O Mapa do maroto, com os cumpr



11> O Mapa do maroto, com os cumprimentos de Bichano


Harry olhou, aturdido, para todos os lados. Ficou se perguntando onde teria aparatado. Agora que seu estômago terminava de revirar, acabara de sentir um arrepio arrebatador. Não discutiram onde aparatariam, caso um imprevisto acontecesse. A noite tinha caído e Harry, segurando o braço de Gina, sentiu o desespero ao saber que Rony e Hermione poderiam estar em qualquer lugar. Não avisara aos amigos onde iriam aparatar, mesmo porque seria uma idiotice, levando em conta que os Comensais poderiam ouvi-lo.
_ Hei, Harry. – falou a voz inconfundível de Rony – levanta aê! Não podemos ficar parados aqui.
Harry olhou para trás, aliviado. Seus amigos tiveram a mesma idéia em aparatar no vilarejo perto de Hogwarts. Por um momento, Harry se esquecera do gato possuído por um Patrono e o objeto que colocara no bolso. Sua maior aflição, no entanto, era que aquilo fosse uma armadilha, ou simplesmente um nada.
_ Bem, o que aconteceu, então? – perguntou Gina, assim que eles se reagruparam na rua estreita – O que, afinal de contas, era aquele gato? E aquele objeto?
_ É óbvio, não é? – falou Hermione – Aquilo era um Patrono. E, pelo que parecia, o local foi combinado por um feitiço bem elaborado. Mas já estava perdendo a força.
_ Como você sabe dessas coisas? – perguntou Rony.
_ Não me faça explicar! – falou Hermione com veemência – vejam bem. Um Patrono consiste na forma de um animal, não é mesmo. Estava claro que não havia ninguém conjurando o Patrono.
_ Então, como ele apareceu? Por acaso brotou do chão? – debochou Rony.
_ Não seja imbecil! – Hermione estava ficando um tanto impaciente – O Patrono se tornou parte dessa casa. É um feitiço muito complexo, fundir o Patrono com um objeto, no caso a casa de Harry.
_ E por que o gato branco? – perguntou Gina.
_ Acredito que seja pelo motivo do feitiço estar perdendo sua força. Um Patrono, uma vez incapaz de se formar puramente de magia, precisa se incorporar em um animal compatível. No caso, o Patrono tinha a forma de um gato, logo, deveria se incorporar em um corpo de um gato.
_ Como pode ter tanta certeza de que o feitiço está perdendo a força? – Rony, teimoso, bombardeava a namorada de perguntas, esperançoso de alguma que ela não soubesse responder – pode ser um feitiço produzido por algum bruxo com pouco talento.
_ era um feitiço antigo. – confirmou Harry – Não ouviram o que ele falou, antes de se despedir? “São os cumprimentos do Maroto Bichano...”. ele era um dos marotos, pessoal. O que me intriga é uma coisa...
_ Quem, afinal de contas era Bichano? – perguntou Hermione, completando o pensamento de Harry – nunca, na história dos Marotos, nem mesmo no Mapa do Maroto, consta esse nome. Algo de muito estranho está acontecendo.
_ Pode não ser nada. – arriscou Gina.
_ Mas pode ser tudo, também. – desafiou Rony – Harry, veja que objeto era aquele. O que era aquela coisa que você pegou...
_ Vamos descobrir isso agora. – falou Harry – Cruzem os dedos, pessoal.
_ Ah, claro. Como se fosse sair alguma coisa do tipo “Plano infalível para eliminar Voldemort”.
Harry retirou o cilindro vagarosamente do bolso, tomando cuidado para não danificá-lo. Era aparentemente vistoso, o objeto. Era um tubo aveludado preso a uma alça dourada, a tampa feita de prata maciça. Harry lembrou-se daqueles porta-diplomas que Duda recebeu uma vez depois de concluir o jardim de infância. Ele fez menção de abrir o tubo. Hermione soltou um grito abafado, todos hesitaram. Harry tentou sorrir, tentando passas uma segurança que não tinha. Sabia como funcionava a mente de um Maroto. Poderia ser uma azaração. Na pior das hipóteses, uma luz verde voaria sobre Harry, como a Maldição da Morte.
Vagarosamente ele abriu a tampa. Um cheiro agradável de hidromel saiu de dentro do recipiente cilíndrico. Harry o virou e, na palma de sua mão, caiu um rolo de pergaminho enrolado. No mesmo instante, eles reconheceram o inconfundível estilo de se dobrar o pergaminho: pertencia aos Marotos, ou melhor, ao Maroto Bichano.
_ Vamos, harry. – murmurou Rony, eufórico – veja o que é.
Harry abriu o pergaminho, mas não havia nada escrito.
_ Dã... – fez Hermione – você tem que dizer as palavras mágicas.
Harry, convencido com as palavras da amiga, pegou sua varinha de azevinho e, apontando para o pergaminho em branco, falou: “Juro, solenemente, nunca fazer nada bom”.
Nada aconteceu. O pergaminho continuou da mesma forma como fora encontrado antes. Numa segunda tentativa, Harry tentou outra abordagem: “Malfeito feito!”.
O pergaminho continuou intacto. Era bem mais difícil do que parecia. Harry ficou se perguntando como Jorge e Fred faziam para descobrir esse tipo de coisa. Estavam sempre a frente do seu tempo, quando se tratava de falcatruas e tramóias.
_ É, isso está começando a me irritar. – falou Rony – joga essa bosta fora. Esse Maroto Bichano deve estar tentando nos enganar.
Naquele exato momento, letras vermelho-berrantes surgiram do nada, ocupando o espaço que, a pouco estava em branco.
“Caro Sr. Weasley, devo lhe dizer que não sou tão imbecil e patético como você. Se não se importa, enfie excremento de dragão na boca e fique quieto. Se Potter for realmente digno desse mapa como foi o pai, saberá enxergar além do que olhos não vêem”. Assim se encerrou a escritura no pergaminho.
Atordoado, Rony parou de fazer comentários displicentes. Harry, por outro lado, percebendo que, não só podia ouvir o que diziam como também responder, Harry encheu o pergaminho surrado de perguntas:
_ Quem é você, e por que se diz ser um Maroto? Como eu faço para abrir esse mapa ou seja lá o que for e em que isso vai me ajudar a destruir Voldemort?
As escritas se apagaram e foram substituídas por uma única linha.
“Você me verá quando as pessoas deixarem de olhar pra você”.
Harry olhou, confuso para os amigos e, pela expressão dos amigos, também não entendiam muito que estava acontecendo. Hermione, após um pouco pensar, suspirou.
_ Harry, isso deve ser uma charada.
_ Sério? Diga algo que não sabemos. – retorquiu Rony, mas se calou quando ela olhou feio para ele.
_ Como eu dizia, Harry... – lançou outra olhada furtiva ao namorado e continuou – ele quer que você prove que é digno respondendo a essa pergunta. Se ele for um Maroto legítimo, provavelmente espera que você pense como o Pontas, no caso, o seu pai.
Harry ficou pensativo, recitando a frase em sua cabeça um monte de vezes... “Você me verá quando as pessoas deixarem de olhar pra você”... “quando as pessoas deixarem de olhar pra você”... Harry não conseguia entender o final da charada. Como assim, deixarem de olhar pra você? Como deixariam olhá-lo, se era assediado por bruxos e mais bruxos toda vez que passava pelas ruas movimentadas?
_ Talvez... – começou Rony, arriscando um palpite – talvez você não possa ver o mapa pelo simples fato de ser muito famoso, entende, uma imagem positiva... talvez ele queira que você... deixe de ser olhado como uma boa pessoa...
_ Rony! – ralhou Gina – se realmente são os marotos por trás disso, por que iriam que Harry fosse uma pessoa ruim? Ora, vamos!
_ Eu acho que Rony pode ter um pouco de razão – falou Hermione, pensativa – pensem um pouco. “Malfeito feito”, “Juro não fazer nada bom”... eles não são o tipo de pessoa que se pode confiar uma boa reputação, não é mesmo?
_ Olhando por esse lado... – Harry ficou olhando o papel em sua mão, tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe – acho melhor pensarmos um pouco mais. Enquanto isso iremos para Hogwarts. Ficar por lá até o início das aulas.
_ Como é?
_ Voldemort está de volta, Sibila Trelawney está morta e já fomos atacados um punhado de vezes por Comensais da Morte. Não gosto de pensar que a escola está desprotegida.
_ Mas, Harry. A escola tem proteções mágicas... – começou Hermione.
_ O que, realmente, mantinha Voldemort distante da escola era Dumbledore. Sejamos francos, que perigo a Profa. McGonagall representa ao Lord das Trevas? Ele deve atacar em breve. Precisamos recrutar...
_ Armada de Dumbledore! – falou Gina, radiante com a idéia – Harry, envie a mensagem através da moeda! Você ainda a tem?
_ Sim... Mas ficou no meu malão, n’A Toca. – respondeu ele.
_ Não seja por isso. Tome a minha. – falou Gina, tirando um colar que, até agora não tinham reparado. A moeda ocupava o lugar de pingente – Nunca desgrudei dele uma vez sequer.
Harry se sentiu corando de vergonha. Ele era o líder do grupo da A.D. e nunca se preocupou em carregá-la com ele, como fazia com sua vassoura, sua capa e o medalhão do R.A.B. Pegou a moeda da mão da namorada e enviou a mensagem para seus amigos. Em seguida, Harry entregou á Gina o galeão falso.
_ Pronto. Agora temos que aguardar dentro da escola. – falou ele – alguns de nossos integrantes estão lá, e já podem ter recebido a mensagem. Neville, Lino, Dino, Simas, Cho... – Harry deu uma pausa e, vendo as orelhas de Gina corar, falou apressadamente – devem estar a caminho, se viram a minha mensagem. Só espero que não demorem, porque Voldemort pode aparecer a qualquer minuto.
Hermione e Rony perceberam que Harry estava tentando fazer com que Gina esquecesse que ele mencionara Cho Chang, então Rony falou:
_ Veja, Hermione. Viu aquilo? – falou Rony tentando disfarçar um tom tenebroso em sua voz.
_ O que... ah, sim. A moita se mexendo, é... eu vi sim. Vamos embora pode ser um Comensal. – Hermione, por outro lado, não conseguiu ser convincente, e Gina fechou a cara para os dois.
_ Bem, é melhor irmos. – falou Harry – Antes que um Comensal de verdade apareça.
O quarteto seguiu, então a estradinha que dava para a escola de bruxaria, onde viveram longos sete anos.

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