Sete Filhos Part 4



Chapter Three – Sete Filhos [Part 4

Aquela noite foi longa e muito diferente do que Molly esperava, enquanto estava na sala de Dumbledore vários bruxos não paravam de aparecer e entrar nela. Ela viu rostos conhecidos, mas o que a fez se sentir mais preocupada foi o de ‘Mad-Eye’ Moody, apesar de estar com uma expressão muito abatida ele veio acompanhado de Arthur, embora Dumbledore tenha insistido para que fosse descansar ele ficou ali, ouvindo cada decisão do líder e opinando sempre que necessário.

Foi o pior fim de junho da vida de Molly, já que ele sempre trazia as férias escolares e com elas a presença dos filhos em casa, porem ela não poderia voltar para casa, sabia que estaria em perigo n’A Toca, depois dos ‘mudblood’ eles, os traidores de sangue, seriam os primeiros a serem caçados.

Já estava amanhecendo quando Dumbledore deixou claro que eles não voltariam para a Toca até que a mesma estivesse cem por cento segura. Ela indagou para onde eles iriam e ele respondeu que em uma semana no máximo eles teriam que estar prontos para uma mudança.

Porem a volta de Voldemort, agora ela não parava de escutar o nome dele, e isso fazia com que ela tivesse calafrios cada vez que escutasse tal palavra, não foi a pior coisa que aconteceu a Molly no inicio de julho.

Já fazia uma semana e meia desde o fim do torneio Tribruxo e fazia dois dias que os garotos haviam chagado de Hogwarts. Foi na hora do jantar quando Percy chegou com um sorriso de orelha a orelha.

-Mãe! Você não vai acreditar! – ele falou passando correndo pela mesa e quase derrubando Bill que estava indo sentar na mesa com sua sopa. O primogênito voltara a morar em sua casa, por motivos de segurança e muita insistência dela.

-O que foi meu filho? – ela perguntou desanimada, realmente não pensava em nada que pudesse animá-la nas atuais circunstâncias.

-Eu... – ele parou e inflou o peito para que todos olhassem para ele, demorou alguns segundos para que todos finalmente olhassem para ele, com exceção dos gêmeos que fizeram um muxoxo e continuaram a tocar com a varinha num papel embaixo da mesa – fui promovido para assistente júnior do Ministro da Magia!

-O quê? – Arthur cuspiu boa parte da sopa que estava em sua boca, e até os gêmeos levantaram a cabeça para olharem incrédulos para um Percy sorridente e de peito estufado.

-É inacreditável não é papai? Mesmo depois de toda aquela historia do Mr. Crouch... O Mr. Fudge acha que tenho potencial e hoje ele me chamou para sua sala e... – ele contava sorridente e nem percebeu os olhares entre Molly, Arthur e Bill.

-Percy! O Fudge está te usando – George falou antes que qualquer pessoa se pronunciasse.

-... Disse que meu pontecial era alto e que foi uma fatalidade aquilo que aconteceu com o Mr. Crouch, e que eu não... O que? – ele pareceu entender as palavaras do irmão algum tempo depois dos demais. Todos olhavam para ele assustados e receosos – o que você quer dizer com isso?

-Que o Fudge quer você perto dele para que diga tudo o que papai esta fazendo... Ou você não lembra da discussão dos dois no dia após do velório do Cedric? – foi Fred quem argumentou agora.

-Vocês estão com inveja! Só porque eu não sou um adolescente com três NOM’s... – ele falou com desprezo e voltou-se para Molly ainda esperançoso e ainda sem perceber o olhar preocupado da mãe – eu não tinha culpa da fatalidade que ocorreu com meu chefe, e que achava que eu... Diferente do papai – ele corou agora – tinha os olhos abertos.

-E você aceitou? – Ginny falou quase num grito – depois dele insultar o papai?

-Você é só uma criança tola Ginny, não se pode recusar um emprego ao lado do ministro e... – ele começou.

-Você é um babaca – Ron concluiu voltando para sua sopa.

-Eu não vou ficar aqui sendo insultados por vocês que não sabem como é o mundo fora de Hogwarts... – Percy estava alterado.

-Bill leve os outros para cima! – Arthur se manifestou pela primeira vez se levantando, ele parecia mais vermelho que seu filho.

-Papai... – Bill falou receoso, mas depois de olhar nos olhos do homem ele empurrou Ginny, Ron, Fred e George para fora da cozinha. Arthur fechou a porta.

-Esses garotos imbecis – Percy resmungou puxando um prato.

-Percy eles tem razão – Arthur falou o mais calmo que podia. Percy pela primeira vez olhou para a face do pai e viu que ele estava se segurando para não perder o controle.

-O que o senhor quer dizer com isso? – ele falou num tom de desafio.

-Que o Fudge quer usá-lo para me espionar... – Arthur falou tão calmo que chegou a assustar Molly.

-E porque ele iria querer espionar... Você – Percy pronunciou a ultima palavra apreensivo, normalmente ele era o único que chamava Arthur de ‘senhor’.

-Ora Percy... Não se finja de imbecil! Isso é uma coisa que eu acho que você não é! – a tempôra da testa de Arthur se mexeu.

-Vai me dizer que tem alguma utilidade para o ministro da magia espionar o chefe do departamento de uma seção do ministério um tanto...

-Um tanto o que? – Arthur agora estava muito vermelho.

-Lamentável... – Percy concluiu se levantando também e ficando vermelho – olha aqui papai! – ele levantou o dedo – você acha que eu não tenho competência para trabalhar ao lado do ministro? Pois se enganou! Quem você acha que esteve cuidando da seção de cooperação internacional dos bruxos nos últimos sete meses? O Mr. Crouch não fazia nada alem de mandar pequenas instruções e...

-Ele estava sob domínio da maldição Imperius Percy! É essa sua fome de poder que o fez não perceber isso! – Arthur esbravejou. – e você sabe muito bem porque o Fudge quer me espionar! Ele sabe que eu sou amigo de Dumbledore – Percy soltou um muxoxo ao ouvir o nome do diretor de Hogwarts.

-Todos sabemos que Dumbledore está caduco! – Percy gritou a ultima frase – Ou você realmente acha que você-sabe-quem retornou?

-Acho! Não... Eu tenho certeza! Porque você acha que Fudge ameaçou me demitir? – Arthur falou cuspindo – Só o idiota do Fudge que não quer enxergar isso...

-Não existem provas do retorno de você-sabe-quem!

-O Harry estava lá... Ele nos disse! Você sabe disso Percy, não tente ser idiota!

-O Harry... Você esta arriscando seu emprego por um garoto que sempre desrespeitou as regras e que mentiu para todos, alem de inventar historias mirabolantes... – Percy debochou com um sorriso amarelo – é por isso que você arrisca sua família?

-É! Diferente de você Percy que não quer enxergar o que Fudge está fazendo... Ele quer informações dos passos de Dumbledore... Ele esta paranóico! Como se Dumbledore alguma vez tenha querido ser Ministro da Magia. Ouça a razão Percy e não deixe o poder e o ouro subir sua cabeça...

-Poder e o ouro que você nunca teve! – ele abriu um sorriso como se tivesse conseguido a vitória – é isso não é? Você está chateado porque eu vou receber mais que você... Porque tenho um cargo mais importante que o seu...

-Percy não fale assim! Seu pai só está na seção de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas porque você sabe o quanto ele ama essas coisas! Não ouse dizer isso... – Molly se pronunciou pela primeira vez em meio a lagrimas.

-É a verdade! Ele nunca teve ambição alguma! Sempre querendo saber sobre essas coisas idiotas dos trouxas... Sempre deixando de lado o ouro... Se aliando a imbecis como Dumbledore e o Harry Potter... E sempre deixando o ouro ir embora, sempre agindo como um pobre... É por isso que sempre fomos pobres!

-O ouro não é importante Percy... – Molly falou em meio a soluços.

-NÃO? COMO O OURO NÃO É IMPORTANTE? – Percy gritou furioso – como você acha que é ir para a escola com material de segunda mão? Tudo porque seu pai não tem ambição e gosta de andar com pessoas desmioladas. Dumbledore é louco, e ele ainda vai pagar por tudo que está fazendo contra o ministério.

Molly olhou assustada para o filho. Onde estava aquele rapaz que sempre admirou o diretor da escola, e que sempre concordou com os pais. Talvez Fred e George estivessem certos, nem sempre o mais importante é o quanto recebem, mas sim se estão felizes com isso

-Ele vai ver só... O Dumbledore... E vocês vão junto com ele – Percy respirou fundo – e eu vou fazer questão de mostrar a todos de que lado estou! Do lado certo do ministério... Que eu não pertenço mais a essa família idiota...

TAP!

-NUNCA XINGUE A MINHA FAMÍLIA NA MINHA FRENTE! – Arthur deu uma tapa na cara de Percy que sacou a varinha sendo imitado pelo pai.

-Protego – e os dois ficaram separados por uma parede invisível se olhando com amargura e ódio enquanto as lagrimas caiam do rosto de Molly. Percy se virou.

-NÃO ESPEREM MAIS POR MIN NESSA CASA IMUNDA A PARTIR DE HOJE EU NÃO SOU MAIS UM WEASLEY! – ele gritou escancarando a porta da cozinha e saiu para o jardim.

-NÃO ESPERAREI QUE UM CÃO DO FUDGE VOLTE AQUI! – Arthur respondeu o vendo recolher suas coisas do próprio jardim. Elas vieram voando do segundo andar e ele foi às agrupando da melhor forma possível e depois de alguns minutos desapareceu segurando-as com muita dificuldade.

-PERCY! – Molly gritou inutilmente.

Com certeza foi o pior momento da vida dela até aquele momento. O seu coração estava em pedaços. Nunca tinha sentido uma angustia maior. Ela na agüentou e no segundo dia após a partida do filho ela foi até Londres, o local onde ele se mudara. Pegara o endereço com Penélope Clearwater.

Porém quando Percy percebeu que era ela na porta ele fechou a mesma na cara dela. Deixando-a falando na rua sozinha.

Molly não teve muito tempo para lamentar isso, pois um dia após sua visita a Percy, Dumbledore aparecera em sua casa avisando que tinha arrumado um local para eles ficarem até que a Toca estivesse totalmente segura. Foi a muito contragosto que Molly se mudou para uma casa no meio de uma comunidade trouxa, e o pior lá era a atual sede da ordem de fênix.

Era a antiga casa dos Black. Uma das mais tradicionais famílias bruxas de puro-sangue. Sirius Black, o ultimo sobrevivente da família cedera a casa para a ordem, ela ainda não se acostumara com o homem.

Apesar de todos dizerem a ela que ele não era culpado pela morte dos trouxas, e muito menos pela morte dos pais de Harry, ela ainda não conseguia gostar dele.

O mês de julho se passou com uma incrível lerdeza. E a todo momento ela lembrava de Percy e de como agora o nome dele era evitado por todos. Toda vez que ouvia o nome do seu terceiro filho, ela começava a chorar e via Arthur se descontrolar de raiva. Todos estavam tentando animá-la.

Fred e George agora faziam questão de mostrar a ela suas novas invenções querendo que ela se irritasse com eles, porem ela já não se importava com as travessuras dos gêmeos, havia muito com se preocupar, as missões da ordem, as reuniões, a falta de Percy...

Bill até levara uma moça para jantar em casa para ver se ela ficava um pouco mais animada, mas isso só a fez ficar mais desanimada. A garota que ele levou para jantar era a que disputara o torneio Tribruxo com Harry e que ela tinha reparado estar olhando para seu primogênito. ‘Bom pelo menos eu não me enganei... Ela estava realmente jogando charme para o meu Bill’ pensou Molly ao se deparar com Fleur Dellacour na mesa de jantar.

Havia também a presença de uma moça um pouco mais velha que Bill que participava da ordem, era Nymphadora Tonks, uma auror atrapalhada que fora sem duvida a única a trazer um pouco de alegria a Molly.

Além das aparições constantes de alguns amigos de Arthur que trabalhavam no ministério e também faziam parte da ordem, tinha também um elfo-doméstico totalmente louco, seu nome era Kreacher, e ele vivia resmungando e amaldiçoando todos que agora habitavam aquela casa, ele desfez o sonho de Molly de ter um elfo-doméstico em casa.

Quem mais a preocupava era Charlie, pois ele e Bill estavam participando da ordem, mas Charlie estava longe e tentando alistar o maior numero possível de bruxos ingleses na Romênia a ordem.

Hermione apareceu por lá um pouco antes do fim de julho. Foi um pouco estranho para Molly ver que Ron, seu caçula, ficava encabulado toda vez que ficava a sós com a amiga.

No dia dois de agosto Dumbledore saiu no meio de uma reunião após a chegada de uma mensagem. Harry havia sido atacado por dementadores. Foi uma noite de pânico, e ela finalmente começou a simpatizar com Sirius Black, ele foi o que ficou mais preocupado com Harry, talvez mais até que ela. Só se acalmou quando um recado de Dumbledore chegou avisando que ele estava são e salvo

Tudo por causa de Mudungus Fletcher, um membro da ordem da fênix, que Molly até agora não encontrara utilidade para ele. Era um trapaceiro, mentiroso e um mal exemplo para seus filhos, principalmente para os gêmeos. Dumbledore varias vezes explicara para ela que Fletcher era uma boa fonte de comunicações, e que estariam por dentro dos passos de Voldemort, já que ele freqüentava todos os ‘buracos’ bruxos existentes. Porém Molly achava realmente demais convidá-lo para jantar ou qualquer coisa do tipo.

Logo que Harry chegou, ela lembrou o motivo pelo qual não gostava de Black, apesar de ter a idade de Remus Lupin, eles eram completamente diferentes, o primeiro agia como um adolescente e achava que Harry era James, seu finado melhor amigo, enquanto Lupin era um homem muito educado e que via o mundo de um jeito adulto.

Foi a muito contragosto que ela deixou que Ron, Fred e George soubessem, mesmo que só superficialmente, o que a ordem estava planejando.

A cada dia que passava ela ficava cada vez mais apreensiva do que poderia acontecer com sua família e começou a ter pesadelos freqüentes com a morte deles. Foi penúltima noite de férias dos garotos que ela finalmente cedeu aos seus medos. Enquanto tentava cuidar de um simples bicho papão.

A criatura não parava de se transformar nos cadáveres da sua família, e naquele momento um peso que estava no seu coração pareceu se expandir por todo seu corpo. Eles pareciam tão reais. A angustia tomou conta dela e não pode fazer mais nada, até que Lupin, Moody, Black e Harry chegassem para auxiliá-la.

Foi muito dividida que viu seus filhos partirem no dia primeiro de setembro. Estava mais uma vez entristecida pela partida deles, porém sabia que não havia lugar mais seguro no mundo do que em Hogwarts ao lado de Alvo Dumbledore, além do que não gostava de ver seus filhos perto dos membros da ordem da fênix e daquela casa.

Cerca de uma semana após o dia primeiro de setembro, após uma reunião bastante cansativa, Dumbledore anunciou que a Toca já estava segura e que ela, Arthur e Bill já podiam voltar para lá.

Molly ficou radiante com a noticia, não pelo fato de que não ia precisar mais limpar a velha mansão dos Black, porque em sua casa tinha bem mais trabalho, mas pelo fato de não ter de ficar se encontrando com Mudungus Fletcher e Kreacher. Porem antes mesmo de saírem do largo Grimmauld nº 12, ela já ficou desapontada de novo. Bill decidira que não iria voltar com eles à Toca.

Agora Molly estava realmente tentada a voltar para a sede da ordem, porque assim pelo menos se sentia útil cozinhando para alguém durante o dia, pois nunca ficara sozinha em casa, e quando tentou passar alguns dias n’a Toca sem ninguém tudo o que fez foi chorar.

Outubro veio rápido e agora Molly estava fazendo questão de fazer parte das missões, não que gostasse muito delas, porem era um jeito de mostrar a Arthur o jeito como ela se sentia quando ele ia para uma, e alem disso estava realmente ficando insuportável ficar com Sirius no largo Grimmauld, ele não parava de lamentar a vida e de falar como lá fora, estava caindo uma tempestade horrível, parecia lindo. Nem mesmo Mudungus parecia animá-lo. Foi só quando ele trouxe a noticia no primeiro fim de semana do mês de que Harry, Ron e Hermione estavam tramando criar um grupo de defesa contra as artes das trevas bem debaixo do nariz de Umbridge, uma megera que trabalhava para o ministério e ocupava o cargo de professora de defesa contra as artes das trevas, que Sirius ficou entusiasmado com algo.

Ela na mesma hora perguntou se Fred, George ou Ginny estavam envolvidos de algum jeito com essa idéia. O choque foi tamanho que Mudungus caiu da cadeira, nunca Molly dirigira a palavra a ele, só quando precisava passar por ele e pronunciava um ‘com licença’. Mudungus respondeu afirmativamente que seus outros três filhos que ainda freqüentavam a escola também estavam envolvidos com o tal grupo clandestino. Molly decidiu na mesma hora escrever uma carta.

-Ah eles me pagam! O Ronald vai ver! – ela falou procurando um envelope vermelho na bolsa – Era só o que o Arthur precisava! Um de seus filhos envolvidos em um grupo clandestino contra o ministério!

-Molly...

-Eu deveria entregar ao Dumbledore, mas ele é muito ocupado para se importar com o Ronald! Achei! – ela vibrou quando retirou o envelope da bolsa – achei que não ia precisar mais deles, depois que aceitei as tais gemialidades weasley, mas vejo que o Ron mesmo depois de se tornar monitor ainda está querendo seguir o caminho dos gêmeos...

-Molly!

-Vou escrever para a Minerva ela vai saber o que fazer e...

-MOLLY – Sirius gritou fazendo ela derrubar o tinteiro que segurava. – Desculpe... Mas você não pode impedi-los... – ele tentava esconder uma expressão de alegria que teimava em aparecer na sua face.

-E porque não? – ela retrucou irritada.

-Porque não pode falar para a Minerva... Nem para o Snape... Nem para nenhum dos outros professores – ele terminou a frase um pouco mais serio do que antes – se contar isso a eles vai interferindo na vida do Harry e...

-Eu não posso? Sirius você realmente acha que eu vou ficar aqui sentada enquanto vejo meus filhos estragarem seus currículos escolares? – ela falou rispidamente tentando não ser grossa – desculpe, mas não vou... E também não posso deixar o Harry fazer o mesmo com...

-Certo, você realmente pode interferir quando só seus filhos estão envolvidos, porem não esqueceu do que o Dumbledore falou? – ele pareceu um pouco chateado em citar a reunião que tiveram logo após o dia primeiro de setembro, em que Dumbledore lembrara a ele que estava terminantemente proibido de sair da casa e de que Molly não podia decidir o que era melhor para Harry.

-Não eu não esqueci Sirius.

-Otimo, então se você quiser eu passo seu recado ao Ron, e digo ao Harry que você o aconselha a não seguir por esse caminho.

-E porque eu mesma não posso avisar?

-Porque seu turno acaba de começar – Mudungus resmungou apontando para um pequeno quadro que tinha vários nomes, os que estavam em serviço estavam brilhando, e os outros nomes dos componentes da ordem estavam apagados – finalmente acabou meu turno – ele falou e depois colocou o véu sobre o rosto e soltou um longo ronco.

-Eu gostaria de ter meu nome brilhando – Sirius lamentou voltando a se sentar.

Molly ficou olhando para a cara de desapontamento de Sirius, enquanto milhares de pensamentos vinham a sua mente. Ela guardou o envelope vermelho e limpou o estrago que fizera com o tinteiro. Escreveu uma nota num pergaminho

-Certo Sirius – ela fez uma pequena pausa – eu sinceramente espero que você passe esse recado para eles. E obrigada antecipadamente.

Ela se virou e saiu da casa. Aparatou na frente do banco dos bruxos, Grincotes.

Havia um motivo para ela ter insistido para que Dumbledore desse a missão de conversar com os duendes para ela, para que pudesse chegar o que Bill andava fazendo com a tal de Fleur Dellacour durante o trabalho. Molly e Bill agora estavam conduzindo uma reconciliação com os duendes.

Eram criaturas repugnantes que só pensavam em ouro e metais preciosos. Não via o porque deles serem úteis contra Aquele-que-não-devia-ser-nomeado, mas Dumbledore dizia que os duendes seriam muito úteis, e ela só podia aceitar as palavras dele.

Era a terceira vez que ia falar com Griphook, ele parecia ser o líder dos duendes. A principio Molly realmente acreditava que ele estava ali porque queria ajudar Dumbledore, porem logo percebeu que ele estava barganhando um preço para ficar do lado certo. Na verdade os encontros foram todos inúteis, pois depois de quatro encontros em que Bill e Molly explicavam que Aquele-que-não-devia-ser-nomeado não pouparia os duendes e que os mataria como fizera da outra vez, Griphook falou que não se importava em quem fosse o vencedor da guerra contanto que este continuasse a deixar os duendes tomar conta de Grincotes eles não estavam ligando.

A única coisa proveitosa para Molly foi que ela descobriu a muito contragosto que Bill estava realmente namorando serio com Fleur. Era estranho para ela ver seu filho mais velho, o mais charmoso de todos por sinal, deslumbrado por uma garota de tal modo.

Bill sempre tivera namoradas, mas elas é que sempre ficavam caidinhas por ele, porém agora era diferente, não que a garota francesa não babasse por seu filho, só que era a primeira vez que seu filho babava por uma garota. E quando ela passar a ultima semana do seu emprego temporário no apartamento dele, Molly conheceu a verdadeira Fleur.

-Non esto dizendo que Ogwarts é ruin... Só esto dizendo que Beuxbatons é melhorr – ela falou ao fim de um jantar na casa de Bill, onde Molly e Arthur haviam sido convidados.

-Bem eu ainda acho Hogwarts incrível – Bill falou sorrindo para a namorada e retirando a travessa – mas se você está dizendo – ele completou ao ver o olhar de censura da loira – ela deve ser tão incrível quanto você.

-Clarru que é! – Fleur falou com o nariz empinado.

-Francamente... – Molly falou se levantando e recolhendo os pratos restantes com a varinha e indo para a cozinha com Bill, deixando Fleur contando a Arthur sobre algumas historias que ela sabia sobre os trouxas franceses – você pode arrumar alguém melhor Bill.

-Não começa mamãe... – Bill deu um sorrisinho.

-Pode deixar comigo, você ainda não aprendeu né? – ela falou tomando o lugar do filho e começou a limpar a louça que ele estivera tentando inutilmente fazer.

-Ainda não... Ce é um anjo mãe – ele deu um beijo na cabeça dela.

-Eu sei... E como anjo você deveria me escutar – ela lançou um olhar severo ao filho. – você arruma coisa bem melhor.

-Por favor, mamãe é serio... É melhor não começar... – Bill advertiu enquanto tirava uma sobremesa do congelador.

-Mas Bill, ela é... Ridícula – Molly falou irritada – toda essa arrogância...

-Mãe! Eu realmente gosto dela! – Bill respondeu irritado.

-Você poderia arrumar coisa melhor... E isso é só uma paixonite...

-Não é paixonite coisa nenhuma, eu realmente gosto dela. E quem eu poderia arrumar que é melhor que a Fleur?

-Er... – ela parou e olhou nos olhos castanhos do filho, ele estava com um olhar triunfante por ela não ter resposta, ela olhou para a travessa cheia de sorvete de morango e teve uma idéia – A Tonks...

-A TONKS? – Bill levou tamanho susto que quase derrubou a travessa.

-É a Tonks – Molly falou erguendo a travessa com sua varinha e a depositando na mesa. – ela é uma garota incrível e não é muito mais velha que você.

-Ah mamãe... Eu te conheço – Bill falou se recompondo – aposto que se eu estivesse saindo com a Tonks agora a senhora não ia parar de falar de como ela é desastrada e tudo mais...

-Não ia nada, e ela também é bonita.

-Eu nunca disse que ela era feia. Agora vamos voltar, e nada de falar mal da minha namorada entendeu Molly? – ele pegou a travessa e passou pela porta deixando-a irritada e chateada.

O resto do mês passou tranqüilo exceto pela preocupação que agora afligia a maioria dos membros da ordem que passavam pelo largo Grimmauld, Hagrid ainda não aparecera e Madame Maxime, sua companheira de viagem já havia regressado desde o meio de setembro com a noticia de que ele ficara para trás para trazer um amigo. Ela se recusara a falar quem era, só disse a identidade do tal amigo a Dumbledore que pareceu bastante surpreso, mas não fez mais perguntas e agradeceu pela cooperação dela. Esta depois de descansar por alguns dias na sede foi embora para a França.

Então na primeira semana de dezembro ela recebeu uma carta de Minerva dizendo que os gêmeos haviam sido expulsos do time de quadribol juntos com Harry por terem agredidos o garoto dos Malfoy, porém não haviam sido expulsos por ela, mas por Dolores Umbridge a nova Alta Inquisitora de Hogwarts, segundo a carta de McGonagall. A vontade que teve foi de ir lá mesmo na escola ir acertar as contas com a tal mulher, sabia muito bem que ela era uma nojenta que odiava mestiços de todos os tipos, mas não podia fazer isso, pois estaria declarando publicamente que sua família estava contra o ministério e estaria tirando o emprego do seu marido.

Foi a poucos dias antes das férias de natal quando Arthur saiu em missão a contragosto de Molly, pois ele havia pernoitado a noite anterior tentando fazer hora extra e seria a segunda noite sem dormir dele que Molly recebeu sem sombra de duvida a pior noticia do ano. Foi horrível quando a fênix de Dumbledore apareceu na sua janela, porém foi bem pior quando ela notou a o ponteiro perigo mortal apontar para seu marido. Ela desabou na poltrona e começou a chorar, uma dor imensamente forte em seu peito. Não sabia o que fazer, nem ao menos fazia idéia de onde Arthur estava.

Ficou ali chorando e olhando para o relógio, angustiada com um enorme bolo na garganta entalando ela. As lagrimas desciam e o aperto no peito cada vez mais crescia até a fênix de Dumbledore chegar com um simples aviso. Ele realmente fora atacado, mas estava bem. O bolo finalmente desceu da sua garganta.

Ela pegou sua varinha decidida, mas não sabia para onde deveria ir olhou para a fênix que continuava parada ali sem fazer nada, essa espera foi muito pior do que a anterior. Saber que Arthur realmente estava ferido, mas que estava vivo não a deixava mais relaxada, pelo contrario só a contrariara ainda mais e o pior ela não sabia o que podia fazer pelo seu marido. Foi então que uma cabeça surgiu na lareira gritando por seu nome.

-MRS. WEASLEY?!? – a cabeça de uma jovem de cabelos negros e mal penteados gritou repetidamente até ela aparecer na sala. – A senhora é Mrs. Weasley?

-É claro que sou!

-Oh... Perdoe-me o incomodo, mas seu marido esta muito ferido e está aqui no St. Mungus além de...

Mas Molly não escutou mais ela simplesmente aparatou no saguão de entrada do hospital e encontrou a moça com uma cabeça numa pequena lareira. Ela tocou no ombro da moça que se virou assustada.

-Onde o Arthur está? – ela perguntou em meio a lágrimas, a moça olhou para ela muito surpresa. – ele está vivo não está?

-Sim... Por aqui – e saiu guiando ela por vários corredores e escadas.

A cada segundo que se passava a angustia no peito de Molly só aumentava.

-Ele está vivo... Ele tem que estar vivo... O Arthur é forte... Não me abandone Arthur, por favor – ela sussurrava para si quando a curandeira mostrou a ela uma sala ela entrou e viu o rosto dele.

Arthur estava ainda com uma expressão de pânico no rosto adormecido; três curandeiros não paravam de sussurrar palavras que nem se Molly estivesse no seu melhor estado poderia compreender. O pânico em seu peito só aumentou ao ver a expressão de pânico mudar para dor e seus olhos castanhos se abriram.

-Não! Não posso deixar passar! – Arthur falou com suas ultimas forças e voltou a desmaiar, um dos curandeiros cutucou a varinha que tinha a ponta amarela dentro do corte e começou a tirar um fio roxo escuro do braço de Arthur, os outros separavam o fio roxo em um vermelho e um verde quase azul escuro.

O fio não parecia ter fim e Arthur estava ficando cada vez mais pálido; Molly engasgou o choro e só pode sentir dois braços puxando-a dali. Ela desmaiou.

Quando acordou estava sentada em uma cadeira ao lado da cama do seu marido que agora parecia dormir tranqüilo, olhando a janela próxima a cama estava Bill seu filho mais velho.

-ARTHUR! – ela quase gritou ao se dar conta de onde estava.

-Shii! – Bill fez um gesto de silêncio para a mãe – não deve acordá-lo. O papai perdeu muito sangue e a poção que ele tomou só dar os nutrientes para que ele produza mais sangue, o ideal é que ele fique desacordado para que o corpo se concentre na produção de sangue.

-Arthur... – ela sussurrou alisando os cabelos ralos do marido.

-Ele vai ficar bem mãe... – Bill deu um sorriso para ela mostrando olheiras e um rosto inchado de quem chorara recentemente.

-Oh Bill... – disse ela recomeçando a chorar – o que seria de min sem você?

-Uma grande bruxa, uma grande mulher e claro uma grande mãe – Bill levantou seus três dedos – só não me faça achar que estou enganado.

-Obri... Ga... Da... – Molly falou em meio a soluços.

-Agora acho que você devia avisar os garotos, eu tenho que falar com ‘Mad-Eye’ para ver se conseguiram despistar o Fudge... – Bill de um ultimo sorriso e saiu do quarto, ao fazer isso uma linda fênix adentrou o recinto. Ele ficou meio bobo contemplando o pássaro.

Molly retirou uma pena fina da bolsa e rabiscou um pequeno bilhete para os filhos no pergaminho que ainda segurava em mãos e viu fawkes pousando no seu ombro, entregou o pergaminho à fênix que o engoliu e saiu voando dali.

O tempo foi se passando lentamente e quando finalmente Bill voltou, ela decidiu que tinha que ir amparar seus outros filhos.

-Eu vou ver os garotos, você pode...

-Tudo bem mãe eu fico. O Dumbledore já falou com alguém de Grincotes... Não sei como ele faz isso, mas tudo bem.

-Bill... Como... Como conseguiram salvá-lo? Eu achei que ele estava cuidando do departamento de mistérios... Não tinha como falar com ninguém tinha? – Molly falou e sentiu um enorme peso sair do seu peito.

-Ah... Isso... – o filho tomou uma expressão sombria – foi o Harry que avisou ao Dumbledore... – ele pausou e ficou pensativo – isso é assustador mãe... Dumbledore nos disse que o Harry estava na cobra que atacou o papai...

-Mas... Harry? Como? – ela balbuciou as palavras espantada.

-Não faço a mínima idéia, mas temos que ficar agradecidos... Se não fosse por ele... – ele pausou – papai com toda certeza não teria sobrevivido – ele pareceu notar o peso do que falara. Um silêncio se iniciou em que os dois trocavam olhares significativos – sabe... O mais assustador era a expressão de Dumbledore... Ele parecia tão calmo e com um olhar de quem compreende tudo... Com uma expressão de que confirmou suas teses... Ele parecia esperar que algo assim acontecesse... – Bill comentou olhando do pai para a janela, os primeiros raios de um sol muito escuro por traz das nuvens adentrou a sala.

-É melhor a senhora ir... Os garotos devem estar irritados com o Snuffles por não trazê-los para cá...

-Eu volto pela tarde... – ela deu uma olhadinha em Arthur que estava com uma cara serena.

-O curandeiro falou que ele vai acordar daqui a algumas horas para beber a poção que repõe o sangue... Talvez nos desencontremos, mas vou fazer o possível para dormir aqui ou na casa de Snuffles.

-Certo... Obrigada por tudo filho – Molly deu um ultimo sorrisinho.

-Espero que você lembre disso quando a Fleur voltar... – Bill deu uma risada ao ver a expressão da mãe – estou brincando, mas a senhora sabe que ela vai voltar não?

-Certo...

E quase exausta ela deu um beijo em Arthur e ao chegar ao saguão de entrada ela aparatou. Ao chegar no largo Grimmauld e ver que seus filhos estavam todos bem não pode deixar de dar um imenso sorriso de agradecimento a Sirius.

Então pela tarde eles foram visitar Arthur no hospital. O mais chocante foi saber que as teses de Bill estavam confirmadas. Aquele-que-não-devia-ser-nomeado estava na cabeça de Harry, ou vice-versa.

Quando eles voltaram, Molly não pode deixar de perceber que o garoto estava um pouco estranho, mais pálido. E nos dias seguintes ele ficou se escondendo de todos até mesmo de Sirius que estava incrivelmente alegre nos últimos dias. Ginny parecia ser a mais irritada e triste com as ações do garoto.

Foi só no natal que ele voltou a aparecer pela casa, Hermione chegou lá no mesmo dia. Eles foram fazer mais uma visita ao seu marido num carro que mudungus Fletcher havia arrumado. Foi um tanto suspeito, mas com a insistência dos filhos ela entrou no carro.

Ao chegar lá ficou furiosa, descobriu que seu marido tentara se costurar. Tentara fechar uma ferida mágica do jeito trouxa e agora seus cortes estavam inchados e mais feios.

Fora a briga que teve com Arthur o feriado de natal foi muito bom, pois a tempos que Bill não passava o feriado com eles, é claro que ela sentira a falta de Percy, porém Fred e Jorge estavam o tempo todo chamando a atenção dela para eles, fazendo-a esquecer de Percy por alguns momentos.

Quando os garotos tiveram que regressar a escola não era só Molly que estava arrasada, Sirius estava igualmente frustrado com a ida dos seus convidados e passou alguns dias trancados no quarto com Bicuço.

Foi na véspera da volta dos garotos a Hogwarts que Arthur recebeu alta do hospital. Molly não pode deixar de se sentir culpada quando deixou o largo Grimmauld dois dias após a partida dos filhos. Sirius realmente estava com uma cara de arrasado, voltara a ficar sozinho com Kreacher e o pior, parecia que ele estava realmente se sentindo inútil para a ordem.

Quando chegou em casa e recolheu o exemplar do Profeta Diário que continuava a assinar mesmo com os resmungos de Arthur ela viu a foto de um homem horroroso que causara a ela muita dor e sofrimento: Antony Dolohov e mais nove comensais da morte, que incluía uma das primas de Sirius, Bellatrix Lestrange, haviam fugido da prisão de segurança mágica dos bruxos, Azkaban. Ao ver a foto dele sua pressão caiu e ela teve certeza que iria desmaiar se não fosse o seu marido para segurá-la e sacudi-la.

Dolohov havia atacado Gideon e Fabian com mais quatro comensais perto do feriado de natal. Mais precisamente quando eles saíram d’A Toca. Quando Arthur viu a manchete do jornal, entendeu na mesma hora e gritou pelo seu filho mais velho. Bill veio correndo rapidamente socorrer a mãe.

Arthur insistira em ficar em casa, mas Bill garantira que ficaria em casa naquele dia para cuidar dela. Foi um dos dias mais difíceis para ela, lembrou de como fora difícil aceitar a morte dos seus irmãos. Eles sempre haviam cuidado dela e agora a dor da perda dos dois voltara e junto com ela uma preocupação enorme com Percy, será que ele estaria bem? Agora com comensais por aí com toda certeza a pouca segurança que ele ainda poderia ter não existia mais.

O primeiro trimestre do ano passou lentamente para a mulher, agora que não estava mais ajudando a ordem, uma vez por semana ia até o largo Grimmauld para ajudar a Sirius a manter a casa nos trinques e também para fazer o jantar antes da reunião semanal.

Foi numa dessas visitas que ficou sabendo que Harry estava tendo aula de Oclumência com Snape.

-Mas porque ele precisa aprender isso? – ela retrucou para Sirius enquanto ele a ajudava a por a mesa – só aurors precisavam aprender isso...

-É importante Molly – foi o que ela ouviu Sirius dizer com a cabeça dentro do armário, estava procurando os pratos.

-Eu só não entendo porque um garoto de quinze anos precisa aprender uma das artes mais complicadas da magia, como se ele já não tivesse a cabeça cheia demais – ela resmungou.

-Esse é o problema...

-Como assim?

-O Harry está com a cabeça cheia demais – Sirius disse saindo do armário com muitos pratos flutuando com a ajuda da varinha – isso o torna um alvo fácil para Voldemort... – Molly deixou cair a colher que segurava ao ouvir o nome.

-Esta dizendo... Que Você-sabe-quem pode entrar na cabeça do Harry?

-É o que parece – ele suspirou e saiu distribuindo os pratos em frente a cada cadeira – o Harry tem entrado na mente dele ultimamente e Dumbledore suspeita que depois que o Arthur sobreviveu, Voldemort soube da existência entre a mente dos dois e muito provavelmente a está usando...

-Então... – Molly sentiu seu lábio inferior tremer – Harry pode estar possuído por ele?

-Talvez – Sirius lançou um olhar significativo de amargura e medo para a mulher – só espero que o ranhoso esteja ensinando Oclumência ao Harry corretamente... Só Merlin sabe o quanto é difícil para min saber que ele pode estar sendo possuído por Voldemort e não poder fazer nada alem de ficar preso nessa maldita casa...

Sirius ficou contemplando uma janela, sentado a mesa segurando a cabeça com as mãos e os cotovelos na mesa. Tinha uma expressão vazia e de tédio total. Molly começava a suspeitar que ele desejasse mais do que nunca ir até aquela rua trouxa, os membros foram chegando e ela esqueceu desses pensamentos.

Alguns dias antes da páscoa, Molly que estava na cozinha d’A Toca cozinhando o chocolate para os ovos de páscoa escutou um grito vindo da sala, já era próximo das dez da noite e Arthur estava fazendo hora extra. A cabeça de Lupin estava na lareira ele pediu que ela aparecesse no largo Grimmauld o mais rápido possível.

Ela apagou o fogo e correu para o jardim para que pudesse aparatar, ao chegar lá encontrou a maioria dos membros assustados com o chamado de emergência.

-O que houve? – ela escutou Mudungus Fletcher resmungar ao adentrar na sala logo atrás dela – eu estava conseguindo um preço realmente bom por alguns ovos de manticore...

-Não estamos interessados nos seus negócios Dunga – Sirius ralhou com ele, o que foi estranho para a maioria dos presentes, já que sempre era tão amigável com todos – temos um problema...

-Se você não disser qual o problema não poderemos resolvê-lo – Emelina Vance falou sentada em uma poltrona – já estou aqui há dez minutos e ninguém me disse o motivo da convocação extraordinária – ela estava com um robe por cima de uma camisola, parecia que fora acordada há poucos instantes.

-Acho que o Sirius nos que fazer perder nosso sono. – Tonks falou encostada em uma estante, seu cabelo rosa estava todo arrepiado.

-Nem eu sei o real motivo disso Nymphadora – Tonks que estava bocejando fechou a cara ao ouvir seu nome de batismo – Kingsley pediu para que eu convocasse a todos que não estivessem em missão... Ele falou algo sobre a Minerva explicar o que houve, pois agora não pode falar muito, parece que está ajudando o Fudge em algo e...

-Minerva deverá aparecer em breve... – Remus terminou de explicar. Então eles ficaram ali se olhando, e Sirius e Remus respondiam a algumas perguntas óbvias, Arthur chegou dez minutos após Molly e Bill não apareceu, porque estava em uma missão desconhecida por Molly.

Até que finalmente uma cabeça apareceu na lareira, os cabelos de Minerva estavam muito despenteados.

-Minerva! – foi Molly a primeira a apontar para a lareira fazendo todos os outros olharem para o local.

-Olá Molly, escutem não tenho muito tempo, tenho que aproveitar o tempo em que Umbridge está tentando se transferir para a sala do Albus... – a cabeça dela começou a falar.

-Umbridge na sala de Dumbledore? – Sirius falou com a boca escancarada.

-Isso Black, e, por favor, sem interrupções... Agora vejam parece que o Potter e os amigos estavam organizando um grupo secreto para estudarem defesa contra as artes das trevas e parece que isso já era de conhecimento de Dumbledore e de alguns membros da ordem... O problema é que tal grupo era clandestino e Fudge o descobriu e veio até a escola para expulsar o Potter, acontece que Albus assumiu total responsabilidade e depois de nocautear todos – Sirius abriu um sorriso quando imaginou Umbridge e Fudge sendo nocauteados – ele não me disse para onde iria, mas eu já havia sido instruída para um momento como este... Escutem com atenção: todos devem continuar em suas respectivas funções, Alastor assume o ponto de liderança e qualquer decisão que precisasse do consentimento será decidida por ele – ela pausou e olhou para os lados – tenho que ir... E Black não tente se comunicar com o Potter por cartas ou Flu e fique dentro da casa!

Dizendo isso sua cabeça desapareceu. Todos ficaram olhando um para o outro por alguns minutos. E um a um todos foram partindo, os únicos que ficaram foram Remus e Sirius, com uma expressão indecifrável que para Molly era uma mistura de raiva, frustração e ódio.

Após o feriado de páscoa Molly estava terminando de arrumar a garagem quando escutou dois CRACKS vindo da cozinha. Estava cedo demais para Bill chegar, e Arthur ia pernoitar no ministério, então quem estaria aparatando em sua casa?

Ao entrar na cozinha se deparou com um par de cabeças extremamente ruivas acompanhadas por duas vassouras, uma delas com uma corrente pendendo.

-Me ajude a me livrar dessa corrente! – resmungou um. Era Fred

-Não tenho culpa se você é incompetente ao ponto de não conseguir tirar uma corrente de sua vassoura – retrucou o outro. Era George. – onde diabo está àquela mulher que chamamos de mãe?

-Certamente deve está no largo Grimmauld preparando um jantar delicioso para alguém que não é um de seus filhos querido – Fred soltou um disparo com sua varinha na corrente. – pode, por favor, me ajudar com isso é realmente complicado... OH! – os olhos dele se encontraram com o da mãe. – querida Molly...

-Se não é a mãe desnaturada que não está pronta com um jantar para seus queridos e angelicais filhos – George disse percebendo também a presença da mãe.

-Sabe George acho que definitivamente somos filhos do vizinho...

-Concordo plenamente Fred, aposto que se o Bill ou o Charlie aparecessem aqui ganhariam milhões de beijos e abraços, alem de serem servidos com um delicioso jantar e uma sobremesa digna de reis... Não que eu esteja reclamando dos abraços e beijos claro – concluiu George com um sorriso amarelo, ao mesmo tempo em que Molly tentava entender o motivo dos gêmeos estarem n’A Toca num fim de tarde de uma segunda feira, onde eles deveriam estar em Hogwarts.

-Não se esqueça do Roniquinho...

-É... Por ele acho que teríamos dois banquetes...

-Quem sabe três?

-O que... – Molly conseguiu falar depois que o turbilhão de pensamentos diminuiu a velocidade em sua cabeça.

-Acho que ela finalmente se deu conta da nossa presença Fred...

-Eu disse a você que deveríamos ir para diretamente para o Beco Diagonal – Fred retrucou.

-Eu como um garoto ingênuo que sou pensei que nossa querida mãe estaria nos esperando com uma gostosa refeição...

-O QUE DIABOS VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? – Molly explodiu finalmente com os comentários dos gêmeos – VOCÊS DOIS DEVERIAM ESTAR NA ESCOLA... A NÃO SER QUE... – ela levantou a varinha e sem dizer mais nada – ImpedimentaImpedimenta.

-Mas o que... – Fred falou enquanto caia no chão paralisado por cordas invisíveis ao mesmo tempo em que seu irmão era derrubado – Mãe!

-Vocês só podem ser comensais da morte disfarçados pela poção polisuco... – Molly foi até eles e pegou suas varinhas, mas se deparou com as varinhas dos filhos – onde vocês arranjaram isso?

-No Olivaras mãe, esqueceu que compramos lá antes do nosso primeiro ano em Hogwarts? – George falou, ele caíra de frente para o chão e sua voz saiu abafada.

-Se vocês são mesmo meus filhos então...

-Sou Fred Gideon Weasley, seu quarto filho com o seu marido Arthur, nasci no dia primeiro de abril dois minutos antes do meu querido irmão...

-George Fabian Weasley muito prazer, temos cinco irmãos, por ordem de nascimente são: Bill...

-Charlie,

-Percy,

-O querido e amável Roniquinho...

-E claro a nossa anjinha Ginnevra...

-Fomos nós que transformamos o ursinho de pelúcia do Roniquinho em uma aranha.

-E o Fred tentou fazer um voto perpetuo com este mesmo Roniquinho...

-Grande coisa, você que transformou o urso em aranha – Fred retrucou.

-Sejamos sinceros caro irmão, uma aranha não é nada comparada com um voto perpetuo...

-Eu acho muito mais perigoso...

-CHEGA – Molly gritou e retirando as azarações dos dois só que continuava a segurar a varinha de ambos, mesmo depois de eles estenderem as mãos. – o que pensam que estão fazendo aqui?

-Pensamos em fazer uma boquinha...

-E dormir aqui... Amanhã vamos ter um dia cheio sabe... Inauguração da loja – George sorriu ainda com a mãe estendida esperando a varinha.

-Boquinha? Dormir? Loja? – Molly repetiu abobalhada – porque não estão em Hogwarts? – ela lembrou novamente do assunto principal.

-Porque nos cansamos de lá...

-É ter que ver todo dia aquelas tapeçarias e pinturas... É enjoativo as vezes – Fred desistiu de receber a varinha e se sentou em uma cadeira.

-EU ESTOU FALANDO SÉRIO! PORQUE NÃO ESTÃO EM HOGWARTS?

Os dois se olharam, o sorriso desaparecera do rosto de ambos, mas não estavam assustados, pareciam estar prevendo tal atitude da mãe.

-Mãe, a senhora já deve saber... Dumbledore saiu da escola e... – Fred falou calmamente.

-Porque não estão na escola?

-Bem a senhora já ouviu falar da Umbridge não? – George disse.

-Porque não estão na escola?

-Ela é louca, uma sapa velha asquerosa...

-Porque não estão na ESCOLA? – a ultima palavra saiu com um grito.

-Decidimos que não precisávamos ficar escutando as ladainhas dela tipo ‘Fudge está certo e Dumbledore como titica de coruja...’, sabemos muito bem quem está certo...

-E não podíamos ficar lá parados e deixar ela assumir o cargo de diretora como se esivesse certa...

-PORQUE NÃO ESTÃO NA ESCOLA?

-Se a senhora continuar a gritar não poderemos falar – Fred a cortou – sente-se Molly e vai entender.

-NÃO ME CHAME DE MOLLY!

-Vamos mamãe sente-se... – George colocou as mãos no ombro dela.

-NÃO ME MANDE SENTAR! – ela retirou as mãos do ombro dela.

-Certo... Bem nós não queríamos a deixar achar que o ministério venceu e tudo mais...

-E estávamos de saco cheio de vê-la sorrindo...

-Então decidimos parar de se importar com as regras... – George deu nos ombros.

-Vocês nunca se importaram com as regras – Molly falou mais calma, mas ainda furiosa enquanto sentava-se.

-Que é isso mãe...

-Nós nunca fomos expulsos não foi? Bem voltando a historia principal...

-Umbridge estava felicíssima e decidimos então que deveríamos dar a ela alguns ‘cabelos brancos’...

-E hoje enquanto fazíamos mais de uma apresentação nossa...

-Ela e seus amiguinhos da Brigada Inquisitorial nos encurralaram no meio do salão principal...

-E decidimos que não queríamos mais continuar a ser educados em tempo integral...

-Então pegamos nossas vassouras...

-E abandonamos Hogwarts...

-Para poder...

-VOCÊS O QUÊ? – Molly se levantou novamente derrubando a cadeira e fazendo alguns copos quebrarem com sua fúria.

-Mãe... Escute-nos...

-É uma peça não? Primeiro de abril... Mas já estamos perto da quinzena...

-Mãe... Nós finalmente vamos abrir nossa loja...

-A Loja... – Molly deu uma risada gostosa - Como se tivessem dinheiro para abrir uma loja... Gêmeos, a brincadeira já foi descoberta, agora vocês precisam realmente me dizer o porquê de estarem em casa numa segunda-feira...

-Mãe... Estamos falando serio...

-Não brincaríamos com um assunto como este – Fred falou fazendo Molly começar a suspeitar que realmente não era uma brincadeira – olhe isso – ele colocou uma pesada bolsa de galões em cima da mesa – aqui tem cerca de quinhentos galeões... Foi o que sobrou depois que compramos todos os materiais e alugamos a loja...

-Aí também está o dinheiro que lucramos com as primeiras vendas que fizemos em Hogwarts... – George complementou.

-A “Gemialidades Weasley” finalmente está pronta...

-Alugamos uma loja no Beco Diagonal – George olhou para a mãe e depois foi correndo ampará-la, Molly desmaiara.

Quando acordou estava em sua cama e já era tarde da noite ela desceu as escada imaginando ter sido um pesadelo, mas parecia tão real, repreendeu-se por ter cochilado e agora provavelmente Bill teria comido alguma porcaria.

Ao chegar na cozinha se deparou com Bill, Arthur e os gêmeos conversando. Ela olhou para a cena intrigada, Bill conversava alegremente com eles enquanto Arthur mantinha uma expressão séria.

-Mas o que diabos... – Molly falou e todos notaram a presença dela, quando percebeu estavam todos levantados –Vocês estão fazendo em casa?

-Vai começar de novo – George deu nos ombros.

-Molly se acalme... Eu já conversei com eles e estou a par de tudo que aconteceu – Arthur tentava passar segurança para ela enquanto segurava seus ombros.

-É mãe... Isso era algo inevitável de acontecer... – Bill deu um sorriso fraco para ela.

-Então... – Molly mal conseguia formar as palavras – vocês realmente abandonaram a escola?

-Sim...

-E vão abrir a loja?

-Sim...

-Não tem nada que eu possa falar que mude isso?

-Não.

-Certo – Molly andou até o fogão e o acendeu fazendo todos olharem para ela preocupados. Estavam esperando mais uma explosão dela. – Bill, Arthur, desculpem-me por não ter feito o jantar.

-Não se preocupe querida...

-Relaxa mãe...

-Ficará pronta em alguns instantes – ela movimentou a varinha e a comida começou a sair da despensa – enquanto a vocês dois – olhou para os gêmeos que pareciam confusos – se realmente são maiores de idade. Capazes de abandonar o colégio e abrir seu próprio negocio, acho que são capazes de se virar sozinhos não?

-Sim, mas... – Fred sussurrou.

-Mãe... A senhora não estaria...

-FORA! – as colheres de pau, as vassouras e as tampas das panelas começaram a bater na cabeça dos gêmeos fazendo-os colocar os braços em volta da cabeça e saírem da cozinha – e não esperem receber comida de graça ou sem trabalho! Vocês são adultos e como adultos que são devem se cuidar só... Agora fora!

-Mãe... – George tentou falar antes que uma vassoura batesse em seu braço.

-FORA!

E os gêmeos saíram correndo pelo jardim e desaparataram.

-Molly...

-Não se preocupe Arthur eu estou bem... – ela respirou e voltou a preparar o jantar.

-Aposto três sicles que os gêmeos vão jantar conosco na semana que vem... – Bill sussurrou para o pai, que deu um pequeno sorriso e apertou a mão do filho.

-Não dou até o domingo...

Molly virou-se para ver o que estavam falando, mas ambos estavam com expressões serias.

Como Arthur havia previsto no domingo os gêmeos estavam almoçando n’A Toca ainda sobre um olhar desaprovador de Molly. Não que ela não tivesse tentado expulsá-los de casa. Pelo contrario, eles haviam aparecidos nas três refeições de todos os dias, mas foram chutados para fora pelas vassouras da mulher, no domingo então ela decidiu depois de uma declaração de Fred de que estava passando mal com as comidas das lanchonetes e que se eles morressem subnutridos a culpa seria dela, Molly acabou deixando-os ficar para o almoço.

Já estavam na primeira semana de junho quando um Bill muito aterrorizado entrou n’A Toca pelas dez e pouca da manhã.

-Mãe...

-Bill! O que está fazendo aqui...? Aconteceu alguma coisa? – ela se sobressaltou largando uma colcha em retalhos que costurava.

-Fique calma sim? – ele falou, mas parecia bastante nervoso.

-Foi o Fred não? Tenho certeza que foi ele... O George não... Por favor, que não tenha sido o George... – lagrimas já escorriam por sua face – Ah meu Merlin, você não... PERCY! Bill não diga que foi o...

-Mãe não aconteceu nada com nenhum Weasley! Bem nada grave...

-O QUÊ?

-Escute bem... Percy foi acompanhar Dawlish, Avery e Yaxley. Não sei ao certo mais parece que Umbridge solicitou alguns reforços e Fudge mandou três homens de confiança e o imbecil do Percy se meteu... – Bill fechou os punhos.

-O que aconteceu com meu bebê? – Molly fungou ainda nervosa e chorando.

-Se acalme certo? Bem... Eu fui hoje ao ministério falar sobre a transferência de uma certa quantia de ouro para a Rússia e bem, você não vai acreditar... Quando eu cheguei lá alguém ficou gritando ‘Weasley, WEASLEY venha aqui!’ eu fui... Era o Fudge... Ao me ver ele percebeu que tinha chamado o Weasley errado e depois parou para refletir e disse: ‘É verdade... Não poderia ser o Weasley ele está no St. Mungus se recuperando as costelas quebradas...

-Ele o quê??? – Molly deu um salto.

-Costelas quebradas mãe... Bem então eu encontrei Dawlish na saída ele parecia lívido de fúria com Fudge... Eu freqüentei Hogwarts com ele a senhora sabe... Ele estava no quarto ano quando entrei, e bem quando me viu ele começou a falar...

Bill narrando o acontecimento:

“Aquele maldito Fudge e a maldita da Umbridge! Mandando-me caçar pessoas inocentes só porque estão dizendo a verdade e estão contra o ministério... Você acredita nisso Bill? ” – Dawlish falou vermelho.

“O que aconteceu cara?” – Bill perguntou.

“Eu tive que ir mais uma vez a Hogwarts para demitir o Hagrid... A sapa velha da Umbridge planejou tudo... Na calada da noite atacá-lo... Eu não tive escolha... Eu o engomadinho do seu irmão que lambe os sapatos do Fudge, Avery e Yaxley fomos prendê-lo para interrogatório... Você acredita nisso? Ele é inocente!” – o homem urrou de raiva – “bem quando a sapa disse que ele iria responder as perguntas do ministro ele se levantou e saiu da casa, você sabe como ele é enorme, Umbridge mandou estuporá-lo, mas ele é meio gigante sabe... Todos os feitiços ricocheteavam nele e então a McGonagall desceu para ver o que estava acontecendo e os covardes a estuporaram...”

“Eles o que?” – Bill olhou para Dawlish assustado.

“É... A estuporaram bem no meio do peito... Quatro feitiços estuporantes no peito em uma pessoa desarmada... É muita covardia, Hagrid ficou lívido de fúria e deu uma braçada no seu irmão e no Avery... Depois Umbridge e Yaxley continuaram a tentar contê-lo, mas ele nocauteou o Yaxley e então eu desisti de tentar capturá-lo, ele fugiu de Hogwarts... E agora McGonagall está no St. Mungus!” – Dawlish concluiu – “seu irmão também deve estar lá recuperando as costelas... Ah como eu queria ajudar o Dumbledore a colocar o maldito Fudge e sua sapa nos seus lugares, como podem negar que as fugas em Azkaban foram obras dele??? É um ultraje a comunidade bruxa!”

“Você poderá ajudar caro amigo...” – Bill falou – “Só não posso dizer isso a você agora, mas prometo que entrarei em contato com você certo?”

Molly estava tentando absorver as ultimas noticias, Percy atacara Minerva McGonagall covardemente e Hagrid o nocauteara, agora não havia nenhum membro da ordem em Hogwarts... Não havia Snape, mas ele não era muito confiável.

-Eu vou até o St. Mungus! – Molly saiu correndo até seu quarto colocou uma roupa qualquer rapidamente e após descer, deu de cara com um Bill confuso.

-Não acredito que irá visitar aquele traidorzinho covarde de uma figa...

-Irei visitar minha amiga Minerva McGonagall e se puder depois irei ver o estado do seu irmão, agora volte ao trabalho! – dizendo isso ela aparatou no hospital bruxo.

Quando finalmente chegou ao quarto de McGonagall, ela descobriu que não conseguiria falar com ela. A mulher dormia sossegadamente, mas havia bandagens que devia sair do seu busto para o seu pescoço. Molly ficou ali observando sua antiga professora e amiga.

Ela passou o resto do dia ali sentada lembrando de todos os momentos juntos que já passara com a amiga. Lembrava-se muito bem da primeira aula de Transfiguração que teve com ela, apesar de muito severa, na época McGonagall era a professora mais jovem do corpo docente de Hogwarts. Molly sentiu grande simpatia por ela, e mesmo depois de ter largado a matéria por não ter NOM’s suficientes para continuar o curso ela continuou a ir conversar com a professora, fora pra ela que Molly contou está grávida de Bill no fim de maio do seu sétimo ano. Não que não confiasse nas suas amigas, mas McGonagall transmitia a ela um sentimento de irmã mais velha.

Já era noite quando McGonagall abriu os olhos, ela compreendeu exatamente o que tinha acontecido assim que olhou ao redor. Depois se levantou rapidamente querendo ir para a escola imediatamente, alguém tinha que cuidar das crianças, não as podia deixar na mão de Umbridge, e então Molly compreendeu finalmente o motivo de Fred e George terem abandonados a escola.

-Sabe, eu não pude te falar antes Molly, mas parabéns – McGonagall falou depois de se acalmar. – Você tem muita sorte...

-Pelo que Minerva? – Molly respondeu com um sorriso fraco e olhou para a janela já estava escurecendo lá fora o que significava passar das sete.

-Seus filhos, cada um tem uma qualidade excepcional...

-Não tenho certeza disso, veja os gêmeos, por exemplo...

-Principalmente eles. – ela pausou e deu um sorriso para Molly – Bill sempre ajudando a todos que precisassem sem perguntar motivos, Charlie sempre alegre e sorridente, sempre otimista mesmo que todos estivessem para baixo...

-Eu tinha esquecido que o Charlie era assim – Molly sorriu – tenho saudades dele.

-Eu senti muito a falta dele até o Potter chegar... Mas ele demorou para trazer a taça de Quadribol para Gryffindor... – as duas riram por um tempo – o Percy... Ele é um bom garoto sempre seguidor das regras até o fim sem contestá-las... Essa é a maior qualidade dele, mas também seu maior defeito...

Molly tinha se assustado quando ela falara de Percy, afinal ele tinha sido uma das pessoas que a atacara na noite passada.

-Os gêmeos... Sempre achei que eles tinham sido as ovelhas negras da família sabe... Nunca tinha tido problema com os outros... – McGonagall sorriu – só agora percebo que não eram defeitos e sim qualidades que eles demonstravam tendo todas aquelas detenções... Sempre lutaram pelos seus ideais sem nunca desistir, sempre animando os outros sempre juntos...

McGonagall pausou e deu um sorrisinho. Molly parou para apreciar o que havia ouvido, nunca tinha parado para pensar desse modo sobre os gêmeos. Achava que eles eram simples criadores de caso, e não tinham qualidades nenhuma, alem de divertir os outros com brincadeiras infantis.

-Sabe... Eles realmente nos fizeram rir... Com aqueles fogos de artifícios e o pântano... A Umbridge ficou uma fera... Só poderiam pertencer a minha casa – parecia para Molly que McGonagall estava muito feliz em falar dos Weasleys. – tem o jovem Ronald também... Ele não é muito esperto, mas de todos os seus filhos é o que tem o maior coração... Sempre ajudando os amigos, mesmo que involuntariamente, mesmo quando briga com eles, ele acaba ajudando as pessoas, acho que seria impossível para o Potter e a Hermione viverem sem ele. Alias eu suspeito que ele fisgou o coração da minha melhor aluna... Uma ironia não? A melhor aluna se apaixonou pelo aluno mais desleixado... – as duas caíram na gargalhada com esse comentário.

-Sinceramente eu não sei como eles conseguem isso... – Molly falou em meio as gargalhadas – eu nunca havia visto duas pessoas brigarem tanto, mas também nunca havia visto se gostarem tanto...

-Oh... Eu já vi um casal parecido, mas não acho que chegasse perto deles... Potter e Evans – Molly reconheceu serem os pais de Harry – se bem que só a Evans discutia, o Potter ficava mais admirando-a, o que a deixava mais irritada... – McGonagall pausou – é realmente uma ironia, lembro-me muito bem do Potter e da Evans e eles são exatamente como o Ronald e a Hermione, a aluna nº 1 com o aluno mais desleixado – ela gargalhou.

-Eu vou ter uma conversinha com o Ron... Ele não pode continuar a ser o mais deslexado – Molly disse seria e depois as duas caíram na gargalhada. Ficaram assim rindo enquanto o tempo passava.

-Tem a Ginnevra também. Ela é a primeira garota Weasley em gerações não?

-É... Você não imagina a surpresa do Arthur quando a viu pela primeira vez...

-Ela com toda certeza é a mais interessante dos seus sete filhos... É uma mistura completa de todos os irmãos... Se bem que é difícil ver o lado Percy dela... – as duas gargalharam.

Foi um dos dias mais agradáveis de Molly desde o junho anterior, ficar ali conversando com uma das suas maiores amigas sobre seus filhos, era uma coisa que Molly realmente adorava.

Arthur chegou ao quarto quando o rosa e o azul se misturavam no céu.

-O que faz aqui querido?

-Bill me falou do ocorrido, eu lamento Minerva... – ele disse cordialmente.

-Não foi nada Arthur, é só a idade...

-Não Minerva eu lamento pelo Percy se eu o tivesse – falou com os punho cerrados.

-A culpa não é sua, as vezes as qualidades de uma pessoa se tornam seus defeitos, e quando isso faz parte da personalidade desta pessoa não há ninguém que possa mudar isso – Minerva disse cordialmente – ficam para o jantar?

-Seria um prazer... Eu vou pedir para a enfermeira trazer mais dois jantares, mas antes... Arthur porque está aqui, você não costuma a largar tão cedo... – Molly disse já na porta.

-Fudge pirou de vez... Ele comunicou que todos deveriam sair do ministério o quanto antes, pois ele tinha razões obvias para achar que Dumbledore estivesse escondido por lá, foi o que o Kingsley me falou... Tenho certeza que isso é coisa do Malfoy... Algumas pessoas ficaram lá para colocar feitiços ante-poção polisuco... Mas duvido que consigam... Iriam precisar colocar um portal em cada andar ou fazer que nem grincotes...

Arthur e McGonagall ficaram discutindo as possibilidades e o porquê de Malfoy ter pedido para Fudge deixar o ministério vazio.

Ela voltou acompanhada da enfermeira que trazia consigo um carrinho com três bandejas. Eles jantaram e conversaram descontraídos sobre o que Dumbledore estaria fazendo agora mantendo olhos na porta para ver se não havia ninguém escutando ou chegando. Já devia passar da meia noite quando Arthur disse que ia ao banheiro enquanto Molly se despedia de Minerva, depois de um longo abraço as duas se separaram.

-Obrigado pela companhia Molly...

-Não foi nada Minerva, eu virei mais vezes essa...

-VOCÊ-SABE-QUEM ESTAVA NO MINISTÉRIO? – elas ouviram a voz de Arthur vindo do corredor e depois viram a porta se escancarar – Molly vamos para o ministério agora! Você-sabe-quem... Dumbledore... Ministério... Agora... – falando isso ele desaparatou. Molly olhou confusa para onde o marido estivera e depois olhou para McGonagall para ter certeza de que ouvira o que achava que ouvira e viu que ela estava com a boca entreaberta e uma expressão de terror.

-Lamento Minerva... – ela pegou a varinha da mulher que estava na escrivaninha – você precisa de repouso – e desaparatou no átrio do ministério.

Tudo estava destruído havia centenas de pessoas no local, repórteres e muitos bruxos tentando não deixá-los passar para o elevador. Bruxos não paravam de aparecer pelas lareiras e à aparatarem. Ela viu um Moody sem seu olho mágico sendo auxiliado por Arthur.

-O que houve...

-Potter e os amigos vieram para cá... Viemos ajudá-los assim que soubemos... A maldita da Lestrange mandou o Black para além do véu – Moody rosnou, parecia ter uma expressão triste e furiosa em meio a tantas cicatrizes – se minha perna de pau não tivesse quebrado... Maldito CROUCH! – ele berrou o ultimo nome. Molly reconheceu um Remus com lágrimas nos olhos saindo do elevador ajudando Tonks, ao seu lado Kingsley estava arrasado.

-Temos que nos reunir com os membros o quanto antes... – Arthur disse quando eles se juntaram a um canto afastado.

-Mas onde? Sem o Sirius... – Kingsley parou de falar e viu que todos olhavam para ele arrasados. Foi então que Molly entendeu, Sirius Black estava morto.

Foi um grande choque para ela perceber isso. Era muito estranho para ela, afinal nunca se dera bem com ele, era uma pessoa inconseqüente que instigava Harry a fazer coisas erradas, mas ela sabia que tinha um grande coração, fora ele que mais auxiliara a sua família quando Arthur fora atacado no natal, e sabia também que ele se importava muito com Harry.

Bill e Emelina Vance chegaram após alguns minutos. E ficaram ali lamentando o ocorrido. Foi só quando uma fênix prateada, o patrono de Dumbledore chegou que todos se pararam de pensar no ocorrido, ela mandava que estivessem em condições fossem para casa o quanto antes e que eles iriam se encontrar n’A Toca quando Dumbledore terminasse de resolver assuntos pendentes.

Já era de manhã quando o patrono de Dumbledore anunciou que estariam chegando A Toca. Molly foi até a porta e cada vez que um membro chegava ela fazia alguma pergunta que só ele soubesse a resposta, quando finalmente todos chegaram ela notou a ausência de Tonks.

-Então alguém vai contar o que aconteceu? – Bill falou depois que todos se acomodaram nas cadeiras.

-É com grande pesar, meu caro Bill que digo a vocês que Sirius Black está morto – Dumbledore se pronunciou, embora todos já soubessem disso, ao ouvir Dumbledore dizer aquelas palavras tiveram certeza que era verdade.

Fred e George entraram no recinto, Molly estava tão absorta em seus pensamentos que os viu entrar, mas nem percebeu a gravidade da situação.

-Fico feliz que estejam aqui – Dumbledore falou com um sorriso fraco – eu sei já são maior de idade, por isso estou-os convidando para entrar na ordem, não precisam responder agora...

-Estamos dentro – respondeu um Fred com uma felicidade reprimida por uma expressão séria.

-Sabemos que não podemos fazer muito, mas ajudaremos no que pudermos... – Complementou George.

-Não faremos nada fora do nosso alcance – acrescentou olhando para o pai e para mãe.

-Por isso mamãe e papai nos deixem entrar – George terminou um discurso que parecia ter sido ensaiado.

-Eu... – Arthur olhou para Molly que concordou com a cabeça sem prestar muita atenção em tudo ainda. – se sua mãe concorda, não posso fazer nada para impedi-los...

-Mas mãe... O que? – Fred começou uma resposta pronta e olhou surpreso para o pai que tinha um sorriso tão fraco quanto o de Dumbledore, ele se virou para George que tinha os olhos tão arregalados quanto os seus e eles fizeram uma pequena reverencia e sentaram em cadeiras que Dumbledore conjurou.

-Agora... Eu vou contar a vocês o que aconteceu exatamente, mas sem entrar em detalhes...

Então Dumbledore contou sobre como ele fora avisado por Snape que Harry estava achando que Sirius estava sendo torturado por Voldemort no ministério da magia, e em como ele tinha entrado na floresta e desaparecido. Depois ele contou em como chegou a o largo Grimmauld e encontrou um Kreacher muito feliz de estar sozinho.

Explicou que Kreacher havia ido até Narcisa Malfoy e lhe contara em como Harry considerava Sirius como um irmão e ao mesmo tempo como um pai, então tudo havia sido planejado para que Harry pegasse a profecia para Voldemort. Explicou então que a profecia iria explicar a Voldemort um modo de matar Harry, mas ela havia sido destruída na câmara da morte em meio aos duelos dos comensais com alguns membros da ordem.

-E agora irei explicar algumas coisas... – ele passou a mão na testa e suspirou muito dali ficaram surpresos nunca haviam visto Dumbledore com uma expressão cansada – a partir de agora o largo Grimmauld não é mais a sede da ordem da fênix, Arthur estou certo que sua casa poderá se tornar a sede substituta enquanto arrumamos um local? – Arthur acenou com a cabeça afirmativamente – certo obrigado... Bem agora escutem atentamente, agora que o ministério finalmente vai admitir o retorno de Voldemort muito provavelmente Fudge vai cair, e alguém com experiência na luta contra bruxo das trevas será indicado...

-Você deveria ser o novo ministro – Moody rosnou.

-Não seja apresado Alastor... Eu diria que você seria o novo ministro, mas conhecendo a corte e seu jeito de ser duvido muito, por isso provavelmente será Scrimgeour... – todos pareceram pensar o nome que Dumbledore citara – agora vejam bem, vamos suspender as reuniões, porque conhecendo Scrimgeour como conheço ele ficará atento a qualquer resistência contra Voldemort e vai querer uni-la ao ministério para que possa passar a população segurança... Eu passarei o verão viajando atrás de umas coisas que não contar a vocês para não colocá-los em perigo – ouve alguns protestos, mas quando Dumbledore ergueu sua mão todos se calaram – como bem sabem eu estive ausente e só o professor Snape conseguiu entrar em contato comigo, e assim permanecerá... Tenho meus motivos para deixar que só ele consiga falar comigo, como a maioria de vocês sabem ele continua com sua missão e qualquer mudança nos planos de Voldemort vai ser transmitida diretamente para min... Enquanto estiver fora peço a vocês que aceitem nosso amigo aqui – ele mexeu a cabeça na direção de Moody – como nosso líder. Qualquer missão que estava acontecendo esta suspensa por hora, a não ser a sua Remus... – ele deu um olhar significativo para Remus que acenou positivamente – nós sabemos o quanto ele tentará aumentar seus aliados agora que seu retorno se tornou publico, o resto está dispensado até segunda ordem... Kingsley se puder continue a fazer seu excelente trabalho quanto mais a confiança do novo ministro você ganhar será melhor, pois quando os caminho se separam fica muito difícil de unificá-los novamente.

Todos se mexeram desconfortáveis nas cadeiras tentando não expressar desanimo nem muita tristeza pela morte de um de seus companheiros, mas era praticamente impossível.

-Agora tenho um ultimo pedido a fazer... Que vocês fortifiquem seus laços de amizades o máximo possível, não deixem que essa guerra os impeça de viver... – Dumbledore se levantou – se tem qualquer coisa trivial para falar tenho certeza que Alastor dará conta tenho total confiança no julgamento dele, Molly eu entrarei em contato com você sobre a vinda de Harry no verão, agora tenho de voltar a Hogwarts.

Dizendo isso ele passou pela porta e deu mais alguns passos até desaparecer e deixar todos ali presentes contemplando os raios de um sol que acabara de nascer.

N/A: UFAAAAAAAAAA

Acabou

Oo

Capitulo gigantesco

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