Prólogo



Prólogo


Parecia impossível fingir que nada ia acontecer, que nada tinha acontecido.


         A vida não era um conto de fadas, onde alguns problemas mínimos acontecem e um príncipe encantado aparece em seu cavalo branco, salva o dia, e todos vivem felizes para sempre. E parecia ainda mais estranho vindo de mim, um garoto. Mas eu, internamente, desejava que isso acontecesse, que não tivesse que ser eu.


         Porque eu devia saber que o “para sempre” não é eterno  e nunca seria. Eu devia saber disso, de todas essas coisas eu deveria saber, assim, talvez, minha decepção e meu medo fossem menores.


         Mas, acreditar que eu posso ser feliz eternamente é só uma utopia – uma cruel e linda utopia.


         E, analisando bem, não sei por que pensei que tudo terminaria bem, mesmo depois de dias trágicos e dramáticos. Eu devia imaginar que nunca teria paz, até minha morte, por toda minha vida.


         E, mesmo tendo anjos em minha vida, nem o melhor deles pode me ajudar. Ninguém pode.


         Porque, quando sua vida fica cercada de Trevas, eu deveria saber que o passado não pode ser esquecido e o feliz para sempre não é para a eternidade. Mas eu faria o possível para que fosse duradouro.


         Não é como se eu fosse morrer e te deixar.


                                                                  Harry Potter”

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