


         E meu rosto corar loucamente. Ai, que vergonha!


- Apesar dele ter músculos – começou Parvati.


- Um peitoral que ai, ui, ui – falou Lilá, em seguida.


- Ser sexy como só – continuou Gina.


- Bonitão e forte – disse Susana.


- Poderoso e ter ar inteligente – completou Mione.


- Vamos deixá-lo para você – terminaram juntas e em uníssono, como se tivesse combinado tudo.


         De repente, o quarto pareceu esquentar. Ai, e eu tinha certaza que não era o quarto – era a minha cara! Eu devia estar corando loucamente, provavelmente adquirindo um tom tão vermelho, que chegava a ser inexistente!


         Pombas! Que amigas!


- Não é bem assim, gente... Harry é meu amigo, e mal se lembra! – completei, como se meu argumento pudesse fazer diferença.


         Mas tristeza inundou meus pensamentos, devia ter ficado de boca fechada.


- Ah, rolam faíscas quando vocês se olham! – falou Hermione, sempre a mais observadora – Você são tão perfeitos um para o outro, que acho que se beijarem-se um cego vai poder enxergar de novo.


- MIONE! – corei, de novo.


         Mas elas riram, e arrumaram-se para dormir.


Eu concordo, disse Universo, dentro de minha cabeça.


         Ele assumiu a forma de um ratinho dourado enquanto saía de mim, bem pequeno e sem chamar a atenção das cortinas já fechadas de minhas amigas.


Ah, só cale a boca!, chiei, envergonhada com minha própria aura, antes de sentir o sono aparecer.


 


         Acordei na manhã seguinte, animada. Era terça-feira. Harry teria suas primeiras aulas em Hogwarts, e junto comigo na Grifinória. Era tudo que sempre sonhamos – por mais que ele não lembrasse.


         Tomei um banho rápido, e passei uma leve maquiagem, antes que o banheiro ficasse lotado. Olhei pela janela, e vi que as folhas já preenchiam o chão, mas o vento era quase abafado.


         Coloquei meu uniforme, e tive de ficar esperando as criaturas acordarem... ¬¬


         Hermione foi a primeira e rapidamente estava pronta. Mas Gina e Susana demoraram, colocaram maquiagem, tomaram banho, secaram o cabelo com um feitiço que parecia um secador, pentearam, se vestiram como se fossem tomar um chá com a rainha...


         Mas, ficaram prontas.


         Descemos as escadas conversando, e, felizmente, Harry já estava lá, sentado em uma poltrona próxima a lareira, fitando-a concentrado.


         Ela estava apagada, mas, de repente, prorrompeu-se em chamas.


- Credo! Que lareira maluca! – gritou Gina, parecendo alheia a concentração de Harry.


         Pontas levou um susto, e enquanto virava o rosto para nós, as chamas sumiram.


- Bom dia – desejou Mione.


- Oi, Harry – falaram Gi e Su.


- Pontas – falei simplesmente, mas perguntei – Cadê Rony e Neville?


         Ele deu de ombros: - Dormindo. É normal as pessoas dormirem tanto assim, aqui?


- Ah, é sim – falou Susana – Aposto que lá você acordava cedo para treinar, né? Não ficou poderoso atoa.


         Harry corou um pouco, mas assentiu.


- Na realidade, eu medito. Parece aumentar os instintos – deu de ombros.


         Suspirei, encantada em como ele estava se tornando poderoso, mas também deprimida em como ele estava diferente...


         Sentei no sofá, pegando a última parte da fala de Susana:


- ... ai que a coisa toda fica ferrada – ela dizia. Sobre o que deveria ser? – Porque, se a McGonagall pegar você no flagra, não tem jeito! Agora, torça para ser somente o Remo, as vezes ele alivia!


         Ah, ela estava explicando os princípios básicos.


- A sua mãe e a mãe de Ly também não dá certo... – mas ela foi interrompida por Harry.


         Ele perguntou, curioso: - Ly?


- Ah, eu quero dizer Al – explicou rapidamente Su – É que ela era Ly, mas chame-a de Al, acho que isso a deixará mais feliz, se é que você me entende.


- SUSANA! – berrei, envergonhadíssima que ela falasse isso na frente dele.


         Mas Harry riu, alegre e gostosamente – como tudo mais nele, devo acrescentar, ou já imaginam?


- Não repita! – sussurrei mortalmente, quando vi que Harry se distraía vendo Rony e Nev descerem as escadas.


- Bo-bo-bom dia – bocejou, longamente, o legume – quer dizer – Rony.


         Andar com Hermione causa efeitos...


- Vamos tomar café, senão, não chegaremos na aula a tempo! – avisou Mione, já com aquela sua pressa de CDF.


         Andamos para o Salão Principal, conversando e rindo, e me peguei imaginando se tudo teria sido assim se “O Tigrão da Fofolândia” não tivesse voltado. Provavelmente sim... E teria sido ótimo.


         Espantei esses pensamentos – essa utopia – para longe de minha cabeça, no momento em que entravamos no Salão Principal.


         Enquanto íamos nos sentar, acenei para minha mãe, para madrinha Lílian e tio Remo. Eles pareceram felizes em saber que Harry estava ali.


- Hoje é um dos melhores dias, sabe, Harry – começou Su – Não tem aulas chatas.


- Não tem Seboso Snape – completou Nev, as gargalhadas, engasgando-se com seus ovos mexidos.


- Mas – deixei uma nota de nojo invadir minha fala –tem Doninha Albina Malfeito.


- Doninha quem? – perguntou Harry, confuso. Coçando a nuca – sinceramente, era um gesto que eu já conhecia.


- Draco Malfoy, um loiro aguado que se acha o bam-bam-bam da Sonserina – explicou rapidamente Rony, rindo.


         Harry deu um meio sorriso, e voltou sua atenção para suas torradas.


- Ai – falou, ele sem querer tinha espetado a mão na faca.


         Um corte começou a abrir e sujar seu prato de sangue. Nenhum aluno pareceu reparar – estranho.


- Ah, sua mão – falei tristemente, enquanto ia pegá-la – Vem, vamos a Ala Hospitalar, Madame Pomfrey pode fechar isso rapidinho.


         Mas Pontas balançou a cabeça, enquanto uma luz branca cobria sua mão, bem fraca, mas quando apagou reparei que não tinha nem cicatriz, e o sangue do prato sumira, deixando as intocadas torradas com geléia.


         Puxa, mesmo não se lembrando da aura que tinha, ele era melhor que eu nisso!


- Caraca, irado! – comentou Rony, olhando para a mão de Harry.


- Não sei porque acontece, só acontece – deu de ombros – É útil em batalhas, mas não muito útil quando um feitiço que não causa cicatrizes ou algo do tipo.


- Como qual? – perguntou Gina, curiosa, olhando para a mão de Harry como se fosse ver a luz branca de Aura sair dali de novo.


- Crucio, é um bom exemplo, sabe. Só causa dor na mente – explicou ele – e se não for bom em Oclumência, como a maioria, essa luz não vai me salvar.


         Mas deu de ombros, como se receber um Crucio não fosse nada demais – rá.


- Vamos, temos aula, e temos cinco minutos para atravessar o castelo – falei, já puxando o meu amigo.


- Vejo vocês depois – gritou Gina, já do outro lado do corredor, indo em direção a orla da floresta, onde teria Trato de Criaturas Mágicas.


         Enquanto corríamos pelo corredor, ele perguntou:


- Que aula teremos?


         E Neville respondeu:


- Temos... Ahn, que, que temos mesmo? – paramos, e ele olhou para mim.


         Droga! Estávamos correndo sem saber para que aula!


- Deixa eu pensar, deixa eu pensar! – eu tinha perdido meu horário, que conveniente! – Ah, lembrei! Temos Defesa Contra as Artes das Trevas.


         Já íamos começar a correr de volta, quando Harry me puxa pela mão (e eu corei ao perceber que estava segurando enquanto estávamos correndo).


- Onde fica a sala? – perguntou.


- Do outro lado do castelo, segundo andar, primeira porta a direita do corredor – falei, mas me perguntei mentalmente o que ele queria dizer com isso.


         Para minha surpresa ele transformou-se em fênix branca – igual a minha forma animaga, eu sabia desde nossos nove anos – e olhou para mim.


         Entendi o que ele queria.


- Segurem-se na gente – e me transformei também.


         Com nossos amigos segurando, fizemos o vôo da fênix, e paramos bem em frente a sala enquanto o sinal tocava.


         Voltamos a nossa forma original, e entramos, como se nada tivesse acontecido (os alunos nem imaginavam!)


         Sentamos logo nas primeiras carteiras, sob os olhares dos alunos da Corvinal – graças a Deus não era com a Sonserina Nojenta!


- Temos aula de DCAT com o Remo – cochichei rapidamente para Harry, vendo Lupin entrar na sala.


         Ele parou na frente da sala, sorrindo como habitual, e disse:


- Bom dia turma.


         Os alunos disseram em coro: - Bom dia, professor Lupin.


         Eu sorri marota e falei numa voz divertida:


- Bom dia, tio Aluado.


         Os Corvinais e Grifinórios riram. É claro que Lupin não era meu tio, mas era meu “tio postiço”, e ele parecia satisfeito com isso.


- Como todos esses anos estamos nos preparando para combater as Trevas – a sala assumiu um ar pesado – hoje iremos lidar com um feitiço um tanto avançado.


         Olhei de esguelha para Harry, sabia que estava com sua varinha, mas provavelmente não iria usá-la. Isso causaria muita surpresa entre os alunos, principalmente quando os Sonserinos notassem, e contassem para os pais, e os pais para Voldemort – atraindo, assim, a atenção do Voldinho para Harry Potter.


         E isso, definitivamente, não era bom.


- Iremos aprender como combater dementadores – falou Remo – Alguém pode me dizer o feitiço...?


         Hermione, como sempre, ergueu tanto a mão que quase levantou da cadeira.


- Srta. Granger?


- O patrono – respondeu prontamente.


         Lupin assentiu: - Cinco pontos para a Grifinória. O patrono é o único feitiço que espanta dementadores, alimentando-os com felicidade, ao invés da sua.


         Tio Remo pegou sua varinha e disse:


- Expecto Patronum! – e um lobo prateado irrompeu de sua varinha. Uivou, antes de voltar para dentro. – É muito complicado lançar um patrono, um patrono corpóreo mais ainda. Não espero que consigam logo de primeira.


         Ele olhou para mim. Ah, não! Remo não pediria... Mas ele fez:


- Srta. Black, você poderia fazer a gentileza de nos mostrar seu patrono? – perguntou, sorrindo.


         Era como se Remo pudesse ler meus pensamentos e saber que eu não queria ir lá. Bosta de dragão!


- Claro – falei, trêmula.


         Eu nunca tinha aprendido a lançar um patrono, exatamente um patrono. O que Universo fazia era praticamente isso, mas era quando ele queria sair.


         Eu só sabia a teoria! Droga, choraminguei mentalmente.


- Expecto Patronum! – da minha varinha saiu um borrão, uma fênix.


         Era prateada – o que me surpreendeu, pois eu não via essa cor em minha aura há um século! Minha fênix piou, e sumiu para dentro de minha varinha.


- Muito bom – elogiou Remo, enquanto eu voltava a me sentar – Para lançar um Patrono, é necessário pensar na sua lembrança mais feliz, do contrário, não fará efeito. Em geral, os patronos mostram a forma de sua alma, que no caso, também poderia mostrar sua forma animaga, mas isso é só uma curiosidade.


         Com um movimento de varinha, as carteiras tinham sumido e todos estavam de pé na sala.


- Vamos, tentem fazer um Patrono. O nome do feitiço é “Expecto Patronum” – falou Lupin.


 


POV’s Autora:


 


         Os alunos começaram a tentar conjurar um patrono, mas logo descobriram que era complicado. Muitos ficavam animados ao ver fiapos prateados saindo da ponta de sua varinha, mas eram só isso, fiapos.


         Harry não se sentia muito confiante. Não tinha muitas lembranças felizes, só para começar, já não tinha memória e não é como se ele tivesse sido hiper felizes em Harmony.


         Ele viu Neville, desajeitadamente, tentar conjurar um patrono, mas só faíscas saíram, mas ele não pareceu desanimar.


         Rony tinha feito fumaça prateada sair de sua varinha e já comentava animado que parecia um tigre – isso fez Harry rir, pois era simplesmente fumaça.


         Susana tinha uma grande evolução, seu patrono certamente estava tomando forma, e parecia um mico, daqueles pequenos e que gosta de fazer palhaçada – Alicia achou que isso combinava bem com a amiga.


- Vamos, Harry, tenta! – incentivava Alicia, vendo que o moreno só observava os outros.


- Não sei não, Al, não me sinto muito confiante disso – ele dizia, meio encabulado.


         Ela deu um empurrão em suas costas, como se dissesse “Faça!”, ele simplesmente riu, mas pegou a varinha e, para sua surpresa, aquela sensação de aquecer seus dedos percorreu novamente suas mãos.


- Mas... Espera – pediu ele, vendo que os amigos olhavam para ele com expectativa – Eu não tenho lembranças felizes.


         Sorrindo, brincou: - Desmemoriado, lembram?


- Bom, mesmo sem memória, você ainda é o mesmo maroto – comentou Su, sorrindo.


         Harry deu um sorriso amarelo como resposta.


- Concentre-se em algo qualquer – sugeriu Alicia, com olhos pidões, ela ainda incentivava.


         Ele suspirou, se concentrou. Estava tentando fazer com que algo lhe viesse a cabeça, algo feliz. E percebeu como era complicado.


         Uma voz apareceu em sua cabeça, era infantil, doce e meiga, mas um tanto falsamente chorosa, e ele imaginou um sorriso. Não vai me dizer “oi”, Pontas?


         Olhando de esguelha, reparou que parecia muito a voz de Alicia, mas era difícil saber, pois ainda era muito infantil.


- Expecto Patronum! – uma fênix branca irrompeu de sua varinha, e isso pareceu atrair a atenção dos alunos.


         A fênix parecia muito sólida e real, tanto que quando cantou, deu-se para ouvir. Seu brilho era inconfundível, não era prata como um patrono deveria ser, mas sim branco. E brilhava tanto que alguns colocaram a mão na frente dos olhos.


         Algum tempo depois, ela some. Remo sorri, orgulhoso do “sobrinho”.


- Muito bom, Sr. Potter – falou o professor – cinquenta pontos para a Grifinória.


         Nesse instante o sinal toca e os alunos saem comentando. Tinha sido uma boa aula de DCAT e todos se sentiam animados a conseguir executar logo o patrono, para verem suas formas.


         Alicia rapidamente juntou os seus materiais, olhando para Harry, que fazia o mesmo – ele tinha ganhado de Dumbledore, provavelmente, pois tinha tudo que seria necessário numa cadeira ao lado de sua cama no dormitório.


         Ela ainda ficava encantada que, mesmo não se lembrando de Aura, ele conseguia ser poderoso.


- Vai ficar encarando ele, ou vamos para aula de Transfiguração? – cochichou uma voz maliciosa no ouvido da ruiva.


         Alicia corou até o último fio de cabelo quando viu a cara de Susana.


- Merlin, você tem pensamentos bem obscenos quando quer, Susaninha – brincou.


- E você também, Lyzinha – respondeu, as gargalhadas, Susana.


         Balançando a cabeça, acompanharam os amigos.


         A aula de Transfiguração foi simples, eles somente copiaram umas coisas que a Profª Minerva tinha passado no quadro, a teoria para animar bonecos – e parecia, estranhamente, divertida.


         Apesar do olhar severo de Minerva McGonagall, Alicia sabia que atrás dela se escondia uma professora brincalhona e preocupada. Afinal, quantas vezes ela já não tinha ido na Mansão dos Potter e conversado com Pontas e Alicia? Sorrindo, ainda por cima!


         Eles tiveram um intervalo entre a aula de Transfiguração e o almoço, e Alicia aproveitou isso para levar Harry até o obelisco que ele tinha no lago.


         Os amigos – Rony, Hermione, Neville e Susana (Gina ainda tinha aula) – compreenderam que eram um momento para deixá-los a sós e para explicações.


         Harry via como as pessoas olhavam curiosas para ele, enquanto passavam pelo grande castelo em direção ao lago, mas ele tentava ignorar, conversando com sua nova, ou velha, amiga.


- Na verdade – contava Al – aqueles dois brigam desde sempre, sabe. Mas, se amam demais, dá para ver. Só são idiotas demais para não perceberem isso.


         Nisso ela dá um bufo delicado e fala: - Hermione é muito orgulhosa e cabeça-dura, e Rony, bom, ele não é alguém que exale inteligência, não é mesmo? – termina marota.


         Mas Harry só ri, entretanto, para imediatamente ao ver o olhar triste de Alicia pousar sobre uma estátua.


         Era um obelisco pequeno. Um garotinho, não devia ter mais que dez ou onze anos, encarava a grande escola, com um olhar um tanto sonhador. Ele era pequeno e um tanto magricela.


         A estátua era de mármore branco e bem detalhada. O garoto sentava-se abraçado aos joelhos, a cabeça apoiada nos dois braços. Podia-se ver que ele tinha uma cabelo rebelde, por mais que fosse feito de pedra. Uma fina marca em forma de raio cobria sua testa, e instintivamente ele levou a mão em sua cicatriz. Era igual, sabia disso.


         Alicia andou até o pequeno obelisco, e sentou-se, as costas contra as costas do menino, as suas costas, praticamente.


- Quando você morreu – começou ela, pesarosa – pedi para fazerem algo especial. Tio Dumby, digo, o Prof. Dumbledore deixou fazerem um obelisco seus aqui, porque eu sabia que você estava animado para vir a Hogwarts.


“É uma homenagem a você, entende? Muitos bruxos e bruxas ficaram chocados quando você morreu”.


         Harry sentiu sua testa franzir, confuso.


- Como assim? – sentou-se na grama e perguntou, um tanto tímido – Al, você... Ahn... Você poderia me contar meu passado, desde o início?


         A ruiva sorriu, parecendo ter esperanças.


- Talvez... – ela disse baixinho – Talvez você se lembre se eu falar, não é mesmo?   


         Harry não sentia-se muito confiante disso, sua cabeça estava em branco sobre tudo, mas assentiu, enquanto ouvia Alicia começar a falar.


         A garota, por sua vez, contava tudo que conseguia lembrar, sem omitir nada. Desde Lord Voldemort o perseguindo – apesar de não saber o porquê quando Harry perguntara – até sua morte.


         Contou das experiências que tinham tido, as brincadeiras, as festas, as datas importantes...


- Ah, feliz aniversário atrasado – disse, sorrindo, o moreno.


         Alicia corou. De repente, lembrou-se que suas amigas ainda não tinham lhe dado seus presentes, por causa de toda correria na noite anterior, iria perguntar a elas.


         Terminou de contar e Harry levantou-se, sorriu e agradeceu.


- Vamos almoçar? Estou com um pouco de fome, você não, Al? – perguntou, sorrindo.


         Parecia mais fácil, agora, que sabia de tudo.


         E, extremamente feliz, a ruiva concordou. E caminharam em direção ao Salão Principal, para um almoço sem dúvidas.

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Ôôôô, gente! Dá um desconto para a pobre coitada da Annie aqui! *olhos úmidos* Snif!

Foram 13 páginas do Word... COMENTÁRIOS, EU LHES IMPLORO! E eu não estou desesperada, ok?

Que bom que nos entendemos! Hi, hi.

Beijos e borboletas,

                     Annie E. Potter

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