Nem tudo é o que parece



Capitulo VII: Nem tudo é o que parece ser.


Com os olhos marejados parou o carro esperando o sinal ficar verde, enquanto esperava observou duas garotinhas gêmeas loiras por volta de seus sete anos atravessarem a rua de mãos dadas sendo acompanhada por perto por uma senhora de cabelos platinados.

Aquela cena fez com que recordasse de alguns anos atrás...

§
-Dora chame a sua irmã, por favor?! –Pediu Andrômeda de costas a filha enquanto preparava o café da manhã.

Pensou em perguntar para mãe como sabia que era ela já que estava de costas e não havia dito nada até o momento, mas desistiu da idéia por saber que sua mãe responderia como sempre. “Eu conheço minhas filhas.” E em seguida iria piscar em sua direção.

Balançou a cabeça e saiu da cozinha indo em direção a enorme sala da mansão Tonks, quando estava prestes a subir as escadas uma garota de cabelos e olhos castanhos claros apareceu no topo desta com um grande sorriso nos lábios o qual foi correspondido.

-Mamãe já vai servir o café da manhã. –Avisou assim que esta estava ao meu lado.

Ela riu, enquanto balançava a cabeça de um lado pro outro.

-Úrsula não deve ter gostado nada de ver mamãe invadindo a cozinha. –Comentou divertida, quando entraram na cozinha foi em direção a mãe e lhe beijou um lado de sua face carinhosamente. –Quando irá aprender que temos empregados para fazer isso mamãe? Deste jeito Úrsula vai pensar que a senhora quer roubar o emprego dela.

As três riram enquanto a mencionada ao ouvir o seu nome apareceu na porta com a face contrariada.

-Não disse! –Debochou a garota, no que a empregada arqueou a sobrancelha desconfiada.

Ninphadora levantou-se da cadeira que estava sentada e foi em direção a mulher.

-Não ligue para elas Úrsula, você sabe que não sabemos fazer nada sem você. –Falou com um grande sorriso simpático.

-Não é o que parece. –Disse enquanto olhava Andrômeda cozinhar.

A Sra. Tonks caminhou calmamente até a mulher e lhe sorriu amável.

-Ora, mulher, deixe disso vai!

A mulher de poucos cabelos grisalhos abriu um pequeno sorriso para as três que sorriam com uma profunda simpatia, do jeito que apenas elas sabiam fazer.

-Agora sim! –Falou Andrômeda enquanto abraçava a mulher.
§


Foi tirada do devaneio após algumas buzinadas do carro de trás, ainda aturdida voltou a dirigir só que agora seu destino era a sua antiga casa.

Parou em frente à porta da mansão da nobre família Tonks, através do portão negro pode ver o jardim cheio de neve assim como a casa, praticamente todas as cortinas estavam fechadas e a pintura que antes era rosa choque agora estava branca, o que considerou que deixou a casa com uma aparência sem vida, ficou a admirando por pouco tempo, pois logo o porteiro apareceu e deu espaço para que passasse com o carro, no que ela agradeceu.

Saiu da Mercedes sem se preocupar em trancá-la, quando girou nos calcanhares para ir em direção a porta, pode ver uma mulher de cabelos grisalhos e andar lento, coberta por grossas peças de roupas, a mostra em sua face estava um belo sorriso de pura felicidade.

-Dora, minha menina! –Falou a abraçando fortemente no que foi retribuída.

-Como vai Úrsula? –Perguntou com a voz embargada.

A mulher se afastou por alguns centímetros para poder vê-la melhor, assim que seus olhos se fixaram um no outro a viu fazer uma careta de desgosto ao mesmo tempo em que cruzava os braços, sem respondê-la.

-O que te fizeram? –Perguntou direta.

Tonks abriu a boca para dizer, mas logo a voz de um homem se fez presente.

-O que estão fazendo paradas aí? Vamos entrar antes que fiquemos congelados eternamente neste jardim. –Falou Mark, o porteiro, vindo na direção das duas.

Ambas concordaram com um aceno de cabeça e passaram a caminharem todos juntos em direção a aconchegante casa.
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Sentada em uma cadeira ao lado da cama de Harry estava Lilian, os olhos verdes fixos na face serena do filho que há pouco tempo atrás dera um dos piores sustos que poderia ter tido, vê-lo desmaiar em sua frente e saber que parte disto era sua culpa havia sido extremamente cruel, era como se novamente voltasse a ver as coisas acontecerem e não poder fazer nada, deveria ter o feito trocar de roupa ao menos assim que percebeu que estas estavam úmidas como qualquer mãe decente faria.

Ainda se culpando pelo ocorrido ouviu a porta do quarto se abrir e por ela alguém entrar com passos cautelosos o mesmo passo que tinha ouvido a cada meia hora desde que Harry desmaiara.

-Ele ainda não acordou? –Perguntou Remus tocando levemente em seu ombro.

-O médico disse que deu alguns remédios que o deixariam dormir por algumas horas. –Explicou Lilian ainda sem desviar o olhar do filho. –Não querem correr o risco de este teimoso levantar desta cama sem antes ter descansado.

O homem abriu um pequeno sorriso com isso.

-Digamos que sendo filho de James e Lilian Evans Potter não poderíamos esperar menos dele. –Brincou Remus no que a mulher se virou em sua direção com a sobrancelha arqueada.

-O que você quer dizer com isto? –Perguntou duvidosa.

Remus abriu um sorriso ainda maior e se sentou na ponta da cama do moreno, conseqüentemente na frente de Lilian.

-Quero dizer que você e James eram as duas pessoas mais teimosas da face da Terra. –Respondeu balançando o ombro displicente.

Depois disso os dois ficaram a se olhar em silêncio, lembrar-se de James fazia com que fosse inevitável não recordar de Cecília, Jéssica e agora a perca mais recente, Sirius Black.

Escutaram leves batidas na porta e logo em seguida uma enfermeira loira de olhos azuis adentrou o local e se dirigir até Harry, após verificar a prancheta do garoto tirou um termômetro do bolso e mediu a temperatura dele em silêncio.

-Agora que percebo... –Começou Lilian observando a mulher. –Onde esta Tonks que até agora não venho ver como Harry esta?

A enfermeira olhou para Lilian e quando estava preste a responder Lupin a interrompeu.

-Tonks não trabalha mais aqui. –Falou por fim.

-Desde quando? –perguntou Lilian confusa.

Lilian viu o desconforto nos olhos do amigo,estava visível que ele não gostava de falar sobre a agora ex-enfermeira, coisa que não compreendia totalmente já que os dois estavam tão bem antes da morte de Sirius, só em pensar nisso sentiu seu peito se contrair.

-Desde hoje quando decidiu ajudar Gina a fugir.

A enfermeira loira após terminar de medir a temperatura de Harry virou as costas e saiu do quarto sem dizer nada, Lilian por sua vez ainda encarava Lupin esperando por mais explicações.

-O que foi? –Perguntou aborrecido pelo olhar da ruiva.

-Estou tentando entender o que aconteceu entre vocês para ficar todo irritadiço apenas por falar sobre ela. –Comentou a ruiva.

Naquele momento Harry se remexeu resmungando algumas coisas e se descobrindo um pouco, no que a ruiva deixou um pequeno sorriso ir parar no canto de seus lábios enquanto se levantava e cobria melhor o filho.

-Você não entenderia, nem eu mesmo entendo. –Confessou Lupin enquanto observava o carinho entre mãe e filho.

-Por que não tenta? –Perguntou Lilian voltando a se sentar em sua cadeira o encarando novamente.

Remus se remexeu desconfortável, seus olhos fixos em uma mancha no pequeno tapete do quarto, sua cabeça trabalhava rapidamente tentando pensar em algo coerente para responder a ruiva que esperava em silêncio pela sua resposta.

-Quando Jéssica morreu pensei que não fosse capaz de seguir em frente sabendo que nunca mais veria a pessoa que eu mais amava no mundo. –Lupin abaixou a cabeça naquele momento tentando disfarçar os olhos marejados, mesmo após anos a dor ainda era grande. –Mas Sirius me mostrou que eu não poderia desistir, Harry, James, você e até mesmo ele mesmo não merecia isso, não mereciam sofrer mais uma perda.

Lilian tentava absorver cada palavra que ele dizia, era capaz de entender perfeitamente o que o amigo sentia, pois era exatamente daquele jeito que tinha se sentido durante anos.

-Então decidi seguir em frente, mas aí o James morreu e foi mais uma perda difícil que fui obrigado a carregar. –Fez um leve barulho com a garganta já que sua voz estava começando a falhar, seus olhos buscaram pelo da mulher que estavam marejados. –Eu segui em frente ou ao menos tentei, foram anos e anos tentando superar a dor da solidão, mesmo com o Sirius, o Harry e você ainda assim não tinha ninguém que pudesse preencher um vazio que tinha sido criado em meu peito. –Desviou o olhar para o moreno que dormia sem saber de nada. –Pode parecer egoísta mais foi uma alegria para mim e para o Sirius ter Harry aqui e foi graças a eles que acabei conhecendo Tonks, a princípio eu pensei que era apenas o meu lado galinha voltando a dar indícios de que ainda existia, mas depois eu compreendi que aquela enfermeira era especial do mesmo que Jéssica foi e é ainda, mas mesmo assim os sentimentos eram um pouco diferentes.

-Você quer dizer que está apaixonado por Tonks? –Perguntou Lilian se esforçando para entender a confusão que o homem armará em sua cabeça.

-Sim. –Confessou tristemente.

-E por que raios não esta com ela neste momento que tanto precisa? –Perguntou novamente Lilian um tanto quanto indignada.

-Porque eu sou um tonto que não consegue viver um romance de maneira tranqüila. –Falou se levantando e ficando de costas para a amiga. –Tonks e eu acabamos nos envolvendo no Natal, mas logo depois eu descobri que enquanto eu curtia uma noite de amor meu melhor amigo estava morrendo sozinho e me culpei por isso, deveria ter ficado ao lado dele, mas não fiquei! –A voz dele estava cheia de amargura naquele momento. –Então Sirius morreu e eu fiz a burrada de beber, estava fora de mim e cheio de feridas abertas. Não precisa ser um gênio para saber que acabei descontando em Tonks, justo nela que tinha me feito sentir novamente o homem mais feliz do mundo.

Lilian se levantou e foi na direção do homem e o abraçou fortemente, após alguns minutos abraçados se afastou dele e virou seu rosto em sua direção, podendo então se olharem melhor.

-Vai atrás dela, tenho certeza que era irá entender. –Falou a ruiva seriamente.

Sacudiu a cabeça de maneira negativa enquanto se afastava dela.

-Não posso. –Disse transparecendo tristeza na voz. –Eu não nasci para ser feliz, as pessoas ao meu lado sempre acabam magoadas, Tonks não merece isso. Além do mais o que eu posso oferecer a alguém tão jovem e bonita como ela?

Lilian bufou de raiva e colocou as mãos na cintura enquanto o fitava com raiva.

-Você é um dos seres mais educado que eu conheço, é jovem sim senhor, pois temos a mesma idade, e não ouse me chamar de velha! É inteligente, corajoso, um amigo de dar inveja em qualquer um e ainda por cima é rico. Para você ser um príncipe encantado só falta o cavalo!

-Corajoso? –Perguntou incrédulo. –Eu morro de medo de me envolver com ela e acabar a perdendo assim como todas as pessoas que amo.

A ruiva abriu a boca para retrucar mais a porta se abriu naquele momento revelando a imagem de Philipe e da enfermeira de poucos minutos antes, o médico fitou os dois com curiosidade, mas após pedir licença os ignorou e foi examinar o moreno que por incrível que pareça ainda dormia sobre os efeitos de remédio.

Lupin fez menção de sair do quarto, mas antes que pudesse se afastar Lilian segurou um de seus braços, o fazendo a olhar aturdido.

-Uma vez eu li em um livro uma frase interessante “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." –Falou a ruiva no que Lupin abaixou os olhos. –Pense com carinho sobre isso e se ainda assim decidir que isso é o melhor para você eu juro que não irei mais insistir sobre isso.

Depois disso a ruiva soltou o braço do homem e voltou a ficar ao lado do filho enquanto o médico voltava a injetar mais um remédio no soro do filho. Lupin deu uma última olhada para mãe e filho antes de sair com a cabeça cheia de duvidas.
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Através da pequena janela do quarto de UTI via o céu com poucas nuvens, admirava as figuras que se formava enquanto seus pensamentos iam longe, fazia quase um dia que estava trancafiada naquele quarto e até o momento não tinha tido noticias de Harry ou de Tonks, o que era extremamente estranho para ela.

Onde estariam os dois que não foram visitá-la até agora? E por que sempre que perguntava por eles as pessoas disfarçavam e davam um jeito de mudar o rumo da conversa?

Aquelas perguntas e os comportamentos deles só fazia com que aumenta-se cada vez mais a incerteza de que alguma coisa estava os impedindo de visitá-la, o pior de tudo era que não podia fazer nada além de perguntar sobre eles.

Ainda com os pensamentos longe ouviu pequenas batidas na porta, no que as ignorou claramente, sem ao menos se virar para ver de quem se tratava ouviu a porta se fechar e passos se aproximarem, a cadeira ao lado da sua cama foi arrastada para em seguida ser ocupada. Com um suspiro profundo se virou para a pessoa se deparando com a imagem de Philipe.

O médico ao ver seu olhar sobre si abriu um pequeno sorriso no canto dos lábios, seu olhar sempre gélido transmitia carinho, mas Gina pode perceber que havia uma melancolia escondida neles.

-Como vai Ginevra? –Perguntou Philipe.

A ruiva sentou na cama e olhou com os olhos semicerrados na direção do médico.

-Entediada, não agüento mais não ter nada para fazer aqui! –Reclamou a garota.

Philipe abriu um sorriso divertido com as reclamações da jovem, desde que conhecerá Gina a ver reclamar era um bom sinal, a preocupação era sempre quando estava calada demais esquecendo de tudo inclusive de seu temperamento forte.

O homem riu e a garota o encarou incrédula.

-Posso saber do que esta rindo? –Perguntou indignada pela atitude inadequada do homem.

Fez um gesto displicente com a mão indicando para que esperasse no que a ruiva cruzou os braços sobre o peito e ergueu o queixo em um gesto de desafio. Ainda rindo ajeitou os óculos e se permitiu sustentar o sorriso divertido nos lábios.

-Você é uma pessoa bastante interessante Ginevra e bastante econômica se quer saber. –Falou o médico no que ela arqueou a sobrancelha em confusão. –Ora, nem ao menos preciso gastar meu tempo e dinheiro fazendo exames para descobrir se você está melhor, basta olhar para essa cara de “Vou te matar se não calar a boca”.

Se Gina estivesse em condições de se levantar com certeza o faria e colocaria uma das mãos na fronte do homem para descobrir se este não estaria com febre e caso não estivesse provavelmente iria pedir alguns exames para saber se ele não havia consumido nenhuma espécie de drogas.

“-Como ele pode ser médico? –Se perguntou mentalmente a ruiva.”

-Tem certeza de que não comprou seu diploma?! –O provocou com um sorriso falsamente inocente.

O médico bufou claramente irritado com isto, a garota sabia muito bem o quanto ele odiava que as pessoas duvidassem de sua capacidade profissional e era por isso e por mais alguma coisa que Gina não entedia direito que o amigo fingia ser um médico frio na frente das outras pessoas.

-Não me provoque mocinha! –Falou em tom de alerta.

A ruiva voltou a arquear a sobrancelha acompanhada de um sorriso irônico.

-Se não quer que eu te provoque seu médico rabugento procure ficar de boca fechada então!

Os dois riram fracamente, mas logo as risadas cessaram dando espaço ao silêncio carregado de preocupação e melancolia.

-Gina, eu vim aqui porque...

A ruiva não deu chance para o homem continuar já que o interrompeu.

-Onde estão Tonks e Harry? –Perguntou sem esconder a tristeza em sua voz.

Philipe arqueou a sobrancelha e a fitou seriamente, sabia que naquele momento ele estaria avaliando se deveria responder ou não a pergunta dela, e ao dar um suspiro cansado à garota já sabia que tinha se decidido.

-Tonks não trabalha mais nesse hospital e Harry esta no quarto dele. –Respondeu olhando para o aparelho que media os batimentos cardíacos da jovem, estes aumentaram um pouco, mas logo voltaram ao normal.

Gina tentou assimilar o que o médico disse, ele tinha sido o único a não fugir da pergunta dela, pensou em Tonks e no fato dela não trabalhar no hospital, será que ela tinha pedido demissão ou havia sido demitida por ter a ajudado? E Harry com certeza não ficaria no quarto se algo não estivesse acontecido com ele, aquilo fez com que lembra-se da última vez em que o moreno teve de ficar em repouso por sair.

-Eles estão bem? –Perguntou mostrando aflição.

-Sim.

A garota ficou incrivelmente mais aliviada com isso.

-Gina eu precisa conversar com você sobre...

-A cirurgia, eu sei. –Respondeu a ruiva com a voz soando cansada, como se estivesse com um profundo tédio de tudo aquilo. –Eu já aceitei fazê-la. –Philipe suspirou aliviado e quando fez menção de dizer algo Gina voltou a falar. –Só que antes de fazê-la tenho algumas condições.

-Condições? –Perguntou incrédulo.

A ruiva voltou sua atenção para a janela e deixou que um pequeno sorriso escapasse para seus lábios, já fazia algum tempo que estava pensando sobre isso...
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Parou em frente à porta vermelha de número 544, sabia que esta era a casa dela, pois dias antes havia a deixado ali, colocou a mãos nos bolsos do casaco e se sentiu um tolo por hesitar em bater na porta.

Pensou em ir embora, mas antes que perdesse toda a coragem que reunira a noite passada inteira bateu na porta levemente e esperou por uma resposta, que demorou pouco tempo para vir.

Viu a maçaneta girar e logo aparecer à morena por uma pequena fresta, a garota ao vê-lo fez imediatamente uma careta mal-humorada, teve vontade de rir, porém se segurou para não a ofender ainda mais.

A garota abriu a porta e passou por ela, mas continuou a segura-la com uma das mãos nas costas.

-O que você quer? –Perguntou de maneira grosseira, aquilo o fez perceber que talvez fosse mais difícil do que julgará.

Ronald Weasley se manteve calmo aparentemente enquanto olhava atentamente o rosto da morena contrariado em uma fúria contida, a mão segurando a porta como se a qualquer momento fosse dar as costas a ele e adentrar o lugar.

-Eu... –Começou a dizer mas as palavras pareciam estarem presas em sua garganta, fez um leve barulho antes de começar. –Será que não poderíamos conversar ai dentro? –Pediu no que a morena olhou da porta para ele avaliando.

Sem dizer nada deu as costas para o ruivo e adentrou novamente a casa segurando a porta aberta numa indicação clara para que o ruivo entrasse também.

Quando passou por Hermione pode reparar que a morena estava com uma calça e uma blusa de moletom da cor preta, que parecia ser alguns números maiores do que os dela, os cabelos desgrenhados e com olhos vermelhos. Com toda a certeza a garota esteve chorando e pensar naquilo doeu.

Hermione fechou a porta com um pequeno estrondo e caminhou em passos apressados passando por ele em direção a outro cômodo, que logo descobriu ser a sala, a garota foi até o sofá e se sentou nele com o semblante sério e os braços e pernas cruzadas.

-Então agora que entramos diga logo o que você quer! –Falou Hermione na defensiva e o ruivo notou isto.

Rony a olhou de maneira intensa enquanto sentia a boca ficar seca, começou a ficar agitado enquanto procurava as palavras certas para começar.

-Bem... Eu não faço idéia de como começar. –Confessou o ruivo no que suas orelhas foram tingidas de vermelho.

A garota o fitou ainda irritada e começou a agitar o pé para cima e para baixo sem dizer nada.

-Er... eu acho que te devo desculpas...

-Acha? –Replicou a garota com impaciência.

Se for possível o ruivo ficou ainda mais vermelho do que antes, porém agora era uma mistura de vergonha e raiva, seu orgulho clamava por sair dali enquanto possuísse ainda um pouco de dignidade, mesmo morrendo de vontade de fazer isso permaneceu no lugar e fechou os olhos, contou até dez e voltou a abri-los se deparando com o olhar de deboche da morena que assistia a tudo calada.

-Okay, Eu te devo desculpas. –Voltou a dizer Rony com esforço. –Desculpa se acabei descontando em você e no Harry minha frustração, eu certamente não farei mais isso.

As palavras dele fez com que a expressão fria na face de Hermione se tornar uma cansada, tinha tanta coisa para se preocupar que o melhor seria desculpar aquele ruivo de uma vez por todas e acabar definitivamente de se iludir.

-Está desculpado. – Respondeu simplesmente se levantando.

O ruivo quis dizer algo mais mas se calou ao perceber o olhar indiferente da garota, tudo bem que tinha a magoado mas aquela indiferença era crueldade.

-Se era só isso que você tinha a me dizer...

-Não, não é! –Interrompeu o ruivo caminhando na direção dela, que recuou alguns passos.

Aquilo fez com que um sorriso se formasse no canto dos lábios do ruivo, pelo visto ela não estava tão indiferente assim com sua presença, não soube bem o porquê, mas se sentiu incrivelmente satisfeito por isso.

-E como nós ficamos?

Ao mesmo tempo em que dizia o ruivo caminhava em direção a jovem que recuava, porém esta ao sentir a paredes em suas costas viu que estava encurralada, sem saber o que fazer ficou revoltada por ver o começo de um sorriso nos lábios dele, mas ela merecia isso, afinal quem mandou ser uma perfeita idiota incapaz de agir quando se tratava daquele maldito ruivo.

-Não existe nós. –Respondeu Hermione se agarrando ao pouco de dignidade que ainda lhe restava.

Rony balançou a cabeça de um lado para o outro com um pequeno sorriso parou a poucos centímetros dela e apoiando um braço de cada lado do corpo dela colado a parede, um sorriso malicioso se fez presente em seus lábios, no mesmo tempo em que Hermione tentava ignorar os batimentos acelerados do coração.

-O que esta pensando em fazer?

Murmurou a garota sentindo vontade de se bater por sua voz não sair fria e ameaçadora como queria.

-Em te provar o quanto você enganada. –Falou o ruivo fitando os olhos castanhos dela intensamente.

O ruivo abaixou a cabeça para olhá-la novamente, mesmo com aquela roupa totalmente masculina ela ainda tinha o poder de hipnotizá-lo de tal forma que fosse incapaz de pensar em ir embora sem antes ao menos provar seus lábios, quando seu olhar subiu novamente para o dela se perdeu no mar castanho.

Colou seu corpo ao dela sentindo-a ficar tensa, desceu as mãos até a sua cintura ao mesmo tempo em que encostavam suas testas uma na outra, fazia tudo lentamente esperando que a morena reagisse, porém esta se mantinha inerte e arfante.

Com um sorriso presunçoso nos lábios e com a confiança maior do que nunca esteve eliminou qualquer distância que pudesse existir entre os dois, cobrindo seus lábios com os dela.
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§
Subiu as escadas de dois em dois degraus numa tentativa de fugir da irmã que estava em seu encalço.

-Por favor, Dora? –Pediu.

Virou-se para a irmã para mandá-la parar de enchê-la, mas logo se arrependeu, pois esta estava com uma cara de dar pena até mesmo àqueles com o coração frio.

-Er... –Começou a dizer, mas não conseguia, suspirou resignada. –Por que eu?

A garota abriu um pequeno sorriso e abraçou a irmã pelos ombros, tinha consciência que tinha desistido de negar seu pedido.

-Simples, por que se eu fosse sozinha “a filha revoltada” nossos pais iriam arrumar uma maneira de me convencer do contrário. –Falou enquanto revirava os olhos. –Agora se estivermos juntas nessa...

Não foi preciso completar, pois logo Dora tinha entendido onde a irmã queria chegar, se uma delas fossem contra as idéias malucas dos pais eles se juntariam até que a convence-se do contrário, entretanto se as duas estivessem juntas desde o começo os pais não teriam forças suficientes para fazê-las mudarem de idéia e no final iriam desistir sem precisar criar nenhum grande conflito.

-Mas posso saber o porquê você querer ir para a Austrália? –Perguntou Ninphadora.

A irmã deu um sorriso enigmático e a puxou em direção aos quartos, quando a viu olhar de maneira confusa piscou em sua direção divertida.

-Logo você irá entender.
§


Batidas leves na porta lhe trouxe de volta a realidade, se virou e foi abrir a porta, dando enfim passagem a Úrsula que carregava em mãos uma grande bandeja cheia de guloseimas.

Abriu um sorriso verdadeiro e agradeceu a mulher enquanto ia até a cama e começava a beliscar alguns doces que a velha senhora tinha trago.

-Dora? –Chamou a mulher insegura, conseguindo a atenção dela para si. –O que lhe trouxe de volta minha menina?

A ex-enfermeira abaixou os olhos os sentindo arderem com as lágrimas que queria derrubar, porém não permitiu que isto acontece-se, tinha prometido que iria voltar a dura realidade que sua vida se tornara e que voltaria a cumprir sua dura promessa de que nunca mais choraria na frente de ninguém.

Sem erguer a face respondeu.

-Saudades.

A mulher a encarou desconfiada, mas não disse mais nada e a deixou sozinha.

Naquele momento Tonks voltou a fitar o grande mural de fotos de seu quarto, se lembrava de quando cada uma delas tinha sido tiradas, de um passeio da escola, de quando tinha se formado na oitava série, da primeira viagem sem os pais, do primeiro namorado, entre muitas outras, e praticamente todas elas estava acompanhada da irmã.

Colocou um pedaço de bolo de chocolate na boca e passou a mastigar lentamente, com um pouco de esforço o engoliu, sua garganta parecia ter sido bloqueada por um grande nó.

Foi em direção ao mural e pegou na mão uma foto a qual passou a admirar, estava ela e a irmã em frente a uma enorme faculdade em Brisbane, Austrália.

§
Andava distraidamente tentando arrumar a câmera fotográfica quando esbarrou fortemente em uma pessoa que vinha na direção oposta, sem conseguir se manter em pé acabou caindo no chão.

Gemeu com a dor do choque, mas logo desviou sua atenção para máquina fotográfica que tinha voado para longe de suas mãos.

-Você esta bem? –Perguntou uma voz rouca muito próxima a ela.

Levantou a cabeça para poder olhá-lo, quando fez isso sentiu suas bochechas se tingirem fortemente de vermelho.

A sua frente estava um homem por volta de seus dezessete anos de cabelos castanhos amarrados em um rabo-de-cavalo, estava de óculos escuros e tinha um lindo sorriso. Naquele momento se viu perdida enquanto o admirava.

-Dora?

Virou-se na direção da irmã um pouco perturbada com a visão daquele homem misteriosamente atraente.

Antes que pudesse dizer algo a garota estava ao lado da outra que continuava sentada bobamente no chão. Ao perceber a situação idiota que se encontrava se ergueu em um pulo os assustando.

-Você esta bem? –Repetiu o homem em um inglês perfeito, fato esse que despertou a curiosidade nelas.

-Estou. –Respondeu envergonhada no que o viu abrir um sorriso aliviado. –Me desculpe por isso.

-Sem danos. –Brincou enquanto abria os braços para mostrá-la que estava bem, porém ao olhar para um ponto em particular no chão fez uma leve careta. –Ao contrário de sua câmera.

Aquele última frase fez com que desvia-se a atenção para o lugar em que ele olhava, jogada a dois metros dela estava sua câmera nova toda espatifada, sem conter a frustração que sentiu na hora soltou alguns resmungos mal-humorados.

O homem foi em direção onde a câmera estava e a pegou nas mãos passando a examiná-la cuidadosamente sob os olhares curiosos das duas, depois de algum tempo ele terminou de abrir a câmera e tirou o filme cuidadosamente.

-Infelizmente a câmera não tem concerto, mas acho que deu para salvar algumas fotos. –Falou a entregando o filme e o que sobrava da câmera fotográfica.

-Obrigada ...

-Me chame de Lipe. –Falou estendendo a mão em sua direção.

Dora sorriu gentilmente na direção do homem, que agora sabia que seu apelido era Lipe, e aceitou o aperto de mão dele.

-Se é assim então me chame de Dora. –Falou sendo simpática.

Ao lado dela estava sua irmã que até então se manteve calada assistindo o desenrolar da história com um sorriso discreto, Lipe se virou na direção dela e ficou a admirando por alguns segundos até que balançou a cabeça de um lado pro outro e foi cumprimentá-la sem desviar os olhos dos dela.

-E o seu nome?

As duas irmãs se entreolharam, Dora deu um pequeno sorriso de incentivo à irmã que suspirou aliviada quando se virou novamente na direção do homem que pareceu não perceber os olhares das irmãs.

-Charlotte. –Respondeu tentando não demonstrar muita simpatia.

-É um prazer Charlotte. –Respondeu com um grande sorriso, depois se virou na direção da outra garota. –E Dora.Bom...agora eu preciso ir embora, nos vemos por ai garotas.
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A porta se abriu novamente interrompendo as recordações de Tonks, a ex-enfermeira até que tentou secar algumas lágrimas que escorriam pela sua face, mas era tarde demais.

A mulher de cabelos e olhos castanhos correu em direção e rosto extremamente simpático, percorreu os olhos na imagem da filha e logo correu em sua direção a abraçando fortemente.Aquele abraço cheio de amor e conforto fez com que o coração machucado de Ninphadora voltar a transbordar a tristeza que guardava neles, enquanto chorava nos braços da mãe a mulher lhe sussurrava em seu ouvido que a amava.
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§
-Harry? –Ouviu uma voz bastante conhecida feminina lhe chamar.

Tentou abrir os olhos, mas não conseguiu tamanha a vontade de permanecer com eles fechados.

-Vamos Harry, acorde. –Pediu novamente, e dessa vez não pode deixar de atender.

Abriu os olhos se deparando com os castanhos dela, antes que pudesse fazer qualquer outra coisa se sentou e a abraçou fortemente com medo que ela se afastasse ou algo a tirasse de perto dele.

No começo a sentiu tensa, mas logo a sua risada soou como música em seus ouvidos no mesmo tempo em que ela retribuía o abraço timidamente, ficaram abraçados sentindo um a presença do outro sem dizer nada, só se afastando alguns minutos depois quando os corações angustiados já estavam calmos o suficiente.

Mesmo assim os olhos do moreno ainda transmitiam medo quando olhou para ela.

-Gi eu morri...

Harry logo se calou ao sentir um dos dedos da ruiva tocar seus lábios de maneira delicada.

-Shi, Harry. –Pediu a garota o enlaçando pelo pescoço.

O moreno sentiu o coração bater mais rápido enquanto uma vontade de se apossar novamente daqueles lábios macios e vermelhos o dominava.

-Não vamos falar nada agora. –Pediu Gina em um murmuro.

Assentiu com um aceno de cabeça e logo deixou que um sorriso fosse parar em seus lábios, colocou carinhosamente uma mecha do cabelo flamejante da ruiva que caia na face atrás da orelha dela, sorriu satisfeito ao poder agora vislumbrar melhor aqueles olhos castanhos que tanto se perdia.

-Te amo ruiva. –Sussurrou antes de se apoderar dos lábios dela.
§


Abriu e fechou os olhos varias vezes consecutivas, só conseguia ver um monte de burrões coloridos a sua frente, sentou lentamente na cama e esfregou os olhos lentamente, enquanto se espreguiçava não pode deixar de sorrir bobamente ao se lembrar de seu sonho, só em pensar que poderia vivenciar aquilo com a ruiva seu coração faltava transbordar de felicidade.

Sentado apalpou a pequena cômoda ao lado até que seus dedos sentiram o que tanto procurava, ao colocar os óculos passou a olhar minuciosamente o quarto, se deparando com ele vazio.

Isso fez com que tivesse uma idéia, sem pensar nas conseqüências arrancou o tubo com soro de seu braço e pulou para fora da cama, vestiu a primeira coisa que achou no guarda-roupa, olhando a todo minuto de maneira preocupada a porta.

Ao terminar de se arrumar espiou para fora do quarto e não encontrou ninguém vindo pelo corredor, sorrateiramente saiu e passou a caminhar em direção a ala leste, imagens de minutos antes de desmaiar passavam em sua mente fazendo seu coração se contrair dentro do peito.

Logo que chegou à porta do quarto a escancarou com esperanças de ver a ruiva sentada na cama cercada por um bando de ruivos ciumentos, suas esperanças evaporaram no mesmo momento em que seus olhos se encheram de preocupação assim como o peito.

-Continua vazio. –Disse desolado para ele mesmo.

Ficou admirando o quarto ainda algum tempo sem saber o que fazer quando escutou uma voz furiosa chegar a seus ouvidos.

-HARRY JAMES POTTER. –Gritou Lilian não só o sobressaltando como a uma enfermeira que passava no fim do corredor. –Posso saber o que o senhor esta fazendo fora da cama? Esta tentando matar sua mãe do coração por acaso?

O moreno até pensou em responder, mas depois disto sua mãe passara a lhe arrastar corredor a fora igual tinha feito dias atrás, enquanto fazia o percurso de volta ao quarto escutou a mãe tagarelar algumas coisas, entretanto não prestou atenção em nenhuma delas naquele momento, estava ocupado demais desesperado em tentar saber onde estaria Gina.

Tentou perguntar a mãe, mas ela não parava de falar, bufou irritado. Estava muito ferrado mesmo.
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Entrou na pequena sala dos funcionários sentindo os olhares de todos sobre si, ao fundo sentado no sofá de coro velho estavam três mulheres duas enfermeiras e uma médica, já na mesa estavam dois médicos um de cabelos bastante grisalhos e o outro parecia que tinha se formado recentemente.

Ignorando os olhares sob si se sentou no outro extremo da mesa, tentando evitar ao máximo de ter que falar com aquelas pessoas odiosas.

Logo os dois homens e as duas enfermeiras voltaram a conversar com o mesmo entusiasmo de antes de entrar, mas para a sua infelicidade a médica havia se levantado e vinha em sua direção, abaixou a cabeça como se não estivesse percebido e passou a procurar nos bolsos o maço de cigarros o pegou nas mãos enquanto via de soslaio a mulher se sentar em sua frente.

-Philipe. –Cumprimentou com um sorriso que ele julgou ser sexy.

Sem alternativa voltou a ergueu a cabeça na direção da mulher fazendo um pequeno aceno em cumprimento.

-Como vai Jillian? –Perguntou sem expressar nenhuma simpatia.

A mulher sorriu ainda mais, tinha os cabelos negros e seus olhos eram azuis, sua pele era extremamente branca, seu corpo era cheio de curvas e possuía um belo par de seios avantajados. Ela trabalhava como nutricionista e sempre tinha os olhares dos homens a acompanhando por onde passava.

-Eu vou bem ao contrário de você. –Respondeu a mulher se aproximando um pouco mais dele por cima da mesa.

Arqueando a sobrancelha encostou-se à cadeira e cruzou os braços na altura do peito.

-Por que diz isso?

Jillian voltou a se endireitar na cadeira um pouco aborrecida, o que fez com que Philipe acaba-se tendo que se controlar para não rir.

-Porque esta se isolando de todo mundo, esta com a barba por fazer, seus olhos vermelhos e com olheiras, e claro, esta mais frio do que nunca. –Falou a mulher com superioridade.

Philipe coçou a barba por fazer se dando conta no estado dela apenas agora, suspirou e ajeitou os óculos no rosto sem expressar sentimento algum além de tédio.

-Já pensou que minha personalidade pode ser essa?

Foi a vez dela de arquear a sobrancelha descrente, enquanto um sorriso sarcástico ia parar nos lábios carnudos dela.

- Oh, sim claro. –Respondeu soando totalmente sarcástica. –E tudo isso não tem nada a vê com o estado de saúde da Srta. Weasley.

O moreno semicerrou os olhos na direção dela, fechou os punhos com força tentando conter a raiva que crescia em seu peito.

-Será que poderia ser mais clara? –Perguntou com a voz ameaçadora.

A mulher não deixou aquilo abalar com seu humor, seu sorriso ainda continuava em seus lábios como se não estivesse acabado de insinuar nada a respeito de um relacionamento dele com uma paciente, coisas que ele sabia que todos falavam pelas suas costas e que até o momento ninguém tivera a audácia de falar em sua cara.

-Estou dizendo que este estado deprimente que você se encontra é por culpa desse sentimento que você nutre por aquela garotinha ruiva. –Disse Jillian calmamente enquanto via as iris do homem brilharem cada vez mais ameaçadora em sua direção.

Ela se aproximou dele lentamente por cima da mesa esticando o braço para poder tocá-lo.

-Por que você não para um pouco de brincar com aquela garotinha e não decidi se divertir com quem realmente sabe das coisas. –Propões a mulher de maneira insinuante.

Antes que a médica pudesse tocá-lo se levantou da cadeira de maneira brusca, fazendo o objeto cair no chão com um pequeno estrondo chamando a atenção de todos novamente para si, Jillian o fitou com os olhos arregalados, mas logo se recompôs.

Os dois ficaram se fitando por algum tempo, então Philipe apoiou uma das mãos na mesa e se curvou em sua direção quando estava próximo ao ouvido dela começou a dizer de forma que apenas ela escuta-se.

-Se por acaso um dia eu nutrir algo por Ginevra irei preferir mil vezes ela a uma vadia como você que fica se esfregando com qualquer um em seu consultório. –Falou com a voz venenosa.

Depois disso o único som que se ouviu foi o de um tapa certeiro no lado direito da face do médico, este a encarou com ódio antes de se virar e sair da sala com raiva, deixando para trás todos boquiabertos.
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Estava na sacada de olhos fechados enquanto o vento bagunçava seus cabelos já rebeldes, tentava entender tudo o que tinha acontecido nestes dias, cada vez que as coisas pareciam estarem bem sempre acontecia algo que fazia com que sua vida vira-se de ponta cabeça.

Nem ao menos se lembrava mais quantas vezes tinha se sentido assim, mas essa com certeza era a mais forte do que todas as outras, graças a uma ruivinha que tinha aparecido em sua vida de maneira tão inesperada.

Um dia simplesmente estava naquela mesma sacada pensando na vida quando de repente se viu perdidamente atraído pela imagem daquela garota. Depois desse dia seu mundo nunca mais virou em torno dele, pois agora tinha algo melhor como foco.

Foi com um sobressalto que viu a porta se abrir e o quarto ser preenchido por uma quantidade excessiva de ruivos.

-Harry, meu caro, como vai? –Perguntou Fred animado vindo em sua direção

O moreno iria responder mais sua atenção foi para um ruivo que acabara de entrar acompanhada por uma morena, estes eram Rony e Mione, o primeiro estava extremamente sem graça com tudo aquilo.

-Como vai Harry? –Gaguejou o ruivo.

Harry olhou na direção de Hermione por alguns segundos, tempo suficiente para entender que o ruivo estava se esforçando para se desculpar, e se a melhor amiga tinha sido capaz de fazer isso não seria ele a não aceitar.

-Vou bem Rony e você cara? –Perguntou enquanto se aproximava com um pequeno sorriso.

Todos inclusive Rony sorriram aliviados depois disso, fizeram baderna no quarto do moreno por um bom tempo parando apenas no momento que alguma enfermeira entrava no quarto, mas logo que esta saia a bagunçava voltava a reinar no lugar.

No meio da algazarra Harry não pode deixar de reparar nas mãos entrelaçadas e no sorriso que cismava em não sair dos lábios do casal, pelo menos algo bom tinha que acontecer naqueles dias tão conturbados. Mas vendo os dois juntos e felizes daquele jeito não pode deixar de pensar em como Gina estaria e no beijo que os dois tinham trocado antes dela desmaiar.

Estava tão absorto que nem ao menos reparou quando a porta voltou a se abrir e um médico adentrar no quarto acompanhado de uma enfermeira mandando todo mundo se retirar, pois o mesmo precisa descansar.

-Se não tem jeito. –Reclamou Fred se levantando e caminhando para fora do quarto, chamando finalmente a atenção do moreno.

Hermione antes de sair foi até o amigo e lhe deu um abraço apertado como sempre fazia.

-Vê se não apronta mais seu moreno louco. –Falou a garota divertida.

O moreno abriu um sorriso maroto para ela.

-E vê se você não vai aprontar nada com este ruivo safado. –Disse cheio de malicia, fazendo a garota corar.

Esta lhe deu um tapa leve no ombro e caminhou em direção a saída do quarto de mãos dadas com Rony, este se virou para se despedir de Harry.

-Rony? –O chamou ainda sustentando o sorriso maroto nos lábios. –Vê lá o que vai fazer com a minha irmãzinha seu ruivo safado, se fizer algo impróprio eu irei caçar sua cabeça e reze para que eu escolhe a certa na hora.

Terminou lançando um olhar o qual dizia perfeitamente quais cabeças a que ele se referia.

O ruivo assentiu com um aceno, enquanto puxava Hermione para mais perto e dava um beijo leve na curva do pescoço da namorada a fazendo se arrepiar e corar, ao fundo pode-se ouvir as risadas dos gêmeos.

Apenas agora que seu quarto estava vazio pode vislumbrar a imagem do médico de Gina, o mesmo médico que tinha o atendido quando desmaiara pateticamente enquanto esperava por noticias da ruiva, pensou em perguntar sobre a garota, mas logo desistiu da idéia, pois havia um clima de mal estar sob os dois que Harry apesar de não entender direito o que era tinha certeza que um não aturava o outro.

Philipe sem dizer nada ao moreno que o encarava com o semblante fechado pegou a prancheta dele e passou a examiná-la para minutos depois se voltar ao garoto com indiferença.

-Esta com tonturas, ânsias, dor? –Perguntou de maneira profissional.

-Não. –Respondeu Harry sem esconder o desagrado na voz.

Fingindo não ter percebido isso o médico se virou para a enfermeira que estava calada até então e pediu para que se retirasse do quarto com os medicamentos, dando a desculpa de que o garoto não iria precisar mais deles, quando a jovem fez isto ele voltou sua atenção ao moreno.

-O que foi? –Perguntou o moreno mal-humorado.

Philipe bufou irritado e largou a prancheta em um canto qualquer com impaciência.

-Vamos deixar uma coisa clara aqui Sr. Potter. –Começou a dizer tentando controlar a vontade de apertar o pescoço do garoto. –Eu não te odeio mas se continuar com esta atitude eu posso arranjar isto para você.

Harry o encarou de maneira sarcástica fazendo o médico bufar novamente.

-Se vê ao longe que não me odeia. –Disse Harry irônico.

O homem revirou os olhos com aquela frase. Por que era tão difícil assim não poder socar um paciente?

-Olha, eu sinceramente estou tentando não te odiar então cala a boca e me deixa falar. –Falou Philipe com uma raiva contida, seus punhos estavam semicerrados. –Você gosta mesmo de Ginevra?

Aquela pergunta surpreendeu o moreno que fitou o médico como se este fosse louco, não esperava que ele fosse falar sobre Gina de maneira direta consigo.

-Por que a pergunta?

Philipe tirou os óculos e foi se sentar na cadeira ao lado da cama do moreno, dessa vez não tinha ironia ou sarcasmo em seu ato, apenas cansaço. Harry por sua vez assistia tudo com desconfiança.

-Ao invés de me fazer outra pergunta será que você é capaz primeiro de responder esta?

Harry estava pronto para debater o que o médico disse quando este começou a falar expressando todo o cansaço que sentia.

-Harry, estou falando sério quando disse que não te odeio e mais sério ainda agora quando digo que não quero briga, apenas gostaria de saber se você é capaz de responder esta simples pergunta. –Explicou no que o moreno ficou pensativo.

Pensou por alguns segundos o quanto gostava de ficar perto dela, do seu sorriso, de sua determinação admiradora,entre tantas outras qualidades e sentimentos que nutria por ela não foi difícil para o moreno ter certeza sobre seus sentimentos, sorriu inconscientemente.

-Sim eu realmente gosto dela. –Respondeu Harry após algum tempo.

Naquele momento pela primeira vez Harry pode ver uma expressão verdadeira por trás daquela mascara fria que o médico sempre tinha usado, havia alivio e ao mesmo tempo melancolia.

-Sabe eu realmente não sei se fico feliz ou triste com esta resposta.

-Mas o qu...

-Ao mesmo tempo em que isso é bom é péssimo também. –Continuou a dizer como se o moreno não tivesse acabado de tentar interrompe-lo. –Harry você realmente tem consciência do que poderá acontecer daqui para frente?

Cada vez mais o garoto se encontrava mais confuso. Onde aquele médico queria chegar?!

-Eu não estou te entendendo. –Confessou Harry contrariado. –Por que não diz logo de uma vez por todas o que quer dizer?

O médico esboçou um pequeno sorriso com a resposta do garoto, ao menos tinha que admitir que era corajoso e inteligente e não apenas mais um menino bobo e mimado como tinha pensado antes de ter a conversa com Ginevra, e foi graças a ela que estava ali tentando conhecer o verdadeiro Harry Potter o garoto que tinha conquistado o coração daquela ruiva frágil a qual sempre tentara proteger e falhara miseravelmente em todas as tentativas.

-Okay, serei direto. –Falou olhando diretamente nos olhos do garoto, reconhecendo o brilho que tinha neles, era o mesmo brilho que os dele tinham alguns anos atrás. –Se você pretende ter algum tipo de relacionamento com Gina, antes me vejo na obrigado de alertá-lo sobre o que provavelmente irá acontecer.

Assistiu os olhos de Harry brilharem por um segundo com insegurança, mas logo eles voltaram a se tornarem determinados e curiosos.

-Acho que Gina te contou que sofre de um problema sério do coração. –Começou a dizer no que o moreno confirmou em silêncio. –Este problema vem se agravando com o tempo e há dois dias Ginevra teve seu pior ataque, apesar de estar aparentemente bem se ela não fizer uma cirurgia em breve é muito capaz que no seu próximo ataque não seja capaz de contar com a sorte como fez na última vez.

O coração do moreno se contraiu no peito, sabia que o estado de saúde da garota era frágil, mas nunca tinha considerado a idéia de perdê-la. Céus, e como se isso não fosse o suficiente tinha o sentimento de culpa que o sufocava, ela tinha ido atrás dele para apoiá-lo quando teve o último ataque.

Philipe desviou os olhos do moreno,era difícil para ele assistir o conflito de sentimentos que o moreno expressava, pois sabia o quão dolorosos poderiam ser eles.

-Vejo que agora esta começando a entender onde eu quero chegar. –Disse Philipe sem alegria nenhuma na voz. –É muito importante que Gina faça esta cirurgia, hoje mesmo nós conversamos e ela topou fazê-la.

-Continuo sem entender aonde você quer chegar. –Falou Harry olhando para a sacada.

Voltou a avaliar a inteligência do garoto, talvez ele não fosse tão inteligente quanto pensou de inicio.

-As chances desta cirurgia der certo são de 1 em 2, por tanto há 50% de chance da Gina não voltar da sala cirúrgica.

Aquela última frase fez com que Harry vira-se o pescoço com um estralo alto na direção do médico, mesmo sentindo um dor descomunal no pescoço a ignorou, seus olhos expressavam medo enquanto seu coração parecia querer sair do seu peito tamanha rapidez de suas batidas.

-Você esta dizendo que a Gina vai... morrer? –Perguntou com a voz entrecortada, aquela idéia era inadmissível para ele.

-Estou dizendo que daqui para frente Ginevra mais do que nunca vai encarar a morte. –Falou sério, voltando a encarar os olhos do garoto. –Irei fazer o possível e o impossível para que viva, mas não podemos descartar a possibilidade de que ela possa não resistir.

-Não! Gina é a garota mais forte que eu conheço. –Falou Harry sentindo-se cada vez mais impotente. –Ela vaiviver!

Naquele momento não era preciso que o moreno disse-se mais nada, estava evidente que aquilo era amor verdadeiro, mas mesmo assim Philipe não pode deixar de sentir receio por aquele casal, eles enfrentariam coisas difíceis daqui pela frente, coisas que talvez não suportassem passar, entretanto só lhe restava torcer pelos dois.

-Agora sim eu acredito que você realmente a ama. –Disse Philipe enquanto se levantava e dava um pequeno sorriso a Harry. –Uma coisa que a vida me ensinou foi que quando se ama não há limites, você simplesmente pode fazer tudo por sua amada. Está preparado para isso?

Estendeu a mão para o moreno que aceitou prontamente, a inimizade já não existia mais e os dois estavam por incrível que pareça felizes por isso.

-Estou. –Falou Harry por fim com determinação.
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Escutou o leve despertar de seu celular, após isso correu para debaixo da água, fechando os olhos enquanto a água escura escorria por todo o seu corpo, estava na hora de voltar a tomar as rédeas de sua vida.

Pouco tempo depois estava arrumada descendo as escadas de sua casa, ao entrar na cozinha Úrsula a encarou com a testa franzida enquanto sua mãe tomava tranquilamente seu café da manhã, deu um beijo de bom dia na face das duas e se sentou, o café da manhã tinha sido tranqüilo, com algumas poucas brincadeiras onde sua mãe provocava Úrsula.

Assim que terminou pediu licença e se despediu das mulheres prometendo voltar no fim do dia, antes de entrar no carro verificou se sua roupa estava diferente da que vestia antes para trabalhar, arrumou o chapéu que usava e entrou no carro, não iria mais se esconder e chorar.

Ao entrar no enorme estacionamento viu o porteiro vir em sua direção e arregalar os olhos ao vê-la, sentiu vontade de rir da cara de espanto dele, mas apenas abriu um sorriso educado e o cumprimentou antes de se afastar.

-Perfeito. –Sussurrou para si mesma ao ver algumas enfermeiras passarem de um lado para o outro distraídas demais com seus trabalhos para reparar nela.

Com toda a calma do mundo apertou o botão que levava ao quarto de Harry e subiu assobiando, estava fora do horário de visitas, mas duvidava que alguém ali fosse capaz de impedi-la quando conhecia quase todas as falhas de segurança daquele lugar.

Assim que parou na frente da porta a escancarou de uma vez assustando um jovem moreno de olhos verdes.

Este a encarou por alguns segundos surpreso antes de correr em sua direção e lhe abraçar fortemente, sem a mínima vontade de ser pega no fraga se afastou dele e fechou a porta, voltando depois sua atenção a ele enquanto piscava divertida.

-Saudades? –Perguntou divertida se jogando na cama do moreno.

Este apenas balançou a cabeça de um lado para o outro indo se juntar a ela.

-Por que esta assim? –Perguntou o moreno a encarando com curiosidade.

-Assim como? –Devolveu a pergunta arqueando a sobrancelha divertida.

O moreno pôs a mão no queixo e fez cara de pensativo, depois se levantou e ficou olhando atentamente a imagem da mulher deitada em sua cama.

-Não esta vestindo a camisa das esquisitonas. –Falou o moreno começando a enumerar nos dedos, mas logo foi interrompido por Tonks que exclamou um “Eu não uso sempre”. –Usa sim, só não usa quando esta trabalhando...

O moreno deu um leve tapa na testa ao falar isto, tinha se esquecido de que Tonks tinha perdido o emprego por sua causa, outra culpa que teria guardar para si. Pensou que veria os olhos delas tristes mas não estavam.

-Tonks, me desc...

-Se completar leva um cascudo. –Alertou a mulher sorrindo. –Não é sua culpa se eu perdi a bosta deste emprego, se quer saber de mais uma coisa foi a melhor coisa que poderia me acontecer, este hospital estava me dando nos nervos. Logo acho um novo emprego em outro que não me faça trabalhar vinte e quatro horas e que não tenha um moreno folgado que vive a fugir.

Aquilo fez os dois rirem, apesar da diferença considerável de idade a amizade deles era tão fácil de lidar, talvez isso se devesse ao fato de que Tonks nunca chegara a envelhecer de verdade.

-Okay, mas voltando ao que eu dizia antes, não esta usando a camisa da esquisitonas, não esta de lentes e pintou o cabelo de castanhos. –Falou Harry no que a mulher fez uma leve careta.

-Estava na casa da minha mãe e ela sempre fez questão de jogar fora minhas camisas das esquisitonas. –Explicou fazendo mais uma careta, arrancando uma sonora gargalhada do garoto. –Só pintei meu cabelo para a cor normal dele assim como deixei minha lente de lado, enfim voltei a minha aparência verdadeira. –Falou dando de ombros, depois seu olhar ficou desconfiado. –Por que, não ficou bem assim?

Harry abriu a boca para responder, mas antes que pudesse dizer algo Tonks voltou a dizer.

-Se atreva a dizer que estou feia para você ver o que te acontece. –Ameaçou levantando o punho fechado na direção do moreno, que levantou as mãos em rendimento.

-Você não tinha me dito que valia mentir! –Se defendeu o garoto no que foi acertado no rosto por um travesseiro.

Os dois voltaram a rir, mas logo o silêncio recaiu sobre eles e o clima tenso se instalou no quarto.

-Você esta mesmo bem? –Perguntou Harry após um tempo.

Tonks abriu um leve sorriso com isto e confirmou.

-Eu sobrevivo, como disse este emprego estava me deixando louca e realmente prefiro procurar outro hospital,estava mesmo precisando de mais tempo para me dedicar a outras coisas. –Falou Tonks no que Harry suspirou aliviado, a ex-enfermeira bagunçou os cabelos morenos dele já rebeldes. –E você como esta?

-Estou bem. –Respondeu revirando os olhos em seguida ao vê-la examinar sua prancheta. –Velhos hábitos nunca mudam.

-Nunca. –Concordou ela. –Vê se não abusa que logo estará em casa.

Ele concordou a vendo ficar cabisbaixa.

-E Gina como esta? –Perguntou ao moreno que também ficou cabisbaixo.

-Tenho poucas noticias dela, apenas alguns minutos atrás que fiquei sabendo melhor o que estava acontecendo.

Depois disso Harry passou a narrar tudo o que tinha acontecido desde o momento que ela saiu para a pequena reunião com Philipe até o momento que o mesmo venho em seu quarto conversar, nessa parte da história o moreno pode ver que Tonks tinha ficado realmente surpresa com isso.

-Eu ainda não o entendo bem, mas não o encaro mais como meu inimigo. –Confessou o moreno.

Tonks ficou calada por um tempo, como se estivesse a avaliar se dizia ou não, por fim decidiu-se por contar.

-Philipe tem um grande motivo para agir desta maneira Harry, que talvez ninguém daqui além de mim saiba. –Falou no que o moreno arqueou a sobrancelha.

-Que motivo?

Tonks suspirou e se levantou da cama, agora que tinha começado teria que ir até o fim, optou então por não olhar nos olhos do moreno e se levantou indo até a sacada sendo seguida por ele.

-Para você entenda terei que te contar coisas que aconteceram quando eu tinha a sua idade. –Falou Tonks no que Harry permaneceu calado esperando pacientemente. –Provavelmente você não sabe sobre isso, mas eu tinha uma irmã gêmea. -Não era preciso olhá-lo para saber que aquilo tinha o surpreendido e o deixado mais confuso. –Minha irmã se chamava Charlotte, nós viemos de uma família da mais alta nobre sociedade, Char e eu nunca gostamos muito disso e sempre que dava nós íamos contra as regras impostas sobre como deveria ser uma mulher da alta sociedade. –Abriu um pequeno sorriso ao se lembrar das coisas que aprontaram juntas. –Um dia Char teve a idéia de ir para uma faculdade no exterior, nossos pais provavelmente iriam contra, mas se nós duas estivéssemos juntas eles não teriam forças para nos fazer mudar de idéia, então após muita insistência por parte dela eu topei com o plano.

Harry prestava total atenção em Tonks que estralavam os dedos distraidamente com o olhar perdido para o céu, mas ainda assim podia perceber que tinha carinho e dor em seus olhos, aquela mulher que sempre brincava e apoiava os amigos sofreu provavelmente em silêncio por anos.

-Após meus pais desistirem de nos impedir fomos para Brisbane, Austrália. Logo que chegamos esbarrei em um adolescente que deveria ter a nossa mesma idade, não foi preciso muito para me apaixonar, porém ele só tinha olhos para Charlotte que se sentia extremamente culpada, apesar de eu negar qualquer sentimento amoroso. –Cenas e mais cenas passavam em sua cabeça de conversas que teve com a irmã, de pequenas discussões que poderiam ter sido evitadas. –Ele estudava medicina e mesmo assim não se parecia nada com um futuro médico, os cabelos compridos e os óculos escuros como melhor amigo era de criar duvidas sobre sua carreira, o nome dele era Philipe Scott Kyle.

Como esperado Harry ficou boquiaberto naquele momento, agora sim estava começando a compreender o porquê apenas ela conhecia o motivo que levou o médico de Gina a se tornar alguém tão fechado, tentou imaginá-lo da forma como tinha sido descrito, mas isso era uma tarefa quase impossível.

-Quando percebi que minha irmã também estava apaixonada por ele dei o maior incentivo para que ficassem juntos e assim que consegui me mudei para Londres. –Seus olhos estavam marejados, ela inspirou profundamente e depois continuou. –Pouco tempo depois os dois se casaram e eram felizes, eu estava feliz por minha irmã. Pouco tempo Lipe me ligou desesperado pedindo para que minha família fosse para lá o mais rápido possível. –Uma lágrima fina escorreu pela face da enfermeira. –Lipe estava fazendo estágio em um dos melhores hospitais do país e tinha toda uma carreira promissora pela frente, em uma manhã ele ligou para casa como sempre fazia para conversar uma banalidade qualquer com Charlotte, mas enquanto falavam pelo telefone minha irmã passou mal. Naquele dia nós descobrimos que Char sofria um sério problema do coração chamado Cardiomiopátia.

Os olhos da mulher se voltaram na direção de Harry que sentiu o coração se contrair no peito, será que era possível que Charlotte e Gina tivessem a mesma doença? Se isso fosse verdade estava explicado o motivo que Philipe tanto se dedicava a ruiva...

Tonks tinha percebido que Harry havia finalmente começado a entender o significado daquilo, e pensar que teria que agüentar aquela culpa, a culpa de tê-los os aproximados, agora os dois sofreriam por causa dela.

-Charlotte foi operada as pressas a operação tinha dado certo, porém não totalmente. –Naquele momento Tonks não agüentou e fechou os olhos enquanto suas mãos apertavam a grade da sacada, a perda de sua irmã ainda era uma ferida aberta. –O médico conversou com Philipe que teve que fazer uma escolher, ter uma carreira brilhante ou aproveitar ao máximo ao lado de Char os últimos anos de vida dela.

Harry se virou na direção dela incrédulo, tinha se esquecido que ela sempre se referia a irmã no passado quando ela mencionou que a operação tinha dado certo.

-Mas você acabou de dizer que a operação deu certo. –Falou o moreno tentando entender o que tinha se tornado sua cabeça.

-E deu Harry, mas não havia mais jeito a não ser adiar e dar a ela tempo de se despedir. –Murmurou enquanto secava mais algumas lágrimas que escorria por sua face. –Philipe recusou se tornar um grande médico quando teve oportunidade, preferiu ficar ao lado da amada.

Tonks com as costas das mãos secou todas as lágrimas silenciosas que tinham escorrido por seu rosto, depois que tinha se recomposto se virou na direção de Harry.

-Philipe esta assim porque perdeu Charlotte, que era a razão de viver dele. –Falou Tonks no que o moreno finalmente entendeu.

Harry ficou em silêncio por alguns minutos tentando assimilar, entendendo agora mais do que antes o que Philipe tinha dito, ele mais do que ninguém sabia o que poderia acontecer e estava o preparando para isso, naquele momento de gratidão pelo médico.

-Agora eu entendo as coisas, me sinto um idiota por tudo o que pensei sobre ele. –Confessou Harry no que Tonks deu um pequeno sorriso. –Isso pode acontecer com a Gina não é?

-Pode sim Harry, é uma possibilidade. –Falou Tonks

O moreno inspirou profundamente antes de continuar.

-Tonks é por isso que você se tornou enfermeira? –Perguntou o moreno.

-É sim Harry, quando Char morreu minha vida virou de ponta cabeças, não sabia o que fazer, e só sentia uma única coisa, vontade de ajudar os outros já que não fui capaz de fazer isso com minha própria irmã. –Explicou Tonks no que Harry sentiu um imenso orgulho dela. –E é exatamente o que vou fazer agora.

Olhou aturdido com a mudança de assunto de maneira repentina, ainda estava tentando decifrar o que ela queria dizer falando aquilo, mas antes que pudesse sequer pensar em alguma hipótese já estava sendo arrastado para dentro do quarto, enquanto Tonks mantinha um sorriso divertido nos lábios.

-Eu vou te ajudar a ver a Gina. –Respondeu a pergunta muda do garoto.

-Como? –perguntou incrédulo no que ela sorriu enigmática.

-Fique quieto que eu te explico. –Falou marotamente se sentando na cama sendo acompanhada pelo moreno que agora estava entusiasmado com a possibilidade de rever a ruiva.
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N/A: Bom este capitulo saiu maior do que todos os outros, por tanto ao invés de ser o penúltimo será o antepenúltimo capitulo, o próximo capitulo tenho certeza que iram agradar mais vocês, será basicamente Harry/Gina, porém... como eu dei muito espaço para Remus/Tonks(por mais que a principio não fosse minha intenção) também teremos cenas deles dois...
O motivo da demora expliquei no recado que tinha postado, mas para quem não leu ai vai... A fics esta em sua reta final, e como sempre fiquei indecisa sobre como terminá-la.
Mas após uma conversa com uma amiga minha no domingo me decidi sobre o que irei fazer definitivamente, o que vcs só descobriram no último capitulo, que prometo tentar não demorar.
Bom peço minhas sinceras desculpas pelo capitulo ter demora tantoooo, mas nem tudo foi minha culpa, o capitulo esta pronto desde de terça feira (19/08) entretanto como sou uma pessoa de ‘sorte’
Fiquei sem internet até o final de semana, mas fui viajar então não deu para postar e ontem (26/08) quando eu voltei estava sem energia... Portanto só deu para postar hoje mesmo... Desculpa mesmo!!!
Agradeço a todos os comentários do fundo do coração.


Respostas de comentários.



Inaclara Evans Potter:
Que bom que vc gostou do capitulo apesar dele ser triste, mas tenha fé que as coisas podem melhorar, pelo menos no capitulo 8º eu garanto que vão! Obrigada pelo comentário.

Tonks & Lupin: Primeiramente obrigada pelas dicas... eu vou tentar prestar mais atenção e reler os capítulos, tai uma coisa que eu nunca reparei que fazia na hora da empolgação xD Espero que tenha curtido mais este capitulo, como viu o Harry esta melhor do que a Gina em alguns termos...Obrigada pelo comentário.

Patty Potter Hard: Que bom que vc gostou do capitulo ^^ Espero que este tenha sido um pouco mais emocionante... Desculpa a demora mas aconteceu muita coisa que me empediu de posta-lo antes. Obrigada pelo comentário.

Maria Lua: KKKKKKKKKKK Bom se alguém vai morrer ou se serei boazinha vcs iram descobrir no último capitulo... Acho que nesse capitulo deu para descobrir um pouco mais da Tonks e ver que aquilo era só o começo, neste capitulo ela sofreu um pouco mais, mas prometo melhorar as coisas para ela. Espero ter matado sua curiosidade de maneira positiva agora. Obrigada pelo comentário.

Ginna A. Potter:Calminha que o fim apesar de próximo terá uma surpresinha para vcs, só não garanto se será boa ou ruim, pelo menos o próximo capitulo é certeza que será algo mais feliz. Desculpe a demora. Obrigada pelo comentário.

Brousire: Tudo tranqüilo aqui e com vc ?
Realmente beijar alguém e ela ter um ataque deve deixar a pessoa complexada, mas o Harry supera... Sabe que eu até gostaria de saber se ele realmente é bom beijador, mas infelizmente ele é da Gina, então é melhor só sonhar com isto mesmo... Sirius e Tiago com certeza ficariam orgulhosos com isto.
Eu realmente acho que foi o melhor para Tonks ter sido despedida, depois eu tentarei explicar isso de maneira curta.
Philipe é um personagem bastante interessante, acho que agora deu para entende-lo melhor, espero que vc não o odeie tanto depois disso.
TWILIGHT é um livro que tira nós de si... Tão bom quanto Harry Potter.
Espero que tenha gostado deste capitulo. Obrigada pelo comentário.

Jackeline Prongs: Obrigado pela recomendação da minha fics na sua comu xD. Fico feliz que esteja gostando dela. Obrigada pelo comentário.

Pandora Potter-jm:Ola, seja bem vinda...Que bom que a história esta envolvente, eu estou me baseando em um anime que vi, é uma espécie de adaptação só que um tanto diferente, já que me envolvi com vários personagens...
Sobre os sentimentos de culpa eu acho que gosto deste complexo de se achar culpado por tudo, mas terá a moral da história com tudo isso, ahauahuahaua fico a imaginar o que esta pensando agora com a história de Tonks e Philipe. Desculpe a demora. Obrigada pelo comentário.

Nex Potter: Fico realmente feliz que esteja gostando da fics. Sobre o pedido vc sempre pode fazer, adorei sua idéia de escrever só quando eu estiver bem feliz xD Bom a mulher das lembranças como viu era Charlotte e ela não tem nada a vê com a família do Harry, espero que vc tenha gostado da explicação do médico. Obrigada pelo comentário.

Guta Weasley Potter: Eu tenho esse sério problema de acabar o capitulo nos momentos mais impróprios, fique calma que terá mais disto no próximo capitulo. Que bom que esteja gostando da fics, e tenha certeza que não é só vc que gostaria de consolá-lo.Obrigada pelo comentário.

Fl4v1nh4: Okay, acabo de ser ameaçada *preparando as malas*, depois deste argumento vou pensar com carinho sobre isto ^^ E agora ainda esta com raiva do Rony? Ele foi meio idiota, mas este ruivo sempre teve estes momentos. Que bom que gostou do capitulo, espero que tenha curtido este ainda mais. Obrigada pelo comentário

•´¯♥¯`• Ju Silveira •´¯♥¯`•: Ola, já leu o quarto livro? O nome da minha fics de Twilight é Mudando de Identidade, meu Nick no fanfiction.net é Darklokura, esta como Romance/Drama... mas no momento esta apenas como prólogo e o primeiro capitulo já que quero terminar primeiro esta aqui. Agora voltando a esta fics que bom que vc gostou do capitulo anterior, este eu terminei de explicar o que restava e comecei a resolver alguns probleminhas, espero que tenha gostado. Obrigada pelo comentário.

Milleena: Que bom que esta gostando, espero que goste deste capitulo também.Obrigada pelo comentário.

B.W.Potter: Primeiramente queria agradecer o carinho, fico realmente feli que esteja gostando da fics ^^. Realmente por serem adolescentes eles já viveram muita coisa que muitaaas pessoas que viveram anos e anos nunca saberá como é...Eu compreendo que eles mereçam um final feliz, mas não prometo que já acontecer. Obrigada pelo comentário.

Lucas_Odon_Eusempresqueçoasenha: Eu acho que já estou ficando acostumada com estas ameaças... Mais um para caçar a minha cabeça ¬¬’, Ah fico imensamente feliz por estar gostando da fics, espero que tenha curtido este capitulo. Realmente homens na minha fics é raro, talvez tenha algo que eles não gostem que eu não saiba, mas uma vez comentou um outro homem também, então acho que é o segundo homem a ler ^^. Voltando a falar da ameaça pode deixar que vou pensar com carinho sobre ela assim como a da Fl4v1nh4 xD. Obrigada pelo comentário.

Bianca Evans: Que bom que gostou,tendo um moreno deste tem que querer viver mesmo muitoooo tempo, não acha?!Próximo capitulo terá mais H/G ^^Obrigada pelo comentário.

Ingrid:Eu tenho realmente esta péssima mania de fazer as coisas acontecerem ao mesmo tempo, mas posso garantir que nem tudo será desastre, tenha esperança ^^ Sobre o que estava esquematizado eu cheguei a ficar com muitas duvidas neste último capitulo... Mas agora é definitivo o que farei, só espero que vcs gostem do final. Obrigada pelo comentário.

Kamy Potter: Calma que não será agora que eles iram morrer *sorriso maléfico*, brincadeirinha ^^ pelo menos por enquanto eu garanto dar um jeitinho. Desculpe a demora. Obrigado pelo comentário.

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