Muito engenhoso






Três Vasouras estava completamente cheio e a maioria das pessoas que lá se encontravam eram estudantes de Hogwarts. Confusão, era sem dúvida, a melhor palavra para definir o ambiente dentro do bar. Era um local onde os alunos das diversas casas poderiam conviver uns com os outros abertamente sem que sentissem estar a fazer algo proibido.

-Podes voltar a repetir? – perguntou Parvati enquanto dava outro gole de cerveja de manteiga.

Estavam sentadas numa mesa próxima da porta de entrada. Tinham tido muito sorte de encontrarem uma desocupada, mesmo muita sorte, se tivessem chegado cinco minutos depois nem sequer entrar no bar conseguiriam.

-Já disse, levei uma detenção! Satisfeitas? – disse outra vez Hermione zangada. Confessar aquilo não era nada fácil e ainda por cima ter de repeti-lo infinitas vezes...

Iria ficar marcada para sempre, todo o esforço que teve para criar a imagem de aluna perfeita foi por água abaixo e tudo devido a... devido a Snape! Se fosse possível odiá-lo mais do que havia odiado até agora juraria que o faria.

-Uau, nunca pensei que isso fosse possível vindo de ti, Hermione! – exclamou Katie e começou a rir às gargalhadas. Ah, e o pior é que Parvati e Ginny também.

Bem sabia Hermione que não devia ter concordado em ir a Hogsmeade com elas. Tinha de começar a seguir os seus instintos.

-Em que aula é que isso ocurreu? – inquiriu Ginny – Deixa-me adivinhar. Poções!

-Por mais incrível que pareça não. Aconteceu em transfiguração mas mesmo assim a culpa foi de Snape. – confessou Hermione dando enfase à palavra Snape.

Se ele não fosse seu professor já o tinha enfeitiçado. Agora que pensava nisso, ultimamente andava a ter muitos pensamentos homicidas. Só nestes últimos dois dias já havia pensado em enfeitiçar muita gente...
-Não percebi. Se foi em transfiguração como é que a culpa é de Snape? – perguntou Ginny confusa.

Vendo que as caras das suas amigas diziam claramente “ A detenção afectou-te mais do que pensavamos”, Hermione contou rápidamente o que tinha ocurrido para levar o horrível castigo. Preferiria mil vezes limpar todas as casas-de-banho a ter de fazer o que McGonagall tinha ordenado.

-Além de teres de limpar os restos da poção sozinha ainda chegaste atrasada à aula seguinte. – refletiu Parvati.

-Porque é que o Neville não te ajudou? – indagou Katie.

-Ora, não é lógico? – retorquiu Hermione cheia de ódio. Tinha a sensação que o podia emanar por todos os poros do seu corpo.

-O quê? – inquiriu Ginny, Parvati e Katie ao mesmo tempo. Isso teria parecido engraçado a Hermione se não estivesse tão chateada.

-Snape só queria que eu limpasse. – respondeu sabendo qual seria a próxima coisa que as suas amigas iriam dizer.

-Mas porquê? – perguntaram novamente em únissono.

Hermione passara a noite inteira a se perguntar exactamente o mesmo e, como sempre, a conclusão apareceu à frente dos seus olhos,

-Porque Snape sabia que eu iria chegar atrasada a transfiguração e que muito certamente McGonagall me daria uma detenção. E sabia também que esse é o meu pior pesadelo! Ele é tão... tão... mas mesmo tão... tão cruel!

-Quanto a isso não há a menor dúvida. – afirmou Parvati.

-Não te deu uma detenção mas contribuiu para tal. Muito engenhoso. – meditou Ginny.

-Yah. – concordou Hermione comtemplando a caneca quente de cerveja de manteiga que tinha entre as mãos e que aquecia estas. Estava muito frio mesmo dentro do bar.

Tinha vestido uns jeans descolorados nos joelhos, uma camisola de lã, castanha por baixo de um casaco preto que ia até um pouco abaixo da cintura e um cascol vermelho. Ah, e tinha calçado os seus All Star. (N/A: Adoro estes tennis, são a minha paixão! XD)



As horas foram passando à medida que percorriam as ruas cobertas de neve. Todas as lojas em que entravam lembravam-lhe que o Natal estava muito próximo. Efeitos vermelhos e dourados pendiam das estantes e tornavam tudo muito mais agradável e bonito.

Ginny, Parvati e Katie ficavam deslumbradas com todos os artigos que viam. Compraram alguns artigos que consideravam interessantes para oferecerem enquanto que Hermione apenas observava. Já sabia o que oferecer aos seus amigos e esperava que elas acabassem de escolher o que comprar para anunciar que iria à livraria.

-Não façam essa cara, podem continuar a ver as lojas enquanto eu vou. – disse. Ginny, Parvati e Katie tinham feito cara de aborrecimento mal tinha prenunciado a palavra livraria por isso achou melhor não as obrigar a ir com ela.

-Obrigada por não nos obrigares a entrar aí. – agradeceu Ginny – Depois encontramo-nos na Clothes and Beauty para escolhermos a roupa para o baile, está bem?

-Está bem, até logo. – concordou Hermione afastando-se das amigas. Tinha de aproveitar muito bem o tempo na livraria pois as horas que se lhe seguiam iriam ser torturosas.

Um pequeno sino anunciou a sua entrada quando abriu a porta da livraria. Não havia uma única parede que não possuisse estantes, e em todas elas livros de todos os géneros hipnótizavam-na. Muito contente foi passeando entre as pessoas que, tal como ela, pareciam escolher um livro para oferecer. Tinha de se conter para não começar a ver livros que achava maravilhosos para si e se lembrar que estava ali para comprar o presente de Harry e Ron, o que era bastante difícil. Sabia do que Ron gostaria de receber mas não tinha a certeza do que poderia querer Harry.

Havia feito um acordo consigo mesma de que nesse Natal os presentes que iria dar seriam livros, visto ser a única coisa que sabia escolher. Além de livros o que poderia ela dar aos seus amigos? Sim tinha a certeza que era mais seguro comprar livros.

Retirou da estante um sobre os segredos do Quidditch que certamente Ron amaria, pelo menos ela teria amado, se gostasse de Quidditch. Só faltava escolher um para Harry. Ele gostava... É isso! Harry iria amar ter um livro sobre tudo a respeito de animagos já que essa era a sua nova obsessão. Desfolhou um livro que se intitulava “Animagia ao seu dispor” e avançou até ao balcão para pagar. Devia ter percebido que não era sensato andar ao mesmo tempo que lia pois chocou contra algo, ou melhor, contra alguém.
-Deveria olhar por onde anda Miss Granger.

Fechou o livro bruscamente. Aquela voz era impossível de não reconhecer: Fria, grave, autoritária, carregada de sarcásmo... Só podia pertencer a Snape. O destino estava mesmo contra ela, tinha logo de ter chocado contra ele. Levantou os olhos muito devagar e observou a figura diante de si (N/A: imaginem a cena em câmara lenta XD).

Snape estava, como não podia deixar de ser, todo vestido de negro, exactamente como quando dava aulas. Não deveria conhecer outra cor, se bem que o negro lhe acentava perfeitamente e contrastava com a sua pele pálida e que parecia ser muito suave. Será que toda a pele do seu corpo era assim? Hermione, por um momento, desejou tocar naquela pele e saber se era tão mancia como a seda ou a casca de um pêssego. Okay, agora sim Hermione estava a começar a ficar assustada. Ainda não tinha passado pela enfermaria e pelo visto tinha feito muito mal em não ter ido. O facto de ter tido de limpar aquela poção devia lhe ter envenenado alguma parte do seu cérebro, o que tinha acabado de pensar era tudo menos normal.

-Desculpe professor Snape. – conseguiu dizer Hermione ainda assustada com os seus próprios pensamentos.

-Que pena que não estamos em Hogwarts, isto significaria menos pontos para a sua casa. – declarou Snape no seu tom arrogante – Enfim, não se pode ter tudo.

-Professor porderia lhe perguntar uma coisa? – perguntou Hermione ignorando o que Snape tinha dito anteriormente. Havia coisas mais importantes para esclarecer do que responder e ser alvo de um homicídio.

-Acabou de o fazer. – retorquiu Snape erguendo uma sombracelha.

-Hum... pois... por causa da poção de ontem acho que fiquei envenenada. – revelou Hermione preocupada.

-Miss Granger, a sua poção não envenenaria nem um rato aliás, aquilo nem poderia ser designado por poção. – declarou com um dos seus sorrisos falsos.

-Não pode ser, eu tenho a certeza que aquela poção me fez alguma coisa...

-Está a dizer que eu um mestre em poções estou errado? – perguntou Snape ameaçadoramente.

Snape assustava mesmo, agora percebia porque é que Voldem... aquele-cujo-nome-não-deve-ser-pronunciado não desconfiava dele.

-Não foi isso que eu quis dizer... – começou por explicar Hermione mas foi interrompida.

-Ainda bem que te encontro Hermione! – gritou Ewan abraçando-a como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Se Katie (a sua namorada) o visse de certeza que não só seria o seu fim como o dela. Hermione desviou a sua atenção do seu professor que agora olhava para Ewan acidamente.

-Olá Ewan, que bom que te vejo. Queria te pedir desculpa mais uma vez. – confessou quando ele finalmente a largou e a deixou respirar.

-Não faz mal, teremos muito tempo para isso! – exclamou alegremente Ewan.

-Teremos? – indagou erguendo uma sombracelha à lá Snape.
-Se quiseres, claro. – disse Ewan num tom de voz mais baixo do que o anterior.

-Hum... tenho de ver o meu horário para saber se tenho algum tempo livre e depois digo-te alguma coisa, está bem?

Ultimamente tempo era uma coisa que não tinha muito. Entre estudar, ajudar os rapazes nos deveres e quebrar as regras (não por vontade própria CLARO, mas sim porque era OBRIGADA por Harry e Ron) ainda havia a história do tal castigo..

-Sim, combinado. É que eu adoraria que fosses tu a ajudar-me, és a rapariga mais inteligente que já conheci. – elogiou Ewan com um sorriso de orelha a orelha.

Não havia dúvidas de que ele sabia como a convencer.

-Eh... Professor Snape – cumprimentou-o Ewan de repente.

Hermione reparou então que Snape ainda continuava ali e que tinha observado toda a sua conversa com Ewan. Tinha os braços cruzados e uma expressão arrogante e superior.

-Estou a ver que não necessito de um manto da invisibilidade como certas pessoas para passar despercebido. – comentou Snape olhando para Hermione.

Tinha captado a indirecta. Snape estava-se a referir a ela, Harry e Ron. A questão era: Como sabia ele do mando de Harry? Ou melhor: Desde quando sabia sobre a sua existência?

-Hermione, estás um bocadinho pálida, queres ir comer alguma coisa? – perguntou Ewan preocupado.

-Sim, realmente estou com muita fome. – mentiu esta desviando o olhar de Snape para Ewan que lhe sorria.

-Adeus professor Snape. – despediu-se Ewan técnicamente empurrando Hermione até ao balcão onde estava uma pequena fila de pessoas para pagarem.

Snape limitou-se a acenar com a cabeça e a esboçar um dos seus sorrisos de marca para Hermione.



Como poderia existir uma pessoa como Snape? Era impossível saber como funcionava a sua mente, nunca transmitia emoções (além do ódio pelos Gryffindor em expecial ela, Harry e Ron) e sentimentos, permanecia sempre frio. Eram estes os seus pensamentos quando seguia Ewan que, pelo movimento dos lábios, parecia falar e falar e nem sequer reparava que ela não o ouvia.

-Ah, aqui estás tu! – exclamou Ginny.

-Não iam escolher a roupa para o baile? – indagou Hermione parando de andar. Ginny vinha a correr até eles com dificuldade devido à grande quantidade de neve no chão.

-A Parvati e a Katie estão dentro da loja e eu como te vi passar achei melhor chamar-te.- disse Ginny agora parada à frente deles – Vejo que encontraste o Ewan.

-Encontrámo-nos na livraria. – explicou Ewan.

-Que bom, alguém que gosta de livros como a Hermione! E eu que pensei que isso fosse impossível.

-Ah ah ah, que graça Ginny. – ironizou Hermione.

-Por acaso livros não são o meu forte mas como estava na livraria devido à minha irmã e vi a Hermione a falar com o professor Snape decidi ir até ela. – contou Ewan.

-Estavas a falar com o Snape? – indagou Ginny surpreendida.

-Sim. – anuiu Hermione.

- E sobre o quê que estavam a falar? – perguntou Ginny com curiosidade.

-Ora, sobre poções que mais poderia ser? – retorquiu Hermione.

-Tu sofres amiga. Logo no dia em que estás livre de ver o Snape tens de te encontrar com ele. – disse Ginny com compaixão.

-Tens razão eu realmente sof... OH MEU MERLIN! – exclamou Hermione de repente.

-O que é que se passa? – perguntaram Ginny e Ewan ao mesmo tempo.

-Não acredito, predi a minha pulseira! – revelou observando o pulso agora nu.

A pulseira era muito importante para si, foi um presente do seu falecido avô ao qual havia sido muito chegada. Tinha-lhe contado que ela passava de geração em geração na familia e agora não a tinha. Ia quebrar toda uma tradição!

-Vou voltar à livraria, pode ser que esteja lá – anunciou Hermione entregando os sacos com os presentes a Ginny e começando a correr na direcção contrária.

-Nós vamos contigo! – gritou Ginny.

-Não é preciso! Encontramo-nos na mesma loja que combinamos anteriormente – retorquiu.



A loja estava com mais gente do que quando a abandonara. Hermione olhava para o chão na esperança de encontrar a fina pulseira de prata mas, com todas aquelas pessoas, tornava-se impossível ver o chão quanto mais a pulseira.

-Severus, que bom te encontrar aqui!

Hermione levantou a cabeça com curiosidade quando ouviu o nome do seu professor de poções. Soava estranho escutar o primeiro nome quando estava acustumada a que se referissem a ele como Snape.

Uma mulher alta e muito atraente aproximou-se do seu professor com um sorriso no rosto. Tinha longos cabelos loiros e olhos verdes, toda ela emanava elegância.

-Digo o mesmo Miss Winslet. – disse Snape em forma de cumprimento.
-Como estás Severus?- perguntou.

-Estou vivo, por enquanto.– acrescentou em voz baixa.

-De certo já saberás que vou substituir o professor Parker em Defesa Contra as Artes das Trevas, me inquivoco?

-Não. O director já nos pôs a par dessa mudança. – revelou Snape.

-Finalmente vou poder ensinar em Hogwarts, não imaginas o quanto esperei por este momento Severus.

-Posso assegurar que todo esse entusiasmo se irá evaporar em poucas semanas.

-Oh, por favor Severus não sejas um desmancha-prazeres.

-Só a estou a avisar Miss Winslet. Verá que muito em breve concordará comigo. – declarou Snape.

-Logo saberemos, agora tenho de ir. Vemo-nos em Hogwarts.

Passado pouco tempo da saida da mulher loira da livraria Snape também a abandonou.

Pelo que pôde observar, a sua futura professora de Defesa conhecia Snape. E pelo modo que esta se dirigia a ele parecia haver alguma intimidade entre os dois, se bem que Snape não dava mostras de possuir essa mesma intimidade, mas Snape era Snape ao fim e a cabo. Não deveria saber se relacionar a não ser assim.

E porque estava ela a meditar sobre as relações de Snape? Deixando esses raciocínios de lado concentrou-se na procura pela pulseira mas acabou por desistir. Sabia que já não a conseguiria encontrar. O seu avô deveria ter ficado muito desapontado se soubesse que já não havia pulseira para passar de geração em geração.

Foi uma Hermione muito desanimada que entrou na Clothes and Beauty. Várias mulheres tiravam as medidas às suas amigas enquanto estas se mantinham em pé em cima de uns bancos.

-Conseguiste encontrá-la? – perguntou-lhe Ewan sentado num sofá e a ler o Profeta Diário.

-Não. – revelou tristemente Hermione.

-Era muito importante para ti?

-Sim, era mesmo muito especial.

-Hermione anda! Tens de tirar as medidas. – chamou Katie descendo do banco.

-Tem mesmo de ser? – inquiriu esta suplicante.

-Sim! – exclamaram as três ao mesmo tempo.



O resto da visita a Hogsmeade passou rápidamente. Depois de terem tirado as medidas, escolheram a cor que queriam para o vestido que seria entregue em Hogwarts na véspera do baile. Tinha sido um dia cansativo e já quase não sentia a cara que era a única parte do seu corpo que estava em contacto directo com o frio cortante de Dezembro. Quando voltavam para Hogwarts, já no fim da tarde, todos carregavam imensos sacos e estavam meio ensonados.

-É verdade! – exclamou Ewan parando no meio do caminho e fazendo com que o resto do grupo parasse também de andar e olhasse para trás.

-O que é que é verdade amor? – perguntou Katie desconsertadamente, o que Hermione compreendeu prefeitamente já que às vezes Ewan tinha atitudes um bocado fora do normal, por outras palavras, ele às vezes era realmente estranho.

-Tenho uma carta para ti Hermione. – disse Ewan tirando a carta de dentro do seu casaco e entregando-a.

-Quem é que te mandou entregar-me? – inquiriu Hermione. Devia de ser alguém de Hogwarts para terem mandado Ewan lhe entregar, mas sendo assim porque simplesmente não utilizar uma coruja? Hogwarts tinha muitas.

-Foi o Fred ou o George Weasley, não consigo distingui-los. – declarou Ewan pensativamente como se tentasse descobrir qual dos gémeos era.

-Porque em vez de me mandar uma carta não fala simplesmente comigo?

-Não sei, quando entrei no Salão Principal um dos gémeos veio ter comigo e só me disse para te dar a carta.

-Hum... está bem, obrigada.

Porque motivo um dos gémeos tinha-lhe escrito uma carta? Teria de analisar melhor o assunto quando a lesse na sua habitação, agora estava com imenso frio e os seus neurónios não se encontravam quentes o suficiente para trabalharem de maneira eficaz.

-Cada vez me surpreendo mais, agora até os meus manitos Fred e George escrevem cartas. E eu a pensar que a única coisa que eles sabiam fazer era inventar novas coisas para pôr os mais pequenos doentes. – comentou Ginny.

-E porque é que a carta é direccionada logo a mim? – inquiriu retóricamente Hermione.

-Abre a carta e logo verás. – aconselhou Ginny.

-Agora não. Abro mais logo. – disse Hermione recomeçando a andar. Tinham estado parados no meio da rua durante alguns minutos e queria chegar a Hogwarts o mais rápido possível.


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Please deixem comentário, eu imploro, suplico!!! (a fazer cara de cachorrinho abandonado numa noite de trovoada)


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