Um passeio pelo passado.



N/A:
Oh, sim. Presente pra voces! Aproveitem...


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Prezado Harry,



Gostaria, primeiramente, de pedir desculpas. Sei que prometi ir até A Toca visitá-lo para que pudéssemos conversar melhor, mas infelizmente não consegui ninguém de confiança para tomar conta do hotel. Meu funcionário de confiança saiu de férias esta semana e me vi em apuros para encontrar alguém à altura para substituí-lo. Enfim, deixando meus problemas de lado, enviei esta carta no intuito de tentar solucionar esse pequeno impasse e fazer-lhe uma proposta. Na verdade é um convite a você, seus amigos e à sua encantadora namorada para virem até aqui. Se não for um empecilho para vocês, é claro, adoraria hospedá-los no meu hotel; assim, poderíamos conversar e nos conhecer melhor, além de ser uma ótima oportunidade para que você conheça o lugar em que nasceu (apesar de que rolam uns boatos que você já esteve por aqui). Não sei quais seus sentimentos com relação à Godric’s Hollow, mas imagino que, se você tem alguma lembrança daqui, elas não devem ser das mais agradáveis. Então, adoraria mostrar-lhe as coisas boas que essa cidade pode oferecer. Se for do seu agrado, reservarei dois quartos para vocês neste fim de semana.



Aguardo resposta,

Merina Slamvic





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- O que vocês acham? – Harry perguntou às outras três pessoas que estavam com ele no quarto e o tinham ouvido ler a carta que chegara há alguns poucos minutos.

- Que ela está bastante interessada em conhecer você. – respondeu Rony com simplicidade.

- Assim como eu a ela. – interpôs Harry – Não vejo nada de estranho nisso.

- Eu também não. – completou Hermione tomando a carta das mãos do amigo e passando os olhos rapidamente – Acho comum que vocês queiram se conhecer melhor, afinal, vocês são o único elo forte de ligação a uma pessoa de importância pra vocês.

- É verdade! – concordou Gina – Mas a questão principal não é essa no momento.

- E qual é? – quis saber Rony, vendo sua irmã acariciar distraidamente Arnoldo, seu mini-pufe roxo.

- Saber se Harry tem a intenção de voltar à Godric’s Hollow.

Na mesma hora os três olharam para Harry. O moreno refletiu um pouco antes de responder.

- Eu sei que terei de voltar. E se ela diz que pode me mostrar as coisas boas de lá, eu realmente adoraria conhecer.

- Ok, mas por que será que ela nos convidou pra ir junto? – questionou o ruivo, coçando o queixo intrigado.

- Talvez por ela ser bem mais inteligente que você! – ironizou Gina – Ela sabe que seria muito mais fácil persuadir o Harry a ir se fossemos junto. – completou como se isso fosse mais que óbvio.

- Exatamente! – afirmou Hermione – Ela deve ter imaginado que Harry se sentiria mais seguro indo ao lado de pessoas de confiança. Não dá pra esconder o fato de que ela, mesmo tendo sido melhor amiga da mãe dele e conhecida dos Weasley, é uma completa desconhecida para Harry.

- O que faremos então? – questionou Harry fitando a amiga – Como poderemos ir neste fim de semana se você está indo embora ainda hoje? Não vai querer que a gente vá sem você, hum?

Hermione mordeu o lábio inferior. Sabia que precisava passar mais tempo com seus pais, mas também tinha muita vontade de acompanhar os amigos.

- Bom, eu posso tentar conversar com meus pais. Hoje já é quinta, e acho que eles me deixariam ficar até a segunda. – decidiu a morena e no mesmo instante começou a revirar sua bolsa – Vou falar com eles agora mesmo. – completou puxando o celular de lá e indo direção à porta.

- Aonde você vai? – perguntou Rony, a fazendo virar para ele.

- Você é tapado ou está temporariamente surdo? – se intrometeu Gina agressivamente; já não tinha mais o tão admirável dom da paciência quando o assunto eram as lerdezas masculinas – Ela acabou de dizer que vai ligar para os pais.

- Ela não pode fazer isso daqui? – devolveu irritado.

- Não, não posso! – explicou Hermione, interferindo a discussão – A casa está protegida por alguns feitiços e há um excesso de magia nos arredores. Isso pode atrapalhar o sinal do aparelho. Terei de ir até os jardins procurar sinal. – e sem esperar mais se retirou.

Rony se voltou à irmã, bastante aborrecido.

- Vai dizer que você esperava que eu soubesse disso?

A ruiva achou por bem e por consideração à paz familiar não responder a essa pergunta óbvia, apenas levantou as sobrancelhas com desdém e continuou afagando Arnoldo.

Harry levantou da cama de Gina e caminhou até a janela. De lá pôde ver que o dia estava acinzentado. Nuvens escuras começavam a encobrir o sol e esconder o céu azul, dando a impressão de que já poderia ser bem mais tarde do que realmente era. Viu Hermione andando de um lado para outro no jardim enquanto falava ao celular; alguns segundos depois, ela pôs-se a correr para dentro da casa, no mesmo instante que Hermes, a coruja de Percy, saia pela janela da cozinha com um embrulho atado as patas. Lembrou-se, com certo aperto no peito, de Edwiges. Sentia falta dela.

- Tudo certo! – exclamou Hermione sorridente parada à porta – Eles ficaram um pouco tristes, mas entenderam. Disseram que era bom que eu aproveitasse um pouco da tranqüilidade ao lado dos meus amigos.

Rony sorriu satisfeito.

- É melhor mandarmos logo uma resposta à Merina. – sugeriu Harry.

- Eu tenho tinta e pergaminho aqui. – informou Gina abrindo a gaveta do criado-mudo.

- Hei, mocinha... a senhorita não acha que está muito empolgadinha? – falou Rony em tom de repreensão – Você nem mesmo sabe se a mamãe vai permitir que...

- Cala a boca Rony! – disse a ruiva calmamente, mas foi o suficiente, pois o irmão se calou na mesma hora; talvez por saber que, quando o temperamento da irmã estava sensível, era melhor não colocá-lo à prova.

Gina entregou uma pena, um tinteiro e uma folha de pergaminho à Harry, que começou a rabiscar uma resposta para Merina.

- Eu acho melhor mandarmos a resposta pelo Hermes. Será mais rápido. – opinou Rony.

- Acho que não! Sua mãe acabou de enviá-lo ao ministério com o almoço de seu pai e Percy, já que eles não poderão vir almoçar em casa hoje. Parece que o ministério está bastante agitado esses dias por causa dos julgamentos que estão acontecendo. – avisou Hermione, enfim entrando no quarto com Bichento em seus calcanhares.

Rony suspirou e andou em direção à gaiola da pequena coruja que havia ganhado de Sirius. A ave começou a piar empolgada na mesma hora que o ruivo a libertou.

- Dá pra fechar esse bico? – reclamou, mas a corujinha nem lhe deu atenção.

- Aqui! – Harry entregou o pergaminho ao amigo, que começou a atá-lo, com certa dificuldade, na pata de Pichitinho.

- Quer ficar quieto seu bolo de pena!

Assim que terminou, pegou a coruja e a soltou pela janela. Os quatro ficaram olhando pela janela até a ave sumir por entre as nuvens úmidas.









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Na opinião de Harry, o sábado não poderia ter começado melhor. Sol brilhando, passarinhos cantando, Gina lhe acordando, os amigos conversando felizes devida à animação pela viagem que fariam dali a algumas horas e, principalmente as boas notícias trazidas pelo Sr. Weasley e Percy no dia anterior: Dolores Umbridge havia sido duramente condenada pelos crimes aos nascidos trouxas e passaria uma longa temporada em Azkaban sem direito a nenhum tipo de regalia. Isso, somado ao fato de ele e Rony, com a persuasiva ajuda de Gina, terem conseguido convencer Hermione a não levar nenhum livro na viagem, o impossibilitava de apagar o sorriso permanente que se formou em seu rosto.

O café da manhã também foi muito agradável; Gui e Fleur haviam ido até a Toca para fazer a primeira refeição do dia ao lado da família e a felicidade da Sra. Weasley por ver a mesa lotada novamente pareceu contagiar a todos. O pequeno fato de Jorge ter conseguido fazer Percy engolir um caramelo incha-língua e ficar com a língua com mais de um metro de comprimento não conseguiu estragar o clima, pelo contrário, pois, por incrível que pareça, Percy puxou a varinha e começou a tentar murmurar feitiços em direção ao irmão, mas a enorme língua permitia apenas que sons abafados saíssem de sua boca, fato que fez Jorge passar mal de tanto rir. Mas as explosões de risadas vieram mesmo em seguida, quando uma série de tentáculos começou a sair por vários pontos do rosto de Jorge, que pareceu demorar a entender que o irmão havia lhe lançado um feitiço não-verbal. Percy caiu da cadeira em que estava, rolando de rir, a enorme língua tremendo em sua boca. A situação ridícula, somada ao fato de Percy estar realmente se divertindo, fez com que até mesmo Jorge caísse na gargalhada.

- O dia já começa bem animade porr aqui, non? – disse Fleur baixinho para Harry enquanto limpava algumas lágrimas de riso do seu belo rosto enquanto Jorge, já refeito do feitiço do irmão, livrava Percy da língua gigante e o abraçava rindo.


As despedidas foram breves e sem muitas recomendações, visto que os quatro passariam pouco mais de um dia em Godric’s Hollow. Apenas Gina teve de ouvir um sermão mais longo, com conselhos para que se comportasse e não usasse magia, por ainda ser menor de idade e blábláblá.

Harry foi o primeiro a entrar na lareira e dizer: Casa da Merina.


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Após uma série de rodopios nauseantes e um borrão de cores fazer pipocar bolinhas prateadas em sua vista, o obrigando a fechar os olhos, sentiu seus pés baterem em chão firme. Saiu de dentro da espaçosa lareira para desimpedir o caminho para os outros. Olhou brevemente para a ampla sala em que estava. Não tinha ninguém ali. Definitivamente aquilo não parecia nada com um hotel, e sim com uma casa de gente muito nobre. Mas Merina havia dito na segunda carta que mandou a eles, que ela morava no próprio hotel, e que eles chegariam pela lareira que tinha em seu escritório.

O escritório era bastante espaçoso, confortável e bem iluminado. Um sofá e algumas poltronas estavam dispostos do outro lado da sala, quase ao lado de uma grande escrivaninha, que possuía alguns porta-retratos sobre sua superfície. Harry ia se aproximar para olhar melhor as fotos, mas um barulho às suas costas o distraiu. Gina surgiu na lareira um pouco suja de fuligem e levemente desequilibrada devido ao peso de sua mochila. Harry deu a mão a ela.

- Obrigada! – ela agradeceu.

- Por que demorou? – ele quis saber.

- Ah, foi uma coruja que chegou assim que você saiu. – ela colocou a mão no bolso, tirou de lá um envelope com um brasão que Harry conhecia muito bem, e entregou a ele – É pra você!

Levemente surpreso ele começou a abrir o envelope, no mesmo instante que Hermione irrompeu da lareira.

- Foi bem mais rápido do que quando voltamos de Sidney! – concluiu a morena, já limpando sua roupa com a varinha.

Harry começou a ler o pergaminho em silêncio, junto com Gina e Hermione que, curiosas, esticaram o pescoço ao seu lado.

- E então? Já descobriram o que é? – perguntou Rony saindo de dentro da lareira com sua mochila nos ombros.

- Exatamente o que eu imaginava. – confessou Harry guardando o papel no bolso – Fui intimado a comparecer no ministério para prestar depoimento no caso dos Malfoy. Terei de ir até lá na sexta.

Mas os comentários que iriam fazer com respeito a esse assunto foram cortados pela entrada de uma bela bruxa loura na sala.

- Oh, Mérlin! Eu sabia que vocês já estariam aqui. Perdoem-me a demora! – desculpou-se enquanto se aproximava apressada do pequeno grupo.

- Não se preocupe com isso. Acabamos de chegar. – contemporizou Hermione com simpatia.

- Obrigada pelo convite Srta. Sla...

- Merina, querida. – a bruxa interrompeu Gina, que apenas deu um sorriso acanhado de volta.

- Mas venham, lhes mostrarei logo seus quartos. Assim vocês se acomodam primeiro e depois conversamos.

Os quatro seguiram a loura para fora do escritório e pelos corredores do hotel. O lugar, ao contrário do que imaginaram pelo porte do escritório da bruxa, era bastante simples, mas aparentemente acolhedor. Desceram um andar de escada e Merina parou em frente à porta com uma placa dourada marcando o número 301.

- Alorromora! – murmurou apontando sua varinha para a maçaneta, que abriu com um click. – Venham meninas, esse é o quarto de vocês.

As três entraram no quarto, mas Rony e Harry acharam melhor esperar por elas do lado de fora. Merina logo retornou.

- Venham, o de vocês é logo ao lado. – informou já caminhando para a porta de número 302. Abriu a porta com o mesmo feitiço e entrou. Os dois rapazes logo depois dela.

- Uou! Esse quarto é demais! – exclamou Rony empolgado olhando em volta.
Merina sorriu com a empolgação do ruivo. Era sempre essa a reação de hóspedes bruxos ao verem os quartos.

- Esse hotel não é para bruxos, não é? – perguntou Harry largando sua mochila no chão e chegando próximo da televisão.

- Sim e não. – respondeu a bruxa – Na verdade, quando comprei o hotel, ele era apenas para trouxas, ou os donos achavam que sim. Mas comecei a perceber que muitos bruxos também se hospedavam aqui, afinal, esse é um vilarejo popular entre os bruxos. Muitas famílias bruxas, algumas muito importantes inclusive, residem ou já residiram aqui.

- E como você poderia saber que eram hóspedes bruxos? – perguntou Rony curioso – Eles não saiam soltando feitiços por ai se sabiam que haviam trouxas por perto, né?

- Não. Mas alguns bruxos têm sensibilidade para detectar magia. Eu sentia a presença de magia quando andava pelos corredores do hotel, o que sugeria que tinham bruxos por aqui! – explicou a loura.

Harry lembrou claramente do dia em que Dumbledore também sentiu a presença de magia no dia em que foram até a caverna em que estava escondido o medalhão. Admirou-se que Merina também tivesse sensibilidade para isso.

- Bom, vou deixar vocês aqui. Qualquer coisa eu estarei na recepção. Algum de vocês sabe usar o telefone? – perguntou, no que Harry confirmou – Ótimo, se precisarem de algo é só ligarem para o número que está logo ao lado do aparelho – falou apontando para o telefone – Eu aguardarei vocês no restaurante ao meio dia para que possamos almoçar juntos. Fica no andar térreo. Fiquem à vontade. – deu um sorriso simpático e se retirou.

Rony e Harry se entreolharam. Um sorriso compreensivo nascendo nos lábios dos dois.

- Eu fico com a cama em frente à TV! – disse Harry com animação, correndo e se jogando em cima da confortável cama.

- Ah não! Isso não vale... vamos tirar na sorte. – reclamou Rony indignado.

- Nem pense nisso. Eu cheguei primeiro! – Harry se esparramou ainda mais na cama.

- É mesmo? – Rony pegou sorrateiramente um travesseiro de cima da outra cama – Então toma isso também! – E tacou o travesseiro no meio da cara de Harry, o que entortou seus óculos.

O ruivo se dobrou de tanto rir. Mas a risada cessou assim que um outro travesseiro lhe acertou em cheio o lado direito do rosto, o fazendo perder o equilíbrio e quase desabar no chão.

- Estamos quites! – disse Harry com um sorriso zombeteiro, segurando a arma do crime já preparada para outro ataque. – É melhor se render caro amigo. Você não é páreo para mim!

- Ah, nem sonha. Você derrotou Voldemort e tal, mas foi usando uma varinha e não um travesseiro! – esclareceu o ruivo já investindo uma travesseirada na direção do amigo, que se abaixou e acertou uma bem nas pernas de Rony – Ora seu... – e os dois começaram a correr pelo quarto, pulando por cima das camas e rindo parece loucos, lançando os travesseiros a esmo.

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A porta se abriu de repente, mas os dois nem perceberam; continuaram com a infantil guerra de travesseiros. As duas garotas ficaram paradas à porta de queixo caído com o que viam. Olharam-se de relance como que para confirmar que estavam vendo a mesma coisa.

- Dá pra acreditar que esses dois há alguns dias estavam numa guerra derrotando um perigoso bruxo das trevas? – a moça ruiva perguntou baixinho.

- Não mesmo! – respondeu a morena no mesmo tom.

Se entreolharam novamente e sorriram. A ruiva fez sinal com a cabeça para que saíssem dali; a morena concordou e começou a fechar a porta silenciosamente, deixando as duas crianças à vontade para brincar. Eles realmente mereciam.








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As duas garotas estavam confortavelmente deitadas em suas respectivas camas, assistindo um desenho trouxa particularmente engraçado na televisão de seu quarto. Gina parecia infinitamente mais interessada no desenho do que Hermione, que de repente franziu o cenho.

- Gina, você acha mesmo que o Harry ia dizer algo importante? – perguntou, retomando o assunto de alguns minutos atrás.

A ruiva se virou de bruços na cama e sustentou o queixo nas mãos, fitando a amiga.

- Certeza mesmo não, mas eu senti que ele ia... bom... ah, deixa pra lá! – disse um pouco corada.

Hermione a fitou intensamente, um leve sorriso brincalhão nos lábios.

- Ele gosta muito de você, Gina!

- Eu sei disso Mione! Ele demonstra isso cada vez que estamos juntos. – disse a ruiva com um sorriso radiante.

- Mas eu me refiro a gostar de verdade, sabe?

- Não, não sei!

A morena suspirou.

- Eu não sei se deveria dizer isso, até por que acho que nem mesmo o Harry sabe que eu sei, mas ele nem teria como...

- Quer dizer de uma vez? – perguntou a ruiva impaciente.

- Quando nós estávamos viajando atrás das horcruxes, o Harry adquiriu um hábito um tanto quanto constante, sabe? Digo, quase todas as noites ele pegava o mapa do maroto só para procurar seu nome. Ele passava horas fitando seu nome. Era como se estivesse tentando se comunicar com você de alguma forma.

Gina sentiu seu coração pesar.

- É... é sério?

Hermione anuiu e completou.

- Isso demonstrava um pouco do quanto ele sentia a sua falta e o quanto se preocupava com você. Ele realmente adora você, Gi!

Gina sorriu para a amiga.

- Eu nunca imaginei que meus sonhos de menina se tornariam realidade, sabia? Tinham momentos que eu pensava que era impossível que um dia ele fosse olhar pra mim como mulher. É quase como se eu estivesse em outro plano agora! – confessou sonhadoramente.

- Eu sei. Passei por uma situação um pouco parecida. Me sinto exatamente da mesma forma. – entregou Hermione.

- Eles amadureceram bastante, não é? – indagou Gina.

A amiga apenas confirmou com a cabeça.

- Graças a Mérlin! Pois essa maturidade foi muito bem-vinda! – completou a ruiva com descontração – Ninguém se beneficiou mais dela do que nós duas!
As duas riram no mesmo momento que a porta se abriu.

- Estão rindo de que? – perguntou Rony.

- Nem queira saber! – alertou Gina, levantado e pulando no pescoço de Harry.

- Aposto como nosso nome estava no meio. – Harry sussurrou desconfiado para o amigo, mas Gina também ouviu.

- Vocês querem mesmo saber? – perguntou.

- Não! – responderam os dois.

- Ótimo! Então é melhor descermos, pois Merina já deve estar nos esperando para almoçar. – disse Hermione segurando nas mãos do namorado. – Ah, mas da próxima vez, batam na porta antes de entrarem, ok? – alertou e saiu puxando Rony, que virou para Harry e sussurrou:

- É incrível como ela sempre arruma algo para nos dar bronca.

Ele, Harry e Gina sorriram.

- Qual o motivo desses sorrisinhos, hein? – perguntou a morena estreitando os olhos de uma forma carinhosamente familiar.

- Nem queira saber! – respondeu Rony.

Hermione riu.








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O restaurante estava praticamente cheio. Quase todas as mesas estavam ocupadas por trouxas e, sem dúvida, por alguns bruxos.

- Hum, nem é necessário sentir a presença de magia para saber quem são os hóspedes bruxos. – comentou Rony enquanto olhava as espalhafatosas e estranhas combinações de roupas que algumas pessoas usavam.

- É, imagina como seria se o pai da Luna resolvesse se hospedar aqui?! – disse Harry – Acho que os trouxas achariam que tem um circo na cidade.
Rony riu. Mas Gina deu um cutucão em Harry e Hermione lançou um olhar reprovador aos dois.

- Olá meus jovens. – cumprimentou Merina assim que se aproximou deles – Venham por aqui.

Os quatro a seguiram para uma mesa mais reservada aos fundos. Um aroma delicioso tomava conta do local, o que pareceu fazer Rony lembrar que tinha um estômago, pois um ronco audível fez todos olharem para ele.

- O que foi? Ele tem vida própria, ok? Eu não controlo essas coisas! – justificou-se levemente envergonhado.

Harry, Gina e Merina riram, mas Hermione ficou rubra de vergonha.

- Certo! Acho melhor comermos antes, não? – perguntou a loira enquanto sentava, fazendo sinal para que os outros fizessem o mesmo.

Após cada um fazer seu pedido, começaram a conversar sobre a maneira com que Merina conheceu Lílian.

- Então vocês ficaram amigas logo no primeiro dia de aula? – perguntou Gina.

- Isso. Na verdade nós duas começamos a conversar ainda no expresso de Hogwarts. Eu não encontrava nenhuma cabine vazia; a única mais disponível era uma em que estavam uma garotinha ruiva e um menino muito branco e com cabelos negros conversando, aparentemente injuriados com alguma coisa. – disse a loira com um ar sonhador, parecendo voar em pensamentos.

Harry sentiu algo muito estranho revirando em seu estômago, pois ele lembrou que tinha visto uma lembrança de Snape desse dia, mas não recordou de ter visto nenhuma garotinha loira por lá.

- Eu me aproximei deles um pouco nervosa, pois, além da minha irmã, eu não conhecia mais ninguém ali.

- Irmã? – Intrigou-se Hermione.

- Ah, sim! Tenho uma irmã. Ela se chama Miranda e é quatro anos mais velha que eu. Ela já estava no quinto ano nessa época e tinha acabado de se tornar monitora, então teve de ir para uma cabine reservada apenas para os monitores, o que me deixou um pouco mais nervosa do que eu já estava. É estranho ter apenas onze anos e estar indo para um lugar desconhecido e sem conhecer ninguém.

- O que aconteceu depois que você entrou na cabine com eles? – quis saber Harry, particularmente curioso sobre essa parte.

- Na verdade, foi mais fácil do que imaginei, pois Lílian foi muito gentil e também parecia muito ansiosa. – continuou Merina - Logo percebi o por quê, quando ela me disse que era nascida trouxa. A conversa ficou mais fácil a partir daí, pois comecei a falar pra ela várias coisas sobre o mundo dos bruxos. Começamos a ler alguns livros e mostrei a ela alguns feitiços que havia aprendido com meu avô.

- Mas e o garoto que estava com ela? – Rony a interrompeu.

Merina lançou um breve olhar à Harry.

- Ele não falava quase nada. Eu o achei meio estranho naquele momento, inclusive senti que ele parecia um pouco incomodado que eu tivesse conquistado em tão pouco tempo a atenção de Lílian. Ele parecia já conhecer Lílian há algum tempo, pois os dois conversavam animadamente quando eu cheguei e pareciam ser amigos. – explicou.

Harry não teve dúvidas de quem era o tal garoto.

- Era Snape, não era? – questionou.

- Sim, era Severo Snape! – respondeu a bruxa sem pestanejar.

Rony, Hermione e Gina ficaram levemente surpresos, mas o susto só não foi maior porque eles já sabiam da história de Snape e Lílian. Merina pareceu mais à vontade ao notar que eles não ficaram tão chocados com isso e teve uma leve intuição de que muita coisa que ela contaria não seria novidade.

- Mas retomando o assunto... Depois de alguns minutos de uma conversa descontraída com Lílian, percebi que tínhamos muitas coisas em comum, apesar das diferenças na criação. Criei coragem e resolvi perguntar sobre o que eles estavam conversando antes de eu chegar, pois tinha percebido que, seja lá o que fosse, os tinha deixado bem irritados. – disse isso com um sorriso.

- E então, o que era? – Rony parecia ter esquecido completamente a sua fome.

- Disseram que tinham encontrado alguns meninos muito arrogantes em outra cabine. – falou com ar de quem relembra algo muito engraçado – Esse foi o único momento que Snape disse alguma coisa. Parecia querer me convencer que aqueles garotos eram uns idiotas que não sabiam que a melhor casa de Hogwarts era a Sonserina. Bom, eu realmente achei melhor não dizer que a última coisa que eu queria seria ir para a Sonserina, pois o garoto parecia realmente adorar a casa, e também para não assustar Lílian. – ela parou e deu um suspiro saudoso – Eu precisei chegar à escola para saber que os garotos arrogantes a quem eles se referiam eram Sirius e James.

Harry deu um sorrisinho fraco. Nesse momento a refeição deles foi trazida à mesa por um garçom franzino. Os quatro pareciam tão absortos na história da loira que mal notaram que a comida estava a sua frente. Mas Rony, é claro, deu uma garfada na sua macarronada antes de perguntar:

- É lógico que vocês duas foram para a Grifinória, não?

- Eu realmente teria adorado isso, mas não! Eu fui para a Corvinal, a mesma casa que a minha irmã. Snape, é claro, foi para a Sonserina. Lílian ficou desesperada quando foi selecionada para a Grifinória junto com os ditos “garotos arrogantes”. – a loira deu uma risada divertida – Eu tive medo de ela ter um treco quando olhei pra cara dela. Parecia apavorada. Mas as coisas não foram tão difíceis assim, pois as companheiras de quarto dela eram bastante simpáticas e acabamos nos dando muito bem. E as nossas casas também tinham várias aulas compartilhadas. A então rotulada por Snape de dupla arrogante, depois de uns meses se tornou a dupla mais popular da escola. A tal dupla acabou se tornando um trio e posteriormente um quarteto, quando Remo Lupin e Pedro Pettigrew se juntaram a eles, passando a ficar conhecidos em toda a escola, inclusive pelos professores como “Marotos”. James e Sirius eram verdadeiros criadores de casos mas, por incrível que pareça, eram os alunos mais inteligentes da escola. Todos adoravam eles. Bom, todos menos Lílian, Snape e alguns garotos da Sonserina.

- Mas e você? – quis saber Harry – O que achava deles?

- Eu os achava incríveis, mas tomava o maior cuidado para não comentar isso na frente de Lílian, pois eu confesso que ela se tornou uma bruxa incrível. Uma azaração que partia da varinha dela não era nada agradável. – comentou confirmando com a cabeça o que dizia - Eu tinha a maior vontade de perguntar como os Marotos conseguiam tempo para estudar em meio às milhares de detenções que tinham de cumprir. Era assombroso que, mesmo sendo os alunos que mais criavam confusão na escola, eles também fossem o maior orgulho dos professores. Na verdade, depois de um bom tempo, Lílian e eu acabamos ficando muito amigas de um deles; o único que Lílian achava que tinha salvação ali. Acho que vocês devem fazer uma idéia de quem foi, não?

- Remo! – responderam os quatro em uníssono.

- Ele mesmo. – confirmou Merina – Remo acabou se aproximando de verdade de nós duas quando viramos monitores. Mas eles, por serem monitores da mesma casa, acabaram se aproximando mais. Os dois, em alguns momentos, pareciam esconder algum segredo importante, mas, mesmo eu sendo melhor amiga da Lilly demorei meses para conseguir descobrir que segredo era esse. Claro que, depois de um tempo, todos descobriram qual era.

- Não deve ter sido fácil viver escondendo de todos que era um lobisomem. – falou Harry pesaroso, lembrando o quão difícil foi toda a vida de seu ex-professor, e que justo no momento em que ele construíra sua família, a guerra o levou, o privando de usufruir da felicidade de ver seu filho crescer.

- É verdade, mas por outro lado, foi a partir do quinto ano que sua mãe começou a ver seu pai com outros olhos, Harry. – disse Merina olhando para o moreno – Quando ela soube, por Remo, que James e Sirius sabiam que ele era lobisomem e, mesmo assim o davam o maior apoio é que ela começou a olhá-lo melhor. E ela passou a admirar verdadeiramente a amizade e lealdade deles quando descobriu, no nosso sétimo ano quando já estava saindo com James, que eles haviam conseguido se transformar em animagos para poder fazer companhia ao Remo durante as transformações dele. Até mesmo eu fiquei descrente, visto que eles fizeram isso quando ainda estavam no quinto ano. Mesmo eles sendo assustadoramente inteligentes, se tornar animago é algo muito complexo, e que, se algo sair errado, as conseqüências podem ser desastrosas. – a bruxa deu um sorriso – Foi muito bonito o que eles fizeram. Esse é o tipo de amizade que supera tudo, exatamente igual a de vocês quatro.

O quarteto sorriu uns para os outros e depois para Merina. A bruxa olhava para Harry muito séria enquanto mastigava sua comida. Até que resolver falar o que estava pensando.

- Sabe Harry, eu li sua entrevista.

Harry ergueu as sobrancelhas intrigado.

- Eu sei que a pessoa que Snape amou foi sua mãe. Eu sempre soube que ele gostava dela desde o dia em que entrei naquela cabine. E acredite, seu pai também sabia, e era exatamente essa a explicação para a antipatia entre eles dois, pois Snape sempre teve medo de declarar seu interesse em Lílian, coisa que James não fazia a menor questão de esconder. E pelo que conhecia de sua mãe, me arrisco a dizer que, mesmo que ela fingisse não desconfiar, no fundo ela suspeitava dos sentimentos de Snape, mas abominava completamente a adoração que ele tinha pelas artes das trevas, fato que acabou os afastando completamente depois de um tempo.

- Você acha que minha mãe poderia se apaixonar pelo Snape se ele não gostasse das artes das trevas? – Harry perguntou mais por curiosidade do que por outro motivo, mas não pode evitar uma careta. Apesar dos pesares, era difícil imaginar sua mãe e Snape juntos. Um leve arrepio passou por seu corpo com esse pensamento.

Merina riu.

- É difícil dizer, Harry. Só o que posso garantir é que isso talvez só pudesse acontecer se fosse antes dela conhecer o James. Aquelas brigas todas nunca me enganaram. Faísca demais é sinal de fogo, sabe? – disse dando uma piscadela para ele, que riu e olhou significativamente para Rony e Hermione que coraram na mesma hora.

- Mas e quando vocês concluíram os estudos? Continuaram amigas? – perguntou Gina interessada.

- Sim, continuamos. Mas seguimos caminhos diferentes. Quando terminamos a escola, Voldemort já estava pregando o extermínio dos trouxas e plantando o desespero no mundo bruxo, e a cada dia conseguia recrutar mais seguidores à sua ideologia. O ministério não conseguia conter seus avanços e ficava cada dia mais vulnerável. Foi então que Dumbledore criou a Ordem da Fênix, com o objetivo de tentar conter os comensais da morte. Era como uma sociedade secreta, onde só ingressavam pessoas de extrema confiança. Muitos bruxos acabaram ingressando na Ordem, pois era uma esperança a mais para tentar conter o avanço das trevas, e o fato de Dumbledore ser o líder ajudou muito, pois diziam que ele era o único bruxo a quem Voldemort temia. Foi então que meu caminho e o de Lilly se separaram. Eu comecei a fazer testes para tentar ingressar em um cargo importante no ministério da magia, mas Lílian seguiu James e ingressou na Ordem da Fênix, a pedido do próprio Dumbledore e passaram a servi-la em tempo integral.

- Então meus pais não chegaram a ter um ofício? – questionou Harry.

- E você acha que isso era preocupação pro seu pai, Harry? Sua mãe era nascida trouxa e um alvo certo aos ataques dos comensais da morte. James privou pela segurança dela, e a impediu de ficar à vista de comensais a convencendo de que deveria ser cautelosa e não ficar andando por ai. Ele só não conseguiu impedi-la de combater junto à Ordem. – riu-se a loira – Nesse ponto Lilly foi taxativa: só iria deixar de trabalhar se pudesse combater nas missões da Ordem. James não teve escolha senão aceitar, pois a ruiva era osso duro de roer.

- É bom saber de onde Harry herdou esse instinto protetor. – comentou Gina, o que fez Harry dar um sorriso encabulado – Mas e você, Merina, conseguiu seu cargo no ministério?

- Consegui. Virei uma inominável!

Rony engasgou com o macarrão, e após Hermione lhe dar uns tapas nas costas, disse empolgado.

- Uma inominável? Puxa vida! Meu pai me disse que não é nada fácil ingressar nos setores do departamento de mistérios.

- E não é mesmo, mas eu fui beneficiada por meus imutáveis hábitos de leitura e por uma ajudinha do meu avô.

- Seu avô? Ele era chefe do departamento? – indagou Hermione.

- Não, não! - disse a loura rindo - Meu avô nem reside aqui. Ele é francês, mas já foi um inominável e também é muito inteligente. Acabou me auxiliando nos estudos. Para entrar no departamento de mistério deve-se gostar muito de ler, sabe? Pesquisas muito importantes são feitas ali. Muito perigosas também!

- Você poderia se candidatar, Mione. – disse um cínico Rony, fitando a namorada.

- Eu já tenho planos pro meu futuro, Ronald. Obrigada! – e se voltou novamente à Merina, que sorria – Mas em que setor do departamento você ingressou?

- Ah, infelizmente não posso revelar. Contratos mágicos são feitos para que se mantenha em sigilo toda e qualquer informação sobre esse setor do ministério. Mesmo que eu não trabalhe mais lá, não posso revelar nada!

- Eu já imaginava! – disse Hermione.

- Bom, mas posso dizer que no ministério encontrei tudo que precisava para construir minha vida. Trabalhava com pesquisa, que sempre foi minha maior vontade; conheci meu futuro marido e fiz amizades importantes.

- Seu marido trabalha no ministério? – perguntou Harry; ele mal tinha tocado em seu prato de comida.

Merina pareceu ficar um pouco tensa, mas logo sorriu.

- Derick era auror. – informou – Mas, como eu já disse, Voldemort estava na ativa e o ministério pouco conseguia fazer para contê-lo. Derick já nem tinha mais ânimo para trabalhar e se queixava a todo instante da incompetência do ministério. Então ele também resolveu entrar para a Ordem da Fênix. Alguns meses depois nós nos casamos, um pouco antes de Lílian e James. Mesmo com uma onda de pânico se instalando, nós, incentivados por Dumbledore, achamos que ainda valia a pena lutar para construir nossas famílias; e assim, após poucos anos, veio Jake, meu precioso presente em meio à guerra. - falou com um sorriso emocionado, como se estivesse vendo seu filho recém-nascido nesse exato momento.

Os quatro sorriram ao saber que a loira tinha uma família. Pensaram se iriam conhecê-los nessa viagem.

- Quando meu filho Jake completou um ano, Lílian e James noticiaram a gravidez de Lílian. – continuou – Aquele sim foi um dia de festa na Ordem. Lembro que Derick e Sirius discutiram a noite toda para decidir quem seria o padrinho do pequeno Harry que estava a caminho.

Gina segurou a mão de Harry, que sorriu para ela.

- Sirius venceu! – disse Rony também sorrindo.

- Ah, sim. Mas apesar disso ser meio óbvio, pois ele era o melhor amigo de James, a decisão final foi de Lílian. – a loira ficou repentinamente com a expressão carregada – Mas apesar das boas notícias, a tensão aumentou com a gravidez de Lílian. Ela deu trabalho ao marido, pois recusava-se a ficar em casa enquanto James saia em missões perigosas por ai, e mesmo grávida, chegou a acompanha-lo, contra a vontade dele, em algumas missões, participando de forma efetiva. Eles, junto com um casal de aurores que trabalhavam com Derick, foram responsáveis por frustrar vários planos de Voldemort.

- Que casal de aurores? – perguntou Hermione, mas algo no tom da voz dela fez Harry achar que a amiga já sabia de quem se tratavam, e só queria confirmar.

- Frank e Alice Longbotton. – respondeu Merina. Os quatro jovens trocaram olhares significativos. – É claro que Voldemort os perseguiu. Queria vê-los mortos, mas custou a conseguir. Mas sabem o que é curioso? Alice, assim como Lílian, também estava grávida. Muitas coincidências, não acham?
Os quatro tornaram a se entreolhar. Pareciam pensar a mesma coisa: que nada era coincidência, e sim mais uma armadilha do destino.

Harry percebeu o quanto a vida de Neville também foi sofrida, mesmo que ele não tivesse sido o escolhido de Voldemort. Sentiu-se nostálgico.

- Mas algo muito estranho e misterioso aconteceu. – a loira pareceu um pouco confusa – Sabem, eu nunca entendi isso muito bem, mas James e Lílian, que até então moravam em Londres, nos disseram que iriam parar de servir a Ordem. E foi ainda mais surpresa que soube que eles iriam residir aqui, em Godric’s Hollow. Meu marido e eu ficamos muito felizes em saber que eles morariam perto de nós, mas nossa euforia logo passou. James nos informou que ninguém, nem mesmo nós poderíamos saber onde eles morariam. Eu custei a entender, pois esse povoado é bem pequeno, o que não tornaria nada difícil achar a casa deles. Mas descobri que ele se referia a um feitiço de proteção. O feitiço Fidelius. Tive medo, pois não entendia de onde vinha todo esse excesso de proteção, e sentia que tinha algo errado, mas a única coisa que Lílian explicou é que Dumbledore havia os revelado algo que poderia por em risco a vida deles e a sua, Harry, que tinha apenas quatro meses de vida na barriga da sua mãe. Ela disse ainda que não era nada certo, que poderia não ser com eles, mas que preferiam ficar prevenidos, mas notei que ela só disse aquilo para não me preocupar mais. Desde então, não os vi mais. Dumbledore os estava protegendo muito. – Merina olhou para Harry – Alguns meses depois você nasceu. Sua mãe me enviou uma carta avisando e, junto dela, uma foto. – ela sorriu – Foi aí que vi seus olhos pela primeira vez. Tão assustadoramente iguais aos dela. – a loira tornou a ficar séria – Depois, por intermédio da Ordem, ficamos sabendo que Voldemort estava atrás de vocês. Eu imaginei que fosse pelo fato de ele querer vingança por seus pais terem destruído alguns planos dele, mas guardei comigo algumas dúvidas, como por exemplo: por que a busca por sua família só intensificou após seu nascimento?

Harry olhou para os amigos, buscando auxílio. Achou que Merina estava se saindo bem mais inteligente que o esperado. Teve absoluta certeza disso quando ouviu o que a bruxa disse a seguir.

- Calma Harry, eu não estou te cobrando explicação de nada! Até por que, não é preciso ser nenhum gênio para somar dois mais dois e dizer que é quatro.

Depois desse comentário, ninguém ousou dizer nada à bruxa. Aliás, ninguém achou necessário dizer nada, pois Merina parecia já ter entendido tudo. Bom, pelo menos boa parte.

- Você também entrou para a Ordem? – Gina perguntou na tentativa de mudar de assunto.

- Não efetivamente. Derick não permitiu, pois achava perigoso demais. Mas o que realmente me levou a desistir dessa idéia foi a chegada de Jake.
Então participava apenas de algumas reuniões e passava algumas informações vindas do ministério. Eu fui, de certa forma, uma espiã no ministério, pois os inomináveis tem acesso à informações que nenhum funcionário de qualquer outro setor do ministério tem o privilégio de ter. Outro motivo que também interferiu na minha entrada para a Ordem era meu trabalho, que me tomava muito tempo e Nila também não me dava sossego.

- Nila? – a ruiva interrompeu.

- Era a chefe do meu departamento. Uma mulher muito inteligente e respeitada no setor. Nos tornamos grandes amigas, mesmo que fosse minha chefe; ela era adorável. – disse cabisbaixa, parecendo repentinamente triste.

- E vocês não são mais amigas? – Gina perguntou com bastante cautela, como se soubesse que a resposta poderia ser bem mais desagradável.

Merina olhou para ela com um olhar deprimido.

- Ela morreu enquanto fazia uma experiência delicada que havia levado para terminar em sua casa. Nila sempre gostava de fazer essas experiências em casa, mesmo que eu dissesse que era perigoso.

- Eu sinto muito. – Gina a consolou, pousando delicadamente a mão no ombro da loira.

Harry, Rony e Hermione pareciam incapazes de falar alguma coisa.

- Ela ainda me faz muita falta; mas era tão teimosa. Quando se convencia de algo, era praticamente impossível tirá-lo da cabeça de Nila Lovegood.
Foi a vez de Hermione se engasgar. Harry, Rony e Gina esbugalharam os olhos.

- Lovegood? – perguntou Hermione aturdida – Você disse Lovegood?

- Sim. – Merina parecia um pouco intrigada com a reação dos quatro – Algum problema?

- Acontece que uma amiga nossa tem esse sobrenome. – explicou Gina.

- Não seria a Luna, não é mesmo? – indagou a loira.

Os quatro se entreolharam pela vigésima vez aquele dia, mas em nenhuma delas eles pareceram tão impressionados. Merina nem esperou resposta. As caras deles já eram o suficiente.

- Nila tinha uma filha chamada Luna. A garota tinha apenas nove anos quando a mãe morreu. Que bom que ela é amiga de vocês.

Ninguém disse nada. Pareciam impossibilitados de falar algo, o que preocupou um pouco a bela bruxa.

- Ok, por que tanta surpresa com isso?

- Bom, é que... bem... é sempre um choque descobrirmos coisas assim, não é? – começou Hermione olhando pensativa para seu prato, quase intocado – São tantas coincidências que às vezes me pergunto se todos nós não estávamos destinados a nos encontrar. E se estávamos mesmo, será que as coisas seriam diferentes se nos encontrássemos antes?

Harry, Rony e Gina tomaram o cuidado de não se olharem, mas os três pareciam achar estranho Hermione falar de destino, que era sempre um assunto misterioso e controverso. Justo ela, que sempre foi tão realista e concreta. Merina segurou na mão dela.

- Não temos como saber, Hermione. Mas acho que, de certa forma, as coisas sempre acontecem em seu momento. Só temos de ter paciência para esperar o momento certo chegar.

Hermione não levantou o rosto, mas todos puderam ver uma lágrima solitária cair de seus olhos. A garota lembrou-se de Harry, tendo de crescer sem os pais; de Neville, que teve os carinhos da avó, mas também não teve seus pais ao seu lado, tendo de vê-los viver à margem da insanidade; de Luna, que perdeu a mãe também muito cedo; Teddy, ainda tão pequeno e já órfão também; e os Weasley, com um ruivo a menos para completar a tão amada bagunça que sempre compartilhava com eles.

- Você está bem? – perguntou Merina, ainda segurando a mão dela.
A morena enfim levantou o rosto. Um sorriso triste desenhado em seus lábios.

- Estou sim. Desculpe-me por isso, mas é que já passamos por tantas coisas que ainda me sinto um pouco fragilizada. – explicou limpando o rosto com o dorso da mão - Mas é melhor mudarmos de assunto. Que tal você nos falar de sua família? Seu filho deve ter quase a nossa idade, não é?

Se o objetivo de Hermione era tornar o clima mais ameno e agradável, pareceu que ela falhou miseravelmente, pois Merina soltou a mão dela na mesma hora e seu rosto ficou estranhamente inexpressivo. A morena olhou para os outros parecendo perguntar se tinha feito algo de errado.

- Merina, eu...

- Eles estão mortos. – a loura a cortou secamente.

Agora sim Hermione pareceu chocada, seus lábios tremiam e seus olhos encheram-se de lágrimas novamente, completamente horrorizada consigo mesma. Rony segurou a mão dela rapidamente, mas aparentemente incapaz de fazer algo a mais do que isso. Gina levou as mãos à boca tentando abafar a exclamação que saiu com o susto. Harry apenas olhou com pesar para a loura, sentindo sua afeição por ela crescer ainda mais. Não pôde evitar pensar que ambos tinham muito e comum, uma vida cheia de duras perdas.

Merina pareceu despertar de um breve transe quando viu o estado que os jovens ficaram ao ouvir o que, para ela, fora a maior desgraça de sua vida. Sentiu-se mal por deixá-los daquela forma. Ia desculpar-se, mas foi interrompida pela voz de Hermione.

- Merina, me perdoe. Sinto muito mesmo, eu não tive a intenção...

- Tudo bem Hermione. Eu é que peço desculpas pela forma com que falei com você. Acontece que sempre que toco nesse assunto eu... – a voz dela tornou-se mais baixa – eu... Eu acho que nunca vou superar isso completamente.

- Eu e minha grande boca! Jamais poderia imaginar uma coisa assim... sinto muito. – lamentou a garota profundamente envergonhada.

- Não fique assim meu bem. – a loura se sentia extremamente culpada por isso, e segurava as mãos de Hermione tentando acalmá-la – Não se lamente mais. Você não sabia de nada. Está tudo bem, ok?

Rony ia abraçar a namorada, mas antes que pudesse fazer isso, Merina levantou-se.

- Vocês querem comer mais um pouco? – indagou vendo os pratos ainda cheios de comida.

Todos acenaram negativamente; ninguém mais parecia ter apetite.

- Então venham comigo.








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Estavam sentados nas poltronas do escritório de Merina. Ninguém havia dito uma única palavra durante todo o trajeto até ali e estavam muito sérios.

Harry brincava distraidamente com a fita da blusa de Gina, que esquadrinhava a sala com os olhos. Rony olhava para suas mãos, que estavam juntos as de Hermione; a morena tinha a cabeça encostada no ombro do ruivo e olhava atentamente para Merina, que estava mexendo em algo sobre sua escrivaninha. A loura foi para junto dos quatro e se sentou em uma poltrona de frente para eles. Tinha alguns objetos retangulares nas mãos.

- Olhem. – disse, enquanto entregava um porta-retrato nas mãos de Hermione, que sorriu assim que viu a foto.

A foto provavelmente não era bruxa, pois nenhuma das pessoas ali se mexia. Nela, uma Merina mais jovem e um homem de cabelos castanhos estavam deitados em uma cama, cada um de um lado de um bebe recém-nascido. Ambos davam um beijo em cada bochecha do pequeno bebe.

Merina entregou outro porta-retrato a Hermione. Nessa foto, a jovem Merina estava abraçada ao mesmo homem de cabelos castanho, mas dessa vez puderam ver os enormes olhos azuis do homem, que tinha nos braços um menino de cabelos castanhos e encaracolados, aparentando ter mais ou menos um ano de idade. O menino se parecia muito com Merina, apesar de ter os cabelos castanhos do pai.

- Vocês formavam uma bela família. – disse Gina sinceramente. Merina sorriu melancólica e suspirou.

- Derick e Jake foram mortos no mesmo dia que Lílian e James. – Merina começou a responder à pergunta que os quatro queriam fazer, mas nenhum tinha coragem de fazê-la – Na verdade a data foi só mais uma coincidência, pois nenhuma morte teve nada a ver com a outra. Jake tinha dois anos, quase três na verdade. Estávamos aqui em casa nos preparando para ir até a casa de minha irmã na França para comemorarmos o dia das bruxas quando Jake começou a ter febre. Derick me pediu para avisar a tia Vanda que iríamos até o Saint Mungus, para que ela pudesse entrar em contato com Miranda e informá-la do ocorrido. Ele resolveu aparatar logo com Jake, pois ele chorava muito. Eu expliquei tudo à tia Vanda e aparatei logo em seguida, mas quando cheguei à frente da loja que serve de entrada ao hospital eu... – a voz da loura falhou – encontrei meu marido agarrado ao meu filho, numa última tentativa de protegê-lo. Ambos mortos. Eu não entendia nada. Tudo rodou naquele momento. A única coisa que consegui perceber foi Rookwood virar a esquina correndo e sumir da minha vista. A gargalhada alucinada que ele dava ainda me assombra os sonhos. – e a loura escondeu o rosto entre as mãos. Os longos cabelos louros platinados caindo pelos lados de seu rosto escondido, ocultando-o ainda mais.

Gina se abraçou a Harry já não escondendo as lágrimas. Hermione já não chorava, apenas segurava as mãos de Rony com força e fitava a bruxa, que também não parecia estar chorando, talvez por não ter mais lágrimas para isso.

- Rookwood os matou? – perguntou Hermione muito séria.

Merina levantou o rosto sem mancha nenhuma de lágrimas, mas transparecendo toda a dor que aquela lembrança ainda lhe causava.

- Sim. Pelo que soube, ele patrulhava a entrada do Saint Mungus e deve ter reconhecido Derick, pois ele era auror e membro da ordem. Rookwood deve tê-lo pego desprevenido, pois meu marido deveria estar muito mais preocupado com Jake. Mas ele matou os dois, não poupou sequer a vida de uma criança. – disse e passou a olhar para as próprias mãos – Eu nem mesmo sei como fui parar dentro de um quarto do Saint Mungus. Nem sei quem me levou pra lá. Fiquei em choque por vários dias. Sequer tive condições de estar presente no enterro deles. – ela olhou amargurada para os quatro – Quando consegui sair daquele estado vegetativo e fui mandada para casa, soube da morte de Lílian e James. – alguns segundo de silêncio depois, a bruxa continuou – Eu não conseguia entender por que eu ainda estava viva.

Mais silencio.

Merina pegou outro porta-retrato, um pouco maior que os outros, e entregou nas mãos de Harry.

- Essa foto foi tirada alguns dias antes da morte deles. Essa foi revelada com métodos bruxos.

Mas o quarteto logo percebeu isso, pois a foto era animada. Jake estava um pouco maior, e corria sorridente com suas perninhas curtas, até tropeçar e cair, abrindo um berreiro, no mesmo momento que Merina o pegava no colo, sorrindo.

Harry olhou para ela. Sentia uma pena desmedida de Merina, que retribuiu o olhar dele.

- Um filho jamais deveria morrer antes dos pais. Jamais. Sua mãe conseguiu garantir isso, Harry. Então acredite que ela, esteja onde estiver, deve estar muito feliz por vê-lo aqui, vivo e ao lado de pessoas tão especiais. Eu queria ter podido fazer o mesmo por Jake.

Hermione devolveu as fotos à Merina.

- Ah, Merina, você citou duas vezes o nome de uma pessoa, acho que era Vanda. Quem era?

Merina, enfim, sorriu novamente, o que pareceu aliviar infinitamente a todos ali.

- É uma longa história. Vocês ainda têm disposição para me ouvir? Olhem que eu realmente falo demais. – brincou parecendo bem mais descontraída.

O quarteto sorriu de volta, acenando positivamente com a cabeça e extremamente aliviados por poderem falar de coisas mais amenas. Relaxaram nas poltronas, preparados para continuarem a ouvir mais sobre a bruxa esplendida que estava ali, na frente deles.

Uma batida na porta chamou a atenção.

- Pode entrar. – disse Merina olhando em direção à porta.

Uma mulher jovem de cabelos loiros pôs timidamente o rosto para dentro da sala.

- Ah, Merina, perdão o incômodo, mas tem um hóspede trouxa querendo saber se temos outro controle remoto para a televisão, pois o dele está quebrado.

- Por favor, Julie, diga a ele que já irei providenciar.

A loura saiu no mesmo instante, fechando a porta com cuidado.

- Ela é bruxa, não é? – perguntou Rony.

- Sim, Julie é bruxa. Na verdade, todos os meus funcionários são bruxos, pois não quis arriscar passar por momentos de constrangimento. Já pensaram o transtorno que seria se algum funcionário trouxa se deparasse com alguém fazendo magia? – ergueu as sobrancelhas, divertida.

- E como ela sabe que o hóspede é trouxa? – quis saber o ruivo – Ela também sente presença de magia?

- Creio que não – respondeu bondosamente – Mas nesse caso é bem fácil, pois se o hospede fosse bruxo, jamais iria pedir que trocassem o controle remoto quebrado, simplesmente o concertaria com um “Reparo”. Mas eu vou resolver isso rápido e logo volto para conversarmos mais. – e se saiu da sala.

Os quatro pararam de sorrir na mesma hora e se entreolharam. Todos com a mesma expressão deprimida no rosto. Gina foi a primeira a falar.

- Vocês viram como nem os próprios funcionários a chamam de Sra. Slamvic?

- Deve ser porque ela não gosta que a chamem assim, talvez prefira ter uma relação mais informal com as pessoas. – comentou Rony.

- Pode ser, mas eu acho que é por que sempre que a chamam pelo sobrenome ela lembra do marido e do filho. – Harry replicou acertadamente.

- Eu não quero nem imaginar como deve ter sido difícil para ela passar por tudo isso sozinha. – Hermione tornou a deitar o rosto no ombro de Rony.

- Talvez ela não tivesse que passar por isso sozinha, Mione. – Rony tentou amenizar, passando a mão nos cabelos cor de chocolate. – Ela tinha uma irmã, lembra?

- Mas você ouviu quando ela disse que a irmã morava na França. – retorquiu Gina.

- E você acha que depois de tudo isso a irmã a deixaria sozinha? – o ruivo perguntou.

- Eu espero que não, Ron. – disse Hermione se levantando – Vou até o quarto. Quero ligar para os meus pais.

- Vou com você! – disse Rony a seguindo para fora do escritório.

Gina se recostou em Harry, que a abraçou. Os dois olhando para a porta onde Rony e Hermione tinham acabado de sair.

- Depois de todo esse tempo, será que Merina encontrou novamente o caminho da felicidade, Harry? – Gina perguntou ainda fitando a porta.

- Eu não sei, Gi. Tomara que sim. – a abraçou mais forte.

- É! Tomara. – disse a ruiva pensativa.






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N/A:

Aê, um capítulo dedicado à Merina.
Criei esse capítulo para que pudessemos conhecer um pouco melhor dela.

Bom, me deixem explicar uma coisa: a verdadeira importância dela nessa história é apenas que Harry e os amigos pudessem conhecer melhor o passado, para que compreendessem como as coisas aconteceram e tivessem esse conhecimento através da visão de uma pessoa mais próxima, entedem.

Eu acho Merina uma bruxa incrível, e talvez ainda saibamos um pouco mais sobre ela...aguardem...

Mas e aí, o que acharam? Espero que tenham gostado, pois esse capítulo me deu um certo trabalhinho, sabem? è, caros amigos, ser escritor não é só saber potuguês, não. Nesse caso, matemática também é importante. Fazer contas para não me perder nas datas nem na idade dos personagens para não me enrolar nos acontecimentos...

é isso, agora vomos as agradecimentos. hehe...as respostas aos comentários ficaram quase tão grandes quanto o capítulo! (risos). Mas é porque eu quis responder à todos. Eu realmente espero não ter esquecido ninguém:

AÍ vai:

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RESPOSTAS AOS COMENTÁRIOS:


DrBlack: Inauguro com voce! Ah, legal você estar curtindo a fic. Prometo que assim que der dou uma passada pelas suas. Adoro ler fic. Boa sorte, por que eu sei que não é fácil ser autor, mas é muito bom, né!? Vou lá sim!

Letícia Castro: Você grita mesmoo?? Hehehe, legal! Então somos duas! Valeu pela força e espero continuar contando com vc! Beijinusss...

Jessika (: Você já ta pensando lá na frente, né? Bom, mas vamos ter de esperar um pouquinho mais pra ver quem será...mas e ai? Vamos começar as apostas? Beijão.

Janaina Potter: Obrigada Janaina. Olha, eu procuro postar toda semana, mas as vezes o trampo não deixa e eu acabo demorando mais alguns dias. Mas também, as vezes to tão inspirada que presenteio vocês com dois capítulos de uma vez... Sou uma autora de lua, sabe...hehe. Mas não esquenta, pois não sou carrasca. Jamais deixaria vocês mofando aki! Beijinhuu e seja bem-vinda!

Nika Miranda: Valeu Nika. Mas eu num paro naum. To sempre escrevendo. Conto com você. BeijinhuX. J

Luca Lovegood: Não se preocupe, pois procuro sempre não demorar a postar. Quanto ao seu elogio...sem palavras. Espero contar sempre com vc por aki! Até...

Ana Potter: Brigadão mesmo Ana. E valeu pelo coment. Espero encontrar mais deles, mais pra frente !*piscadela*

Vilani: Obrigada. E espero que tenha gostado do capítulo! Até a próxima!

Lissandra Alvarenga Swerts: Ahm, sei não.*autora coça o queixo* Acho que meu olho interior anda meio embaçado! Hehe. Mas a fic ta saindo... que bom que você está gostando. E eu realmente espero satisfazer pelo menos um pouco a sede que a J.K nos deixou. Foi exatamente essa sede que me fez decidir escrever essa fic. Que bom que eu tenho vocês pra compartilhar isso comigo. Beijão Lissandra, e sempre conto com seus comentárius.

Trícia Guima: *autora põe a mão no peito*. Pelo amor de Mérlin, que elogio foi esse? Céus, quase me derreti toda. Desse jeito vou ficar convencida..hehe. Brincadeira! Olha, só pelo tamanhão do seu comentário, te daria uma Ordem de Mérlin. ADORO comentários gigantes! Agora, eu sei que o Harry ama verdadeiramente a Gina, mas o amor pelos amigos é muito diferente que o que tem por ela, mas não deixa de ser menos importante por isso. Lembra o que ele disse na entrevista? “que eles, hoje, são bem mais que grandes amigos”. E eu concordo. Hehe. Valeu mesmo pela força e espero sempre ter você por aki para fazer esses coments brilhantes que me fazem ter mais e mais vontade de escrever! Beijos.

Warner Fanfictions : Pega a pipoca e leva pra frente do PC, porque o Rony e a Mione tem carteirinha registrada nesse clube! Muito obrigada mesmo pela força. Pra mim não pode existir elogio maior do que quando me dizem que está é uma das melhores fics que vocês já leram, visto que existem milhares de fics maravilhosas por aki! Eu indicarei umas fics que eu to lendo, ok? Valeu mesmo. Beijok.

MiSs BiRd ₣ℓр®: concordo com vc! O Harry deve ser um bom pai sim! Mas vamos esperar pra ver como ele se sai, né? Espero que tenha gostado do cap. Aguardo coment. Até a próxima!

fissu: Valeu pela força! E não esquenta, pois eu não gosto de torturar ninguém não! Ahuahu. È sério mesmo, você queria chorar? Hehe. Se controle-se! (risos) Ah, que bom que está gostando dos shippers. Mas olha só, teve um pouco de J/L aqui! P.S: Eu também adoro eles*piscadela*.

Mandy Black: Ué, teve um pouquinho de marotagem nesse capítulo! Acho que você deve ter gostado da Merina, né? É, ela tem muitas lembranças boas daquele tempo Maroto de Hogwarts. Que bom que está gostando da fic. Continue com a gente! Beijo.

Jamile Aroucha: Acredite se quiser, mas apesar do seu comentário ter sido bem pequeno, fez meus olhos marejarem! Vocês adoram me torturar! Ahhh, mas essas torturas são muito boas. Podem torturar mais*sorriso colgate*.

NATALIA REIS: Valeu pelo comentário e farei o possível para continuar agradando! Beijos.

Morgana Black: Brigadão por acompanhar a fic. Espero que continue gostando. Qualquer coisa pode me puxar as orelhas, ok? Bj.

Flávia Marques Carneiro: Aha!! Pelo visto tenho muitos amantes do shipper R/H por aqui! Seja bem-vinda e pode aguardar, pois esse casalzinho brigão tem espaço VIP reservado nessa fic! Continue acompanhando...

Lorys Granger: Viciou é? Que bom... adoro leitores viciados! Esse é um vício muito saudável! Aguardo seu coment sobre esse capítulo, ok? Beijão.

Mari Granger: Hum, nossa querida amiga Hermione está se saindo melhor que a encomenda, não? Hehe... Mas o que esperar de uma personagem tão maravilhosa quanto ela, não é? Vamos ver o que mais ela reserva pra gente... aguarde!

Cindy Nolte: Ah, valeu pelos elogios *autora dá um suspiro*. Vocês sabem nos deixar sem-jeito. Mas o objetivo é esse mesmo, agradar vocês... Aguardarei mais coments, ok? Beijossss...

Reji Viegas: Uma fã nova?? Ahuahuau será que eu tenho tantas assim?? Mas que fã é essa? *autora segura na cintura e bate o pé* Já inaugura os comentários com uma ameaça de azaração?? Me avisa quando vier, pra eu não esquecer de trazer minha varinha...hehehe. Assim que puder dou uma passada pelas suas fics, ok?! Bem-vinda à fic Reji! *piscadela*.

Bruna Perazolo: Ei Bruna, pode crer que considerei bastante seu elogio, mas não fica achando que por causa disso eu vou deixar você ficar mimando muito o meu Teddy não...hehe. Brincadeira... ele deve ser muito amado por todos nós, concorda? Beijok.

Guta Weasley Potter: É, nosso Lupinzinho é lindo, né? Quero ele pra mim!*autora com cara de titia coruja*. Mas com um padrinho desse, eu ia querer ganhar o pacote completo... Ah, quanto a Hermione, eu também não sei se agüentaria, mas não nego que admiro o jeitinho da nossa amiguinha sabe-tudo. Só ela pra colocar aqueles dois na linha, não?! Bom, se bem que a Gina também desempenha muito bem esse papel... Ei mana, continua comentando, ok? Adoro seus coments. Beijok na ponta do nariz.

marina simões: Ei, obrigada pelo elogio. Só posso desejar que você continue acompanhando a história e sempre deixe seu recadinho por aqui, afinal, o que seria de mim sem ele? Beiju.

Lola Potter: Taí Lola... Deu pra acalmar um pouco os ânimos... hehe! É, eu sei como é torturante a espera, mas não esquenta que eu não faço o gênero carrasca. Procuro não demorar demais as atualizações. Aguardo sua opinião sobre esse e os outros capítulos que virão! Beijão!

Ana Cláudia azevedo: *autora muito corada e temporariamente sem fala* ... Viu só, é isso que dá ficar ganhando leitores tão prestativos... Valeu mesmo pela força. Ana, eu desejo do fundo do meu útero continuar agradando tanto assim... Aguardo seus próximos comentários.

Lisandra Matthew : Fico feliz por saber que você vai continuar com a gente... realmente o inicio de namoro dos nossos personagens preferidos foi bem cute, não? Ah, mas se o Teddy estivesse disponível pra adoção, acho que sairia uma briga ferrenha... hehe, todo mundo quer o meu fofinho... Beijão e aguardo mais coments depois!

luciana Souza: Pois é Luciana, eu tentarei sempre responder aos comentários de vocês... eu realmente adoro fazer isso! Gosto de manter esse contato, afinal, passamos tanto tempo juntos, né? Que bom que está gostando. E espero sempre agradar, senão, pode me azarar! Brincadeirinha, é melhor você me dizer o que te incomoda que eu tento dar um jeito, certo? Bejok.

jessica: Ah, não! Lá vem você querer me deixar sem-graça! Você realmente acha tudo isso?? Bom, Vamos combinar: algumas frases do Jorge tinham que ser eternizadas: enquadradas e postas em um Museu...hehe ele solta cada pérola... Eu também gostei da repórter, mas será que só aquela entrevista vai ser suficiente pra acalmar os ânimos dos bruxos mais curiosos? Mistério... Quanto ao Rony, vamos dar um crédito; deve ter sido bem desesperador viajar em um troço enorme e pesado e sem um pingo de magia pra ajudar... E você nem precisou esperar muito para rever a Merina, hum? Gostou dela? Eu particularmente a achei demais! Beijão e até a próxima!

alarico touceira: Olha que eu vou esperar, hein?!

Jaque Granger Weasley: Emocionada é pouco... nem sei o que dizer do seu comentário! Valeu pela força e digo, sinceramente, que são coisas desse tipo que me motivam a escrever mais e mais...Quanto a desistir, nem por mil galeões. Eu estou adorando escrever essa fic. Continue conosco, ok? Bj.

THAIS DOMINGOS DOS SANTOS RODRIGUES: Eu também tô só sorrisos com seu comentário! Que gigantão...do jeito que eu gosto... Reprodução dos Potter?*autora coça o queixo pensativa* Hum...veremos... O fora que o Harry deu foi bem merecido, né? Tanto foi que o Sr e a Sra. Weasley nem interromperam! Vamos torcer para que esses irmãos ciumentos sosseguem agora! R/H em Sidney... esse vôo merecia uma foto, né? Quanto a sapa velha, taí...vamos torcer para que o tempo passe bem devagar para ela em Azkaban!! Mas agora, seus elogios como sempre me fazendo corar. Desse jeito eu vou ter de contratar alguém só para desparafusar os sorrisos que se formam no meu rosto quando leio essas coisas. Valeu Thais! Até a próxima!

Hermione Jean Granger: Ahuahau... Imagina...eu sucessora da Jô... Nem consigo pensar nisso. Foi muita bondade sua! Mas isso me deixou lisonjeada, pois é sinal de que você realmente está gostando da fic... espero que continue assim! E obrigada por achar que a fic merece estar no top 20, mas será que ela chega no topo?? Vamos esperar pra ver! Vou tentar postar o mais rápido possível, ok? Beijão!

Cláudia Teotônio Pereira Jota: Eu só posso desejar que essa fic continue te trazendo coisas boas Cláudia! Estamos aqui pra isso! *piscadela*.

jojoalonso: Não, realmente ainda não tem comunidade. Mas valeu pelo toque, realmente é uma boa idéia! Continue curtindo a fic, valeu?! Beijão.

Patricia Ribeiro: E mais uma vez obrigada Patrícia! Seus comentários, como sempre me fazendo ficar bastante sem-jeito. Adoro saber que você está gostando da história, e espero continuar contanto com você por aqui! Bejokssss...

Penny Lane: Yeah! Essa autora aqui *autora aponta pra si mesma* adora fazer algumas surpresinhas de vez em quando! Hehe... Já o Teddy, ti lindinho, né? Ele realmente merece todo o carinho que o Harry ta dando pra ele. O Remo acertou em cheio na escolha do padrinho, concorda? Beijus.

Clara: Ei, num faz isso não... Você fica queimando as orelhas enquanto tem gente que adoraria ganhar uma...Deixa o Jorge saber disso! Já basta ele sem orelha nessa história, hein!? Hehehe... Você se redimiu completamente com esse comentário do porte do Hagrid! Só pra variar, eu adorei...(risos). Fiquei tão feliz de saber que você gostou tanto assim do capítulo 10. Espero que esse também tenha agradado. Veremos... Pois é, quanto ao mosquitinho ruivo... Eu não achei justo só o Harry passar aperto quando começou a namorar a Gina. O Rony também precisava de uns momentos de embaraço, né? Irei te add sim, ok? Beijos e até a próxima... Ah, e você está proibida de se castigar, entendeu? Hehe. P.S: Adorei “o garoto que calou o Jorge!” ahuahua... se a moda pega...


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UFA. É isso.

Esse capítulo devia ser maior, então resolvi cortá-lo um pouco e irei continuá=lo no próximo! Então o capítulo doze já está a caminho, e não deve demorar a chegar, ok?

Beijos à todos e valeu por me ajudarem a pôr a fic no top 20 das mais lidas! Jamais sonhei com isso! Valeu galera, sem voces, não seria possível essa conquista! E olha que a fic ainda é bem novinha! Agora que fez um mês de vida! Beijão pessoal.

FuI!

CRACK!

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