Cap III





"Durante nossa vida
Conhecemos pessoas que vem e que ficam
Outras que vem,e passam
Vem ,ficam e depois de algum tempo se vão.
Mas existem aquelas que vem e se vão
com uma enorme vontade de ficar...”
(Charles Chaplin)


Abriu os olhos sonolentos, os coçou com demasiada força, se sentou lentamente esticando as juntas, mas quase desistiu quando sentiu o corpo mole e dolorido, olhou em direção a janela e pode ver o sol forte que fazia, provavelmente já passava das dez da manhã.

Levantou-se da cama e calçou os sapatos, caminhou até a porta enquanto se espreguiçava, com toda a prática adquirida durante sua estadia naquele hospital conseguiu se esquivar das pessoas sem grandes problemas.

Parou em frente à porta da ruiva, hesitou por alguns instantes. O passeio que ambos haviam dado na noite anterior havia sido incrível, varias vezes tinha se obrigado a se comportar ao invés de seguir seus instintos, pensando em tudo o que acontecerá na noite anterior fez com que um sentimento de querer proteção fosse instalado em seu peito, mesmo sabendo que por mais que tenta-se não poderia protegê-la de tudo.

Deu uma pequena batida na porta, essa logo se abriu revelando a imagem de uma ruiva com a face extremamente vermelha, esta pôs a mão na cintura e o fitou com reprovação.

Harry a encarou assustado, sem saber a causa da raiva de Gina. Abriu a boca para começar a se defender, mas Gina havia sido mais rápida.

-Idiota! –Xingou ela.

Sem chance a resposta alguma a assistiu se aproximar de si perigosamente, esta levantou a mão e levou até próximo de seu rosto, com um sorriso travesso pegou em sua orelha e começou a puxá-lo corredor a fora.

-Aí! Gina isto dói sabia? –Exclamou Harry tentando se soltar da garota.

A garota pareceu não ligar, pois continuou a arrastá-lo pelos corredores a fora.

Todos ao redor que viam aquela estranha cena não conseguiam deixar de rir, fato este que só fazia aumentar os resmungos e as caretas de Harry.

Quando viraram o corredor ambos acabaram colidindo com duas mulheres que vinham em direção oposta à deles. Uma destas mulheres tinha os cabelos tão flamejantes quanto o de Gina, e olhos extremamente verdes, a outra por sua vez era bastante conhecida tanto pelo moreno quanto pela ruiva, se tratava de Tonks o que descobriram apenas pela cor inusitada de seu cabelos e olhos.

-Harry James Potter. –Falou a mulher ruiva se levantando e o encarando de maneira irritada. –Onde já se viu sair da cama quando o médico mandou ficar em repouso.

O moreno ainda sem se levantar dirigiu um sorriso amarelado a mulher no mesmo tempo em que bagunçava ainda mais os cabelos já rebeldes.

Gina olhava os dois com desconfiança, apenas agora havia se dado conta que a cor dos olhos daquela mulher era idêntica com a de Harry, se não estivesse enganada aquela seria provavelmente a mãe dele, o que explicaria a sua reação naquele momento.

-Eu apenas fui dar uma volta. –Se defendeu inutilmente.

Como previsto a mulher não pareceu se acalmar com aquilo, ao invés disto foi a vez dela caminhar de maneira perigosa na direção dele, este se encolheu temeroso, mas logo teve que levantar já que sua mãe puxava suas orelhas, assim como Gina tinha feito minutos antes.

Tonks e Gina iam logo atrás deles, segurando as sonoras gargalhadas que cismavam em querer sair por seus lábios. Lilian primeiro obrigou Harry a se deitar novamente na cama para depois se virar a ruiva com um sorriso simpático.

-Prazer, meu nome é Lilian Evans Potter,mãe deste teimoso. –Falou Lilian estendendo a mão para a ruiva enquanto Harry fechou a cara emburrado.

Gina riu e aceitou a mão da mulher.

-Ginevra Molly Weasley, mas pode me chamar de Gina, eu prefiro para dizer a verdade.

Pouco tempo depois Harry se pegou pensando no quanto àquela ruiva era especial, só ela mesmo para conseguir a amizade das pessoas de maneira tão rápida. Observou as três mulheres conversarem animadamente sobre novelas enquanto ele tinha sido completamente esquecido, revirou os olhos.

Não fazia nem meia hora e as três queria me matar!
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Algumas semanas passaram e tanto Harry quanto Gina sempre estava sorrindo pelos corredores, a amizade repentina que os dois tinham criado geravam vários comentários maldosos que eram rebatidos por Tonks, que se tornará defensora dos dois em horário integral.

Naquela manhã extremamente fria os dois estavam sentados em uma mesa no pequeno refeitório onde almoçavam alguns enfermeiros, médicos e os pacientes que tinha condição de se locomover pelo hospital, Harry e Gina conversavam animadamente quando de repente o olhar do moreno se desvia para um ponto atrás da ruiva, passando a encará-lo seriamente.

Harry pode ver o médico de Gina se virar se deparando com seu olhar fixo nele, isto pareceu aborrecê-lo um pouco, pois amarrou a cara. Cada vez mais o moreno tinha certeza que aquele médico não ia com a cara dele e poderia dizer que este sentimento era recíproco.

-O que tanto olha? –Perguntou Gina procurando alguém a suas costas, mas esta hora Philipe já tinha ido para um canto isolado de todos.

-Nada. –Respondeu voltando sua atenção a ela. –O natal esta chegando. –Comentou divertido no que a ruiva sorriu.

-Mal espero a hora, no natal minha família inteira vem me visitar. –Falou alegre.

Gina já havia falado de sua família há algum tempo atrás, pelo que Harry sabia ela e a mãe era as únicas mulheres no meio de seis homens, sua garganta de repente ficou seca em imaginar como protetor seriam eles, principalmente com a doença de Gina...Mas ele não havia com o que se preocupar, afinal eram apenas amigos e nada mais.

-E o que você quer de presente? –Perguntou tentando afastar aqueles pensamentos de sua cabeça.

Gina sorriu enigmática.

-Que graça teria se eu falasse? –Perguntou no que o moreno mesmo a contragosto teve que concordar. –E você o que quer de presente?

-Ora você não acabou de dizer que não tem graça contar?! –Perguntou Harry com fingida indignação.

-Ah, mas eu sou diferente Sr. Potter.

-Eu diria Srta. Weasley que a senhorita é muito da espertinha.-Falou divertido no que a garota deu de ombros enquanto levava uma pequena garfada a boca.
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Olhou atentamente a sua volta, o corredor estava vazio para variar, bateu levemente na porta da garota que logo se abriu revelando a imagem de uma ruiva com os cabelos desgrenhados, olhos semi-abertos, com o rosto um pouco inchado e com uma camisola um tanto infantil. Harry sentiu uma grande vontade de rir, porém se manteve o mais impassível que conseguiu.

-Boa noite! –Cumprimentou o moreno de maneira animada demais para a opinião de Gina.

Gina soltou um resmungo como resposta que Harry interpretou sendo “boa noite”.

-Posso entrar? –Perguntou temeroso que alguma enfermeira aparece-se de repente e o pegasse ali.

Viu a ruiva se afastar alguns passos dando espaço suficiente para o moreno entrar no quarto, enquanto a assistiu fechar a porta a viu bocejar. Talvez devesse tê-la deixado dormir em paz pelo menos aquela noite.

-A que devo a invasão Sr. Potter? –Perguntou Gina se jogando literalmente em sua cama enquanto o moreno sentava em uma cadeira perto da ruiva.

Harry naquele momento não pode deixar de reparar que mesmo daquele jeito desleixado ela conseguia ficar perturbadoramente linda.

-Vim lhe fazer uma visita.

Esta arqueou a sobrancelha e desviou o olhar para o relógio reparando no horário já tarde que este marcava.

-Meio tarde eu sei, mas pensei que pudéssemos fazer compras. –Falou com um sorriso brincando em seus lábios.

Só naquele momento que a ruiva havia reparado que ele estava vestido com roupa de sair. Pensou por alguns minutos sobre o que responder, pois da última vez que saíram Harry teve que ficar de repouso durante uma semana.

-Aceita? –Perguntou Harry ansioso.

Mas por outro lado não havia sido nada de muito grave, sem falar que o moreno mesmo tinha lhe confessado que havia valido a pena os dias que teve que passar trancado em seu quarto como um vegetal, como ele mesmo fazia questão de dizer em todas às vezes que esteve lá naquela mesma semana, voltou a pensar na proposta dele provavelmente não voltaria a dormir tão cedo agora que tinha sido acordada.

-Ok, eu aceito. –Respondeu a ruiva se levantando, se aproximou do moreno e pegou em sua mão o forçando a se levantar, após isso o expulsou do quarto para poder se trocar.

Meia hora depois os dois estavam nas ruas de Londres passeando de mãos dadas, hábito que Harry estava gostando muito, foram a um shopping que naquela época ficava 24hrs aberto.

Gina como toda mulher não conseguia resistir às tentações das lojas, sempre dava um jeito de convencer Harry a acompanhá-la enquanto experimentava algumas roupas. Em um momento o moreno havia dado uma desculpa qualquer e saído por alguns poucos minutos, voltando pouco tempo depois com uma sacola na mão.

-Encontrou o que queria? –Perguntou Gina, olhando de maneira indiscreta a sacola.

-Talvez. –Respondeu misterioso.

Assim como o passeio anterior os dois tinham se divertido muito tanto que voltaram apenas quando estava amanhecendo, não podendo escapar da fúria de Tonks que novamente deu um dos seus diversos sermões neles pela falta de responsabilidade, mas Harry poderia jurar que ela só fazia isso por questão de costume.
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Era véspera de Natal e Harry estava na companhia de Lilian, Tonks, Sirius, Remus e Hermione, a última havia deixado de passar a data com os pais que estavam viajando para ter a companhia do melhor amigo. O moreno apesar de toda aquela bagunça no quarto não pode deixar de sentir falta de uma ruiva de olhos castanhos. Toda hora se pegava olhando o relógio ou a porta na esperança que a ruiva aparece-se, mas sabia ser quase impossível, pois está estava com seus parentes que haviam vindo de longe só para estar em sua companhia.

O mais estranho era perceber os olhares maliciosos que todos dirigiam a ele quando olhava para porta, principalmente os das mulheres que se entreolhavam risonhas.

-Que tal irmos ao terraço? –Sugeriu Tonks. –Este quarto está pequeno demais para tantas pessoas. –Terminando de falar dirigiu um olhar a Remus que ficou cabisbaixo.

-Acho uma boa idéia. –Falou Lilian.

Depois disso todos subiram pro terraço, menos Tonks que disse ter que fazer uma coisa antes, não sem antes trocar um olhar cheio de significados Lilian.

Pouco tempo depois Remus havia sido obrigado a descer e buscar algumas cadeiras para que todos pudessem sentar, enquanto saía em busca de cadeiras uma quantidade considerável de ruivos apareceu junto com Tonks.

-Achei que todos gostariam de passar o natal juntos. –Falou apontando para as pessoas a suas costas.

Lilian e Molly foram as primeiras a se cumprimentarem e logo as duas estavam conversando como se fossem amigas há anos.

Harry viu Gina conversando animadamente com um ruivo que parecia ser apenas dois anos mais velho do que ela no máximo, sem pensar duas vezes pegou a mão da amiga e a arrastou até eles interrompendo assim a conversa dos dois.

-Ola Harry, feliz natal. –Falou Gina o abraçando, naquele momento o moreno não soube dizer exatamente quanto tempo havia durado o abraço, mas poderia afirmar que fora muito pouco tempo em sua opinião.

-Feliz Natal Gi. –Respondeu a surpreendendo pelo apelido e a forma carinhosa que tinha dito.

Hermione que havia sido esquecida pelo amigo se virou ao ruivo ao seu lado e lhe deu um sorriso simpático o qual ao ser retribuído sentiu algo se remexer dentro de si, algo que nunca tinha sentido até aquele exato momento, ainda com os olhos fixos no dele estendeu a mão e se apresentou.

-Hermione Granger, amiga de Harry.

Ao contrário do que a morena pensou ele não apertou sua mão e sim a segurou a levando de encontro aos seus lábios, de maneira delicada depositou um beijo sobre ela.

-Prazer senhorita, meu nome é Ronald Weasley irmã desta bela moça que seu amigo não tira os olhos. –Falou divertido piscando para ela.

Aquele gesto fez com que o coração de Hermione dispara-se, nunca em sua vida pensara que poderia encontrar alguém tão galanteador, bonito e ainda possível divertido, aquele ruivo parecia ser o homem mais perfeito que havia encontrado.

Gina lançou um olhar furioso ao irmão que lhe dirigiu um olhar angelical, fato que fez tanto Harry (apesar de ainda envergonhado) e Hermione rirem. Depois disso fizeram a devida apresentação e ficaram conversando entre eles, tanto que descobriram que o ruivo era apenas um ano mais velho que Gina e que era o irmão que ela melhor se dava apesar de dizer que não tinha problemas com nenhum deles.

De repente a conversa deles foram interrompidas quando ouviram um barulho grande de coisas caindo, ao se virarem depararam com a imagem de Tonks e Remus caídos no chão, o último sob a enfermeira e algumas cadeiras caídas ao lado, ficaram se encarando de maneira fixa até escutarem as risadas de dois ruivos idênticos, após isso a enfermeira empurrou o homem de qualquer forma e se levantou se afastando dele o mais rápido possível.

Remus apenas bagunçou os cabelos enquanto se levantava sem jeito e juntava as cadeiras que havia deixado cair.

-Como sempre atraindo olhares meu caro Aluado, e depois vive a me perguntar o porquê deste apelido. –Comentou Sirius no mesmo tempo em que ia ajudá-lo.

Todos ainda estavam calados quando escutaram a voz de um dos ruivos gêmeos dizerem ao outro.

-Isto me deu uma idéia. –Comentou um deles um sorriso nada santo nos lábios.

-Se for a mesma que a minha meu caro irmão, será um estouro. –Comentou o outro com o mesmo sorriso.

Os dois caminharam até a saída no que foram seguido por Molly Weasley que gritava ameaças aos dois, que jogavam beijos no ar em direção a mãe a elogiando algumas vezes.

Sonoras risadas poderiam ser escutadas, o moreno poderia apostar que todos naquele lugar estavam no mínimo curiosos para saber o que eles iriam aprontar.

-Eles iram aprontar. –Falou Gina no que Rony concordou.

As pessoas voltaram a sua conversa, Rony e Hermione pareciam estar se dando incrivelmente bem, poderia dizer que conhecia a amiga mais do que qualquer um, por tanto não havia sido difícil para Harry descobrir o interesse além de uma inocente amizade dela, a pergunta seria se o irmão de Gina estaria com as mesmas intenções. Desviou o olhar para esta que como todas às vezes lhe recebeu com um sorriso simpático, sem que o “casal” percebe-se fez um gesto para ela indicando para saírem dali.

-Acho que meu irmão gostou bastante de Hermione. –Comentou Gina divertida assim que os dois estavam longe o suficiente do casal.

-E pelo visto Hermione também. –Comentou Harry.

Os dois se sentaram no chão, descobrindo este estar bastante gelado, mesmo assim fingiram não se importar com isto. Passaram então a prestar atenção em todos a sua volta, as pessoas pareciam felizes apesar de tudo, pelo menos quase todas,o moreno ainda pode ver o olhar de cachorro abandonado de Remus que bebia alguma coisa quente em um canto enquanto conversava com Sirius. Tonks não parecia melhor que ele, apesar de sempre se esforçar para rir esta a todo momento desviava o olhar para o homem.

-Não acredito que eles ainda estão brigados. –Falou Gina percebendo o olhar do moreno onde pairava.

-É mesmo inacreditável que os dois ainda não tenha se entendido, sinceramente eu não entendo a Tonks.- Falou Harry observando a enfermeira.

Ainda com os olhos fixos na mulher sentiu Gina se levantar ao seu lado causando um frio de repente nele, encarou a de maneira confusa enquanto ela se encaminhava em direção a Tonks, sem pensar duas vezes levantou-se em um sobressalto e a seguiu, porém para sua surpresa esta desviou da enfermeira, suspirou aliviado, mas ao perceber para exatamente aonde a ruiva ia estava indo todo o alivio pareceu se esvaecer. Esta parou em frente à Remus com as mãos na cintura de maneira irritada, porém nada era comparável com o olhar furioso que direcionava a ele.

Não sabia se estava fazendo o certo ao se meter na vida dos dois, mas iria arriscar ajudando Gina em seu plano maluco.

-Será que eu devo me desculpar por alguma coisa? –Perguntou Remus inseguro, enquanto Sirius ao seu lado ria.

-Acho que está ferrado meu caro Aluado. –Comentou divertido, mas ainda assim curioso com a súbita atitude da ruiva.

-Eu...

A ruiva nada disse apenas pegou a mão do homem e passou a guiá-lo no meio das pessoas em direção a Tonks sendo seguido por Harry e Sirius, Remus não fez objeção como previsto, mas Tonks iria se desvencilhar deles se não fosse Sirius ter bloqueado o caminho dela, que apesar de relutante se virou para falar com eles mesmo sendo a contragosto.

-Olha aqui. –Soltou a mão de Remus e colocou as suas na cintura. –Esta atitude de você dois está lamentável, acho que já esta na hora dos dois se resolverem de uma vez por todas antes que nós sejamos obrigados a trancafiá-los em algum quarto até o ano novo.

Esta ao terminar seu pequeno discurso se virou e arrastou Harry e Sirius para longe dali deixando os dois sozinhos.
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-Nossos filhos parecem se darem muito bem. –Falou Lilian alegremente.

Sem perceber o que fazia Molly pareceu buscar a filha com os olhos, a encontrando indo se sentar em um canto sossegado com o amigo Harry, apesar de não estar sorrindo naquele momento a mulher sabia que sua filha estava feliz naquele momento como em poucas vezes em sua vida tinha ficado, isto fez seu coração se encher de felicidade.

-Os dois formam um casal lindo juntos não é mesmo? –Perguntou Lilian olhando na mesma direção que Molly.

-Um lindo casal... –sussurrou Molly só agora percebendo os olhos brilhantes da filha.

Será que aquilo era verdade? Os dois pareciam se entender muito bem, talvez até demais pela situação deles. Passou então a analisar o moreno, este parecia tão feliz quanto a Gina e pelo visto era muito carinhoso com sua filha, mesmo de longe pode ver que se olhavam de uma maneira diferente.

-Percebo que também notou os olhares deles um para o outro. –Falou Lilian observando atentamente a expressão da mulher, era impressão sua ou os olhos da mulher haviam se enchido em preocupação. –Molly...

-Talvez esta amizade seja perigosa para os dois. –Falou Molly sentindo o coração se comprimir dentro do peito.

Arqueou a sobrancelha olhando desconfiadamente a mulher.

-Por que você diz isso? –Perguntou Lilian olhando os dois.

Suspirou cansadamente enquanto olhava a filha que já tinha sofrido tanto desde a morte de seu falecido marido, será que seria o certo para ela aquela amizade ou será que isso só lhe causaria mais sofrimento?

-Não sei, mas algo me preocupa sobre isto. –Confessou tristemente.
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-Me desculpe. –Sussurrou Remus assim que os garotos e Sirius haviam saído.

A enfermeira o encarou com raiva contida, toda vez que olhava para cara de Remus se lembrava que ele quase havia estragado tudo que havia demorado anos e anos para conseguir.

-É só isso que você queria me dizer?

Tentou se afastar de Lupin, porém este a impediu segurando seu pulso esquerdo ao ser puxá-la para mais perto de si seus corpos se chocaram de maneira brusca. Olhou diretamente nos olhos daquele homem sentindo o coração disparar. O que estava se passando com ela? Como poderia de uma hora para outra se tornar tão insegura na frente de alguém que acabará de conhecer?

-Me desculpe esta bem, não era minha intenção magoá-la. –Pediu Remus retribuindo o olhar dela com intensidade. –Sei que agi errado por tê-los ajudado, mas será que você não poderia me perdoar por isso?!

Tonks se sentiu mal por estar sendo grosseira com ele, porém as recordações não lhe permitiam agir de outra forma.

-Se era perdão que queria está perdoado. –Falou Tonks tentando se afastar, entretanto novamente havia sido impedida.

-Tem certeza disso? –Perguntou Lupin pacientemente, coisa que irritava Tonks. –Gostaria muito de me tornar seu amigo...

Bufou irritada tentando ignorar a decepção que lhe atingiu após aquelas palavras, abaixou a cabeça por alguns segundos para depois voltar a encará-lo como se nada estivesse a incomodando. Tinha certeza que o que diria a seguir iria fazer com que se arrependesse, mas quando viu as palavras já haviam saído de sua boca antes mesmo que pudesse impedi-las.

-Tudo bem então, amigos? –Estendeu a mão a Remus.

O sorriso que Lupin abriu fez com que o ar falta-se ao pulmão de Tonks, quando esta apertou sua mão.

“Oh céus estaria ferrada, e tudo aquilo era pura e unicamente culpa dela.”
----------*.*----------

§
Todos os ruivos estavam sentados na mesa esperando que o patriarca da família chega-se do trabalho, menos a mãe das crianças que estava ocupada mexendo nas panelas, escutando a conversa dos filhos e repreendendo toda hora Gui e Carlinhos que comentavam sobre as meninas do colégio; Fred e Jorge estavam ocupados planejando algumas travessuras que praticariam assim que as aulas voltassem; Percy se mantinha calado lendo um livro no que Fred e Jorge viviam atormentando o irmão mais velho dizendo que esse era o maior bajulador de toda a terra, o que rendia a ambos pelos puxões de orelha da mãe que apoiava a dedicação do filho aos estudos; na ponta da mesa próxima a porta da cozinha estava Rony e Gina,a única menina da família, os dois conversavam sobre os presentes que provavelmente iriam receber.

Todos estavam tão entretidos na conversa que apenas Rony e Gina haviam escutado a porta da sala se abrir, se entreolharam e sem dizer nada os dois correram em direção ao pai que havia acabado de chegar, este mal fechou a porta e sentiu suas pernas serem abraçadas por um casal de ruivinhos por volta de seus seis a sete anos.

Um sorriso brilhou na face cansada de um velho homem ruivo, este arrancou o grande casaco encharcado pela neve daquela noite, jogando-o de qualquer forma perto da porta e bagunçou os cabelos ruivos dos filhos.

Afastaram-se o suficiente para o pai se abaixar e abraçá-los com carinho.

-Meu Deus que abraço mais apertado. –Brincou o ruivo feliz. –Como vão meus dois anjinhos caçulas?

Os dois sorriram e cada um deles pegou em uma das mãos do pai o levando até a cozinha.

-Estávamos com saudades papai. –Falou Rony.

-Mamãe disse que ia te matar se você chegasse atrasado pro natal. –Comentou a ruivinha divertida.

O pai riu com o comentário, no que as duas crianças sorriram ainda mais.

-Mas não se preocupe papai, mamãe te ama. –Falou Rony sabiamente.

Arthur voltou a rir pelas falas do filho, seus filhos estavam virando já homens, olhou para a pequena filha e não pode deixar de notar que esta estava virando uma mocinha, pegou se pensando em um futuro breve onde iria vê-la pendurada no telefone conversando sobre meninos, como rezava para que isto se demorasse a acontecer.

Entraram na cozinha chamando a atenção de todos os presentes, Rony e Gina se afastaram do pai que começou a receber abraços de cada um dos 5 filhos que faltavam, por último recebeu um beijo carinhoso da esposa.

-Demorou. –Concluiu a mulher se afastando dele e indo ver as panelas.

Este se sentou em uma cadeira próxima a mulher e logo disse em sua defesa.

-Meu chefe que me segurou até mais tarde do que eu esperava. –Falou com desgosto. –Mas dei um jeito de fugir dele, afinal se ele não tem família é problema dele. - Terminando de falar pode ver a mulher concordar em um aceno de cabeça.

Quando deu meia-noite todas as crianças correram a sala e cada um pegou seus presentes em baixo da árvore e abriam com os olhos brilhando em curiosidade. Na porta da sala Arthur e Molly assistiam abraçados e felizes os filhos brincarem com seus mais novos presentes.

Logo Gina se aproximou deles com o presente nas mãos ainda embrulhado.

-Pai, Mãe, me ajuda a abrir? –Pediu a ruivinha tentando abrir o embrulho com dificuldades.

O pai se abaixou e ajudou a abrir uma pequena parte, depois deixou que a pequena ruivinha termina-se de abrir sozinha o restante.

Depois disso Arthur recebeu uma ligação a qual foi atender no pequeno escritório, enquanto os filhos iam a cozinha comer a ceia que a mãe havia preparado. Fazia mais de 20 minutos que estavam esperando o pai quando Gina se levantou e indo chamá-lo.

Ao abrir a porta os olhos da menina se arregalaram enquanto ficava paralisada na porta vendo a imagem do pai caído no chão com o celular jogado um pouco longe de si, com uma das mãos em cima do peito, se contorcendo de dor.

-Pai?! –Chamou Gina com a voz um pouco mais do que um sussurro.

Arthur olhou diretamente nos olhos da filha, seus olhos castanhos se arregalaram com a imagem da filha assustada.

-Eu to... bem Gi... chama a mamãe... pro papai. –A voz do homem saia entrecortada.

Logo Molly adentrou o local para ver o porquê da demora dos dois, ao se deparar com a imagem do marido correu em sua direção enquanto gritava por ajuda.

-Calma meu amor, você vai ficar bem...
§


-Gina? –Chamou Harry inseguro.

Desde que haviam deixado Remus e Tonks conversarem a sós os dois haviam ido se sentar novamente naquele canto especial, o canto deles. A ruiva ao se sentar encostou a cabeça no muro e passou a olhar fixamente o céu como se quisesse desvendar o que se passava através dele.

-Ah, me desculpe Harry acabei me distraindo. –Falou forçando um sorriso em seus lábios.

“Por que justo agora tinha que lembrar algo que a deixava triste, mas também como não podia se lembrar daquele dia? O dia em que todo o pesadelo de sua família havia começado. Se perguntava Gina em pensamento.”

-Não precisa se desculpar estava pensando em oferecer algo em troca de seus pensamentos, mas gastei toda minha mesada já. –Falou Harry tentando fazer graça enquanto bagunçava os cabelos de maneira desajeitada.

A ruiva o encarou com um fraco sorriso, não era hora para pensar naquela lembrança, mas por que raio não conseguia esquecer daquilo pelo menos em um único natal?

-Vai por mim, você não gostaria de saber o que eu estou pensando nesse momento.

Aquilo surpreendeu o moreno, desde o primeiro dia em que tinham se falado Gina nunca havia deixado aparentar tristeza, até mesmo quando ela havia lhe contado sobre sua doença não pareceu tão triste. Estes pensamentos só fizeram com que a curiosidade do moreno aumenta-se. O que será que está a fazendo sofrer?

-Isso você só vai saber se me contar. –Falou o moreno sério, ela abriu a boca para dizer algo mais foi interrompida pelo moreno que pousou um dedo de maneira delicada nos lábios da ruiva, esta expressava confusão em seus olhos. –Shi.. não precisa me dizer nada agora, só me conte se quiser e quando quiser. Apenas não esqueça que estarei aqui.

Terminando de dizer isto piscou para a ruiva se afastando dela, passando então a assistir os gêmeos entrarem escondidos de todos, Gina aturdida ainda o olhava só que agora pela felicidade do moreno um sorriso pequeno, porém verdadeiro aparecia em seus lábios.

As 23:50hrs todos estavam juntos conversando animadamente e esperando que desse meia-noite, quando o relógio mostrou ser oficialmente Natal fogos de artifício vindo de um canto do terraço começaram a explodir no céu encantando a todos.

Pouco tempo depois começou a nevar e todos tiveram que adentrar o prédio, Harry e Gina caminhavam lentamente em direção ao refeitório onde teria uma pequena ceia, quando estavam próximos a porta o moreno se despediu da ruiva dizendo que voltaria em breve.

Correu até o quarto, ao entrar foi direto ao pequeno guarda-roupa, dele tirou um pequeno embrulho o qual se esforçou ao máximo para não estragar, porém teve que abrir uma pequena fresta de onde tirou um cartão, pegou uma caneta e escreveu algo rapidamente, voltou a fechá-lo e o levou até a ala leste onde deixou em cima da cama da ruiva. Agora que tudo estava em ordem poderia voltar ao refeitório.

-Onde você foi? –Perguntou Gina curiosa.

-No banheiro. –Respondeu Harry simplesmente se servindo e sentando na frente da mesma que o encarou com a sobrancelha erguida.

-Então por que foi pro outro lado do hospital quando poderia ter ido ao daqui do refeitório? –Perguntou Gina demonstrando que não havia caído naquela mentirá deslavada.

O moreno apenas balançou os ombros de maneira displicente.

-Vai ver não estou acostumado com o daqui. –Respondeu Harry fingindo não perceber o olhar incrédulo da ruiva. –Poderia me passar o suco?

Desistiu de tentar descobrir o que o garoto havia ido fazer e passou a curtir a presença de todos, viu os irmãos gêmeos escaparem de uma bela bronca da mãe graças a Tonks que interveio a favor deles, dizendo que a surpresa havia sido realmente linda, os dois sorriram agradecidos á enfermeira enquanto Molly apenas os advertia dizendo não querer mais nenhuma surpresinha da parte deles. Rony e Hermione depois de se servirem na enorme mesa no centro do refeitório foram se juntar a eles, após isto passaram o resto da noite falando sobre as coisas que Hermione e Harry aprontavam na escola.
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Quando passou das 4:00 da madrugada do dia 25 de dezembro todos os visitantes tiveram que se retirar do hospital, segundo o diretor do hospital estava se tornando um grande tumulto e em um hospital não poderia haver barulho daquele jeito.

Harry, Gina e Sirius se despediram de todos que prometeram voltar mais tarde no horário de visitas, após isto cada um foi ao seu quarto, o moreno como todo dia fazia a acompanhou até a porta do quarto da garota, ao deixá-la recebeu um pequeno beijo em uma de suas bochechas como agradecimento.

A garota logo que adentrou o quarto pode vislumbrar um embrulho vermelho em cima de sua cama, arqueou as sobrancelhas se lembrando que havia deixado todos seus presentes em baixo da pequena árvore que Gui tinha montado para na noite anterior.

Sentou-se na cama e pegou nas mãos o pequeno embrulho, ansiosa para saber o que seria e de quem, abriu o embrulho se deparando com um retrato com a foto dela e de Harry abraçados no London Eye.

Então era isso que ele tinha vindo fazer!

Ficou um bom tempo sentada admirando a fotografia, quando ia se levantar para depositar o porta retrato na cômoda ao lado da cama pode ver um pequeno bilhete perdido entre o papel de embrulho, voltou a se sentar e o abriu curiosa.

Queria que você guarda-se este momento assim como eu guardo.
Nunca irei me esquecer deste dia.
Harry.


Um pouco mais abaixo do bilhete em uma caligrafia um pouco mais desleixada, indicando ter sido escrito as pressas estava uma pequena frase.

Um dia sem rir é um dia desperdiçado.
(Charles Chaplin)


Sorriu com aquilo, ele estava certo, não poderia deixar de sorrir nunca, seu pai havia ensinado que nunca poderia se deixar abater, afinal poderia ter todos os problemas do mundo, mas o sorriso seria a arma mais poderosa que poderia ter para combater todos eles.
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N/A: Sei que demorei duas semanas para postar, a minha idéia era postar um capitulo a cada 1 semana, porém estas duas últimas semanas foram corridas demais para conseguir terminar o capitulo. A falta de tempo fez com que eu perdesse um pouco a inspiração para fazê-lo, por isso fiquei meio perdida sobre o que escreve, apenas ontem a noite que tive a idéia de como acabar o capitulo, espero que vocês tenham gostado desse capitulo, apesar de no meu caso ter gostado mais dos últimos dois do que este.

Respostas aos Comentários.

Thamis R d M!!!:
Não posso dizer se vou ou não matar Gina, acho que nem eu mesma mais ser como irei terminar esta história. Estou pensando sinceramente sobre as opiniões dos leitores e de uma amiga maluca minha. Peço desculpa pela demora, mas nem foi tanta assim não eh?Obrigada pelas energias positivas irei precisar delas mesmo. Novamente obrigada pelo comentário.

Fl4v1nh4: kkkkkkkkk instinto de matança é natural, mas como te disse no comentário anterior prometo que irei controlá-lo. Mas fique tranqüila Gina viverá pelo menos por enquanto *sorriso maléfico*. Obrigada pelo Comentário.

Inaclara Evans Potter: Postei xD. Espero que tenha gostado deste novo capitulo. Obrigada pelo comentário.

Guta Weasley Potter: Fico feliz que tenha gostado da fics, o que o Harry tem não é nada grave ^^ Pelo menos por enquanto. Obrigada pelos elogios e por ter add na favorita, e não posso esquecer-me de agradecer o comentário também.

Bruna Star: Meu Merlim estou vendo que se eu matar alguém quem morre em seguida sou eu, não demorei tanto assim para postar não é mesmo? Fico feliz que tenha gostado da fics e da capa dela. Obrigada pelo comentário.

Maria Lua: Oh céus, eu não queria matar ninguém com o meu AINDA, calminha eu gosto de deixar o povo curioso. Eu também tenho pena da Gina, deve ser uma das coisas mais difíceis que poderíamos um dia passar, lógico que não desejo isso a ninguém. Pode deixar que eu vou pensar seriamente sobre sua proposta de não matá-los, até mesmo o Sissi xD. Obrigada pelo comentário.

Patty Potter Hard: Que bom que você gostou da fics e do casal, eu amo particularmente H/G antes mesmo dele se tornarem um casal oficialmente. Lógico que não quero fazer vocês chorarem, por isso prometo pensar na melhor maneira de acabar a fics. Só que nesse final pode ter tantas mortes quanto todo mundo conseguir uma cura.

Agradeço a todos os comentários, sinceramente amo recebê-los. Nossa me senti uma política fazendo promessas a toda hora, e geralmente sobre o mesmo assunto a morte de Gina ^^
Obrigada mesmo, cada um dos comentários me faz sentir mais animo de escrever cada vez melhor a fics, espero não decepcionar vocês com este novo capitulo.
Aqueles que leram e não comentaram agradeço da mesma forma a atenção.
Aceito sugestões e criticas, é super importante para um escritor saber a opinião de quem esta lendo.




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