Relatos XV



N/A: Sim, sim, cá estou eu. Bom, eu realmente demorei, mas eu tenho uma explicação. Tenho dia 20 e 21 de novembro, dia 11 e 12 de dezembro e dia 18 e 19 de dezembro uma prova chamada Vestibular. Ou seja, estou me matando de estudar para garantir minha vaga na Universidade. No primeiro semestre eu meio que tinha um tempo mais livre, mas, quando chegou o segundo, eu reduzi o meu horário no pc e, consequentemente, o horário de escrever as fics ficou menor.
Eu optei por escrever primeiro o cap de CNP, pela maneira com que eu havia terminado o cap cinco. Foi quase um mês escrevendo o cap e ele ficou enooorme, que eu resolvi parar e escreve-lo em duas partes. Depois, fiquei quinze dias sem net e irritada demais para ligar o pc, resolvi ficar estudando...mas eu comecei a escrever o cap de Te Amo Lily, só que à mão. Depois, eu resolvi escrever o cap de Relatos Marotos e lá se ia mais um cap gigantesco. Quando eu terminei o cap de Relatos, eu comecei a digitar o de Te Amo Lily. Eu já havia mandado o cap de Relatos para minha beta, mas ela acabou por ficar sem net... então, eu vou postar sem betagem... y.y.
Acho que, pelas datas acima, vocês devem saber que não terão uma atualização até dezembro... Eu lamento muito o fato, mas é preciso. Eu vou tentar ao máximo tentar postar antes desse prazo, mas eu não prometo nada.
Beijo para todos que estão lendo e/ou comentam a fic... E agradeço pela paciência, os atualiza e ameaças de morte também. XDDDDD.

Bem, não tem comentários com os marotos nesse cap... eu não consegui terminar todos, então, decidi postar logo o cap, porque faz muiito tempo que eu não o atualizo. Acho que eu farei igual ao tempo em que eu fiquei sem net. Irei colocar depois.

Relatos XV – Discussões, Revelações... E o futuro primeiro encontro????? Será??? ( Sirius )

“-Aqui Harry, vira aqui para o papai! – Tiago achou aquela frase ligeiramente idiota enquanto tentava captar o rosto do filho através da lente da máquina fotográfica. Ele achou que o Harry tivesse pensado a mesma coisa, já que o mesmo não dava atenção para os chamados do pai. Na realidade o pequeno estava muito preocupado com o fato de tentar ficar equilibrado nas duas pernas e não cair novamente – como fora as outras cinco vezes que ele tentara fazer isso.
Tiago sorria orgulhoso com a máquina na mão. Tinha que registrar esse momento – e estava tentando faze-lo havia meia hora. E o filho também não cooperava, já que, toda vez que ele tentava bater a foto, o coitado tornava a cair sentado no chão.
Tiago suspirou resignado.
-Certo, já que você não quer cooperar comigo... – ele falou seriamente. – Eu desisto. – completou escondendo a máquina atrás de si.
O pequeno desviou o olhar dos pés – que estavam um pouco tortos, na tentativa de ficar de pé – e, vendo de que estava aparentemente seguro daquela maneira, ergueu a cabeça para encarar o pai.
O pai exibiu um sorriso maroto e Harry sorriu de volta.
-Vamos... quietinho Harry... isso mesmo. – ele alargou o sorriso.
A mão direita de Tiago subiu lentamente e, num pulo rápido ele colocou a máquina de volta no rosto. E, no exato momento em que seu dedo pôs a mão no botão, sorrindo internamente ao perceber que a foto sairia magnífica, Harry começa a abanar os braços lentamente e cai sentado no chão. Tiago teve plena certeza que tinha, pelo menos, pego os cabelos arrepiados do filho naquela foto.
Tiago bufou de raiva e Harry riu, achando graça da situação.
-Ótimo. Maravilhosamente ótimo. – murmurou emburrado. – Você realmente não coopera com o seu pai, não é? Seu pestinha.
-Inhas. – ele riu fracamente e Tiago exibiu uma careta.
-Não é Almofadinhas, Harry, é pestinha. – ele falou revirando os olhos.– Pestinha.
Harry o olhou confusamente, mas depois sorriu.
-Inhas!!! Inhas!!
-Ah... desisto!
Harry riu mais ainda.
-Belo filho você é, não? – ele suspirou. – Adora rir da cara do pai.
Harry apenas colocou as mãozinhas no chão e começou a engatinhar em direção ao sofá, com um sorriso divertido no rosto. Já Tiago sentou-se irritado numa cadeira e colocou a máquina fotográfica em cima da mesa.
Harry “escalou” o sofá e ficou de pé, apoiando-se nele. Tiago sorriu fracamente, enquanto ele batia as mãos em cima do assento do sofá, rindo consigo mesmo. Ele continuou a andar – dessa vez usando o sofá de apoio – e sua feição ficou ligeiramente contrariada quando o sofá havia terminado. Tiago já esperava o filho do outro lado, para o caso dele resolver tirar as mãos do apoio...
Pontas tinha a maquina a postos novamente, faltava pouco para o filho dar os primeiros passos sozinho. Harry olhava para o pai com um sorriso no rosto e retirou as mãos do sofá... o que Tiago não imaginara era que o filho o usaria de apoio.
Ele bateu a foto no exato momento em que os dedos do filho tocaram a lente da máquina... mas uma tentativa perdida.
O pequeno tornou a cair sentado no chão, enquanto Tiago pendurava a máquina no pescoço. Harry fitou o pai curiosamente enquanto ele se levantava, mas rapidamente riu quando viu que ele o suspendia, segurando os seus braços firmemente. Tornou a rir quando percebeu que era tão mais fácil andar com o auxílio do pai.
...
Pontas sentiu uma bela dor nas costas depois de ficar cerca de duas horas andando com Harry daquela maneira, já que, toda vez quando ele fazia menção de parar, o filho chorava levemente. Ele rapidamente desabou no sofá e quando se espreguiçou sentiu as costas estalarem.
O pequeno Harry estava no meio da sala, sentado, fitando o balanço das árvores do quintal da casa através das janelas. Tiago não cansava de sorrir quando encarava o filho, quando estava com ele e Lílian, esquecia-se completamente que lá fora estava ocorrendo uma guerra... e que eles eram peças importantes dela. Estava tão perdido em seus pensamentos que nem percebeu quando o filho engatinhava alegremente em sua direção, até sentir as mãozinhas dele puxando sua calça para ficar em pé.
Ele riu quando o rostinho dele apareceu entre os seus joelhos.
-Papa!
-Você não quer outra andada daquela, quer?
-Diovo.
Tiago revirou os olhos. Ele queria.
-Ah, Harry, papai está cansado, isso não pode ficar para outra hora?
-Diovo. – ele sorriu, deixando a mostra os quatro únicos dentes que possuía.
-“Diovo”, não. – ele falou risonho, enquanto carregava Harry e o colocava em seu colo.
O pequeno falou algo ininteligível e sorriu. Tiago bagunçou os cabelos do filho e recostou-se no sofá novamente. Por um milagre divino, Lílian o deixara sozinho com ele, depois do desastre de um tempo atrás. Reprimiu uma careta ao lembrar-se dele vestido de mulher.
Já Harry, fitava o objeto estranho pendurado nos ombros do pai com um olhar brilhante. Suas mãozinhas alcançaram a máquina e ele a puxou levemente, levando automaticamente à boca. Tiago sentiu um leve puxão no pescoço e olhou para baixo.
-Harry, não!
O filho teve um sobressalto e fitou o pai confusamente. Tirou a máquina da boca, sorriu e voltou a coloca-la na boca novamente. Tiago revirou os olhos. E tomou a máquina delicadamente das mãos do filho.
Harry assistiu a tudo sem pestanejar, apesar de manter uma feição extremamente contrariada. Tiago sorriu amarelo ao ver a lente da máquina extremamente babada.
Limpava-a atentamente, e sentiu o filho agarrar a sua camisa. Sorriu fracamente quando ele a puxou com força, fazendo-o ir um pouco para frente. Os pezinhos do filho faziam pressão em suas coxas, mas ele não pareceu se importar. Harry colocou as mãozinhas nos ombros do pai e riu, dançando fracamente uma música imaginaria – na verdade, ele estava tentando se equilibrar.
O sorriso de Tiago se alargou e ele fitou o filho de soslaio. Harry os fitou com aqueles orbes verde-vivos que tanto amava nele e em sua esposa. Duas coisas taparam-lhe a visão e arrancaram os óculos delicadamente do seu rosto.
Com o esforço para faze-lo, ele caiu sentado no colo de Tiago e se desequilibrou para trás. Desesperado, Tiago larga a máquina – que se espatifa no chão – e ampara o filho, enquanto o mesmo ri e coloca os óculos na sua boca.
Tiago apertou os olhos e os revirou ao constatar isso. O rosto embaçado de Harry parecia divertido.
-Muito engraçado.
O filho riu fracamente e disse algo embolado. O som das chaves girando na fechadura, fez Tiago voltar o olhar para a porta. Cabelos flamejantes se fizeram presentes e dois pontos extremamente verde vivos os encarava com os olhos brilhantes.
-Ah, meus dois homens! – ela falou risonha, enquanto fechava a casa. – Ele se comportou bem, Harry?
Tiago reprimiu uma careta e depois gargalhou.
-Quer dizer que ELE que toma conta de mim e não o contrário?? – murmurou indignado.
-Sinceramente Ti, o Harry tem mais responsabilidade que você. – ela falou prendendo o riso.
-Poxa, Lílian. Só por causa disso eu não conto a novidade!
Ele a viu se aproximar aos poucos e sentar ao lado dele. Ela roubou-lhe um beijo e sorriu, para logo depois pegar o filho no colo.
-Que novidade?
-Não conto.
-Hunft! – ela resmungou e voltou a atenção para Harry. Mesmo sem enxergar quase nada, Tiago imaginava a feição extremamente contrariada e ao mesmo tempo curiosa da esposa. – Me dá os óculos do papai, Harry.
Ele riu fracamente e os colocou de volta na boca, como que estava achando aquilo tudo muito divertido.
-Harry... – ela sussurrou inquisidora, no que ele inclinou a cabeça e sorriu fracamente.
-Nanão. – ele murmurou.
-Harry Tiago Potter, você vai me dar esse óculos, agora...
Ele fez cara chorosa quando a mãe tomou os óculos lentamente da suas mãos, mas não chegou a berrar. Sabia que com Lílian Evans não podia mexer. Mesmo que ele esperneasse, batesse, prendesse a respiração, ela não lhe devolveria o objeto.
Ele fez biquinho apenas e Lílian sorriu, devolvendo os óculos – extremamente babados – para Tiago.
-Lílian, como você espera que eu enxergue assim?
-Eu te devolvo os óculos e você ainda quer limpo?
Tiago revirou os olhos e pegou a fralda de Harry para limpa-los.
Recolocou-os e encontrou a esposa brincando com o filho. Sorriu radiante ao fitar as duas pessoas a quem mais amava nesse mundo. O modo com que riam juntos. O modo com que ele a fitava curiosamente, como se a cada palavra que ela dissesse fosse um ensinamento a mais. Adorava aqueles poucos momentos de felicidade. Adorava ter ao seu lado Lílian Potter e Harry Tiago Potter.
-Então, vai me contar? – ela o observou de soslaio, quando percebeu que estava sendo observada e sorriu docemente.
-Contar o quê?
-O que seu filho aprontou?
Tiago revirou os olhos.
-Por que será que quando ele apronta você sempre se refere a “meu” filho?
-Porque esse lado, com certeza, ele não herdou de mim.
-Ele ficou em pé sozinho. – ele falou num sorriso.
Lílian sorriu de volta maravilhada. Tiago viu as orbes verdes dela brilharem intensamente e encheu o filho de beijos.
Harry riu gostosamente e segurou o rosto da mãe enquanto ela roçava o nariz dele com o dela.
-Ah, eu queria tanto estar aqui para ver isso. Você fez o que eu te pedi?
-Er, bem... – ele ficou levemente constrangido. – Eu bem que tentei, mas...
Tiago apontou para a máquina quebrada no chão e sorriu amarelo.
-Ele quebrou a máquina?
-Ah, não. Ele estava no meu colo, puxou os meus óculos e eu estava com a máquina na mão. Soltei a máquina para ampara-lo, pois ele quase caiu.
-É uma pena... – ela falou tristemente e voltou-se para o filho. – Harry, querido, você faz isso de novo para a mamãe ver?
Harry riu em resposta.
-Lily, eu tentei a tarde inteira... – ele suspirou quando ela colocou Harry no chão.
Lílian tirou a varinha do bolso – Harry tremeu um pouco – e olhou de soslaio para Tiago. Com um aceno, consertou a máquina e sentou-se no chão, sendo seguida por Tiago.
Harry começou a engatinhar pela sala, sendo seguida por Lílian – da mesma maneira e os risos de um Tiago extremamente risonho, recostado no sofá.
-Querendo ter a mesma idade que ele, Lílian?
A ruiva apenas sorriu divertida e meneou a cabeça.
-Está velho demais para acompanhar seu filho numa “corrida”, Sr Potter?
-Ah, sim, estou com dor nas costas.
Ela sorriu marotamente.
-O que acha de uma massagem mais tarde?
-Hum... – falou provocador. – Vou adorar.
Lílian gargalhou e tornou a seguir Harry. O filho, vendo que estava sendo seguido, apressou o passo rindo cada vez mais. Correu para junto de Tiago e, entre um riso e um grito. Jogou-se no peito dele, escondendo o rostinho. Pontas gargalhou e abraçou o filho.
-Ah, Lílian, olha para isso, você o assustou.
Lílian riu e sentou-se ao seu lado. Cutucou Harry. Ele tirou o rosto aos poucos do peito do pai e se virou para a mãe. Vendo que era ela soltou um grito risonho e voltou a se esconder. Lílian pediu para Tiago dar espaço e se escondeu atrás dele.
-Cadê a mamãe, Harry? Onde está a mamãe? – Tiago indagou risonho.
-Miu?
Lílian cutucou de um lado. Harry se inclinou para ver. Antes mesmo que chegasse ao seu objetivo, ela o cutucou do outro. Ele olhou para o outro lado. Olhou para o pai emburrado, como se ele soubesse de algo. Tiago apenas riu fracamente.
-Sumiu... – ele disse docemente.
-Miu?
Sentiu outro cutuque. Novamente correu para ver. E nada. Do outro lado. Exibiu uma feição risonha, achando aquilo tudo muito divertido.
-Achou!!!
Lílian apareceu e Tiago rapidamente escondeu um Harry extremamente risonho em seu peito novamente. Os três gargalharam ao mesmo tempo.
Lílian e Tiago se beijaram mais uma vez, enquanto a primeira bagunçava os cabelos do filho, que ainda ria e mantinha o rosto escondido no tronco do pai.
-Te amo, ruivinha.
-Também te amo, meu maroto.
Um riso os fez despertarem dos seus pensamentos e ambos voltaram o olhar para o filho que os encarava divertido.
-Também te amamos Harry, muito. – falaram ao mesmo tempo.
Cada um beijou um lado da bochecha do filho e ele sorriu. Tiago e Lílian se entreolharam e sorriram marotamente. Logo depois, Harry viu-se atacado pelos dedos de ambos que lhe faziam cócegas.”

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*


Remo – Estamos no outro dia de narração, que, segundo Tiago, é o sexto dia.
Tiago – Estou marcando agora para não correr o risco de me esquecer.
( risos )
Lílian – Acho bom mesmo, sr Tiago Potter.
Sirius – Não narramos mais nada porque a minha amada Liz entrou em estado traumático, e eu tive que socorrer a minha lindinha.
Lisa – E eu ainda estou... Merlim, como ele pôde?
Ana – Vai começar tudo novamente...
Tiago – Eles ontem ficaram o resto do dia todo nessa discussão... vão começar agora novamente?
Sirius – Se depender de mim, não.
Lisa – Ah, tudo bem, eu me calo. Mas é qu... ah, esquece.
Remo – Lisa, você fez a devida limpeza geral em Sirius?
( risos )
Sirius – Ah, Aluado, não enche!
Tiago – Vamos começar???


-Sua mão esta doendo? – ouvi Sirius murmurar enquanto andávamos pelos corredores de Hogwarts, em direção ao salão comunal da Grifinória. Através das janelas podia-se perceber os primeiros raios de sol incidirem no céu.
-Ah, não. – eu mostrei o curativo com um fraco sorriso. Estava intacto.
-Parece que a Lílian fez um bom trabalho. – ele falou seriamente.
-Sim, o Remo nem sentiu o cheiro de sangue.
-Eu estou exausto e vocês? – indagou Pedro, certamente para fazer parte da conversa. Almofadinhas se virou para ele com uma feição risonha.
-E eu achando que seria fome. – Rabicho corou. – Mas, devo concordar, estou completamente cansado. O que acha se filarmos as aulas da manhã hoje, Pontas?
Eu assenti com um sorriso.
-O Remo vai entender, a Lily provavelmente irá copiar as matérias...
-Ela SEMPRE copia, Pontas. Não possui “provavelmente” nessa frase. – Siriu me interrompeu de modo pomposo.
Eu ri fracamente.
-Então, a gente pede...
-Você pede. – ele me interrompeu novamente.
-... para ela nos emprestar. – completei como se não tivesse sido interrompido.
Como sempre, a Mulher Gorda se irritou quando a acordamos. E, murmurando um “Eles nunca respeitam o sono alheio”, ela nos deu a passagem.
Eu, Pedro e Sirius nos entreolhamos ao perceber quem nos esperava. Ana se encontrava sentada em uma poltrona, com uma feição totalmente emburrada. Lisa desabava de sono ao lado de Lílian, que sorriu amarelo para mim e acenou levemente. Alice, que estava sentada em outra poltrona, parou automaticamente de falar quando nos viu.
-Deviamos ter checado o mapa, primeiro. – disse Sirius para mim pelo canto da boca. – Garotas... – ele falou alegremente, indo em direção a elas, no que Lisa acordou num pulo de susto e praguejou baixinho. – Amada, Liz. – ele completou com uma reverência, no que ela revirou os olhos.
-Obrigada por ter me acordado com o seu grito nada discreto, Black. – ela disse e logo após bocejou.
-Definitivamente, hoje vocês não foram se encontrar com ninguém, não é?
Eu e Sirius nos entreolhamos enquanto eu me aproximava juntamente com Pedro. A mentira do encontro não colaria novamente... a não ser se disséssemos que fomos nos encontrar com um dragão.
-Onde estavam?
As amigas automaticamente reviraram os olhos.
-Algum interesse, Ana Colt? – disse Sirius erguendo uma sobrancelha e se sentando no braço da poltrona em que ela estava. Lisa deu espaço para eu me sentar entre ela e Lily e Pedro acomodou-se em outra poltrona.
-Eu não encontrei a Lily no dormitório, achei até que ela tinha ido com vocês. – eu olhei surpreso para Lílian, no que ela corou fracamente. – Acabei acordando as outras garotas, elas também ficaram preocupadas. Fomos para o dormitório de vocês e não encontramos nenhum dos três lá. Quando descemos a Lílian estava entrando pelo buraco do retrato e agora, ela se recusa a dizer onde estava e, pelo visto, vocês também. – ela soltou um suspiro.
Era algo que eu também gostaria de saber. Me remexi no sofá inquieto. Lílian corou mais ainda.
-Eu já disse, fui para a torre de Astronomia, pensar um pouco. Acabei pegando no sono e só percebi a pouco.
Nova pergunta: O que Lílian Evans foi fazer na torre de Astronomia?

Tiago – Pode me responder agora, ruivinha?
Lílian – Colocar as idéias no lugar.
Tiago – Que tipos de idéias?
Lílian – Refletindo sobre tudo o que eu descobri... sobre você.
Sirius – Ah, que romântico. Foi nessa hora que deu um “Socorro, estou apaixonada?”.
Lílian – Ficou no quase. Eu via o Tiago como um grande homem naquele momento. Era como se a imagem antiga dele tivesse desabado de vez, deixando no lugar o homem maravilhoso que ele é.
Lisa – Ah, que fofo, ele corou!!!
( risos )
Tiago – ( pigarreia )Bem, continuando...


-Quanto a nós... – disse Almofadinhas sorrindo. – Fomo para a floresta proibida.
Ana empalideceu.
-Enlouqueceram? – ela disse num fio de voz. As amigas se entreolharam. – A floresta é cheia de animais! Acromântulas... é lotada de acromântulas. Os centauros também podem ser perigosos quando querem... – ela engoliu em seco. – Dizem... dizem que pode ter até lobisomens lá. E, se eu não me engano, estamos em época de Lua Cheia.
Todos rapidamente se entreolharam. Pedro se remexeu na poltrona inquieto. Lílian corou um pouco e fitou a amiga preocupadamente, Lisa ao meu lado encontrava-se extremamente acordada.
-Lua Cheia? – disse Sirius com a voz um pouco rouca. – Nossa, nós nem notamos.
-Pois que notem agora. E quanto ao Remo? Já tiveram notícias dele?

Remo – Você já sabia?
Ana – Tinha minhas desconfianças... Mas sempre ficava um pouco confusa por você ter vezes que você passava uma semana e meia fora.
Tiago – Nós sugeríamos que ele demorasse mais um pouco algumas vezes, para não levantar suspeitas.

Eu que, até aquele momento, havia prendido a respiração, a soltei rapidamente, no que Lílian me deu uma cotovelada discreta.
-Ah, sim, ele nos mandou uma carta ontem à noite. – disse calmamente. – A mãe dele está doente. E sempre vivia chamando-o entre os delírios que ela tinha. Você sabe, ela é viúva, Remo é a única pessoa que lhe restou. Sem falar que ele lembra muito o pai.
-E quando ele volta?
-Ele não nos disse nada.
-E o que a mãe dele tem?
- Acho que é pneumonia de dragão.
-Ah, sim... – ela disse pensativa. – Mas, até a pouco ela não estava ótima?
Dei de ombros.
-A amiga da prima de minha tia conhece a mãe dele, elas estudaram em Hogwarts juntas.Ela a avistou em Gringotes e estava em perfeita saúde. E, pneumonia de dragão não piora assim tão rapidamente, piora?
Nossa, as notícias correm rápido, não é? E o fofoqueiro ainda somos nós.

Ana – Na realidade... Minha família inteira sabia que eu gostava do Remo. Então, qualquer notícia útil... elas contavam para minha mãe.
( risos )


Dei de ombros.
-Talvez tenha sido outra coisa, não sei. Ele não me explicou direito na carta. – bocejei levemente. – Agora, se não se importam... vou subir e desabar na minha cama, estou exausto.
Pedro murmurou concordando. Ana suspirou resignada e se levantou, voltando para o dormitório, seguida de Ana e Alice.

Sirius – ( pigarreia ) Se não se importa... minha vez.

Se houvesse sido combinado, não sairia tão perfeito como o ser que agora narra estes fatos. Lílian não precisou do meu olhar significativo para saber que eu gostaria de estar a sós com Lisa.
-Bom... – ela bocejou da mesma forma que Tiago fizera a pouco. – Vou indo também. – ela piscou o olho para mim e eu sorri em resposta.
Lisa soltou um longo suspiro e se levantou também.
-Espera... – falei num tom calmo.
-O que foi... Sirius. – ela desabou de volta no sofá e fitou o chão atentamente.
O tom de voz doce e ao mesmo tempo cansado com que ela murmurou o meu nome fez meu corpo se arrepiar inteiramente.
-Será que podemos conversar?
-Por que isso agora? – ela se virou para me fitar enquanto eu me sentava ao seu lado. Feição inexpressiva.
Não sei se eu já contei isso para vocês, mas... na maioria das vezes é quase que impossível perceber o que a Lisa esta sentido no momento, mesmo que você observe atentamente a sua face. Ela pode estar aos prantos por dentro, mas simplesmente pode te receber com um enorme sorriso no rosto. Descobri que, somente com a convivência é que se percebe quando ela esta mentindo ou falando a verdade. Ou se está escondendo algo da gente.

Lílian – Sirius está inteiramente correto.
Lisa – E ele que não estivesse.
( risos )
Sirius – Claro, eu conheço perfeitamente a minha perfeita namorada.
( risos )


-O fato de estar fazendo isso tudo pelo Remo, não significa que você seja maduro o suficiente, Sirius. – ela completou rapidamente.
-Não é no sentido de ser maduro ou não, Lisa. Eu não vim te perguntar isso.
-O quê então? – ela ergueu uma sobrancelha. – Conselhos amorosos?
-Nossa, você não é nem um pouco irônica. – eu murmurei revirando os olhos. Ela riu fracamente e eu sorri em resposta.
-Não consigo evitar esse meu lado quando estou perto de você.
Um silêncio quase que constrangedor se instalou entre nós. E eu a fitei surpreso. Era a primeira vez que isso ocorria entre nós. Lisa abraçou os joelhos e continuou a fitar o chão a sua frente.
-O que quer falar para mim, Sirius? – ela perguntou num sussurro.
-Você ainda me acha um homem inconfiável? – indaguei no mesmo tom.
-Não sei o que pensar agora. Estou... tão confusa.
-Liz... Se eu te fizer uma pergunta, você me responderia?
-A depender do que você me perguntasse.
-É verdade que você gosta mesmo de mim?
Percebi que ela prendeu a respiração por breves segundos.
-C-como assim?

Lisa – Negue enquanto puder, ou então, até ter plena certeza dos sentimentos dele... esse é o meu lema.
( risos )


-Sabe... gostar, amar, sentir desejo, atração... estar apaixonada. – eu gesticulei nervosamente a medida que falava.
-Por você?
-Não, pelo Tiago. – falei ligeiramente aborrecido.
-Quem gosta do Tiago é a Lily... bem, eu acho. – ela falou pensativa.
-Lisa! Não mude de assunto.
Ela riu fracamente – ou deveria dizer nervosamente?
-Você não respondeu a minha pergunta. – afirmei sério.
-Por que você está me perguntando isso?
-Por que você sempre tem que responder às minhas perguntas com outra?
Ela mordeu o lábio inferior e fitou a janela distraidamente.
-Podemos dizer que é fácil se apaixonar por Sirius Black. Você tem praticamente todos os atrativos que uma mulher deseja em um homem. É bonito, tem um belo porte, belo corpo, além de ser extremamente engraçado e sexy. – ela corou um pouco no que eu sorri marotamente. – Mas, como eu disse, não sou igual as outras garotas que você já conheceu.
-Isso é uma negação, então?
Devo comentar isso aqui: odeio quando ela fala em “enigmas”.

( risos )

Ela deu de ombros.
-O que você acha melhor. – ela falou se levantando. – Acho melhor você ir dormir também, Sirius, sua aparência não é das melhores.
-Lisa! – eu exclamei suplicante enquanto ela se ia... novamente.
Ela parou e ficou quietar por alguns minutos. Suspirou e voltou-se para mim lentamente.
-Sim?
-Por que você sempre tem que ser assim?
-Assim como? – ela me fitou confusa.
-Me deixa sem uma resposta? – falei beirando a raiva.
-E você gostaria de tê-la?
-Se não gostasse de tê-la, porque então insistiria tanto?
-Talvez aumentaria um pouco seu ego ao constatar que eu sou mais uma que caiu de amores por você.
Ela virou-se rapidamente e subiu as escadas correndo. Eu esmurrei o sofá com raiva e senti as lágrimas que caiam pelo meu rosto. Por que me interessar justamente pela qual mais me ignora?

Lisa – Você chorou? E eu não vi isso? Ah, Si, que fofinho!!!
Sirius – Ela adora se divertir com o sofrimento alheio.
( risos )


Subi as escadas lentamente e desabei na cama com a roupa do corpo. Não sei por quanto tempo eu estava ali, fitando o teto, sentindo aquele gosto salgado das lágrimas sobre os meus lábios. Aliás, não sei nem porque eu estava chorando naquele momento... talvez de raiva. É, era raiva. Raiva por saber que tudo estava tão na cara e ela se recusava admitir. Raiva por saber que, por causa dela, eu não a podia fazer feliz do modo que eu desejava. Raiva por saber que ela, mesmo tentando esconder, está sofrendo... por minha causa. Por achar que tudo o que eu digo é mentira e duvidar da convicção com que eu digo que a amo... mesmo que implicitamente.
A porta do banheiro se abriu num rangido e me despertou dos meus pensamentos. Enxuguei as lágrimas de qualquer jeito e fitei o teto. Tiago, saiu do banheiro e andou em direção à cama dele. Por sorte, ele não me notaria e eu podia sofrer em paz. Mas, como eu não tenho sorte, a primeira coisa que eu ouvi quando ele se aproximou foi um...
-O que houve? – ele perguntou relutante. Minha cara não devia ser das melhores.
-Nada, esta tudo bem. – respondi amargo.
-Não se está tudo bem quando alguém exibi a cara que você está exibindo agora. –ele falou seriamente enquanto enxugava os cabelos.
-Eu estou bem, Tiago, é sério! – falei um pouco exaltado.
-Foi a Lisa? – ele sentou-se na sua cama e me fitou atentamente. – Você está gostando dela, não esta?
-Não enche! – falei entre dentes.
-Não adianta negar que você está sofrendo por causa dela, Sirius. – ele falou seriamente. – Você está apaixonado por ela, só não quer admitir.
Sentei-me na cama irritado.
-Você estava chorando?
-Não. – respondi friamente, passando a mão inconscientemente pelo rosto.
-Estava sim. – ele retrucou firmemente.
-Não estava.
-Quer conversar? – ele franziu o cenho confuso.
-Acho que a melhor coisa que você tem a fazer é me deixar sozinho. – me levantei irritado, me dirigindo para o banheiro, batendo a porta fortemente ao passar. Pude ouvir o bufo de raiva do Tiago quando eu me tranquei no banheiro.
Tomei um banho rápido, tentando não pensar em nada. Mas a frase que Tiago me disse não saia da minha mente. “Você está apaixonado por ela, só não quer admitir”.
Suspirei e abri a porta do banheiro, para encontrar Tiago ainda na mesma posição e me encarando firmemente.
-Não enche, ok? – falei sério.
-Por que você não admite logo de uma vez?
-Como? – ergui uma sobrancelha e procurei o meu pijama dentro do malão distraidamente.
-Não faça a mesma coisa que eu fiz, Sirius. Pode ser tarde demais.
-Guarde suas opiniões para você, Tiago, sim? – respondi seriamente.
-Você só tem mais ou menos sete meses para admitir o que está sentindo. – ele disse com um leve tom de descaso, enquanto se enfiava nas cobertas e recostava as costas na cabeceira da cama. – Espero que não seja tarde demais.
-Posso saber do que você está falando? – perguntei enquanto vestia a blusa do pijama.
-Você sabe.
-Claro que não sei! – eu segui o mesmo exemplo dele e o fitei irritadamente.
-Faça como quiser, eu não vou te obrigar a nada.
-Mas parece que pretende.
-Sou seu amigo, me sinto no direito de me “intrometer” ao perceber que ele está fazendo uma burrada.
-Eu não estou fazendo uma burrada!
-Como não, Sirius? – ele, que durante aquele período inteiro estava fitando a porta à sua frente, virou-se para mim irritadamente. – Olhe só para você! Você estava chorando! Em todos esses anos em que conheço você, eu nunca te vi chorar. Você sempre foi o mais forte do grupo. E, agora, olhe só para você.

Lílian – Do modo que Tiago falou dava a entender que Sirius já estava em estado depressivo e com a varinha apontada para si mesmo...
( risos )


-Eu estou bem, Tiago, desencana, ok? – falei rapidamente.
-Ô, está ótimo. – ele retrucou irônico.
-Eu já disse que estou. – repeti irritadamente. – Cuide da sua vida que eu cuido da minha, ok?
Ele apenas me olhou emburrado e estreitou os olhos.
-Ok. Se você prefere guardar tudo para si e não desabafar com os amigos...
-Eu não estou guardando nada para mim, Tiago.
-Achei que éramos amigos, Sirius.
Começou a sessão. Somos amigos e por isso...
-Somos amigos, Tiago e por isso mesmo você precisa entender o meu lado.
-E por sermos amigos, você deve entender que minha intenção é só ajudar. Se não se lembra Sirius Black, eu e a Lisa somos amigos.
-Eu já disse, o problema não é a Delacourt. – falei seriamente.
-Claro que é. Vocês ficaram sozinhos lá embaixo. E você não estava assim antes do “encontro” que teve à sós com ela.
-Eu não estou assim por causa dela.
-Seria bom desabafar às vezes sabia?
Bufei de raiva.
-E o que me diz de você?
Outro estreitar de olhos.
-Comigo é diferente, Sirius, a Lílian me odiava. Eu tinha receios de me declarar... ainda tenho. – ele suspirou. – Mas a Lisa... ela... ela ama você, de verdade.
-Como saber se é mesmo verdade?
-Você é que é besta demais, Sirius.
-E você, intrometido demais.
O silêncio reinou no dormitório e eu senti o clima estranhamente pesado entre mim e o Tiago. Ele me encarava com um olhar extremamente sério e eu fazia o mesmo, um pouco ofegante. Devo concordar que foi um motivo besta... mas ele simplesmente soltou um:
-Ótimo, então eu não me intrometo mais em sua vida.
Virou de lado e foi dormir.

Lílian – Pronto, agora é a minha vez.

Estava vestindo o meu pijama quando eu vejo um mar de cabelos castanhos jogar-se em cima de mim. Era Lisa.
-Lily... ele sabe. – foi tudo o que ela conseguiu dizer antes de reprimir um soluço.
-Sabe do quê, Lisa?
Ana e Alice nos olharam confusamente, no que eu apenas acariciei de leve os cabelos dela.
-Ele descobriu.
Bom, se ela me dissesse quem era ele, eu estaria satisfeita.
-Ele quem, Lisa? – perguntei calmamente.
-O Sirius...
Ela se separou de mim lentamente e ergueu o olhar extremamente marejados para mim.
-Ele descobriu que eu gosto dele.
-Sim, e por que você está chorando? Qual o drama nisso?
-Eu não sei... – ela falou rapidamente, enxugando as lágrimas e depois exibindo um fraco sorriso. – só sei que ele ficou muito irritado por eu não ter dito nada.
Eu revirei os olhos quando ela riu fracamente.
-Odeio quando você faz isso.
Ela piscou os olhos, no que somente duas lágrimas caíram.
-Acho tão divertido. – ela rodopiou um pouco e desabou na cama. – O que será que ele vai fazer agora?
-Dormir? – Ana indagou arrancando o riso das outras.
Lisa olhou feio para ela e continuou.
-Não estou falando nesse sentido, estou falando no sentido de mim. O que será que ele vai fazer agora?
-Bom... talvez quando você dormir consiga entrar na mente dele e conseguir alguma informação. – falei calmamente. – Você fica aí tentando enquanto eu vou dormir.
Houve mais uma crise de riso e Lisa jogou um travesseiro em mim.
-Chata!

Tiago – Devo concordar...
Lílian – TIAGO!
( risos )


-Eu me esforço muito para isso. – respondi de imediato.

Lílian – Nenhum comentário, Sirius.
Sirius – Mas eu não disse nada!
Lílian – Mas ia abrindo a boca para falar.
( risos )


Eu joguei o travesseiro de volta nela, no que ela apenas abraçou e deitou-se de barriga para baixo, me fitando atentamente.
-E o que você foi fazer na Torre de Astronomia, Lily? – ela perguntou calmamente, enquanto checava as unhas.
-Eu? Bem...
-Tiago... – ela sussurrou risonhamente.
-Lisa!
-Você está gostando dele? – disseram Ana e Alice ao mesmo tempo.
-Claro que não! – falei emburrada. – Só que, infelizmente, ele não está mais no topo da minha lista negra.
-Passou para a lista vermelha?
-Ele não passa de um nome numa folha de papel sendo levada ao vento. – conclui no mesmo tom.

Tiago – Ainda sou um mero nome numa folha de papel voando, Lílian?
Lílian – Você quer mesmo que eu responda?
Tiago – Você sabia que estas suas indagações me causam medo?
( risos )
Sirius – Mas, pelos cabelos constantemente arrepiados, você pode ser considerado um papel jogado ao vento Tiago.
( risos )
Lisa – O Sirius realmente viaja.


-E você conseguiu agarrar a folha, Lílian? – ela ergueu uma sobrancelha desconfiada.
Em resposta, fiquei levemente constrangida.
-Ah, cala essa boca! – falei emburrada, enquanto abria o meu malão.
-O que você vai fazer Lílian? – Ana indagou curiosamente.
-Vou vestir o uniforme. Daqui a pouco vamos ter que descer mesmo... – falei calma.
-Mas, você não acabou de vestir o pijama novamente?
Corei furiosamente.
-Hum, mudei de idéia.
Uma explosão de risos foi ouvida, no que eu fiquei mais vermelha ainda.
-Eu não sei quanto a vocês duas. – Lisa falou para Ana e Alice num bocejo. – Mas, essas duas horas preciosas de sono não vão ser trocadas por nada nesse mundo.
-Nem pelo Sirius? – Alice falou enquanto se deitava também.
Lisa sorriu fracamente.
-Se ele quisesse me acompanhar no sono...
-E vocês dormiriam? Com tanta coisa para fazerem... juntos? – indaguei descasualmente.
-Lílian!
Ri fracamente enquanto entrava no banheiro.
Quando voltei, minhas amigas já estavam a dormir. Peguei um livro qualquer e desci para o salão comunal.
Passos ecoavam na escada a o meu lado. Olhei rapidamente e senti meu corpo gelar por parecer que era Tiago. Mas, quando olhei melhor, percebi que era o Sirius.

Tiago – Foi uma grande decepção para você não, ruivinha?
( risos )
Sirius – Caro Pontas, é sempre uma honra para as garotas verem alguém tão perfeito como eu.
Lílian – Eles se acham tão importantes, não?
( risos )


-Lílian? O que você está fazendo aqui? – ele perguntou surpreso.
-Isso é o que eu também pergunto a você, Sirius. – eu retruquei risonha. – Sem sono depois de tudo?
Ele apenas deu de ombros.
-Pois é. – concluiu num fraco sorriso.
-O que é que está acontecendo? – disse calmamente enquanto me sentava no sofá.
Sirius sentou-se ao meu lado.
-Me permite? – ele falou apontando para minha perna.

Tiago – Mais que oferecido não?
( risos )


-Claro! – falei risonha no que ele descansou a cabeça no meu colo, ficando deitado de bruços.
-Sessão sorumbática. – ele falou calmamente, no que eu ri. – Pronta para ser minha... como é mesmo o nome? Psilc...
-Psicóloga. – completei rapidamente. – O que te aflige?

Lisa– Eu me pergunto, porque você não falou com o Tiago?
Tiago – É, boa pergunta.
Sirius – Bem, as coisas que eu perguntaria para a Lílian, só mulher entenderia.


-Bom, meu problema é real. – comecei em tom risonho. – Ela tem nome, sobrenome e um corpo extremamente maravilhoso.
-Lisa Delacourt. Sei... – ela falou seriamente.
-Então... você pode me explicar como funciona a mente de uma garota?
Lílian gargalhou fracamente e, com um sorriso maroto, percebi que ela acariciou meus cabelos gentilmente.
-É um pouco complexa para o seu pequeno cérebro, Sirius.
-Você não devia estar aqui para me animar? – falei emburrado.
-Não combinamos essa “consulta”, Sirius. Tenho o direito de falar o que eu quiser.
-Ótimo. – conclui revirando os olhos. – Se eu amanhecer morto na manhã seguinte, já sabe a responsável pelo meu suicídio.
-Faria um tão bem a essa escola...
Ela gargalhou, no que eu a segui.
-Você já a convidou para sair?
-Não. Ela não aceitaria... novamente.
-Você fez da maneira errada, Sirius. – ela falou seriamente. – Você não devia perguntar se ela era apaixonada por você antes de demonstrar seus verdadeiros sentimentos. Antes de tudo, vocês devem estabelecer nem que saiba um tênue vinculo entre vocês. Para que se conheçam melhor antes de mais nada.
-Como você está fazendo com o Pontas?
-Não colocamos Tiago nessa história. Você está desviando do assunto. Viemos aqui para falar da Lisa.
-Você mesma falou que nada foi “arranjado” entre nós?
Ela corou fracamente, no que eu gargalhei.
-Mas... não quero conversar sobre o Potter no momento. – ela falou calmamente.
-Está confusa sobre os seus próprios sentimentos? Ele finalmente está te conquistando, Lílian?
-Quer calar essa boca? – ela retrucou emburrada.
-Ok, ok. Eu fico calado. Continue.
-O medo dela se iludir com você talvez seja o principal empecilho entre vocês dois. Você sabe que sempre foi um conquistador, Sirius. – ela parou de mexer nos meus cabelos e me encarou firmemente.
-Sempre estive em busca da “garota ideal” por assim dizer... – eu suspirei. – sim, eu sei. Mas não pense que eu também não sofri pelo fato de não conseguir me apegar a ninguém, Lílian. É muito ruim dizer simplesmente acabou, ver as garotas perguntando para você no que elas erraram, sendo que o erro está dentro de si.
Ela suspirou profundamente e recomeçou a acariciar os meus cabelos. Eu sorri levemente.
-É tão bom esse cafuné. – falei marotamente. – Você pode fazer mais vezes, Lílian?
Ela riu.
-Se você me der galeões em troca disso... – ela falou como quem não quer nada.
-Galeões? Está me achando com cara de Gringotes?
-Você não herdou uma fortuna? – ela retrucou risonha.
-Mas será usada para fins mais importantes.
-Quais? Fundo de poupança para os seus filhos?
-Bem... – eu mordi o meu lábio inferior lentamente. – Também mas... meu sonho de consumo é comprar uma moto.
-Uma... moto? – ela perguntou curiosamente.
-Claro! Uma bem prateada e negra, deslumbrante de preferência. Uma que seja a minha cara. Pelo menos eu sei que com ela serei feliz. Ela será a única que me entenderá... – falei num tom choroso.
Lílian gargalhou.
-Você realmente está precisando de uma terapia. Onde está o Sirius galanteador? Conquistador de corações? O ser mais perfeito do universo? – ela ergueu uma sobrancelha confusa.
-Pergunte para sua amiga, ela que me fez ficar assim.
-Sirius... você pensou na possibilidade de estar gostando da Lisa?
Eu rapidamente me sentei no sofá.
-Você também? Não já basta o Tiago ter me torrado a paciência com isso... eu já disse, Lílian, sou volúvel demais para ficar com uma mulher só... eu sei disso.
-As pessoas mudam, Sirius. Você pode muito bem ter mudado também. Talvez tenha achado o que tanto procurava.
-Acho que não...
-E por que tanto interesse nela? – ela retrucou erguendo uma sobrancelha.
-Talvez... se eu a entendesse melhor, eu também me entenda.
-Em que sentido?
Eu apenas dei de ombros.
-Essa é uma pergunta sem resposta, Lílian.
-E o que você vai fazer?
-Deixar como está. – disse enquanto me levantava. – Bom, vou tentar dormir um pouco agora. Meu sono voltou.
-Mas, Sirius...
-Temo fazer com ela o que eu sempre fiz com as outras, Lílian. – eu voltei o olhar para ela rapidamente. – E eu não gostaria que a Lisa sofresse assim como elas.
-Não percebe que você a ama?
Ouvi Lílian gritar enquanto subia as escadas. Eu não respondi. Sabia que aquela indagação tinha uma resposta afirmativa cada vez mais inevitável.

Remo – Sinceramente, não sei qual o mais cabeça-dura, o Sirius ou o Tiago.
Sirius – O Tiago, sem sombra de dúvidas! Ele não demorou cerca de três anos para admitir que estava apaixonado pela Lílian?
Tiago – Mas você, apesar de ser somente alguns meses depois, ficou tentando negar algo já inegável.
Remo – Er, Tiago, você também fez o mesmo.
( risos )
Tiago – Hum, tem razão...
( risos )


Apesar de ter ido dormir quase cinco horas da manhã, creio eu, acordei relativamente cedo. Umas dez horas, por aí. Tentei pegar no sono novamente, mas, depois que se acorda e se percebe os roncos de Pedro, é que eu me pergunto como eu estava conseguindo dormir com aquilo ecoando pelo quarto... e que é impossível tentar dormir novamente.
E o que eu fiz? Bem, depois de ter tomado um susto ao me ver no espelho, decidi tomar um banho e me arrumar para descer. Foi mais dormindo do que acordado que eu me vesti, “ajeitei” os cabelos e desci para a sala comunal.
-Bom dia, Potter. – ergui os olhos ao ouvir aquela voz e sorri involuntariamente.
-Ah, olá, Lily.- eu soltei um grande bocejo. – E, o que você está fazendo aqui?
-Ah... – ela ficou levemente constrangida e sorriu fracamente.
-Me esperando? – perguntei roucamente, enquanto erguia uma sobrancelha.
-Não... e sim.
-Como assim não e sim?
-Não, porque eu só estou aqui porque... eu acordei tarde e a aula está quase acabando e não tinha cabimento eu assistir a aula. Sim, porque eu decidi ficar aqui.

Tiago – Você mentiu, Lily?
Lílian – Como...?
Tiago – No relato que você fez a pouco, disse que não estava com sono e ia se aprontar. Agora, eu me lembro perfeitamente que você disse que acordou tarde. Você mentiu para mim?
Lílian – Sim...
Tiago – Quer dizer que... você estava mesmo me esperando?
Lílian – Na realidade... eu não estava com cabeça para assistir aula, e fiquei na sala comunal para pensar um pouco.
Tiago – Em mim?
Lílian – De certa forma, sim...
Sirius – A ruivinha ficou mesmo chocada com o fato dele ser animago...
( risos )
Tiago – Merlim, você pensa demais, não Lílian?
Lílian – É... mas não gosto muito de fazer isso agora... vejo o quanto me arrependi de ter aceitado me casar com você.
( risos )
Tiago – Como se eu fosse acreditar...
( risos )


-De certa forma, você queria me encontrar? – eu franzi o cenho, confuso.
-Queria saber como... como está sua mão.
-Só por isso? – eu falei ligeiramente decepcionado. – Ah, ela está boa.
-Sério? – ela me olhou desconfiada.
-Sério!
-Tem certeza?
-Absoluta.
-Você não está fingindo, está?
-Claro que não!
-Sei...
Eu gargalhei gostosamente quando ela cruzou os braços e me olhou emburrada.
-Você não acredita em mim? – falei risonho.
-Nem sempre. Agora é uma das vezes em que eu não acredito.
Eu meneei a cabeça, caminhei lentamente e desabei no sofá ao lado dela. Bocejando levemente eu ergui a minha mão para ficar na direção do rosto dela.
-Olhe por si própria.
Ela segurou minha mão calmamente e a fitou atentamente. Eu apenas recostei a cabeça no encosto do sofá e fechei os olhos.
-Você fez um novo curativo? – ela perguntou depois de alguns minutos.
Eu virei o rosto para encara-la e assenti levemente.
-Mas...
-Não quero que você me “mate” novamente. – falei risonho.
-A pessoa ajuda e você ainda acha ruim. – ela resmungou.
-Claro que eu achei ruim, você queria me assassinar praticamente! Eu ia morrer de tanta dor, Lílian!
Ela revirou os olhos divertida e depois gargalhou.
-Você é muito exagerado, Tiago Potter.
-Sou um mero realista, Lílian Evans.
-Posso confessar uma coisa? – ela me encarou firmemente, no que eu me ajeitei no sofá ansioso.
-Sou todo ouvidos.
-Você está com uma aparência péssima. – ela falou antes de gargalhar. Eu realmente esperava que ela se declarasse.

Sirius – E eu comento novamente... apesar do Remo ter dito pela outra vez... foi o Remo não?
( risos )
Sirius – Você sonha demais Pontas.


-Ah, obrigado. – disse num falso resmungo. – Hoje, pela manhã, não sei se fui eu quem tomei susto comigo mesmo ou se foi meu reflexo.
-Você não disse que ia ficar dormindo?
-Eu bem que tentei, mas... quando você acorda e ouve os roncos do Rabicho, é impossível dormir.
Ela prendeu o riso.
-E você ainda está com sono?
-Mais ou menos. – falei calmamente.
Lílian se levantou um pouco corada e deu a volta, ficando atrás do sofá. Eu apenas a fitei confusamente.
-Lílian...
-Pode deitar. – ela falou um pouco corada.

Tiago – Por que quando foi o Sirius ela o deixou deitar a cabeça no colo dela?
( risos )
Sirius – Porque ela me ama.
Lílian – Porque o Sirius era meu amigo há mais tempo que você.
( risos )


-Ah, e você vai ficar em pé? – falei um pouco surpreso.
Ela negou com a cabeça e sentou-se no encosto do sofá.
-Grande exemplo, querida monitora-chefe. – falei risonho.
-Não vejo problema algum nisso. – ela cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha. – Não sou tão certinha como você acha que eu sou Tiago... Potter.
Eu sorri fracamente enquanto me esbanjava no sofá.
-E o que faremos agora? – perguntei curiosamente para ela.
-Eu podia ficar vendo até quando você agüenta não cair de sono estando deitado nesse sofá. – ela falou prendendo o riso.
-E eu, até quando você vai agüentar ficar sentada no encosto desse sofá.
-Devo concordar que está ligeiramente desconfortável. – ela falou numa careta.
Eu abri a boca para falar que tinha lugares melhores para ela ficar, o meu colo, por exemplo, mas desisti no minuto seguinte. O que eu não esperava – apesar de ser inevitável, já que ela estava olhando para mim – foi ela ter me visto abrir e fechar a boca logo em seguida.
-Queria falar alguma coisa? – ela me perguntou curiosa.
-Não, nada. Pensei besteira.
-Não é o que você sempre pensa? – ela disse com um sorriso no canto dos lábios.
-Depois dessa eu vou até ir embora. – eu falei risonho.
-Tão tarde?
Nós dois nos entreolhamos e começamos a gargalhar gostosamente. Lílian deu a primeira escorregada, mas, infelizmente, se ajeitou a tempo. Suspirei profundamente.
-Você vai passar o natal aqui ou na casa dos seus pais, Lílian? – eu perguntei docemente.
A ruiva apenas deu de ombros.
-Não sei ainda. Tudo vai depender da resposta da minha mãe.
-Como?
-Bom... Petúnia, a minha irmã, ela se casou. E eles querem passar o Natal com as duas famílias juntas. – ela suspirou. – E... eu sei quando não sou bem-vinda em um lugar e, certamente, se o Natal for assim, essa é uma das ocasiões.
-Sua irmã te odeia tanto assim?
Ela assentiu levemente.
-Eu ainda procuro entender o porquê, mas simplesmente não consigo.
-Talvez seja inveja, não? – falei seriamente.
A ruiva apenas deu de ombros e suspirou.
-Apesar de tudo, eu gosto dela. – ela meneou a cabeça e virou-se para mim sorrindo. – E você?
-Também não sei... – falei calmamente. Claro! Tendo a remota possibilidade da Lílian ficar em Hogwarts, sozinha, eu vou dizer que a Sra Potter me disse que, se eu não aparecer no Natal ela vem me buscar e me leva arrastado para casa? E que o Sirius também disse o mesmo, porque quer TODOS os marotos reunidos na bagunça que ele chama de casa e comemorar o primeiro Natal dela? Sorri bobamente ao pensar na tênue possibilidade de ficarmos sozinhos durante as férias de Natal, pelo menos no salão da Grifinória.

Remo – Ele realmente é um sonhador...
( risos )


Mas, com uma careta, lembrei que tem sempre aqueles malas dispostos a atrapalharem o meu plano.
-Por que não sabe? – ela perguntou curiosamente.
-Bom... Minha mãe quer que eu passe o Natal com ela. O Sirius quer que eu passe o Natal com ele. E eu... – quero passar o Natal com você, completei em pensamento.
-Você...
-Eu não sei o que fazer. – eu gargalhei fracamente. – Talvez a fuga seja Hogwarts.
-Você foge assim dos seus problemas? – ela ergueu uma sobrancelha. – Onde está a sua coragem Grifinória? – ela disse risonha.
Eu deixei escapar uma careta.
-Você fala isso porque nunca foi alvo da fúria de Sirius ou da Sra Potter. Eles realmente são de dar medo.
Ela prendeu o riso.
-Talvez eu reveze. Ano novo com Sirius e Natal com a Sra Potter. Ou o contrário. Ou então aqui em Hogwarts mesmo.
-Eu sempre passo o Natal e o Ano Novo com meus pais, apesar de toda a implicância da Petúnia comigo.
-Quer mudar esse ano? – indaguei rapidamente.
Lílian apenas deu de ombros.
-Lisa me falou sobre esse Natal e Ano novo na casa do Sirius...
-E você vai?
Ela gargalhou.
-Não quero ser penetra em festa alguma.
-Você passaria esse recesso inteiro na casa do Sirius? – eu ergui uma sobrancelha.
-Eu confio nele. – ela sorriu fracamente. – Sei que não me faria mal algum.
-A não ser que vocês dois dormissem na mesma cama e ele te agarrasse pensando que você ela a Lisa. – falei um pouco emburrado.
-Talvez eu o agarrasse pensando que ele seria outra pessoa... – ela falou calmamente.
-E quem seria essa pessoa? – eu me sentei no sofá rapidamente, disposto a não perder uma sílaba daquela futura revelação. Preciso dizer que o meu cérebro e meu coração ergueram uma faixa do tamanho de Hogwarts que dizia “Eu, Eu, Eu” com aquela cor vermelho-sangue nas letras, fundo dourado e letreiros luminosos apontando para ela?

( risos )

Acho que meus olhos deviam estar prateados de tanto que brilhavam de expectativa.

Sirius – Tolos apaixonados...
Lisa – Espero que você também tenha se incluído nessa frase.
( risos )


Ela ergueu uma sobrancelha, apesar de um pouco corada.
-Ninguém interessante. – ela me empurrou levemente pelo rosto, me fazendo deitar de volta no sofá. – A curiosidade matou o cervo, Tiago Potter.
Ela gargalhou ao presenciar a minha cara indignada.
-Por que será que essa frase me lembra alguém? – eu falei pensativo.
Ela gargalhou fracamente.
-O Sirius tem mania de falar isso. Agora entendi a frase finalmente. – ela falou risonha.
-Se eu sair chutando os nomes dos possíveis garotos, você me diria se é um deles ou não?
-Você acha mesmo que eu te contaria? – ela ergueu a sobrancelha.
-Se fosse eu, provavelmente não.
Ela nem negou nem afirmou, apenas ficou me encarando firmemente.
-Estou certo, não é?
-Talvez... – ela falou sorrindo fracamente, as bochechas ficando levemente rosadas.
-Eu quero uma resposta concreta, L...
-BOM DIA, RUIVINHA!
Merlim, eu juro, eu mato esse cachorro enxerido na melhor das oportunidades!

Sirius – Gente, olha só como ele me ama!!
( risos )


Quer dizer, nem tanto...

Sirius – Assim você me magoa, Pontas, nem tanto?
Tiago – Eu voltei a narrar seu idiota!
( risos )
Remo – Eles realmente se amam.
Sirius – Quer dizer que você queria me matar... nem tanto. Conclusão, você me ama.
Lisa – Isso pega mal, Sirius, se lembra da forma animaga do seu amigo.
( risos )
Tiago – Hey!
( risos )
Tiago – Lily, você não vai me defender?
Lílian – Estamos brigados, quanto mais você ficar magoado, mas estará cedendo a mim.
Tiago – Traidora.
Lílian – Você também já disse isso amado Ti.
( risos )
Tiago – Er, continuando...


Com o susto, Lílian se desequilibrou totalmente e, para se impedir de cair em cima de mim, acabou por segurar firmemente a minha coxa, no que eu me arrepiei intensamente. Mas isso não impediu que ela caísse no meu colo, e apertasse mais ainda a minha coxa para não acabar caindo no chão.
-Bom dia, Sirius. – ouvi Lílian murmurar.
-Está sozinha, Lílian? - a face marota de Sirius apareceu um pouco acima da minha. – Ah, bom dia Pontas.
Eu apenas resmunguei algo que eu nem me lembro mais o que foi e suspirei quando Lílian se ajeitou, ficando sentada no meu colo.
-D-desculpe, Pot-Potter. – ela falou extremamente corada, tirando a mão de cima da minha coxa. – Eu... – ela pigarreou levemente.
-Sem problemas Lílian. – sussurrei roucamente.
-Atrapalhei alguma coisa? – ele sorriu cinicamente. E eu desejei esgana-lo imediatamente.
-Não. – ela respondeu no meu lugar. – Estávamos só conversando.
-Conversando... sei... – ele ergueu uma sobrancelha. – E o que você estava fazendo com a mão na coxa do Pontas, Lílian?
-SIRIUS! – ela arregalou os olhos levemente. – Você me assustou, eu tentei me segurar e acabei... bem, você sabe.
-Ainda precisa ficar no colo dele? – ele falou risonho.
Lílian corou mais um pouco, olhou da minha face extremamente emburrada para si própria e se levantou num pulo.
-Claro que não, eu só...
-Queria continuar no colo dele.
-Isso... não! Eu não queria. – ela falou rapidamente.
-Tem certeza, Lílian? – ele falou marotamente.
-SIRIUS!
O Sr Inconveniência em Forma de Gente Black gargalhou mais ainda no que eu revirei os olhos.
-A propósito a senhorita esta convidada a passar o recesso na minha humilde casa. Quanto ao Tiago... se você não aparecer lá em casa, Pontas, você já sabe o que te espera. – ele completou ameaçadoramente.
-Se entenda com a Sra Potter, então...
-A titia Sarah me ama, ela vai entender...
Uma luz se acendeu em minha mente e eu fuzilei Sirius com o olhar. Se ele sabia disso, quer dizer que ele estava OUVINDO a minha conversa com a Lily. Hey, ele mesmo não disse que iria me ajudar com ela? Cachorro traidor.
-O que foi Pontas, não está se sentindo bem?
-Você sabia que é falta de respeito ficar ouvindo a conversa dos outros, Almofadinhas? – falei emburrado, enquanto me sentava no sofá.
-Você estava deixando a ruivinha constrangida, Pontas... eu tive que ir em socorro da minha amada amiga.
Lílian riu fracamente, levemente corada.
-Pode responder a minha pergunta agora, Lílian?
-O que você perguntou mesmo? – ela perguntou calmamente.
-Hum... esqueci. – eu falei indignado.
-Então, não posso responder. – ela falou se sobrepondo as gargalhadas de Sirius.
Eu lancei meu olhar mais fuzilante para Almofadinhas, no que ele prendeu o riso.
-Então... – disse Sirius puxando Lílian por um braço, me empurrando gentilmente para o lado. E se sentando em MIM E LILY. – Quando é que vocês vão...
Lílian olhou para Sirius curiosamente, enquanto eu corava furiosamente.
-Vão o quê, Sirius?
-Vão me dar a resposta...
-Que resposta? – eu perguntei de imediato.
-Vão para a minha humilde casa ou não?
-Não sei... – falamos ao mesmo tempo e nos entreolhamos.
Lílian corou fracamente e desviou o olhar. Eu apenas olhei para a frente e suspirei profundamente.
-Por que vocês têm que ser tão indecisos assim?
-Eu ainda estou esperando a resposta da minha mãe. – Lílian falou seriamente. – E do mesmo modo, preciso perguntar para ela se ela me permitiria passar os dias na sua casa.
-Você já sabe o porquê. – eu resmunguei em resposta.
-Acho que o seu motivo é outro... – ele olhou automaticamente para Lílian. – E você acha que sua mãe vai deixar, ruivinha?
Ela apenas deu de ombros.
-Pena... – ele sussurrou. – E a Lisa?
-Por que você não pergunta para ela? – Lílian ergueu uma sobrancelha.
-Bom... O Pontas que a convidou. Ela certamente só dará a resposta para ele.
Lílian me olhou curiosamente.
-Você... – ela olhou para Sirius e depois olhou para mim novamente.
Sirius franziu o cenho e eu apenas suspirei profundamente.
-Vocês... ah, esquece. – ela mordeu o lábio inferior. – Bom, acho que está mais do que na hora de irmos para a próxima aula, não?
Eu e Sirius automaticamente exibimos uma careta.
-Por que sempre temos que ter um para nos lembrar de coisas tão desagradáveis?
Lílian riu fracamente enquanto nos levantamos.
Saímos da sala comunal e eu percebi que Sirius ia estrategicamente mais rápido do que nós dois. E, com um sorriso reprimido, percebi que Lílian não estava nem um pouco interessada em segui-lo.
-Tiago... – ela sussurrou, no que eu automaticamente virei o olhar para ela. – Você pretende “namorar” a Lisa?
Eu franzi o cenho.
-Como...?
-Você não a chamou para ir para a casa do Sirius?
-Ah... – eu ri fracamente. – Não, Lílian. Quer dizer... eu convidei. – eu ri mais um pouco. – Mas isso não significa que eu queira “namora-la”.
-Hum... entendo.
-Eu sabia que o Sirius, do jeito que anda atualmente, não teria coragem para chama-la.
-Ele gosta dela, apenas não admite.
-É muito difícil para alguém confessar seus verdadeiros sentimentos, quando não tem certeza dos sentimentos dos outros.
-É verdade... – ela concluiu pensativa. – Vamos...
Eu sorri fracamente e a segui. Talvez eu me declare... um dia desses, quem sabe?

Sirius – Que meloso...
( risos )
Lílian – Meu Ti é tão fofinho...
Remo – Vamos continuar a narração, sim?
( risos )
Lílian – Eu continuo.
Tiago – Eu achava bem melhor você continuar a beijar o meu rosto.
( risos )


-Não sei como vocês conseguem ficar tão calmas! – murmurei aflita. – Estamos indo prestar os NOM’s de Defesa Contra as Artes das Trevas.
-E qual o drama, Lílian? – falou Lisa enquanto ajeitava o rabo de cavalo calmamente.
-Amanhã é Transfiguração...
Ouvi minhas amigas gargalharem. No que eu as encarei emburradas.
-Não ria Lisa, você estava muito pior quando estávamos para fazer o de Feitiços.
Ela reprimiu uma careta e cruzou os braços, irritada.
-Mas, simplesmente, eu não me desesperei um dia antes. Como você está fazendo agora.
-Mas me acordou de madrugada para revisarmos a matéria, alegando que não sabia nada.
Eu gargalhei gostosamente, no que ela me empurrou levemente.
-Lílian, você tem que se preocupar com de agora: Defesa Contra as Artes das Trevas. – falou Ana calmamente, tirando o olhar do livro.
-Sinceramente, Ana, não sei como você consegue ler e andar ao mesmo tempo. – comentou Alice num sorriso.
-Da mesma forma que a Lílian consegue comer e ralhar com o Potter ao mesmo tempo.
Minhas amigas gargalharam, no que eu fiquei emburrada à menção do nome da criatura.
-Vocês tinham que me lembrar desse detalhe? – falei calmamente. – Isso foi suficiente para estragar o meu dia.
-Talvez ele possa piorar... – disse Lisa calmamente.
-Posso saber o que você... – eu parei quando ela apontou para o corredor à nossa frente.
Silenciei. Segundos depois, as gargalhadas espalhafatosas tão conhecidas para mim se aproximavam cada vez mais. Acelerei o passo e praticamente voei pelas escadas de mármore para entrar logo no Salão Principal.
-Remo, essa foi boa! – falei ainda risonho. – Se você não sabe nada, eu sou Merlim.
-Não que eu não saiba de nada. – ele retrucou emburrado. – O fato é que eu não consegui revisar tudo o que eu queria graças a vocês dois! Vocês sabiam que é ligeiramente aborrecedor vocês falarem de garotas quando eu estou tentando me concentrar? – ele continuou num resmungo.
-Você só ficou assim depois que falamos da Colt. – comentou Sirius fazendo descaso.
Remo escondeu o rosto novamente no livro e murmurou.
-Não sei do que raios você esta falando, Sirius!
-Você não nos chamou mais cedo? Então? Aproveitamos o tempo! – retrucou Sirius divertido.
-Eu falei “aproveitar o tempo” no sentido de ESTUDAR!
-E o que estávamos fazendo? – falei com uma sobrancelha levantada. – Estávamos estudando a anatomia do corpo feminino.
Remo suspirou profundamente e fechou o livro ao mesmo tempo em que revirava os olhos. Pedro roia as unhas de ansiedade. Encarei Sirius e vi que ele sorria marotamente.
-Por falar em garotas...
Pude reparar um vulto ruivo desaparecer rapidamente escada abaixo, enquanto as amigas riam. Automaticamente passei a mão pelos cabelos e sorri marotamente.
-Ele não desisti... – ainda pude ouvir Sirius dizer entediado.

...
-Que ele não me siga... Merlim, eu preciso de calma para fazer a prova. Será que ele não pode...
-Boa tarde, Evans. – falei calmamente, engrossando um pouco a voz.
Eu revirei os olhos e me sentei calmamente no meu lugar.
-Ele esta sendo péssimo, Potter, obrigada.
Eu mereço isso? A criatura sentou na cadeira a minha frente e de frente para mim.
-Que eu saiba, Potter. O encosto da cadeira foi feito para as pessoas recostarem as costas.
Ele sorriu daquela forma irritante e apoiou os cotovelos em cima da MINHA mesa.
-Eu sei disso, Evans.
-Pois não parece. – ouvi Lílian murmurar emburrada. – Quer fazer a gentileza de virar-se? Oh, me esqueci... você não sabe ser gentil.

-Eu posso ser para você, se quiser.
Eu virei os olhos para o céu encantado, num pedido mudo de paciência.
-Não, muito obrigada. – falei me levantando da cadeira, extremamente fula da vida. – Passar mal, Potter.
-Vai sair comigo, Evans?
-Se for para te jogar num caldeirão fervente... – falei com descaso, sem nem mesmo ter me virado.
-Interpreto isso como um sim?
Merlim, eu me pergunto. Como um ser pode ser tão idiota, tão imbecil, tão... tapado?
-Claro que não, Potter! – falei emburrada, enquanto os outros alunos entravam na sala. – Não enche!
Aparentemente havia funcionado, pois eu ouvi o suspiro irritante dele e o som da cadeira se arrastando.
-Boa sorte, Evans.
Ela se virou lentamente para mim e sorriu. Inclinei a cabeça e ergui uma sobrancelha e exibi um sorriso maroto.
-Não precisa retribuir apenas por educação, Evans.
-Você pensou, Potter? – ela disse num tom falsamente surpreso. – Nossa, estou estupefata! Mas... para o seu governo, eu não ia lhe desejar boa sorte.
-Não? – indaguei surpreso.
-Não. Você já tem demais.
-Não quando o assunto é você. – eu disse passando a mão pelos cabelos.
-Nem com mil trevos de quatro folhas, ferraduras e pés de coelho você irá conseguir ter sorte.
-O jogo um dia pode mudar Evans...
-Nesse caso, para você, ele só dará revés.
Dito isso, ela se virou lentamente e sentou-se numa das primeiras fileiras. Eu apenas suspirei profundamente ao mesmo tempo em que afundava na cadeira.
-Teve sorte? – Sirius ergueu uma sobrancelha, parando ao meu lado.
Suspirei resignadamente.
-Não me fale nessa palavra. – disse num resmungo.
-Já vi que não...
Almofadinhas gargalhou e se dirigiu para algumas cadeiras atrás de mim. Passei a mão pelos cabelos. Por que essa ruiva tem que ser tão complicada?
Fitei o restante dos alunos entrar no Salão com um olhar extremamente entediante. O professor Flitwick entrou alguns segundos depois.
-Desvirem os exames. – a voz esganiçada do professor Flitwick ecoou pelo salão, no que eu suspirei profundamente. – Podem começar.
Eu lancei um ultimo olhar para a ruiva que estava a várias cadeiras distantes de mim e desvirei o exame.
As horas passaram lentamente e eu, modéstia a parte, achei a prova relativamente fácil. A partir de meia hora faltando, de cinco em cinco minutos, o professor indicava as horas restantes. Realmente, é para desesperar qualquer um... exibi uma feição contrariada, voltando a atenção para minha prova.
-Mais cinco minutos! – eu quase pulei de susto quando a voz dele soou perto de mim. Cinco minutos... escrevi a resposta mais depressa, sentindo a minha mão protestar. Tudo o que eu desejava naquele momento era me ver livre daquela prova e respirar o ar da liberdade novamente.
Descansei a pena em cima da mesa, e me endireitei na cadeira, sentindo a coluna reclamar por ter ficado com o nariz a pouca distância da prova, provenientes da época que eu precisava usar os óculos e não os possuía. Ou talvez, pela ansiedade de terminar aquela bendita prova.
Reli a última resposta, que eu acho que tinha algo a ver com vampiros e coloquei o pergaminho em cima da mesa.
Bocejei tediosamente e passei a mão pelos cabelos. Observei Flitwick passar por uns Corvinais um pouco distante de mim e aproveitei a chance para olhar para Sirius, que estava sentado quatro cadeiras atrás.
Exibi um radiante sorriso, no que ele ergueu o polegar em sinal positivo. Senti vontade de rir ao perceber que ele estava inclinando a cadeira sobre as pernas traseiras. Nem para ele cair... seria uma cena memorável.


( risos )
Sirius – Realmente... que amigo! Esta vendo futuro afilhado ou afilhada, ou o plural de ambos? Estão vendo o pai que têm?
( risos )
Tiago – Eu estava entediado. E rir dos amigos é o melhor remédio. Mas é claro que rir do Ranhoso vinha em primeiro lugar. Mas, ruivinha, porque você escolheu justo essa cena?
Lílian – Estava com saudades dos tempos em que eu te odiava...
( risos )


Uma Corvinal que estava sentada atrás dele o olhava de um modo esperançoso. Mas eu acho que ele não notou. Voltei rapidamente a atenção para a frente e dando uma olhada em Flitwick, deu uma rápida olhada em Remo – revirando os olhos ao perceber que ele estava conferindo as respostas... provavelmente pela segunda vez.

Remo – Para o seu governo, Sr Pontas, era a primeira vez.
Tiago – Como se tivesse necessidade para tanto.
( risos )


Nem olhei para Rabicho. Ele provavelmente estaria olhando para os lados a procura de ajuda para responder algumas perguntas... todas as provas era a mesma coisa. Tirei um pedaço de pergaminho do bolso e comecei a desenhar um pomo de ouro. O objeto que eu adorava desenhar àquele ano. Automaticamente desenhei as siglas “L.E.” no meio do pomo. Quase suspirei profundamente, enquanto fitava aquelas duas letras. Por que ela simplesmente não aceitava sair comigo? Eu estava praticamente enlouquecendo com isso!

Lílian – Pomo? Minha sigla dentro?Você me vê como um prêmio? Explique-se Tiago Potter.
Tiago – Lílian Evans – Pomo de Ouro ( longo suspiro ). Era o seu apelido Lílian. O Sirius que o designou a você quando viu um desses desenhos nas minhas mãos.
Lílian – E...
Tiago – Eu sempre utilizava-o quando você estava presente. Era como se estivéssemos discutindo sobre táticas de quadribol.
Lílian – E...
Tiago – Você sempre foi o meu Pomo de Ouro. Mas não é pelo simples fato de eu ter desejado conquista-la.
Lílian – E o que seria então?
Tiago – O pomo de ouro, no quadribol, é a bola mais importante do jogo e também a mais valiosa... Você era e é a coisa mais valiosa que eu tinha no mundo, Lílian. Mesmo que você não se importasse no começo... mas eu sempre te considerei a pessoa mais importante da minha vida, a mais valiosa... o meu Pomo de Ouro.
Lílian – Ah, Ti... que lindo!!!!
Sirius – Eu bem que disse a ele... Se ele estivesse usado isso desde o começo, teria agarrado a ruivinha a mais tempo...
( risos )
Sirius – Podemos voltar a narração, senhor Potter e futura senhora Potter?
Tiago – Estraga prazeres.
( risos )


-Descansem as penas, por favor! – eu quase pulei de susto e quase “destruí” a minha obra-prima com um terrível borrão quando o prof. Flitwick falou com aquela voz esganiçada que ele tem. – Você também, Stebbins! – eu passei a mão pelos cabelos e suspirei, voltando a atenção para o pergaminho. – Por favor, continuem sentados enquanto eu recolho os pergaminhos. Accio!
Um vento feito por milhares de pergaminhos voando pelos ares passou por mim e eu marquei o L com mais força, como se com aquele gesto passasse toda a minha frustração pelo fato dela nunca ter aceitado o meu convite... eu estava ficando louco!
Risos ecoaram nos meus ouvidos e eu voltei a atenção para a frente a ponto de ver dois alunos erguerem o professor pelos cotovelos. Ri fracamente e meneei a cabeça. Eu tive a ligeira impressão de que o professor pretendia mesmo agarrar aqueles pergaminhos com seus braços minúsculos... gargalhei um pouco ao perceber meu pensamento, mas não durou muito. Eu só pensava nela.
-Obrigado... Obrigado. – ouvi-o falar ofegante. – Muito bem, todos podem sair.
Risquei as iniciais dela como se assim pudesse apaga-la dos meus pensamentos – e também para não correr o risco do Sirius ver e ficar me zoando pelo resto dos meus dias. Levantei com um salto e coloquei a pena, as perguntas do exame e a “prova do crime” de qualquer maneira na mochila e joguei em minhas costas. Virei o rosto para observar o lerdo do Sirius, que ainda tinha uma expressão risonha no rosto.
Sirius me olhou com uma cara de “Você estava pensando na Evans que eu sei”, no que eu revirei os olhos. Encontramos Remo e Pedro no caminho e eu ajeitei a mochila irritadamente nos ombros.
Nós seguimos em silêncio. Sirius ainda me olhando com aquele olhar irritante no que eu bufei de raiva.
-Você gostou da décima pergunta, Aluado? – Sirius perguntou quando saímos no saguão.
Eu franzi o cenho confuso. Qual era a décima pergunta mesmo? Eu tenho esse “problema de memória” quando diz respeito a exames e afins. Sempre me esqueço de tudo depois deles... afinal, para quê ficar ocupando espaço na mente com bobagens? O exame não já esta feito? Não vai mudar nada o fato você saber a resposta certa quando você respondeu algo totalmente surreal na sua folha de respostas.


Lisa – E elas em geral nos desesperam mais ainda do que acalmam... Devo concordar com o Tiago. Principalmente quando você acha que se saiu péssimo...
( risos )


-Adorei. – Remo respondeu. – “Cite cinco sinais que identifiquem um lobisomem.” Uma excelente pergunta.
Ah, a questão dos lobisomens...
-Você acha que conseguiu citar todos os sinais? – perguntei, entrando na conversa, num tom falsamente preocupado.
-Acho que sim. – Remo fez aquela famosa feição séria, quando paramos junto aos outros alunos a espera de um espaço disponível na porta de entrada para passar para os jardins. Ah, a liberdade. – Primeiro: Ele está sentado na minha cadeira. Dois: ele está usando as minhas roupas. Três: O nome dele é Remo Lupin.


Sirius – Você esqueceu dos outros dois, Remo.
( risos )
Remo – Eu não vou me dar ao trabalho de lhe responder, Sirius Black.
( risos )


Nós gargalhamos gostosamente, mas Rabicho ainda ficou sério. Eu ia abrir a boca para perguntar o que tinha acontecido, quando ele resolveu se pronunciar.
-Eu citei a forma do focinho, as pupilas dos olhos e o rabo peludo – ele falou ansioso. –, mas não consegui pensar em mais nada...
-Como pode ser tão obtuso, Rabicho? – exclamei impaciente. – Você anda com um lobisomem uma vez por mês...
-Fale baixo. – implorou Remo.
Eu apenas revirei os olhos em resposta e continuei calado. Como o Pedro não pode perceber características tão marcantes dos lobisomens?
Nós começamos a descer os gramados em direção ao lago e, depois de alguns segundos em silêncio, Sirius continuou a conversa.
-Bom, achei que o exame foi moleza. Vai ser uma surpresa se eu não tirar no mínimo um “Excepcional”.


Lílian – Santa modéstia...
( risos )


-Eu também. – respondi calmamente e senti algo debater no meu bolso. Sorri marotamente e retirei o pomo do meu bolso. Nem estava me lembrando que o tinha pegado o pomo do armário da professora Julien há alguns dias.
-Onde você conseguiu isso?
-Afanei. – disse displicentemente. Comecei a brincar com o pomo. Deixava voar uns trintas centímetros e capturava-o novamente. Modéstia a parte, meus reflexos são excelentes... Rabicho me observava assombrado.
Ainda brincando com o pomo, eu caminhei lentamente até a faia à beira do lago onde sempre costumávamos ir depois dos exames. Deu uma ultima capturada no pomo e me atirei na grama, juntamente com os outros. Exibi um sorriso pelo canto dos lábios ao perceber quem estava se aproximando das margens do lago.


-Eu não achei que estava tão difícil assim. – falei calmamente enquanto me sentava nas margens do lago. – Mas ele me deixou exausta.
Lisa, Ana e Alice me seguiram. A primeira me olhava surpresa.
-O que foi? – falei colocando os pés na água.
-Um exame te deixar exausta? Eu pensei que você queria “repetir a dose”. – ela falou risonha.
Eu meneei a cabeça.
-Ou talvez um certo garoto que a deixou tão exausta assim.
-Ah, cala essa boca! – falei emburrada, jogando um pouco de água no rosto dela. – Não foi o Potter.
Lisa gargalhou gostosamente.
-Olha só como ela já sabe...
-Eu te pergunto: qual garoto, em toda a face da Terra, é mais irritante, idiota, infantil, arrogante e tapado quanto ele?– resmunguei de imediato. – Claro que tem que ser o Potter. Ele tem a capacidade de tirar a alegria de qualquer um!
-Existem várias garotas que quase implorariam para sair com ele. E justo a que ele mais insiste, é a que mais nega. – falou Ana calmamente.
-Ele é que é demente demais para não saber o significado da palavra não. Talvez eu dê um dicionário para ele de presente. Se não surtir efeito, eu tento enfiar o mesmo dentro da cabeça dele para ver se dá algum jeito. – falei mal-humorada.
Como grandes amigas que Alice, Ana e Lisa são, elas trataram de gargalhar gostosamente.
-Por falar no Potter... – eu apontei com o queixo para a faia a poucos metros de nós. Revirei os olhos de imediato. Ele adora se exibir...
-Lily, ele está olhando para cá... – falou Alice calmamente.
Percebi o idiota sorrir pelo canto dos lábios e capturar o pomo mais uma vez. Eu apenas bufei de raiva e desviei o olhar. Não iria me dar ao trabalho de continuar a ver aquela cena ridícula.

Tiago – E pensar que um dia ela me odiou tanto assim...
Sirius – Dá até para pensar que ela está se casando forçada.
Tiago – SIRIUS!
( risos )


Remo continuava a ler um livro e Sirius olhava a tudo e a todos com um olhar entediado. Rabicho continuava a olhar as minhas capturas e bater palmas todas as vezes que eu conseguia fazer uma ótima captura – ou seja, sempre.
Já a mim? Eu alternava entre as garotas – uma em especial... preciso dizer quem é? – e o pomo em minhas mãos.
Percebi que Lílian voltou o olhar para a minha direção. A fitei por alguns segundos no que ela desviou o olhar. Esqueci completamente do pomo... dei uma rápida olhada e o vi subindo. Capturei-o no segundo seguinte e ouvi Rabicho exclamar um “Viva”.
-Quer guardar isso? – Sirius falou emburrado. –, antes que o Rabicho molhe as calças de excitação?
-Se estou incomodando... – retruquei de imediato e guardei o pomo no bolso.


Lílian – Por que você gostava de se exibir tanto? Se bem que ainda gosta...
( risos )
Sirius – Era uma maneira de chamar a sua atenção, Lílian.
Remo – E ele também gostava de alguém que enchesse o seu ego...
( risos )
Tiago – Obrigado. Bom, agora e EU vou responder à sua pergunta, Lily.
( risos )
Tiago – Bom, você nunca olhava para mim quando eu ficava quieto no meu canto. Essa foi a única forma que eu achei para que você me olhasse. E, às vezes, eu unia o útil ao agradável...
Lílian – Ah... você está falando de Snape.
Tiago – Exato.
( risos )


-Estou chateado. – Sirius falou de imediato. Ótimo, ele está chateado e quer passar a chateação para os outros... o encarei firmemente. – Gostaria que já fosse lua cheia.
-Você gostaria. – disse Remo sombriamente por detrás do livro que lia. – Ainda temos Transfiguração, se está chateado poderia me testar. Pegue aqui... – ele estendeu o livro.
Sabíamos muito bem que Remo se preocupava com o fato do exame cair no período da lua cheia, mas Dumbledore sempre intervinha e fazia com que as datas fossem o mais acessível possível para Aluado. E amanhã à noite, seria a próxima lua cheia, razão essa para Remo estar tão abatido e Sirius tão entediado... querendo que chegasse logo. Sinceramente, Sirius deveria viver sempre na sua forma animaga.


Lisa – É, talvez ele seja mais obediente como cachorro do que é como homem.
( risos )
Sirius – E cara Liz, a coisas que, como cachorro, eu não posso fazer com você. ( tom maroto )
Lisa – E quem disse que eu quero que você faça esse tipo de coisa comigo?
( risos )
Sirius – Veremos... E, Pontas, você só fala isso porque se transforma num veado.
Tiago – Cervo, sim?
( risos )


Sirius deu uma risada abafada.
-Não preciso olhar para essas bobagens, eu já sei de tudo. – ele falou pomposamente.
-Isso vai te animar um pouco Almofadinhas. – comentei em voz baixa ao avistar aquele ranho ambulante. – Olhe quem é que...
Sirius virou a cabeça para olhar na direção em que eu olhava. Ele ficou muito quieto e eu novamente percebi a semelhança do homem com a forma animaga. E me perguntei... Será que eu também sou assim? Quase exibi uma careta ao me imaginar andando pulando que nem um cervo... a cena não me foi muito agradável de se pensar.


( risos )

-Excelente. – fui despertado dos meus pensamentos insanos pela voz de Sirius. – Ranhoso.
Seboso estava em pé e guardava as perguntas dos exames na sua mochila e começava a atravessar o gramado, aparentemente, não percebendo que estava entrando em zona de perigo. Sirius e eu nos levantamos de imediato. Era hora da diversão.
Remo e Pedro ainda continuaram sentados. Lancei um olhar para Remo e percebi que ele ainda “lia o livro”. Apesar de ser monitor, Remo nunca... como dizer... se atrevera a nos impedir de aprontar. Com os outros alunos até sim – mas o Ranhoso era um caso a parte.


Remo – Eu mereço...
( risos )


Rabicho nos observava atentamente, sempre se divertia com as nossas marotagens, apesar de quase nunca participar delas.
-Tudo certo Ranhoso? – eu falei em voz alta, lançando um olhar para Lílian, que ainda se encontrava à beira do lago.
Como sempre, Ranhoso reagiu de imediato ao som da minha voz. Ele deixou a mochila cair no chão e rapidamente meteu as mãos nas vestes. Exibi um sorriso maroto e fiz ele achar que ele conseguiria sacar a varinha, mas quando ela já se encontrava com metade para fora. Eu estendi a minha e gritei:
-Expelliarmus.
A varinha de Snape rodopiou no ar e caiu com um baque no gramado atrás dele. Sirius gargalhou e eu alarguei o meu sorriso.
-Impedimenta. – Sirius falou, no que Snape foi atirado ao chão quando mergulhou para pegar a varinha caída.
Quase toda a atenção estava voltada para nós. Alguns alunos riram e outros se levantaram, se aproximando da “apresentação”, e ainda teve aqueles que se mostraram receosos, temendo que acabasse sobrando azarações para eles também.
Seboso Snape estava no chão, ofegante. Eu e Sirius nos aproximamos, empunhando nossas varinhas. Eu ainda observava Lílian e, constatei que ela ainda não percebera a confusão.


Lílian – Meu Merlim...
( risos )
Lílian – Você REALMENTE só fazia isso para chamar a minha atenção.
Tiago – Er... sim, em parte.
( risos )


-Como foi o exame, Ranhoso? – perguntei calmamente.
-Eu vi, o nariz dele estava quase encostando no pergaminho. – disse Sirius maldosamente. – Vai ter manchas enormes de gordura no exame todo, não vão poder ler nenhuma palavra.
Risos foram ouvidos. Snape estava tentando se erguer, mas a azaração ainda o impedia.
-Espere... para ver. – ele me encarou com profunda aversão... como se isso me metesse medo.– Espere... para ver!
-Esperar para ver o quê? – retrucou Sirius calmamente. – Que é que você vai fazer, Ranhoso, limpar o seu nariz em nós?
Snape começou a xingar e tentar nos azarar. O que foi uma tremenda idiotice da parte dele – está certo, eu não nego que ele seja um idiota... um idiota com um nariz enorme e os cabelos extremamente “limpos” –, já que a varinha estava a três metros de distância dele.
-Lave sua boca! – eu falei friamente. Onde já se viu? Ele ficar me xingando? Hunft. – Limpar!
Bolhas de sabão cor-de-rosa escorreram pela boca de Snape imediatamente; a espuma cobriu os seus lábios, fazendo-o engasgar... sufocar... e eu apenas sorri, deixarei o Ranhoso sofrer mais um pouquinho.


Lílian – Agora tenho plena certeza de que você é um masoquista...
Tiago – Ele é o Ranhoso, Lílian. Se você não sabe, dois anos depois dessa cena aquele idiota estava com a marca negra tatuada no braço direito. Ele não presta. E é por isso que merece sofrer. Não tenho arrependimento nenhum de ter feito tudo o que fiz com ele.
Lílian – Mas ele não era nenhum comensal na época em que isso aconteceu.
Tiago – Mas já estava metido em Artes das Trevas. Eu sei de coisas sobre o Ranhoso que você jamais imagina que ele faça, Lílian.
Lílian – Mas mesmo assim, isso não justifica nada. Ele é um ser humano, Tiago.
Sirius – Meu Merlim...
Tiago – Uma pessoa que mata os outros ainda pode ser considerada um ser humano, Lílian?
Lílian – Isso já é um caso a parte. Ele faz o que ele quer da vida dele.
Tiago – Por que você defende tanto ele, hein?
Lílian – Sou apenas uma pessoa justa.
Tiago – Ótimo.


Estava tão distraída que mal percebi a aglomeração que se formara no meio dos jardins. Eu apenas olhava a superfície do lago num olhar distraído. Alguns risos despertaram a minha atenção e eu percebi que Lisa me olhou atentamente.
-Lílian...
Revirei os olhos de automático. Potter. Sem nem pensar duas vezes, me levantei irritadamente e segui em direção ao garoto de cabelos extremamente arrepiados.
Empurrei alguns alunos no caminho, mas pouco me importei com o fato.
-Deixem ele em PAZ! – eu bradei.
Potter e Black viraram-se para mim de imediato. O idiota do Potter tratou de levar a mão livre aos cabelos, assanhando-os ainda mais.
-Tudo bem, Evans? – eu falei no tom mais maduro que conseguia fazer. Eu não sabia porquê, mas sempre quando estava próximo de Lílian eu sentia necessidade de me mostrar mais maduro do que os outros para ela.

Lílian – O que era um completo contraste com a infantilidade que ele tinha...
( risos )


Eu o olhei com intenso desagrado. Era um idiota completo.
-Deixe ele em paz. – eu repeti numa calma que não possuía no momento. – Que foi que ele lhe fez? – Claro, Potter sempre explicava o porquê de azarar alguém. Comigo, por exemplo, era porque eu o deixei sem ar por um feitiço que eu nem queria ter lançado.
-Bom. – eu comecei a explicar. A pergunta pesava, pois um dos motivos era ciúmes. Por que ela tanto defendia aquele idiota? O que ele tem que eu não tenho?

Sirius – Cabelos oleosos?
( risos )


-É mais pelo fato de existe, se você me entende...
Muitos estudantes que ainda nos rodeavam riram. O Black e Pettingrew também. Lancei um olhar irritado para Remo, que ainda se encontrava absorto em sua leitura. Ele não ia fazer nada?
-Você se acha engraçado. – falei friamente, no que ele me encarou calmamente, com aquele sorriso irritante no rosto. – Mas você não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe ele em paz.
Sorri marotamente.
-Deixo se você quiser sair comigo, Evans – respondi depressa. – Anda... sai comigo e nunca mais eu encostarei uma varinha no Ranhoso.
Eu achei aquele pedido meio suplicante. Mas era assim mesmo que eu me sentia. Suplicando durante um ano inteiro para obter uma resposta afirmativa dela.

Eu quase fervi de raiva. Como ele ousa me pedir uma coisa dessas? Eu odeio... odeio esse garoto!
-Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula gigante. – repliquei irritadamente.
Potter me olhou com uma feição que eu não pude destingir qual fora, no que eu apenas o encarei odiosamente.
-Mal jeito, Pontas. – ouvi Sirius falar divertido. – OI!
Antes mesmo que eu me virasse para ver o que Sirius estava querendo me avisar, eu senti a minha face direita arder e o sangue escorrer lentamente por ela, sujando as minhas vestes. Apertei o punho da varinha e me virei para ele irritadamente. Como ela pode defender uma pessoa tão baixa que ataca os outros pelas costas?
Executei um feitiço não-verbal – apesar de só aprendermos o mesmo no sexto ano – e, segundos depois, o Ranhoso estava suspenso no ar. Ele girou lentamente, ficando de cabeça para baixo.

Eu rapidamente fitei Snape pendurado no ar. Suas vestes estavam pelo avesso, o que deixava a mostra as pernas magras e pálidas, além das cuecas encardidas que ele tinha. Algumas pessoas aplaudiram. E eu pude destingir o riso escandaloso do Potter dos outros.
Apesar de eu não achar certo o que ele estava fazendo, não pude deixar de achar a cena engraçada. O Potter tinha plena razão em chamar o Snape de Ranhoso ou Seboso. Será que ele nunca lava as cuecas? Eu quase rir do meu pensamento, mas me controlei. Apesar de hilário, isso era errado.
-Ponha ele no chão!
-Perfeitamente! – disse acenando a varinha para o alto. Ela disse para eu pô-lo no chão, mas não disse o modo de por o Seboso no chão e isso faz toda a diferença.
Snape caiu embolado no chão. Ele desvencilhou-se das vestes e se levantou já com a varinha em punho.
-Petrificus Totalus! – Sirius murmurou no meu lugar.

Eu girei os olhos aborrecida. Será que eles não cansavam?
-DEIXE ELE EM PAZ! – eu berrei impaciente e saquei a minha varinha. Percebi que Potter e Black se entreolharam e me encararam, preocupados.
-Ah, Evans, não me obrigue a azarar você. – falei sério. A visão dela se afogando ainda era recente em meus pensamentos... e a angustia e o desespero que eu senti quando houve a possibilidade dela estar morta, e por minha culpa, ainda se encontravam guardados em meu coração.
-Então desfaça o feitiço nele! – falei irritadamente. Eu não estava para brincadeiras.
Potter suspirou profundamente e virou-se para Snape, murmurando o contrafeitiço
-Pronto. – falei enquanto Snape se levantava. – Você tem sorte de que a Evans esteja aqui, Ranhoso...
-Não preciso da ajuda de uma Sangue-Ruim imunda como ela!
Senti a raiva fervilhar dentro de mim e fechei os punhos com força. Como ele ousa xingar a Lílian?

Eu apenas pestanejei. Eu podia até me abalar com aquelas palavras no começo, mas, apesar de ainda me doer esse insulto, eu finjo que não me importo. Sou muito melhor do que os que me agridem.
-Ótimo. – respondi calmamente. – No futuro, não me incomodarei. E eu lavaria as cuecas se fosse você, Ranhoso.
-Peça desculpas a Evans! – ouvi o Potter bradar, apontando a varinha ameaçadoramente para Snape. Eu não precisava da defesa dele. Eu sabia me virar sozinha perfeitamente e não precisava de ninguém para interceder por mim, principalmente ele.
-Não quero que você o obrigue a se desculpar. – gritei, voltando-me contra Tiago. – Você é tão ruim quanto ele.
Eu a encarei surpreso e ao mesmo tempo com fúria.
-Quê? Eu NUNCA chamaria você de... você sabe o quê!

Eu estava fervilhando de raiva e não pude conter uma resposta. Ele fala assim, como se não fizesse mal a ninguém... como se nunca tivesse feito mal a mim um dia. Cínico.
-Despenteando os cabelos só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar da vassoura, se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores azarando qualquer um que o aborreça só porque é capaz... até surpreende que a sua vassoura consiga sair do chão com o peso dessa cabeça cheia de titica. Você me causa NÁUSEAS!
Completamente fula da vida, e cansada de prolongar aquela discussão extremamente desgastante, eu dei as costas e me afastei depressa.
-Evans! – gritei de imediato. – Ei, EVANS!
Eu ainda olhava embasbacado para o lugar que ela saíra.
-Qual é o problema dela? – eu perguntei, mas percebi que a pergunta soou com mais importância do que eu pretendia demonstrar que tinha.
-Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela acha você metido, cara. – disse Sirius.
-Certo. – falei furioso. Ela não podia simplesmente dizer um monte de desaforos para mim, assim, como se me conhecesse realmente. Quem era ela para fazer uma coisa dessas? Ela também é uma metida a se intrometer no que NÃO diz respeito a ela. – certo...
Me virei irritadamente para Snape e, com um novo lampejo, o mesmo foi erguido no ar.
-Quem quer ver eu tirar as cuecas do Ranhoso? – eu perguntei, num tom falsamente divertido.
Alguns gargalharam em resposta e Snape praguejou baixinho.
-Ah, qual é Ranhoso, não está se divertindo? – eu falei risonho ao ver o olhar mortífero que ele me lançava. – Sabe... não acho que seja uma boa idéia tirar as suas cuecas. – falei pensativo. – A visão já esta por demais desagradável.
Eu e Sirius gargalhamos gostosamente. Mais risos foram ouvidos, mas os mesmo morreram de imediato. A aglomeração se desfez e, eu me olhei tudo ao redor com um olhar curioso.
Meus olhos depararam com Mcgonagall exibindo uma feição ameaçadora.
-Potter, Black, ponham os Sr Snape no chão, educadamente. – ela disse friamente. – Vocês três, me acompanhem.
Eu e Sirius nos entreolhamos e seguimos a professora, com Snape um pouco atrás de nós, ainda ajeitando as vestes. Encontrei Lílian sentada nas escadas de mármore do saguão de entrada, exibindo um sorriso triunfante. Eu não precisava pensar duas vezes para perceber que fora ela que havia nos dedurado para a Mcgonagall.


Lílian – Claro, se a professora não os parasse, quem ia parar?
Ana – O Remo é que não...
Remo – ANA!
Ana – Oras, não estou certa?
Remo – Er...
( risos )


Quando Tiago e Sirius saíram dos jardins e seguiram Mcgonagall eu soltei um longo suspiro. Pedro rapidamente veio atrás de mim.
-Acabou... – ele falou desanimado. – Estava divertido.
-Eles foram longe demais, agora. – falei num suspiro, enquanto fechava o livro. – Pelo menos a Mcgonagall não me viu e não pode cobrar de mim os meus deveres de monitor. – eu sorri fracamente. – Vamos esperar por eles na sala comunal.
Passou-se uma hora após o incidente e Lílian também se encontrava sentada displicentemente numa poltrona e conversava animadamente com as amigas. O buraco do retrato se abriu e Tiago entrou por ele irritadamente.
-Por que você tinha que abrir a sua boca e ir lá falar com a Mcgonagall, Evans? – ele bradou, olhando furiosamente para ela. – Eu e o Sirius perdemos sessenta pontos, cada um e eu estou proibido de jogar quadribol nos dois primeiros jogos da Grifinória no sexto ano!
Lílian gargalhou gostosamente, enquanto Sirius desabava do meu lado, passando a mão pelos cabelos e suspirando resignadamente.
-É verdade? – eu indaguei de imediato.
Ele assentiu levemente.
-O Seboso contou sua versão. E, como o Tiago foi quem o azarou mais vezes... Fiquei surpreso dela não ter expulsado o Tiago do time, realmente, a tia Mimi estava uma fera.
-E quem disse que eu me importo, Potter? – ela se levantou calmamente e o encarou firmemente. – Você pode começar treinando com sua bolinha agora, para não perder a forma.
Tiago tremeu de fúria.
-Você não entende, Evans? Eu sou o apanhador. A Grifinória depende do apanhador para ganhar a partida.
-Que comovente... – ela disse pondo a mão no peito. – Mas você nem deveria estar pensado na Grifinória quando azarou o Snape. Agora, arque com as conseqüências.
-Você não tinha o direito de dedurar.
-E como isso acabaria? Com a morte do Snape? Não, Potter. Eu te disse. Eu não vou permitir que aconteça com os outros o mesmo que ia acontecer comigo. Você não pode se achar melhor do que os outros só porque nasceu em berço de ouro e é dotado de inteligência. Você não passa de um garoto mimado que acha que o mundo gira ao seu redor. – ela disse vermelha de raiva. – Você tem de aprender que nem todos devem se curvar a você e deixar você fazer de Hogwarts o seu castelo e que os outros alunos, que não são seus “fiéis cavaleiros”, são seus súditos.
Tiago apenas a encarou irritadamente.
-Acabou a sua ceninha? – ela disse sarcástica. – Ou você quer falar mais alguma coisa?
Pontas estreitou os olhos e fechou os punhos com raiva.
-Você não tem o direito de me julgar dessa forma, Evans. – ele falou com uma calma que eu sabia que ele não possuía no momento.
-Sim, Potter, eu não tenho o direito de te julgar, mas tenho pleno direito de falar o que eu penso de você. E só porque você se posou de herói para mim, não significa que eu tenha que ser eternamente agradecida a você. Uma boa ação não apaga as más. – dizendo isso, a ruiva deu as costas para Tiago e subiu para o dormitório.
Tiago virou-se lentamente para a nossa mesa e desabou numa poltrona ao lado de Sirius e na minha frente.
-Po...
-Não fala nada. – ele disse emburrado. – Eu estou bem.
-Ela pegou pesado dessa vez. – disse Rabicho com a voz esganiçada.
O silêncio reinou entre nós. Tiago puxou um dos livros que eu mantinha em cima da mesa e começou a folhea-lo sem dar muita importância, mas eu podia ver os olhos dele brilhando de raiva e ao mesmo tempo mágoa.
-Eu nunca mais quero ouvir falar dessa maldita garota. – ele resmungou depois de alguns minutos.
Bom, vale lembrar que isso foi antes das férias. Bastou termos voltado para Hogwarts e o Pontas ter voltado a rotina dele, só que ele agora esquecera de convida-la enquanto azarava o Snape, era sempre quando a via mesmo...

( pausa da gravação)


N/Sirius – Se ela achou que iria escapar da gente nesse cap, ela está muito enganada... huahahaahahahahaha.
N/Tiago – Mas a gente só está aqui porque o Harry soube ligar o co... como é mesmo o nome desse negócio?
N/Harry – Computador... Pc.
N/Sirius – Eu sabia ligar só que eu... esqueci.
* risos *
N/Remo – Normal, seu cérebro é tão pequeno que não armazena tantas informações assim...
N/Lílian – Vamos logo com isso antes que ela volte?
N/Tiago – Com medo da autora, ruivinha?
N/Lílian – Não, Ti... Só estou com fome.
* risos *
N/Sirius – Agora que você falou... Eu também estou...
N/Remo – Bando de esfomeados.
N/Sirius – Qual é Aluado, não comemos nada desde o jantar!
* risos *
N/Harry – Eles querem acabar com os pobres dos brigadeiros da autora...
N/Tiago – Ah, nem vem filho, você surrupiou uns que eu vi!
N/Harry – ...
* risos *
N/Sirius – Eu bem que sei que ela viu o Harry pegando, mas não disse nada. Mas quando foi a minha vez... Cara, eu tive medo dela.
N/Remo – Sirius, todos nós sabemos que você tem um buraco negro no estômago, a autora só estava tentando prezar pelo seu patrimônio alimentício.
N/Lílian – É, existem pessoas que matam por chocolate!
N/Sirius – Sinceramente, eu tenho plena certeza de que ela é capaz de fazer isso...
* risos *
N/Harry – E aqui acabamos mais um cap... Er, porque sempre eu tenho que pegar o teclado nessas horas?
N/Tiago/Sirius/Remo – Você é o novo queridinho dela, sendo você a estar digitando, não tem como ela te matar, não é?
N/Harry - * cora furiosamente * Er, vejamos...
...
N/Lílian – Harry...?
N/Harry – Alguém viu onde eu coloquei o papel?
* caem da cadeira *

---- duas horas depois -----

N/Harry – Pronto, achei... Eu escrevo aqui enquanto vocês arrumam a bagunça.
N/Tiago – Hey! Eu sou seu pai, quem dá as ordens aqui sou eu...
N/Harry – Er... * cora furiosamente * As vezes eu me esqueço desse detalhe...
* risos *
N/Lílian – Quando eu digo que o filho é mais responsável que o pai ninguém acredita em mim...
N/Tiago – LÍLIAN!
* risos *
N/Harry – Bom, as opções anteriores foram.

1º Opção – Antes, durante e depois da cena da Penseira com o Ranhoso Snape – 16 votos
2º Opção – Como meu pai e meu padrinho fizeram as pazes depois do incidente com o Seboso Ranhoso Snape... – 9 votos
3º Opção – Um dia no cafof... digo, Mui Nobre e Antiga Casa dos Black – 7 votos


N/Harry – Como puderam ver, a opção da penseira ganhou em disparada.
N/Sirius – Ainda bem, imagina se fosse a minha?
* risos *
N/Sirius – Você pegou pesado, Harry.
N/Harry – Er... Vamos às novas opções.

N/Tiago – A que nunca sai... As pazes pós-incidente com o Ranhoso Snape.
N/Sirius – Como cada um reagiu ao receber a carta de Hogwarts.
N/Autora – Como Remo e Pedro se juntaram à dupla dinâmica que invadiu o meu pc SEM MINHA PERMISSÃO.


N/Sirius- Bem que eu reparei que todo mundo tinha sumido de repente...
N/Tiago – Er... Vocês já sabem do resto não é mesmo?
N/Sirius – Aceita brigadeiro?

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