Correndo contra o relógio

Correndo contra o relógio



Cap5.: Correndo contra o relógio (2ºdia).

“Malfoy.”-eu disse, em pânico.-“O que você está fazendo aqui?”

“Não gosto dessa sua atitude, Valkiria.”-disse Malfoy me virando.

Foi então que eu vi.

Ele estava apenas com a calça de pijama.

Ah, Merlim.

“O que eu fiz?”-perguntei com uma voz finininha.

“Você me ignorou.”-ele disse, enquanto aquela mão gelada (ah, Merlim! A mão dele é muito gelada) percorria o meu corpo.-“E você sabe o quanto eu odeio isso.”

Olhei aquele olhos.

Ah, meu Deus!!!! Aqueles olhos? Totalmente perfeitos. Perfeitos mesmo.

“Malfoy...”-sibilei.

“Shiu.”-ele disse, pondo o dedo nos meus lábios.-“Não fala nada.”

Então, no momento seguinte, ele estava em cima de mim.

Entrei em pânico.

“Eu...”-ele dizia, enquanto beijava o meu pescoço.-“Senti muito a sua falta.”

Lógico que ele sentiu. Afinal, quem ele ia fazer você-sabe-o-quê?Apenas com a Pansy? Não, não tem graça absoluta.

“Eu não estou com vontade, Malfoy.”-eu falo, tentando afastá-lo.

Ele pára, no exato momento, de beijar o meu pescoço.

“Como?”-ele pergunta, com a sobrancelha levantada.-“O que você disse, Valkiria?”

A vontade de falar eu sou uma Weasley então sai de cima de mim, era imensa.

“Não estou com vontade.”-falei,enfim.-“Você poderia, por favor, sair de cima de mim?”

“Isso não é mais um dos seus joguinhos, é?”

“Joguinhos?”-eu disse, parecendo bem incrédula.-“O que diabos você está falando?”

“Você sabe muito bem.”-disse o garoto se sentando na beira da “minha” cama.-“Fingir que não quer e depois sair correndo para o meu dormitório.”

Ah, que coisa bonita, não acham?

O que ele espera de mim? Que eu faça isso?

“Eu mudei.”-inventei.-“Não vou mais ficar com você se tem outra garota.”

“Ótimo.”-falou Draco, colocando a mão no meu rosto.-“Não vai ter mais nenhuma garota.”

“Duvido.”-eu disse, o encarando.-“Nada de Pansy Parkinson?”

Malfoy franziu o cenho e comentou:

“Você sabe que Pansy não é uma garota.”

É, ela é uma puta.

Igual a Valkiria Proust.

As duas têm que dar as mãozinhas e fazer uma sociedade.

“Sem Pansy, Malfoy.”-eu falei, cruzando os braços.

“Eu termino com ela amanhã.”-disse o garoto, me puxando pela cintura, fazendo com que a distância entre nós dois... sumisse.-“Vamos comemorar a sua volta.”

E ele me beijou.

Quando eu vi, eu estava deitando novamente na cama. Os lábios dele estavam brincando com os meus.

Abri rapidamente a minha boca e ele aprofundou o beijo.

Eu não quero esse beijo.

Mas ele beija muito bem. Eu posso aproveitar um pouquinho!!!

Gina, você tem que controlar a sua mente pérfida!!! A pessoa que você está beijando é Draco Malfoy. Aquele que te chama de pobretona.

Mas aqueles lábios estão me levando à loucura.

Lembre-se do Harry.

Interrompi imediatamente o beijo.Eu não posso acreditar nisso.

“Nós não podemos.”-eu disse, rapidamente.

“Como assim, você não pode?”-Draco perguntou.

“Malfoy.”-eu disse.-“Eu estou totalmente cansada.”

“Eu durmo com você.”-ofereceu o loiro.-“Sem pedir nada em troca.”

Dei uma risada.

Afinal, teria algum problema se Draco Malfoy dormisse na mesma cama que eu?

Bom, se ele não tirar a minha peruca ou algo do tipo...


Virginia Weasley! Seja forte.

“Por favor, ahn, Draco.”-é um ótimo truque.-“Me deixe sozinha.”

Ele pareceu desapontado e disse:

“Tudo bem.”

E quando ele estava saindo, eu disse:

“É ótimo estar de volta.”

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“Vejo que alguém despejou o Draquinho.”-disse Pansy, logo que saí do dormitório devidamente maquiada e com a peruca loira firmemente presa na minha cabeça.-“Pena que tive que consolá-lo.”

Encarei Pansy com desprezo e disse:

“Se você fica orgulhosa para ser tapa-buraco, a culpa não é minha.”

Mal-humor.

Eu não tinha dormido muito bem. Já que a maior parte do tempo eu fiquei lembrando do maldito beijo.

Por que aquele beijo mexe tanto comigo? Será que é porque eu sou uma pessoa que ama e não é correspondida?

É, pode ser isto.

Na verdade, SÓ pode ser isto.

“Valkiria, querida.”-começou Pansy, me dando um sorrisinho desagradável-“A tapa buraco é você.”

“Ai, que ataque!”-falou Zabini, se aproximando de nós duas, sem deixar que eu pudesse revidar. Ele me deu um beijo na bochecha.-“Logo de manhã?”

Ataque de eu sou a coitada? É, pode ser ótimo.

“Ah, mas foi ela que começou.”-falei, sendo uma cópia perfeita de Lilá Brown. Valeu a pena aturá-la durante essas reuniões do jornal.

“Ok, ok.”-disse Zabini, me agarrando pela cintura.-“Você sabe que eu posso te proteger.”

“Isso mesmo, Zabini.”-intrometeu Pansy.-“Protege ela que eu protejo o Draco.”

Dei uma risada sarcástica.

“Pansy, Pansy.”-comecei a falar.-“Não o segure desse jeito... porque ele vai querer escapar.”

Pansy me agarrou pelo braço e disse:

“Você que acha, fofinha.”-só que o jeito como ela falou ‘fofinha’ me assustou. Sabe, aquele jeito meio de gente suicida.

“Vamos, Val.”-falou Zabini no meu ouvido me puxando, para fora do Salão Comunal.

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Desisto de dar um fora no Zabini.

O cara é impossível.

“Então, Val.”-ele começava.-“Quando que a gente vai dar aquela escapulida?”

“Que escapulida?”-eu perguntava, franzindo o cenho.

“Ah, você sabe, aquela nossa escapulida.”-ele começava, enquanto tentava segurar a minha cintura.-“O nosso passeio.”

Ah, meu Merlim! Com quantas pessoas a Valkiria Proust saía?

Não, me responda. Eu não preciso saber.

E também não preciso sair com os dois.

Não é obrigação minha.

Não mesmo.

Mas se Draco Malfoy me chamar para sair...

Não, eu NÃO posso pensar nisso.

Vejo Dino Thomas me observando, então, ele faz um sinal de não.

Fico em estado de alerta.

Então, eu vejo. Slughorn. Perto do corredor.

O que eu faço?

Ele não pode me ver.Se ele me vir, eu vou me ferrar.

Rapidamente, abro a porta de um armário e digo para Zabini:

“Que tal uma escapulida?”

Ele apenas sorri maliciosamente e, então, eu entro no armário.

“Lumus.”-digo e vejo Zabini se aproximando perigosamente.

O que eu vou fazer?

Apenas o abraço. Assim, pelo menos, ele não vai começar a me agarrar, não é?

Entretanto, a porta do armário abre, abruptamente.

“Uau.”-Dino Thomas fala.-“Que fogo.”

“Mas que porra.”-escuto Zabini, xingando.-“Não acredito que a gente não pode ter um pouco de privacidade.”

“Realmente.”-falo de modo sarcástico.-“Thomas, você não tem nada melhor para fazer?”

“Hum... pode ter certeza que sim.”-disse o garoto.-“Mas não existe coisa melhor do que pegar dois sonserinos se agarrando num armário.”

“Arranje uma namorada.”-eu disse, ácida, mas ao passar por Thmas, dei um sorriso de alivio para ele.

Eu amo o meu editor nesse exato momento.

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Entro com Zabini no Salão Principal. Nenhum dos professores está presente, então, já estou um pouco mais tranqüila.

Na verdade, desde o começo do ano, os professores resolveram tomar o café-da-manhã na Sala de Professores. Acho que a partida de Dumbledore ainda não foi totalmente digerida.

“Bom-dia.”-digo, enquanto sento ao lado de Stephanie.

A garota não me responde nada, apenas encaro Linux e ele diz:

“Mal humor.”

Faço uma cara de estar compreendendo absolutamente tudo.

Então, Draco Malfoy aparece no Salão. Ele me vê e se desvencilha de Pansy,então, pára ao meu lado e pergunta:

“Posso sentar ao seu lado?”

“Você já terminou com ela?”-pergunto e faço a questão de apontar para Pansy que ainda não compreendeu muito bem o que aconteceu.

“Pelo amor de Merlim, Valkiria!”-ele diz.-“Será que você não pode esquecer isso?”

“Ah, sinto muito, Draco.”-eu me vejo dizendo.-“Nada de sentar aqui.”

E me viro para conversar com Linux.

Acho que ele desiste de mim.

Pelo menos por um tempo.

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“Me diz agora o que está acontecendo.”-disse Carmen, assim que eu entrei no banheiro.

“Está acontecendo um desastre.”-eu falo.-“Não é nada fácil fingir ser a Proust.”

Eu estava ofegante. Para escapar dos meus “amigos” da Sonserina, tive que sair correndo do Salão Principal quando Stephanie e Linux não estavam me observando.

Mas mesmo assim, eles perceberam. E eu tive que ignorar os chamados e sair correndo, afinal, Blaise Zabini também tentou me dizer alguma coisa.

Maldito tempo!

Afinal, daqui a cinco (CINCO!!!) minutos, o sinal tocaria.

Maldita aula.

“Mas o que aconteceu para você estar assim?”-pergunta Carmen, enquanto me passa o meu verdadeiro uniforme.

“Nada.”-minto, automaticamente.

“Você já percebeu que não dá para mentir para mim?”

“Carmen.”-eu começo.-“Você já ouviu falar que as paredes de Hogwarts têm ouvidos?”

“Mas eu quero saber o que está acontecendo.”-insiste a garota.

Saio da cabine e digo:

“Na aula eu te conto tudo, ok?”

Ela para.

“Quer fazer o favor de andar? Você sabe, a gente tem aula do Binns agora. E ele não suporta...”-começo a dizer, meio exasperada.

“Gina...”-começa a garota.-“Os seus olhos.”

Eu não os havia trocado.

“Muito obrigada.”-digo,depois de sibilar o feitiço e ver que estava com os meus verdadeiros olhos.

E quer saber?

Eu sinto falta dos novos.

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Eu não sei o porque decidi continuar fazendo História da Magia.

Não sei mesmo.

“Então, vai me contar o que está acontecendo ou não?”-escreveu Carmen num pergaminho.

“Preciso dizer que não aconteceu nada?”

“A garota popular da Sonserina volta para casa e não aconteceu absolutamente nada?”

“Tá, teve festa.”

“Festa? Que tipo de festa? Você está me falando de uma festinha particular com Draco Malfoy?”

“LÓGICO QUE NÃO!!!! O que você e o Thomas tem na cabeça?”

“Cérebro, Gina. Você não consegue me enganar.”

“Ah, Merlim. A festa foi com TODAS as pessoas da Sonserina. Tá, eu não vi nenhum primeiranista, mas você entendeu.”

“Malfoy estava lá?”

“Nossa... que tara por Draco Malfoy.”

“Você não sente nada por Malfoy?”

"Nojo conta?”

“Ah, pelo amor de Deus... É impossível que você só sinta nojo por Draco Malfoy.”

“Não é impossível.”

“É sim. Não existe NENHUMA menina que não sinta um pouco, um pouquinho de atração por Draco Malfoy.”

“Eu sou a primeira? Uau, vou fundar uma organização:eu não sinto nada por Draco Malfoy.”

“Gina, só vai ter você e as teias das aranhas. Meu Merlim, como você é problemática, mas eu não vou brigar com você. Quero saber o que eles fazem na Sonserina.”

“Eles conversam. Bebem, comem e respiram. Quer saber se eles também vão ao banheiro?”

“Hahaha. Muito engraçado. Eu pensava que Sonserinos não respiravam.”

“Você está sendo sarcástica, não é?”

“O que você acha?”

“Que você está sendo, ou melhor, eu espero isso.”

“Eu fui, pode ficar tranqüila. Mas o que eles bebem lá?”

“Imagine."

“Não é só cerveja amanteigada...”

"Lá NÃO tem cerveja amanteigada.”

“Firewhisky?”

“Adivinhou.E eu tive que tomar...”

“Você tomou firewhisky? Nossa, que poderosa.

“Você já bebeu? É péssimo!!!”

“Meu pai adorava.”

É, o pai dela adorava.

Adorava tanto que quase matou a filha, enquanto estava totalmente bêbado.

“Eu não vou falar nada sobre o vício do seu pai.”

“Ok, ok. Posso perguntar uma coisa?”

“O que?”

“Blaise Zabini tirou a camisa? Por que dizem que no final dessas festas, ele tenta fazer um strip."

“VOCÊ NÃO ESTÁ ME PERGUNTANDO SOBRE O POSSÍVEL STRIP DE BLAISE ZABINI.”

“Gina, eu queria saber se ele é tão, ahn, gostoso como as garotas falam.”

“O que mais você quer saber? Se ele tem a bunda no lugar?”

“Ah, ele tem a bunda no lugar? Ou melhor, a bunda dele é boa?”

“Ah, meu Merlim. Você não está me perguntando isso...”

“Você SABE!!!! Se você não me responde, é porque você sabe. Eu sei. Eu sinto isso. Anda,desembucha.”

“Eu não vi strip nenhum. Não vi mesmo.”

“Mas você viu a bunda do Zabini?”

“Não, Carmen, eu também não vi a bunda do Zabini. Eu fui dormir super cedo ontem.”

“Você não foi dormir cedo, ontem.”

“Como você pode saber?”

“Você já bocejou dez vezes.”

“Você é uma estranha. Quem fica contando os bocejos das pessoas?”

“Não desvie do assunto. Quem invadiu a sua cama ontem?”

“Ahn, NINGUÉM?”

“Nossa, não sabia que existia alguém com esse nome na Sonserina.”

“Não existe.”

“Dah, lógico que eu sei. Você acha que eu tenho o Q.I da Proust?”

“Muito engraçado.”

“Me conta por que você tá com tanto sono.”

“Não aconteceu nada.”

“Não aconteceu nada. Eu vou fingir que acredito.”

“Ok, então, finja.”

Peguei o bilhete e o guardei entre os meus livros.

“Você não vai me falar?”-sussurrou Carmen.

“Falar o que?”-disse, fingindo não saber o que ela estava falando.

Mas era óbvio que eu sabia.

Entretanto, o que eu falaria para a Carmen? Que eu não dormiria por causa do beijo de Draco Malfoy? Que ele me visitara e me beijara?

Não, eu não sou tão idiota.

“Gina?”-disse Carmen.-“Você tá tão distraída...”

“Eu quero prestar atenção na aula.”-disse, tentando parecer compenetrada. Só que a aula que tinha era de História da Magia. Aquele mesmo tédio...

“Você não quer prestar atenção coisa nenhuma. Você só quer se livrar da minha pergunta.”

“Que pergunta?”-sim, eu estava irritando a Carmen... e sabia que isso não era nada bom.

“Você quer parar de fingir...”

E o sinal tocou.

Disse graças a Deus e saí da sala.

Carmen estava ao meu lado.

Íamos ao Salão Principal quando eu o vi.

Draco Malfoy.

Eu não posso pensar em Draco Malfoy.

Não posso mesmo.

Só que ele estava se aproximando, muito, muito rápido.

Carmen apenas me olhou surpresa.

E quando Draco Malfoy parou, uns três metros, eu apenas levantei a sobrancelha.

“Espera o que, Malfoy? Que eu passe?”-perguntei, com a voz mais ácida que consegui.

“Ah sim.”-disse o garoto, me encarando.-“Quando você passar, Weasley, pode ter certeza que eu mandarei lavar o chão que você pisou.”

“Para que?”-eu perguntei, cruzando os braços.-“Você vai passar e vai sujá-lo muito mais do que eu.”

“Retire o que disse.”-ele falou, irritado.

Eu apenas o encarei com o máximo de desdém que podia.

“Você é muito mais sujo do que eu.”

“Não brinque comigo.”

“O que você vai fazer?”-eu perguntei, com frieza.-“Por acaso, você vai consertar outro armário?”

No momento seguinte, Draco Malfoy estava segurando o meu braço.

Não do jeito que ele seguraria o braço de Valkiria Proust. Podia-se ver muito bem a raiva no olhar do garoto.

“O que está acontecendo aqui?”-perguntou Minerva McGonagall, com aquela voz que poderia dar medo em qualquer pessoa.

Eu me desvencilhei de Draco Malfoy e disse:

“Nada professora.”

“Nada mesmo?”-ela perguntou.-“Senhor Malfoy?”

“Não aconteceu nada.”-ele disse, mas lançando um olhar de você ainda me paga.

Bom, quer saber? Acho que eu já paguei os meus pecados com aquele beijo.

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“Eu não acredito nisso!!!”-falava Carmen, enquanto eu sentava na mesa da Grifinória.-“Draco Malfoy segurou o seu braço!!!”

“Quer agarrá-lo?”-eu disse, irônica.-“Quem sabe você não pega um pouco de Draco Malfoy?”

“Larga de ser chata comigo.”-reclamava Esperanza.

Mas então, meu irmão, sem Harry ou Hermione, apareceu e disse:

“Gina...”-se sentando na minha frente.

“Oi?”

“Não te vi hoje no café da manhã.”

“Ah, eu estive ocupada.”-falei-“Precisava terminar de revisar o texto.”

Então, eu vi. Dino Thomas. Acenando freneticamente para mim.

“Bom, eu terminei o meu almoço.”-digo, dando um sorriso e me levantando.-“A gente se vê.”

E saio correndo.

Afinal eu tenho o quê? Meia hora no máximo para conversar com Thomas?

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“Você já escreveu no diário?”-ele me pergunta, enquanto fecha a porta de uma sala de aula vazia.

“Não, não.”-digo e quando vejo que Thomas me lançou aquele olhar assassino, complemento.-“Você não quer que eu escreva tudo nesse diário, quer?”

“O que você acha?”-ele diz, irônico.-“Eu te dei um diário para ficar em branco?”

Respiro profundamente.

Deveria ter fingido que não tinha visto ele acenando. Tudo seria mais fácil.

“Escuta.”-eu começo.-“Eu vou escrever. Hoje.”

“Posso saber que horas?”

“Depois da aula de Transfiguração.”

“Espero.”

“Ótimo.”-eu disse, já me levantando.

“Como é a Sonserina?”-ele começou a perguntar.

“Normal.”-disse, dando de ombros.-“Sabe,Thomas, eu tenho que terminar...”

“Não seja tão superficial.”

“Você faz perguntas idiotas.”-retruco, então, ainda de pé.-“O que você acha que o pessoal da Sonserina faz? Apenas sexo? Pelo amor de Merlim, você não percebeu que nós estamos em uma ESCOLA?!”

“Você acha que numa escola não acontecem orgias?”

Eu desisto.

Não sei quem é pior. Dino Thomas ou Blaise Zabini.

“Sabe, Weasley. Você sabe muito bem que o pessoal da Sonserina tem uma mente mais pérfida do que o pessoal da Grifinória.”

“Será?”-pergunto, lançando um olhar BEM significativo para o garoto.

“Não fale que eu tenho a mente pérfida.”

“Ah,lógico que não. Você não tem. É só a segunda mente que é cheia de sentimentos pervertidos.”

“Você é um doce como sempre, Weasley.”

“Eu não vou discutir com você.”

“Você já está fazendo isso.”-comentou Thomas.-“Bom, acho que você está ficando mais... ahn, fogosa, não acha? Afinal, quem estava trancada em um armário com Blaise Zabini?”

Eu vou matar o Thomas.

“Escuta.”-eu falei.-“Eu só entrei naquele armário por causa do Slughorn. Você queria que ele me visse?”

Dino fez uma careta.

“Não, óbvio que não.”-ele disse.-“Mas você não precisava entrar num armário com ele...”

“Você queria que eu fizesse o quê? Tirasse a peruca?”

“NÃO!!!”-ele berrou, totalmente descontrolado.

“Ah, pode deixar, Thomas. Quando Slughorn estiver por perto, eu tiro a peruca. Só que falo que a culpa é sua.”

“Não faça isso!”-ele pediu, quase implorando.

“Então, você para de me encher?”-eu comecei.-“Parar de me encher: parar de mandar eu escrever num diário, parar de ficar perguntando sobre sexo na Sonserina e parar de falar de Draco Malfoy e Blaise Zabini?”

“Uau, Weasley.”-ele começou.-“Está tão difícil resistir àqueles dois?”

Apenas saí da sala, batendo a porta com muita força.

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“Gina???”-disse Harry, depois que eu saí da aula de Transfiguração.-“Tudo bem?”

“Ahn, tudo sim. Por que?”-perguntei, enquanto andava em direção ao... Lago.

Sim, o único lugar onde eu acho que consigo escrever alguma coisa.

Ou melhor, o único lugar onde eu posso tentar escrever alguma coisa.

“Você está muito estranha.”-ele começou, um tanto preocupado.

“Estranha?”-falei.-“Como você queria que eu estivesse?”

“Gina...”-ele disse,tocando uma mecha do meu cabelo.

Espera.

Harry Potter está mexendo no meu cabelo?

Quem ele pensa que é?

“O que foi?”-eu disse, enquanto lentamente me afastava.

“A gente precisa conversar. Você poderia?”

NÃO!!!

Eu não posso me aproximar de você.

Porque toda vez que eu fico perto de você eu entro em desespero, depois.

“Harry.”-eu disse, lançando aquele olhar atravessado.-“O que você quer?”

“Conversar?”

“Não, sobre o que você quer conversar comigo?”-perguntei.

“Sobre a gente.”-ele disse por fim, enquanto corava um pouco.

Tá, eu sempre achei fofo quando Harry Potter corava, mas eu não fique nada feliz. Apenas cruzei os braços e disse:

“Não existe a gente.”

“Como assim?”

Eu tinha me decidido.

Não me iludiria mais. Nunca mais.

“Você entendeu muito bem.”-eu comecei, lançando um olhar cheio de... mágoa para ele.-“Não existe a gente. Talvez nunca tenha existido.”

Eu não posso chorar.

Ele não merece nenhuma lágrima minha. Nenhuma mesma.

“Sempre existiu a gente.”-ele começou, tentando me segurar.-“Eu não esqueci você.”

“Vai existir até quando?”-eu perguntei.-“Até você saber de mais um ataque de Você-sabe-quem e decidir que é muito perigoso continuar comigo?”

Dor.

Mágoa.

Tudo isso estava sendo misturado.

“Eu... eu não posso ficar com você enquanto Voldemort está matando as pessoas por aí.”-ele disse.

Pouco me importei com o ‘Voldemort’. Afinal,quando ele repetiu essas palavras. eu só pude sentir mais dor.

“Se é assim, Harry, é melhor você não me procurar. Nunca mais.”-falei e comecei a andar.

Só que o Harry me puxou.

Enxugou as minhas lágrimas, disse que tudo iria ficar bem (mesmo eu sabendo que NADA iria ficar bem) e então, ele me beijou.

Ah, meu Deus. Eu estou sendo beijada por Harry Potter.

Mas espera... isso não é tão bom quanto o de Draco Malfoy.

Lógico que é muito melhor... o Harry não tem mau hálito como o Malfoy.

Cala a boca!!! O Malfoy não tem mau hálito. Ele só tem os lábios meio gelados. Assim, como aquela mão que...

Pelo amor de Deus!!! Que mente pervertida!!! Você tem que aproveitar o beijo do seu maior amor...

Ah, talvez ele não seja o meu maior amor.


Ele É o seu maior amor.

Como você pode ter certeza?

Não me venha dizer que o meu maior amor é Draco Malfoy.

Não exagera, pelo amor de Deus.

Então, em quem você estava em mente?

Parei o beijo nesse instante,dois pensamentos distintos... é muito para uma pobre pessoa que, nesse exato momento, está tendo MUITOS problemas.

“Harry...”-eu comecei, ainda em dúvida se tinha mesmo acontecido esse beijo. Sei lá, vai que foi só uma ilusão...

“Quer voltar a ser minha namorada, Gina Weasley?”

Eu vou desmaiar.

Vou desmaiar mesmo.

“O que você está falando?”-perguntei, ainda não acreditando no que estava acontecendo.

Então, Harry se ajoelhou e disse:

“Volta para mim.”

Tudo o que eu sempre quis. Então, eu disse:

“Levanta, seu bobo.”

“Responde.”-retrucou, Harry, ainda ajoelhado.

“Eu aceito.”-disse, sorrindo como se tudo estivesse perfeito.

Só que nada ia ficar.

Nada mesmo.

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Ótimo.

Agora que a minha vida está acabada.

Porque Stephanie Allen e Linux McFair viram que Harry Potter me pediu em namoro. E bem, acho que a escola inteira já está sabendo. Ah, mas que coisa linda não é?

“E então, Weasley.”-disse McFair, enquanto eu ia para a Sede do Jornal-“Quanto tempo vai durar o seu namoro com o Potter? Dois dias?”

Apenas lancei aquele olhar para Linux e voltei a andar.

“Ah, vamos ver se dessa vez é ela que termina o namoro, não acham?”-comentou Stephanie, enquanto outras meninas riam.

“Eu tenho alguém... ao contrário de você.”-falei.

“Você acha que EU iria querer o Potter?”-retrucou Stephanie em tom pressunçoso.

Parei e disse, com todo o cinismo:

“Acho que a pergunta é outra. O Harry iria TE querer?”

Ela parou.

Ficou vermelha de raiva e eu voltei para o meu caminho.

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“Pessoas na Sonserina contrabandeiam bebidas que não são permitidas para menores de idade.

Por: A espiã.

A espiã entrou em uma nova missão. Descobrir o que acontece na Sonserina. Descobrir se é verdade que orgias, ou festas particulares são freqüentes por lá.

E a Espiã descobriu que quanto às festas particulares,elas realmente acontecem.E, normalmente, nessas festas são servidas bebidas para...”


Um lixo.

Foi isso que Dino Thomas falou sobre o meu texto.

“Você não está pensando que eu vou publicar isso, está?”

“Por que você não publicaria?”-eu pergunto, enquanto vejo Dino Thomas riscando a maioria das frases.

“Porque está PÉSSIMO!!!”-ele falou.-“Sabe, eu sei que você voltou com o Harry, mas isso daqui tá bem abaixo da média.”

Só lancei aquele olhar de: eu-vou-te-matar.

Tá, eu não tinha escrito no diário. Já que eu e o Harry não tínhamos nenhuma aula, decidimos ficar no Lago. Sabe como é, aproveitando o novo começo de namoro.

“Weasley.”-ele começou, parecendo meio exasperado.-“Você conhece a palavra sutileza?”

“Hum... você não está sendo, nesse exato momento.”-comentei, dando um sorrisinho.

“Você tem que ser sutil, Weasley.”-ele falou.-“Você tem que escrever esse texto falando que está em uma outra casa, mas sem mencionar a Sonserina.”

“Já sei.”-disse toda vitoriosa.-“Posso falar a casa das cobras?”

“LÓGICO QUE NÃO!!!”-ele berrou.-“Você não pode falar a casa das cobras, a casa rival da Grifinória, ou a casa da maioria dos Comensais da Morte.”

“Mas essa é a verdade.”

“Esse é o caminho para te descobrirem.”

“Ah, meu Deus...”-eu falei, enquanto mordia o lábio.-“O que você quer que eu faça?”

“Seja sutil.”-ele disse.-“Quero esse texto pronto. Até quarta.”

Dois dias.

Eu vou morrer.

“Ótimo, vou para o meu dormitório...”-falei, quando ia completar ‘da Grifinória’, Thomas me interrompeu:

“É, quem sabe na Sonserina você aprende o que é sutileza?”

“Thomas...”

“A resposta é não, Weasley.”-ele falou.-“Para a Sonserina. E refaça a maquiagem porque eu estou vendo as suas sardas.”

Peguei a minha bolsa.

Não iria discutir. Afinal, não ia adiantar em nada.

Dei um sorriso cansado e disse:

“Tudo bem.”

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Entrei no primeiro banheiro e comecei a colocar o meu uniforme da Sonserina. Maldito uniforme apertado. Coloquei, ainda na cabine, a peruca. Aproveitei também para fazer um feitiço de fixação, vai que Pansy Parkinson tem um ataque e resolve puxar os meus cabelos...

Então, saí da cabine e fui ver se a maquiagem ainda estava decente. Dava para ver alguma das minhas sardas, mas eu não tinha a mínima vontade de refazer a maquiagem se, daqui a meia-hora mais ou menos, eu iria tirá-la para dormir.

Mas ainda tinha um problema.

A minha bolsa de livros. Ela tinha o meu nome escrito, tinha o símbolo da Grifinória e... era velha. Onde eu poderia escondê-la? Entrar na Grifinória para guardá-la? Fora de cogitação.

Então, eram ainda umas nove da noite. Eu poderia pedir ajuda para Carmen, mas ela provavelmente estava no Salão Comunal.E se eu mudasse a minha bolsa para uma bolsa que provavelmente Valkiria Proust usaria?

Alegre com a minha capacidade de pensar (hahaha), peguei a minha varinha e comecei o feitiço que havia aprendido umas duas ou três aulas atrás.

“Gina?”-uma voz disse, enquanto eu estava transformando a minha bolsa.-“O que você está fazendo usando uma peruca loira?”

Parei.

E encarei Luna Lovegood.

O que eu faria?

O que havia me denunciado?

“Eu não sou Gina Weasley.”-menti, automaticamente.

Foi então que eu vi.

Eu nunca poderia ser a Proust.

Sem os malditos olhos azuis.

“Só a Gina Weasley tem essa bolsa.”-ela afirmou.-“Por que você está com a bolsa da Gina?”

“Ahn, já sei.”-eu falei.-“Por que você não fica com essa bolsa? Ou melhor porque você não aproveita e guarda essa bolsa para a sua amiga?”

“Ah, tá bom então.”-a Luna falou, daquele jeito dela.-“Eu falo que a alma loira da Gina estava aqui e me entregou a bolsa.”

E, levando a minha bolsa, Luna Lovegood saiu do banheiro.

Um trabalho a menos.

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“Val...”-disse Zabini assim que eu entrei no Salão Comunal da Sonserina.-“Onde você estava?”

“Ah...”-eu falei.-“Por aí.”

Resposta vaga? Imagina.

Entretanto, eu não conseguia pensar em muitas coisas. Minha cabeça estava cheia. Ver Slughorn, fugir de Slughorn, inventar desculpas para Rony, esconder de Carmen o que havia acontecido, esquecer do beijo de Draco Malfoy, guardar na minha memória para sempre o beijo de Harry, guardar também aquele pedido de namoro maravilhoso que ele fez, esquecer que eu tinha uma reportagem para fazer e que teria que ser sutil...

Ah, Merlim. Eu esqueci: ainda falta muito tempo para eu voltar para a MINHA casa.

“Val... o que você acha de darmos uma escapulida?”-Zabini perguntou.

Eu tenho que me livrar de Zabini assim como eu me livrei de Draco Malfoy. Tenho mesmo.

“Ela não vai dar uma escapulida nenhuma com você.”-disse Draco Malfoy, tentando me olhar nos olhos.-“A gente pode conversar?”

Adiantaria se eu falasse um não?

“Claro.”-sussurrei, então, Draco Malfoy me puxou e nó subimos uma escada. E, então, estávamos num lugar que não existe na Grifinória,que é tipo um terraço. Onde eu podia ver todas as estrelas.

“O que você quer?”-eu perguntei, enquanto o vento começava a bagunçar os meus cabelos loiros. Fiquei meio preocupada,afinal, pentear uma peruca não é o meu passatempo preferido.

“Eu quero te dizer...”-ele falou, se aproximando.Óbvio que eu fui para trás, só que eu não consegui fugir porque as minhas costas bateram na parede.-“Que está tudo terminado.”

Ele falou que está tudo terminado? Então, quer dizer que Draco Malfoy não vai mais me procurar?

Ah, meu Merlim, só pode ser isto. Pensamento muito positivo.

“... entre eu e Pansy.”-e então, ele me abraçou.

Como assim? Tudo terminado entre ele e Pansy?

Ah, eu não acredito!!!! Eu fiz o casal “eu te traio muito” romper? Uau, se for isso, eu sou muito poderosa.

“E você já veio correndo para cima de mim?”-perguntei, com a voz mais decidida que eu podia.

Draco Malfoy me soltou na hora.

“O que você queria que eu fizesse?”-ele perguntou, franzindo o cenho.-“Que eu esperasse um tempo?”

“Lógico.”-falei, como se fosse óbvio.

“Bom.”-disse Draco.-“Eu esperei uma hora. Acho que é tempo suficiente.”

“Uma hora não é tempo suficiente.”-falei exasperada.

Precisava sair daquele terraço.

Draco Malfoy não é normal.

“Valkiria, qual é o seu problema?”-ele perguntou, agarrando o meu braço.

Falar: você? É, acho que seria uma boa resposta, mas, óbvio, que eu não disse nada disso. Apenas falei:

“Nenhum. Eu só estou com sono.”

“Não fale isso.”-ele disse, me segurando pela cintura. Daquele jeito.-“Se não é a verdade.”

“Eu juro...”-falei, ofegante.-“Que essa é a verdade.”

“Ah, mas você não me engana.”-ele falou e com uma rapidez impressionante, me pressionou na parede.

“Malfoy...”-sussurrei, mas era tarde demais.

Ele já estava me beijando.

Ah,meu Deus... é o meu segundo beijo com Draco Malfoy.

Com Draco Malfoy.

O que está acontecendo comigo?

Abri a boca e senti a língua dele encostando na minha, enquanto isso, uma mão dele ainda me segurava firmemente na cintura, enquanto a outra ia percorrendo o meu corpo.

E as minhas mãos? Ah, meu Merlim, quando percebi, uma mão estava no cabelo de Draco Malfoy. E ela estava bagunçando aquele cabelo loiro. Já a outra continuava segurando o seu pescoço.

Parei o beijo. Um tanto ofegante, Malfoy disse, no meu ouvido:

“Vamos para o meu dormitório.”

Balde de água fria?

Totalmente.

“Me solta.”-eu falei, seca.

“O que diabos?”-ele perguntou, mas acabou me soltando.

“Nada.”-eu falei, me afastando.

“Valkiria, você está estranha.”-ele falou.-“O seu beijo... ele não era assim.”

Era só o que me faltava.

Era só o que me faltava mesmo.

“Você se lembra dele, Malfoy?”-perguntei, cínica.

“O que você está querendo insinuar?”-ele perguntou.

“Absolutamente nada.”-disse.-“Cada um sabe os podres que tem.”

“Valkiria...”-ele me chamou, mas já era tarde demais. Eu não queria ficar perto dele. Não mais.

E assim, saí do terraço.

CONTINUA...

N/a: Espero que vocês estejam gostando dessa fic!!!

Ah, muito obrigada Gabrielly Malfoy pelos comentários!

Próximo capitulo na quarta ou quinta-feira okk?

Bjs

Anaisa

Ps.: Por favor, comentem!!!

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