Primeira detenção.

Primeira detenção.



17.:Primeira detenção.

“Mas quem fez a Weasley entrar em detenção fui eu!”-disse Dino Thomas, enquanto tentava convencer a Minerva McGonagall que ele deveria ficar na detenção.

“Senhor Thomas, você é o primeiro aluno que pede para entrar em detenção.”-disse a diretora que não sabia se dava risada da cara patética do Thomas ou se brigava com ele.

“É que ele não quer ficar longe da Weasley.”-falou Lilá, dando uma risadinha sarcástica.

Dino Thomas olhou para a Brown como se ela fosse uma divindade.

“É verdade, diretora.”-falou o garoto.-“É que eu e a Weasley estamos tendo um caso.”

“Não estamos!”-eu falei, bem irritada.-“Thomas, você quer parar de...”

“Tadinha.”-disse Dino, com aquele olhar de: não fale a verdade senão eu te mato.-“Ela não quer falar para ninguém, mas Gina, nós estamos entre amigos, certo?”

Ah, lógico.

Romilda Vane e Lilá Brown são as minhas melhores amigas. E eu não desgrudo de Blaise Zabini e Draco Malfoy (no bom sentido, lógico). Além do mais, qual é o problema da diretora da sua escola estar sabendo da sua suposta vida amorosa?

Eu vou matar esse idiota.

“Nós NÃO...”-eu comecei, mas o Thomas já estava meio que me abraçando e falando em um tom bem conciliador:

“Podemos falar, querida.”-agora ele já estava apertando a minha cintura.-“Estamos seguros, agora.”

“Me solta.”-sussurrei.

“Vai ser melhor para todo mundo que eu entre nessa detenção.”-ele falou, enquanto dava mais um sorriso falso para a Minerva McGonagall que nos encarava como se não estivesse entendendo nada.

OK.

Ela não estava entendendo nada.

Assim como eu.

“Então, é melhor você concordar com tudo isso, certo?”-sussurrou, mas então, ele continuou, falando bem mais alto.-“Não é verdade que estamos tendo um caso?”

“Ah, merda.”-eu falei, com mal humor.-“É, Thomas, nós estamos tendo um caso.”

Lilá Brown deu um gritinho de prazer.

Romilda Vane lançou um olhar de pura censura para mim.

Blaise Zabini tentava conter o riso e...

Draco Malfoy ainda fingia estar interessado na mancha do piso da cozinha.

“Eu não posso deixar que você fique nessa detenção, Thomas.”-disse Minerva.-“A senhorita Weasley tem muito trabalho hoje!”

“Mas eu vou ajudá-la”-disse o garoto, enquanto eu dava um tapa, não tão discreto na mão do mesmo (que ainda estava na minha cintura).-“Querida, não seja tão tímida!”

Eu mato esse infeliz.

“Eu...”-comecei, com a voz meio desregulada de tanto ódio.-“Acho que ele seria bem útil.”

“O senhor pode ficar esta noite.”-falou Minerva McGonagall depois de um bom tempo.-“Mas se eu souber de alguma coisa sobre vocês dois... serão mais duas semanas de detenção.”

Bom, sinto muito, diretora, mas mais duas semanas de detenção não fará diferença nenhuma para mim.

“Vocês vão lavar a louça, secá-la e passar pano na cozinha... inteira.”-falou a diretora e acrescentou, depois, com um sorriso bem maléfico.-“Sem magia. Farão isso nas próximas duas semanas.”

Isso é totalmente injusto, mas o que eu poderia fazer?

Então, junto com os outros cinco alunos, eu entreguei a minha varinha.

E a McGonagall saiu, prometendo que as mesmas estariam em cima das nossas camas.

Foi assim que as duas semanas de detenção começaram.

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“Zabini, é para lavar a louça, não para quebrá-la no meio.”-falei, com um certo olhar de desaprovação.

“Você que sabe disso, não é, Weasley?”-resmungou Draco Malfoy, com um pano de prato na mão, já pegando o prato que Zabini lavara.-“Então, acho melhor explicar para o seu caso que ao lavar um copo, você lava a parte de dentro também.”

“Malfoy, o que você acha de ficar com a boca fechada?”-retruquei.-“Brown, o que você pensa que está fazendo sentada nesse banco, sem fazer porcaria nenhuma?”

Sim, nós achamos melhor dividir as tarefas, então eu estava lavando a louça, assim como Zabini e o Thomas, assim, a Vane, o Malfoy e a Brown teriam que estar imediatamente do nosso lado para pegar o que já lavamos e tudo ficaria certo.

Só que aquilo não estava funcionando, já que a burra da Brown estava sentada, observando as próprias unhas, mas ela me lançou um olhar de desgosto, por ter falado aquilo e respondeu:

“Eu fiz as unhas pensando nessa detenção.”-e deu um olhar bem significativo para o Zabini.

Meu Deus.

“Olha, você não vai poder ficar parada enquanto todo mundo faz alguma coisa.”-eu falei.-“Então, pare de olhar para as suas unhas roxas ou sei lá que cor é essa e venha ajudar.”

“Essa cor é violeta.”-falou a garota, enquanto rolava os olhos.-“Ela está super na moda.”

“Brown, a sua mãe não vai querer receber apenas a sua unha como recordação.”-ameacei.-“Eu quero estar no meu dormitório antes das dez, então, é melhor você mexer o seu traseiro e começar a secar a louça. A sua unha não vai se desfazer se você secar os pratos.”

“Por que você quer estar no dormitório antes das dez, Best?”-perguntou a Vane com curiosidade, enquanto esfregava de qualquer jeito uma bandeja de prata.-“Por acaso, tem alguém que você quer encontrar?”

“É, Weasley.”-concordou Zabini-“Será que você tem alguma pessoa além do seu caso que a está esperando?"

“Isso não é da sua conta.”-falei, ficando cada vez mais vermelha.

“Best.”-falou a Vane, indo ao meu alcance, com a mão cheia de sabão.-“É o seu dever me contar quem é.”

“Lógico que não é.”-eu falei.-“Eu não vou me encontrar com ninguém!”

“Ah, querida.”-falou o Thomas, com um sorriso cheio de escárnio.-“Fique tranqüila. As pessoas daqui guardam muito bem o nosso pequeno segredo.”

“É, a Carmen também.”-retruquei.-“Pena que ela vai descobrir algum segredo amanhã.”

O Thomas, na mesma hora, simplesmente ficou quieto.

“Você não teria coragem.”-ele sibilou.

“E quem disse que eu vou contar alguma coisa?”-e apontando para as quatro pessoas, continuei.-“Essas pessoas muito confiáveis podem acabar deixando o nosso pequeno segredo escapulir.”

“OK.”-ele falou, a voz ecoando por toda a cozinha.-“Gina Weasley, está tudo terminado entre nós!”

“Meu Deus.”-eu falei, dramaticamente.-“Eu estou tão... triste, Thomas, mas eu entendo. Nós nunca daríamos certo. Sabe, a gente tem que entender que se a primeira vez foi ruim, a segunda é bem pior.”

Ele me lançou um olhar bem cruel.

“Acho que agora a gente deve revelar a verdade, Thomas.”-eu falei,ainda em tom bem dramático.-“Você não queria ficar perto de mim e sim... da Carmen!”

“Realmente.”-ele falou, com o olhar bem sonhador.-“A senhorita Esperança é... melhor que você. Até em outros aspectos.”-e me olhou de cima a baixo.

Zabini deu uma risada descrente.

Malfoy apenas levantou uma sobrancelha para Thomas, mas ao ver que eu percebera o que ele fizera, voltou a secar os pratos.

Só que bem... não tinha nenhum prato para ele secar, se é que você me entende.

Então, eu levantei a sobrancelha para ele, mas voltei a lavar os pratos.

“Você é totalmente idiota.”-falei, quando Dino ficou ao meu lado e pegou um copo que estava cheio de suco de abóbora.

“Não diga isso.”

“Você é idiota, inconseqüente, burro e imbecil.”-eu falei, batendo o prato com violência na bancada da pia.

“Ah, não comecem a discutir a falecida relação de vocês agora.”-falou a Brown, que conseguiu não sei como uma luva de... elfos. Preciso dizer que só dois dedos estavam dentro da luva?

É, acho que não.

“É.”-falou Zabini.-“Ai, Zabini, não quebre o prato no meio...”-continuou ele, me imitando.

“Ignore.”-eu falei, encarando o Thomas e tentando contar até dez para não atirar o prato em cima da Brown que ria de maneira bem escandalosa da imitação que, nas palavras dela, era a cópia exata de mim, fazendo com que o Zabini se achasse o máximo.-“Como você não pensou na Carmen?”

“Eu... você acha que ela desiste de mim?”-ele perguntou, com até, meu Deus, medo.

“Não.”-eu falei.-“Eu só acho que ela tenta me matar enquanto eu durmo ou algo do tipo.”

“Ah, mas aí a culpa é sua.”

Eu vou socar esse cara.

“Best! Ex-caso da Best!”-chamou a Vane.-“O que vocês acham da gente dar uma pausa e brincar com isso daqui?”-e mostrou a garrafa de cerveja amanteigada que estava segurando.

Ah, merda.

Só faltava essa.

O jogo de verdade e desafio na primeira noite de detenção.

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“O que é isso?”-perguntou Zabini, parando de lavar a louça e encarando a garrafa com curiosidade.

“Se você não percebeu que essa é uma garrafa, Zabini, eu não posso fazer nada.”-disse Malfoy, com maldade.

“Eu sei que é uma garrafa, Draco.”-retrucou Zabini, estreitando os olhos.-“Mas o que realmente me interessa é o que nós vamos fazer com ela.”

“Nós só vamos brincar.”-disse a Vane, dando risadas histéricas.

“E que tipo de brincadeira seria?”-perguntou o Thomas, levantando uma sobrancelha e logo falando.-“Por que não faço nada que tire a minha dignidade.”

“Ah, Thomas, isso você já fez.”-respondeu a Brown, com um sorriso cínico.-“Sair com a Weasley é um bom exemplo não acha?”

Odeio a vaca da Brown.

Odeio com todas as minhas forças.

Zabini virou para Malfoy e lançou um olhar bem significativo.

“Algum problema, Zabini?”

“Ah, não sei...”-falou o moreno, dando um sorriso.-“Mas talvez o Thomas não seja o único que perdeu a sua dignidade, não acha?”

“Para a sua querida mãe não ter que ir ao seu enterro, Zabini, é melhor você calar essa maldita boca.”-falei, virando para a Brown, continuei.-“E lembra Brown, quando eu disse que só ia sobrar uma unha sua para contar a sua história? Eu mudei de idéia, sabe?”

Malfoy me encarou por dois segundos e falou:

“Não precisava me defender.”

“E quem disse que eu fiz isso por você?”

Silêncio constrangedor na cozinha.

Até que a Vane bateu palmas e disse:

“Alô!!!”-e segurando a garrafa disse.-“A gente vai brincar ou não?”

“Brincar do quê?”-perguntou Zabini, bem interessado.

Nem parecia que há minutos atrás ele foi ameaçado de morte, mas enfim.

“Sabia que eu fui para o Brasil nas minhas últimas férias?”-disse a Vane, colocando a garrafa na mesa e fazendo um suspense no final.

Aí, eu me pergunto:

Que porcaria é essa?

Por que eu preciso saber disso?

Por que eu tenho que escutar isso?

“E daí?”-perguntou a Brown, interessada.-“Depois você me conta menina se aquela depilação que elas fazem não dói, ok?”

“Você foi no carnaval?”-perguntou Zabini, com os olhos arregalados.

“Uau, um sonserino sabendo sobre coisas de trouxas.”-zombou Thomas, ignorando totalmente a louça suja que ainda estava amontoada na pia.

“Lógico que sim.”-falou Zabini, com certa irritação.-“Você sabe o que tem no carnaval? Mulheres peladas.”

“Ah, pelo amor de Deus!”-eu disse.-“Será que nós não podemos voltar para a detenção?”

Olharam para mim como se eu fosse completamente louca.

“Caramba, Weasley, às vezes parece que você não tem hormônios.”-disse Zabini.-“Bom, todo mundo aqui sabe que é mentira, mas...”

“Zabini, eu não vou ficar feliz ao saber que no carnaval brasileiro tem mulheres peladas.”

“Não?”-perguntou o moreno, com um sorriso sacana.-“A Proust se interessava por esse tipo de coisa, sabia?”

Pronto.

Ele falou a maldita palavra que me fez relembrar de tudo.

“Eu não sou a Proust.”-falei, bem irritada.

“Você quis ser ela.”

“Vane!”-berrei, tentando desviar o assunto.-“O que você estava falando sobre o Brasil?”

Eu sei.

Eu nunca deveria ter feito isso.

Percebi pelo olhar fulminante que Draco Malfoy me lançou.

Ou talvez tenha sido por causa de Zabini ter mencionado a Proust.

Mas isso não importa, já que a Vane começou a contar a viagem que ela fez (não, ela não foi na época do carnaval, para a tristeza do Zabini, que queria arranjar uma foto, ou algo do tipo) e foi então que ela falou:

“Numa das minhas viagens para a Bahia, eu aprendi a dança da garrafa.”

“Hum...”-eu falei, um tanto apreensiva porque vindo da garota, qualquer coisa (ruim) poderia aparecer.-“Então, não tem nada a ver com verdade e desafio?”

“Ah, eu gosto dessa.”-disse a Brown.-“Bem que poderia ser só desafio e desafio, não acha?”-e lançou mais um olhar significativo para o Zabini.

“Ah, lógico.”-zombou Thomas.-“Por que para você o primeiro desafio é diferente do segundo, não é?”

“Cale a boca.”-retrucou a Brown, ficando vermelha.-“Eu não sou tão burra, assim”

“Brown!”-a chamei.-“Responde bem rápido: quanto que é dois mais dois?”

“Ahn...”-ela falou, tentando não parecer que contava nos dedos.-“Weasley, essa é muito difícil.”

Rolei os olhos.

“Então, por favor, Romilda, continue.”-falou Lilá, enquanto dava uma risada sem-graça e fingia que não fora com ela a pergunta de matemática.

“É assim.”-disse a Vane, colocando a garrafa no chão.-“Você fica em cima da garrafa e vai abaixando.”-e ela começou a descer.-“Só que você não pode olhar para a garrafa, certo?”

“Que interessante.”-comentei, sarcasticamente.

“Hey.”-disse o Zabini, com um sorriso.-“Esse seria um bom número, não acha, Draco?”

Malfoy simplesmente não respondeu.

“Draco.”-disse a Vane, com um sorriso bem oferecido.-“Por que você não tenta?”

Espera aí.

O que essa idiota está falando?

Quem ela pensa que é para falar com ele daquele jeito?

“Não.”-rosnou o loiro.-“E para você, é Malfoy.”

Romilda Vane não sabia onde enfiar a cara.

Felicidade minha, óbvio.

“Eu não posso tentar?”-perguntou o Zabini.-“Você me fala se tá certo ou não, ok?”

“Você pode fazer o que você quiser!”-falou a Brown.-“Quando você conseguir pegar o jeito, você me ensina certo?”

“Ahn, na dança, minha querida, ou você tem o talento, ou não.”-falou Zabini, como se a Brown fosse uma idiota por estar falando.

”Ah, mas eu tenho talento!!!”-berrou a Brown-“Olha só o que sei fazer.”

E ela começou a dançar.

Medonho.

Só isso que eu posso falar. Na verdade, também posso comentar que bater palmas de modo escandaloso é um “passo” de dança que a Brown aprendeu.

“E aí?”-ela perguntou, meio ofegante.-“O que você achou?”

Zabini não estava olhando para ela e sim conversando animadamente com a Vane sobre a dança da garrafa.

“É, Brown.”-falei, batendo levemente no ombro da garota.-“Algum dia você consegue dançar direitinho!”

“Mas eu sei fazer tanta coisa.”-ela falou, fazendo a maior cara de choro.-“Até sei abrir a perna daquele jeito e...”

“Por favor, não faça isso!”-eu falei, meio desesperada.-“Será que você não percebe que o Zabini finge que não quer ver a sua dança porque... ele está com inveja do jeito como você dança?”

“Você acha mesmo?”

“Ah, lógico que sim.”-menti.-“Então, se você está interessada no Zabini, por favor, não fique dançando perto dele... porque aí eu acho que ele não vai querer nada com você, sabe?”

“Eu não danço nunca mais!!!”-falou a Lilá.-“Sabe, você ia ser uma cunhada tão legal.”

“É, lógico que sim.”-falei.-“Agora, Brown, você tem que fingir que não está nem aí com ele, então, agora, você lava a louça, certo?”

“Você é um gênio!!!”-berrou a garota.-“Até entendo por que o Malfoy te deu um pé.”

“Como?”-perguntei, franzindo o cenho.

“Ah, você sabe, ele prefere garotas burras que não tem opinião.”-e com um sorriso cínico, ela continuou.-“Por que você acha que ele ficou tanto tempo com a Parkinson?”

“Agora, me conta, ex-cunhada.”-falei,com muita curiosidade.-“O Malfoy voltou com a Parkinson?”

“Ai, menina.”-ela disse, encarnando a fofoqueira-mor.-“As minhas fontes falaram que ela quis voltar com ele, mas ninguém sabe porque ele não quis. Na verdade, andam falando que o Malfoy não é mais ninfomaníaco como antes.”

“Ah, jura?”-eu falei, enquanto eu dava pulinhos de felicidade por saber que Malfoy não estava com a Parkinson.

Eu sei.

Idiota total.

Mas, como diz a Carmen, é Draco Malfoy, então, dá licença, ok?

“É, mas quer saber de outra?”-ela falou, já tentando espalhar mais uma fofoca.

“Brown, eu acho melhor a gente começar a lavar a louça porque aí você acaba logo com essa detenção e pode ser a mesma fofoque... quer dizer, a pessoa que passa informações corretas.”

“Você é a primeira pessoa que fala o que eu acho que eu realmente sou. Sabe, não uma fofoqueira, apenas uma pessoa que passa as informações corretas para todo mundo.”

“Para você ver como eu sou muito esperta.”-eu falei.-“Mas volte a lavar, está certo?”

“Sim, senhora.”-disse a Brown, com certa admiração no olhar.

E eu voltei a lavar os pratos, só que bem longe da Brown.

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“Você não sabe o bem que me fez.”-disse o Thomas.-“Se ela tentasse dar mais uma pirueta... eu juro que eu morria.”

“Você é cruel.”-falei.-“Eu só dei alguns conselhos a ela.”

“Você deu conselhos para uma garota que você não suporta.”-comentou o editor, com uma sobrancelha levantada.-“Depois eu que sou o malvado da história, não é?”

“Você não é o malvado... você é o idiota da história.”-falei, como se fosse apenas um detalhe.

“Você está de mau humor porque o Malfoy não está falando com você?”-ele perguntou, mas antes que eu pudesse responder, Dino Thomas continuou.-“Por que eu posso fazer com que ele fale com você.”

“Eu não estou irritada porque o Malfoy não está falando comigo.”-retruquei.-“Além do mais, ele não vai falar comigo tão cedo.”

“Você está se tentando convencer que não quer falar com ele, mas, na verdade, falar com Draco Malfoy é o que você mais deseja,”

“Você virou um psicólogo, Thomas?”-eu perguntei.-“Porque, sinceramente, você e a Carmen estão, nos últimos dias, tentando arranjar problemas para mim. Só que eu não tenho problemas.”

“Caramba.”-ele falou.-“Eu só estou tentando te ajudar.”

“Você quer me ajudar?”-berrei, enquanto lavava o último prato que estava na pia.-“Então, pare de tentar arranjar soluções para problemas que simplesmente não existem!”-e peguei o prato, completamente limpo, e o empurrei para o Thomas.

Thomas parecia um menininho que acabou de levar bronca da mãe.

Assim, como as outras pessoas.

“Best, não é melhor você se acalmar?”-falou a Vane.

Só que já estava marchando até o lugar onde a McGonagall disse que estavam os baldes com os esfregões.

Assim, peguei um daqueles baldes e comecei a limpar o chão da cozinha.

“Deixe.”-disse Malfoy, acidamente.-“Ela só está fazendo o que ela realmente sabe.”

“Não, Malfoy.”-grunhi, enquanto esfregava mais um pouco o chão da cozinha.-“Eu estou fazendo uma coisa que você não é capaz de fazer.”

Ele ergueu uma sobrancelha para mim e retrucou:

“E por que você acha que eu não conseguiria fazer isso?”

“Porque você não sabe nem para que serve isto.”-e eu apontei para o esfregão.

Ele, ainda com a sobrancelha levantada, me respondeu:

“Você pode usar esse esfregão para fazer coisas não muito... bonitas, Weasley.”

Corei na hora e... eu não soube o que responder.

“Entretanto, acho que você nunca vai fazer esse tipo de coisa, não é, Weasley?”-e eu logo lembrei.

Dos meus amassos com Draco Malfoy. E da idiotice de sempre parar quando ele estava quase arrancando a minha roupa.

OK.

Isso é totalmente passado.

Eu nem sinto falta de Draco Malfoy me abraçando, me beijando e...

Ah, meu Deus, eu sinto falta dele.

E eu me odeio por isso.

“Por isso, continue limpando.”-ele falou, interrompendo todas as minhas lembranças.

Para me deixar com raiva.

É para isso que Draco Malfoy serve. Para me deixar irritada. Para eu ter a singela vontade de arrancar a sua cabeça.

“Você tem que limpar também.”-falei, tentando não quebrar o esfregão.-“Se você não sabe contar, tem seis esfregões e uma cozinha inteira para você limpar.”

“Eu não vou fazer isso.”-Malfoy falou.-“Diferente de você, eu não sou um escravo.”

“Ah, você vai.”-eu falei, já falando num tom bem mais alto.-“Se você não fizer o que eu estou mandando, eu vou...”

“Vai o quê, Weasley?”-perguntou o Zabini.-“Fazer greve de sexo?”-e ao ver a minha cara completamente incrédula, ele deu uma risada e continuou.-“Ops, esqueci que você já fez isso com o nosso Draco.”

Ah, meu Deus.

Ele não disse isso.

Draco Malfoy lançou um olhar fulminante para Zabini e eu voltei a limpar o chão da cozinha como se eu não tivesse escutado nada daquilo.

Mas meu coração estava acelerado.

Ele voltara a falar comigo.

Nem que seja para discutir sobre o chão da cozinha, mas já era um começo.

Só me restava saber se era bom ou ruim.

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“Pronto.”-disse Minerva McGonagall, entrando na cozinha com um penhoar de xadrez vermelho com preto.-“Vocês estão liberados, mas não esquecem que vocês terão que estar aqui no mesmo horário, amanhã.”

“Ahn, diretora?”-disse Thomas.-“Eu não preciso vir amanhã, certo?”

McGonagall sorriu diabolicamente e perguntou:

“Você brigou com, como se diz mesmo, senhor Thomas? Ah, sim, caso?”

“Hum, nós não estamos tendo um caso mais.”-ele falou, com um sorriso.-“Sabe, não que Gina não queira, mas...”

Aquilo foi demais para mim.

“Bom, nos vemos amanhã.”-falei, já saindo da cozinha e antes que eu subisse as escadas foi que eu percebi.

Ele.

Ele estava me seguindo e estava cada vez mais perto de mim.

Pensei, imediatamente, que ele ia tentar me matar ou algo assim, mas o que ele fez, foi bem mais surpreendente.

“Eu preciso falar com você.”-Malfoy sussurrou, no meu ouvido.-“Terceira sala a direita, do segundo andar.”

Seria bem melhor se ele não tivesse sussurrado no meu ouvido.

Seria bem melhor se ele tivesse simplesmente apontado a sua varinha para a minha cabeça e ter feito um feitiço que me matasse ou algo do tipo.

Seria bem melhor se ele não... tivesse falado que queria falar comigo.

Afinal, o que eu iria fazer?

Iria, por acaso?

Me arriscaria, como sempre fiz, ou perderia toda a coragem? Justamente agora?

“O que você está fazendo aqui, Best?”-perguntou a (adivinhem) Vane, me fazendo dar dois pulos.

“Eu estou subindo.”-falei, ainda olhando para o lugar de onde Draco Malfoy tinha passado.-“O que está acontecendo lá dentro?”

“Ah, o Thomas ainda tá tentando fazer a McGonagall não deixá-lo na detenção.”-disse a garota, revirando os olhos.-“Você não quer subir comigo?”

“Não.”-falei, bem depressa.-“Eu tenho que falar com o Thomas, sabe? Assunto do Jornal”.

“Ah, lógico.”-ela falou.-“Então, a gente se fala depois, Best.”

Eu não sei por quê.

Mas ela não me inspira confiança nenhuma.

Então, eu esperei que a Vane subisse (a Brown tinha saído com junto com o Zabini, não que ele tenha realmente gostado dessa idéia), mas antes que eu pudesse fazer o mesmo caminho que a garota, o Thomas apareceu.

“Me esperando?”-ele perguntou, com um sorriso que em outros garotos poderia ser aquele sorriso vitorioso, mas no Thomas, fazia com que ele ficasse mais esquisito.

Não que ele seja só um pouco.

“Não.”-eu falei, já subindo as escadas.

“Você está estranha, Best.”-falou o garoto, do mesmo jeito afetado que a Vane fazia.-“Você não acredita nessa história de Best que ela fala, acredita?”

“Vamos pensar assim.”-eu falei, enquanto subia as escadas.-“Eu finjo que acredito, até ela me irritar de uma maneira... que eu vou ter vontade de matá-la.”

“Alguém já disse que você é um amor de pessoa?”-perguntou o Thomas, enquanto nós chegávamos à escadaria de mármore do salão de entrada.

“Lógico que sim.”-comentei, casualmente.-“Bom, Thomas, a gente se fala depois, ok?”

“Onde você pensa que vai?”-ele falou.

“Vou ficar longe de você.”-e tentei subir o próximo lance de escada o mais rápido possível.

Só que ele não se convenceu, quando nós chegamos ao segundo andar, Thomas berrou bem alto:

“O que nós estamos fazendo aqui?”

“Você quer fazer o favor de calar essa maldita boca?”-eu respondi, ficando bem de frente a sala onde Malfoy dissera que estaria me esperando.-“Por favor, vá embora, está bem?”

“Meu Deus, por que quanto mistério?”-ele perguntou, já cruzando os mistérios.-“Eu só vou embora se você me falar o que está acontecendo.”

“Eu não vou falar.”-falei, já me sentando em frente a porta onde Draco Malfoy estaria.-“Agora, eu vou ficar aqui sentada, até você ter a decência de ir embora.”

“Pense bem, Weasley.”-ele ameaçou.-“Eu posso muito bem sentar aí com você.”

Entrei em pânico, mas eu tive a idéia mais genial de todos os tempos.

“Sabia que a Carmen falou que ia me esperar para que eu contasse todos os detalhes da detenção?”

“Jura???”-ele perguntou.

“Hum, estou falando a verdade, como sempre.”-falei, parecendo meio ofendida.-“Mas eu acho que você prefere que eu vá com você, mas só que eu acho que a Carmen, bom, vai querer falar comigo. Mesmo que você seja um fofoqueiro e tudo o mais...”-e quando o Thomas ficou bravo comigo, eu continuei.-“É verdade. Ela não conhece esse seu lado.”

“Não!!!”-ele berrou, parecendo um demente completo.-“Você pode ficar sentada aí a noite toda que eu não vou me importar! Na verdade, eu até acho melhor.”

“Não acho, Thomas.”-retruquei.-“Agora, eu estou ficando com um sono, então, é melhor eu me levantar e...”-e comecei a me levantar.

Dino simplesmente me empurrou de volta para o chão.

“Você fica aqui.”-ele disse.-“Eu juro que eu não comento com ninguém que você está no segundo andar parada na terceira porta.”

E ele saiu.

Na verdade, esperei mais dois segundos e quando vi que Dino Thomas já sumia pelo corredor, eu me levantei, mas quando eu fui abrir a porta, eu escutei a voz de Draco Malfoy:

“Quando eu falei direita, eu quis dizer a direita, Weasley.”

Levei o maior susto e quando me virei, bem devagar, vi Draco Malfoy encostado na porta e...

É realmente clichê isso, mas o meu coração simplesmente parou. Parecia que ele não sabia mais como bater ou algo assim.

Só de ver Draco Malfoy, meu coração faz isso, então, você já pode imaginar o resto do meu corpo.

“Você vai entrar ou eu vou ter que fechar a porta na sua cara?”-ele perguntou, com a mesma voz enojada, mas bem no fundo eu percebi.

Ele estava se divertindo.

Talvez pelo cantinho do cantinho da sua boca estar se curvando, como se ele tentasse não sorrir para mim, mas eu não falaria que eu percebi que ele estava se divertindo, por isso, tentei não parecer uma idiota completa e entrei na sala.

Quando eu senti a porta, bem atrás de mim, se fechando, foi que eu percebi.

Eu apenas fiz a escolha certa.

CONTINUA...

N/a:

Escutando The Strokes- Reptilla.

Olá a todos!!!!

Eu sei.

Esse final é uma coisa de: vamos fazer picadinho da idiota da Anaisa por não continuar a cena, mas entendam pessoas.

Se eu continuasse a cena, vocês não teriam cap inédito hoje XD. Além do mais... faz MUITO tempo que eu não posto nenhum cap, mas esse cap é especial para mim, já que:

1)A semana das detenções começaram;

2)O cap ficou como eu queria (pelo menos a parte da garrafa XD);

3)Lilá com luvas de elfos é igual a... esquisitice máxima XD

4)Lilá dançando é igual a esquisitice máxima vezes 2.

5)Zabini tentando aprender a dança da garrafa é igual a... coisa diferente XD. Nunca imaginei na minha vida que eu escreveria sobre isso.

6)É super especial porque mostra que eu estou de férias!!!

Sim!!!! Férias!

Isso mostra que em menos de uma semana que consigo terminar o próximo cap!

Bom, vamos responder os comentários:

A ツ DöriS BläcK: Desculpe pela demora, obrigada pelos seus comentários gigantes XD. E eu quero ver a minha capa, hein? Beijos e espero que goste desse!

bibi malfoy: Desculpe a demora, mas cá está o cap! Esepro que você goste!

Espero que todos estejam gostando, se sim ou não, por favor, comente, ok?

Beijos e...

Que venha o cap 18!!!

Anaisa

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