Magia Estranha...



    Era madrugada na Rua dos Alfeneiros. Acabara de chover e o asfalto
refletia a luz calma dos postes de iluminação publica. O vigia da Ordem da Fênix
passeava tranqüilamente pela rua, observando a casa de sua guarda. Estúrgio
Podmore, após ter sido inocentado das acusações do Ministério, estava no seu
turno de vigiar o Garoto-Que-Sobreviveu, iria até seis da manhã, mas ainda era
uma hora. Mal sabia ele que o tédio que se passava, estava prestes a acabar.

    Harry fora dormir cedo naquela noite. A casa dos Dursley se tornou
suportável desde as ameaças de Moody, mas não deixava de ser tediante. Embalado
por um sono profundo no começo, após esvaziar sua mente, ele ainda não tinha
sonhos.

    Seu quarto estava uma balbúrdia. Duas semanas após ter voltado de Hogwarts e
ter conhecido o verdadeiro motivo de carregar a sua tão famosa cicatriz, seu
quarto estava entupido de cartas, de admiradores e de desculpas. Percy Weasley
reconheceu seus erros, assim como Fudge, Profeta Diário, algumas garotas de
Hogwarts e bruxos que ele nem conhecia. Assim como cartas de consolo de Rony e
Hermione. Harry sentia como se todos os seus amigos, tivessem apenas dó dele,
depois de todas aquelas cartas de consolo. Imaginou como seria se contasse sobre
a profecia.

    A semana se passou com um grande peso no peito de Harry, não sabia se era
pela profecia ou pela perda de Sirius. Se perguntou milhares de vezes: “Como
vou matar Voldemort? Eu sou patético... tenho notas altas em DCAT... mas só...
se eu tenho esse tal poder, por que eu não posso usá-lo?”
.

    O sono de Harry, agora, deixara de ser tranqüilo:

    Harry estava parado num infinito. Tinha seus pés firmes num chão branco, mas
todo o resto era branco e ele não conseguia identificar o horizonte. Piscou
várias vezes, com seus olhos verdes-vivo, tão intensos e mágicos. Olhou para
todos os lados e nada encontrou, até que ouviu uma voz as suas costas:


    – Olá Harry! – disse uma voz doce e amável. Harry se virou bruscamente
e encontrou o rosto angelical e jovem de sua mãe. Seu rosto iluminado, destacava
ainda mais a beleza de seus olhos.

    – Mãe... – disse com a voz embargada. Logo depois um outro vulto se formou
ao lado de sua mãe, era seu pai. – Pai...

    – Filhão! – cumprimentou o pai, sem se mexer.

    – Harry... Está na hora de seu poder despertar – ouviu-se uma voz ao seu
lado, virou bruscamente e viu o rosto de um homem. “Ele se parecia um tanto como
um velho leão. Tinha mexas grisalhas em seus cabelos amarelo-queimado e em suas
sobrancelhas grossas; tinha olhos amarelos por trás dos óculos de metal, e uma
certa beleza apesar do andar manco”.(parte da J.K)

    – Você saberá o que fazer filho – apoiou sua mãe –, é só pensar nas pessoas
que lhe amam.

    – Pense em todos, garoto – disse a voz de Sirius, que chegou do outro lado.
Estavam descrevendo um circulo ao seu redor.

    – Não se esqueça de seus avós – disse a voz de um bruxo corpulento e meio
alto, acompanhado de sua mulher. Tinham uma semelhança muito grande com sua mãe.
Logo vieram outros parentes de Harry, que ele reconheceu, apenas pela
semelhança, sempre descrevendo o circulo. Pessoas que ele suspeitou ter visto na
penseira de Snape, apareceram.

    – Todos estamos com você – disse uma bela bruxa, com seus vinte e poucos
anos. O bruxo que se parecia com um leão, se aproximou e ficou de frente para
Harry.

    – Está na hora... – disse erguendo o dedo. Ele depositou na cicatriz do
garoto e fez o movimento de um raio, seguindo o desenho dela. Depois disso, tudo
a sua volta dissolveu.


    Harry acordou num átimo, com sua cicatriz ardendo em chamas. Sua voz
falhou e ele não conseguiu gritar de dor. Ainda de olhos fechados, da sua
cicatriz, começou a surgir uma luz dourada, como se algo brilhante quisesse sair
por ela. Harry começou a flutuar. O lençol com que estava coberto foi
arremessado para a parede.

    Abrindo os olhos, ele não sabia o que estava acontecendo, mas se sentiu
extremamente leve e poderoso. Uma luz verde irrompeu de sua íris, iluminando o
teto de seu quarto. Agora uma aura dourada pairava por ele e alguns objetos de
vidro no quarto, totalmente iluminado pelo estranho poder, estouravam. Tudo era
arremessado para as paredes, causando estrondos. Os Dursley acordaram
assustados, mas antes que pudessem se encaminhar para xingar o garoto, algo
maior aconteceu.


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    No Ministério da Magia, nível dois, o responsável pelo “Departamento de
Uso Indevido de Magia” foi verificar o que o alarme indicava. Observou que se
tratava do menor Harry Potter fazendo magia.

    – Dessa vez ele não escapa... – resmungou o bruxo carrancudo, se colocando
para escrever uma carta para o garoto. Da ultima vez registrara o patrono, mas
agora... – Quinta-feira, 1:15... Magia... – o bruxo olhou para a telinha de seus
equipamentos de rastreamento mágicos – desconhecida? – Pasmo, começou a
descontrolar. Fazia muito tempo que uma magia desconhecida era usada. Olhou
melhor e verificou que os medidores de poder mágico estavam pirados, quase
estourando. – Meu Merlin! Tenho que chamar um batalhão de obliviadores (bruxos
que apagam a mente dos trouxas e dão desculpas dignas)!

    Quando ele começou a correr para chamar uma equipe preparada para a
situação, ele olhou para trás e viu o equipamento todo estourar. Algo grande
acontecera...


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    Estúrgio, ainda andando, observou que os postes de luz agora piscavam,
como se algo estivesse interferindo. Olhou para os lados e uma ventania varreu a
rua, que estava totalmente molhada. Aquilo não fora normal. Olhou para a janela
do quarto do garoto e viu que algo estava acontecendo lá. Uma luz dourada e
sobrenatural emanava, causando espanto no velho bruxo.

    Quando ia desaparatar para avisar a ordem, algo o impediu. Sentiu que o
poder aumentava e de repente barulhos de explosões ressoavam.

    – Mas o que? – indagou assustado.

    Um tremor balançou a rua e Estúrgio se segurou para não cair. Olhou para a
casa e viu uma onda de energia irromper, como uma grande explosão, que cobriu
todo o quarteirão. A medida que a bolha de energia dourada e gigante se
arrastava, lâmpadas e vidraças eram estouradas e alarmes de carros disparavam.
Quando a luz passou pelo corpo de Estúrgio, este sentiu-se mais leve e a sua
mente vieram boas lembranças. Harry acabara de acordar seu quarteirão inteiro,
com um dos maiores feitos mágicos dos últimos anos.

    Imediatamente após o choque inicial, ele desaparatou para a sede da Ordem,
informar do acontecido.


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    Os tios de Harry, totalmente assustados com o que acontecera, se
levantaram e foram até o quarto do "anormal".

    – Petúnia! – resmungou Válter. – A porta está emperrada! Essa Aberração esta
em maus lençóis! Me ajude! – a mulher muito assustada ajudou a forçar a porta.


    Quando entraram, notaram que toda a mobília estava afastada para as paredes
e Harry estava estendido inconsciente no chão, sem alguma reação de ter ouvido
todo aquele barulho.

    – Harry – exclamou Petúnia preocupada.

    Até mesmo Válter, ajudou a colocar o corpo de Harry no sofá da sala de
estar. Ele estava totalmente desacordado. Duda pareceu atônito com o estado de
tudo. Toda a vidraçaria da casa tinha sido quebrada. De repente um estalo veio
na entrada da casa. Era Alvo Dumbledore, que correu em direção a Harry.

    – Deixe Harry comigo Petúnia – pediu Dumbledore, fazendo o corpo de Harry
flutuar. Ao mesmo tempo em que isso acontecia, muitos estalos eram ouvidos,
vindo do lado externo da casa. A Ordem e o esquadrão de obliviadores chegaram
para resolver os problemas. Harry havia acordado os vizinhos mais próximos, que
agora saiam com roupões para as ruas.

    Dumbledore saiu com o corpo de Harry flutuando, para explicar que o levaria
para o St. Mungus, estava muito fraco.

    – O que foi isso Dumbledore? – indagou o responsável do ministério.

   – As duvidas serão esclarecidas assim que Harry acordar – explicou,
observando os outros bruxos reunindo as pessoas e já concertando os estragos. –
Vou levá-lo para o St. Mungus – informou. – Se alguém quiser falar comigo,
estarei em Hogwarts, esperando Harry acordar.

    – Tudo bem... Obliviate – disse o responsável apontando a varinha para um
trouxa perdido. – Temos muito trabalho por aqui.


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    Uma semana havia se passado desde o acidente na rua dos Alfeneiros, e
Gina, Rony, Fred, Hermione e Molly, estavam visitando Harry no St. Mungus. Ele
ainda não havia acordado, aquele acidente mágico fora realmente complicado para
ser abafado do mundo trouxa, “Problemas com dinamite, na tubulação,
respondeu-lhes o responsável pelas desculpas”. Estúrgio Podmore foi o único a
ver o que Harry realmente fizera.

    – Quando será que o Harry acorda? – perguntou Hermione, tentando olhar para
o garoto através da janela.

    – Ele realmente usou muito poder – respondeu Molly. – Mas em breve, ele
acorda...

   – Estranho o que aconteceu, – disse Rony sombrio – quer dizer... Não é sempre
que a gente acorda assim... Fazendo uma magia que ninguém nunca viu na vida!

    – Ele vai gostar que, pelo menos saiu antes da casa dos Dursley – disse Fred
alegre. – To é querendo ver essas cartas dele.

    – Não seja bobo! As cartas são dele! – retrucou a Sra. Weasley brava.

    – Mas só as cartas das fãs! – implorou Fred. – Algumas mandam umas fotos bem
indecentes! E ele nem se importa com essas...

    – É Mamãe – ajudou Gina –, só das interesseiras... ele nem vai ver e ele
sempre deixa a gente ler! – Molly olhou desconfiada para os dois. – Nem é bom
que ele se perturbe com isso... as de Hogwarts e de pessoas que ele se importa,
nós deixaremos! – ela pareceu analisar a situação então permitiu com um sorriso
travesso. Os dois entraram no quarto de Harry em silêncio e pegaram o monte de
Cartas em cima da mesa de cabeceira e trouxeram para ler e rir fora. Hermione se
mostrou curiosa.

    – Ele não vai ser expulso, vai? – perguntou Rony receoso.

    – Claro que não! – retrucou Hermione. – Ele provavelmente nem sabe como fez
aquilo.

    – Só espero que ele acorde até o seu aniversário...

    – O Harry não se importaria se abríssemos a carta de Hogwarts trazendo os
NOM’s dele, se importaria? – perguntou Gina.

    – Só a das Fãs – ralhou a Sra. Weasley. Estendeu o braço – Deixe essa
comigo...

    A Sr Weasley foi interrompida pelo barulho da porta de Harry sendo aberta. O
garoto estava de pé e parecia estar procurando alguma coisa. Sua vista ainda não
estava acostumada com a luz e ele apertava os olhos.

    – Quem pegou minha cueca? – indagou envergonhado. Estava com aquelas roupas
de hospitais estranhas.

    – Que bela pergunta para começar – analisou uma curandeira que notara os
movimentos de Harry e se adiantou para medicá-lo. – Queira deitar–se Sr. Potter.


    – Harry – exclamaram todos em uníssono, não acreditando que ele estava
acordado.

    – Vou chamar Dumbledore – disse Sra. Weasley. – Cuide-se querido. Não o
aborreçam.

    – Onde eu estou? – perguntou Harry receoso. – Ou melhor... O que aconteceu?
– Então, a noite em que algo poderoso emergira dele, veio a sua mente e ele
pareceu preocupado. A curandeira o ajudou a voltar, mas ele nem percebia isso.
Seus amigos entraram logo depois.

    Todos olhavam para Harry com uma certa cautela. Quando ele conseguiu se
acostumar com a claridade, sentiu se mais forte e imponente do que nunca.
Sentia-se esbanjando saúde e força.

    – Harry, seu olho tá diferente – disse Gina.

    – Verdade – confirmou Hermione. – Ta mais... mais...

    – Poderoso, sexy, sedutor... – completou Fred com um sorriso maroto para as
duas.

    – N-não... tá com um brilho diferente – corrigiu Gina. Harry nem estava
ligando para a conversa, sua cabeça estava no que poderia ter sido tudo aquilo e
estava tentando se lembrar do sonho que teve, mas estava difícil.

    Realmente, alguma coisa mudou depois daquele incidente na casa dos Dursley.
Harry agora estava com os olhos refulgindo todo o seu poder interior. Assim como
os olhos vermelhos de Voldemort demonstram seu ódio, os de Harry agora pareciam
querer transmitir o oposto, ou talvez algo mais, de uma forma muito perceptível.


    – O que aconteceu? – perguntou Harry tomando as poções de gosto amargo. – Só
me lembro de algo estranho! – Hermione pegou o Profeta Diário e jogou no colo de
Harry.

    – Leia – pediu a garota – O que aconteceu na rua dos Alfeneiros saiu a
semana toda. – A medida que Harry lia, seu queixo caia. Ficou curioso para saber
o que era, poderia ter algo a ver com o seu poder, mas aí veio o pensamento das
conseqüências que isso poderia causar.

    – Eu vou ser expulso dessa vez – disse desanimado. – Agora eu passei dos
limites.

    – Não vai não... – corrigiu Hermione. – Dumbledore já ajeitou isso, já tem
uma defesa armada para seu julgamento.

    – Há quanto tempo estou aqui?

    – Uma semana – Harry fez cara de desacreditado. – Tome... seus NOM’s.

    – É, mostra aí cara – pediu Rony. – Consegui sete. Hermione conseguiu doze.
Ainda podemos ser aurores! Veja se você passou em Poções.

    Harry estava meio abobado com o que havia acontecido, mas soube que os
amigos estavam tentando o distrair, até a chegada de Dumbledore. Então abriu a
carta e lhe subiu a preocupação dos resultados.


Caro Sr. Potter.

    Estamos lhe enviando os resultados de seus NOM’s. Na sua orientação
vocacional,  V.S, demonstrou interesse em seguir a carreira de Auror, e é com
grande honra que lhe informamos que  V.S ainda pode conseguir o seu intuito. A
seguir serão anexadas as suas notas e lista de materiais.


Minerva McGonagall

Diretora Substituta.


Harry estava feliz por ainda poder ser auror. Tremendo, pegou o segundo
papel.


Resultado dos NOM’s (Nível Ordinário de Magia)

Nome: Harry Tiago Potter



·        
Defesa Contra as Artes das Trevas: 300% Excelente;



·        
Estudos dos Trouxas: 300% Excelente; (ah?)



·        
Feitiços: 250% Excelente;



·        
Poções: 230% Excelente; (uau!)



·        
Trato com Criaturas Mágicas: 190% Excede as Expectativas;



·        
Transfiguração: 180% Excede as Expectativas;



·        
Herbologia: 175% Excede as Expectativas;



·        
Astronomia: 80% Passável;



·        
História da Magia: 15% Deplorável; (Harry fez um muxoxo)



·        
Adivinhação: 12% Deplorável. (Humpft)


Total de NOM’s: 8;

V.S. irá cursar as seguintes matérias no seu ano letivo:

    Defesa contra as Artes das Trevas; Poções; Feitiços;
Transfiguração
; Herbologia e Trato com Criaturas Mágicas.



Agora o senhor tem licença para utilizar os livros da área restrita da
biblioteca de Hogwarts.


Atenciosamente:

Coordenação dos exames ordinários de magias de Hogwarts.

Tereza Sthefânia Avalon.


P.S: A convivência com trouxas por mais de cinco anos, já lhe garante a
nota Excepcional no NOM e NIEM de Estudo dos Trouxas.


    – Oito NOM’s e ainda posso ser auror! – comemorou Harry.

    – E vai ser O Auror – completou Rony. – Porque pelo que sabemos, até
Você-Sabe-Quem ficou receosos do que aconteceu.

    – Orelhas extensíveis – interpôs Fred –, sempre úteis.

     Nesse momento Dumbledore entrara na sala, acompanhado de Lupin, sorridente
como sempre.

    – Bem vindo, Harry – disse com bondade. – Precisamos ter uma conversinha.
Está disposto?

    – Sinceramente, nunca estive tão disposto – afirmou Harry. Realmente estava
louco para pular da cama.

    – Imaginava isso – disse sorridente. – Poderiam nos dar licença? – pediu
Dumbledore aos amigos de Harry. – É algo extremamente sério e peço que não o
interroguem a respeito disso – disse brandamente, parecia não estar brincando.


    Assim que todos saíram, ficaram somente os três. Harry olhou para Lupin e
este o analisava de cima a baixo.

    – Temos alguns assuntos importantes a tratar, Harry – começou Dumbledore
conjurando as suas belas poltronas.


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