Relatos XI



N/Remo – Não se preocupem... a autora não desistiu da fic... quanto ao quesito seqüestro, o Sirius bem que tentou na tentativa de trazer a Lisa de volta mais foi sem sucesso. O caso é o seguinte... ela esta sem internet ( e conseqüentemente nós também). O modem ficou com problema e até agora nada se resolveu... Então, como devem adivinhar, não vai dar para responder os comentários dessa vez, mas, quando a internet voltar na casa dela, ela responderá a todos... Ah, e ela, esquecida como sempre... * desculpe dizer isso, mas é a verdade... para ambas dupla personalidade dela*, não colocou o nome da música utilizada no cap passado... Foi Spending My Time, da banda Roxette.

N/Tiago – Por que ele falou tudo?

N/Sirius – Porque ele é o queridinho da autora agora, já que o lado Ana esta dominando.
N/Autora – Ciumentos... Mas não foi por isso * essa frase não é de toda uma verdade concreta*, apenas que ele foi o mais propício para falar sobre isso...

N/Sirius – Quer dizer que eu não sou propício para fazer isso?

N/Autora – Não da maneira do Remo...

N/Sirius – Que ótimo... * revira os olhos*

N/Autora – Bem, agradeço a todos que comentaram... e beijos para os que lêem e/ou comentam a fic. E vamos a mais um cap.


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Relatos XI – Um por todos, todos contra um, e um contra o outro...( Remo)


Estava sentado numa das poltronas do salão comunal olhando para a janela distraido quando algo me chama a atenção, ou melhor, alguém... Lisa Delacourt. O que eu me perguntei foi o porquê dela estar saindo quando o toque de recolher seria daqui a meia hora. Vocês acham mesmo que eu ia perde a chance de saber? Esperei ela passar pelo buraco do retrato e, segundos depois a segui... O Tiago não daria por minha falta, afinal, estava admirando a ruiva dele pela milionésima vez aquele dia e o Pedro estava desabando de sono em cima do dever de Herbologia.

Vi a capa dela dobrar o corredor e apressei o passo, segundos depois alcancei e a puxei pelo braço, no que ela se virou irritada para mim. Por um segundo achei que ela abriu um fraco sorriso, mas só passou de impressão mesmo.

-O que você quer hein, Black? – ela falou com os dentes cerrados.

-Você sabe muito bem quem eu quero Delacourt... mas o que eu quero no momento é saber para onde a senhorita está indo. – falei sério.

Ela puxou o braço para perto de si e, com o movimento, fez com que o soltasse da minha mão. Lisa ergueu a sobrancelha e me encarou surpresa.

-Não lhe devo satisfações sobre a minha vida. – disse ela rapidamente.

-Não custa nada dizer, não é?

-Você é algo meu por um acaso?

-Não, mas gostaria de ser.

-Somente por um dia, não é? – ela cruzou os braços e me encarou irritada.

-Por que você não acredita em mim, hein?

-Porque você, além de suas ações, não são confiáveis... Bom, se me dá licença, eu vou embora.

Ela rapidamente continuou seu caminho no que eu a segui.

-Por que raios você está me seguindo? – ela parou irritada e se virou para mim.

-Você não disse para onde iria, então terei que descobrir à força.

-Ah, ta... – ela suspirou. – Já que você quer TANTO saber, eu te conto. O Digorry quer falar comigo. – disse ela normalmente e voltou a andar.

Abri e fechei a boca várias vezes... o Digorry QUER falar com ela? O que esse imbecil quer com a MINHA Lisa?

-O QUÊ? – gritei rapidamente quando recuperei do choque da informação.

-Isso mesmo que você ouviu Sirius, o Amos quer falar comigo. – disse ela continuando a andar.

Eu a alcancei num passo irritado, sentindo meu rosto quente de raiva.

-Quer dizer que você não aceita sair comigo e agora fica a aceitar conversinhas com o Amos Digorry?

-Ele quer falar algo importante para mim e eu... SIRIUS BLACK, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

-Você NÃO vai para esse encontro. – falei extremamente irritado, enquanto a carregava em um dos ombros. Onde já se viu... ela NÃO sai comigo e aceita ter uma conversinha com o Amos... aposto que essa conversa seria bem silenciosa!

-Sirius Black se você não me soltar agora irá se arrepender profundamente de ter nascido!

-Não tenho medo de ameaças.

-Black, ME LARGA!

-Nem morto! – falei irritado. – Estou te salvando das garras de um tarado.

Ela começou a rir enquanto eu subia as escadas da torre de astronomia... o mais longe possível de tudo e de todos.

-Ah, ta... e o que você é? Um santo?

-Claro!

-Não me faça rir, Sirius. – disse ela risonha. – E o que me diz dos seus agarros?

-Não faço nada que você não queira que eu faça com você.

-Você lê pensamentos? Só assim para saber o que eu penso. – disse ela rindo mais ainda.

-Eu não admito que a MINHA garota fique aos agarros com outro que não seja eu!

-Quer dizer então que eu que sou a sua garota? – disse ela com uma voz rouca.

Corei furiosamente quando ela disse isso... Merlim, como eu deixo escapar uma coisa dessas?

-Entenda isso como quiser. – eu a coloquei no chão no que ela riu fracamente.

-Você está com ciúmes? Quem diria, hein?

-Eu, com ciúmes? Mas é claro que NÃO! Onde já se viu... eu não estou com ciúmes... apenas estou com o orgulho ferido. – passei a mão pelos cabelos nervosamente. – COMO VOCÊ ACEITA SAIR COM ELE, E NÃO COMIGO? O QUE ESSE IDIOTA TEM QUE EU NÃO TENHO, HEIN?

-Ah... Deixe-me ver... qual foi a sua última garota... Amanda? Ou seria Julia? Faz quanto tempo hein, Sirius? Duas semanas? Qual seria então a próxima?– ela soltou um longo suspiro. – Eu não posso esperar você amadurecer, Sirius. Você não pode simplesmente querer sair comigo e no dia seguinte sair com outra só porque eu disse não. Eu sei que se o Amos resolver sair comigo, é claro que vai querer algo mais sério.

-Mas... como fazer algo se você não me dá oportunidades, hein? – falei já irritado.

-Como de dar uma oportunidade, se você mesmo não demonstra ser alguém confiante?

Soltei um longo suspiro e encostei no parapeito da janela e olhei para baixo a fim de não encara-la. O silêncio reinou entre nós e, mesmo não a encarando, senti o olhar dela em mim.

-Me dá um tempo... para pensar, ok? – falei por fim.

-Acho que já dei tempo demais para você não, Sirius?

-Quer dizer que você... – eu rapidamente a encarei no vi que ela olhava para o chão.

-Não sei ainda... isso é algo que só o tempo pode responder... bem, acho melhor eu ir embora.

Ela deu meia-volta sem ao menos ter olhado para mim e eu, ainda supreso, vi a porta se fechar e não disse nada... Soltei um longo suspiro e senti um aperto no peito e os olhos marejados... Merlim, seria amor o que eu sinto pela Lisa? Fechei os olhos e tornei a suspirar... se ela quer assim, então assim será.


Lílian – Ah, que fofinho!

Sirius – Ah, eu sou fofo de qualquer maneira... até sofrendo.

Lílian – Merlim, até numa hora dessas ele não esquece de ser “modesto”.

Tiago – Ah e quando eu sofro ela não diz nada... Lílian, é realmente a mim que você ama? Ou tem uma paixão platônica pelo Sirius e eu não sei?

Remo – Ah, o ciúme.

Lílian – Posso bajular meu amigo um pouquinho?

Tiago – Você é quem sabe, não? ( voz irritada )

Sirius – Só espero que eu sobreviva até o próximo relato meu...

( risos )



Entrei pelo buraco do retrato com uma expressão séria no rosto. Olhei para a mesa ao lado, e percebi que o Tiago não estava... na certa devia ter ido dar uma volta e eu decidi não procura-lo. Lílian estava olhando para a lua quase cheia através da janela. Decidi então falar com ela.

-Atrapalho?

Ela rapidamente se voltou para me encarar.

-Não... – ela disse docemente ao ver a expressão séria em meu rosto. – Você brigou com um dos marotos novamente?

-Não. – disse num suspiro.

-Levou o fora de alguma garota pela primeira vez na sua vida? – ela ergueu uma sobrancelha enquanto eu me sentava ao lado dela.

-Eu já levei o meu primeiro fora, se não se lembra...foi sua amiga que teve a honra de dar. – disse num suspiro.

-Ela te deu outro?

-Eu... acho que não.

-O que foi então?

Eu a encarei por alguns minutos, um pouco receoso de falar, afinal, a Lílian é amiga da Lisa e eu acho que ela poderia falar algo do que eu disse para ela, e eu não gostaria que a Liz soubesse de nada daquilo que eu queria falar e sei que a Lily era a única garota que me responderia com plena sinceridade.

-Você me acha uma pessoa inconfiável? – comecei por fim, no que a ruiva me olhou estranhamente.

-Em que sentido?

-Como garota sabe...

Ela prendeu o riso, no que eu revirei os olhos.

-Não, eu como uma garota. Você, sendo uma garota, me acha alguém inconfiável?

Ela franziu o cenho.

-Bem, deixe-me explicar então... – disse pensativo. – Se eu te chamasse para sair, nesse exato momento... o que você diria?

A ruiva corou fortemente.

-Sirius, você...

-Estou dando uma hipótese... esqueça que eu sou seu amigo e que você me conhece tão bem quanto suas amigas... me conheça apenas como o Sirius Black de antes.

Ela assentiu e eu a encarei firmemente.

-Diria que não. – disse ela por fim. – Suas reações são de alguém extremamente volúvel.
-Mesmo que eu te dissesse que eu realmente mudei?

-Não é isso que o Potter vive me dizendo? – ela retrucou.

-Ah Lily, mas eu não sou igual ao Tiago... a raiva que você tem por ele não é de inteiro por causa da “galinhagem” e sim do que ele te fez no passado. Comigo é diferente!

-Ah, certo... mas mesmo assim eu não acreditaria.

-E se eu tentasse provar que realmente mudei?

-Será que você não percebe que a Lisa quer que você faça isso para ela? – disse Lílian com um sorriso e eu corei um pouco.

-Mas...

-Eu estava aqui lendo, mas sou esperta o bastante para perceber que você foi atrás dela... mesmo tendo feito isso alguns segundos depois dela ter saído para tentar não levantar suspeitas.

Sorri amarelo no que ela riu baixinho.

-Se o que teme é eu contar para ela, não se preocupe, não vou contar.

-Agradeço então.

-Mas eu te dou um conselho... – disse ela seriamente. – Antes de tomar qualquer decisão, quero que se pergunte se é isso que você quer realmente, porque assim, você não estará perdendo seu tempo e nem a iludindo.

-Ok, pode deixar, irei pensar muito sobre esse assunto. E cá entre nós... ela foi ver mesmo o Digorry?

-Bem, não sei, ela não me disse nada, mas acho pouco provável.

-Porquê?

-Hoje é o dia dele monitorar o castelo.

-Ah, entendi. Valeu por tudo então, Lily. Até mais. – eu rapidamente me levantei e me digiri ao dormitório masculino.

Revirei as coisas de Tiago até encontrar o mapa. Achei um milagre ele não ter levado o mesmo já que ele não se encontrava no dormitório. E estreitei os olhos ao encontrar o pontinho Tiago Potter ao lado de Lisa Delacourt. Senti corar de raiva e joguei o mapa de volta na mala e a fechei com raiva... O que ele estaria fazendo uma hora daquelas com a Lisa?? Cruzei os braços irritado e decidi esperar...



Sirius – Pode me contar agora o que vocês realmente andaram fazendo?

Tiago – Ela me chamou conversarmos um pouco.

Sirius – Sobre mim?

Tiago – Talvez...

Sirius – Mas...

Tiago – ( suspira ) Ainda diz que não é curioso, está bem, eu conto.


Estava olhando para Lílian quando vi que a passar pela minha frente, segundos depois Sirius fez o mesmo e, por ele não ter dito nada, tive a plena certeza que ele tinha ido atrás dela. Fiquei alguns minutos ali e por fim, decidi ir logo para a sala vazia no segundo andar que ela havia marcado.

Quando eu abri a porta, ela já se encontrava sentada em uma das cadeiras.

-O Sirius te seguiu, não foi? – falei rapidamente, no que ela me encarou.

-Hum, hum. Tive que inventar uma desculpa qualquer. – ela disse num suspiro.

-Se ele souber que um dia cheguei a me encontrar com você à sós, ele me mata.


Sirius – Ainda bem que ele sabe.


Ela riu fracamente e eu me sentei em cima da mesa do professor.

-E então... o que é?

-Eu sei que a gente anda meio distante e tudo o mais... Acho que a minha amizade com a Lílian e a sua com o Sirius nos afastou um pouco, não? – ela sorriu fracamente.

-É algo normal, não? A Lily me odiava, e ainda odeia. – disse num suspiro. – Eu acho. Fique certa de que ela ficaria irritada com você se continuasse a falar comigo.

Ela deu de ombros e se sentou ao meu lado.

-O tempo passa rápido, não? – ela disse por fim. – Parece que foi ontem que nós estávamos na sua casa e trocamos o primeiro beijo.

Eu ri fracamente.

-Aposto que eu fiz uma das caras mais surpresas que alguém já tinha dado na vida.

Foi a vez dela rir.

-Devo me orgulhar por ter sido a primeira de todas?

-Devo ficar desesperado por ter feito isso primeiro do que o Sr Sirius Black?

Ela me encarou e nós rimos.


Sirius – Eu disse que esses relatos trariam revelações bombásticas, mas não precisava ser para mim, não é? Você e a Lisa?

Tiago – A vida dá voltas, não?

( risos )


-Acho que por um momento, iríamos continuar a tradição bruxa, não? Puro-sangues... – falou ela seriamente. – Por falar nisso, como anda com a Lily?

-Normal... na medida do possivel. – eu ri. – Por falar nisso ela reclamou muito da carta?

-Carta? Você, se declarou por um acaso?

-Ah, não. Ajudei ela nos deveres.

-Ah, agora entendo porque ela anda tão estranha.

-Como assim?

-Acho que ela ainda deve um “obrigada” a você, não?

Eu sorri fracamente.

-Tem razão, mas tudo bem, sei esperar.

Ela tornou a rir.

-Você não toma jeito mesmo, não? Pontas. Aliás, amanhã é Lua Cheia, não?

-É.

-Ainda acho incrível o fato de vocês serem animagos.

-Cara Lisa, não duvide da minha inteligência.

-Ainda acho que a Ana deveria saber do Remo... ela fica preocupada, sabia?

Eu sorri pelo canto dos lábios.

-É bom saber disso, mas se você ou a Lily contar para ela o Remo irá por a cabeça de vocês à prêmio.

-Você devia ao menos tentar convence-lo. O Remo não contou para mim e para a Lily, por que não para ela?

-Acontece que você me ouviu conversando com ele e quanto a Lily, ela foi a primeira amiga do Remo.

-Está certo, então.

-Vejo que alguém aqui está tentando me falar algo e está me enrolando...

-Se eu te contar promete que não vai contar para ninguém? – disse ela corada.

-Hum, deixe-me adivinhar... você me ama?

-Hum, engraçadinho. – ela revirou os olhos.

-O Remo, então? – falei num tom risonho.

-Ah, Tiago, deixa de palhaçada.

-Não seria o Pedro... Seria? – ergui uma sobrancelha divertido.

-Preciso mesmo responder a essa pergunta? – ela me lançou um olhar inquisidor.

-Vejamos... quem sobrou... o Snape?

Ela tornou a revirar os olhos.

-Se bem que ele me lembra um pouco o Snape. – disse ela risonha.


Sirius – Merlim, minha própria futura namorada dizendo uma coisa dessas... Merlim EU LINDO, MARAVILHOSO parecido com aquele sebo ambulante? Queria ele se parecer com o pedaço da unha do meu dedo mindinho!

Lílian – Nossa, como ele é exagerado.

( risos )


-O Sirius não vai gostar nada de saber que você disse isso sobre ele...

-E você não será a pessoa a contar, não é? Para as duas coisas... como você soube?

-Te conheço bem o bastante para saber que gosta dele... e que gostaria de saber se o que ele sente por você é o mesmo que você sente por ele.

-É...

-Bem, essa informação você só pode obter do próprio.

-Hum, você acha que se eu saísse com ele, ele me abandonaria depois?

Soltei um longo suspiro.

-Sinceramente Lisa, eu não sei... entendo algumas atitudes do Sirius tão bem quanto entendo a maior parte das atitudes da Lílian.

-Você me ajudaria com ele?

-Desde que você não me meta em nenhuma enrascada...

-Ah, Ti... – ela me abraçou fortemente, no que eu a abracei de volta. – Depois do Sirius, você é o melhor garoto do mundo.

-Alias, mudei de idéia. – disse quando me separei dela. – Como assim eu sou o segundo melhor do mundo? Eu tenho que ser o primeiro.

-Você seria o irmão perfeito, mas quanto ao garoto... o Sirius ganha de disparada.

Fingi revirar os olhos no que ela sorriu e se recostou no meu peito e eu a abracei.

-Sabe... ainda acho que você devia se declarar para a Lílian de uma vez por todas.

Senti meu rosto ficar gelado e corar furiosamente, enquanto o coração acelerava no peito.


Lílian – Ah, que lindo...

Tiago – Tenho a ligeira impressão que ela só fez isso por causa de uma certa reclamação dita a minutos atrás...

Lílian – Então não digo mais nada, Sr Potter.

( risos )


-Hey, calma, eu só fiz falar... – disse ela risonha, se ajeitando para me encarar. – Não precisa ficar nervoso dessa maneira.

-Eu dou o mesmo conselho a você, então. – falei rouco.

Foi a vez dela corar e eu rir.

-Bem... minha situação é diferente e...

-Ah, sei... – eu ergui uma sobrancelha.

-Está bem, eu não falo mais nada.

Nos entreolhamos e tornamos a rir.

-Qual será seu próximo passo na conquista da Sta Lílian Evans?


Lilian – Quando eu digo que tenho amigas traidoras... ouça bem isso, Sta Delacourt!!! Eu sei que você vai ouvir quando chegar... o aviso foi dado.

Remo – Não acho que o Sirius vá deixar a Lisa fazer isso hoje.

( risos )

Tiago – Por falar nisso, não quer me emprestar a Lisa por algumas horas não, Sirius... já que a Li...

* pof*

Tiago – AI!

Remo – O que será que doeu mais... a almofadada do Sirius ou o beliscão da Lily?

( risos )

Tiago – Vocês são muito ciumentos...


-Não sei ainda. Talvez der uma trégua, o que acha?

-Você é quem sabe... afinal, a ruiva é sua.

-E você quanto ao Sirius?

-Propus uma chance... vamos ver como ele se sai. – ela olhou para o relógio. – Será que aqueles dois já voltaram da detenção?

-Acho melhor irmos, não? – disse me levantando.

-É. – ela pegou meu braço e saímos da sala juntos.

...
O salão comunal estava vazio quando eu entrei minutos depois da Lisa ter entrado. Achei melhor fazer isso para que o Sirius não desconfiasse de nada. Não que o que eu fiz fosse algo errado mas, enfrentar o ciúme desse cachorro não é para mim.

Subi rapidamente para o dormitório e encontrei Sirius sentado no parapeito da janela e Rabicho cochilando em cima da cama.

-Tudo pronto?

-É melhor pegar o mapa logo... – disse Sirius numa voz estranhamente séria, no que eu franzi o cenho. – Onde ele está mesmo?

-Acho que na mala do Pontas... – ouvi Pedro falar com a voz rouca.

-Acho melhor você dormir um pouco não, Rabicho?

Ele nos olhou como quem dizia “Vocês se importam?”.

-Melhor mesmo – concordei com o Sirius. – Devemos estar preparados, amanhã é lua cheia.

-Você se encontrou com alguma garota? – ele franziu o cenho enquanto Pedro fechava o cortinado. – Você está com uma marca de batom no rosto.

Eu pigarreei e achei procurar o Mapa do Maroto na mala MUITO interessante.

-Ah, foi. – falei rapidamente.

-Mas e a Lílian? – Sirius falou friamente.

-Hum. – eu voltei para encara-lo surpreso. – Decidi descarregar as energias um pouco... sabe como é. – exibi um sorriso maroto.

-Ah, ta... – Sirius cruzou os braços e me encarou firmemente. – E quem seria essa garota?

-Foi a... Sharon, da Corvinal. – falei o primeiro nome que veio na minha frente.

-E por que você não me disse?

Eu franzi o cenho, aquela atitude não era típica de Sirius.

-Eu, esqueci.

-Ah, esqueceu... sei. – ele falou irônico.

-Posso saber por que esse sarcasmo todo? – falei irritado.

-Nada, só estou aborrecido com a Lisa... – por um segundo gelei, mas não disse nada. – Ela foi se encontrar com o Digorry hoje à noite.

-Entendo... – voltei a atenção para a mala, no que o silêncio fez-se presente, quebrado somente quando eu falei o feitiço para mostrar o mapa e me virei para Sirius depois de obsevar os pontinhos de Remo e Ana.

-Eles ainda estão na detenção.

Sirius saiu do parapeito e espiou o mapa do meu lado, quando eu me sentei na minha cama.

-E parece que o Remo resolveu agarrar a moreninha, não? – falou ele um pouco menos amargo. – Veremos como ele explicar esses pontinhos praticamente unidos.

Eu ri, no que Sirius me seguiu...


Lílian – Eles realmente não respeitam a privacidade alheia.

Remo – Normal, Lílian, normal.


Uma hora da manhã... Eu, totalmente corado andava pelos corredores do castelo, com Ana logo atrás de mim... Seguíamos em silêncio novamente, ela imersa em seus pensamentos e os cabelos um pouco bagunçados e eu imerso nos meus, com os cabelos no mesmo estado. Passamos pelo buraco do retrato e eu arrisquei lançar um olhar discreto na direção dela... ela me olhou e sorriu fracamente, no que eu fiz o mesmo e desviei o olhar.

-Bo-boa Noite... Ana. – disse corado.

-Er... Boa Noite, Remo. – ela sorriu fracamente e subiu as escadas correndo.

Suspirei profundamente olhando a escada do dormitório masculino... rezando internamente para que os marotos já estivessem dormindo... mas precisamente dois deles, Tiago Pontas Potter e Sirius Almofadinhas Black.


Sirius – Ele enrola o máximo possível para escapar da gente... Traidor!!!

Tiago – É... UMA HORA DA MANHÃ... imaginem o que eles estavam fazendo até uma hora dessas lá...

Lílian – Cabelos bagunçados??? Hum, sei... Remo, Remo...o que você fez com minha amiga, hein?

Remo – Posso continuar?? Suas mentes poluídas!!! E não sei qual o enxame... Tiago, Sirius, vocês dois sabem muito bem o que aconteceu! E eu duvide que a Lílian não saiba também...

( risos )

Tiago – Só queremos deixar o lobinho um pouco stressado...

* pof*

Sirius – Bem, se vocês quiserem destruir minha casa, é só avisar ante que eu deixo, ok?? Poxa Remo, era minha irmã favorita!!!

Lílian – Irmã?

Tiago – Almofadinhas...

( risos )

Lílian – Ah, ta...


Tirei os sapatos quando estava no corredor, soltando um longo suspiro abri a porta lentamente. Totalmente corado, segui pé ante pé fazendo o mínimo de barulho possível... Sorri marotamente ao pensar na hipótese deles estarem dormindo, afinal, ambos os cortinados estavam fechados e os óculos de Tiago estava em cima da mesa de cabeceira dele.

Soltei um suspiro aliviado e me consertei. Escapo deles até pelo menos até o fim da Lua Cheia... Durante o dia vai ser moleza.

Me dirigi até minha cama tirando a capa e afrouxando o nó da gravata, com um sorriso fraco no rosto.

-Noite boa hein, Sr Aluado? – num pulo de susto, soltei o distintivo que ia colocar na mesa de cabeceira e o coitado foi pro chão.

Meu Merlim, era bom demais para ser verdade... olhei para o lado de onde veio a voz e avistei Sirius e Tiago sorrindo marotamente, sendo que o último estava com os olhos semi-cerrados para enxergar alguma coisa... Ambos estavam de pijamas, mas, infelizmente ( e bota infelizmente nisso), agüentaram o sono e me esperaram.

-Nada a declarar. – disse numa voz rouca... Rabicho soltou um ronco na cama ao fundo... pelo menos ele eram um bom amigo e não me perguntava coisas que me faziam ficar mais corado do que a Lílian em seu auge de raiva.


Lílian – Realmente Remo, você sofre na mão desses dois...

Tiago – Bem, temos que saber não é? Eles fazem o mesmo quando é comigo... Se bem que o interesse maior é o Sirius... O que chegamos a conclusão que a vizinha fofoqueira é ele...

( risos )

Sirius – Assim ofende...

( risos )


-Ah, não... – revirei os olhos enquanto Sirius me puxava para fora do dormitório, Tiago pegou os óculos e me pegou pelo outro braço... e novamente me vejo condenado a mais um bendito interrogatório maroto.

-O que aconteceu só sai sobre tortura... – disse quando era jogado ( literalmente) pelos dois em uma poltrona.

Sirius e Tiago se entreolharam e sorriram marotamente... não era boa coisa, não para mim, disso tenho plena certeza.

-É mesmo? – Tiago ergueu uma sobrancelha.

-Com certeza... – disse decidido.

-Então vamos dizer a uma certa moreninha que você teve AQUELE sonho com ela... e ainda por cima caiu da cama por causa disso...


Lílian – Vocês realmente são chantagistas, viu?

Tiago – Cara Lílian, você não viu nada ainda...

Lílian – Merlim, estou até com medo de saber...

Remo – Eles realmente pegam pesado comigo...

Sirius – Se você contasse seria tudo mais fácil... e não teríamos tanto trabalho.

( risos )


Fiquei pálido e corei furiosamente.

-Ela certamente NÃO vai acreditar em você Sirius... – ele acha que eu vou cair nessa? Não mesmo!

-Mas se eu contar para a Lily... ela pode deixar escapar para a Ana... – disse Sirius cinicamente.

-Ah, é? – foi a minha vez de sorrir marotamente. – Pois então eu conto para a Lisa que você...


Lílian – Bem, o Sirius não é o único então...

( risos )


-Ta bom, ta bom... – disse Sirius corando furiosamente no que Tiago estreitou os olhos olhando de mim para Sirius.

-Posso saber o que é?

-NÃO!!! – disse o Sirius rapidamente.

-Por que não?

-Porque você NÃO pode saber!

-E por que eu não posso saber? – Tiago cruzou os braços irritado, no que eu me levantei e sai de fininho dali.

-Porque... porque... Ah, sei lá! Mas eu não quero que você saiba...

-Grande amigo você é, não?

As vozes já estavam quase distantes enquanto eu me dirigia ao buraco do retrato... era mais seguro dormir no quarto de monitor-chefe... e eu, um completo idiota, não pensei nesse breve detalhe... estava quase lá, quando sinto Tiago e Sirius me puxarem pelo braço novamente.

-Insuportáveis!!! – disse irritado, enquanto me jogavam novamente na poltrona.

-Primeiro... o que é que o Sirius NÃO quer me contar? – disse Tiago rapidamente, enquanto Sirius corava e me fuzilava com o olhar.

Um me olhava com uma cara que dizia “ Se você não contar, eu te mato!” e o outro com um olhar de “Se você ousar contar, você é um homem morto!”... Bem, tenho três opções... Morrer por contar, morrer por NÃO contar ou me matar... qual seria a menos dolorosa?
Eu olhava de Sirius para Tiago e de Tiago para Sirius... encurralado na poltrona era impossível escapar... Merlim, o que eu faço??

-E então... posso saber?

-Bem, eu tenho uma proposta... – falei sorrindo marotamente. – Eu não digo nada para o Tiago sobre aquilo... Sirius não me obriga a falar sobre a Ana e a detenção... e Tiago tenta matar Sirius a fim de obter a confissão do próprio.

Os dois cruzaram os braços e me encararam...

-Concordo! / Não concordo! – disseram ao mesmo tempo, respectivamente, Sirius e Tiago.
-Então ficaremos aqui a noite toda... – cruzei os braços decidido.

-Faremos o seguinte... – Tiago tirou a varinha do bolso e convocou uma mesa ( percebi que ela me apertou de tal maneira que não havia escapatória ) e mais duas poltronas, onde ele e Sirius se sentaram.

-O que pretende hein, Tiago? – disse Sirius com o cenho franzido.

Pontas, ainda emburrado, tirou a temida Veritaserum do bolso e colocou no centro da mesa, no que eu prendi a respiração... tinha me esquecido que ele tinha essa poção guardada em algum lugar do dormitório.


Lílian – Vocês realmente tomam medidas drásticas...

Tiago – Não é a toa que somos marotos, amada ruivinha...

Sirius – Correção, ELE toma medidas drásticas... pois ELE é o único que pode tocar nesse frasco de Veritaserum...eu já tentei quebrar o frasco com um feitiço, mas não quebrou... tentei esconde-lo, mas quando eu o toquei fiquei com a mão cheia de furúnculos... Traidor!

Remo – Tenho que concordar com o Sirius...

Tiago – Quem seria???

Lílian – Merlim, vou me casar com o pior de todos!!!

( risos )

Tiago –Assim ofende Lily... Sou tão ruim assim??

Lílian – Imagina...

( risos )


-Vejo que vocês estão meio desmemoriados, não?? – disse ele numa expressão marota e ao mesmo tempo maníaca... deu medo.


Tiago – Não exagera também, não é Remo?

( risos )


-Então... nada como uma poção para ajuda-los... quem sabe se eu por umas três gotas no...

-Está bem, eu conto... – disse ao mesmo tempo que Sirius, no que Tiago abriu um sorriso maroto e ao mesmo tempo triunfante.


Tiago – Nada como uma boa Veritaserum para arrancar confissões desses dois.

Lílian – E como você conseguiu a poção?

Tiago – Bem, meu pai é auror... digamos que eu pegava “ emprestado”.

( risos )


-Sirius??

O cachorrinho ficou extremamente corado, no que eu prendi o riso. Sirius me olhou com uma cara de “Você terá sua vez também Remo Lupin, não se esqueça disso” e voltou para olhar o Pontas com um olhar mais mortífero ainda.

-Er... bem, eu senti ciúmes da Lisa quando a Lily falou que o Digorry estava chamando-a para sair... o Remo descobriu isso ao ver minha cara emburrada.

Tiago riu.

-Ora, ora, temos mais um maroto apaixonado...

-Eu NÃO estou apaixonado! – disse ele emburrado. Sei, sei... não está apaixonado, é?

-Certo, Sirius, acredito.

-Nada de ironias, SR PONTAS!!!

Tiago sorriu pelo canto dos lábios e se virou para mim, pense rápido agora Remo John Lupin.

-Remo... Queremos tudo nos mínimos detalhes...

Sirius me encarou com a mesma feição marota que Tiago exibia.

-E se eu recusar?? – cruzei os braços e ergui uma sobrancelha.

-Você vai tomar a Veritaserum quando menos esperar, na frente do salão Principal em peso... e sua voz devidamente ampliada por um “Sonorus”.

-E o que me diz se isso é ou não uma Veritaserum autentica? Você já a testou por um acaso? – Ah, eu sou um gênio... Sirius fuzilou Tiago com o olhar e este não perdeu a pose marota, apesar de sorrir um pouco amarelo.


Lílian – Não sei qual dos três é o pior...

Sirius – Lobo traidor... esperou EU confessar para contar a carta na manga que tinha...
Remo – Tudo o que você disser e fizer, pode e será usado contra você, Sirius... uma das regras marotas, esqueceu??

Sirius – E quanto à... ajuda mútua?

Remo – Com exceções à... Duelos de honra, interrogatórios e no que a gente assim decidir. E aquilo ERA um interrogatório... a minha pele é bem mais valiosa e importante que a sua...

Sirius – Eu mereço!!!

( risos )


-Mas isso é uma Veritaserum! – disse ele irritado.

-Prove então... – eu me levantei, me aproximei dele com as mãos apoiadas em cima da mesa.... Hehehehe, de interrogador à interrogado.

-Provar?

-Beba!

-Eu ME RECUSO!!! E como vocês vão me fazer tomar se não podem tocar??

-Não sei... Talvez eu possa contar para um certa ruiva que um certo maroto gosta dela...

-Você NÃO faria isso! – disse Tiago extremamente corado. – E do mesmo modo ela não acreditaria...

-Quem sabe? Um certo poema...


Lílian – Poema?

Tiago – Sim, poema... mas ele foi devidamente rasgado dias depois.

Remo – Ele me obrigou a dizer onde ele estava, o rasgou e o jogou na lareira depois.


-Ótimo, ótimo... já que vocês não acreditam... eu vou tomar... não tenho nada a esconder mesmo... Mas tem uma coisa...

Ele rapidamente nos tirou a varinha e nos amarrou na cadeira com cordas.

-Vocês vão ficar assim para eu me certificar que não vão me mandar para qualquer lugar e sair por aí fazendo com que eu diga várias verdades que eu quero que ninguém saiba.

-Ok... – eu e o Sirius nos entreolhamos e sorrimos marotamente.

Vimos Tiago, com um conta gotas, retirar uma gota e toma-la puramente... Segundo depois ele ficou com um olhar vago e deixou o conta-gotas cair no chão.

-Vamos testar... – Sirius sorriu marotamente. – Como se chama?

-Tiago Potter... – ele respondeu monotamente.

-Onde você estuda?

-Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

-A garota que você ama?

-Lílian Evans. – ele disse num suspiro.

-Desde quando?

-Desde quando... – Tiago sorriu bobamente. – sabe que nem mesmo eu sei? Fiquei bens uns três anos tentando ignorar esse sentimento... mas tive quase certeza dele quando ela namorou o Prewett, mas tentei nega-lo até os últimos minutos.

-Pode recitar aquele poema??

-Não me lembro como ele é...

-Como conseguiu abrir aquele cortinado quando estávamos na Ala Hospitalar? – Sirius falou esperançoso.

-Descendo de uma linhagem druida... talvez os poderes dos meus antepassados estejam renascendo em mim.

-E por que você não contou para mim naquele dia?

-Eu não sabia... soube por minha mãe... numa carta. Fiquei pensando sobre o assunto e rapidamente escrevi para ela... achando que talvez ela soubesse da resposta.

-Ah, ta.

Tiago soltou um longo suspiro. Praticamente, nesse interrogatório de Sirius o mesmo só faltou perguntar qual era a cor da cueca que Tiago estava usando...


( risos )

Sirius – Também não precisa exagerar, não é?

Remo – Mas a sua impolgação era tanta... que só faltava perguntar o que ele tinha jantado na ceia de Natal do primeiro ano de Hogwarts!

( risos )


Pelo Amor de Merlim, era uma pergunta atrás da outra!!! Algumas sobre as garotas com quem ele já tinha ficado... ( descobrimos que uma delas foi mentira... quer dizer, nem tanto, já que ele roubou um beijo da garota antes de se despedir...).

-E com quem você estava hoje à noite? – disse ele sério.

-Com a Lisa. – eu olhei surpreso de Sirius para Tiago e de Tiago para Sirius, acho que foi por isso que ele temeu tanto perguntar isso.

-E por que você NÃO me contou isso?

-Saberia que você iria ficar com ciúmes.

Sirius olhou para Tiago irritado e cruzou os braços.

-Ótimo. – disse ele amargo. – Vocês por acaso se agarraram?

Tiago exibiu um fraco sorriso.

-Nos beijamos uma vez... mas foi sem querer.

-E você gostou, por um acaso? – ele falou mais irritado ainda.

-E quem não gostaria? – ele sorriu pelo canto dos lábios.

-Ótimo, Sr Traidor! – ele bufou de raiva. – Você ainda me paga, Tiago Potter.

Eu olhei para Tiago com o cenho franzido. Ele olhou de soslaio para mim e piscou o olho, no que eu prendi o riso, percebi que ele já tinha voltado e continuava a fingir.

-Por que você fez isso? – Sirius perguntou mais vermelho que os cabelos da Lílian.

-Por que você não admite que gosta da Lisa de uma vez hein, Sr Sirius Black?

Almofadinhas rapidamente fechou a cara e fuzilou Pontas com o olhar, acho que o mesmo não havia percebido que o efeito da poção havia acabado.

-Você estava fingindo seu cervo de uma figa! – disse Almofadinhas mais corado ainda.

-Em relação ao beijo, sim. Ela só me deu um beijo no rosto e nada mais... você sabe que éramos amigos e nos afastamos um pouco quando chegamos em Hogwarts, esqueceu?
Sirius assentiu emburrado.

-E por que você não me contou que estava com ela e não com a Sharon?

-A Lisa queria sigilo total... e também resolvi não contar porque senão você ficaria me encarando com esse olhar mortífero e faria um monte de perguntas.

-Pode me contar se ela falou sobre mim?

-Você não acha que já fez perguntas demais, não acha não?? – disse ele fingindo irritação, no que Sirius revirou os olhos.

-Você podia ao menos ter esperado só mais alguns minutos, não é Pontas? – falou ele num tom contrariado. – Mas bem que você podia tomar mais uma gota... o que acha? – ele completou sorrindo marotamente.

-E então Sr Remo Lupin, acreditou agora? – disse ele revirando os olhos para Sirius e depois pegando o conta-gotas, fechando o frasco da poção e o guardando no bolso. E agora eu me lembro... Sirius Black, com toda a afobação do mundo e um pouco mais, esqueceu de perguntar o principal... COMO TIRAR O FEITIÇO DO FRASCO DA POÇÃO!!! Eu mereço... se ele não estivesse falando que nem uma gralha...


Sirius – Gralha? Aí ofende, não?

( risos )


... eu até poderia me lembrar e falar, não?? Mas agora é tarde, Inês está morta e eu não posso mais fazer nada sobre isso...


Sirius – Como assim... Inês está morta?

Remo –A história é longa, mas eu resumo... Inês foi uma mulher que foi consagrada princesa depois de morta... desenterraram literalmente o corpo e fizeram ela sentar no trono e todos beijarem a mão dela e...

Sirius – Certo Remo, não quero aula de história trouxa agora, ok?

Tiago – Eu também não sabia dessa...

Remo – Claro, se vocês procurassem ler mais, saberiam!!!

Lílian – Ah, Remo, para quê eles se dariam ao trabalho de fazer isso, se eles não sabem ler mesmo...

( risos )

Tiago – Merlim, falando assim... eu às vezes penso que a Lily ainda me odeia...

Lílian – E não é que você adivinhou??

( risos )


-E então Aluado... pode ir contando tudo... – disse Tiago num sorriso maroto.

Eu olhei dele para Sirius, de Sirius para a janela, da janela para a mesa e da mesa para Tiago novamente... totalmente corado.

-Preciso mesmo dizer? – Merlim, ainda tenho esperanças... já são quase duas e meia quem sabe eles estão exaustos e vão dormir um pouquinho e me esquecem??? Merlim, como eu gostaria que meus amigos fossem pessoas normais!!


Lílian – É algo cientificamente impossível de acontecer, Remo. Esses daí não tem mais jeito não...

Tiago –E vocês não podem fazer nada... pois vocês também são!

Sirius – É e como eu sempre digo... posso ser maluco, mas não sou doido... isso nunca!

Remo – Dá no mesmo Sirius...

( risos )


-Precisamos mesmo te dar a resposta? – disse Sirius num tom tediante.

-Ok... – disse num suspiro.


“Eu cheguei na biblioteca mais cedo do que o horário para ouvir as recomendações de M. Pince... Ela falou quais eram os livros mais perigosos e que era para eu avisar à Ana. Eu ouvi tudo atentamente e me dirigi para a sessão restrita, lendo um livro atentamente, a fim de esconder meu já visível nervosismo... parecia até que aquili seria o nosso primeiro encontro.

-Er... Remo?

Automaticamente deixei o livro cair no chão e ele bateu em cheio no meu pé, mas eu não xinguei nem disse nada. Apenas abri e fechei a boca várias vezes. O que dizer... bem, posso dizer que Ana Colt não é de deixar o cabelos soltos... eu, nunca a vi de cabelos soltos, acho que ela os secava com algum feitiço ou algo do estilo. Percebi que os cabelos dela eram extremamente lisos e que dava um ar de boneca de porcelana à ela, já que a mesma tinha um rosto doce e ao mesmo tempo tímido, os cabelos caíam aos ombros e de um modo gracioso em seu rosto. Quanto à roupa bem... ela veio sem a capa de Hogwarts, o que me deu uma plena visão do corpo dela...



-E eu perdi essa? – Sirius me interrompeu com um sorriso maroto no rosto.

-Lamento dizer que a produção foi inteiramente para mim, Sr Sirius Black.

-Tenho a ligeira impressão que uma certa garota fez isso...

-Ah, quem não mais senão minha gatinha? – Sirius sorriu marotamente.

-Ótimo, já disse tudo, não? – falei rapidamente.

-Claro que não! Continue... – disse Tiago rapidamente.

-Vocês não estão com sono, não?

Sirius e Tiago se entreolharam e depois me encararam.

-Acho que não precisamos responder à essa pergunta, não?

-Ok, eu continuo.


“Preciso dizer que meu rosto adquiriu o tom mais vermelho que existe nesse planeta?

-Hum... por onde eu começo?

Me senti tentado a dizer para ela largar de lado a detenção e dar uma volta comigo, mas as palavras fugiram a caminho da boca e eu apenas murmurei algo inteligível.

-O que foi que você disse? – disse ela me encarando.

-Er... Pode c-começar com... com as de baixo... depois passar para as de cima.

-Hum, certo.

Ela pegou o espanador, a flanela e o balde, enquanto eu pegava o livro no chão. Ana começou a limpar os livros calmamente e eu de vez em quando arriscava uma espiada por detrás do livro, alias, eu CONSTANTEMENTE arriscava uma olhada para observa-la... e sentia o meu lado maroto começar a se fazer presente, olhando-a de cima a baixo e de um lado para o outro... Cada detalhe, cada centímetro... cada canto. Senti meu corpo se arrepiar fortemente e voltei minha atenção para o livro
.
Li a mesma linha umas vinte vezes, sem entender absolutamente nada ( detalhe importante, em quarenta minutos desde a chegada dela eu não tinha saído da pagina em que estava). Decidi então desistir e passar a olha-la novamente.

Corei furiosamente e deixei o livro cair no chão mais uma vez quando ela se voltou para me encarar.

-Que livro você está lendo aí? – disse ela num sorriso e desviou o olhar do meu. – Tudo bem que é para você me monitorar, mas precisa ficar calado que nem uma múmia?

Eu sorri fracamente
.
-Hum... tem razão. – falei extremamente corado.

-Qual o livro?

- Ministério da Magia – A Magia e suas leis e departamentos.

-E é interessante?

-Bem, Sirius e Tiago estão esperançosos de que eu ache as 700 faltas de Quadribol, mas não achei nada até agora. Acho que eles estão pretendendo cometer algumas contra os Sonserinos.

Ela riu fracamente.

-Mas o que mais me intriga é o Departamentos de Mistérios... não há completamente nada falando sobre ele... apenas diz sua localização e nada mais.

-Bem, o nome já diz, não é? – ela falou sorrindo.

-Tem razão. – corei furiosamente, no que ela voltou a limpar os livros.

O silêncio reinou entre nós novamente, quebrado apenas pelo arrastar da escada que ela usava quando começou a limpar os livros na parte de cima das estantes.

Eu, é claro, tinha uma plena visão das lindas pernas dela e, constatei que ela estava usando um short por baixo da saia...


Sirius rapidamente assobiou e eu revirei os olhos.

-Vale lembrar que a mesma era um pouco acima do joelho.

-E você estava olhando né, seu lobo de uma figa? – falou Tiago marotamente.

Corei furiosamente.

-Antes de ser monitor eu sou um maroto, esqueceu? – exibiu um fraco sorriso maroto e Sirius riu, juntamente com Tiago.


“Ela abriu mais um livro e o mesmo soltou um berro... A Ana gritou de susto e se desequilibrou da escada, no que eu rapidamente a amparei. O livro caído no chão ainda gritava e eu o fechei com o pé.

Ouvi passos se aproximando de nós e rapidamente gritei.

-Está tudo sobre controle!

-Bem mesmo? – disse a bibliotecária com a voz rouca.

-Sim, apenas deixei o livro cair sem querer... – gritou Ana rapidamente.

Ouvi M. Pince voltar e eu voltei o meu olhar para Ana, que ainda se encontrava em meus braços...

-Você esta... bem? – a frase quase não saia, porque eu fiquei como que hipnotizado pelos olhos azuis e brilhantes dela assim tão perto dos meus.

Senti que ela segurou meu rosto e se aproximava levemente para me beijar... Eu a soltei aos poucos e a enlacei pela cintura, enquanto ela fazia o mesmo com meu pescoço. Já sem fôlego, ela me soltou no que eu abri os olhos lentamente. Percebi que ela mordia o lábio inferior como se esperasse que eu reclamasse com ela.

-Foi... – disse ela com a voz rouca, no que eu a interrompi com um novo beijo.

Ela desabotoou minha capa e me empurrou para cima da estante, no que eu, apesar de senti as costas doerem um pouco, não interrompi o contato. Um novo livro caiu e se abriu no chão, onde um vento saia fortemente de dentro dele, num uivo baixinho. Só nos dávamos tempo para pegar fôlego entre um beijo e outro... e eu é claro, me sentia como se tivesse mil borboletas no meu estômago e quando ela acariciava o meu cabelo levemente, eu me arrepiava por inteiro... Quanto a mim, eu percorria minhas mãos pelas costas dela levemente oscilando entre a nuca e a cintura dela.

Ela deu um último selinho, no queeu abri os olhos e a encontrei sorrindo. Eu, com uma das mãos na nuca dela a puxei para um novo beijo no que ela sorriu entre meus lábios.
E, como todas as vezes nos encaramos e coramos fortemente. Ela pigarreou e me soltou, enquanto eu fazia o mesmo.

-Er, acho melhor eu... eu fechar esse livro, não? – só agora eu percebi o quanto aquele vento estava incomodando. Eu rapidamente o fechei no que ela voltou a subir na escada e terminar de limpar os livros.

E novamente houve um silêncio mais do que constrangedor entre nós... Eu tímido demais para falar e ela envergonhada demais para me encarar... Acho que ela estava achando que eu a achava um tanto quanto oferecida demais, muito pelo contrario... eu adorei a iniciativa dela ( se dependesse de mim naquela detenção eu entraria mudo e sairia calado). Quanto a mim, eu achava que ela achava que eu tinha ido longe demais e que, assim como Sirius e Tiago, era um malandro arrasador de corações e que só a estava usando numa nova aventura... E isso tudo fazia o início de um diálogo ficar extremamente difícil entre nós... Resolvi então que devia tomar uma iniciativa.


-E qual seria? – Sirius perguntou curioso no que eu o encarei totalmente corado.

-Se acalme, não posso parar para respirar, não?

-Claro que sim... mas você parou na melhor parte. – Almofadinhas sorriu marotamente, no que Pontas fez o mesmo.

-Quem diria que Remo Lupin um dia faria isso.

-A calem essa boca vocês dois.


“Eu me aproximei da escada lentamente enquanto ela estava descendo. Quando ela acabou de descer o último degrau eu segurei o braço dela amavelmente.

-Hum... er, Ana.

-Sim? – ela corou furiosamente quando me encarou.

-Hum, você... bem, você vai para Hogsmeade?

-Er, vou.

-Ah... – falei ligeiramente desanimado – Vai?

-Hum, hum...

-Bem, er... você vai digo... assim sabe... acompanhada de algum garoto? – senti meu rosto corar furiosamente, enquanto via o dela no mesmo estado.

-Não... – ela olhou para o chão.

-Então será que... – me preparei para receber um não... realmente eu não estou me reconhecendo. Desde quando eu tenho essa coragem de chamar uma garota para sair assim???

-Ah, claro. – disse ela rouca. Será que ela entendeu errado? Algo do tipo... a detenção já terminou e você está liberada? A encarei confusamente. – Eu aceito sair com você. – ela completou.

Abri a minha boca e a fechei várias vezes, senti a felicidade pulsar em minhas veias e, certamente, poderia sair pulando que nem um doido pelos corredores do castelo... e por esses minutos esqueci que eu sou lobisomem e que tenho essa maldição e que, não posso construir uma família como todas as pessoas normais.

-Nove horas está bom para você? – vi Ana sorrir timidamente e olhar para o chão.
-Sim, está. – ela voltou a me encarar totalmente corada. – Hum, mal posso esperar.
Ana rapidamente se calou, no que eu fiz o mesmo.”


-Depois seguimos até aqui em silêncio absoluto... – terminei, no que Tiago e Sirius se entreolharam e sorriram marotamente.

-Finalmente você deixou de ser tão racional e decidiu aproveitar a vida um pouco, não? – disse Sirius rapidamente.

-Posso ir dormir agora?

-Ah, claro! – respondeu Tiago se levantando e dando um grande bocejo. – Acho que também vou te seguir.

-Merlim, sinceramente vocês não existem...

-Ah, Remo, você nos adora.

Tiago e Sirius começaram a rir enquanto subíamos as escadas e eu, é claro, revirei os olhos. Até imagino como será o dia desse passeio.


Sirius – Eu e o Tiago nos matamos de tentar sair com nossas garotas e o Remo vai e consegue sair primeiro do que a gente... eu posso com isso?

Remo – Caro Sirius, eu sou irresistível...

Lílian – Ah não Remo, mais um convencido não! Já me basta o Sirius.

( risos )

Tiago – Ainda bem que ela não falou sobre mim.

Lílian – Não se ofenda Tiago, você também está nessa lista.

( risos )

Tiago –Ah, obrigado Lily... eu não devia narrar esse fato agora...

Lílian – Chantagista, só porque eu pedi... aí eu fico magoada.

Tiago – Estamos brigados mesmo...

( risos )

Lílian – Ora seu tratante, quer dizer que só porque estamos brigados eu posso ficar magoada?

Tiago – Claro... antes você do que eu... sabe, quando a pessoa esta magoada, fica um pouco carente, desamparada... certamente da uma vontade de fazer as pazes...

Sirius – E a hora da verdade está chegando... Afinal, daqui a pouco vocês vão embora mesmo... ou vocês acham que vão dormir aqui hoje? Não quero acordar de madrugada com nenhum barulho incômodo.

( risos )

Lílian – Muito engraçandinho Sr Black.

Tiago – Grande amigo ele, não? Praticamente nos expulsou.

Sirius – Claro... à noite é somente eu e a Lisa.

Lílian – Coitada da minha amiga... deve ser horrível agüentar seus roncos, Sirius.

( risos )

Sirius – Obrigado por blasfemar contra a minha pessoa, Lily.

Lílian – O que eu não faço por um amigo.

( risos )


Estava com meus seis anos quando meus pais decidiram me colocar numa escola trouxa... Posso dizer que fiquei MUITO feliz em ir para uma escola mais cedo do que o previsto... Acordar cedo, fazer deveres, NÃO usar magia... se bem que eu só a utilizava, ou quando roubava a varinha dos meus pais, ou quando meu pai ( sob os olhares reprovadores e psicopatas da Sr Potter) me ensinava algumas magias e me deixava usar a varinha para pratica-las. Quando eu recebi a notícia... tive três reações: abri e fechei a boca varias vezes num gesto perplexo, levantei a sobrancelha e pigarreei, mas por fim concordei. Pode parecer loucura da minha parte mas, preferi enfrentar um mundo totalmente desconhecido à agüentar mais uma lição da Sra Valent... aprender a ler com Filosofia e ficar treinando caligrafia com o sentido da vida não era para mim... Merlim, eles filósofos não tinham nada melhor para fazer não??


Remo – Poxa, eles não são tão ruins assim... Você sabia que eles contribuíram para...

Tiago – Ta, tá... seja lá o que for que você vai dizer eu NÃO quero ouvir...

Remo – Nossa, assim magoa... ( tom risonho ).

( risos )


Minha mãe me deixou na porta do colégio e murmurou uma mistura de “Boa sorte” com “ Se comporte mocinho”. Algo como...

-Uma reclamação sobre você e vai ficar sem sobremesa por um ano!!! Espero que se dê bem e pelo amor de Merlim Tiago, não me dê mais dores de cabeça do que já dá normalmente... controle seu gênio! - ela me deu um beijo no rosto no que eu sorri marotamente, passando a mão pelos cabelos.

-Eu preferia um “ Boa aula e espero que volte vivo”, mas tudo bem... – ela sorriu fracamente enquanto revirava os olhos. – Mas não se preocupe mãe. Pense no lado bom... o máximo que eu posso fazer é transformar um colega num bicho asqueroso.

-Merlim, Alan Potter versão mirim é demais para mim... – disse ela em tom derrotado, no que eu ri.

-Ah, mas você me ama que eu sei...

-Só cumpro minhas obrigações de mãe... – ela sorriu, no que eu a olhei indignado.

-Poxa, fui tão ruim assim??

Ela sorriu e me abraçou.

-Ah, você sabe que, apesar de me trazer intensos problemas, você foi a melhor coisa que já me aconteceu nessa vida...


Tiago – Sinceramente, minha mãe não lembra vagamente a Lily? “Apesar de você ser um idiota completo, eu te amo??” A Lily não é romântica?

Lílian – Sou sim... apenas faço isso porque não quero me sentir culpada se um dia seu ego vir a explodir e acabar por destruir uma cidade inteira...

( risos )



Eu sorri sincero quando ela se separou de mim.

-Tenho a ligeira impressão de que alguém quer ampliar o máximo o tempo aqui fora não?

-Ah, como você adivinhou? – falei marotamente.

-Tiago... – ela me olhou de maneira reprovadora.

-Mas... – certo, posso dizer que estava um pouco nervoso. Hogwarts era um mundo conhecido pelo menos e, apesar de meu pai ter me contado TUDO o que ele sabia... não acredito que seja uma fonte 100% confiável... Que raios é bicicleta??



Tiago – Antes que Sta Lílian futura Potter, Sr Enxerido Sirius e Sr Sabe-tudo Remo respondam... eu sei o que é bicicleta.

Sirius – Ele é TÃO agradável...

( risos )


Minha mãe me lançou o olhar mais mortífero que ela sabia dar no que eu engoli em seco... Podia até ouvi-la dizer... “ Se você não entrar agora, eu te levo pela orelha” e o que eu certamente não queria era ser levado pela orelha até a sala...

-Ok.

Rapidamente ajeitei minha mochila e dei meia volta, entrando no colégio. Fiquei parado no meio do pátio e passei a observar o local. Um prédio de seus três andares ficava à minha frente e ao meu lado uma escada que dava acesso a um outro prédio. Do outro lado uma caixa grande e redonda com água dentro, que depois eu fui saber que era uma piscina.
Cruzei os braços e vi um bando de pirralhos ( apesar de eu ser um na época ) correndo para a sala.

-Merlim, o que eu estou fazendo aqui? – disse para o nada quando me vi sozinho no pátio. – Será que eles dão lição de Filosofia por aqui? – exibi uma careta ao lembrar da voz chatinha da Sra Valent ( me tratando como se eu fosse uma criança de dois anos, sendo que eu beirava os sete ) dizendo “ Agora vamos conhecer Platão e seu amiguinhos”. Lembrei do fato dela ficar apertando as minhas bochechas como se pensasse que ela tinha propriedades elásticas e batendo palminhas como se fosse uma maluca retardada quando eu acertava ler um trecho ( muito a contragosto ) de uma das doidices que ela amava.

Sem nem pensar duas vezes, dei meia volta e andei apressado em direção ao portão... àquele horário fechado. Já estava com a mão para tentar abrir o portão com magia ( se conseguisse fazer algo sem a varinha), quando vejo uma sombra me cobrir e uma mão segurar firmemente a alça da minha mochila.

-Onde o Sr pensa que vai?

Olhei para cima automaticamente, exibindo um sorriso amarelo. Pense em Argos Filch... agora pense em seu oposto... o cara tinha dois metros de altura e a grossura do braço era a da minha perna, senão mais grossa ainda.


Tiago – Só esclarecendo uma duvida que surgiu na cabeça da minha amada ruivinha... já que ela esta olhando para minhas pernas numa expressão confusa... Lily, eu estou narrando como se eu estivesse seis anos.

Remo – O que não é nenhum trabalho para ele, já que, em termos mentais, eu não ver muita diferença...

( risos )


Quando o encarei ele levantou uma sobrancelha no que eu alarguei meu sorriso amarelo.
-Ah, olá... como vai?

Ele apenas ergueu mais ainda a sobrancelha no que eu sorri nervosamente. Será que eles usavam a tal da palmatória ainda?

-Er... – eu me afastei lentamente quando percebi que ele havia largado a alça da minha mochila. – O dia está magnífico, a conversa esta maravilhosa, mas... acho melhor... eu ir para a aula, sabe?

Eu quase corri, mas controlei essa vontade e apenas andei apressado... e a pressa foi tanta que, quando eu entrei na sala, bati a porta com força ao passar... e, como era de se esperar, todos os olhares voltaram para mim.

-Ah, bom dia. – sorri amarelo para uma professora que me lembrava levemente a Mcgonagall.

-Ah, bom dia Sr...?

-Hum, Potter. Tiago Potter.

-Sr Potter. – ela sorriu fracamente no que eu sorri de volta mais confiante. – Você é o aluno novo, se eu não me engano...

Eu assenti.

-Seja bem-vindo... Meu nome é Verônica, professora de Inglês. – ela sorriu fracamente. – Queira se sentar, então...

Ajeitei a mochila e me dirigi a última cadeira da fileira do meio... a única vaga... Cores, animais, verbos e mais um monte de coisas que ela ensinou... até que eu gostei da aula se não fosse o fato de não enxergar uma coisa que a professora escrevia no quadro. Eu cerrava os olhos, me levantava e me inclinava para a frente ( sobre os olhares fuzilantes de um garoto à minha frente ), mas de nada adiantava.

-Algum problema, Sr Potter?

Como de instinto, todos os olhares se voltaram para mim, no que eu me sentei na cadeira corado.

-Eu não... sabe... não estou enxergando. – bem, eu já sabia que eu não enxergava de longe a muito tempo, mas, sinceramente, não me agradava nem um pouco a idéia de usar óculos.
Ela me chamou e me trocou de lugar com uma loira, que reclamou um pouco... uma futura CDF, acho eu... A professora me avisou que o tal of-não-sei-mais-o-quê estaria hoje no colégio para examinar os alunos, apenas assenti, temeroso demais para saber o que significava aquilo.

...

Fiquei numa fila enorme... até que chegou a minha vez. Entrei na sala ligeiramente temeroso. Um aparelho enorme a um canto da sala e um quadro cheio de letrinhas ( acho eu ) na parede à sua frente... Engoli em seco, pensando seriamente em dar o fora dali... seria aquilo um novo método de tortura escolar? Tipo... a gente escolhia uma letra e a maquininha começava a mostrar um aparelhinho pequeno, pronto para cortar seu cérebro ao meio?


Lílian – Que imaginação, hein?

Tiago – Nunca te disseram que o medo faz a gente imaginar coisas que não existem no momento?

Lílian – Sim, mas não em proporções tão intensas... maquininha de cortar o cérebro ao meio??

( risos )


-Sr Potter? – uma mulher com seus cabelos negros presos em um coque usando um óculos de aro oval me encarava num sorriso doce.

-Bem, sou eu sim... seja lá o que for, eu não fiz nada de errado. – falei de uma vez, no que ela riu.

-Não, eu não vou te fazer mal.

-Não? – eu levantei uma sobrancelha e cruzei os braços. – Você é uma of-não-sei-o-quê... – lembrei vagamente da palavra ofidioglota e quase achei que ela iria açular um basilisco contra mim. – Não seria isso... – falei apontando para o aparelho maluco. – um novo método de tortura medieval?

Ela tornou a rir e pediu para que eu me sentasse. Eu a obedeci, no que me ela encarou com um olhar surpreso.

-Para uma criança de seis anos você sabe muito sobre história, não?

Eu sorri.

-Bem, meu pai sempre me contava essas histórias.

-Ah, sei. Bem, de qualquer modo Sr Potter, eu não sou nenhum bicho asqueroso prestes a dar o bote... E muito menos uma of-não-sei-o-quê... e sim, uma oftamologista...
Ela começou a me explicar o que era aquele aparelho de um modo bem simples. E perguntou se era a primeira vez que eu fazia uma consulta ao oftamologista ( ah, finalmente soube dizer o nome ) e explicou o que era a profissão dela também... Perguntou coisas do tipo se, eu me alimentava direito, entre outras que só os curandeiros bruxos podem perguntar. Por fim, eu descobri ( apesar de já saber ) que eu tinha que usar os temidos óculos.

Acho que nem preciso descrever a reação de minha mãe quando descobriu isso, não é? Ela virou Lílian Evans em seu auge de raiva... por que as mulheres que me cercam tem que ser tão stressadas?


( risos )

Lílian – Já parou para pensar que o motivo dessa raiva toda é você que faz?

Sirius – É por isso que eu gosto dessa ruivinha, quando ela tem que falar, ela fala mesmo e acabou...

( risos )


Basicamente essa era minha vida no colégio... Reprimir caretas quando os meninos ficavam falando de jogos de beisebol e futebol, ou então de um tal desenho animado e fingindo ser personagens deles ( qual é a graça de fingir lançar poderes... e fingir que morre com eles? Fora quando eles começam a discutir que não morreu com o jato super-sônico que o outro lançara, por que seu escudo o protegera...), as meninas falando que teve um pesadelo sobre uma bruxa malvada que as estavam perseguindo no sonho, ou então ninando as bonequinhas que falavam “mamãe” e arrotavam. Bem, não sei quanto à brincadeira das garotas, mas nós temos varinhas que lançam pequenos feitiços que não danificam de verdade, mas nos atinge, deixando marca de tinta ou nos derrubam facilmente, vassouras que voam a poucos centímetros do chão... Não é bem mais divertido?


Sirius – Concordo... Ah, ainda me lembro das vezes em que eu deixava o cabelo da Belatriz verdinho... Ou então quando destruía um armário de casa quando duelava com o Regulo... Ah, eu me esqueci, dessa ultima vez eu usei a varinha normal.

( risos )


A aula mais esquisita de todas, para mim, foi Educação Física... Olhei para a quadra poliesportiva reprimindo uma careta. Traços e mais traços delimitavam áreas no chão e dois trecos com rede ocupavam as extremidades... que me disseram que eram traves, depois de terem perguntado em que mundo eu vivia. E também tinha as tais de cestas que lembravam muito os aros de quadribol, mas... como lançar a bola por cima do aro? Não seria um pouco complicado? O professor se apresentou e falou algumas coisas... e ele começou a aula com os chamados alongamentos... que era profundamente tediante. Depois ele disse que iríamos começar com futebol ( os garotos ficaram alegres) ... ah, finalmente havia descoberto que aquilo era um esporte... Fiquei até um pouco mais animado. O professor entrou no vestiário e saiu com uma goles branca e esquisita na mão e começou a explicar as regras... a medida que ele ia explicando, eu olhava incrédulo para ele. Em primeiro lugar... cadê a vassoura? Em segundo lugar... que tipo de goles é essa? Em terceiro lugar... que raios é atacante, zagueiro e outros mais... cadê o apanhador?

-Só vamos jogar com isso? – disse por fim quando ele me deu espaço para falar, já que explicava as regras sem parar. Pelo Amor de Merlim... QUAL A GRAÇA NUM JOGO QUE SO TÊM UMA BOLA?

Todos me encararam com se eu fosse de outro planeta, no que eu corei.

-Por quê?Que eu saiba futebol se joga assim... o que mais precisaríamos? – ouvi um garoto perguntar intrigado.

-Ah, er... confundi o jogo.

Uma garota levantou uma sobrancelha para mim no que eu ouvi um riso que lembrava um porco grunhindo.

-E qual o jogo que não temos nada além disso? – eu me levantei e encarei o garoto, que também fizera a antiga pergunta, no que ele deu uma nova risada porcalhal.

Eu ia abrir a boca para retrucar com um ar superior, dizendo que não devia satisfações a alguém que só faltava fuçar na lama para ser um porco, porque saber grunhir ele ja sabia, quando o professor deu um sorriso irritante e respondeu.

-Existem esportes como o beisebol que utilizamos bastões além de uma só bola... seria isso que você está se referindo não é, Sr Potter?

Eu tornei a me sentar e encarei o professor.

-Exatamente. – disse com um ar superior, no que o porco tornou a grunhir.

-Acho melhor você ficar na reserva Pottinho, já que você é cego que nem uma toupeira.
Em parte ele estava certo... meus óculos só estariam prontos na manhã seguinte e o idiota começava a me caçoar desde que me ouvira perguntar para uma garota o que estava escrito mais ao longe, pois não enxergava nada.

-Antes ser cego que nem uma toupeira do que grunhir com um porco... O que vai fazer depois da aula? Fuçar na lama com os seus irmãos?

Os outros alunos riram, no que ele fechou a cara e cotovelou um garoto ao seu lado que estava rindo, no que ele parou automaticamente, o professor rapidamente apitou no que todos olharam assustados para ele.

-Crianças, vamos começar a aula, sim?

Ah, em parte adorei jogar futebol... afinal o idiota que me caçoou ficou no time oposto... e sempre quando eu ia tomar a bola dele dava um chute na canela dele e dava a desculpa de que, como eu não enxergava muito bem, acabava errando o alvo, acabando por atingi-lo, e depois saia sorrindo marotamente. Bem, da vez que ele tentou dar o troco, como o imbecil que era, me fez tropeçar e cair no chão, no que foi cobrado falta... não posso dizer que jogava futebol tão bem quanto jogo quadribol, mas eu tenho certeza, eu jogava muito melhor do que muitos dali.


Lílian – Modéstia à parte...

( risos )


Bem, durante o recreio eu tomava meu lanche quieto no meu canto ou então lia um livro num dos bancos de um outro pátio da área do colégio. Uns garotos idiotas lançavam olhares superiores para mim, enquanto devoravam um sanduíche... no que eu duvidava seriamente que eles sabiam o significado de, em boca fechada não entra mosquito... se bem que para um deles, funcionava mais uma fada mordente, já que a boca ela anormalmente grande... agora eu penso que ele faria um belo par com o Ranhoso, já que as narinas dele aumentam em proporções geométricas quando ele ri que nem um porco ( o que eu não nego que ele seja). Ao reconhecer a risada, eu rapidamente percebi que o idiota era aquele idiota e os mais idiotas ainda que lançavam olhares superiores à mim, era os amiguinhos dele.
Eu o ignorei por completo e continuei a minha leitura de “Quadribol através dos séculos” furtado da biblioteca lá de casa e enfeitiçado na capa para parecer um livro qualquer. E se, por um acaso, alguém chegasse a ler uma página... eu diria que é um livro fictício. Detalhe, minha mãe nem tinha idéia de que eu tinha levado ele para a escola... mas, o que eu iria fazer durante essa meia hora? Olhar o boboca engolir mais sanduíches do que sua boca anormalmente gigante agüenta, se engasgar e começar a tossir que nem uma pessoa com tuberculose de dragão, no que seus amigos mais retardados ainda bateriam na cabeça ao invés das costas para faze-lo desintalar? Ah, quando isso aconteceu foi a vez que eu ri mais em toda a minha estadia naquele colégio.

Posso dizer que entre mim e o tal de Marcius nasceu uma inimizade muito parecida com a minha e a do Ranhoso ( acho que vocês já perceberam por causa da aula de Educação Física ). Apesar de que, nada se compara à raiva e desprezo que eu sinto desse nariz de gancho metido até os cabelos ensebados em Arte das Trevas.

O garoto, por incrível que pareça, era menor do que eu... mas um pouco mais forte, por ser um pouco mais gordo ( claro, era de se esperar, já que come como um porco).

O sinal bateu e eu fechei o livro com um suspiro, já recuperado do engasgue do


Sirius – Marcy? Que nome mais...

Tiago – Feminino? Pois é... era como eu chamava meu adorado amiguinho...

( risos )


E como era de se esperar, quase todo mundo decidi ir ao bebedouro, como se não tivesse o recreio inteiro para faze-lo... e eu, é claro, fiquei sendo um dos primeiros da fila. E é claro, que o Marcy adorava sair empurrando todos como se fosse o dono do pedaço para furar a fila e beber primeiro do que todo mundo.

Eu já estava bebendo a água, quando sinto ser empurrado para o lado, por ele... por pouco eu não caia de costas no chão, pois duas garotas me ampararam.
Os três patetas que acompanhavam o mais pateta ainda riram lerdamente, enquanto seu chefe bebia água... Merlim, de CINCO bebedouros, ele foi tomar justo o que eu estava e o pior... derrubou e ficou em cima no MEU livro que tinha caido no chão quando ELE me empurrou! Corri o olhar do pé dele em cima do livro para o bebedouro... Todos pararam seus afazeres e o silêncio reinou entre nós, muitos imaginaram que eu começaria a chorar que nem um fraco por ele estar esmagando meu livro com aqueles pés de trasgo que ele tem... Senti a raiva me invadir aos poucos enquanto olhava firmemente para bebedouro.
De repente a água começou a jorrar fortemente no que o idiota tornou a engasgar e a água começar a molhar aquela cara retardada que ele tinha. Comecei a rir sem parar, assim como todos os outros, no que ele rapidamente separou do bebedouro e olhou para mim incrédulo.
-Foi... foi você! – ele falou rapidamente, no que eu ri mais ainda.

-Eu?? Acho que você anda vendo muito desenho, não Marcy? – sorri marotamente, ao ver a água escorrendo pelo queixo dele. – Ah, precisa de um babador, bebê?

Todos começaram a rir, no que ele lançou um olhar fuzilante à mim e murmurou um nítido “Isso terá volta, Pottinho”... Deu de ombros e disse “Estou morrendo de medo, Marcy”, e peguei meu livro... ninguém podia me acusar de nada já que, pelo que eu ouvi, o zelador disse que uma peça do bebedouro havia quebrado... mas mesmo assim o Marcy não gostou nada, nada da idéia de todos terem rido dele quando eu disse que ele precisava de um bababor.

...

Na manhã seguinte eu me preparei físico-psicologicamente para o que me aguardava quando pus os óculos e me olhei no espelho...

Não que eu ficasse esquisito... afinal, sou lindo e maravilhoso em todos os sentidos...


Lílian – Seria esse um pensamento seu em plenos seis anos de idade?

Tiago – Claro que sim!!

Lílian – Merlim, isso aí é incurável...

Remo – Descobriu isso agora Lily?

( risos )


e os óculos me deixaram com um ar mais intelectual...

Mal pus os pés no pátio do colégio e já ouvi os risos de porco daquele imbecil.

-Cortou as garrafas de casa para fazer seus óculos, Potter? – todos rapidamente silenciaram e me olharam.

-Ah sim, servem como ótimas lentes de aumento para enxergar parasitas asquerosos como você.


Sirius – Nem mesmo a Lily daria resposta melhor...

Lílian – Tenho que concordar... Apesar de estar aumentando o ego do Tiago consideravelmente.

( risos )


Todos rapidamente riram, no que ele corou de raiva.

-Pelo menos eu não preciso de um, afinal, não fico cego que nem uma toupeira quando não os uso.

Foi a vez de alguns rirem, sendo que os que mais riram foram os patetas do grupo dele, outros simplesmente me olharam curiosos, esperando uma resposta minha.

-Já disse, antes isso do que grunhir como um porco... minha “cegeira” pelo menos tem solução, mas o seu problema é algo impossível de se resolver. – eu cruzei os braços e sorri marotamente enquanto ele se levantava.

-Olha aqui... – ele se aproximou de mim, mas o sinal bateu e a professora já nos olhava com um olhar reprovador.

Eu ajeitei os óculos e sorri triunfante, no que ele rapidamente foi para a sala.

O resto da manhã ocorreu normalmente, eu já tinha alguns amigos, como o Daniel, e não era mais tão impopular assim... Eu, já acostumado, sentava na frente ( um milagre ). E muitas vezes era repreendido por conversar demais durante a aula... Apesar de não conhecer muito sobre esses desenhos, afinal não os assistia, eu e o Daniel, além desse assunto, conversávamos muito sobre o que eu mais sei... Magia. É claro que eu nunca cheguei a falar para ele que eu era um bruxo de verdade, mas apenas fingia levantar hipóteses para ele... sem falar que ele tinha uma tal de fascinação para a existência de vida em outros planetas. Fora isso, bem, começávamos a imaginar maneiras de deixar o Marcy ( ele riu muito quando eu disse o apelido pela primeira vez) mais feio do que já é... Quando eu disse que seria ótimo vê-lo transformado em uma garça, e cacarejando que nem uma galinha, nós gargalhamos tanto que a professora quase nos colocava de castigo.

E toda a manhã era a mesma coisa... ele vivia caçoando dos meus óculos ou então dos meus cabelos arrepiados, dizendo constantemente que parecia que colocavam um desentupidor de pia na minha cabeça e depois tiravam, ou que eu não tinha pente em casa... Eu retrucava calmamente... Até que ele apelou para o lado mais pervertido e perverso... Ah, não vou falar o que ele disse pois me dá raiva só de repetir... mas tinha a ver com a minha mãe. E, podem me xingar, me espancar... mas não metam minha mãe, nem meu pai no meio... isso é motivo suficiente para atiçar minha raiva.

-Repita... o que você falou... – falei ofegante e corado de raiva.

O trasgo começou a rir, ao perceber que conseguira o que pretendera quando disse aquilo... Brigar comigo.

Ele ia abrir a boca para falar, mas encontrou seu triste fim no chão, com um belo soco que eu dei nele.

-Até que para um maricas, você não bate tão fraco assim. – ele tornou a rir no que eu avancei para cima dele.

Como toda briga de colégio, a famosa roda é formada e gritos são ouvidos... e em meio à “Acerta ele, Tiago” ou “ Acaba com ele, Marcius”, uma voz autoritária foi ouvida.

-POSSO SABER O QUE SIGNIFICA ISSO?

Como se combinassem, todos se calaram e eu parei a meio soco dado e encarei o diretor, o idiota do Marcy fingiu cara de vitima e começou a choramingar.

-Potter, Durms... me sigam.

Rapidamente limpei o sangue dos lábios com as costas da mão e soltei um longo suspiro, ao meu lado, ficou choramingando que nem um bebê e murmurava que eu havia o atacado sem motivos. Comecei a retrucar e o diretor murmurou um “Calados”. Podemos dizer que o Sr Robert não era nenhum Dumbledore, mas impunha o mesmo respeito e obediência. Pouco me importava a bronca a ser levada no colégio... estava mais preocupada com a que ia levar em casa. Por um milagre divino, meus óculos, com menos de um mês de uso, estavam inteiros.

Ele abriu a porta da diretoria e nos fez entrar... Ele contornou a mesa dele e apoiou as mãos na mesa, nos encarando com um olhar repreendedor, eu continuei a encara-lo e, quando olhei de soslaio para o outro, vi que ele tinha abaixado o olhar
.
-Expliquem-se. – disse ele por fim, quando nos fez sinal para sentar nas poltronas da sala da diretoria, em frente à cadeira dele.

Começamos a falar ao mesmo tempo.

-CALADOS! – ele falou no que nós rapidamente obedecemos. – Sr Durms.

-Eu estava quieto no meu canto, quando ele... – o idiota apontou para mim, enquanto falava em tom choroso.

-Você NÃO estava no seu canto quieto... aliás, estava, mas não calado! Você que...– falei irritado no que a janela do recinto tremeu levemente.

-Sr Potter!

-Mas... – falei indignado, no que ele me encarou firmemente. – Ok.

-Continue Sr Durms. – Marcy sorriu pelo canto dos lábios enquanto me encarava, no que eu cruzei os braços e bufei de raiva baixinho. Ele voltou o olhar para o diretor exibindo uma cara falsamente chorosa.

-Eu estava quieto quando ele começou a caçoar de mim... – ele reprimiu um falso soluço.

-Você... – retruquei rapidamente, me levantando da cadeira no que o diretor tornou a me olhar, no que eu me sentei irritado.

- Ele ficou falando que eu ria como um porco.

“O que não era nenhuma mentira” sorri internamente, mantendo a expressão séria e encarando o diretor.

-Eu, me sentindo completamente humilde...

-É humilhado, idiota. – murmurei baixinho, enquanto revirava os olhos.

-... Ia me dirigir para a sala de aula quando recebi um soco no rosto dado por ele. – ele tornou a apontar para mim e reprimiu um novo ( e falso ) soluço.

-Certo... – ele voltou o olhar para mim. – Sr Potter?

Diferente do outro, eu encarei o diretor firmemente e comecei a falar.

-Há tempos que ele vivia caçoando dos meus óculos... eu apenas retrucava com palavras. – soltei um longo suspiro, no que Marcius aumentou o tom choroso.

-Sr Durms, se continuar assim peço que se retire... Alias, acho melhor você ir à enfermaria cuidar desses ferimentos.

Ele rapidamente obedeceu e abriu a porta da diretoria... percebi prendendo o riso que Daniel e outros garotos se afastaram da porta rapidamente e fingiram que estavam conversando sobre alguma coisa qualquer... mas quando encarei o diretor, percebi que ele reprimia um sorriso quando viu a cara de “anjinhos” que os outros fizeram, mas logo depois a porta se fechou e ele voltou a me encarar.

-Continue ,Sr Potter.

-Não posso dizer que nunca desejei quebrar a cara desse... – o diretor ergueu uma sobrancelha, no que eu rapidamente engoli o retardado que eu iria lançar. – do Mar... – ele tornou a erguer a sobrancelha e me encarou mais firmemente. Sabe que ele me lembrou minha mãe ligeiramente? – Ta, ok... do Durms. E também digo que não me arrependo de ter feito isso... Mas, Sr... entenda o meu lado, você também não se conteria se alguém dissesse que sua mãe era...

-Certo, Sr Potter, entendi. – disse ele rapidamente, enquanto se levantava. – Eu vou sair por uns minutos e não saia daqui.

Ele abriu a porta rapidamente, no que, dessa vez... Daniel não percebeu e acabou caindo em cima do diretor.

Dando uma rápida desculpa, num murmúrio que lembrava muito um “tropecei”, ele rapidamente se ajeitou enquanto eu prendia o riso e o diretor olhava firmemente para ele.
Soltei um longo suspiro e voltei o olhar para a mesa a minha frente. Papeis, uns porta-retratos com fotos que não se mexiam... algumas penas que eles chamam de canetas espalhadas sobre a mesa e um aparelho muito esquisito me chamou a atenção. Eu olhei para a porta e me levantei para espia-lo melhor... o treco era cheio de números... o que seria?
Mal contendo minha curiosidade eu o cutuquei, no que ele fez um “Trim”. Pulei de susto e reprimi um grito. Percebi num misto de surpresa que ele não havia parado de fazer “Trim” depois que eu havia tocado... Apertei todos os botões com números e nada... o “Trim-trim-trim” dele chegava a ser insuportável. Soltei um longo suspiro quando ele finalmente parou de tocar. Me sentei na cadeira e tornei a me levantar rapidamente quando o “Trim” recomeçou. Bufei de raiva baixinho e fiquei apertando os botões falando “ pare” e “silêncio”, mas nada... Quando finalmente tinha desistido ele parou o “Trim” para segundos depois recomeçar... Revirei os olhos e num gesto rápido peguei o telefone e taquei na parede com tudo... ele deu um último “Trim” e caiu quebrado no chão.

-Quero ver você tocar agora! – falei com ar triunfante e cruzei os braços e ia me sentar na cadeira, quando a porta se abre.

Eu rapidamente olhei para trás. O diretor havia voltado com o Marcy e olhou de mim para o treco que faz “Trim” jazido no chão.

-Mas, o q...?

-Bem, ele não parava de tocar... aí tive que tomar medidas drásticas...

-E o que te faz pensar que telefones tem que ser tacados na parede? – disse Marcy rapidamente. – Esse garoto é maluco professor! Ele tentou me matar!!! – ele voltou o tom choroso.

-Bem, foi minha reação... isso estava me aborrecendo!!

O diretor me olhou estranhamente, no que eu ajeitei os óculos.

-E não fale nada Marcy, pois quem começou com essa história toda foi você!

-Ah, quem mandou você perguntar se íamos usar mais de uma bola em futebol?

-Você deveria saber que existem jogos que se utilizam mais de um utensílio... com o beisebol, por exemplo.

-Cite outros, então?

-Hum, vejamos... Vôlei? Eu não enxergo de longe, apenas confundi uma bola com a outra... afinal, que eu saiba, até ontem, elas são brancas! – falei rapidamente. – E também eu não tinha prestado muita atenção à explicação do professor e não sabia que iríamos jogar futebol.

-Mas...

-Garotos, calados.

Obedecemos rapidamente, lançando olhares mortíferos um para o outro.

-Por você não atender o telefone Sr Potter, não havia necessidade de joga-lo contra a parede.

-Desculpe, diretor. – falei corado um pouco... mas o que fazer? Aquele “Trim” estava me dando nos nervos.

Ele rapidamente se sentou na cadeira dele e nos encarou.

-Vocês devem saber que alunos que brigam em minha escola recebem suspensão por dois dias, não é? E com ela... – ele rapidamente abriu uma gaveta e tirou alguns papéis, depositando-os em cima da mesa. – uma notificação à seus pais, avisando o ocorrido. – disse ele enquanto escrevia. – Como hoje é sexta feira... seus responsáveis devem comparecer aqui na quarta-feira, juntamente com vocês.

-Ok. – disse rapidamente, no que o outro apenas assentiu.

Ele nos entregou a notificação e eu a guardei no bolso.

-Agora, estão liberados...

Dei meia volta no que o outro me seguiu.

-E vocês... nada de brigas.

Saímos em silêncio e, quando eu fecho a porta o idiota mostra seu verdadeiro lado.
-Pena que não foi expulso, Pottinho... – ele sorriu pelo canto dos lábios, no que eu revirei os olhos.

-Acho uma pena não ter acontecido isso com você, Marcy... seus irmãos terão que esperar até as férias para fazerem uma festa de boas-vindas no chiqueiro.

Eu comecei a gargalhar quando ele me olhou irritado, rapidamente passei por ele, esbarrando propositalmente, exibindo um sorriso triunfante.

-Da próxima vez pense muito antes de dizer qualquer coisa sobre minha mãe, Marcy. Isso foi só o começo do que eu posso fazer com você por causa disso.

-Não tenho medo de ameaças... – ele retrucou rapidamente.

-Não é uma ameaça... – eu me virei para encara-lo com fúria. – Foi só um aviso... – dei as costas rapidamente e, mal viro o corredor, fui puxado por um par de mãos. Reconheci rapidamente os cabelos castanhos-escuros de Daniel. Comecei a rir baixinho quando percebi que ele não era o único a estar dentro da sala de aula vazia.

Uns cinco garotos e três garotas começaram a falar ao mesmo tempo, no que eu ri mais ainda... Eu entreouvia perguntas do tipo “ Você foi expulso?”, “Ele foi expulso?”, “Você quebrou a cara dele inteira?”, “ Ouvi uma garota dizendo que vocês tornaram a brigar na frente do diretor”, entre outras.

-Er... respondendo às perguntas entreouvidas... – sorri marotamente. – Eu não vou ser expulso... E infelizmente o Marcy também não... Também, muito infelizmente eu não quebrei a cara dele inteira... e não tornamos a brigar na frente do diretor, apenas foi uma leve discussão... Ah, e eu não quebrei o braço dele e muito estou com uma costela quebrada. – disse risonho.

Ah, a bronca foi terrível em casa... minha mãe gritou a plenos pulmões por várias horas ( ganhou até da Lily), fico surpreso se ninguém tenha ouvido os gritos dela lá no Japão... E até meu pai, que muitas vezes intervia por mim, resolveu ficar assistindo ao sermão interminável de camarote.

Ah, o castigo... ficar uns três meses sem andar de vassoura, arrumar meu próprio quarto e um mês sem sobremesa. Na quarta-feira, como desculpa para meu acesso de raiva com o telefone, minha mãe disse que foi um trauma que eu passei quando era mais novo... eu atendi o telefone quando estava relampejando e ele acabou atingindo a linha, no que eu desmaiei... desde então tenho pavor a “Trim’s” e minha tendência é taca-los na parede... ela também falou que meu psicólogo...


Sirius – Eu digo que é psiquiatra mesmo...

Tiago – Sirius, foi o que você me recomendou, não se lembra?

( risos )


... disse que isso seria algo passageiro.

Quanto ao Marcy... bem, acho que ele levou minha ameaça ao pé da letra, pois ele e seus comparcas pediram transferência para outro colégio no mês seguinte.

Eu e o Daniel estudamos juntos até eu entrar em Hogwarts... Ele foi um grande amigo... eu digo foi não porque não o vejo mais, mas sim porque, infelizmente, ele morreu... num acidente de carro, juntamente com os pais... quando eu estava ainda no primeiro ano de Hogwarts... mais precisamente em novembro.


Remo – Foi por isso que você estava tão calado essa época?

Tiago – Sim... e você não sabe o quanto eu me arrependo de ter contado para ele que eu era um bruxo... mas, fazer o quê. Fomos grande amigos... por isso que eu digo que guardo boas lembranças dessa época.

Lílian – E, como você soube?

Tiago – Por minha mãe... ela soube da noticia pelo avô dele.

Remo – Você não foi pro enterro?

Tiago – Não... alias, não tinha o que enterrar, acho eu... já que o carro caiu no rio quando derrapou da ponte. ( suspiro ) Ah, mas vamos falar de outra coisa, não? Posso dizer que o Daniel era muito parecido com o jeito do Sirius.

Sirius – Como assim muito parecido comigo?Eu sou ÚNICO!!!

( risos )

Tiago – É só brincadeira Sirius... afinal, você foi o único que fugiu do St Mungus e ainda insiste em dizer que é alguém normal.

Sirius – Você sabia que insanidade é contagioso?

Lílian – É por isso que eu estou me sentindo meio estranha esses dias...

( risos )

Tiago – E eu achando que seria um Tiago Potter Júnior a vir...

Lílian – Ele diz que é Tiago Júnior... mas sinto muito... um Tiago já basta para mim... e se por acaso for menina hein, Sr Potter?

Tiago – Hey?Então minhas suspeitas estavam corretas? ( voz rouca )

Sirius – Hey, mas como, se vocês estão em guerra?

( risos )

Lílian – Merlim, daí-me paciência... eu falei SE por acaso, não dei certeza... mas não, ainda não.

Tiago – É... mas, se fosse menina e se parecesse com você... Que tal Lílian Jú... Er, Júnior tem feminino?

( risos )

Lílian – Original ele, não?

( risos )

Remo – Merlim, eles nem casaram ainda e já pensam em filhos...

Sirius – Eu vou ser o padrinho!!

Remo – Ele quer tudo para si... Qual é né, Sirius? Você já vai ser do casamento, tem que ser dos filhos também??

Sirius – Claro, quem mais perfeito senão eu para ser o padrinho dos filhos dos nossos amigos? Afinal, sou perfeito por natureza.

( risos )

Lílian – Certamente, Sirius Black não seria um bom exemplo de modestia para uma criança.

Sirius – E o Remo seria por um acaso? Pense bem... Ele seria abduzido por Marcianos da celulose!

* pof*

Remo – Muito engraçado, Sirius!

Sirius – Portanto eu digo... não há pessoa mais perfeita para o papel... Pense bem, sou lindo, gentil, maravilhoso...

Tiago – Ih, já vi que vai demorar...


( pausa da gravação )



N/Autora – E aqui acabamos mais um capítulo... ( N/Sirius – Não que eu tenha achado algo agradável o Tiago numa escola trouxa...) * se ele não me interrompesse eu agradeceria * mas, quem tanto esperava pela opção, espero que tenham gostado.

N/Sirius – E o resultado da votação foi a seguinte...


1 º Opção – O Pontas pirralho, completamente idiota, numa escola trouxa – 16 votos

2º Opção – O encontro nada romântico entre a Lily e o Pontas – 6 votos

3º Opção – Como EU e o Pontas ficamos amigos do sabe-tudo Aluado. – 10 votos


N/Tiago – Como puderam perceber a opção dois já era... Vamos a nova então...



N/Tiago – Como eu e o traste do Almofadinhas ficamos amigos do Reminho.

N/Lílian – A detenção do Tiago e do Gideão, que foi monitorada por mim.... não deu boa coisa.

N/Remo – Os problemas com as transformações animagas... ou vocês acham que foi assim tão fácil?


N/Autora – Vamos também para outra votação... Preciso tomar um rumo certo para a história... e, a depender do resultado será de uma maneira a ser feita... e tem algo também... vocês nunca se perguntaram quem esta ouvindo essa história? Pois bem, o resultado dessa votação também influencia no resultado. Vejamos:


“Como você gostaria que a fic terminasse?”


1º Opção – Do inicio do namoro dos dois e pulando para o casamento.

2º Opção – Todo o sétimo ano, parando nas primeiras semanas de casados.

3º Opção – Onde eu decidir... ( pode ser até no próximo cap... huahahaha. Brincadeira, seria bem mais à frente... Talvez com a morte deles ou algo mais).

4º Opção – Agora mesmo porque essa fic está um saco ( bem, tenho que respeitar a opinião de todos, não é?).


N/Tiago – E como ela mesma diz... a votação não é obrigatória... beijos e até o próximo cap.

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Comentários (1)

  • JuPJEWAL

    Eu gostaria que fosse a 3º opção ! Ficaria legal! *minha opinião*

    2011-06-16
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