Primeiro dia de aula



Primeiro dia de aula





Ele sentiu algo suavemente acariciar seu rosto... Virou o rosto... A carícia voltou... O Sol não parecia forte... Ainda devia ser muito cedo... Então ele começou a lembra-se onde estava... E o que acontecera no dia anterior...


JJ então levantou de uma só vez, assustado. Seu malão! Então, ao olhar para o lado ele vira o tal malão, exatamente onde se lembrava de tê-lo posto... Mas a tal porta não estava lá... Então ao tentar levantar-se viu que sua coruja o encarava com um bilhete no bico.


Acariciando o animal, ele pegou o bilhete e imediatamente reconheceu a caligrafia fina e inclinada de seu irmão.


 


Já acordou, dorminhoco? Espero que sim,


estarei te esperando do lado de fora do Retrato as 6.



Então, olhando para o relógio, constatou que lhe restavam apenas 5 minutos, então, sem dar atenção ao mistério do malão ou da porta, ele vestiu-se o mais depressa e silenciosamente que pôde e desceu apressado para o Salão Comunal deserto, passando desabalado pelo Buraco do Retrato.


- Bom dia, tampinha! – cumprimentou-o o irmão sorrindo. – Dormiu demais, não foi? – perguntou divertido ao ver que o irmão correra tanto que nem mesmo o cabelo havia penteado.


- Desculpe, Cyg... – disse o menino se endireitando envergonhado. – Tive problemas para dormir ontem... – ele apressou-se a desculpar-se.


- Tudo bem. – disse o moreno sorrindo e bagunçando ainda mais o cabelo do irmão caçula. – Vamos nos apressar ou acabará ficando muito tarde para praticarmos. – disse ele pondo a mão sobre o ombro do irmão e guiando-o para longe do Salão Comunal da Grifinória.


- Ok. – respondeu o outro deixando o mais velho guiá-lo.


Então eles caminharam em silêncio na direção dos jardins, apreciando as paisagens pelas quais passavam e deixando o vento gélido do inicio da manha acordá-los aos poucos.


- Coruja inteligente, a sua! – disse Cygnus quando iam saindo do Saguão de Entrada e a coruja veio sobrevoar sua caminhada.


- Foi ele que me acordou. – respondeu o garoto sorrindo para o animal que fazia acrobacias no céu enquanto eles caminhavam.


- Eu imaginei... Ele encontrou meu dormitório, adivinhou que eu precisava mandar um recado pra você... – disse também observando o animal. – Aliás, como se chama?


- Estive pensando... O que acha de Merlin? – perguntou o loirinho desviando a atenção do animal e virando-se para o irmão, enquanto eles se dirigiam à orla da Floresta Proibida.


- É um ótimo nome. – disse pouco antes de pararem atrás da cabana abandonada. – Aqui já está bom...  Vamos começar com um alongamento, nos aquecemos e depois praticamos um pouco, o que acha? – perguntou tirando o moletom, no que foi seguido pelo loirinho.


- Por mim tudo bem. – disse enquanto, juntos colocavam os dois moletons sobre um conjunto de pedras próximo.


- Tem certeza que está bem pra isso? – perguntou vendo a expressão ainda cansada do menino.


- Absoluta! Nada melhor pra começar o dia bem disposto do que se exercitando! – disse se animando.


- Está bem, então. – e deram inicio ao alongamento.


 


(...)


 


A mais de uma hora mais tarde, depois de terem se alongado e corrido ao redor do castelo, os irmãos Malfoy estavam próximo ao lago disputando um duelo de espada e escudos, atacando e defendendo, recuando e avançando, um verdadeiro espetáculo particular.


- Acho... Acho que agora já chega, Cyg... – disse o loirinho arfando cansado depois de um combate particularmente exaustivo com irmão.


- É... Tem razão. – disse o moreno que também arfava. – Quer meditar um pouco... Pra esfriar? – perguntou colocando a espada e o escudo a um canto como o irmão.


- Não, prefiro só descansar um pouco. – disse o loirinho deitando-se na grama, exausto.


- Ok – disse o moreno seguindo o exemplo do loiro e deitando, exausto na grama macia da margem do lago.


- Cyg? - chamou-o o menino, ainda deitado na grama observando o céu azul e as poucas e disformes nuvens.


- Hum? – respondeu o moreno também sem levantar a cabeça.


- Acha que Angel vai ficar bem? – perguntou ele de forma despreocupada, embora ambos soubessem que isso o preocupava mais do que o necessário.


- Acho que, com um pouco de sorte, Angel não vai ter muito com o que se preocupar. – respondeu o moreno no mesmo tom do loirinho.


- O que quer dizer? – perguntou ele virando o rosto para o irmão, embora ainda estivesse deitado.


- Bem, fiz um acordo com Julius... – disse o outro pouco acima de um sussurro, sem se virar para o irmão.


- Você o que? – perguntou o loirinho levantando o tronco do chão e olhando para o irmão de forma incrédula.


- ...em que ele convenceria a filha a manter Angel bem, desde que eu fosse para a Alemanha, depois de Hogwarts também... – ele continuou no mesmo tom, sem demonstrar sequer que percebera a interrupção do mais novo. – E agora já está feito... – acrescentou em tom banal, quando o loiro voltava a se deitar.


- Você sabe que isso foi desnecessário, não sabe? – perguntou ele voltando ao tom despreocupado.


- Sei... Mas eles não. – respondeu o moreno ainda sem se deixar alterar pelo dialogo. – Está sabendo mais alguma coisa? – perguntou o moreno, percebendo algo intrínseco na voz de Jason.


- Bem, digamos que não terei tanto tempo para aproveitar Hogwarts quanto você... – disse o loiro como se comentasse que o tempo estava bom.


- Quando vai acontecer? – disse o moreno tomando um tom mais sério e triste.


- Não tenho esperanças que estaremos na Estação de King Cross no próximo 1º de Setembro... – respondeu o loiro mantendo o mesmo tom.


- Então não temos muito tempo, não é? – perguntou o outro com uma expressão já mais triste.


- Não preciso lhe dizer o que deve ser feito, preciso? – perguntou o loiro de forma firme ao irmão depois de um breve momento de silêncio.


- Não quero que ela precise sofrer com minha partida, Jason... – respondeu o moreno entendendo perfeitamente a que o caçula se referia.


- Ela irá sofrer de qualquer forma, Cygnus... – acrescentou o loiro em tom desleixado.


- Mas... – começou a contrapor o moreno.


- Nós dois sabemos que eu vou ganhar essa discussão, então, vamos evitar o desgaste, ok? – disse o loirinho respirando cansado para o irmão.


- Seria muito egoísmo meu, Jay. – Cygnus ainda insistiu.


- Francamente, eu não consigo pensar em ninguém que possa ter maior direito a ser egoísta desse jeito... – argumentou o loiro de forma simples.


- Eu consigo. – o outro rebateu de pronto.


- Eu não estou incluso nesta conta, Cygnus... – disse o loiro cortando o raciocínio do irmão. – E realmente não pretendo deixar meus primeiros amigos se divertirem em Hogwarts sem mim. – acrescentou tranquilizando o irmão.


- Então vai se permitir curtir sua infância...? – perguntou sem conseguir evitar que o sorriso brotasse em seus lábios.


- Farei melhor que isso. Vou curtir 11 anos de diversão em um ano letivo... – disse o outro ainda com o tom corriqueiro.


- É um belo objetivo a ser alcançado... – disse o moreno tentando permanecer no assunto por mais tempo.


- Eu sei, mas não vou deixar você desviar minha atenção assim, fique logo sabendo. – respondeu o loiro cortando as esperanças do irmão.


- Não custava tentar, não é? – disse o outro sorrindo de lado, jamais enganara o loirinho.


- Falo sério, Cygnus! – disse o loiro depois de um minuto de silencio.


- Eu também. – respondeu o moreno sentando-se e concentrando-se no lago.


- Se você não aproveitar essa chance, pode não ter outra! – disse o loiro também sentando-se e também olhando para o lago.


- Você não vai desistir, não é? – perguntou ele virando-se para o irmão.


- Não! – respondeu confiante. – E se você não quiser fazer algo... Bem, digamos que Annabeth viria a ser uma companhia valorosa... – disse sorrindo de lado.


- Jason! Você não ousaria! – disse o irmão lançando um olhar assustador para o irmão, que não recuou nem um centímetro.


- Desde que você fizesse algo, não mesmo. – respondeu o loirinho sem se afetar com a expressão do irmão e sorrindo maroto.


- Você já teve mais respeito pelo seu irmão mais velho! – disse ele irritado voltando-se para o lago.


- Você também. – rebateu o outro de forma direta e profunda, sabendo que atingira o alvo. Com esta ultima frase, JJ teve certeza que, finalmente, tocara no ponto certo.


- Ok, você venceu. – disse o moreno deixando os ombros caírem.


- Eu te disse que venceria. – disse o outro sorrindo de lado.


- Muito engraçado! – disse querendo parecer emburrado, embora sorrisse. – Vou pensar em alguma coisa, mas desde que me prometa não se meter! – disse olhando diretamente para o irmão.


- Acho que já deixei isso bem claro: só agirei se você não o fizer. – assegurou JJ de forma a não passar nenhum duvida ao irmão.


- Bem, acho que agora já chega de conversa. – disse ele levantando-se. – É melhor te levar lá pra cima, ou perderemos o café da manhã.


Então seguiram para o castelo, em direção à Torre da Grifinória.


 


(...)


 


- Até que enfim você voltou! – disse Sirius assim que o loirinho pisou no dormitório – Onde esteve? – perguntou ele enquanto revirava seu lado do dormitório.


- Estive com meu irmão, como te falei ontem... – disse ele se dirigindo à própria cama de dossel.


- Bom, enquanto você estava com seu irmão, nós descobrimos como aquela coisa some e reaparece... – disse o moreno ainda revirando seus pertences.


- Sério? Como? – perguntou intrigado para os três companheiros.


- Começamos a discutir sobre o que havíamos feito ontem... – começou a explicar Sirius enquanto se jogava embaixo da cama.


- Então decidimos reproduzir toda a conversa, até que quando Sirius disse: “Almofadinhas precisa de um lugar pra ficar”... – continuou John, ao ouvir a voz do moreno ser abafada enquanto ele ainda procurava seja lá o que tivesse perdido.


- E Voilà! – concluiu Scott apontando para a porta que acabara de se apresentar para eles de novo.


- Vocês conseguiram mesmo! – disse JJ olhando impressionado para a porta que novamente fizera seu malão desaparecer.


- Mas é claro que sim! – disse Sirius erguendo-se de baixo da cama segurando a gravata vermelha e dourada como um troféu.


- E descobrimos também como fechar! – acrescentou Scott sorrindo empolgado com o trabalho que haviam desenvolvido.


- Como? – perguntou o loiro intrigado.


- “Almofadinhas encontrou um lugar pra ficar” – disse ele fechando assim a passagem.


- Demais! – respondeu ele se agachando próximo a seu malão.


- E seus pertences, estão todos ai? – perguntou John ao loiro, enquanto este verificava.


- Estão sim, pelo menos aparentemente sim. – disse depois de um exame superficial.


Então eles ouviram alguém batendo à porta.


- Medroso! – murmurou Sirius enquanto ia abrir a porta depois de ver o primo quase cair da cama de susto.
- Vocês ainda estão assim? – perguntou, pois JJ ainda estava com a roupa que usara para fazer os exercícios e os demais, embora tomados banho, ainda não estavam com todo o uniforme.
- Oi Sarah, bom dia pra você também! Dormimos muito bem, obrigado por perguntar – respondeu ironicamente Sirius, enquanto fechava a porta do dormitório e Sarah revirava os olhos e sorria.
- Foi mal, priminho! – disse ela virando-se para o moreno e beijando-lhe o rosto. – Oi meninos!
- Oi maninha! – disse Scott se levantando da cama atrapalhadamente para abraçar a irmã.
- Oi Sarinha. – disse John indo até Sarah e dando-lhe um beijo na bochecha que foi rapidamente retribuído.
- Oi Sarah. – disse JJ levantando o rosto do malão onde estivera procurando suas veste para ir tomar seu banho.
- Oi JJ. – disse Sarah sorrindo pra ele no que ele rapidamente retribuiu.
- Por que só ele recebe o cumprimento de volta? – perguntou Sirius deixando a ruiva levemente corada.
- Ele não foi o único não! Eu respondi você também! – disse ela voltando para o moreno que riu da expressão corada da prima e do amigo loiro. – E afinal de contas, por que vocês ainda não estão prontos? Em que estiveram tão interessados assim? – disse Sarah conseguindo driblar Sirius e invertendo as posições.
- Ah, bem... Andamos meio ocupados... Acabamos esquecendo a hora... – disse o moreno atrapalhado. John meteu a mão na própria cabeça e meneou-a. JJ teve que simular um acesso de tosse para esconder a gargalhada que lhe veio, era impressionante engraçado como o poderoso Sirius Potter ficava perto do olhar inquisidor da prima.
- E o que estavam fazendo pra se esquecerem disso? – perguntou Sarah desconfiada
- Nada demais! – disse o moreno esquivando-se da ruiva e voltando à sua cama de dossel. – Já estávamos terminando de nos vestir.
- Nada demais, hein? Sei... – disse a ruiva olhando intrigada e desconfiada para o primo. – Bom, de qualquer forma, é melhor se apressarem ou começaram o ano sem café da manhã! – disse a menina antes de sair do dormitório.
Quando a porta se fechou os meninos voltaram a seus afazeres e JJ foi para o banheiro, tomar seu banho.



(...)


Minutos mais tarde, depois de se reunirem à Sarah e mais alguns alunos da Casa, os quatro seguiram em direção ao Salão Principal.


Então, sentaram-se à mesa para tomar se café da manhã.


- Desculpe, atrapalhar o café de vocês, meninos, mas vim lhes trazer seu horário. – disse Emily entregando um pedaço de pergaminho a cada um dos cinco. – Quando terminarem de comer, me esperem na entrada do Salão, que eu vou lhes levar à sua primeira aula.


- Ok. – disseram eles, pouco antes dela se afastar para dar o horário e o aviso aos demais primeiro-anistas.


- Qual nossa primeira aula de hoje, John? – perguntou Sirius enquanto se servia de um novo pedaço de empadão.


- Sirius, você sabia que Emy te entregou um horário idêntico ao meu, não?


- Sabia, mas é bem melhor te encher do que olhar o meu horário – disse Sirius rindo e sendo acompanhado pelos outros. – Mas em todo o caso responda a pergunta Johnny!
- Poções, Sirius. E antes que você pergunte, com a Corvinal.


- Legal, pelo menos começaremos a semana dividindo a matéria com a Lana... – comentou Scott antes de encher a boca com mais ovos e bacon.


- Quem será o professor de Poções? – disse JJ analisando a mesa dos professores, que embora não estivesse tão cheia quanto da ultima vez que a vira, estava com alguns dos professores.


- James me disse que é um carrancudo que não gosta dele. – respondeu Sirius como se isso resolvesse a questão de forma satisfatória.


- Bem, convenhamos que a novidade seria se ele ou algum outro professor gostasse de James... – rebateu a ruivinha na mesma hora.


- Ele não é assim tão ruim, Sarah. – disse o moreno em defesa do irmão mais velho.


- Não, é pior. – disse a prima sorrindo e arrancando uma risada de John e uma careta de Sirius.


- É melhor irmos, os alunos já estão se reunindo na entrada do Salão... – observou JJ.


Então todos se levantaram e começaram a seguir para a saída do Salão, bem, quase todos.


- Mas eu nem repeti meus ovos com bacon! – reclamou Scott ainda sem se levantar da mesa.


- Vamos logo, Scott. – disse Sirius segurando o primo pela gola do uniforme e forçando-o a se afastar da mesa.

(...)

- Bom dia, alunos. – disse um professor calvo, com expressão de poucos amigos, entrando na sala intempestivamente.
- Bom dia, Prof. Skinner. – disseram todos os alunos em coro (Alice, a monitora encarregada pela turma da Corvinal, e Emily, haviam lhes dito o nome do professor e aconselhado-os a jamais chamá-lo de outra forma).
- Não gosto de conversas paralelas, não gosto de brincadeiras, não gosto de desculpas esfarrapadas, não gosto de... – disse o professor logo que se postou na frente da turma.
- Seria mais fácil se ele dissesse do que gosta – murmurou Sirius para JJ, provocando risadas na sua dupla.
- Algum problema, senhores? – perguntou venenosamente o professor se aproximando da dupla.
- Não, senhor. – disse Sirius calmamente.
- Nomes! – disse o professor rigoroso olhando fixamente para os dois.
- Sirius Potter, senhor. – respondeu Sirius de forma calma e firme, sem se deixar intimidar pelo professor.
- Jason Malfoy – o loiro respondeu exatamente da mesma forma que o moreno.
- Potter e Malfoy... – disse o professor com um brilho maligno nos olhos – Grandes recordações, eu tenho desses nomes… - disse o professor olhando sinistramente para os dois garotos.
- Boas ou ruins? – perguntou o moreno sorrindo cinicamente para o mestre.
- Não provoca, Sirius! – eles ouviram John murmurar atrás deles.
- Cínico como irmão! – disse o professor se aproximando perigosamente do garoto
- E devo admitir que com muito orgulho! – provocou o moreno sem recuar, mesmo com a proximidade do professor.
- Audacioso... Esperava que seu pai soubesse pelo menos controlar um dos filhos! – disse o professor olhando fixamente para o menino.


- Meu pai controla melhor seus filhos do que o senhor seus alunos! – disse o moreno irritando-se com a crítica a seu pai.
- É melhor controlar a língua, Potter! – disse o professor perdendo a paciência e pegando Sirius colarinho e fazendo o menino levantar-se.
- Largue-o! – disse JJ se levantando e postando-se ao lado do amigo.
- Ora, ora, ora, Malfoy também tem língua! – disse no mesmo tom que usara com Sirius.
- Tenho muito mais que isso! – o menino respondeu no mesmo tom, quando o professor soltou o colarinho de Sirius.
- Seria bom vocês não me desafiarem, moleques – disse o professor crispando os lábios.
- Acho bom o senhor não ameaçar-nos, professor. – disse Sirius insolentemente.
- Saiam já da minha sala! – disse o professor perdendo a paciência por completo e apontado para porta da sala.
- Não pode tirá-los da sala! – disse Scott levantando-se em defesa dos outros dois.
- Não te mete, Scott. – Sirius sibilou para o primo.
- Ele tá certo, Sirius. – disse John unindo-se a Scott, em defesa dos outros dois. – O senhor não pode tirá-los da sala apenas por terem falado a verdade!
- Os quatro estão em detenção! – disse o professor já transtornado pela raiva. – Dirijam-se agora para a sala da diretora. – disse o professor atingindo um tom perigosamente vermelho.
Neste momento, Sarah começou a se levantar, mas foi impedida pelo loiro ao passar.
- Não se meta em confusão também! – falou muito baixo e olhando sério para ela enquanto passava pela mesa ocupada por ela e Lana. – Daremos um jeito. – murmurou enquanto se afastavam.
Assim que saíram da sala e fecharam a sala, JJ, Scott e John olharam para o moreno que os acompanhava, pois ele agora exibia um sorriso mas maquiavélico que o natural, enquanto procurava algo em suas vestes.


- Sirius? – perguntou Scott cautelosamente.


- Quê? – respondeu o moreno sem dar muita atenção ao primo.


- Tudo bem? – perguntou o outro inseguro.


- Tudo ótimo! – respondeu o moreno ainda concentrado em encontrar alguma coisa que deveria estar em suas vestes.


- Sirius, não sei se você percebeu, mas nós acabamos de receber uma detenção! E nem são 10 da manhã! – disse John impacientando-se com a atitude do amigo.


- Infelizmente quanto a isso, eu não posso fazer nada, John, sinto muito! – respondeu o moreno ficando anormalmente sério e ainda vasculhando sua roupa.


- E o que pretende fazer, Sirius? – perguntou o loiro, pressentindo que o moreno faria algo para se vingar do professor.


- Bem, normalmente eu não costumo levar a culpa por algo... Aha! – exclamou tirando uma pequena caixinha de um dos bolsos. – Finalmente, Ralph! – exclamou agachando-se. – Como eu ia dizendo: não costumo levar a culpa por algo que não tenha feito. – acrescentou ele quando pôs a caixinha no chão para abri-la.


- Ainda não estou entendendo esse sorriso ai! – disse Scott, uma vez que o moreno voltara a sorrir maquiavelicamente.


- Se ele quer me mandar pra detenção, então vou lhe dar um bom motivo pra isso! – disse ele enquanto um bichinho que mais parecia uma tarântula deformada saia da caixinha e reconhecia o terreno.


- O que vai fazer? – perguntou o loiro curiosamente.


- Com um pouco de sorte, poderemos presenciar tudo! – disse ele com um brilho estranho no olhar e cochichando com o bichinho. – Já sabe o que fazer, Ralph! – disse ao levantar-se e enquanto o pequeno animal seguia para a sala de onde eles tinham saído. – Ah, Ralph, - disse o rapaz, no que o animalzinho parou e virou-se para o dono. – tenha cuidado para não deixar a Sarah nem a Lana se machucarem! – e assim que terminou o bichinho acenou com a pequena cabeça e seguiu seu caminho em direção à sala.


- Essa coisa te entende mesmo? – perguntou JJ observando o animalzinho passar por baixo da porta.


- Melhor que muita gente, pode ter certeza. – respondeu o moreno que estivera obervando o animal, voltando-se para os amigos. – Se é guerra que esse professor quer, então é guerra que ele terá. – respondeu ele anormalmente sério.


- Sirius... – começou John em tom de reprovação.


- Johnny, sem ofensa, mas eu não fiz nada pra aquele maluco me tratar desse jeito, então não me repreenda! E vamos ver a diretora de uma vez. – e assim dizendo foi à frente dos demais, com as mãos nos bolsos, sério e pensativo, sendo seguido por John.
- É normal que ele fique assim? – perguntou JJ a Scott.
- Não. – respondeu o outro fixando o primo.


- Mas ele vai ficar legal, não é? – perguntou ele ao outro, temendo que o amigo chegasse a um estado mesmo longinquamente parecido com o de John no dia anterior.


- Vai sim, só não posso dizer o mesmo do Skinner... – respondeu Scott também sério.


 


(...)


 


- Qual a senha? – perguntou Sirius quando eles pararam em frente à escultura que guardava a diretoria.


- Não precisa. Ela está a nossa espera. – disse John dirigindo-se à escultura que logo deu abertura à passagem dos garotos.


Então, ao subirem, John bateu à porta.
- Entrem. – disse a voz grave da diretora do lado de dentro do aposento.
- Com licença, professora... – disse John enquanto abria a porta e a mantinha aberta, possibilitando a passagem dos amigos.
- Ah, senhores... – disse a diretora voltando a atenção para o quarteto. – Vejo que começaram mais cedo que seus parentes, hein? – disse olhando seriamente para os quatro. - Bem, vejamos... O Professor Skinner, mandou-me um patrono informando sua versão dos fatos. – disse ela mostrando aos quatro onde poderiam sentar-se. – Então hora de ouvir a versão de vocês. – disse ela oferecendo-lhes a chance de contar sua versão dos fatos.


Enquanto os outros três olhavam temerosos para a diretora, algo chamou mais a atenção de JJ do que o olhar penetrante da diretora. Outra pessoa o olhava com demasiado interesse na sala. Atrás de cadeira ocupada pela diretora ele viu um quadro de um senhor idoso com uma longa e alvíssima barba, olhando através de seus oclinhos de meia lua, como se pudesse enxergar sua alma. Mas por alguma razão que ele desconhecia, não conseguia sentir aquilo como algo ruim.


Enquanto os outros três contavam à diretora o que acontecera durante o inicio de sua aula de Poções, o menino sustentava o olhar do quadro. Ele parecia querer lhe dizer algo, muito embora ele não tivesse ideia do que fosse, podia sentir que era importante. Se aquele homem estivesse vivo, JJ poderia ter certeza que ele poderia ler sua mente e seu coração.


Quando Scott concluiu o relato a diretora encarou os quatro, pensativa.
- Bem, isso muda um pouco as coisas... – ponderou a diretora. – Vou conversar com o Professor Skinner e ainda esta noite saberão sobre suas detenções. – e só então, JJ quebrou o contato visual com o quadro e voltou sua atenção para a diretora. – Até lá, sugiro que fiquem em seu Salão Comunal até o horário da próxima aula. Encontrem seus colegas na sala de poções e sigam de lá até sua próxima aula. – disse ela levantando-se da cadeira. – Estão dispensados.
- Sim, senhora. – responderam os outros três em uníssono, enquanto JJ ainda olhava para o quadro que ainda parecia ser capaz de ver muito alem do que o garoto estava disposto a mostrar.


Dando as costa à diretora e ao tal quadro, JJ e os outros seguiram em silencio até o Salão Comunal da Grifinória e de lá para seu dormitório onde Scott, John e Sirius passaram a analisar mais profundamente os objetos conseguidos na noite anterior, até que julgaram já ser hora de descer.


 


(...)

Poucos minutos antes do fim do horário de Poções, JJ, John, Scott e Sirius estavam parados em frente a porta da Sala esperando que ela se abrisse quando ouviram um pequeno tumulto começar lá dentro.
- Beleza – murmurou Sirius sorrindo quando a porta da sala foi aberta e vários alunos saiam correndo e era liberada no corredor uma fumaça horrivelmente malcheirosa.
- O que aconteceu? – perguntou Scott a irmã que, junto com Lana e os demais alunos, saia da sala tossindo e com os sapatos cheios de um liquido verde estranho.
- Não sei... Parece que alguns caldeirões estavam furados... Algumas poções começaram a se misturar e depois só vimos a poção do Paterson explodir quando Skinner foi verificá-la. – Sarah contava tudo o que acontecera aos rapazes enquanto Sirius, sorrateiramente colocava Ralph de volta em seu bolso.
- Que tragédia, não é mesmo? - comentou Sirius quando se pôs de novo de pé.


Então o corredor explodiu em gargalhadas. O Professor Skinner estava coberto do liquido nos sapatos de Sarah e por todo o seu corpo começava a brotar espécie de membros extras de todos os tipos de animais.


- MAS O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – perguntou o professor Longbottom, que vinha passando pela sala com o resto dos alunos do primeiro ano, reprimindo as risadas de todos.
- Foram essas pestes! – disse o professor Skinner altamente irritado apontando para o quarteto de alunos que ainda segurava, sem muito sucesso, o acesso de riso.
- Isso é verdade? – perguntou o recém-chegado chocado com a informação.
- É claro que não professor! – disse Sarah, a primeira a se recuperar. – Eles nem estavam em sala! – a ruiva disse confiante. – Pergunte a qualquer um! – disse ela mostrando os demais alunos de sua Casa e da Corvinal que confirmaram o depoimento.
- E por que não? – disse Longbottom olhando diretamente para os quatro alunos.
- Por que fomos até a sala da diretora, ela mesma pode confirmar – disse Scott com veemência, mas sendo pisado com força pelo primo. – Au! – ele reclamou baixinho, enquanto John e Sirius lhe mandavam olhares irritados.
- E por que estavam lá? – continuou o professor olhando dessa vez, diretamente para Jason


- Ele nos mandou pra lá!


- Bem... acho que devemos conversar sobre isso em uma outra hora... – disse o professor agora voltando-se para o colega que estava a cada segundo mais bizarro e para os demais alunos. – No momento, eu não creio que seja possível dar ou assistir aulas nesta sala... Creio que terei de levar todos para as estufas... Rorger? Tem condições de ir a Ala hospitalar sozinho?


- Claro que tenho! – disse o professor Skinner de maneira irritada, embora não parecesse realmente capaz.


- Ótimo. – disse Neville virando-se para o primeiro ano. – Neste caso... Vamos, lá, pessoal! Vou levá-los até às estufas. – disse o professor começando a arrebanhar os alunos de volta pelo caminho que os Sonserinos e Lufa-lufas haviam vindo.
- O que foi que você fez Sirius? – perguntou Sarah olhando para o moreno, sua expressão indecisa entre repreendedora e divertida.
- Nada! – respondeu ele sorrindo enquanto seguiam os demais alunos através do Castelo até as estufas.
- Vou reformular a pergunta da Sarah: o que você mandou o Ralph fazer, Sirius? – perguntou John sorrindo divertido.
- Bom... – começou o moreno querendo fazer suspense.
- Sirius? – perguntou Sarah já imaginando o que o primo havia feito.
- Tá bom, vai! – disse ele ao render-se. – Eu só mandei o Ralph furar alguns caldeirões e misturar determinados tipos de substancias para explodir tudo na cara do Skinner... – disse ele sorrindo maroto.
- Francamente essa foi umas ideias mais incríveis que você já teve, Sirius! – disse John sorrindo para o moreno – Merece até meus parabéns! – disse batendo de leve nas costas do amigo que sorria maroto. – Mas não se acostuma, não, hein!? – disse ele sorrindo mais ainda quando o moreno mostrou-lhe sua expressão desapontada.


- E eu achando que você fosse o mais certinho... – disse Sarah sorrindo para os amigos.


- Digamos apenas que eu sou o menos problemático... – disse o outro sorrindo de lado e piscando para a ruivinha.


- É isso ai, Johnny! – disse Sirius sorrindo e abraçando o amigo pelos ombros.


- Mas, de fato, sou obrigada a concordar que ver o Skinner com todos aqueles atributos, foi realmente incrível! – disse a menina fazendo os rapazes rirem de novo.


- Pra quem estava falando do Johnny, hein? – disse JJ sorrindo para a ruiva, fazendo-a corar ligeiramente.


- Por mais que não me vangloriei disso, ainda sou sobrinha de Fred e George Weasley! – disse ela recuperando-se – E com muito orgulho! – completou a ruiva sorrindo de lado e piscando para os amigos, que riram muito.


- É assim que se fala, maninha! – disse Scott abraçando a irmã pelos ombros também enquanto seguiam para sua primeira aula de Herbologia.


 


(...)


 


- Qual a aula de agora, Johnny? – perguntou Sirius enquanto o quinteto almoçava na mesa da Grifinória no Salão Comunal.


- Sirius... – começou John respirando fundo e revirando os olhos.


- Sim, John, eu tenho um horário igual ao seu. – disse o moreno passando o braço pelos ombros do amigo e atraindo a atenção dos outros. – E não, John, eu não estou a fim de olhá-lo. – disse o moreno em tom falsamente entediado levando um copo com suco de abobora à boca. – Agora que já passamos por essa fase, importa-se em me dizer que aula nós teremos agora? – Sirius sorria para o amigo arrancando boas risadas dos demais que observavam a cena, bastante divertidos.


- Temos aula de voo agora, Sirius. – disse o outro num tom falsamente emburrado enquanto voltava a atenção para seu prato de comida.


- Viu como é mais fácil assim? – respondeu o outro ainda com o braço sobre o ombro do amigo sorrindo para ele.


- Sinceramente não sei o que fiz pra ter que aguentar você, Sirius! – disse John ainda tentando parecer irritado com o moreno.


- Eu diria que você nasceu! – respondeu o moreno arrancando boas gargalhadas dos amigos ainda atentos à conversa.


- Muito engraçado! – respondeu o garoto tentando manter a expressão séria, mas sem obter total sucesso.


- E foi mesmo! – respondeu o moreno sorrindo maroto para o amigo e apontando para os amigos que sorriam divertidos com o diálogo, o que fez com que o amigo revirasse os olhos provocando risadas nos demais.


- Você bem que poderia me deixar comer em paz, não é? – disse o garoto se desvencilhando do braço do amigo ao redor de seus ombros e pegando um empadão.


- Bem que poderia mesmo, não é? – disse o moreno sorrindo maroto. – Mas ai, que graça teria? – disse ele fazendo os amigos rirem.


- Johnny? O que está se sentindo bem? – perguntou Jason olhando mais atentamente para o amigo que parecia mais pálido do que de costume. – Nunca te vi demorar tanto para comer... – acrescentou ele ao notar que o moreno estava no mesmo pedaço de empadão desde a hora em que se sentaram à mesa.


- É o efeito da vassoura... – disse Sirius com um sorriso contido.


- Não enche, Sirius! – respondeu o outro emburrado.


Intrigado Jason de um amigo para o outro a fim de receber uma resposta para suas indagações.


- É que o Johnny não gosta muito de voar... – respondeu Sarah, percebendo que os outros não o fariam.


- Eu só tenho vertigem! – retrucou o garoto ainda emburrado.


- Medo de altura! – disse Sirius de imediato, fingindo não querer que ninguém o ouvisse.


- Sirius! – ralhou a ruiva com o primo.


- Realmente é difícil de entender, Sah! – Scott saiu em defesa do primo. – Johnny é um batedor incrível! E ainda assim tem medo de altura!


- Eu não tenho medo de altura! – John reclamou irritado. – Só fico tonto quando estou em grande altitude! – acrescentou em tom baixo e ficando um pouco mais pálido do que já estava.


- Ok, ok, não vamos mais discutir o medo do Johnny...


- Six! – reclamou de novo a ruiva com o primo, que apenas sorriu de lado.


- Ok, ok... – disse o garoto se rendendo. – Vocês vão fazer o teste para o time deste ano? – perguntou ele tentando mudar de assunto.


- Não terei chance... – disse Scott um pouco desanimado olhando tristonho para a comida. – Jamie disse que o capitão é o goleiro. Então vou ter que esperar um pouco...


- E você Jay? – Sirius voltou-se para o loiro.


- Não sei, Sirius... Mas acho que farei o teste sim... – disse ele com um sorriso tímido.


- Pra que? – perguntou Sarah interessada.


- Batedor. – disse o loirinho corando.


- Você e Johnny fariam uma dupla e tanto. – disse ela sorrindo ao notar o embaraçamento do loiro.


- Mas e você, Sah? Vai fazer o teste?


- Ainda estou pensando, Six... As vagas de artilharia estarão muito concorridas... Emily, Jamie e Darla estarão competindo. Não acho que eu vá ter chance... – disse a menina desanimadamente.


- Eu acho que você teria chance, se tentasse... – comentou Jason sorrindo para a menina enquanto tirava um pequeno pedaço de comida que ficara em seu queixo, fazendo a ruiva e ele próprio corarem bastante.


- Hey, pessoas! – disse Lana chegando e interrompendo a piada que Sirius parecia prestes a soltar. – Não vão pra aula? – perguntou a menina sorrindo especificamente para a ruiva que lhe mandou um sorriso agradecido de volta.


- Assim que o Johnny conseguir se levantar daqui iremos, Laninha... – respondeu Sirius esquecendo-se da vergonha que ia fazer a prima e o amigo loiro passarem, enquanto cutucava John.


- Tá legal, Sirius, vamos pra essa tortura de uma vez! – disse o outro se desvencilhando do amigo e pondo a mochila nas costas para levantar-se da mesa.


- Boa sorte, Johnny! – disse Lana, sorrindo para ele antes de abraçá-lo, o que fez com que sua expressão se suavizasse. – Estaria lá te apoiando se pudesse... – disse ao separar-se do amigo que agora sorria.


- Tenho certeza que sim! – disse ele sorrindo carinhosamente para a menina.


- Tente se concentrar na sensação de voar, não na altitude, ok? – disse ela sorrindo enquanto arrumava o cabelo do amigo que Sirius havia bagunçado. – Você é um piloto ótimo! – disse a menina sorrindo encorajadora.


- Se eu não tivesse tanta vertigem, talvez fosse mesmo... – disse ele com uma expressão mais triste.


- Você é sim! Pare com esses pensamentos negativos! – disse a menina com uma falsa irritação.


- Lana! – chamou-a um garoto na mesa da Corvinal. - Temos que ir, ou vamos nos atrasar! – disse ele se dirigindo a saída do Salão com um grupo de amigos e carregando a mochila de Lana junto com a sua.


- Já vou, Rudolph! – respondeu a menina sorrindo para o garoto que retribuiu de imediato. – Tenho que ir, pessoal! – disse ela virando-se para os amigos e dando um beijo no rosto de Scott, bagunçando o cabelo de Sirius e sorrindo para todos. - Boa sorte, pra todos! – disse sorrindo para JJ e Sarah do outro lado da mesa. – E se cuida, Johnny! – disse dando um beijo no amigo antes de sair. – Até mais! – disse ela acenando ao se dirigir ao grupo de Corvinais que a esperavam.


- Até! – responderam eles enquanto observavam Lana seguir para fora do Salão Comunal envolvida em uma conversa animada com o garoto que a chamara, mas não sem antes acenar e sorrir de novo para eles.


- Quem é aquele que saiu conversando com a Lana? – perguntou Scott quando eles seguiam o exemplo da maioria dos alunos que agora saiam do Salão Principal para suas respectivas aulas.


- Rudolph Patterson se não me engano... – Respondeu Sarah, tentando lembrar-se do garoto sentado atrás de si na aula de Poções.


- Não gostei do jeito que ele tava olhando pra Ana... – disse o garoto cruzando os braços quando seguiam pela saída do Salão em direção aos jardins para a aula de voo.


- Com ciúme, Eddie? – perguntou Sirius fazendo as orelhas do primo atingirem um tom de vermelho comparável ao do cabelo da irmã.


- Mas é claro que... – mas Scott não chegou a responder, pois Cygnus se aproximava do grupo com Annabeth.


- Hey, garotos! – disse ele acenando para os meninos e sorrindo, assim como a loira.


- Ah, oi Cyg! – cumprimentou o loirinho sorrindo para os recém-chegados enquanto Scott readquiria sua tonalidade natural.


- Oi Maninho! – disse ele abraçando o loirinho.


- Aula de voo, agora, não? – perguntou Annabeth quando os irmãos Malfoy se separaram.


- Isso! – respondeu Sarah sorrindo para os Sonserinos.


- Estamos indo assistir! – disse o moreno mais velho, enquanto voltavam a andar.


- E a sua aula? – perguntou Sirius intrigado. – Se Emy te vir matando aula pra assistir a nossa... – disse ele sorrindo de lado para o irmão do amigo.


- Ah, nossa aula foi cancelada. A professora de Aritmância ficou doente... – disse o moreno mais velho, ignorando o segundo comentário do moreninho.


- Vai assistir à aula dos garotos também, Malfoy? – disse uma voz grave atrás deles, chamando a atenção de todos.


- Sem encrencas, ok, Jimmy? – disse Emily que se aproximava do grupo com James, Oliver Wood Jr., Maximillian Phillips e Darla Donovan. – Viemos só assistir a aula de voo dos meninos, então sem brigas ou o ponho em detenção. – disse ele olhando seriamente para o primo quando eles iam se aproximando de onde os demais alunos da Grifinória e Lufa-lufa do primeiro ano já aguardavam o inicio da aula.


- Ok, ok... – disse o ruivo erguendo os braços em sinal de rendição. – Prometo tentar me comportar. – acrescentou olhando diretamente para o Sonserino do grupo.


- Cygnus...? – perguntou Emily olhando para o menino incentivando-o a não criar confusão com o primo mais velho.


- Eu não vou arrumar confusão com ele, se ele não vier me provocar. – respondeu o moreno de forma simples, mas firme, olhando fixamente para James.


- Então temos um acordo? – perguntou Emily olhando de um para o outro que se encaravam beirando o desprezo.


- Só se envolver Annabeth também! – disse Cygnus ainda sem desviar a atenção de James.


- James? – perguntou Emily fazendo o primo olhar diretamente para ela, postando-se entre os dois, quebrando seu contato visual.


- Tá legal! A Chase também! – rendeu-se o ruivo emburrado.


- Ótimo, então temos um acordo... – disse Emily satisfeita consigo mesma. – Agora, vocês cinco, vão logo que o professor Wood já chegou! Vão! – disse empurrando levemente os meninos para perto dos demais primeiro-anistas aglomerados nos jardins


- Boa sorte, garotos! – disseram todos os mais velhos acenando para os mais novos enquanto estes se afastavam.


- Então, onde vamos ficar? – perguntou Ollie aos demais.


- Vocês eu não sei, mas a Christine está me esperando, logo ali. – disse James mostrando uma garota de cabelos crespos e negros na outra extremidade do jardim.


- Você não tem escrúpulos mesmo, não é, Potter? – disse Annie com uma expressão enojada.


- Do que é que você está falando? – perguntou o garoto de forma beirando a agressividade.


- Você é idiota ou só se faz, Potter? – disse ela de forma zombeteira. – Aquela garota estava passou o ultimo ano fazendo campanha contra Emily e Darla! – disse revoltada, pois o ruivo sabia muito bem de tudo aquilo, tendo ele próprio protegido a prima e a amiga algumas vezes.


- E daí? – perguntou displicentemente. – Não estou interessado nas opiniões dela... Me interesso por outros atributos, se é que vocês me entendem... – disse ele esboçando um sorriso sínico.


- Você me dá nojo, Potter! – disse a garota para o rapaz parecendo realmente enojada.


- Não vou ficar aqui sendo agredido por uma Sonserinazinha como você... – disse o menino com desprezo.


- Antes ser Sonserina e não me aliar ao que não presta do que ser um Grfinoriozinho preconceituoso que anda com todas as vagabundas de Hogwarts e pensa que assim vira alguém! – respondeu a loira cuspindo as palavras no ruivo.


- Olhe lá como fala comigo, Chase! – disse ele se aproximando perigosamente da loira enquanto suas orelhas atingiam a mesma tonalidade do cabelo.


- Olhe você, como fala com ela, Potter! – disse Cygnus se pondo entre James e Annabeth.


- Só não vou brigar com você, Malfoy, porque prometi a Emily que não faria! – disse o ruivo virando as costas para o moreno.


- E cadê a coragem dos leões? – disse Annabeth se desvencilhando do amigo e encarando James novamente.


- Annabeth! – ralhou Cygnus.


- Escute aqui sua cobrinha... – disse James se aproximando ainda mais vermelho da loira.


- James! – interviu Emily, repreendendo o primo.


- Não vou continuar discutindo com cobras quando posso me divertir com elas! – disse ele de forma fria e sínica. – Com licença! – disse virando as costas, mas não sem antes lançar à Annabeth um olhar firme e irritado, no que foi absolutamente devolvido pela loira.


- Já vai tarde! – disse a loira quando o ruivo seguiu para longe do restante do grupo.


- Annie... – começou Cygnus se aproximando cautelosamente da loira.


- Agora não, Cyg! – disse ela tentando não ser muito grossa com o amigo.


- É melhor irmos nos sentar, ou não vamos assistir nada da aula dos garotos. – disse Darla tentando aliviar o clima entre os amigos.


- Vamos, ali tem um bom lugar na sombra. – completou Max tentando ajudar a amiga. E assim eles começaram a seguir até a arvore indicada.


- Então Cyg, como vai o time este ano? – perguntou Ollie numa boa tentativa de fazer o grupo voltar à descontração de minutos atrás, afinal todos ali pertenciam aos times de suas Casas.


- Ainda não sei direito o que Cody quer fazer com o time este ano, mas estamos ainda com o mesmo problema do apanhador do ano passado... – disse Cyg entendendo a intenção dos amigos e fazendo tanto quanto possível para ajudar. – Mas e vocês como andam com os preparativos deste ano?


- Andei pensando nas formas de fazer a seleção, mas nada alem disso. – disse Ollie aliviado que Cyg tivesse se envolvido na conversa. Embora Annabeth ainda parecesse irritada, os outros tentavam lhe dar um tempo até que ela voltasse ao normal como sempre acontecia quando saia de um encontro como aquele com James.


- Posso te dar um conselho? – perguntou Cygnus ainda mantendo a conversa, mas observando Annabeth de soslaio. Ela sempre ficava assim quando se encontrava com James Potter, assim que ela se acalmasse e eles tivessem um tempo, ele conversaria com ela.


- Claro que pode, Cyg! – respondeu o Grifinório contente, pois Cygnus e ele, que ocupavam em seus respectivos times a posição de goleiro, sempre se ajudavam mutuamente, dando dicas e apontando falhas para o melhor aproveitamento de ambos.


- Seria uma boa ideia colocarem Jason no time... – disse o moreno de forma leve quando chegaram à arvore visada e sentavam-se para observar a aula que estava prestes a começar.


- Jason? – perguntou o outro meio surpreso, pois o moreno sempre julgara muito bem os jogadores, mas lhe parecia meio improvável que um garoto de 11 anos tivesse condições de entrar para o time da Grifinória.


- É, você vai ver. – disse o moreno, já esperando a incredulidade do amigo. – Ele voa muito bem! – garantiu o moreno enquanto Annabeth deitava a cabeça em seu colo e fechava os olhos. – E se vocês só tiverem aquelas opções pra batedor que tinham ano passado... – disse ele começando a fazer cafuné na cabeça da loira, como ela gostava e a acalmava.


- Ano passado, não tínhamos mesmo boas opções... – teve de admitir Oliver, quando Emily, seguindo o exemplo de Annabeth e Darla, que também deitara no colo de Max, deitou-se na coxa dele.


- Eu que o diga! – disse Max encostando-se na arvore e aconchegando Darla melhor.


- Aquele seu companheiro de bastões realmente merecia receber um óculos de presente, Max! – disse Annabeth abrindo os olhos e esboçando um sorriso, no que os outros sorriram por saber que ela estava voltando ao normal.


- E eu não sei? – disse o rapaz fazendo uma careta cômica e arrancando boas risadas do grupo. – O cara me acertou no ultimo jogo! – disse ele falsamente revoltado.


- Ele não era tão ruim assim, pessoal... – disse Darla tentando ser gentil, pois o rapaz era uma boa pessoa, embora fosse extremamente atrapalhado.


- Não precisa ser tão gentil assim, Lally! – disse Emily sorrindo gentil para a amiga, pois sabia o quanto Darla detestava pré-julgamentos e preconceitos.


- Só porque ele era a única opção de vocês, não significa que ele era bom, Lally! – garantiu Annie sorrindo para a Grifinória.


- Espero que esse ano tenhamos alguém melhor... – disse Ollie distraidamente.


- Se aqueles garotos fizerem os testes, acho que teremos mesmo! – disse Max apontando para o lugar onde Sirius, Jason e John faziam acrobacias montados em suas vassouras enquanto o Professor Wood auxiliava alguns outros alunos a alguns metros dali.


- Viu, só? – disse Cygnus referindo-se ao irmão, que estava juntamente com Sirius e John dando um show à parte.


- Minha nossa, ele voa muito bem mesmo! – disse Annie admirada. – Achei que fosse só baba de irmão mais velho! – confessou a loira, ainda se deliciando com a brincadeira dos três garotos.


- De fato, mas você acha mesmo que ele aguenta um balaço, Cyg? – perguntou Ollie ainda inseguro, mas de fato admirado com o domínio que os três garotos demonstravam sobre as vassouras. – Sem ofensas, mas ele é muito pequeno e franzino. – disse voltando a atenção para Cygnus.


- Você realmente se admiraria com a força que aquele franzino pode ter. – respondeu Cyg com sinceridade.


- Isso é sério, Cyg? – perguntou Emily ainda deitada sobre a perna de Ollie.


- O garoto é bom. – garantiu ele sorrindo com a acrobacia que agora o irmão aplicava no ar com o auxilio de Sirius, arrancando palmas de John. – Se derem uma chance a ele, vocês verão! – ele disse com confiança.


- Muito bem, Cygnus, daremos uma chance ao garoto. – prometeu Ollie voltando a atenção para os três meninos.


- Vocês não vão se arrepender, vão ver. – garantiu o moreno satisfeito.


- Minha nossa, olhem pro irmão do Potter! – admirou-se Annie quando Sirius fez uma manobra particularmente ousada arrancando aplausos dos dois amigos.


- Aquele é outro que seria um acréscimo e tanto para o time, Ollie! – comentou Max também assustado com a manobra executada pelo jovem Potter.


- Veremos se eles conseguem fazer algo no teste e nesse ritmo teremos um time bem novo, este ano. – disse Ollie tentando ser imparcial.


- Deixa de ser assim, Ollie! – disse Darla sorrindo para o amigo. – Até parece que você não está empolgado com esses garotos! Olha lá! – disse ela mostrando quando John executava uma outra manobra assistida, mas não menos impressionante que a dos outros dois.


- Bem, devo confessar que esses meninos são mesmo muito bons. – disse o Grifinório rendendo-se.


Então, enquanto eles assistiam empolgados às manobras dos primeiro-anistas, uma coruja-das-torres parou em frente à Cygnus com um bilhete em seu bico.


- E ai, amiguinho, o que trouxe pra mim? – disse ele acariciando o animal que o bicou satisfeito e levantou voo logo em seguida.


- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Annie que por estar no colo do rapaz conseguia ver a carta que ele lia e reconhecendo a letra da diretora da Escola.


- Nada demais eu suponho, Annie. Só McGonagall me chamando à sua sala, a mim e à Emily. – disse ele depois de ler a carta.


- Com você e Emily? – perguntou a menina intrigada, tal como a ruiva.


- Pois é... Não entendi muito bem. Ao que parece ela quer nos mandar fazer alguma coisa... – disse ele relendo a carta.


- Bom, só vamos descobrir se subirmos, não é? – disse a ruiva levantando-se.


- Verdade. Podem avisar aos meninos? – perguntou Cygnus aos amigos que confirmaram.


- Não se preocupem! Podem ir tranquilos. – garantiu Annie se deslocando para ocupar o lugar de Emy no colo de Ollie.


 


(...)


 


Então, ao chegarem a sala da diretora Emily bateu à porta.


- Entrem. – eles ouviram a voz da professora abafada pela porta fechada.


Tendo escutado a autorização da diretora, Cygnus girou a maçaneta e deu passagem à ruiva, entrando na diretoria logo atrás da menina.


- Queria nos ver, Diretora McGonagall? – perguntou Cygnus quando eles se dirigiram à mesa onde se encontrava a diretora.


- Sim, Cygnus. – disse ela desviando a atenção dos papeis em cima da mesa e concentrando-a nos recém-casados. – Chamei-os aqui para lhes entregar uma supervisão especial. – disse ela mostrando as cadeiras onde os jovens poderiam sentar-se.


- James já aprontou? – perguntou assustada Emily. – Professora, eu juro que estou tentando... – ela começou a se explicar.


- Calma, Srta. Weasley. – disse a diretora cortando a ruiva. – Dessa vez não foi James Potter que conseguiu a detenção, mas sim o irmão dele, assim como o seu, Sr. Malfoy, Scott Weasley e John Lupin. – disse ela mostrando-lhes um conjunto de relatórios de monitoria nos nomes dos mais novos.


- Mas já? – perguntou Emily surpresa pegando os papeis que a diretora oferecia.


- O que houve, diretora? – perguntou Cygnus desviando sua atenção dos papeis para a diretora.


Então a diretora passou a contar-lhes o que acontecera na primeira aula da manha com o grupo de primeiro-anistas Grifinórios.


- Eles afrontaram Skinner? – perguntou o Sonserino assustado com a ousadia do irmão e de outros três garotos.


- Na verdade, houve um enfrentamento mutuo. – assegurou a diretora. – Embora os garotos tenham apenas reagido às provocações de Roger, ainda assim ele é um professor e como tal merece respeito.


- Nós entendemos, professora. – garantiu-lhe Cygnus seriamente.


- Bem, supondo que vocês dois pudessem controlá-los, Neville propôs que vocês o ajudassem a encontrar na Floresta Proibida uma flor que Audrey pediu a ele, para o estoque da Ala Hospitalar. – explicou a diretora.


- Por mim tudo bem. – assegurou Cygnus para logo em seguida olhar para Emily.


- Por mim também. – garantiu a ruiva com confiança.


- Então fica acertado assim. – disse a diretora ao receber a concordância dos monitores. – Neville vai procurá-los ou mandar uma carta avisando o dia e horário.


- Tudo bem. – respondeu Emily.


- Estão dispensados. – disse a diretora voltando-se para os papéis.


- Com licença então, Professora. – disse Cygnus levantando-se da cadeira quase ao mesmo tempo que Emily e seguindo para fora dali.


Então eles seguiram para fora da sala em direção aos jardins.


- Por que todos que têm problemas comigo acabam descontando isso no meu irmão? – perguntou o moreno enquanto eles passavam por um corredor deserto. Ao que parecia, andara pensando naquilo por todo o caminho até ali.


- Não sei... – respondeu a menina sem pensar. – Talvez por que vocês dois sejam incrivelmente parecidos. – disse depois de refletir um pouco sobre o assunto. – Conviver com Jason é como viver em um dejavù... Até a preocupação no olhar que você sempre teve é a mesma. – disse com sinceridade.


- Você não sabe o que eu daria pra que as coisas não fossem assim... – disse o moreno assumindo uma expressão mais triste e abatida.


- O que tanto preocupa vocês dois? – perguntou a ruiva aproximando do moreno, enquanto viravam em um corredor chegando a outro, também deserto.


- Muita coisa nos preocupa. – respondeu o moreno da forma mais vaga e sincera em que conseguiu pensar.


- Tipo o que? – perguntou a ruiva insistindo, sem deixar se enganar pelo moreno. – O mesmo motivo que o faz se afastar de mim? – perguntou ela olhando diretamente para o rosto de Cygnus, fazendo-o parar.


- Não vamos voltar a esse assunto, Emily, por favor. – pediu ele como se sentisse uma dor física com aquilo.


- Não há como voltar a algo de onde jamais saímos, Cygnus! – disse a menina sem se deixar abater com a expressão do moreno. – Porque você não faz o que obviamente quer fazer? – perguntou o ela olhando profundamente para o moreno que, mesmo não querendo, correspondeu seu olhar com tanta ou mais intensidade.


- Porque meu desejo de não te fazer mal supera qualquer outro que eu possa vir a ter. – disse ele seriamente, sem desviar o olhar da ruiva. Ele precisava que ela entendesse.


- Será que você não enxerga que isso já esta me fazendo mal? – perguntou ela tentando conter a avalanche de sentimentos que tomavam conta de si, mas ainda sem quebrar o contato visual.


- Não tanto quanto poderia, Emily. – ele assegurou de forma firme, fazendo com que a ruiva virasse as costas e cruzasse os braços. – Não haja assim, por favor! – disse ele indo até a garota e tocando seu ombro, fazendo-a virar-se de novo para olhar pra ele. – Você acha que eu não sinto sua falta? Que eu não sinto vontade de te abraçar em momentos como esse? – perguntou de forma sofrida.


- Se sente, então porque não me abraça de uma vez? E acaba com isso logo? – perguntou ela, sem conseguir conter as lágrimas.


- Por que... – disse ele corajosamente, mas recuando no ultimo momento. – Desculpe, Emy... Você não compreende. – disse quebrando o contato visual com a ruiva e virando-se de costa para a menina e seguindo até uma janela ali perto.


- Claro que não! – reagiu a menina explosivamente. – Se você não me explica, como posso compreender? – perguntou indo até o moreno e obrigando-o a olhá-la.


- Eu não quero que ninguém te machuque, Emily! – disse o menino tentando se explicar enquanto desciam de seus olhos finas lágrimas marcando seu rosto.


- Quem me machucaria? – disse ela agora em tom mais leve.


- Muito mais gente do que eu gostaria de supor. – respondeu o rapaz respirando pesadamente e secando as lágrimas de seus olhos. – Há muito mais nisso do que posso te contar. – disse ele quebrando o contato visual com a garota novamente.


- Há outra pessoa? É isso? – disse a menina olhando para Cygnus e segurando as emoções novamente.


- Não! – disse ele virando-se rapidamente para garota – Não, claro que não! – disse segurando o rosto da garota com as duas mãos, como se assim pudesse afastar aqueles pensamentos da cabeça da ruiva. – É de você que eu gosto, Emily! – disse ele olhando fixamente para os olhos castanhos da ruiva. – Você, e mais ninguém! – disse ele secando as lágrimas que teimavam em descer dos olhos da ruiva, tentando desesperadamente controlar o desejo de beijar aquela boca que ele tanto desejava, abraça-la como que para protegê-la de todo e qualquer mal.


- Então o que é que ainda nos impede de ficarmos juntos? – perguntou a menina da forma mais frágil que Cygnus se lembrava de ter visto.


- Justamente isso! O fato de eu gostar tanto assim de você; de não suportar que algo ou alguém a machuque. – disse ele retirando, a muito custo, as mãos do rosto da menina.


- Sinto muito, mas já existe alguém me machucando... – disse ela de forma triste, não conseguindo conter novamente as lágrimas que já brotavam em seus olhos.


- Não faz assim, Emy, por favor. – disse ele obviamente divido entre a necessidade de sair de perto dela e não causar-lhe mais sofrimento e a vontade de abraçá-la e afastar todos os medos e angustias da ruiva que tanto amava.


- Não sou eu que estou fazendo algo errado aqui, Cygnus. – disse ela afastando-se do garoto devagar, ao perceber que ele não se movera.


- Se você tivesse a mínima noção do mal que te ver assim faz a mim... – disse o rapaz num sussurro quase inaudível.


- Interessante... Porque você é a única pessoa que pode mudar isso. – disse ela chorando sem se controlar mais e sem parecer se importar com isso. – Sua ultima chance, Cyg. Se você não mudar tudo isso agora, eu vou dar um jeito de te esquecer! Sei que não vai ser, mas vou fazer isso! – ela o alertou e olhou de longe para o moreno, que ainda imóvel, apenas a olhava se afastar. – Você não vai fazer nada, não é? – e como o rapaz não moveu nem uma única parte do corpo alem de seus olhos que a acompanhavam de forma triste e pesarosa.


Então, ele a deixou ir, chorando... Por sua causa.


- Você é um imbecil, Cygnus Hyperion Malfoy! – disse ele, chutando a parede, angustiado.


“Eu não colocaria nestas palavras, mas devo concordar com isso, querido irmão, especialmente depois de perceber que você não está indo atrás dela...” ele ouviu em sua cabeça a voz clara e calma de seu irmão.


- Eu não posso ir atrás dela, Jason, você sabe! – disse o moreno como se o loirinho estivesse ali ao seu lado e pudesse ouvir o que ele falava.


“Será que você não cansa de ser torturado, não, Cygnus?” e mais uma vez ele ouviu a voz de seu irmão caçula.


- Não vou obrigá-la a sofrer por mim. – respondeu o moreno em um tom já beirando o desespero.


“Ela já está sofrendo por você, seu idiota!”


- Se ele souber dela... – ignorando o xingamento do irmão, ainda muito preocupado com a ruiva.


“Ele só saberá se você se descuidar.”


- Você sabe como ele pode ser ardiloso... – contestou o moreno sabendo que o motivo de todo aquele medo que ele sentia, podia mesmo fazer algo terrível à ruiva.


“E sei também como você pode ser um oclumente fantástico” a voz do loirinho soava confiante.


- Eu não quero ter de vê-la nesse covil! – disse o moreno determinado.


“Vamos parar com essa discussão inútil, Cygnus! Você a ama, nós dois sabemos disso, então vá atrás dela de uma vez!” a voz de Jason soou dessa vez uma oitava mais alto e muito mais firme.


- É justamente por amá-la que não posso entregá-la àqueles monstros como vocês foram entregues! – insistiu o moreno passando a mão pelo cabelo ainda demasiadamente angustiado.


“Não fomos entregues àqueles monstros, graças a você! E ela também não será!”


- Eu não vou conseguir barganhar com a vida dela, Jason! – respondeu novamente a beira do desespero.


“Você não vai precisar. Confie em mim.” A voz do menino voltou a ficar séria e firme.


- Se algo acontecer a ela... – disse o moreno com uma voz baixa, temerosa.


“Não irá acontecer nada. Se você não a perder, é claro...” a voz do loiro soava agora entre misteriosa e divertida.


- Quer dizer que se eu não for... – perguntou ele temeroso.


“Pode ser, mas como você vai atrás dela, então não precisaremos descobrir.” agora a voz do garoto parecia realmente divertida.


- Como foi que você conseguiu ficar tão chato? – perguntou o irmão dividido entre o aborrecimento e a diversão.


“Do mesmo jeito que você conseguiu ficar tão teimoso. E anda logo, ou não vai mais dar tempo!” a voz respondeu cheia de si.


- Pra onde ela foi? – perguntou Cygnus se dirigindo ao corredor por onde a garota desaparecera.


“Ela está indo para os jardins, encontrar com os amigos.” A voz respondeu depois de um breve momento.


- Nunca desejei tanto que você estivesse certo... – disse em tom mais baixo enquanto começava a correr na direção por onde imaginava que Emily havia seguido.


“Não se preocupe, Maninho, eu sempre estou!” disse a voz de seu irmão de forma confiante. Cygnus imaginou que ele estaria sorrindo se estivesse falando aquilo ali, do seu lado.


Então Cygnus correu o mais rápido que pôde até os jardins, esbarrou em algumas pessoas pelos corredores, mas estava tão determinado à chegar à Emily que nem mesmo olhou pra trás. Não se lembrava de quando havia corrido com tanta velocidade na vida; mas agora ele tinha um motivo. O Melhor de todos eles. Enquanto corria, Cygnus conjurou uma pequena caixa que jazia em seu malão desde o inicio do ano letivo, imaginando que finalmente encontrara a utilidade real daquele pequeno pacote. A cada metro que vencia o moreno sorria um sorriso ainda maior, pois estava finalmente correndo atrás de sua felicidade, que tantas vezes renegara.


- EMILY! – ele gritou ao sair do castelo e encontrar a ruiva caminhando tristemente até o lugar onde seus amigos estavam sentados ainda assistindo a aula de voo do primeiro ano.


Ao ouvir seu nome gritado com tanto fervor, Emily virou de costas e viu Cygnus correndo desabalado até ela. E pela primeira vez desde que o conhecera, o rapaz só parecia ter uma preocupação: chegar até ela.


E quando finalmente chegou à menina, Cygnus se aproximou da ruiva, colocou a mão direita sobre seu rosto e a puxou para um beijo apaixonado, que foi retribuído de maneira empolgada pela ruiva.


De longe, Annie, Max, Darla e Ollie assistiam ao espetáculo do casal com expressões que iam desde a felicidade absoluta ao espanto total.


Também não muito longe dali, enquanto voava com Sirius e John, a mando do Prof. Wood, Jason observava com felicidade a cena protagonizada por seu irmão. Ele realmente merecia um pouco de felicidade e alegria.


Quando se separaram, encostaram as testas enquanto recuperavam o fôlego.


- O que o fez mudar de ideia? – perguntou a ruiva assim que conseguiu reunir ar suficiente para tal ação.


- O medo de te perder. – respondeu o moreno com a voz meio falhada, mas de maneira firme e imediata, olhando a ruiva nos olhos.


- Foi tão grande assim? – perguntou ela sem conseguir esconder o sorriso que já se formava em seu rosto.


- Enorme. – respondeu o moreno contente com o sorriso que já começava a se forma naquele rosto que ele tanto amava. – Proporcional ao que eu sinto por você. – disse ele sorrindo enquanto a menina o puxava para mais um beijo, dessa vez, mais terno e calmo que o primeiro. Quando se separaram pela segunda vez, Cygnus sentiu o pequeno embrulho em seu bolso pesar incomodamente. Afastou-se um pouco mais da garota, de modo a enxergá-la melhor, pegou a pequena caixa e abrindo-a, perguntou de maneira solene. – Emily Molly Weasley, você aceita ser minha namorada? – disse oferecendo a pequena caixinha à ruiva.


- Mas é claro que eu aceito! – disse a menina sorrindo e beijando de novo o moreno que retribuiu com tal entusiasmo que a tirou do chão e a girou em torno do próprio eixo, fazendo-a sorrir satisfeita.


Quando se separaram de novo Cygnus novamente mostrou novamente à ruiva o pequeno e delicado anel que jazia na caixa de veludo vermelho.


- Isso deve ter custado uma fortuna, Cyg... – disse ela pegando a caixinha da mão do moreno. – Não posso aceitar isso! – disse ela oferecendo-a novamente ao rapaz.


- Não custou tanto assim. – disse ele com displicência. – Não se preocupe com isso, ok? – disse pegando na mão da garota, que ainda segurava a caixa e pondo-a de frente para a ruiva novamente. – Esse é um dos únicos benefícios que eu tenho nessa maldita família, então aceite, ou vou jogá-lo no lago. – disse ele sorrindo descontraído.


- Você não faria isso! – duvidou a ruiva olhando seriamente para o rapaz à sua frente.


- Se eu fosse você não duvidaria... – disse ele sorrindo marotamente e provocando um suspiro resignado na ruiva. – Deixe-me pôr no seu dedo. – percebendo que acabara por ganhar o impasse.


- Ele é realmente lindo, Cyg. – disse ela enquanto o moreno tomava sua mão entre as suas e colocando com delicadeza o anel em dedo anelar. – Quando você o comprou? – perguntou quando voltou a atenção para o rosto do rapaz depois dele segurar sua mão e baixa-la.


- Nestas férias. – respondeu muito rapidamente. – Assim que o vi, lembrei de você. – respondeu ele sorrindo com a lembrança.


- Você o comprou pra mim? – perguntou ela sem conseguir conter um novo sorriso.


- E pra quem mais? – perguntou ele sorrindo também enquanto puxava a menina mais pra perto e a abraçava pela cintura.


- Pra quem estava tão indeciso agora a pouco... – disse ela de forma leve enquanto colocava os braços ao redor do pescoço do moreno.


- Eu nunca estive indeciso! – assegurou o garoto de forma firme. – Não em relação ao que sinto por você. Isso sempre esteve muito claro pra mim. – disse ele pouco antes de beijá-la levemente. – Meu problema é, foi e sempre será o fato de que eu não querer te machucada ou magoada.


- Não vamos falar sobre isso agora, ok? – disse ela de imediato evitando que o moreno trouxesse a tona aquele assunto tão desagradável.


- Está bem. Desculpe. – disse ele sorrindo envergonhado enquanto se separavam. – Acho que vamos precisar ensinar ao Max como se pisca e fecha a boca. – disse ele ao obsevar a expressão do amigo.


- Estão todos olhando pra nós! – disse a ruiva ao reparar no entorno, pois todos estavam concentrando suas atenções no casal.


- Não se preocupe com isso, também. – disse ele sorrindo de forma encantadora para a menina que retribuiu o sorriso do garoto. – Deixe que eles sintam inveja por eu estar com a garota mais perfeita de toda Hogwarts... Deixe que eles olhem e morram de inveja ao ver o quanto eu sou sortudo! – disse ele sorrindo pouco antes de tomar a garota em seus braços novamente e beijar-lhe os lábios apaixonadamente. – Vamos, ou Max vai ter uma parada cerebral tentando entender o que está acontecendo. – disse ele apontando para os amigos, e fazendo a ruiva dar boas gargalhadas com a expressão que Max agora exibia.


 


 


 




N/A: Capitulo saindo mais cedo, pessoal, espero que gostem... não posso prometer o próximo antes do próximo mês... vou ver se consigo postar nas primeiras semanas de setembro... 

Esperando sinceramente que gostem do cap. eu me despesso e até o mês que vem (eu acho). 

E um obrigado especial a Jheni weasley e a Marlenny McKinnon por lerem e comentarem na minha fic; valeu mesmo meninas!
 

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Comentários (2)

  • Nane Potter

    Que bom que você ta gostando tanto da minha fic, fico muito feliz com seus comentarios! Não sei se teria muito espaço para qualquer uma de nós malhando com eles... (Embora, confesso, imagino que eu fosse gostar de ver se eles fossem um pouquinho mais velhos... (6) kkk). Cygnus não é assim tão ruim qunado o assunto é amor... Logo logo você vai entender o porque dele ser assim... Verdade que eles realmente conseguiram bater um recorde, só não sei se o dos Marotos... Emy e Cyg ficarão juntos, mas realmente James não vai facilitar em nada pra eles. kkkkk Ah, e o pai da Emy é o Fred, mas imagino que daqui a alguns capitulos isso fique bem claro.   Bjos e muito obrigada por acompanhar minha fic... Devo demorar um pouco também pra postar o próximo cap., mas espero que você esteja aqui curtindo o próximo.   Resp. P. S.: Angel ainda terá alguns pequenos problemas, mas Draco estará bem comportado (eu imagino...kkkk)  

    2011-08-19
  • Jheni weasley

    Que primeiro dia de aula agitado viu. Que bom que o JJ achou sua mala. E os irmãos Malfoy's que coisa mais linda os dois malhando juntos(serra que nomeio dessa malhação tem lugar para mim kkkk), tenho que te falar que as vezes o JJ parece ser o irmão mais velho quando se trata de amor, deu ótimos conselhos para Cygnus. E o Sirius e os garotos já bateram o recorde dos marotos (Pontes, aluado, almofadinha e rabicho) em menos de 15 minutos já foram expulsos da sala, e o Sirius puxo a mesma sorte de seu pai, ter um professor que o odeie sem menos o conhece-lo. Eu to torcendo para o namoro do Cygnus e da Emily, mais concerteza um certo Potter não vai gosta nada disso. Pergunta de quem a Emily é filha?    Bjus até logo...Ps: Como será que ta a Angel e o tio Draco.

    2011-08-18
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