Incapazes



Capitulo IX
Incapazes


Harry havia recebido a visita de Lilian que contara que tinha feito uma grande limpeza no quarto do moreno, o deixando pronto para sua volta, ainda escutando sua mãe dizer com alegria de sua volta recebeu a ligação de Hermione que disse ter feito cópias de todas as anotações de que ele precisava para acompanhar a escola. Apesar de estar feliz por estar saindo em breve daquele confinamento não poderia deixar de se entristecer em saber que Gina ainda estaria ali por alguns dias.

Foi pensando nela e nas diversas coisas que gostaria de conversar com ela que sua manhã passou, porém quando estava para dar o horário de almoço não agüentava mais olhar para a varanda vazia do quarto da ruiva, tinha que vê-la e seria agora.

Não havia mais paciência para esperar Tonks trazer a permissão.

Quando abriu a porta deu de cara com Philipe o encarando com a sobrancelha erguida.

-Pretende ir para algum lugar? –Perguntou o médico apesar de saber a resposta.

-Eu... estava indo ver a Gina. –Confessou.

Philipe tocou o ombro do moreno e o fez dar meia volta, Harry se sentou na cama e o médico na cadeira que algumas horas atrás estava Lilian sentada.

-Harry mais do que ninguém eu sei muito bem o que é esta angustia de querer estar do lado dela, mas compreenda que temos que seguir o jogo deles. Querendo ou não Gina é paciente deste hospital que tem deveres com o seu bem-estar. –O moreno fez menção de dizer algo, mas o médico levantou um dedo fazendo com que ele se calasse. –Como amigo e médico dela já mencionei em meu relatório que o que Gina pede poderá fazer muito bem para sua saúde contanto que esteja na presença de uma enfermeira e tenha a permissão de sua responsável, já arranjamos tudo isto, agora é questão de minutos para que tudo tenha se resolvido de maneira oficial, se nós pularmos as regras neste ponto do jogo com a sua visita a ela tendo sido proibida colocaríamos todo nosso esforço até agora a perder. Por isso eu lhe peço um pouco mais de paciência Harry.

O moreno suspirou cansado, estava sendo incrivelmente difícil nestes dias para ficarem juntos.

-Vamos encontrar com a Tonks, tenho certeza que em breve podemos todos juntos ir visitar aquela ruiva que deve estar tão ansiosa quanto você neste momento.

Harry concordou e juntos encontraram Tonks saindo da sala do diretor com a face distorcida em desgosto sendo seguida por Samara.

-Justin é mesmo um boa pessoa para dar uma segunda chance a alguém como você Ninphadora, espero que desta vez você não o decepcione. –Falou Samara com a sua pose costumeira.

O rosto de Tonks se tingiu de vermelho quando esta se virou na direção da ex chefe.

-Tanto você quanto eu sabemos muito bem que o seu Justin não tinha outra alternativa senão esta,afinal de contas com apenas alguns telefonemas isto estaria resolvido de uma forma ou de outra sem que eu precisa-se me levantar de minha cama e além do mais ele sabe muito bem que a influencia do meu sobrenome poderia fazer algumas mudanças desagradáveis para ele, por tanto Samara não me provoque, eu juro por Deus que apesar de odiar conseguir as coisas através deste método eu irei usá-lo se você não calar esta sua boca cheia de asneiras insuportáveis.

Samara por alguns minutos se mostrou abalada com o que a ex subordinada havia dito, mas logo tratou de mudar o semblante para um sarcástico.
-Enfim esta se mostrando como realmente é, uma garota mimada, louca e inconseqüente. –Disse venenosa.

Os olhos de Philipe pareciam pegar fogo com o olhar raivoso que este dirigiu para Samara.

-Senhorita Samara se limite a guardar a suas opiniões infelizes a si. Ninguém aqui precisa ter conhecimento de suas sandices.

Samara se virou com ódio para o médico, e não agüentou deixar de soltar seu veneno para cima dele também.

-Ora que surpresa se não é o pirado Doutor Scott. –Falou Samara.

Philipe deu dois passos ameaçadores na direção da mulher porém Harry que assistia a cena calado bloqueou a passagem dele, apesar de também estar profundamente irritado com aquela mulher parecia o que estava em melhores condições para contornar a situação. mais dois passos ameaçadores em sua direção e Tonks a encarava com ódio crescente, Harry assistia a tudo com profunda irritação, aquela enfermeira era invejosa de tal forma que o moreno nunca havia visto.

-Samara, acho melhor parar de provocá-los. - Interferiu a Secretária que ao mesmo tempo discava o numero do diretor.

A mulher riu naquele momento de forma forçada.

-O que eles podem fazer? São dois fracassados que não conseguem viver o presente, são duas pedras, e as pedras devem ser chutadas! –Respondeu ficando a centímetros de Tonks.

Tonks sem pensar duas vezes levantou a mão e proferiu um golpe certeiro no meio da face da mulher, fazendo a dar alguns passos para trás e se agarrar na mesa da secretária.

-Você... –Samara falou a encarando incrédula.

Tonks se aproximou dela fazendo questão de não desviar o olhar da mulher.

-Sabe que pela primeira vez você disse algo certo Samara? Realmente as pedras devem ser chutadas! – Depois de dizer isto deu um sorriso sínico para ela e se virou para Philipe e Harry. – Ou socadas. – E piscou para Harry.

Naquele momento a secretária saiu de trás de sua mesa e foi ajudar Samara que urrava de raiva. Enquanto Justin saia de sua sala e a Secretária fazia questão de relatar palavra por palavra do que havia acontecido.

Os três esperaram pacientemente para saber o que havia iria acontecer, Samara prometeu processar Tonks que apenas balançou os ombros despreocupada, quando a secretário relatou o que Tonks tinha dito sobre ele no começo da discussão o homem pareceu tremer, mas no final do seu relato ele mandou que leva-se Samara para sala dele e a ajuda-se com um saco de gelo, depois se virou para os três que assistia a tudo.

- Esta cena lamentável seria motivo suficiente para acabar com este acordo, porém vou levar em consideração que Samara também não poderia ter provocado daquela forma, por tanto desta vez irei relevar o que se passou aqui, em troca quero que esta história não saia desta sala.

Os três concordaram e saíram de lá o mais rápido que conseguiram, antes que tudo fosse perdido por um novo impulso.
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Pela vigésima vez tentou dormir inconformada por ser a única coisa que poderia fazer naquele momento. Fechou os olhos se esforçando para dormir, mas um barulho na porta a impediu.

-Entrem! –Mandou com o coração disparado.

Sentou-se na cama enquanto assistia Philipe entrar seguido de Tonks e por último Harry, se sentindo tímida o suficiente para olha-lo nos olhos, graças ao beijo que haviam dado antes dela desmaiar, o pior é que ela desejava a dias ver de novo aquelas iris verdes que viraram sua fonte de energia.

Philipe e Tonks se entreolharam percebendo o leve desconforto do casal, já que Harry assim como Gina se mantinha com a face levemente corada e encarava um retrato enquanto a ruiva encarava as próprias mãos.

Philipe se aproximou da ruiva e fez algumas perguntas de forma profissional enquanto Tonks pegava o prontuário da jovem e o examinava, os dois trocaram olhares aliviados por perceberem a melhora evidente da jovem.

-Temos novidades! –Informou Tonks se sentando na ponta da cama da jovem chamando a atenção dos jovens para si.

Gina abriu um sorriso ao ver a face feliz da amiga, não podia negar também que apesar de estar intimidada ainda assim estava muito feliz por vê-los.

-Novidades? –Perguntou cheia de curiosidade.

Tonks balançou a cabeça concordando enquanto Lipe se jogava na cadeira ao lado da ruiva e Harry se aproximava dela.

-Não vai me contar? –Perguntou a ruiva como uma criança ansiosa.

Naquele momento a ruiva tomou coragem e fitou Harry diretamente nos olhos, e viu a mesma ansiedade que deveria estar nos seus.

-E você não tem nenhuma idéia do que pode ser? –Perguntou Harry se aproximando dela sem quebrar o contato visual.

A ruiva ficou presa em seus devaneios até que balançou a cabeça de forma negativa.

Tonks não agüentou e soltou uma leve risada, Philipe olhou a cena divertido.

-Eu serei sua nova enfermeira particular! –Revelou Tonks com um sorriso largo.

Gina a encarou com alegria, a muito tempo tinha se culpado pela mulher ter perdido seu emprego depois de tê-la ajudado, sem falar que se Tonks tinha tido permissão para ser sua enfermeira particular quer dizer que ela poderia fazer o que ela tinha planejado.

-Tonks eu ainda te devo desculpas. –Falou a jovem culpada.

A enfermeira apenas revirou os olhos perante a face culpada da ruiva.

-Você simplesmente me ajudou a ver como isto aqui estava acabando comigo, além do mais se eu cheguei a perder o emprego mesmo foi por decisões que eu mesma tomei, sem dizer que agora estou com um emprego muito melhor e não devo mais explicações nenhuma para aquela coisa que atende por Samara.

A mulher havia dito o nome da enfermeira chefe a qual ela tinha conhecimento que a amiga desgostava com um tom divertido, e isto fez despertar a curiosidade nela.

-Perdi alguma coisa realmente engraçada? –Perguntou a ruiva olhando cada um.

Philipe ia responder, mas Tonks foi mais rápida.

-Seria uma história interessante de se contar ruivinha, mas você perdeu muita coisa nestes dias, coisas que eu tenho certeza que o Harry não se importará de te contar. –Falou a enfermeira no que Lipe fez ar de compreensão.

-Mas vocês já vão? –Perguntou a jovem triste.

Tonks sorriu para ela de maneira alegre.

-Philipe tem que atender os outros pacientes, mas depois ele vem te ver, afinal você é a única que sabe que o senhor inverno aqui não é de nada e é claro ele precisa manter o segredo em segurança, e eu vou encontrar com sua mãe que vai assinar algumas autorizações para os seus passeios. –Falou piscando, a mulher abriu a porta e puxou para dentro do quarto uma cadeira de rodas. –Isso é para caso você queira ir à varanda um pouco.

Depois disso deu algumas pequenas dicas para Harry que prestou bastante atenção enquanto era observado pela ruiva.

Assim que saíram por alguns poucos minutos o silêncio reinou tanto Harry quanto Gina, ainda indecisos sobre como prosseguir, o moreno foi o primeiro a tomar a iniciativa quando sentou próximo demais do rosto da ruiva.

-Eu morri de medo naquele dia... –Começou Harry, mas foi interrompido pelo dedo da ruiva que tocou levemente seu lábio o fazendo se calar, o moreno a viu fechar os olhos e se aproximar, não perdeu tempo de imitá-la acabando com aquela distância entre eles, voltando finalmente a experimentar o gosto daqueles lábios tão desejados por ele.

No começo o beijo tinha sido suave, uma de suas mãos estavam ao redor da face da ruiva a tocando com delicadeza, mas a angustia de não estarem mais juntos fez com que ele aprofunda-se o beijo o tornando mais possessivo, uma das mãos da ruiva foi parar nos cabelos do moreno o puxando para mais perto enquanto Harry desceu sua mão para a cintura dela, os dois só se soltaram quando a necessidade de respirar se tornou inevitável.

Os dois se encararam ainda ofegantes com sorrisos nos lábios.

-Senti falta disso. –Sussurrou no ouvido da ruiva e deu um beijo estralado nos lábios da ruiva, fazendo ela rir.

Gina o abraçou descansando sua cabeça no peito do moreno, aquele lugar lhe trazia uma confiança que só possuía quando estava com ele.

-Não acredito que enfim estamos juntos. – Disse a ruiva feliz.

O moreno afagou os cabelos flamejantes da garota, que por um leve momento tremeu em seus braços.

Harry se afastou um pouco para que pudesse vê-la melhor, ela tinha lágrimas silenciosas escorrendo por sua face um pouco rosada, sem dizer nada o moreno secou com a costa da mão cada um das lágrimas.

-Shi... Não precisa chorar, estamos juntos agora.

Gina confirmou com a cabeça em um aceno enquanto tentava segurar a vontade de derramar mais lágrimas, mas ele estava certo não havia mais motivos para chorar, estavam juntos e com ele nada mais a assustava, nem mesmo a morte.

-Que tal irmos até a varanda? –Perguntou Harry com um pequeno sorriso.

Ela confirmou e ele a ajudou a usar a cadeira de rodas, assim que pararam o moreno se abaixou para ficar no tamanho dela, colocou uma mexa de cabelo dela atrás da orelha aproveitando para acariciar carinhosamente o local, os olhos da ruiva brilharam intensamente com tamanho carinho, a tratava como se fosse algo precioso.

Gina não agüentou e enlaçou os braços no pescoço no moreno o puxando mais para perto, os dois se beijaram por alguns minutos.

-Me diga por que esperamos tanto? –Perguntou Harry divertido.

A ruiva fez cara de concentrada e colocou a mão no queixo.

-E então? –Perguntou divertido. –Chegou a alguma conclusão?

Perguntou o moreno roçando seus lábios nos dela.

-Hmmm... Algumas... –Parou por alguns segundos, ele deu um leve beijo nos seus lábios, tinha tentado aprofundá-lo mas ele não deixou.

-E... – Falou Harry a incentivando.

O que estava dizendo mesmo? –Como disse, cheguei a algumas conclusões. –Mais um beijo estralado. – A melhor delas é que somos muito burros mesmo, mas isso não faz com que nós sejamos perdoados por tal erro. –Terminando de dizer piscou para ele.

Harry não conseguiu segurar uma risada maliciosa. O que tinha acontecido com eles? Aonde havia ido toda aquela timidez e preocupação de antes? Céus, seja para aonde tenha ido ele esperava que não voltasse nunca mais.

-Então acho que devemos achar um jeito de recuperar este tempo perdido... –Propôs maliciosamente.

-Acho que posso aceitar isso. –Concordou Gina finalmente conseguindo aprofundar o beijo.
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Tonks voltou para casa a noite e desde que tinha chegado em casa seu celular jogado na mesa não parava de tocar.

Andrômeda, Úrsula e Tonks estavam na cozinha, a última sentada em um cadeira da enorme mesa enquanto as outras duas cozinhavam , seu celular finalmente havia deixado de tocar, mal tinha acabado de pensar nisso e o pequeno aparelho voltou a tocar chamando a atenção das duas mulheres para ela.

-Você não vai mesmo... –Começou sua mãe, mas esta se calou ao receber o olhar aborrecido da filha.

-Não! Definitivamente NÃO! –Respondeu mais grossa do que gostaria de ter sido, mas aquela persistência a estava deixando fora de controle.

-Mas não seria melhor se...

Dessa vez quem tinha tentado persuadi-la foi Úrsula, mas esta também recebeu um olhar irritado como resposta, a velha senhora que Dora considerava como uma terceira avó suspirou e voltou a fazer a janta.

Andrômeda fitou alguns segundos a filha tentando adivinhar o que estava acontecendo com ela.

-Então por que não desliga? –Perguntou a senhora de novo.

Tonks pensou por um momento, seria bem mais pratico se ela desliga-se a celular, mas por que não conseguia? Não podia negar que estava se remoendo de vontade de atende-lo, porém não faria isso, já tinha sofrido demais por mais de uma vida. O soar do toque do celular mais uma vez se fez presente e ela controlou a esperança que havia crescido em seu coração, o que ele precisava tanto falar com ela? Será que havia se arrependido? A enfermeira balançou a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos. Não era certo ter esperança, e era isso que tentava se convencer.

-Não posso... –Balbuciou a mulher para si mesma, mas as duas mulheres pensaram que ela estivesse falando do celular e apenas suspiraram.

Dora ainda estava perdida em pensamentos quando Andrômeda se aproveitou da distração da filha para atender ao celular. Fazendo finalmente a filha voltar ao mundo real, os olhos escuros da mais nova estavam arregalados de descrença.

-Pronto. –Ficou muda por alguns segundos. –Não, sou a Ninphadora. – Falou com os olhos na filha. –Claramente que este é o número dela. –Respondeu no que Tonks finalmente teve alguma reação bufando irritada e cruzando os braços na altura do peito. –Sou a mãe dela... A Ninphadora no momento não pode atend...

Naquele momento a enfermeira soltou um bufo mais alto e não conseguiu controlar a vontade de se intrometer.

-Mamãe já que resolveu atender o Sr. Eu-sou-o-dono-do-mundo fale a verdade! EU que NÃO QUERO atende-lo! –Disse alto o suficiente para que ele pudesse escutar.

A mulher de cabelos negros encarou a filha um pouco aborrecida, não sabia o que o homem tinha feito com sua filha que a tivesse aborrecido daquela forma, mas conhecia a filha a muito tempo para saber que ela deveria nutrir algo por ele.

-Claro. –Respondeu prontamente. –Certamente direi.

O que quer que ele tenha dito fez com que a mulher dessa uma risada divertida enquanto segurava o celular, Tonks olhou a mãe aborrecida, colocou os cotovelos na mesa e enterrou sua mão nos cabelos negros longos.

-Eu sempre a achei muito parecido com o pai. –Comentou a mãe de maneira simpática.

Tonks levantou a cabeça e fitou o teto em um pedido mudo de paciência. Sabia que era uma grande pecadora, mas não tinha ciência que tinha TANTOS pecados assim para pagar.

Assistiu a mãe se despedir dele e se virar em sua direção, como vingança Tonks manteve o semblante indiferente. Andromeda Observou a filha com esperança que ela lhe pergunta-se algo para que pudesse entender melhor o que estava acontecendo.

-E então? –Perguntou Úrsula curiosa.

-O homem que estava ligando é bastante interessante, ele estava tão ansioso como pensei após tantas ligações não atendidas, ele disse que se chamava Lupin.

-O que ele queria? –Perguntou novamente Úrsula.

-Não sei direito, ele parecia querer conversar com Tonks, porém ao ouvir o que ela disse em alto e bom tom ele me deu uma desculpa qualquer, ele ficou claramente aborrecido como minha querida filha e me pediu para dar um recado. –Falou com esperança de arrancar alguma reação da filha, reação esta que não venho, com um suspiro continuou. – Disse que ele só ligou porque... nas palavras dele... Que ele tinha achado um colar que pertencia a Tonks e que gostaria de devolve-lo o quanto antes melhor, por que só assim algumas coisas poderiam ser apagadas, e foi exatamente nesta hora que me perdi, Tonks será que pode me explicar isto?

A enfermeira se ergueu da cadeira sentindo a tristeza encher seu coração decepcionado. Sem dizer nada deu um beijo na fronte de cada uma das mulheres pegou o celular e a chave do carro e saiu sob os olhares interrogativos delas.

Dentro do seu carro dirigindo na direção do seu lugar favorito finalmente tocou o pescoço nu.

Como poderia não ter percebido que estava sem seu colar? O que tinha acontecido com ela para fazer com que esquece-se de até mesmo seu precioso amuleto, o objeto que fazia com que tivesse força a cada amanhecer .

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Era seis horas da tarde e Philipe estava caminhando pelo estacionamento do hospital quando ouviu seu nome ser chamado, ao se virar deu de cara com uma mulher loira vindo em sua direção, por um momento o homem ficou perdido olhando seu leve caminhar , seus quadris balançavam levemente como se estivesse flutuando em sua direção.

-Inverno? –Chamou com a sobrancelha erguida, assim que o viu absorto em pensamentos.

O homem balançou a cabeça como se o gesto fosse o ajudar a espantar aqueles pensamentos sobre sua estagiaria.

-O que esta fazendo aqui? –Perguntou com um pouco de grosseria.

Elle o encarou um pouco irritada, mas respirou fundo e disse com uma voz controlada.

-Trabalhando assim como o doutor.

Terminando de dizer isto deu as costas e começou a caminhar de volta para onde estava antes de vê-lo.

Só naquele momento Philipe foi capaz de perceber o quanto grosseiro teria sido com a jovem, e passou a correr em sua direção.

-Michelle! Me desculpe eu não queria ter parecido rude...

A mulher parou e se virou na direção dele, seus olhos ainda transmitiam um pouco de irritabilidade, mas pelo menos não fugia mais dele.

-Me desculpe? –Pediu como um menino inseguro na frente dela.

A mulher suspirou e concordou com um aceno.

-Quer dizer que estou desculpado? –Perguntou com um sorriso no canto dos lábios.

-Esta. –Ela respondeu com os olhos começando a adquirir seu tom normal de novo.

-Então vamos começar de novo. –Falou o médico estendendo o braço que para ela que aceitou. –O que faz aqui até esta hora?

-Estava fazendo horas extras. –Respondeu com um sorriso amarelo.

O homem parou e a fitou desconfiado.

-E por quê ? Problemas em casa? –Perguntou um pouco curioso demais.

Philipe percebendo o incomodo da mulher mudou de assunto para deixá-la mais confortável.

-Você não teria que estar indo para sua aula agora? –Perguntou a olhando.

A menina arregalou os olhos em resposta.

-Eu deveria estar a caminho. –Falou soltando o braço dele no que ele sentiu um leve incomodo. –Tenho que ir.

A garota estava prestes a se afastar dele correndo quando ele a impediu a segurando.

-Espera um pouco. –Falou a segurando, quando esta estava para dizer algo ele disse. –Eu te levo.

Por alguns segundos Elle ficou olhando para ele sem saber o que fazer, apesar de estar atrasada não sabia se seria o certo aceitar a carona, por mais alheio que ele estivesse aos comentários que os estavam cercando ela no entanto não podia fingir o mesmo.

-Eu não sei se...

-Pare com isso, não custa nada eu te levar, afinal de contas eu te atrasei não foi? –Perguntou inocentemente.

Por mais que ele estivesse ansioso pela resposta dela deixou a solta para que pudesse escolher.

-Então... Vamos? –Perguntou estendendo o braço em sua direção.

Com um suspiro conformado a mulher voltou a aceitar o braço do homem, enquanto escutava ele dizer sobre a época da faculdade viu a nutricionista Jillian do outro lado do estacionamento com um olhar raivoso em sua direção, ao seu lado estavam Samara e mais duas outras enfermeiras que ela não conhecia a encarando chocadas.

-Elle? –Chamou Philipe tomando sua atenção para si.

Michelle o olhou e viu que ele havia aberto a porta para ela em um convite, ainda havia tempo de agradecê-lo e ir de ônibus, porém por mais que fosse o certo não conseguiria recusar.

-Obrigada. –Agradeceu entrando em seguida.

O médico tinha notado que ela hesitou antes de aceitar o convite, curioso com o que tinha a feito mudar de idéia olhou em volta e encontrou as quatro mulheres o encarando com desdém fazendo com que ele tivesse certeza do que tinha incomodado a mulher. Deu a volta no carro ficando irritado a cada segundo, com um último olhar cortante em direção a elas entrou no carro batendo a porta.

-Se você preferir ir de ônibus eu vou entender. –Falou o médico olhando para o volante.

Michelle o encarou confusa: -Desistiu da carona?

-Não...Eu só quero que você não se sinta obrigada a nada. –Respondeu com sinceridade.

-Então agradeço a preocupação e pelo seu ato gentil de me levar até a faculdade. –Respondeu com um pequeno sorriso. –Se não tiver nenhum problema para você claro.

Lipe sorriu em sua direção e deu partida , quando estavam fora do estacionamento voltaram a conversar.

-Então vai me revelar por que estava fazendo horas extra? –Perguntou novamente com a mesma curiosidade de antes.
-Para comprar alguns livros que estão pedindo, eu...bem eu moro sozinha então com contas, faculdade, uma vida social, acabei...

-Hmmm entendi! –Respondeu um pouco envergonhado. –Espero não ter sido muito enxerido.

-Não tudo bem.-Respondeu a garota olhando para fora disfarçando a face rosada.

-Quem sabe eu não tenho alguns livros que você precisa,você poderia passar na minha casa um dia desses e podemos fuçar naquela mini biblioteca.

Philipe entrou no estacionamento e quando Michelle estava prestes a se despedir ele desceu do carro e deu a volta abrindo a porta para ela, que abismada pelo cavalheirismo dele o agradeceu.

-Eu... –Começou a dizer Elle mais foi interrompida por alguém as suas costas.

-Doutor Philipe?

Os dois se viraram e se depararam com a figura de um homem por volta de seus sessenta anos, com cabelos grisalhos, pele negra e com um grande jaleco vindo em sua direção.

-Como vai doutor Otávio? –Perguntou Lipe educadamente apertando a mão do homem.

Os dois tiveram um breve conversa a qual descobriu que o homem era professor de Michelle ao qual por sua vez foi muito elogiada por Philipe, o que a fez corar de maneira encantadora. Logo Otavio teve que se despedir por que teria que dar aula.

-Estou esperando a senhorita viu. –Falou piscando em diversão.

Quando o homem estava longe Lipe se virou para Elle novamente.

-E então? –Perguntou abruptamente no que ela o encarou confusa. –Quer ir na minha casa no final de semana, assim você não terá que sair correndo para faculdade e quem sabe nem precisara fazer tantas horas extra para conseguir ter seus preciosos livros?!

Fitou-o antes de responder, procurando qualquer vestígio de malicia em si, mas a única coisa que conseguiu ver foi insegurança de um menino.

-Eu irei. –Respondeu com um sorriso. – Obrigado pela carona Inverno.

Sem mais nada a dizer se virou e começou a caminhar para suas aulas.
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Escutaram passos se aproximando e Harry mais um vez foi para debaixo da cama enquanto Gina fingia estar dormindo, a enfermeira sem desconfiar do que se passava se aproximou dele e verificou a ruiva, após isto saiu do quarto calmamente para não acordar a paciente, quando pensou que a mulher não pudesse mais escutá-los Gina sentou na cama rindo descaradamente enquanto o moreno saia de baixo da cama e se juntava a ela.

-Estamos pegando pratica nisto. –Falou Gina se lembrando que na primeira vez quase tinham sido pegos por que Harry havia esquecido a mão para fora da cama a qual foi pisoteada pela enfermeira.

Harry olhou para mão com fingido sofrimento.

-Pratica que custou minha mão...

Gina riu dele e se aproximou roubando um beijo, depois pegou a mão dele e levou aos lábios dando um leve beijo nela.

-hmmm agora esta bem melhor, mas para ficar ótima eu preciso de um remédio...

-E qual seria este? –Perguntou a ruiva.

Harry nada respondeu apenas se aproximou dela e a beijou profundamente nos lábios.

-Isto te responde?

Depois olhou para o relógio tomando conta do quanto tarde estava, por mais que quisesse ficar com Gina o tempo todo agora que estavam juntos finalmente não poderia esquecer que a garota acabou de sair da UTI e que amanhã teria um grande dia pela frente.

-Gi? Tenho que ir agora...

A ruiva o olhou com evidencia tristeza.

-Mas amanhã assim que Tonks chegar estarei aqui pronto para o nosso pequeno passeio. –Falou o moreno tentando anima-la.

-Promete? –Pediu a garota.

Harry tocou levemente o queixo dela trazendo o para si, roçando os lábios nos dela respondeu:

-E você acha que vou conseguir ficar longe de você depois de te querer tanto quanto te quero agora?

O moreno saiu do quarto e enquanto ia para o seu pensava em como iria ser perfeito o dia de amanhã, sua vida tinha mudado de uma forma que ele nunca poderia pensar que fosse acontecer, a pouco tempo atrás tinha uma vidinha comum de adolescente e de repente tudo havia mudado ao ficar doente, doença esta que no começo tinha roubado tudo o que considerava bom agora estava lhe dando amigos perfeitos, uma namorada linda, e toda a verdade de sua vida até então desconhecida por si.

Ao entrar no quarto foi direto para sacada que estava aberta trazendo um ar frio, antes de fecha-la olhou para o céu e agradeceu a todos, seu pai James, sua “tia” Jéssica, sua madrinha Cecília, e seu padrinho Sirius Black, apesar de ainda sofrer a perda de Sirius, sabia que ele gostaria que fosse feliz, iria fazer isso não só por ele mas por eles também.

-Esteja onde estiver Sirius, espero que você esteja feliz ao lado de sua amada. Assim como eu farei. –Falou Harry para o céu.
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Lilian Evans e Molly andavam pelos corredores conversando animadamente, ao entrarem na ala leste viram os filhos de mãos dadas sentados na cama da ruiva.

-É tão bonito vê-los assim juntos... –Comentou Molly feliz.

Lilian concordou com um aceno ainda com os olhos fixos no casal, só agora havia se dado conta do quanto Harry e Gina lembrava James e ela quando mais novos, perceber isto fez com que seu coração se contrai-se em saudades.

“James! –Pensou tristemente.”

-São sim. –Respondeu com a voz falhando, mesmo assim sem chamar a atenção da mulher para si que se juntou ao casal.

§
-James Potter se eu ficar doente a culpa será toda sua! –Gritou Lilian assim que o moreno a jogou na lagoa da escola.

James apenas riu perante a ameaça de Lilian sendo acompanhado pelos amigos, a ruiva até tentou não rir, mas isto era impossível quando se tratava do namorado.

-Se você ficar doente eu farei questão de cuidar de você. –Falou ele se jogando na água também.

Assim que seus braços envolveram a cintura de Lilian ouve mais gritos exasperados e barulho de pessoas se jogando na água, com certeza Sirius e Lupin havia aderido a idéia do amigo e suas amigas estavam assim como ela, porém os braços de James envolta dela a impedia de prestar atenção em qualquer coisa a não ser ele.

-Eu te amo. –Confessou timidamente.

James riu convencido como sempre e piscou na direção dela.

-Esse é o charme Potter. –Falou a abraçando mais forte, no que Lilian tentava se afastar dele.

-Você sabe estragar mesmo o clima não é mesmo Potter. –Reclamou emburrada ao que o namorado apenas riu.

Puxando a ruiva para mais perto James sussurrou em seu ouvido.

-Você sabe que sou completamente apaixonado por você, não sabe?!
§


Uma mão tocou levemente seu ombro, porém foi o suficiente para fazer Lilian se sobressaltar, ao se virar assustada se deparou com o olhar arrependido do melhor amigo e sumido, Remus Lupin.

-Remus que susto! –Falou a mulher com a mão no coração.

O homem deu um sorriso amarelo e abaixou a cabeça.

-Desculpe não foi minha intenção. –Pediu timidamente.

Reconhecendo as atitudes do amigo percebeu que havia algo de errado com ele, mas preferiu não comentar de imediato, pelo menos não enquanto poderiam ser escutados pelos outros, se algo infligia Remus sabia que ele só iria se abrir quando estivessem sozinhos.

-Não há o que se desculpar eu só estava um pouco distraída. –Falou a mulher voltando a olhar o casal que ainda conversavam com Molly.

Lupin seguiu o olhar da mulher e soltou um suspiro triste.

-Isso é estranho não é? –Perguntou no que a mulher o encarou sem entender. –É como se estivéssemos voltado no tempo toda vez que olhamos eles, mas é um alivio saber que tudo pode ser diferente.

A mulher concordou em silêncio, não sabia o que o destino tinha reservado para seu filho, mas rezava para que fosse menos doloroso do que o deles.
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Philipe acordou não era nem sete da manhã, tinha pegado no sono no sofá no dia anterior após ter ficado acordado até tarde conversando com Tonks, ambos pareciam que ao mesmo tempo tiveram vontade de desabafar como não faziam há anos.

Caminhou em direção ao quarto e encontrou Tonks esparramada em sua cama de casal, qualquer um que a pegasse daquele jeito em seu apartamento pensaria alguma bobagem sobre os dois, menos ele, Dora apesar de ter tido uma paixonite por ele no começo sempre o tratou com um irmão e este sentimento só aumentou após a morte de Charlotte. Apesar de ainda doer se lembrar da esposa morta hoje estava sendo menos dolorido de um jeito que o surpreendeu.

Tomando cuidado para não machucar a amiga se jogou no colchão ao lado dela a despertando no susto, esta o encarou primeiro assustada e depois passou a fuzilá-lo com profunda irritação o fazendo rir.

-Isto são modos de se acordar alguém? –Perguntou aborrecida coçando os olhos para acordar direito.

-Quem manda roubar minha cama? –Respondeu o moreno com uma pergunta.

A mulher apenas bufou e caminhou em direção ao banheiro do amigo que voltou a chamá-la fazendo a se virar.

-Só para você saber você é de assustar quando acorda! –Debochou gargalhando, como resposta a mulher jogou um vaso na cama bem próximo dele.

-Repita isso que na próxima farei questão de acertá-lo.

Philipe foi com Tonks até a casa dela onde trocou de roupa e pegou alguns documentos que precisaria entregar na diretoria, os dois foram para o hospital no carro da mulher que dirigiu como louca o percurso inteiro. Ao adentrarem no prédio correram para pegar o elevador encontrando com Michelle e infelizmente Jillian e Samara que abriram um largo sorriso.

-Como vai NINPHADORA? –Perguntou Samara em tom provocativo.

Tonks a ignorou descaradamente e se virou para cumprimentar Michelle que tinha acabado de cumprimentar o “chefe”.

Samara faltou soltar fumaça por ser ignorada já Jillian encarava os três nervosamente.

-Como vai Philipe? –Perguntou com falsa educação.

-Muito bem até então. –Respondeu sem olhá-la.

Apesar da frieza do homem a mulher pareceu não se abater com isto, provavelmente esperava algo pior do que aquilo.

-Engraçado ontem pensei ter visto você sair com Michelle e hoje você vem de carona com a Ninphadora. –Comentou com a voz venenosa atraindo enfim os olhares do trio.

-Como sabe disso? Anda me espionando Doutora Jillian? -Perguntou Philipe olhando de rabo de olho Elle que pareceu incomodada com o assunto.

A mulher deu um sorriso vitorioso.

-Vi ambas às vezes no estacionamento. –Respondeu a mulher.

-Hmmm... vejo que anda bastante interessada no que ando fazendo, mas sabe o que é mais engraçado? –Perguntou irônico, e antes que ela pudesse responder ele mesmo o fez. –é que nada disso é da sua conta doutora.

O trio desceu no andar de sempre e caminharam juntos em direção a ala leste, estavam prontos para mais um longo dia de trabalho.
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Harry deixou Gina conversando com Lupin e se aproximou de Lupin, após dar um grande abraço no mais novo “tio” os dois se afastaram para conversarem melhor.

-É muito bom vê-lo feliz de novo Harry. –Disse com sinceridade.

O moreno deu um largo sorriso e desviou o olhar para Gina.

-Bom é estar com ela de novo. –Confessou Harry no que Lupin riu.

Apesar de ainda estar sorrindo o moreno não pode deixar de perceber que o amigo carregava tristeza em seu olhar, o conhecia há tão pouco tempo e mesmo assim já havia descoberto tanta infelicidade em sua vida que seria capaz de escrever um livro de drama baseado em sua história com facilidade, o que mais intrigava Harry era saber que aquela tristeza agora tinha nome e sobrenome, Ninphadora Tonks, que por sinal também sofria na mesma intensidade de que ele, o que ele não entendia era como duas pessoas que se gostavam não ficavam juntos por pura teimosia.

-Você deveria fazer o mesmo sabe. –Comentou Harry no que Remus o olhou aturdido. –Eu sei que vocês acham que sou apenas um adolescente e que não seria capaz de compreender a sua situação com Tonks, mas eu também amo alguém, e posso dizer com toda a certeza que você e Tonks se amam da mesma forma e merecem estarem juntos apesar de tudo.

O olhar de Remus se encheu de algo que Harry considerou sendo arrependimento.

-É mais complicado do que parece. –Começou a dizer com a voz vacilante. – As vezes nós cometemos alguns erros que não tem concerto.

-Como pode saber disso se você nem chegou a tentar?

Remus desviou o olhar para as pessoas no quarto sem coragem de olhar para o “sobrinho”.

-Agradeço a preocupação, mas algumas pessoas são como armadilhas para outras, eu sou uma grande e fatal armadilha Harry.

Remus foi para perto de Lilian e os dois passaram a conversar baixinho.

-Como assim já vai ? –Perguntou Lilian.

Remus bagunçou o cabelo desajeitado sob o olhar mal-humorado da amiga.

-Estou precisando de um tempo para pensar. –Tentou se explicar Lupin. –Ontem recebi uma proposta e quero pensar nela.

-Que proposta? –Perguntou Lilian surpresa.

Harry tinha voltado a se sentar com Gina, esta continua conversando com a mãe enquanto mantinha sua mão entrelaçada com a do moreno, mas naquele momento o moreno estava prestando atenção na conversa de sua mãe com Lupin, o assistiu abaixar a cabeça e dizer algo em voz baixa o suficiente para que não pudesse escutar, porém a reação de sua mãe já lhe dizia que boa coisa não deveria ter sido.

-Por que não me contou antes... –Perguntou Lilian com um misto de magoa e tristeza, porém a única resposta que a ruiva recebeu foi apenas um olhar de desculpa. –Me diz que vai ficar bem ?

-Eu vou ficar bem. –Respondeu Remus sério, ainda sob o olhar duvidoso da amiga acrescentou. – Eu só vou pensar um pouco no nosso lago.

Harry teve um idéia se as duas ruivas concordassem iria colocá-los frente á frente e deixá-los enfim os dois se resolverem sozinhos. Sem perder tempo e tentando não chamar a atenção passou a sussurrar seu plano no ouvido da namorada de forma rápida, Gina após ter ouvido o plano topou na hora participar, afinal ela assim como todos eles queriam ver os dois felizes de novo.

Remus passou a caminhar em direção a porta quando esta se abriu revelando a imagem de Tonks, os dois ficaram se olhando por um tempo antes da enfermeira desviar o olhar e sair do caminho para que todos pudessem passar, enquanto Philipe e Michelle adentravam Remus suspirou e voltou a olha-la de rabo de olho.

Naquele momento Harry soube que seu plano tinha grandes chances de dar certo, agora só faltava arrancar da mãe onde ficava a “lagoa deles”.
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Tonks adentrou no parque um pouco depois do casal, se mantinha afastada para dar mais privacidade aos jovens já que estes raramente tinham a oportunidade de se curtirem sem serem observados atentamente.

No começo tinha estranhado o pedido de Gina mas agora que revia aquele lugar não podia estar mais feliz com a escolha da ruiva, um lugar calmo e bonito seria perfeito para a situação dela, ou melhor delas duas.

A última vez que tinha visitado aquele lugar havia sido quando tinha apenas 7 anos de idade, desde de então a única coisa que havia mudado fora o cercado de grade que impedia os visitantes de mergulharem no lago, o lugar era todo arborizado, o gramado verde era cortado curtindo e convidativo, mesmo assim havia alguns bancos espalhados por toda extensão do parque, em um canto onde tinha um cercado de madeira colorido e o chão era de areia e continha alguns brinquedos de criança, mas ao longe se lembrava que tinha uma parte que era um mini academia ao ar livre e enfim uma grande pista envolvia a volta de todo o lago onde pessoas praticavam os mais diversos esportes.

Tomando o devido cuidado para não ser atropelada pelas bicicletas Tonks atravessou a pista e passou admirar as pessoas no parque, Gina e Harry estavam sentados em um banco do seu lado esquerdo e a sua volta haviam alguns jovens estudando, pessoas de todas as formas físicas e idades passaram correndo na sua frente trocando breves palavras ofegantes, um ciclista que passou assobiou em sua direção no que foi claramente ignorado.

Por um momento Tonks deixou que a solidão toma-se conta de si, há anos vinha se sentindo como se estivesse faltando uma pequena mas significante parte de si, e não importava o quanto algo pudesse fazê-la feliz nada conseguiria deixá-la completa. Por um bom tempo aquilo tinha a deixado irritada depois passou a tentar lidar com isto e agora isso só a incomodava em momentos como este, onde ela se sentia solitária.

Assistiu Harry dar um beijo carinhoso em Gina e sentiu um aperto no coração no mesmo tempo em que uma raiva por Remus Lupin venho novamente a tona, se virou para o lago na tentativa de se acalmar, porém a imagem do homem não queria mais sair de sua mente.

O vento agitava seus cabelos morenos, mas Tonks não os sentia, estava distraída demais para isto.

Houve diversas vezes em que saiu de casa e foi para algum parque como este e ficou apenas a admirar a natureza que magicamente a fazia se sentir melhor enquanto ficava sentada esperando pelo momento em que seria completa novamente como havia sido uma única vez.

Fechou os olhos e deixou que uma pequena lágrima escorresse por sua face.

-Por que Remus Idiota Lupin ?! –Resmungou a mulher ainda sem abrir os olhos.

-Também gostaria de saber.

Ao reconhecer aquela voz Tonks abriu os olhos sem acreditar no que via. A mulher abriu e fechou a boca por diversas vezes perplexa,Remus fez menção de se aproximar quando a mulher finalmente voltou a reagir.

-Fique ai! –Gritou assustando não só ele como algumas pessoas que passavam, principalmente um ciclista que acabou se esborrachando no chão por estar perto demais dela.

-Tonks... –Começou Lupin mais foi interrompido.

-O que você esta fazendo aqui? –Perguntou a mulher se aproximando perigosamente dele, seus olhos transmitiam fúria. – Por acaso esta me seguindo Remus Lupin ?

Remus que até então estava calado deu mais dois passos para frente diminuindo a distância deles para menos que 30 centímetros.

-Eu NÃO estou te seguindo. –Falou o homem incomodado com os olhares sobre si.

-Então suponhamos que você acha mesmo que vou acreditar que de todo lugar do mundo você escolheu justamente o mesmo que eu ? –Perguntou a mulher irônica.

-E se eu disser que sim? –Perguntou de modo desafiador.

Tonks deixou os punhos semi-cerrados enquanto soltava bufava.

-Eu não acredito em você. –Respondeu Tonks depois de um tempo em que tentava se controlar, sua voz soou com tristeza.

Aquilo fez com que o rosto de Remus se contrai-se em dor, aquilo o acertará mais forte que qualquer golpe físico, tinha vontade de tocá-la porém isto poderia faze-la ficar mais irritada. O homem nem sabia como havia se metido nesta confusão em um momento caminhava calmamente por volta do lago e no outro vislumbrava a imagem desolada de Tonks, aquilo tinha o feito tão mal que não resistiu em se aproximar, e quando ela sussurrou aquelas palavras foi inevitável não se intrometer.

-É verdade! –Exclamou o homem como se fosse extremamente importante que ela acredita-se nele.

Seus olhos brilharam intensamente por um momento como se ela fosse cair no choro em qualquer momento, com um sorriso triste disse:

-Isso não me importa mais. –Respondeu se virando.

Tonks tinha se afastado apenas dois passos quando Lupin a segurou pelo pulso a puxando para si.

-Não me diga isso, por favor. –Suplicou Remus.

-Não me peça nada Lupin, não mais do que eu já te dei. –Desabafou a mulher. -Me solta. –Pediu sem olhá-lo.

Remus viu o ciclista que havia caído fazendo um aceno para outros dois, os três homens vinham em sua direção em socorro de Tonks, naquele momento ele teve certeza que se não se afastasse sairia muito machucado de lá, porém esta certamente seria a última chance de conseguirem se acertarem. Puxou com delicadeza a face dela para que pudesse olhá-la nos olhos.

-Escuta o que tenho a lhe dizer, por favor? –Pediu Lupin.

-Aceite! –Gritou duas mulheres idosas que estavam próximas deles assistindo a cena, mas Remus não cortou o contato visual que tinha estabelecido com Tonks os olhos dela brilhavam cada vez mais intensamente e agora a indecisão prevalecia sobre qualquer outro sentimento.

-Tem um minuto. –Disse Tonks com a voz entrecortada.

Naquele momento os três homens que se aproximavam ameaçadoramente de Remus pararam e cruzaram os braços esperando o desenrolar da história, Remus deu um enorme sorriso para ela em agradecimento.

-Você não vai se arrepender. –Falou Remus tentando puxa-la para longe dali, porém ela não se moveu. –Mas...

-Eu não vou a lugar nenhum. –Comunicou Tonks se soltando dele. –Seu tempo esta acabando.

Remus suspirou e olhou a sua volta, procurou ignorar a platéia e voltou a se aproximar dela.

-Muita coisa aconteceram no nosso relacionamento desde a morte de Sirius e todas elas foram por minha culpa, reconheço que sou um grande idiota que não te merece, mas sou egoísta o suficiente para te deixar escapar de minha mãos sem lutar. Eu te magoei e este é o meu fardo, eu só queria saber se você é capaz de me perdoar? – Perguntou olhando diretamente nos olhos segurou uma das mãos dela e a levou em direção a boca onde depositou um beijo carinhoso, quando Tonks fez menção de dizer algo ele a silenciou encostando um dedo em seus lábios. –Psiu, meu amor... Deixe-me terminar...Eu faria tudo para ter certeza de que nunca mais irei ser o causador de suas lágrimas mas não posso. Infelizmente só posso promoter que se você for capaz de me perdoar eu farei de tudo para que seja a mulher mais feliz do mundo, prometo que toda vez que eu agir como um imbecil farei questão de bater minha cabeça na parede até que eu volte ao normal, prometo estar do seu lado te apoiando, a cada minuto de tristeza estarei lá para secar suas lágrimas e te darei todo o meu amor. –Falou no que ele pode ouvir algumas mulheres baterem palmas em aprovação. – Mas mesmo eu sendo um incrível idiota egoísta irei entender se você não me quiser de volta, afinal você merece alguém melhor do que eu, que nunca vai te magoar como eu fiz, que tem a mesma idade que você, que não tenha um passado tão drástico como o meu. Por isso Tonks eu vou entender se você me disser que não me quer de volta.

Pasma Tonks assistiu Lupin se ajoelhar perante a mulher e a olhar intensamente.

-Só depende de você Tonks. Você aceitaria este velho idiota de volta na sua vida? –Pediu Remus.

Ao longe Harry e Gina assistiam em silêncio os dois amigos tentando se acertarem, eles tinham dado a oportunidade agora só bastava eles se darem uma nova chance, ao assistirem Remus se ajoelhar na frente de Tonks viram que agora só tudo estava nas mãos da enfermeira.

A mulher arregalou os olhos vendo o homem a quem estava incrivelmente apaixonado ajoelhado aos seus pés esperando que desse uma nova oportunidade a eles, seu coração ainda estava machucado mas sabia que sem ele por perto ele se quebraria de uma forma que nem o tempo poderia concertar, como resposta a mulher se agachou para ficar no mesmo tamanho que ele.

-Remus... –Chamou enquanto passava a mão pela face dele. –Não vou mentir que ainda estou machucada pelo que aconteceu, mas ficaria ainda mais machucada se não pudesse tê-lo de volta seu idiota.

Os olhos de Remus se arregalaram com a resposta da mulher.

-Isso quer dizer que?

-Que apesar de você agir como se fosse o dono-do-mundo e ser um completo idiota, você é o homem que eu amo. –Respondeu Tonks , como Remus ainda mantinha um sorriso bobo nos lábios ela revirou os olhos antes de se jogar nos braços dele e o beijar com todo ardor, sob as salvas de palmas ao redor deles.

Um pouco distante Gina abraçou Harry fortemente com a alegria estampada em seus lábios.

-Nós conseguimos, conseguimos! –Falou a ruiva feliz pelo plano ter dado certo.

Harry não pode deixar de sorrir com aquela visão, Gina estava tão “saltitante” quanto uma criança quando ganha um brinquedo novo.

-Conseguimos sim meu amor. –Falou o moreno afastando uma mecha do cabelo da ruiva, adorava olhar diretamente nos seus olhos mel.

*****************************
Alguns dias se passaram e Tonks e Lupin era só sorrisos sempre que eram vistos, a enfermeira tinha dado um grande cascudo em Harry por ter feito planos a seu respeito sem lhe pedir autorização mas logo deu um beijo estralado em sua face esquerda em agradecimento.

Mas naquele finalzinho de tarde Gina estava triste e eles resolveram não dar o costumeiro passeio.

-Você não vai me dizer o que esta te deixando chateada? –Perguntou Harry pela milésima vez.

Gina que estava olhando para fora se virou para o moreno, porém tomou cuidado para que não o olha-se nos olhos.

-Não estou chateada. –Tentou convence-lo pelo milésima vez.

Tonks que até então estava fingindo ler um livro o abaixou e fitou Gina com um olhar que dizia perfeitamente “Diga de uma vez para ele o motivo!” fazendo a garota se encolher.

A enfermeira se levantou e caminhou até a porta não sem antes olhar novamente na direção de Gina.

-Vou dar uma volta para vocês conversarem melhor. –Anunciou no que Harry apenas balançou a cabeça concordando sem desviar o olhar preocupado da namorada.

Assim que Tonks saiu o moreno pegou a mão de Gina e voltou a perguntar.

-E então? –Voltou a insistir.

Gina bufou irritada e tirou a mão da do moreno em um gesto infantil, ele apenas a encarou confuso.

-Me deixe em paz Harry, eu já disse que não tenho nada. –Falou Gina exasperada.

O moreno se afastou por um momento da namorada tentando entender o que ela tinha, mas logo tirou conclusões precipitadas e se levantou .

-Okay, se eu estou te incomodando eu vou embora. –Falou Harry começando a ficar irritado com a situação.

Gina arregalou os olhos e ficou em pé em um pulo.

-Não Harry! –Falou a garota chamando a atenção do namorado. –Droga eu sou uma idiota.

Dizendo a ruiva voltou a se sentar na cama e chorar, o moreno podia ver os ombros dela se balançarem com o choro, logo ele voltou a se aproximar dela e agachando nos pés dela.

- Calma meu amor, eu to aqui. –Tentou consolar Harry, mas Gina parecia não querer parar de chorar. –Por favor meu lírio, me diz o que foi que te deixou tão triste.

Gina se jogou nos braços do moreno o fazendo cair a levando junto, mas ela pareceu não se importar, continuou a chorar em seu ombro agarrando sua camisa na altura do peito, Harry apenas a consola fazendo carinho em seus cabelos e sussurrando vez ou outra algumas palavras amorosas em seu ouvido.

- Me desculpa, eu não...

- Você não precisa se desculpar por nada meu lírio. –Falou Harry a beijando em seguida, assim que se separaram a encarou seriamente. – Por favor, ruivinha, me conta o que esta te deixando chateada.

A ruiva mordeu o lábio em hesitação, enquanto Harry esperava ansiosamente a resposta.

-É besteira minha.

-Nada que esteja te preocupando é besteira para mim. -Falou Harry acariciando a face da namorada.

Os dois ainda ficaram em silêncio por um tempo.

- Eu estou insegura porque você amanhã vai receber alta. –Falou a ruiva escondendo o rosto no ombro do namorado.

Harry primeiro ficou aliviado depois passou a sorrir de felicidade. “Então é apenas isto que estava a incomodando”.

-Gina você não sabe como estou feliz. –A garota o encarou confusa no que ele se apresou em explicar. –Por um momento eu pensei que você estava cansada de mim.

-Nunca! –Falou a garota beijando todo o pescoço do namorado.

O moreno riu e começou a fazer cócegas na ruiva que começou a se contorcer de tanto rir, naquele momento a porta se abriu e adentrou Tonks sem que eles percebessem.

-Cof, cof... Será que deveria perguntar o que os pombinhos estão fazendo no chão? –Perguntou Tonks piscando para o casal no que Harry soltou uma sonora gargalhada.

Ao se levantar Harry pegou Gina no colo e a depositou de maneira cuidadosa na cama.

-Nada que você não tenha feito pior, ou melhor, depende do ângulo que se é visto. –Debochou Harry no que levou um cascudo de Tonks e um tapa de Gina que estava envergonhada com a insinuação do namorado.

-Não levantes calunia sobre minha pessoa Sr. Potter. –Avisou a mulher com a mão na cintura.

Tonks pegou sua bolsa e passou a se despedir do casal ao mesmo tempo em que Remus adentrava no quarto e começava a trocar breves palavras com o jovem casal, pelo que haviam entendido Remus iria não só ficar como iria se mudar para o apartamento pequeno da enfermeira por insistência da própria, o que foi bastante comemorados pelos jovens.

-Digamos que Tonks esta sempre se metendo em encrencas por isso precisa ser vigiada de perto. –Brincou Remus no meio da conversa no que Tonks resmungou alguma coisa e mostrou a língua para ele.

Após os dois se despedirem a enfermeira finalmente se lembrou de algo que havia sido encarregada quando saiu para dar um pequeno passeio.

-Ah Harry quase me esqueço, encontrei com Philipe no meio do caminho e ele me pediu para te entregar isto. –Falou a mulher lhe estendendo um envelope.

Ao pegar o envelope e ver o nome de quem havia mandado o moreno olhou de soslaio para a namorada que encarava a cena com curiosidade.

-Como esta carta foi chegar ao Philipe?

-Na verdade estavam com Michelle, enviaram para o hospital e ela iria te entregar se você estivesse em seu quarto, porém como ela estava atrasada para faculdade Philipe se ofereceu para fazer isto, entretanto este também parecia bastante interessado em dar carona a nossa querida amiga.- Falou com um leve tom de insinuação.

Depois de explicar ao moreno o casal finalmente foram embora abraçados deixando para trás Harry que ainda estava distraído olhando para carta e Gina que estranhava a reação do namorado, este largou a carta ao seu lado, tomando o cuidado de deixá-la longe da ruiva.

-Onde nós estávamos mesmo? –Perguntou o moreno se aproximando com um sorriso malicioso de Gina, mas a ruiva tinha um sensação de que a carta não era algo agradável.

-Na carta. –Respondeu a garota fazendo sinal com a cabeça na direção da mesma. –De quem é?

O olhar penetrante da namorada fazia com que Harry soubesse que a ruiva não iria se esquecer tão fácil daquilo.

-Chang. –Respondeu receoso, o que ativou ainda mais a desconfiança da ruiva.

-Quem é Chang? –Perguntou com a sobrancelha erguida.

Por um momento a única resposta de Gina tinha sido o silêncio o moreno a contragosto pegou a carta e deixou esta entre os dois, ainda incerto de como a garota reagiria, principalmente depois do que tinha acontecido há pouco.

-O nome de quem me mandou a carta é Cho Chang. –Falou segurando a mão da namorada tentando desvendar o que se passava na cabeça da ruiva. –Cho foi minha namorada na infância.

Gina desviou o olhar para aquela carta entre os dois, segurando a vontade de repentina de jogá-la fora.

-Não vai abrir? –Perguntou voltando a olhá-lo.

Com um suspiro o moreno voltou a pegar a carta e rasgou o envelope com raiva, aquela bendita carta não poderia ter chegado em hora pior, após tanto tempo sem nenhuma noticia o que sua ex poderia querer com ele, pior, como ela havia descoberto que estaria naquele hospital.

Harry leu a carta rapidamente sabendo muito bem que Gina a lia por cima de seus ombro, o que o deixou incomodado por causa dos apelidos carinhosos que a ex continuava a chamá-lo mesmo após todos estes anos aos quais os dois deixaram de se falar. Assim que terminou de ler olhou de soslaio para a ruiva que mantinha a face contraída em desgosto, como havia previsto a carta de Cho a tinha deixado insatisfeita.

-Gi...

-Que boas noticias não? –Falou a garota com um tom diferente, um tom que Harry reconheceu ser de ciúmes. –Então quer dizer que a sua ex voltou a morar em sua antiga casa.

-É o que parece. –Respondeu Harry cauteloso, tentando ocultar o sorriso convencido que queria dar.

Gina ficou em silêncio enquanto Harry esperava pacientemente pela hora em que ela iria lhe contar o que a estava afligindo.

-Ela mencionou que ficou surpresa em saber que não só esta na mesma escola como também na mesma sala que você. –Comentou Gina ainda tentando absolver o que estava acontecendo, a imagem de Harry se encontrando com a ex namorada dele estando finalmente livre daquele hospital era incrivelmente doloroso para ela, não por vê-lo bem longe dali e sim por não poder estar com ele lá. –O que você esta achando disso Harry?

Harry não se agüentou e puxou a ruiva para si, vê-la com ciúmes dele o fez se sentir como se fosse o cara mais poderoso de todo mundo.

-Nada. –Respondeu mordiscando a orelha da garota.

-Harry não é possível que você não esteja achando nada sobre isto. –Resmungou a ruiva se esforçando para não esquecer o que estava falando.

O moreno revirou os olhos pela teimosia da garota, se afastou para que pudesse olha-la diretamente nos olhos.

- Já que insiste que eu tenha uma opinião eu direi a minha, acho legal que ela esteja feliz que tenha voltado e espero sinceramente que ela se de bem aqui, mas nada disso me importa chega perto de ter a importância que tem este momento que estou com você. –Explicou Harry dando o assunto como encerrado, porém Gina não parecia ter a mesma opinião.

-Mas... Harry eu preciso saber como ela é? –Perguntou a ruiva ainda insegura.

O moreno bufou antes de puxar delicadamente o queixo da namorada para si, com seus lábios roçando.

-Oriental. Agora Gi, meu lírio, eu tenho uma idéia muito melhor do que fazer ao invés de ficar conversando sobre alguém que não tem a menor importância mais. –Falou o moreno a puxando para um beijo de tirar o fôlego, se fosse preciso ficaria a noite inteira ali a beijando para que a teimosa esquece-se de Cho, assim como ele nem se lembrava mais da ex.
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O despertador soou antes que o sol se quer pensasse em nascer, olhos verdes sonolentos se dirigiram ao horário, apesar da vontade de ignorar aquele soar irritante e voltar a dormir era tentadora, porém maior do que isto era a vontade de aproveitar seus últimos momento de paciente do hospital com Gina, deixando a preguiça de lado correu para se arrumar.

Antes que ocorresse a troca de turno Harry passou sorrateiramente pelos corredores, no meio do caminho se deparou com um vaso com lírios, com cuidado para não ser pego arrancou uma única flor e carregou consigo. Ao entrar se deparou com a mulher de seus sonhos ressonando.

Se lembrava como havia sido difícil convencê-la de que Cho não era ninguém importante, pelo menos não mais, e que sua saída daquele hospital estava sendo incrivelmente difícil porque não poderia carregá-la com ele para fora daquele lugar.

-Meu lírio... Você não sabe o como fica bonita quando esta com ciúmes. –Falou Harry carinhosamente se controlando para não tocá-la e acabar a despertando.

Harry colocou o lírio roubado em copo de água na escrivaninha e passou a ocupar a cadeira ao lado da garota, onde poderia velar pelo seu sono como um bobo apaixonado que era. Mas também como poderia ser diferente? Gina o havia conquistado antes mesmo de conhecê-lo pessoalmente, primeiro pela sua figura angelical, depois conheceu seu lado travesso e irônico o qual o sempre surpreendia e como se não fosse o bastante a garota ainda tinha uma força incrível que algumas pessoas chegaram a morrer sem antes possuí-la.

Estava tão distraído em pensar nas qualidades da namorada que quase não foi capaz de escutar Gina sussurrar pelo seu nome enquanto dormia, o moreno abriu um largo sorriso convencido enquanto esta ainda inconsciente do que tinha feito continuava a dormir.

De repente pensar que em breve só poderia ver a ruiva nos horário de visitas fez seu coração se contrair, principalmente por que saberia que isto só mudaria quando chegasse à hora de Gina ser operada, sabia que a data havia sido marcada pela própria garota porém ninguém além de Philipe sabia quando por exigência da garota que precisa fazer algumas coisas antes.

Ainda olhando para a face serena dela passou a escutar frases ditas pela namorada quando estavam começando a se conhecerem.

“-Como é viver lá fora? - Perguntou repentinamente o surpreendendo pela pergunta intensa.”

“-Ser um adolescente normal, eu nunca soube o que é isso. - Esclareceu a garota sem sorrir, o que ele já havia descoberto que acontecia em raras ocasiões.”

“-Eu gostava de ir á escola quando era pequena. - Declarou com visível saudade daquele tempo.”


Aquela última frase a fez ter um plano, só que novamente precisava da ajuda de Tonks, apesar de ainda ser tarde sabia que a amiga nunca se recusaria a ajudá-lo. Tirou o celular do bolso e aproveitou do fato de Gina estar ainda dormindo tranquilamente, no principio Tonks atendeu ao telefone com o seu mal humor costumeiro que foi sendo substituído pelo seu ar de concentração a cada palavra do garoto, ao término da ligação Harry tinha conseguido a promessa da mulher de que estava a caminho.

-Depois eu peço desculpa a Lupin por isso. –Sussurrou Harry alegre pela surpresa que estava preparando para namorada

Quase uma hora depois Tonks entra no quarto com um largo sorriso, seguida de Philipe e Michelle que continham seus sorrisos.

Naquele momento Harry teve que se retirar do quarto por que Gina iria ser examinada, se aproveitando da deixa o moreno foi para seu futuro ex quarto terminar de guardar seus objetos pessoais, mas ao chegar se deparou com Remus terminando de carregar sua última mala para o corredor, ao seu lado estava Lilian, Hermione e Rony que estava ajudando o primeiro com as malas.

-Caramba Harry, esta parecendo mulher quando volta de viagem. –Comentou Rony divertido no que o moreno bagunçou o cabelo envergonhado.

Depois disso o moreno foi examinado por Philipe que tinha acabado de cuidar de Gina trazendo a noticia que Tonks havia contado uma pequena mentirinha para garota dizendo que iriam apenas dar um passeio e levá-lo em seu primeiro dia de aula, o moreno mal poderia esperar para ver a reação da garota quando soubesse que aquele seria o primeiro dia dela.

Assim que terminaram de colocar as malas de Harry no porta-malas do carro Gina apareceu na porta do hospital sentada em uma cadeira de rodas ao qual era empurrada por Tonks que vinha rindo de algo enquanto a ruiva mantinha sua face em um careta de desagrado.

O moreno riu e caminhou apressadamente em direção a garota tomando o lugar de Tonks passou a empurrar a cadeira sem dizer nada, a ruiva apenas o olhou suplicante como se estivesse o implorando para se livrar daquela cadeira de rodas.

-Eu sei que você pode andar, mas esta é a condição do hospital. –Falou Harry respondendo o pedido silencioso da garota.

Quando se juntaram aos outros se esforçou em sorrir docemente para os amigos, estava claramente chateada, mas não queria demonstrar e acabar sendo motivo de preocupação.

-Vamos? –Perguntou Tonks alegremente puxando Rony e Hermione junto consigo para o seu carro.

Despediram-se rapidamente de Remus e Lilian e adentraram no carro da enfermeira, Gina sorriu assim que pode se levantar e ir com as próprias pernas para o banca do passageiro dianteiro, com a ajuda de Tonks Harry enfiou a cadeira de rodas no parta malas, não tardou para eles partirem em direção ao primeiro dia de aula, Harry que estava sentado atrás da namorada fazia leves massagem na garota ao mesmo tempo em que Rony e Hermione se olhavam intensamente no meio dos casais românticos a enfermeira procurava se concentrar na direção e esquecer dos casais em seu carro.

Quando pararam no estacionamento e todos desceram inclusive o moreno Gina sentiu um leve incomodo, o que a fez se remexer no banco, Tonks saiu do carro e antes que pudesse pensar em imitar seu gesto Harry já estava em pé segurando a porta para a garota com a mão estendida em um convite claro de auxilio, o que ela aceitou de bom grado.

Gina abraçada a Harry riu do irmão que carregava nas costas não só sua costumeira mochila preta como também uma de cor lilás, porém estranhou ao ver mais duas no chão, mas antes que pudesse comentar algo o barulho de Tonks caindo no chão levando consigo a cadeira de rodas da ruiva chamou a atenção deles que correram para ajudá-la.

-Tonks não acho que há necessidade de usarmos esta cadeira só enquanto espero Harry entrar. –Comentou Gina com um leve tom de irritação.

A enfermeira abriu a cadeira de rodas e passou a olhar a garota com um olhar divertido.

-E quem lhe disse que te trouxe até aqui apenas para você trazer eles? –Perguntou piscando em sua direção, no que Gina piscou atordoada

-Você! –Respondeu a garota esperando alguma justificativa que foi dado por Harry que se intrometeu na conversa.

-Sabe o que é meu lírio. –Começou o moreno desajeitado puxando a face da namorada para si, gostava de conversar com ela olhando diretamente em seus olhos mel. – Digamos que a Tonks contou uma mentirinha por minha causa, hoje de manhã me ocorreu uma idéia e pedi a ajuda dela para poder botá-la em pratica.

Hermione pegou uma das mochilas e estendeu em direção a Gina que se virou para a garota e arregalou os olhos em surpresa.

-Você por acaso queria ir a escola, não é mesmo? –Perguntou o irmão divertido no que Gina sorriu antes de pular em Harry e distribuir beijos por todo o rosto do garoto.

Rony fez uma leve careta ao mesmo tempo em que desviava o olhar, apesar de entender o romance dos dois e se simpatizar muito com Harry ainda assim não estava acostumado a ver a irmãzinha namorando, Hermione ao seu lado batia palmas entusiasmada pela cena e Tonks se encostava no carro com seu costumeiro sorriso divertido.

-Querem empurrar cadeiras de rodas quando ela consegue ter força o suficiente de pular deste jeito? –Debochou Rony.

Depois disso nos cinco minutos que restavam para bater o sinal os jovens tentaram convencer Tonks de que a cadeira seria dispensável, no que Gina se mostrou muito grata.

Se sentindo literalmente vitoriosa Gina caminhava pelos próprios pés agarrada ao braço do moreno pelos corredores, Harry carregava a mochila dele e da ruiva enquanto Rony mesmo agarrado a Hermione ficava encarregado de cuidar para que ninguém esbarrar na irmã.

Harry revirou os olhos aborrecido com os olhares dos quase mil alunos da escola, mas não poderiam culpá-los provavelmente a presença de Rony e Gina , principalmente a última pela sua beleza eram de chamar a atenção.

-HARRY! –Gritou Neville um tanto distante deles, mas logo os alunos abriram espaço para ele e Dino passarem. –Então cara, enfim de volta hein!

Dino por sua vez deu uma cotovelada em Neville e acenou de maneira nada discreta Gina, a qual eles haviam conhecido em uma visita a Harry no hospital.

-Oh Gina, Rony, Hermione como estão? –Perguntou Neville com as bochechas coradas. –Gina fico feliz em vê-la estudando aqui.

Enquanto caminhávamos para a sala de aula, onde Gina iria fazer com eles graças a um pedido especial da mãe de Tonks, Harry irritado se virou e perguntou a Dino:

-O que houve com todo mundo que não tira os olhos de nós? –Perguntou com aborrecimento, não queria que Gina fica-se incomodada na escola e sim que se diverti-se.

Neville e Dino riram.

-Eles estão esperando o que você irá fazer na sua volta, e estão surpresos por você e Hermione terem aparecido com os seus respectivos namorados. –Respondeu Neville.

-Como você pode ver hoje é um dia de decepção. –Falou Dino dando de ombros, como ninguém havia entendido ele explicou. –Além de voltar sem nenhuma artimanha ainda vieram acompanhados quebrando o coração esperançoso de muitas garotas.

No intervalo Harry fez questão de carregar Gina literalmente para um canto vazio onde ficaram namorando, porém antes disso o moreno a fez se alimentar bem com tudo que tinha direito, a ruiva estava encantada com a escola e com Harry não era diferente, a única diferença era que o motivo dele tinha nome e sobrenome.

Na última aula eram em parceiros e Harry apesar de não saber nada sobre a matéria não deixou de sentar com Gina, sabia que se precisa-se a melhor amiga lhe diria passo a passo sobre o que fazer, porém para a sorte deles o professor iria explicar os exercícios primeiro, o tempo todo Gina manteve sua cabeça encostada no ombro do namorado escutando todas as palavras do professor com sono.

Finalmente seu dia tinha acabado e Gina se levantou sonolenta da cadeira, o quarteto demorou a sair por causa de Harry que havia sido prendido pelo professor que lhe entregava uma lista enorme de tarefas a qual o moreno após fingir que havia prestado atenção no professor jogou na bolsa sem o menor cuidado, afinal de contas muito provavelmente os trabalhos já tinha sido feito nas visitas que Hermione.

Harry ao perceber o cansaço da garota sorriu de maneira de forma maliciosa em sua direção e antes que ela pudesse ter qualquer reação ele já a carregava no colo em direção a saída sob protestos da garota, assim que saíram Tonks levou um susto e correu na direção deles pensando que algo havia acontecido a Gina, mas assim que verificou que tudo não tinha passado de um brincadeira fez questão de ajudá-la a dar uns cascudo no garoto que ria das duas.
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Desde o dia em que Gina tinha ganhado permissão para “voltar a estudar” Philipe havia sido o primeiro médico a chegar em todo o começo do novo turno, ao entrar na salinha reservada para os funcionários Philipe se aproveitou do fato de não ter ninguém por perto e arrancou a camisa azul que vestia para por a branca de botões que carregava em seu braço, mas antes que pudesse fechar o primeiro botão a porta se abriu e por ela entrou ninguém menos que Michelle, que parou automaticamente e ficou vislumbrando a imagem do abdômen do “chefe”, a garota como se percebe-se o que estava fazendo virou o rosto, porém o médico não pode deixar de reparar que ela mordia o lábio inferior em nervosismo.

Com um sorriso convencido no rosto o homem terminou de arrumar a camisa e vestiu o jaleco antes que mais alguém adentra-se e interpreta-se aquele cena errado.

-Desculpe, eu não sabia que...

Philipe arqueou a sobrancelha e deixou que um pequeno sorriso fosse parar em seus lábios.

-Sem problemas!

Naquela mesma manhã quando ele havia parado para um rápido café da manhã Tonks o convocou para uma pequena mais esclarecedora conversa.

-Vamos confesse. –Pediu Tonks entusiasmada se sentando na frente de Philipe.

O médico naquele exato momento estava a levando o seu pequeno lance a boca quando foi surpreendido pela pergunta da amiga, o fazendo se esquecer do que estava prestes a fazer.

-Confessar o que? –Perguntou o homem a olhando como se fosse louca enquanto largava o lance em seu prato.

-Quero que me diga em voz alta o que eu já sei. –Falou Tonks esperançosa que Lipe fala-se algo, mas ao vê-lo encará-la do mesmo jeito que antes bufou decepcionada e concluiu. –Diga que gosta dela, estou esperando.

Os olhos do médico atingiram um brilho forte de preocupação enquanto procurava por sinais de que alguém havia escutado, ao perceber que tudo estava em perfeita ordem se virou irritado para Tonks mais esta se mantinha com os braços cruzados e um olhar mandão que só ela sabia fazer.

-Você só pode estar louca se pensa que... –Mas ao perceber que o olhar de Tonks em sua direção era o mesmo, exclamou irritado. –Raios, pare de me olhar deste jeito!

Tonks se aproximou do amigo e lhe deu um cascudo, como fazia sempre que ele dizia ou fazia algo que a aborrece-se, porém ela nunca havia feito isto quando estavam no ambiente de trabalho.

-Sou sua melhor amiga, você não consegue mentir para mim. – Alertou Tonks de olhos fechados com ar de cansada.

Abaixou os olhos imersos em remorso, em momentos como aquele ele gostaria de poder ficar calado, mas sabia que a amiga não iria deixá-lo em paz tão cedo sem ter a resposta que queria.

-Escute Tonks, eu não queria esta bem. –Sua voz transmitia o enorme remorso que sentia ao dizer cada palavra. –Eu sei que a Char...

Tonks boquiaberta com o que ele estava dizendo, mas logo voltou a reagir e a primeira coisa que pensou foi sacudi-lo, mas estavam em um lugar publico então ela apenas se levantou de sua cadeira se curvando em cima da mesa e pegando no colarinho do amigo o fez olhá-la diretamente nos olhos.

-Você mais do que ninguém deveria saber o que Char iria gostar ou não. –Falou com profunda irritação. – Diga-me uma coisa, você por acaso se esqueceu do que prometeu para ela?

Todos os olhares se dirigiram a eles, apesar de ninguém conseguir escutar o que os dois que sussurravam a atenção era deles, Elle e Jonh ficaram parados abismados vendo o desenrolar da cena enquanto seguravam suas bandejas intocadas.

-Claro que não! –Respondeu ofendido. –Eu nunca vou me esquecer de nada que envolva Char.

Por um momento Tonks vacilou, falar da irmã ainda era doloroso demais, mesmo assim não iria permitir que o amigo afunda-se em arrependimentos.

-Acredito em você. –Falou soltando a camisa dele, deu a volta na mesa e voltou a sentar ao seu lado desta vez. –Char seguiu seu destino e esta na hora de você cumprir o seu...Abra seu coração para a segunda chance que ela tanto desejou antes de morrer. –Uma fina lágrima escorreu pela face da enfermeira, ao fechar os olhos em uma tentativa de se controlar viu a face da irmã sorrir marotamente em sua direção. –Esta na hora de voltar a ser feliz. Aceite meu amigo que minha irmã foi um anjo que passou em nossa vida, não cabe a nós prender os anjos, nem mesmo se em nossos corações.

-Às vezes duvido que isto seja mesmo possível. –Confessou o médico.

-Você já estava fazendo, só precisava saber disso antes que fosse tarde demais. –Esclareceu à amiga segurando a face dele e dando um beijo carinhoso em sua face.

Não era preciso ser um guru para adivinhar que todos para variarem estariam falando sobre a cena que se passou no refeitório, sua estagiaria e por acaso a pivô da conversa de mais cedo quando conversava com ele era com extrema cautela o que ele julgou desnecessário apesar de não chegar a comentar nada a respeito com a jovem. Quando estavam no corredor e Philipe foi alvo de mais olhares especulativos o médico viu a chance a qual estava esperando.

-Pelo visto a cena de hoje me trouxe mais boatos para minha nada pequena coleção. –Brincou esperando ansioso pela resposta dela.

Michelle se virou com alivio para ele, alivio este que logo foi substituído por um sorriso divertido e antes mesmo que Lipe pudesse perceber já estava sorria também.

-Digamos que você acabou de duplicá-los, meus parabéns você deve ser o médico mais comentado de toda a Londres. –Falou devolvendo a brincadeira.

Lipe gargalhou e passou a puxar outros assuntos, até que o despertador do celular da garota despertou anunciando o final de mais um expediente.

-Hora de estudar. –Falou a garota desligando o despertador.

-Er... Falando em estudar você já conseguiu os seus livros? –Perguntou desconcertado, teve vontade de bater a cabeça na parede, por que estava sendo tão ruim falar com ela? Nunca havia tido problemas com mulheres antes.

-Não. –Respondeu a garota com um suspiro.

-Bom amanhã é sábado, estava pensando se você não quer ir na minha casa ver aqueles livros velhos que tinha comentado?! –Perguntou ainda incerto.

A estagiaria pareceu avaliar por um momento, receosa, Philipe pensou em desfazer o convite vendo o constrangimento da loira, mas antes que pudesse tomar alguma atitude esta abriu um grande sorriso.

-Vou sim. –Respondeu dando um beijo na face do médico de despedida e partindo em direção a saída.

Só Philipe sabia o quanto havia sido difícil controlar o impulso de prendê-la em seus braços e beijá-la diretamente em seus lábios.

Como poderia ter sido tão burro para não perceber antes que estava se apaixonando pela sua estagiaria?

Tirando o jaleco passou a caminhar em direção a saída, tinha muito o que planejar antes de vê-la amanhã novamente, sem falar que teria que dar um jeito naquela bagunça que se encontrava seu apartamento, quem sabe não pediria a ajuda de Tonks, claro se ela não estivesse ocupada demais esta noite assim como havia ficado em todas as outras desde que Remus tinha se mudado para o apartamento dela, se lembrar disto fez com que ele gargalha-se sozinho no estacionamento como qualquer louco faria.
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Harry caminhava com Gina igual ao primeiro dia de aula da ruivinha, ela ficava grudada em seu braço e ele segurava sua cintura de maneira possessiva enquanto a ruiva conversava animadamente com os amigos dele, era o terceiro dia de aula da garota e ela que desde sua adolescência nunca mais havia ido para escola conseguia acompanhar os alunos mais rápido do que o próprio moreno, e olha que ela deveria estar no máximo um ano atrasada que ele.

Aquela aula deixava a ruiva incrivelmente incomodada, seria educação física e apesar de poder faltar a aula se quisesse a jovem tinha lhe convencido da melhor forma possível de que seria melhor freqüentá-la mesmo que fosse para ficar no canto da quadra apenas observando assim pelo menos não iriam criar mais suspeitas sobre a presença de Gina, somente os amigos de Harry e os funcionários sabiam de sua situação e era assim que a garota queria continuar e nenhum deles havia tentado convencê-la do contrario querendo evitar que ela tivesse que aceitar olhares piedosos e até mesmo maldosos em sua direção.

Naquele dia os garotos iriam treinar futebol para o campeonato Dino, Neville e Rony se juntaram ao resto da sala já Harry ignorou o convite e foi se sentar na arquibancada junto com as garotas, Hermione se sentou ao seu lado e Gina entre as suas pernas. Todo o primeiro tempo do jogo o moreno fez massagem na ruiva, enquanto as duas garotas ficavam roucas de tanto torcer para os amigos.

-Pensei que gostasse de jogar Harry. –Comentou uma voz nas costa dos dois.

O moreno ao ver de quem se tratava desviou o olhar rapidamente para observar preocupadamente a namorada ao qual sentiu ficar automaticamente tensa.

Cho Chang como Harry já sabia estava realmente na mesma sala que eles, porém desde que voltará só havia a cumprimentado enquanto passava por ela, mas isto era o bastante para deixar Gina desconfortável por mais que a garota tenta-se a todo custo omitir isto dele.

-As pessoas mudam com o tempo e mudam suas preferências. –Respondeu sem olha-la.

Harry não tinha nada contra a ex só não gostava que Gina se sentisse desconfortável e se para deixar a namorada o mais confortável possível fosse preciso tratar Cho como uma colega qualquer que o tempo a havia transformado assim o faria.

-Infelizmente ainda não fui apresentada para sua nova prioridade. –Falou a garota se aproximando e estendendo a mão em direção a ruiva. –Prazer Cho Chang.

Gina se apressou em apertar a mão da garota em resposta, afinal ela não tinha culpa pela sua insegurança, pelo menos não por enquanto.

-Gina Weasley, prazer. –Respondeu assim que soltou a mão da garota.

Os três amigos ignoraram a presença da garota e voltaram a prestar atenção no jogo, mas quando Cho se sentou dois bancos a baixo de Hermione Gina se remexeu desconfortável, no que Harry voltou a massageá-la.

-Te amo. –Sussurrou no ouvido da garota fazendo esta se virar para ele e ficar hipnotizada por seus olhos verdes, quem visse de longe certamente sentiria inveja pelo sentimento puro que transmitiam apenas com o olhar.

-Então Gina onde você conheceu o Harry? –Perguntou a oriental.

Gina olhou para o moreno em um pedido de ajuda, mas foi Hermione quem respondeu.

-Gina é irmã de Rony, ela conheceu Harry por causa dele. –Respondeu a garota sem tirar os olhos do jogo.

A oriental analisou a amiga de infância, mas esta parecia distraída demais assistindo o jogo.
-E como você conheceu seu namorado Hermione? –Perguntou a garota com uma curiosidade incomoda. –Ainda me lembro de você fugindo dos meninos quando éramos pequenas.

Hermione desviou o olhar para Cho engolindo a ofensa que estava prestes a dar.

-Assim como vocês eu cresci e mudei de opinião sobre algumas coisas, menos que você é claro. –Respondeu sem poder se conter.

Harry e Gina esconderam o sorriso pela resposta pela resposta da Mione, os três ficaram aliviados ao ver que finalmente Cho havia ficado sem graça com alguma coisa, porém o alivio durou muito pouco.

-Depois do jogo dos meninos nós meninas iremos jogar também, espero poder contar com você Hermione, Gina. –Falou a garota

Sem pensar duas vezes os três falaram ao mesmo tempo um sonoro não como resposta, porém a oriental reparou que havia algo como preocupação.

-Algum problema em jogarem? Mione? Gina? –Perguntou cheia de suspeitas.

Harry se virou para Cho pronto para lhe dar uma resposta ao qual iria fazer ela sumir dali o mais rápido possível, entretanto antes que pudesse fazer algo Gina foi mais rápida.

-Há um grande problema na verdade. –Respondeu a ruiva com a voz serena, Harry e Hermione a fitaram espantados no que ela apenas sorriu tranqüilizando os dois. –Lá. –Falou apontando para o centro da quadra. –Eu não vou poder fazer isto.

Terminando de dizer se virou para o namorado e o beijou possessivamente, sua intenção era acabar com qualquer esperança que a garota tivesse com o seu namorado, porém a garota se envolveu tanto com o beijo que não foi capaz de ver Cho praticamente ter um chilique com a cena.

Quando os dois se separaram Cho deu dois passos ameaçadores na direção de Gina, o que fez os três ficarem em alerta, mas antes que ela pudesse tomar alguma atitude uma bola voou na direção deles e acertou a oriental em cheio na perna a fazendo descer três degraus de bunda na arquibancada.

Ao olharem quem havia feito isto se depararam com Rony dando de ombros enquanto a professora da outra sala gritava em pleno pulmões em sua direção, o ruivo apenas balançava os ombros e dizia poucas palavras com a face mais inocente que conseguiu, a professora deles dispensaram os alunos por aquela aula enquanto levava a oriental para a enfermaria.

Harry suspirou e caminhou agarrado a namorada, a principio pensou que poderia ser colega de Cho pela amizade de infância, mas agora a desconfiança de Gina se confirmara verdadeira, sua ex tinha se transformado em uma mulher odiosa ao qual ele nunca se envolveria de forma nenhuma.
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Tonks estava deitada no sofá enroscada com Remus que afagava seus cabelos enquanto assistiam a uma série de comédia, deitada no peito do namorado ouviu o ronco de sua risada com a cabeça encostada em seu peito, era tão bom ficar alinhada nos braços dele onde se sentia protegida de qualquer mal.

Na série o personagem principal fica encarregado de cuidar do anel de pedido de casamento que o cunhado faria, porém graças a bagunça que sua vida era por causa de uma vida dupla que tinha como agente ele havia perdido e agora tentava encontrar no meio do lixo. Remus riu e beijou o topo de sua cabeça carinhosamente.

-Ele consegue ser tão atrapalhado quanto você. –Comentou no que a namorada ergueu a cabeça para olhá-lo em descrença.

-Eu não sou tão atrapalhada assim! –Tentou se defender orgulhosa.

Remus voltou a rir puxou para perto dele novamente a apertando em seus braços.

-Você é sim! –Falou no que ala o beliscou como resposta, já que era a única coisa que conseguia fazer por ele a aperta-la em seus braços. –Ei, deixe eu terminar antes de cmeçar a me torturar...

-Um minuto. Explique-se! –Falou autoritária.

Ele a soltou tempo o suficiente para inverter a posição dos corpos e passar a ficar por cima dela á prensando no sofá, mas sem por seu peso.

-Oh... Obrigada por tal gentileza. –Falou com um sorriso maroto nos lábios. –Como estava dizendo antes de ser interrompido você é sim muito atrapalhada, mas sabe o que é pior? –Perguntou centésimos antes de passar a beijar o pescoço dela fazendo a gemer.

-Er... Não faço idéia. –Confessou se esforçando para se concentrar no que estavam conversando antes de ser beijada.

Remus riu e parou de beijá-la o que Tonks protestou com pequenos resmungos.

-É que eu sou igualmente atrapalhado, juntando isso nossos futuros filhos poderiam ser usados como armas. –Falou dando de ombros, sua voz soava indiferença que ele não possuía, apenas queria ver a reação da namorada. –Imagine ao invés de mandar um arama nuclear era só mandar nossos futuros filhos embrulhado para presente.

Fez menção de voltar a beijá-la, porém ela o empurrou de tal forma que o fez cair no chão com um pequeno estrondo, mesmo com Remus sentado no chão soltando um leve gemido de dor a garota se sentou no sofá atônica.

-Filhos? -Perguntou bobamente, tentando entender o que o namorado havia. –Você esta realmente querendo insinuar que quer ter filhos comigo Remus?

O homem mudou seu semblante para sério antes de dizer com a mesma indiferença que antes.

-Bom antes eu acho que seria certo pedir a sua mão em casamento para o seu pai, porém depois que me mudei para cá acho que esta formalidade se tornou dispensável, afinal o que é uma mão quando eu já consegui o cor... você me entendeu. –Falou Remus tentando provocá-la, porém a mulher ainda parecia sem reação, decidiu por enquanto continuar com a brincadeira. –Também temos que marcar a data, mas não seria para tão perto por que já que pretendo ter vários filhos acho melhor comprarmos um lugar maior, assim...

Antes que pudesse terminar de dizer Tonks havia se jogado nos braços dele o fazendo cair para trás, o que ele não esperava era que estivesse à mesinha de centro bem atrás deles e sua cabeça se chocasse de tal forma que um galo já pudesse ser sentindo minutos depois, mas ignorando a dor os se beijaram por longos minutos.

Logo que se separaram Tonks deu uma olhada no galo que o futuro marido havia ganho por sua causa, um pouco de gelo e uns dois dias e tudo estaria na mais perfeita ordem novamente. Sem demorar a enfermeira correu para pegar o gelo, com a presa enrolou ele em um pano e foi se juntar a ele que estava sentado no hospital enquanto ficava em pé o auxiliando a segurar o pano no lugar certo a mulher não pode deixar de rir.

-Estou começando a acreditar nessa sua teoria sobre nossos futuros filhos.

Remus sorriu na direção dela maroto, soltando o pano com gelo e a puxando para o seu colo.

-Pois eu gosto do risco. - Falou maliciosamente colando seus corpos.
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Philipe segurou a porta da portaria em um gesto cavalheiro que não passou despercebido por ela.

-Obrigada. –Agradeceu timidamente.

Ao adentrarem o porteiro o velho porteiro se virou para eles com um sorriso simpático.

-Boa noite. –Cumprimentou os dois, quando ambos estavam perto de adentrar no elevador ele voltou a dizer. -Philipe o senhor por acaso vai esta esperando mais visitas esta noite?

-Não. –Respondeu olhando para Michelle que corou sob seu olhar.

Quando desceram Philipe se apressou em abrir a porta do apartamento e assim que o fez, repetiu o gesto da portaria segurando a mesma para sua estagiaria adentrar o local.

-Bem vinda ao meu humilde lar. –Falou enquanto esta admirava seu apartamento.

Michelle em todo o caminho havia pensado que o apartamento do homem seria certamente algo mais sério, mas ao entrar logo se deparou com uma escultura, antes que pudesse admirar melhor o local ele pegou seu braço com delicadeza e passou a guiá-la em direção a sala que era cheia de móveis discretos porém reconfortantes, nas paredes alguns quadros dele e surpreendentemente de Tonks como um casal estavam pendurados, e um em especial chamou a atenção da loira.

A garota arregalou os olhos pasma enquanto olhava a figura de Tonks mais nova vestida de noiva com um largo sorriso enquanto este beijava o lado direito de sua face e olhava para a câmera com um brilho de posse, aquilo com certeza tinha deixado com que o ar falta-se ao pulmão da jovem que naquele estante tinha se esquecido da sua necessidade básica de respirar.

Philipe olhou confuso para a reação estranha da loira, a chamou duas vezes mas esta parecia concentrada em algo a suas costas, ao se virar se deparou com sua foto de casamento, o que tinha demais nisto? Afinal já havia lhe contado que era viúvo! Mas logo que olhou bem a foto se lembrou de algo óbvio, não era o fato de ter sido casado que lhe causara espanto e sim a pessoa com quem tinha sido.

-Er... Isto é... Me desculpe! Você tinha dito algo. –Falou a jovem atrapalhada mesmo que tenta-se se recompor da surpresa.

O médico voltou a olhá-la mais desta vez querendo desvendar o que ela poderia estar pensando ao seu respeito.

-Acho que ficou meio espantada com esta foto. –Falou indicando com a cabeça o quadro. –E a culpa é toda minha, por não ter mencionado nada antes que...

-Você não tem dever nenhum de me explicar nada. –Se apressou a dizer e logo depois completou. –Eu não tenho nada a ver com o que acontece ou aconteceu entre você e Tonks.

Cogitou a idéia de retrucar o que ela havia dito, mas o sentimento de que algo tinha o atingido de cheio ainda permanecia consigo, por isso preferiu se manter calado até que tivesse certeza que sua voz não iria denunciá-lo, naquele meio tempo viu a garota agir de forma desconfortável.

-Não quer se sentar? –Ofereceu assim que pode o que ela aceitou de bom grado, foi até a cozinha e de lá tirou um espumante que tinha compro, nada que pudesse deixá-los alterados de alguma forma. Serviu uma taça para cada um e foi se juntar a ela no enorme sofá. –Sobre o que me disse antes você pode até achar que esta certa, mas mesmo assim se você não se incomodar eu gostaria de explicar.

Achando que seria impossível dizer algo a mulher acenou em concordância ao mesmo tempo em que se concentrava em tomar um gole generoso de seu espumante.

-Pois bem como eu havia lhe contado eu um dia fui casado. –Falou o homem novamente acenando para o pivô de toda a conversa. –Como pode perceber nós nos casamos muito jovens, pensávamos que tínhamos uma vida toda pela frente, infelizmente o que nós sonhávamos que seria para a eternidade se tornou apenas míseros anos. Quantos anos você tem Elle?

Michelle se surpreendeu com a pergunta e ficou confusa com o que isto tinha a ver com a explicação dele, mesmo assim respondeu sua pergunta.

-Vinte quatro.

Philipe abaixou a cabeça por alguns segundos, no que ela percebeu o quanto aquilo o fazia se entristecer, gostaria de saber o por que sua idade havia o abalado.

-Quando eu fiz 24 anos eu já tinha uma terrível responsabilidade que durou até meus vinte oito anos quando. –Falava Philipe sem olhar a convidada nos olhos. –Minha esposa venho a falecer.

Neste instante o médico finalmente tomou a coragem de olhar diretamente nos olhos de sua estagiaria e neles encontrou confusão.

-Mas a sua esposa...

-Minha esposa se chamava Charlotte Tonks. –Explicou no que finalmente os olhos dela adquiriram compreensão. –Dora, ou Tonks, é minha ex-cunhada.

Michelle sentiu sua face esquentar, sabia que deveria estar bastante corada. Como poderia ter pensado que Philipe e Tonks poderiam ter alguma coisa? Estava agindo praticamente como todas as outras funcionarias daquele hospital, onde tiravam conclusões precipitadas, se xingou de burra mentalmente.

-Eu realmente... Me desculpe. –Pediu simplesmente no que ele riu em resposta.

-Não há o que se desculpar, é realmente difícil entender minha amizade com Dora antes de conhecer nossa história. –Falou sem nenhuma repreensão ou irritação em sua voz, havia total honestidade em suas palavras. –Char ainda é um assunto delicado para Tonks e pra mim, por isso às vezes acabamos protagonizando cenas como a de ontem de manhã.

Michelle colocou sua taça na mesa de centro e foi se sentar junto a Lipe que depositou sua taça assim como a dela. A garota pegou sua mão e a apertou como se estivesse tentando passar força para ele.

-Você ainda a ama? –Perguntou à loira se enchendo de coragem, mas ainda assim tentando ocultar qualquer sentimento.

A resposta do médico demorou alguns minutos, como se ele estivesse procurando a verdade dentro de si, a estagiaria apenas esperava pacientemente.

-É difícil explicar o que se passa, é como se eu tivesse certeza que uma parte de mim sempre pertencerá a ela e mesmo assim eu ainda consiga me amar outra pessoa da mesma forma intensa. –Tentou explicar incerto sobre ter sido bem sucedido.

Os olhos azuis brilharam intensamente do uma forma que ele nunca tinha visto e aquilo o agradou de uma maneira nunca pensou que pudesse acontecer. Dora mais uma vez estava certa, estava na hora de voltar a ser feliz.

-Mulher de sorte está. - Falou vacilante.

Se aproveitando da chance ele soltou uma mão da dela e tocou sua face delicadamente.

-Não sei, me diga você. –Disse com a voz não mais que um sussurro.

Michelle piscou em sua direção atordoada ao mesmo tempo em que seu coração batia de forma acelerada e sua face ficava rosada, certamente não estava esperando pela aquela resposta.

-Philipe acho que não...

O homem respirou fundo e decidiu tomar uma atitude que talvez pudesse por toda a amizade deles a perder, mas se não fizesse talvez nunca mais houvesse a chance de saber como teria sido, por isso antes que ela pudesse perceber o que estava prestes a acontecer segurou sua nuca e a puxou de encontro a si capturando seus lábios ao mesmo tempo em que sua mão alcançava sua cintura e a puxava para si.

A princípio sentiu as mãos delas em seu ombro tensa, mas logo ela tratou de enroscar uma delas em seus cabelos o puxando igualmente para perto, os dois se beijaram com o desejo reprimido que o trabalho vinha trazendo diariamente. Como ela havia ido parar em seu colo ele não sabia ao certo, mas havia gostado imensamente disto.

-Philipe acho que...

Mais uma vez ele a silenciou com um beijo ao qual foi correspondido com imensa alegria, não iria deixar que ela escapasse por ter duvidas sobre ele.

-Michelle me escute sim? –Pediu ele assim que se separaram no que a mulher concordou. –Eu sei que não tenho uma fama muito boa, mas tudo isto não passa de uma grande mentira, eu nunca me envolvi com ninguém desde a morte de Char e se hoje o faço é porque uma amiga muito especial me fez ver que não seria certo que eu joga-se para o ar a chance de voltar a ser feliz por medo de não ser merecedor dela.

Após aquela confissão o que mais ele esperava de Michelle, ela também vinha tendo sentimentos por ele, sentimentos que vinha escondendo pelo fato dele ser seu chefe, não queria que ele pensa-se que ela mais uma aproveitadora que gostaria de crescer à custa dele, mas agora que ele havia se declarado não havia mais motivos para agir daquela forma. Desta vez foi à vez dela o puxar para beijá-lo o que o fez imensamente feliz.

-Apesar de querer muito esquecer tudo lá fora eu não consigo deixar de pensar como vai ser quando todos souberem que a estagiaria folgada esta se relacionando amorosamente com o médico de gelo.

Philipe pensou por um momento antes de responder.

-Vamos dar um jeito nisso depois. –Falou se levantando com ela no colo. –Mas antes eu vou te mostrar meu apartamento com um bom anfitrião que sou, começando pela biblioteca...

A loira não era boba para deixar de perceber que ele estava cheio de más intenções, mas não pode deixar de gostar de saber disso, apesar do pouquíssimo tempo que o conhecia confiava nele e iria se entregar de corpo e alma aquele relacionamento que estava apenas começando.

- Hmmm isso me parece muito tentador. –Respondeu no ouvido dele o fazendo se arrepiar, a mulher sorriu triunfante pela nova descoberta.

-Então eu vou fazer questão de te mostrar da melhor forma possível. –Respondeu chutando a porta para que esta abrisse e não precisa-se quebrar o contato de seus corpos.

Quem se importava com o que os outros funcionários diriam sobre o relacionamento deles? Eles definitivamente não.
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Segunda de manhã um pouco antes de Gina se preparar para ir a escola Philipe e Tonks adentraram o quarto da jovem ambos irradiavam felicidade.

-Pelo visto o final de semana foi proveitoso. –Debochou a adolescente.

Philipe deu de ombros enquanto Tonks lhe mostrava a língua em um gesto infantil, a Gina apenas riu dos dois.

-Pelo que andei sabendo não fomos os únicos a aproveitar o final de semana. –Insinuou Tonks sentando na cama da garota.

A adolescente respirou fundo algumas vezes tentando evitar que sua vergonha transparece-se em sua face. Eles estavam certo seu final de semana havia sido maravilhoso, principalmente depois que o namorado havia dado um jeito de driblar os funcionários e havia passado a noite inteira namorando, naquele amanhecer de domingo os dois viram juntos o amanhecer pelo terraço do prédio.

Naquela manhã Harry quase havia sido pego com a ruiva, mas por sorte a garota havia conseguido enrolá-los.

-Como estava o nascer do sol de domingo? –Perguntou Philipe debochado.

Gina lançou um olhar fulminante para ele antes de se olhar com um sorriso travesso para Tonks.

-Mais perfeito impossível. –Respondeu no que Tonks piscou em sua direção.

Depois de mais algumas brincadeiras finalmente Philipe havia acabado de examinar a garota, deixando de lado o lado descontraído suspirou e passou a tomar sua postura como o médico responsável que era.

-Gina você precisa contá-los sobre amanhã. –Falou o médico da garota fitando-a seriamente.

Como resposta recebeu um aceno desanimado, toda a animação que sentia antes tinha ido por água a baixo em questão de segundos.

-Eu sei. –Replicou a garota. -Tudo pronto para hoje à noite?

Os dois confirmaram com um aceno, aquela garota era realmente de fibra e surpreendente quem poderia esperar que ao invés de se lamentar ou ficar isolada morrendo de medo do que estava para acontecer ela fosse preparar uma festa um dia antes. A principio Philipe não tinha concordado, mas após os argumentos dela não teve como negar seu pedido. Já estavam recebendo demais de uma adolescente para pedir ainda mais isto.

-Então... todos concordaram em ir? –Perguntou ansiosa no que novamente os dois confirmaram com um aceno. – Será que vocês podem me responder com palavras para variar.

Depois disso os dois voltaram a agir normalmente e terminaram de planejar a festa que logo mais ocorreria na casa dos pais de Tonk que adoraram dar festas.

Gina caminhou com Tonks para o seu talvez último dia de aula, assim que saiu do hospital viu Harry ao longe no estacionamento encostado no carro da enfermeira olhando para o relógio de pulso, seus cabelos estavam mais rebeldes do que nunca por causa do vento, como se sentindo ser observado desviou o olhar diretamente para ela, naquele momento um largo sorriso se abriu enquanto andava em seu encontro.

Seus olhos marejaram mais tratou de se controlar, não iria chorar, não hoje. Tonks a observava com os olhos entristecidos, como se houvesse entendido o que se passado com a ruiva.
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A noite quando todos conheceram os pais de Tonks se encantaram com o casal que assim como a família eram muito divertidos, a casa estava cheia de convidados.

Molly e Lilian conversavam com Andrômeda e Teddy, a primeira parecia um pouco mais abatida do que o costume. Remus e Tonks estavam abraçados enquanto levavam uma bronca de uma senhora que se chamava Úrsula, ao lado deles Philipe e Michelle de mãos dadas ria dos dois. Os gêmeos estavam no quintal planejando mais uma das suas; Percy, Gui e sua esposa francesa, Carlinhos estavam conversando sobre economia; por último em um canto afastado da sala estavam os quatro mais jovens Rony, Hermione, Gina e Harry.

O último olhava de maneira desconfiada a namorada que vinha agindo estranhamente o dia todo, como se quisesse dizer algo pelo olhar que não tinha coragem de dizer com palavras.

Harry absorto em tentar desvendar o que se passava com a namorada não percebeu que a puxou ainda mais para perto dele, a garota apenas o olhou com o mesmo olhar que tinha o dia inteiro e aquilo fez o coração dele se apertar.

§
Estavam abraços nos terraço esperando o amanhecer do sol, nem acreditava que havia conseguido passar a noite toda abraçado a namorada sem serem pegos por algum funcionário.

-O que esta achando da escola? -Perguntou Harry animado.

-Incrível, é realmente uma pena que tudo isso acabe na segunda. –Falou a garota em um sussurro tão baixo que Harry chegou a avaliar se ela estava falando com ele ou com ela mesma.

Harry virou a garota para ele e a olhou perturbado, como assim tudo iria acabar na segunda?

-Por que tudo acaba na segunda? –Perguntou o moreno aflito.

Gina desviou o olhar vacilante por questão de segundos, antes de procurar toda a coragem que tinha e voltar a fitar aqueles hipnotizadores olhos verdes.

-Não posso ir para a escola depois disso, lembre-se eu nunca poderia estudar no mesmo ano que você. –Explicou a garota, mas seus olhos lhe diziam que ela estava escondendo algo.

-Mas... –Tentou falar Harry mais Gina o encarou de maneira intensa, o fazendo se sentir como se estivesse perdendo alguma coisa.

-Depois você vai entender, vamos apenas ficar abraçados Harry. –Pediu a garota o abraçando no que ele retribuiu a apertando em seus braços.
§


Naquele momento o moreno sentiu como se não pudesse mais respirar, lágrimas cegaram sua visão quando sentiu as delicadas e macias mãos da namorada lhe tocar a face, queria poder dizer alguma coisa mais tinha um grande nó na garganta que o impedia, a dor da compreensão o atingiu de tal forma que tinha se esquecido de tudo.

-Calma amor... –Pediu Gina se sentando no colo do moreno e o abraçando, sua voz que mais parecia uma cantoria angelical fez que os sentimentos de desespero crescem-se dentro de si. –Vai ficar tudo bem. –Confortou a garota.

Harry teve vontade de socar, era ele quem deveria estar a reconfortando e não o contrário! Por que raio não podia ser forte neste momento? Já deveria saber que estava chegando a hora disso acontecer. Mas porque tinha que ser tão rápido?

Rony e Hermione olharam a cena assustados, mas mesmo assim preferiram não dizer nada por enquanto.

-Por que não me contou nada? –Perguntou Harry claramente ferido.

Gina novamente vacilou ao olhá-lo.

-Eu não queria que essa hora chega-se. –Confessou no que Harry a abraçou ainda mais forte.

Seus corpos estavam colados um no outro, mas não havia malicia em seu gesto, lágrimas escorriam pela face do casal trazendo a compreensão para os dois jovens que assistiam, eles estavam se despedindo!

Rony naquele momento desabou assim como Hermione, os quatro choraram pela incerteza de amanhã, queriam poder congelar o tempo e nunca mais ter que viver momentos como aquele, mas não poderiam. Mas mais uma vez eram incapazes de mudar o destino.

Deus sabe o quanto havia custado para os quatro jovens se recomporem, afinal Gina fazia questão de que ninguém mais soubesse do que estava para acontecer no dia seguinte, Harry ficou grudado a namorado o tempo guardando todo e qualquer sentimento de desespero para a hora em que estivesse sozinho.

Mas esta tarefa estava sendo particularmente a mais difícil que já foi obrigado a passar, como poderia agir normalmente quando havia a possibilidade de... Não queria nem pensar nisso.

-Que tal uma foto de todos juntos? –Sugeriu Gina em voz alta, chamando a atenção de todos.

Harry não pode evitar tremer naquele momento, cada gesto de Gina estava sendo um aviso silencioso que poucos tinham entendido, olhou-a de soslaio e não pode deixar de admirá-la como a coisa mais importante que tinha.

Todos concordaram e se juntaram para bater a foto que a ruiva tanto pedia, um garçom que tinha sido contratado foi que bateu, por ela todos forçaram um sorriso, sorrisos que não chegavam aos olhos.

Gina olhava preocupada Harry que a agradava de todas as formas possíveis, Rony e Hermione não eram diferentes, teve um momento ao qual o ruivo se apressou em direção ao quintal onde foi seguido pela namorada só voltando meia hora depois com os olhos vermelhos, provavelmente não querendo desabar novamente na frente dela, e foi pensando nela que o moreno se manteve firme ao seu lado, guardando para si a certeza de que seu mundo iria acabar no mesmo dia em que não pudesse mais ver aquele sorriso novamente.
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Gina não soube quantas vezes sentiu Harry respirar fundo contendo as lágrimas que gostaria de derramá-las, mas não pode deixar de ficar grata por ele ter respeitado seu desejo, e foi por ele que demonstrou ter uma força que não possuía.

Mais difícil foi se separar dele quando a festa acabou, apesar do desejo de querer ficar ao seu lado não poderia mais adiar, não poderia por ela e nem por ele.

A noite passava lentamente enquanto ficava apenas a fitar a parede se relembrando de cada minuto que passou ao lado dos amigos e principalmente ao lado de Harry, fitou o teto como se ele não existi-se, queria poder viver mais daqueles momentos e só havia uma maneira de conseguir isto.

-Vamos lá Gina. –Falou para si mesma. –Amanhã será o fim para todo o sofrimento e o começo de toda uma vida. Você consegue! Eu consigo! Tudo vai dar certo... Vai sim...
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N/A: Céus como foi difícil escrever este capitulo, vocês não tem idéia do quando eu tive que me por nos lugar dos personagens, estou tão cheia se sentimentos que to até meio confusa... Por isso ignorem qualquer besteira minha.
Como podem perceber no próximo capitulo vão descobrir se a Gina consegue ou não, eu não escrevi ainda a cena então tudo vai depender da hora em que eu sentar em frente ao Notebook, portanto recomendo que guardem um lencinho.
Esse capitulo foi bem grande por que o próximo será muito pequeno então fiz isso para recompensá-los, provavelmente estarei postando ele até a data em que a fics completa 1 ano.
Espero que me perdoem pelos erros, mas estava com tanto presa que não reli nenhuma cena se quer, minha ansiedade em escrever logo o fim é tanta que não consegui reler, mas em breve estarei mandando este e alguns capítulos anteriores para minha maninha e minha beta fiel, assim quem quiser reler ela depois de concluída estará com bem menos absurdos.
O nome do anime ao qual me inspirou a fics será revelado no final do último, onde passarei até o link para os interessados, o que recomendo já que ele é bem melhor do que a fics e tem coisas bastante diferentes nele.
Por favor depois me digam se eu cheguei a confundi-los muito com a troca de cenas? Gostaram de Michelle e Philipe? E da cena que estava devendo da Tonks e Remus?
Agradeço de coração a todos que leram a fics até aqui e espero sempre não decepcioná-los, principalmente agora que estamos no final.
Bom eu tinha um monte de coisas a dizer, mas vou deixar para uma próxima ocasião.
Obrigada.

Resposta aos comentários.

Danda jabur:
Que bom que não ficara tão decepcionada se por algum acaso não tiver um final feliz ^^
E caso isso acontecer vou ler cada palavra do seu tadinha do Harry e tadinho da Gina com carinho e com um pedido de desculpa. Mesmo se for umas mil vezes como vc citou.
As falas das Tonks foi tirada de um momento único que aconteceu em minha vida, que eu não pude deixar de fazer este comentário, e quando estava escrevendo achei ideial para o momento.
A cantoria na verdade nem ia acontecer por que estava sendo muitoooo complicada para mim escreve-la, mas é um alivio que tenha gostado.
Em breve estarei postando o resto do penúltimo capitulo. xD
Que isso quem te deve desculpas sou eu por ter demorado séculos para atualizar, e meus agradecimentos é um verdadeiro alivio que tenha voltado a ler ela após tanto tempo ao invés de desistir da fics
Boa sorte com o calor.
Até mais.

Nex Potter: Se demorei neh ? Mas espero poder compensá-los com um final que não os decepcionem.
Que bom que gostou, estou verdadeiramente aliviada com isto ^^
Philipe é o tipo de cara que apesar de transparecer ser uma pessoa durona é maravilhoso e esta do seu lado sempre que precisa.
Não acho vc nem um pouco chata por pedir um final feliz, e garanto que é nisso que estou tentando fazer, apesar de não garantir que de realmente certo, mas estou tentando! ^^
Te agradeço por não ter desistido da fics depois de meu erro com vcs leitores ^^
Até mais.

Fl4v1nh4: Sim atualizei... Sei que demorei desculpa... Bom o capitulo anterior não foi grande mais este foi que tal ? Estou Perdoada? Sem falar que fiz varias cenas H/G ^^... Sobre matar a Gina ou não você finalmente vai descobrir no próximo capitulo, que por sinal eu farei questão de tentar superar todos os outros já escrito, sobre Harry e Gina merecerem viver eu digo que eles merecem ficar juntos =P Uma pequena dica rsrsrsrs

Inaclara Evans Potter: ahauahuahauauaua sei que é meio indelicado de minha parte mais não pude deixar de rir com os seus comentários ^^ Vou interpretá-los como se você tivesse gostado do capitulo, posso?

Diana Watson: Se gostou do Harry cantando e agora com ele e a Gina junto? Depois me diz se gostou ^^ Agradeço pela paciência que teve espero não estar decepcionando.

Patty Carvalho: Obrigada, realmente esta face de minha vida graças a Deus esta passando e começando uma nova que espero eu que seja menos atordoante. Obrigada pelo comentário e desejo do fundo do coração que você tenha gostado do Capitulo.

Pedro Henrique Freitas: Darklokura, Lily, Aline, tanto faz... cada um pode me chamar do qual se sentir melhor ^^
Bom a idéia do recadinho mensal pode deixar que vou seguir, afinal gostei dela, mas felizmente não ocorrera mais com esta fics a qual estou tão determinada de continuar a escrever.
Sobre o fato deles merecerem ficar juntos isto eu concordo plenamente e não importa o que acontecer eles vão ter um ao outro... Agora vou ficar quieta antes que eu conte o final.
Bom Tonks não atendeu ao telefone, mas acho que fiz eles ficarem juntos de um jeitinho melhor neh? Ou pelo menos assim espero...
O corte no capitulo foi para demonstrar que eu não havia desistido da fics e serviu também como um pedido de desculpa, mas como eu vinha dizendo este capitulo é o penúltimo e como eu tenho um plano diferente para o próximo tudo teria que ser resolvido neste mesmo, pensei inclusive em transformá-lo em dois para não atropelar mais não seria justo criar ainda mais expectativa.
Bom agora aconteceu tudo, Harry e Gina com direito a escola, Cho e festa. Remus e Tonks se acertando com direito a planos e um pouco de esperança de um final feliz para Philipe com Michelle que tanto merecia.
Espero que tenho gostado do capitulo ^^

A todos os leitores meu sincero agradecimento, até o próximo capitulo.



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