Tudo por causa de Snape

Tudo por causa de Snape






Estava na sala comum à já alguns minutos enquanto esperava Harry e Ron para, juntos, tomarem o pequeno-almoço. Era sempre a primeira a descer e consequentemente tinha de pasar alguns momentos de tédio enquanto os seus amigos ganhavam coragem para descer. Mas desta vez, advinhando que ambos os rapazes iam demorar pelo menos mais algum tempo antes de aparecerem, decidiu trazer o livro que Ginny lhe disse para ler.

O título era: “Prepare-se para Amar!” o que tirava logo algum do seu etusiasmo. Não gostava de ler romances, atraía-lhe mais ler algo que se revela-se desafiante para o seu lado lógico e não problemas hormonais de adolescentes. Porém não teve coragem de não aceitar quando Ginny muito simpática o emprestou.

“Vais adorar!”- disse ela.

Hermione tinha algumas dúvidas de que isso fosse mesmo acontecer mas mesmo assim abriu o livro.

Afinal não parecia ser bem um romance, era mais conselhos sobre relações amorosas. Esteve a um ponto de resolver não passar do primeiro parágrafo mas depois lembrou-se que a amiga ficaria desapontada.

Ganhando coragem continou a ler, apesar de na verdade passar de um parágrafo para outro sem o ler na totalidade. Não era hábito seu fazer algo assim, mas aquele livro requeria medidas drásticas.

-Estou cheio de fome! – exclamou Ron enquanto entrava na sala comum seguido por Harry.

Hermione mal os viu entrar na sala escondeu rápidamente o livro, não queria que eles descobrissem que ela na verdade poderia ser uma rapariga normal.

-Bom dia. – cumprimentou-os ao mesmo tempo que se levantava do sofá e pegava nos manuais das respectivas aulas do dia.

-Bom dia. – retribuiram os dois.

Juntos chegaram ao Salão Principal onde praticamente todo o castelo tomava um pequeno almoço descansado. Sentou-se entre Harry e Ron e observou todo o salão parando na mesa do corpo docente onde Dumbledore falava algo com Snape.

Ela como ambos os rapazes e praticamente todo o colégio, com excepção dos Slytherin, como é lógico, odeava o professor Snape mas tinha de admitir que era o melhor professor que já tinha tido equiparando-se talvez a McGonagall. Tinha curiosidade em saber se Snape era sempre assim tão frio, se havia mais alguma coisa além de ser insuportavelmente detestável e cruel para não falar em parcial e injusto.

Desviou os olhos de Snape quando este olhou para ela. Não conseguia perceber como é que, de entre tantos alunos, tinha que se aperceber que ela o mirava.

Sem uma ideia melhor, abriu o livro de Aritmancia e começou a rever a matéria da última aula. Já tinha comido os seus ovos estrelados e bebido o seu sumo de abóbora e não estava interessada nas conversas que Ron mantinha com Harry, Dean e Seamus que, provavelmente, era sobre o único assunto que parecia mais lhes agradar, sim tinha a certeza que falavam sobre quidditch.

-Hermione, não apanhas uma congestão? – perguntou de repente o ruivo interrompedo a leitura de Hermione.

-O quê? – inquiriu confundida esta. Não tinha a menor ideia a que se referia Ron.

-Sim Hermione, ler logo pela manhã sobre – tirou-lhe o livro das mãos – Aritmancia, não é saudável!

-O Ron tem razão, o pequeno-almoço não é para ler, tens o dia inteiro para isso. – repreendeu-a Harry divertido.

Está bem, talvez estivesse a exagerar mas que mais podia fazer se os seus amigos só falavam de quidditch? Eles sabiam que ela não via nada de especial em isso, não a podiam censurar por ler o seu muito interessante livro de Aritmancia, não é?

Ia responder alguma coisa inteligente e cheia de argumentos que justificassem o facto de ler um livro em pleno pequeno-almoço mas não teve tempo de transformar os seus pensamentos em palavras pois Ginny e Parvati apareceram nesse instante.

-Olá a todos. – cumprimentou-os Ginny sentando-se ao lado de Dean e em frente de Hermione. Parvati seguiu o exemplo de Ginny e também sentou-se, mas esta à frente de Ron.

Hermione percebeu que os seus dois companheiros ficaram extremamente tensos e um pouco corados quando ambas se lhes juntaram. Era incrível como como ficavam as pessoas quando estavam apaixonadas, ainda bem que isso nunca aconteceu com ela. O mais próximo de se apaixonar que esteve foi quando gostava de Victor no seu quarto ano, mas não era nada que a fizesse ficar vermelha e se comportasse como uma delinquente quando o via.

-Olá Parvat, olá Ginny. Vais ter que aula agora? – indagou Hermione a Ginny tentando começar uma conversa que não fosse quidditch.

-História da Magia – revelou Ginny deixando escapar um suspiro de tédio.

Pessoalmente Hermione não sabia como podiam os seus amigos achar História da Magia assim tão tediante. Está bem que se fosse com outro professor em vez de Binns, as aulas fossem melhores mas mesmo assim até eram interessantes.

-Não me consigo concentrar nessas aulas, ainda mais com o baile para pensar. – declarou Ginny olhando timidamente para Harry que não tirava os olhos do prato à sua frente.

Pronto, estava a ver que nunca mais falavam do baile!

-Hermione queres vir comigo, com a Parvati e com a Katie, amanhã a Hogsmeade? – perguntou Ginny esperançosa.

-Não posso, vou com o Harry e com o Ron. – revelou Hermione. Ia sempre a Hogsmeade com eles os dois e as suas saídas eram sempre (okay, tirando uma vez ou outra) divertidas. Além do mais, sabia que se fosse com elas teria de as ouvir falar constantemente sobre aquele tema que já estava a começar a enlouquece-la.

-Er... Hermione, eu e o Ron não vamos poder ir contigo a Hogsmeade, temos treino de quidditch devido à aproximação contra os Slytherin. – confessou Harry levantando os olhos que até aí mantinham-se fixos no prato.

Hermione olhou zangada para o amigo. Logo quando mais precisava que eles fossem com ela, eles simplesmente não poderiam ir.

-E por que motivo só me contaste agora? Se me tivesses avisado mais cedo não tinha negado umas explicações sobre transfiguração a Ewan. – disse Hermione olhando para a mesa dos Hufflepuff onde um rapaz de cabelos loiros conversava com os amigos.

Ewan tinha-lhe pedido se podia lhe explicar a matéria da aula anterior que tinha sido particularmente difícil e que, muito provavelmente, saíria nos exames. Mas como o fim de semana coincidia com a saída a Hogsmeade teve de se desculpar e explicar que não podia pois tinha o fim de semana ocupado. E agora os seus melhores amigos diziam que ela se negara a ajudá-lo para absolutamente nada. Podia matá-los!

-É que só soubemos ontem e com tudo o que se passou acabei por me esquecer. – se desculpou Harry.

-Não faz mal pode ser que ainda vá a tempo de... – começou por dizer Hermione enquando se ia levantando com a intenção de se dirigir até à mesa dos Hufflepuff mas sendo interrompida pela irmã mais nova de Ron.

-Que bom, então poderás vir connosco, vais te divertir imenso! – exclamou Ginny super entusiasmada e certamente ignorando a cara de desespero que Hermione tinha.



Ainda faltavam alguns alunos quando Hermione, Harry e Ron entraram nas masmorras onde ia começar o tão indesejado pesadelo: POÇÕES! Hermione sentou-se no seu lugar entre os seus dois amigos e começou a retirar o material da mala.

Não podia acreditar que acabou por concordar em ir com elas a Hogsmeade, mas é que na altura não teve coragem de dizer não. Tinha a sensação que iria ser uma visita a Hogsmeade muito diferente das anteriores.

A sala inteira ficou em silêncio mal o temido professor de Poções entrou fechando abrutamente a porta atrás de si. Snape dirigiu-se devagar até à sua secretária e olhou para toda a turma com um misto de ódio e desgosto.

-Posso saber do que estão à espera para tirar o material? Isto é uma aula de Poções e, para o caso de não saberem, é necessário um caldeirão. – disse observando única e exclusivamente os Gryffindor. Estes apressaram-se a tirar as coisas das mochilas equanto que os Slytherin limitavam-se a rir.

-Vão trabalhar a pares. – informou Snape ao mesmo tempo que apontava a varinha para o quadro negro onde apareceu os respectivos ingredientes para a preparação da poção.

Hermione sussurou a Harry e Ron que iria ficar com Neville que estava com bastantes dificuldades nessa disciplina. Hermione sabia que Neville até podia ser um bom aluno a poções se não tivesse Snape como professor. O único motivo porque Neville não consegui preparar correctamente uma poção era porque o medo que sentia por Snape não permitia que se concentrasse.

-Do que é que estão à espera? Juntem-se! – vociferou Snape.

Hermione deu um salto de susto quando ouviu a voz do seu professor e dirigiu-se a onde Neville estava sentado completamente aterrorizado.

-Olá Neville, posso ficar contigo? – perguntou Hermione sorridente para tentar acalmar o seu amigo.

-Ah, claro Hermione. – respondeu Neville dando espaço para Hermione sentar-se ao seu lado.

Para seu desânimo Malfoy também sentou-se ao seu lado e fazia par com Pansy. Tentou ignorar a precensa de Malfoy e começou a apontar todos os ingredientes num pergaminho, para ir buscar ao armário onde estavam guardados os ingredientes que iriam necessitar.

Tudo estava a correr melhor do que pensava. A poção tinha o aspecto que deveria ter naquela altura e Malfoy ainda não os tinha importunado. Viu que Harry e Ron estavam no outro lado da sala e pareciam irritados o que não era para menos pois Snape estava a falar com eles e o mais provável era que estivesse a críticar alguma coisa. Voltou novamente a atenção para a poção.

-Neville, corta as folhas de Etrill para juntar-mos daqui a 10 minutos. – disse Hermione baixando o lume.

-Não está aqui nenhumas folhas de Etrill. – informou Neville passando os olhos por toda a mesa em busca das ditas folhas.

-Que estranho, podia jurar que as tinha trazido. – proferiu Hermione – Bem, é melhor eu ir buscar algumas folhas ao armário. Já venho.

Levantou-se e foi até ao armário. Estava aberto para poderem tirar todos os ingredientes que precisassem. Procurou um frasco com o nome Etrill e encontrou-o no meio de outros frascos que nada tinham a ver com as folhas. Alguém deveria ter trocado os frascos de lugar. Quando ainda estava de costas para toda a turma ouviu alguma coisa a rebentar e virou-se rápidamente para ver um Neville coberto de uma substância azul.

Era a sua poção que tinha explodido.

-Será que não consegue fazer nada correctamente Mr. Longbottom? É assim tão difícil para si? – inquiriu friamente Snape em frente de Neville que tremia como varas verdes.

-Foi o Mal... Malfoy, pro... professor. – gaguejou Neville sem olhar Snape directamente.

-Ainda por cima culpa os outros da sua estúpidez! – bramiu Snape.

Hermione aproximou-se de Nevill e de Snape ainda com o frasco na mão e olhou para Malfoy que tinha um sorriso victorioso nos lábios. Agora tudo fazia sentido. Ela sempre tinha trazido as folhas de Etrill, Malfoy é que as tinha roubado sem que se apercebessem para que, enquanto fosse até ao armário, ele tivesse oportunidade de adicionar um ingrediente que não fizesse parte da poção e assim estragá-la. Teve de respirar fundo, bem fundo para não acabar por fazer uma loucura.

-Professor, o Neville tem razão, nós seguimos todos os passos, alguém teve de estragá-la juntando alguma coisa à poção. – explicou Hermione apesar de já saber que não adiantaria para nada. Snape nunca lhe iria dar razão mesmo que isso fosse óbvio.

-Como sempre, Miss Granger tem de estar certa, nunca poderia errar. – disse sarcásticamente Snape olhando para ela com os seus olhos negros frios e sem refletir qualquer tipo de emoção.

-Não é isso... – começou por tentar dizer Hermione mas Harry adiantou-se.
-Eles têm razão, foi o Malfoy que fez isso tudo. – disse este apontando para Malfoy que tentou disfarçar o riso.

-Dez pontos a menos para Gryffindor por se meter em assuntos que não lhe pertecem Mr. Potter. Tem de aprender a controlar esse seu desejo de querer focar toda a atenção para si. – avisou Snape dando um dos seus sorrisos de escárnio. Os únicos que sabia dar, na opinião de Hermione.

Vendo que Harry apertava as mãos até os nós dos dedos ficarem brancos, Hermione achou melhor apertar-lhe amigavelmente o braço demonstrando que não valia apena se alterar.

-Vinte pontos a menos para Gryffindor pelo ocurrido e estão dispensados. – declarou Snape afastando-se deles.

Hermione largou o braço de Harry quando teve a certeza que o amigo se tinha acalmado. Harry às vezes era impulsivo e não pensava nas consequências.

-Que raiva! – exclamou este.

-Yah. – concordou Ron – Vamos arrumar as coisas para sairmos daqui o mais depressa possível.

-Sim. – anuiu Harry e junto com Ron foi para o outro lado da sala deixando Hermione com Neville.

-Desculpa Hermione por minha culpa vais ter uma má nota nesta poção além de que perdemos pontos. – disse Neville que parecia sentir-se muito culpado pelo ocurrido.

-Não te desculpes, tudo isto é culpa daquela doninha egocêntrica! – declarou Hermione enquanto enfiava dentro da mala o seu material pronta para sair daquela masmorra e não ver mais aquela cara que tanto a irritava, sim essa mesmo, a cara do seu professor de poções.

-Desculpa mesmo assim Hermione. – disse Neville enquanto saía da sala com um ar abatido, envergonhado e triste.

-Vamos Hermione. – disse Ron em frente à porta e com Harry ao lado.

-Sim... – disse esta avançado para os seus amigos e em direcção à liberdade mas parando dolorosamente quando a voz rouca e grave de Snape chegou-lhe aos ouvidos.

-Onde vai Miss Granger? – inquiriu Snape que se mantinha atrás da sua secretária.

-Pois, eu vou embora a aula já acabou. – respondeu sem, no entanto, virar-se. Os seus amigos pareciam tão surpresos por aquela pergunta quanto ela.

-Aí é que se engana. Vai ficar aqui até limpar tudo o que a sua nojenta amostra de poção sujou. – sentenciou Snape.

Hermione virou-se e observou que o caldeirão, mesa, algumas cadeiras e o chão em redor do dito caldeirão estava coberto por uma substância pegajosa e azul.

-Mas isso não é justo! – exclamou Hermione trocando olhares com Harry e Ron.

-Aqui quem decide o que é justo ou não, sou eu Miss Granger. Mr. Potter e Mr. Weasley façam o favor de sair. – esclareceu Snape arrogantemente.

-Depois nos vemos. – disse Hermione sorrindo para eles. Era um sorriso forçado mas tinha de tentar não parecer aterrorizada com a perspectiva de ficar ali sozinha com Snape.

Harry e Ron assentiram não muito convencidos com o sorriso de Hermione eabandonaram-na naquela sala que de um momento para o outro tinha ficado ainda mais aterradora e gélida.

Hermione engoliu em seco e, sem olhar para Snape, pousou novamente a mala.

-Ah... Sem varinha, Miss Granger. – avisou Snape olhando para ela e logo em seguida para uns pergaminhos que tinha em cima da secretária.

Ignorando que muito provavelmente ia chegar atrasada à sua proxima aula: Tranfiguração, tirou a túnica e arregaçou as mangas da camisa, pronta para começar a sua àrdua tarefa.

Despois de alguns minutos de compelto silêncio onde Snape limitava-se a analisar os pergaminhos e Hermione continuava a esfregar os móveis que tinham sido vitimas da poção, deixou-se cair em cima de uma cadeira. Tinha acabado finalmente.

-Já acebei professor Snape. Posso sair agora? – perguntou esta, observando o seu professor que deixou de olhar para os pergaminhos para observá-la.

Era engraçado o modo como ficava Snape quando estava concentrado em alguma coisa. Demonstrava uma certa intelectualidade que parecia inalcançável. Para não falar nas leves linhas que se formavam na fronte sobre a sua pálida pele que fazia um contraste maravilhoso com os seus olhos e cabelos negros que, de vez em quando, caíam marotamente à frente dos seus olhos. O que se estava a passar com ela? Desde quando observava tão minuciosamente o seu detestado professor de poções? Devia ser os efeitos da poção e estava a começar a ficar preocupada. Tinha de passar pela enfermaria mais tarde.

-Claro, Miss Granger. – respondeu Snape indicando com a mão a porta de saída num gesto sarcástico.

Hermione não perdeu um minuto, mal Snape lhe respondeu que podia sair e já ela estava a correr pelo corredor fora. Esta super atrasada, nem queria pensar no que McGonagall iria lhe dizer quando chegasse à sala. Não se via nenhum aluno no corredor o que não era de se estranhar, deviam estar em aula.

Correu o mais possível até que foi parada pela figura de Mr Filch que se colocou à sua frente.

-Não pode passar por aqui. – avisou este no seu jeito habitual.

O dia definitivamente não estava a correr bem. Só faltava mais esta!

-Mas porquê? – perguntou Hermione desesperada.

-Fizeram um feitiço engordorante neste bocado do corredor. – explicou este com Mrs Norris a rodear-lhe as pernas.

Deu meia volta e recomeçou a correr desta vez até outro corredor. Era um caminho mais longo mas era o único que se lembrava nesse momento. Tudo por causa de Snape!

Depois de mais uns minutos chegou, finalmente, à porta da sala de transfiguração. Respirou fundo e bateu na porta, sentido o seu coração a querer sair-lhe pela boca de ter estado a correr.

-Miss Granger pode-se saber o que aconteceu para ter chegado quase uma hora atrasada? – inquiriu McGonagall visivelmente zangada.

Entrou na sala onde avistou Harry e Ron que pareciam preocupados pela sua demora.

-Desculpe, aconteceu um problema na aula de poções e tive de o resolver até agora. – explicou o mais vagamente possível.

-De qualquer modo terá de cumprir uma detenção. – declarou McGonagall.

Hermione pensou que a sua hora tinha chegado. Teve a ponto de dizer aos seus amigos para avisarem os seus pais que ela os amava muito pois podia ter um colapso naquele exacto momento. Nem nos seus piores pesadelos aquilo chegou a ser possível e agora ia levar uma detenção e ainda por cima sem ter culpa.

-Irá ajudar os professores nos preparativos para o Baile de Natal. – condenou McGonagall.

Agora sim, Hermione tinha certeza que aquele baile era maldito.

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Espero que gostem do capítulo. A Hermione está num daqueles dias em que é melhor não nos levantar-mos da cama!

Please deixem comentários, não custa nada. =)


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