Hogwarts... Aí vamos nós!



Boa leitura, pessoal

Hogwarts... Aí vamos nós!


 


Na manha seguinte, JJ acordou antes do que normalmente acontecia. Ele não dormira bem, seus sonhos (ou seriam pesadelos?) o fizeram ter uma noite agitada. Acordou mais cansado do que fora dormir. Passou mais alguns minutos revirando na cama, tentando voltar a dormir, mas acabou por desistir e foi até o banheiro tomar um banho.


Ao sair do banheiro, pegou sua calça favorita, depois de uma vista ao guarda-roupa e sentou-se em sua cama, enquanto secava o cabelo. Depois de baixar a toalha da cabeça, reparou em um porta-retratos, que jazia abaixado sobre sua mesa de cabeceira.


(N/A: vou lhes dar uma descrição do corpo do nosso pequeno loiro (será importante mais pra frente): apesar da pouca idade, JJ costuma praticar esportes, então tem um corpo saudável e começa a desenvolver músculos. Embora ele não tenho mostrado isso a muita gente, possui por todo o corpo cicatrizes marcadas, mas com uma concentração especial em suas costas e no peitoral. E naqueles últimos dias, seu corpo estava todo manchado com muitos hematomas e algumas cicatrizes ainda recentes demais para perderem a cor.)


Levantou-se e foi até ele, pegando-o e se deparando com uma foto antiga.


A foto bruxa mostrava cinco pessoas sorrindo e acenando para a câmera em um monumento turístico de Paris. Havia um homem loiro forte e jovem que sorria e ensinava uma garotinha loira sorridente em seus braços a acenar para a câmera. Ao seu lado uma mulher de belos cabelos negros, feição feliz e sorriso largo segurava um menininho loiro, fazendo o soltar o que pareciam grandes gargalhadas e acenar para a câmera. Entre eles, sorrindo como JJ não conseguia lembrar que fosse capaz, havia um garoto de seus sete ou oito anos, de cabelos negros, com feições muito parecidas com as do homem, abraçando os dois pais e rindo com os irmãos.


Parecia que aquela foto havia sido tirada em uma outra vida, e não há apenas seis anos, com pessoas que ele não conhecia e chagava a sentir inveja de todos eles.


Como era possível que aquela família feliz e unida havia se transformado naquilo com que ele se deparava agora?


Então, tirando a foto de dentro do porta-retratos e colocando-a em cima da cama ele voltou a se arrumar. Quando terminou, olhou para o relógio. Ainda era muito cedo... Talvez fosse uma boa ideia sair pra caminhar e dar uma volta para espairecer um pouco.


Deixando sobre a cama um bilhete para Nina e Angel e colocando a foto dentro do bolso do casaco, ele seguiu para fora do quarto indo na direção da saída da casa.


O dia estava claro, mas ainda frio, pois era ainda muito cedo.


Depois de correr exaustivamente por mais alguns minutos, achou que já estava na hora de desacelerar o corpo, assim ele se dirigiu a um parque ali perto e sentou-se no balanço, aproveitando a sensação do vento em seu rosto e corpo suados... Então, não conseguiu evitar por mais tempo o pensamento do que afinal a vida lhe reservaria dali pra frente... Como seria possível alguém conseguir ter uma vida tão azarada quanto a dele era?


 


(...)


 


Quando o sol já começava a incomodar e depois já ter esvaziado a mente, da forma mais eficaz que conseguiu, desenhando tudo o que conseguiu encontrar como inspiração, JJ supôs que já fosse hora de voltar pra casa, ver como sua irmã estava depois de tudo aquilo... pensando bem, comer um pouco também não seria um má idéia.


E como o caminho de volta até em casa, era longo, decidiu que seria melhor aproveitado se corresse um pouco, afinal, ele adorava se exercitar ao livre, especialmente correndo, ajudava a relaxar e ainda o deixava em forma. Nada melhor.


Vendo a casa de seu pai se aproximando, começou a desacelerar a corrida até transformá-la em um leve e gostoso trote, até parar à porta de entrada da casa.


- Nina? Angel? – disse ele entrando na casa – Estou de volta! – disse enquanto fechava a porta por onde entrara.


- Já não era sem tempo, hein? – e então, JJ virou de costas e se deparou com um rapaz com seus 14 ou 15 anos, cabelos muito negros e longos, cobrindo-lhe as orelhas, olhos num azul escuro e profundo, sorriso gentil contrastando com um corpo muito bem trabalhado.


- Cyg? – perguntou o menino extremamente surpreso, então sorrindo ele correu à abraçar o irmão com toda a saudade que sentira do moreno.


- Sou eu mesmo, tampinha! – disse sorrindo radiante ao abraçar o garoto e bagunçando-lhe os cabelos com ar divertido.


- Quando foi que você chegou? – perguntou ele surpreso ao se separar do irmão.


- A cerca de meia hora. – confirmou sorrindo para o garoto enquanto se dirigiam a cozinha. – Tentei ser mais rápido, mas foi tudo o que consegui. – disse ele fazendo seu belo e gentil sorriso antes exibido enfraquecer um pouco.


- E ele te deixou vir, numa boa? – perguntou intrigado, ao lembrar-se do motivo pelo qual não tivera o irmão desde o fim do ano letivo anterior.


- Consegui um crédito extra esse ano... – disse o rapaz fazendo o sorriso desaparecer e sem parecer nada orgulhoso com aquilo, ao contrário, parecia até enojado com o que fizera. – Precisava estar aqui para te levar à Hogwarts, não? – disse ele tentando recuperar o sorriso, embora sem total sucesso. – Bem, mas não vamos falar mais sobre isso, ok? Que tal falarmos sobre você? O que estava fazendo fora de casa à essa hora da manha? – disse numa obvia tentativa de esquecer o que precisou fazer para estar ali.


- Estive correndo e espairecendo um pouco... – disse ele sem gostar muito da mudança de assunto proposta pelo moreno.


- Ah, sei... – disse o rapaz fazendo o sorriso sumir de novo e assumindo uma postura mais séria – Nina já teve tempo de me contar o que houve no aniversário da filha de Harry Potter... – disse o rapaz pondo a mão sobre o ombro do irmão, enquanto sentava-se no balcão da cozinha.


- Que bom, assim não vou precisar reviver aquilo tudo de novo. – o loirinho parecia realmente aliviado em não ter que reviver os fatos trágicos do inicio da semana, enquanto lavava suas mãos e voltava para perto do irmão.


- Não tem dormido muito bem, não é? – perguntou o moreno olhando de forma preocupada para o loirinho e notando as olheiras que começavam a querer aparecer no rosto do menino, assim como a expressão cansada que, embora ele tentasse, não conseguia esconder.


- Não exatamente bem! – disse o garoto sinceramente, desabando em um dos bancos na bancada da cozinha. Aquele era o único em todo o mundo para quem ele jamais mentira ou omitira o que quer que fosse, seu irmão, amigo e mentor.


- Eu realmente sinto muito por isso, maninho – o moreno realmente sentia profundamente em não poder ajudar o loirinho, não era justo que alguém tão jovem e tão pequeno tivesse que carregar um peso tão grande, então quando o moreno apertou o ombro do irmão, em sinal de solidariedade este gemeu alto e se contorceu obrigando o moreno a soltar seu ombro – JJ! O que foi que aconteceu? – perguntou assustado e preocupado quando o irmão se levantou do banco e se pôs em uma posição que impediria o moreno de repetir o gesto.


- Nada! – respondeu o menino por reflexo e logo em seguida percebeu que ainda estava segurando o ombro para impedi-lo de se mover muito.


- Jason Jaccob Malfoy, o que foi que aconteceu? – disse o moreno anormalmente sério, enquanto cruzava os braços e olhava diretamente para os olhos do irmão mais novo.


- Ela fez aquilo de novo, no inicio da semana. – murmurou JJ rendendo-se


- Jason! – ralhou o moreno irritado, mas ao perceber a reação do garoto, respirou fundo a fim de acalmar e acabar descontando sua raiva no loirinho. – Você disse que me diria se ela voltasse a tocar em você... – disse em um tom aparentemente mais leve, mas ambos sabiam que era apenas raiva controlada.


- Disse mesmo, mas você não estava aqui! – retrucou o loirinho na defensiva. – Não havia nada que ninguém pudesse ter feito... – acrescentou pouco acima de um sussurro, como se sentisse culpado por levantar a voz para o irmão, afinal ele era o único que estivera ao seu lado, mesmo à distancia, o moreno jamais deixara de estar lá quando o garoto precisara dele.


- Alguém mais sabe sobre isso? – disse o moreno voltando a um tom mais natural. Sabia que o irmão tinha razão, ele não estivera ali e mais ninguém poderia ter feito nada para ajudar o menino.


- Só a Nina, precisava de alguém pra cuidar dos cortes e hematomas aparentes. – explicou ele em uma voz mais baixa.


- E Angel? – perguntou o moreno preocupado, a coisa não poderia ter ficado tão séria a ponto de JJ contar nada a Angel, poderia?


- Claro que não! Eu não contaria nada a ela! – disse o irmão com determinação.


- Mas eu vi! – disse a menina chamando a atenção dos dois irmãos instantaneamente.


- Angie... – começou o loiro.


- Eu não sou mais um bebê, Jay! – disse a menina seriamente para o irmão – Eu vi as cicatrizes e os hematomas nas suas costas quando você saiu do banho... – agora a menina já exibia uma feição tristonha – Perguntei a Nina e ela disse que você tinha se machucado brincando, mas é claro que eu não acreditei!


- Angel, eu só não queria que você se preocupasse com esse tipo de besteira... – comentou o loiro tentado fazer o episodio parecer muito menos do que de fato foi.


- Besteira? – foi a vez de Cyg olhar assustado para o irmão. Como ele conseguia falar naquele tom?


- Ela espancar você, é besteira? – a menina agora estava profundamente indignada – Diga alguma coisa, Cygnus! – disse ela olhando desafiadoramente para o irmão mais velho.


- Ele não tem o direito de falar nada, Angel! – disse o loirinho tomando a posição de ataque – Ele mesmo está cheio das mesmas marcas que eu! – acusou o loirinho, atingindo o irmão em cheio. – E aposto que chegou com outras deste verão, não foi? – perguntou o irmão olhando desafiadoramente para o mais velho, da mesma forma que Angel havia feito.


- Vocês não podem aceitar isso! Temos que contar... – disse a loirinha ainda indignada, se é que isso seria possível, depois de se recuperar do susto de saber que não apenas JJ continuava a sofrer com aquelas agressões horríveis.


- Não! - Cygnus foi categórico e firme.


- Não vamos contar nada a ninguém! – reforçou JJ, tomando a mesma posição que o irmão.


- Por que não?! – a menina já estava vermelha, tamanha a fúria que agora a possuía.


- Por que se contarmos você será a próxima da lista! – disse o mais novo de uma só vez, assustando a menina e sendo repreendido com os olhos pelo mais velho.


- É por isso que nunca contamos nada nem reclamamos do que ela nos faz... Desde que você não seja a próxima... – murmurou o moreno como se confessasse um crime inafiançável.


- Mas eu não quero que faça isso por mim! – retrucou a loirinha depois de se recuperar do choque. Achava que seus irmãos faziam aquilo para que ninguém os separasse, não sabia que ela seria a próxima da lista.


- E nós não queremos ver você passando pelo que nós tivemos de passar! – rebateu o loiro na mesma hora, ainda sem controlar seus impulsos.


- E acha que eu gosto de ver vocês assim, por minha causa? – perguntou a menina com os olhos brilhando mais que o habitual.


- Não, Angel, tenho certeza que você não gosta... – o loirinho tentava ser o gentil que podia; realmente lhe cortava o coração ver sua irmãzinha chorar. – Mas quando você era muito pequena, quando a nossa família deixou de existir, Cyg e eu juramos proteger você da forma que conseguíssemos... Por favor, não interrompa. – disse ele categoricamente, quando a menina fez menção de tomar a palavra para si – Sei o quanto você pode ser forte e determinada, na verdade estou contando com isso para que você consiga passar por esse ano que vem chegando, mas há coisas que nós julgamos que seria muito pra você ver ou ouvir...


- Você não chega a ser nem dois anos mais velho que eu! – retrucou a menina sem conseguir se conter e antes que o irmão a impedisse.


- E foi por isso que eu fiz de tudo para protegê-lo também, - foi a vez do moreno se posicionar – pelo menos o quanto eu pude...  – nesse momento a feição de garoto desapareceu do rosto de Cygnus, ele parecia ter envelhecido 10 anos em 2 segundos – Mas então, precisei ir pra Hogwarts e passar as férias na Alemanha... – disse, novamente, em tom de confissão, como tivesse feito a coisa mais terrível que alguém pudesse ser fisicamente capaz de fazer.


- Você foi obrigado a ir passar as férias lá, não foi, Cyg? – disse a menina num murmúrio baixo, de modo que os dois irmãos pudessem ouvir.


- Fui. – confirmou o moreno ainda parecendo um senhor de idade extremamente mal-tratado pela vida – Era isso ou vocês nunca mais veriam o papai de novo e talvez nem um ao outro... – disse num sussurro, em tom de quem está profundamente arrependido de um erro terrível que cometeu.


- Quem te ameaçou com isso? – a menina continuava o interrogatório, a fim de conseguir extrair tudo o que pudesse dos irmãos, sua feição se dividia entre a revolta e tristeza refletida em ambos os garotos à sua frente.


- Os Parkinson, pai e filha. – disse o moreno ainda em tom muito baixo e culpado.


- Mas eles não têm o direito de nos separar! Nem do nosso pai... – ela começou, mas foi interrompida pelo loirinho.


- Ah, Angel, por favor, encare a realidade! – o garoto alterou o tom da voz e ele se virou diretamente para encarar a irmã – Que juiz do mundo daria a guarda três crianças a um bêbado em vez de uma socialite ou um senhor honrando e idoso? – embora odiasse profundamente vê-la chorando, odiava ainda mais que ela achasse que o pai era um santo.


- Para com isso, Jason! – disse ela quase gritando com ele e começando a ficar com os olhos marejados.


- Não vou parar até você me ouvir! – o garoto gritou de volta.


- Ele não é um bêbado! – disse a menina agora gritando com o irmão.


- Por favor, Angela! – disse ele gritando ainda mais alto que ela. – Você o viu no aniversário da Lilly! Como ainda tem coragem...


- Jason, pare! Está fazendo ela chorar! – Cygnus julgou que já passara da hora de interferir e se pondo entre os irmãos. Normalmente aqueles dois tinham um relacionamento invejável, mas quando chegavam a gritar um com o outro e não fossem impedidos ambos perderiam o controle e, certamente não seriam só palavras a voar.


- Não vou parar, Cyg! – retrucou o loiro enfrentando o irmão – JÁ ESTOU CANSADO DE VER VOCÊS DOIS ASSIM PELO HOMEM QUE DESTRUIU A NOSSA VIDA! – e naquele momento uma bandeja cheia de copos explodiu ali perto


- Isso não é verdade! – Draco Malfoy acabara de entrar no recinto acompanhado por uma incrivelmente nervosa Nina.


- Não mesmo? Sério? – perguntou o garoto com sarcasmo. – Então me diz porque eu não consigo sorrir como esse garoto ai! – disse ele jogando a foto que estivera no seu bolso sobre o peito do pai com força e então um jarro que jazia sobre bar explodiu com um grande estardalhaço, mas incrivelmente, como se houvesse uma barreira protetora os cacos ricochetearam no ar e não atingiram nenhuma das pessoas no recinto. – SE NÃO QUERIAM NOS CRIAR, QUE TIPO DE MOTIVO SORDIDO VOCÊS TIVERAM PARA TER FILHOS? – e saindo da sala profundamente transtornado enquanto a toda volta estourava objetos de vidro que estavam em seu caminho.


- Jay! Volte aqui! – disse Cygnus correndo atrás do irmão, mas parando no inicio da escada ao ser empurrado por Angel, que seguindo o exemplo do irmão do meio, embora sem explodir nada, correu escada a cima em direção ao seu próprio quarto – Angel! – e ao reparar que os irmãos nem mesmo se voltaram para olhá-lo, ele se voltou para o pai que olhava escada acima, impotente, com Nina em igual estado ao seu lado.


Dando um passo a frente, olhou para o pai com a toda a maturidade que nunca quisera receber, mas que agora precisava assumir...


- Não preciso te dizer que ele está certo, preciso? – disse olhando direta e perigosamente para o pai – Que concordo com, absolutamente, cada sílaba que saiu da boca dele? – e ao ver que o pai não reagiu, o garoto se exaltou – Mais que droga, pai! ELES SÃO SEUS FILHOS! – disse ele indo até mais perto do pai, mas este apenas olhava para o chão. – REAJA HOMEM! GRITE COMIGO, ME BATA, RESPONDA, MAS, POR TUDO QUE É MAIS SAGRADO, REAJA! – nada.


Mais irritado do que não se lembrava de ter estado na vida, Cygnus deu as costas ao pai subiu as escadas, fazendo o lustre do hall do primeiro andar despencar, tamanho fora seu descontrole.


Chegando ao quarto, Cygnus chutou o guarda roupa e sentou-se cama, passando a mão pelo cabelo com mais freqüência do que o habitual, tentando se acalmar. Ele precisava se acalmar, se concentrar... Havia duas crianças naquela casa que precisavam dele. Como sempre, seu pai os decepcionara, a ele e aos irmãos. Não ia fazer o mesmo com aqueles dois anjos que foram postos sobre sua responsabilidade... Estava em falta com eles, disso ele tinha certeza... Mas se o pai não queria assumir a responsabilidade sobre eles... Ele faria isso, pelo menos da melhor forma que conseguisse. Se chegou vivo até aquela idade, depois de tudo pelo que passou, podia cuidar de Jason e Angela.


Levantando-se determinado do quarto se dirigiu ao quarto do irmão mais novo. Iria fazer o que estivesse em seu poder para tornar a vida de seus irmãos mais fácil, independente de quem se pusesse em seu caminho, sua mãe, seu avô, seu pai, enfrentaria todos. Seus irmãos mereciam mais do que o que tinham.


- JJ? – disse abrindo a porta devagar e viu seu irmão sentado na cama, exatamente da mesma forma que ele estivera segundos antes, incrível como, mesmo depois de todo aquele tempo separados, o loirinho se parecia com o moreno, não fisicamente, claro, mas suas atitudes eram como espelhos de suas próprias. – Pode vir comigo, Jay? – o menino desviou os olhos do chão e, sem responder nada, levantou-se da cama e se dirigiu ao irmão, parando do lado de fora do quarto esperando para ser conduzido pelo moreno até o outro lado do andar, ao quarto de Angel. – Angie, podemos entrar? – disse parando na porta do quarto da menina.


- Está aberta... – sussurrou a menina em tom audível.


Cygnus empurrou a porta e entrou no quarto conduzindo JJ. A loirinha estava sentada na cama, abraçando as pernas e olhando para o chão. Tendo conduzido JJ a sentar na beirada da cama da menina ele pegou a cadeira da escrivaninha de sua irmã, aproximou-a da cama e sentou-se de frente para os dois loirinhos.


- Não devíamos brigar desse jeito... – ele disse depois de um momento de silêncio.


Depois de alguns instantes Angel se aproximou dos irmãos e sentou ao lado de JJ e não demorou a abraçá-lo.


- Me desculpe, Jay, não devia ter falado aquelas coisas... – disse ela com os olhos ainda marejados.


- Não, Angie, eu é que não devia ter sido tão grosso com você... – o garoto não estava, de forma alguma diferente da loirinha.


- Eu vou sentir muito a falta de vocês dois... – disse a menina tristemente, ainda abraçada ao irmão.


- Nós também! – garantiu Cygnus afagando o cabelo da irmã quando ela se afastou de JJ.


- Ah, a propósito, Angie... - disse ele erguendo uma pequena sacolinha e um pedaço de pergaminho que segurava desde o seu quarto, no qual seus irmãos não prestaram atenção – Nesse ano que está chegando, como não estaremos aqui, eu pensei em te dar isso... Se algo de muito grave acontecer enquanto estiver naquela... naquele lugar, quero que saia de casa, pegue o nôitebus, entregue este endereço ao condutor e aqui tem ouro suficientemente para te levar até esse endereço. – disse entregando o embrulho e o pedaço de pergaminho à irmã.


- E onde é isso? – perguntou ao ler o endereço no pergaminho.


- É a casa dos Potter. – disse Cyg, pois ele próprio havia entregue isso ao irmão quando fora pra Hogwarts – Eles irão acolher você, com certeza... – acrescentou ele, tendo plena convicção de que Harry Potter e sua família dariam abrigo a menina, se ela precisasse.


- Mas lembre-se: só em uma situação de extrema emergência, ouviu? – acrescentou o loirinho enquanto a irmã guardava o que acabara de ganhar. – Não quero que ninguém saiba sobre isso a menos que não haja outra opção.


- Está bem... – confirmou a menina quando voltou a se sentar com os irmãos.


- Vocês são a coisa mais preciosa que eu tenho. – disse Cyg se ajoelhando próximo aos irmãos depois de um momento de silencio. – E sempre foi essencial que nos mantivéssemos juntos... Não voltem a brigar daquele jeito! – disse olhando seriamente para os dois irmãos.


- Está bem, Cyg. – responderam os loirinhos em uníssono.


- Hey, o que acham de passarmos o dia inteiro no parque que eu vi a caminho daqui e aproveitarmos o dia, só nó três? – disse levantando-se e sorrindo para os irmãos.


- Legal! – responderam os dois juntos novamente.


- E o que estamos esperando? – perguntou sorrindo para os meninos que sorriram de volta.


 


(...)


 


A luz entrava suavemente em seu quarto... Sem querer abrir os olhos, ele percebia a claridade que já inundava o quarto. Ele sabia que tinha que se levantar, mas a cama estava tão gostosa, porque não podia ficar ali... Uma vez na vida queria ser preguiçoso, só deixar seu corpo descansar um pouco, afinal de contas, era Sábado, que obrigação ele tinha...?


Hey! Espere um momento...


- HOJE É 1° DE SETEMBRO! – ele disse assustado, logo se erguendo da cama e vencendo de uma só vez a distancia até o banho.


Minutos mais tarde, tomado banho, bem vestido e tendo checado seu malão pela terceira vez, ele seguiu escada a baixo, em direção à cozinha.


- Bom dia! – disse ele sorrindo animadamente beijando a testa de sua irmã já sentada á mesa, juntamente com Cygnus.


- Bom dia – responderam os dois garotos sorrindo ao ver o loirinho animado.


- Animado, querido? – perguntou Nina ao entrar na cozinha e observando a aura mais leve do garoto.


- Um pouco. – respondeu o menino de forma envergonhada.


- Um pouco? Tem certeza? – perguntou o moreno sorrindo enquanto se servia com bolo.


- Pare de implicar com o seu irmão, Cygnus! – disse Nina em tom reprovativa, mas ainda sorrindo para os meninos – Você ficou igualzinho da primeira vez que foi pra Hogwarts. – disse ela causando risadas nos mais novos e uma careta divertida no mais velho.


- Pronto, Srta. Mason, os malões já estão no carro. – o elfo interrompeu a brincadeira dos meninos e Nina.


- Ok, muito obrigada, Tobby. – disse sorrindo para o elfo, que lhe fez uma reverencia e se retirou – Seu pai saiu, mas disse que não demorara. Ele disse que nos levaria até a estação...


Tiveram um café da manhã bem animado e descontraído, ao fim dele Nina chamou JJ para ir até o quarto onde estava dormindo enquanto Cygnus, ainda brincando com a irmã, corria com Angel em direção ao jardim.


Quando chegaram ao quarto, Nina fez sinal para JJ sentar-se na cama enquanto ela ia até o guarda-roupa e tirava de lá um embrulho bem grande.


- Tome. – disse entregando o embrulho ao menino.


- O que é isso? – perguntou o menino segurando o embrulho com curiosidade.


- Só vai saber se abrir. – disse ela sorrindo e sentando-se na cama também, ao lado do garoto – Vamos, abra. – incentivou-o ao perceber que o menino não parecia disposto a abrir o embrulho.


JJ pegou a pacote com cuidado e começou a desembrulha-lo lentamente. Era bem grande e pesado.


- Nina isso é um... Um... – disse o menino sorrindo bobamente ao ver o conteúdo


- Um teclado. – ela completou a frase do menino sorrindo ao ver o rosto radiante que o menino agora possuía – Vi você olhando para um quando fomos comprar o material... – respondeu ela com simplicidade.


- Nina, eu não posso aceitar... – o sorriso radiante do menino começou a desaparecer – Você não pode gastar seu dinheiro com isso... – ele gostara do presente mais que qualquer outro que já ganhara na vida, mas não poderia permitir que Nina gastasse seu dinheiro que tanto lhe custara receber para satisfazer um capricho seu.


- Querido espere! – a moça fez um sinal com a mão para que o menino esperasse – Eu não gastei nem um só nuque com este teclado... Este teclado foi meu pai me deu a muito tempo atrás e agora eu estou dando a você, pois sei que gosta muito de música...


JJ olhou para o teclado, sabia estava sendo difícil para Nina lhe dar aquilo, ela amava o pai mais do que tudo... Por fim resolveu aceitar aquele presente de Nina.


- Está bem, eu aceito – ele voltou a sorrir e abraçou-a no que Nina retribuiu o abraço por um bom tempo.


- Nina! JJ! O papai chegou. – disse Angel abrindo a porta e chamando-os.


- Vamos? – perguntou Nina sorrindo de forma carinhosa a JJ que sorriu e confirmou afirmativamente com a cabeça.


Quando chegaram ao hall de entrada, eles encontraram Cygnus lendo um livro fino e o Sr. Malfoy estava encostado na parede e olhando para o jardim da frente da casa.


- Bom dia, JJ! – disse o Sr. Malfoy ao notar a presença do menino, de Nina e de Angel – Pronto pra ir pra Hogwarts? – perguntou, tentando amenizar o clima com o filho.


- Bom dia. – respondeu o menino obviamente a contragosto. – Ansioso apenas. Podemos ir agora? – perguntou tentando passar o menor tempo possível com o pai.


- Ah, ainda não... – disse o pai de forma afetada – Trouxe uma coisa pra vocês! – se dirigindo à porta abaixando-se e voltando-se de novo para as crianças mostrou-lhe duas gaiolas penduradas em suas mãos.


- UAU! – disseram os loirinhos ao mesmo tempo, ao se aproximarem das gaiolas nas mãos do pai.


Draco havia trazido um animal de estimação para cada um dos filhos, como um pedido de desculpas (um amasso para Angel, uma coruja cinza para JJ e um filhote de fênix para Cygnus que jazia em uma gaiola ao lado do rapaz para qual, aparentemente, ele não dera muita atenção).


Depois de se recuperar da surpresa, JJ tentou não parecer tão maravilhado com o presente quanto de fato estava.


- Bem, agora podemos ir, não? – tentando não parecer excitado com os presentes que ganhara.


- Ah, bem... – pego de surpreso pela “anti-reação” dos dois mais novos, mas ainda não comparável à de Cygnus que não esboçara nem mesmo a surpresa inicial. Não lembrava de ver seu filho do jeito que estava, Cygnus estava furioso. – É, acho que podemos ir mesmo... – parecendo realmente desapontado.


- Ótimo – disse o garoto se dirigindo à saída com o teclado às costas, pegando sua mochila, que Tobby havia posto próximo à porta, e segurando a gaiola com a coruja com cuidado.


Ao movimento do garoto, Cygnus guardou o livro que lia no bolso interno do casaco e pegando sua mochila e a gaiola se dirigiu também à saída, sendo seguido pela irmã e por Nina.


- O que é isso nas suas costas? – perguntou o Sr. Malfoy a JJ quando ele abria a porta da casa.


- Isso? - ele apontou para o teclado as suas costas, no que o pai acenou afirmativamente – É um teclado. Nina me deu à pouco... – disse acenado displicentemente – Estou indo pro carro... – Vocês vêm? – perguntou ao virar-se para os irmãos.


- Vamos – responderam os dois ao mesmo tempo sem exitar nem por um segundo.


E assim os três seguiram para fora da casa em direção ao carro que fora estacionado em frente ao jardim.


- Não sabia que ele ainda gostava de música... – sussurrou tristemente Draco enquanto caminhava ao lado de Nina seguindo os três garotos. Ele sentia falta de saber mais sobre os filhos.


- Sempre gostou, desde que o Sr. o matriculou no curso de piano... – Nina respondeu percebendo a tristeza do homem e tentando amenizá-la.


A viagem foi bem mais tranquila do que Draco Malfoy teria desejado. Jason estava realmente feliz com os presentes que havia ganhado, mas não demonstraria isso aquilo ao pai nunca. Cygnus, como o irmão, também estava maravilhado com a fênix que ganhara, mas ainda estava irritado demais com seu pai para demonstrar. Angel, adorara de fato o amasso, tirara-o da gaiola e agora ele jazia em seu colo ronronando feliz, não mostrara reação nenhuma ao pai, pois, assim como os irmãos, ainda se sentia mal com relação a ele.


Ao chegarem à estação de King Cross, JJ e Cygnus tiraram os malões e as gaiolas do carro, sem deixar que o pai os ajudasse, colocaram-nos nos carrinhos e foram guiando-os para a estação.


JJ ia guiando seu carrinho, onde sua irmão estava sentada com o amasso em seu colo, ao lado de seu irmão iam passando por todo o tipo de pessoas até que Cygnus parou entre as plataformas 9 e 10.


- É ali. – disse Cygnus apontando para a coluna à frente deles.


- E como é que...


- Atravessa? – disse o irmão sorrindo gentil. – Fácil, só tem que atravessá-la. – como Cyg falava em um tom de voz razoável, Angel também ouvia a explicação do irmão e desceu do carrinho de JJ.


- Isso é uma coluna de tijolos, Cyg. – disse o menino com a voz trêmula.


- Correção: uma coluna mágica de tijolos. – disse sorrindo para o irmão. – Quer que eu atravesse primeiro? – perguntou de forma gentil.


- Não... – disse engolindo em seco e olhando fixamente para a barreira.


- Se estiver nervoso, pode ir correndo... É mais emocionante.


Engolindo em seco mais uma vez, ele alinhou o carrinho com a barreira, deu uma ultima olhada para Cyg que o incentivou com um aceno de cabeça e empurrou o carrinho com vontade em direção a coluna.


Foi uma sensação muita estranha esperar por um choque que não aconteceu e logo depois se deparou com estação lotada de alunos com muitos malões e corujas por toda a parte; todos agrupado próximos à uma locomotiva vermelha. O Expresso de Hogwarts.


- Lindo não? – e só então JJ notou que os irmãos já estavam ao seu lado. (Cyg permitiu que Angel o ajudasse a empurrar o carrinho pela barreira).


- Realmente.


- Vamos, temos que encontrar uma boa cabine.


E, poucos minutos depois, Cyg e JJ já haviam guardado seus pertences e encontrado uma cabine para o loirinho, pois o irmão passaria a maior parte da viagem no vagão dos monitores.


Ao saírem novamente para a estação lotada, eles viram Angel, Nina e Draco reunidos a um grupo grande de pessoas.


- JJ! – ao ouvir o grito JJ viu Sirius se aproximou sorrindo e correndo até o amigo e abraçando o loirinho.


- Hey, Sirius! – disse o loirinho sorrindo. – Conhece meu irmão? – disse ao sair do abraço e mostrando o irmão atrás de si.


- Não. – disse ele se virando para o moreno – Oi, meu nome é Sirius Potter. – disse erguendo a mão para o moreno.


- Irmão de James Potter? – disse Cygnus de forma desconfiada, sem aceitar o cumprimento oferecido pelo moreninho que reconheceu isso e abaixou o braço.


- Não julgue-o por isso... – disse uma ruiva se aproximando do trio e pondo a mão sobre o ombro de Cygnus – Pega leve, Malfoy.


- Emy! – disse o moreninho sorrindo para a prima.


- Oi, primo! – disse sorrindo e afagando o cabelo do menino. – Ansioso? – perguntou sorrindo gentilmente para o primo.


- Muito! – respondeu Sirius empolgado.


- Imagino... – disse sorrindo carinhosamente para o moreninho. – Não julgue-o por ser irmão do Jamie, Cyg. Eles são bem diferentes. – disse a menina voltando-se para Cygnus e repreendendo-o com o olhar.


- Qual o problema, Cyg? – perguntou JJ ao notar a careta que o irmão tentou reprimir.


- Digamos que eu e o irmão do seu amigo não nos damos muito bem... – respondeu ele meio a contragosto.


- Não se dão muito bem? – disse a ruiva em tom sarcástico – Eles se detestam...


- O sentimento é recíproco! – falou Cygnus como se se defendendo.


- Não disse que não era... – rebateu a ruiva com um meio sorriso.


- Bom, vamos deixar isso pra lá, ok? – e disse olhando diretamente para a ruiva. – Não siga o exemplo do seu irmão e acho que não teremos problemas... Sirius, não é? – disse virando-se para o moreninho com um sorriso enviesado.


- Isso.


- A estrela...


- Mais brilhante do céu. – Sirius completou o raciocínio do outro moreno – É eu sei. – finalizou sorrindo confiante.


- Belo nome! – disse dessa vez exibindo um meio sorriso ao garoto; talvez ele não se parecesse assim tanto com o irmão. – Espero que goste de Hogwarts, Sirius.


- Vou gostar. – disse ele exibindo seu melhor sorriso maroto.


- Vou gostei de você, garoto... – disse bagunçando os cabelos negros do menino.


 


(...)


 


 


Enquanto os adultos conversavam entre si, as crianças conversavam e brincavam, tentando diminuir o nervosismo compartilhado também por Sarah, Scott, Lana e John.


- Onde está a Lilly? – perguntou Sirius olhando ao redor à procura da cabeleira morena da irmã sem encontrá-la, no entanto.


- Foi ao banheiro com Angel. – respondeu Sarah indicando o caminho que as meninas haviam tomado a pouco.


- Bom, é melhor eu ir buscá-la antes que a mamãe se desespere. – disse ele seguindo o caminho apontado por Sarah.


Ele andou um pouco entre as lojinhas de souvenires até encontrar uma certa loirinha observando atentamente uma vitrine repleta de figuras de anjos de vários tamanhos e formas.


- Gosta de anjos? – ele se aproximou pelas costas da garota e falou próximo a seu ouvido, assustando-a – Desculpe, não queria assustá-la... Só queria saber se gosta de anjos... – atrapalhando-se muito.


- Gosto. – disse ela voltando a olhar para a vitrine. – Eu costumava receber alguns desses dos meus pais e dos meus irmãos... – acrescentou em um tom mais baixo.


- Costumava? – perguntou intrigado


- É, digamos que as coisas não vêm mudando pra melhor... – disse ainda sem olhar para o moreno e mantendo o tom baixo.


- Seria muita intromissão minha perguntar o que mudou tanto? – perguntou cautelosamente olhando ainda para a loirinha.


- Seria! – respondeu a menina tornando-se agressiva.


- Me desculpe… Eu só queria... – disse ele atrapalhando-se quando a garota virou-se rapidamente para ele com uma expressão agressiva, o que fez o amasso em seus braços ronronar insatisfeito.


- Queria o que? Minha vida não interessa a você! – disse ela agressivamente interrompendo o moreno.


- Puxa, garota! – disse tomando uma posição igualmente agressiva – Eu só fiquei preocupado com você! Seus irmãos são mais educados! – disse cruzando os braços, irritado.


- Olha só quem fala de educação! –disse ela virando as costas para o moreno fechando a cara para o menino.


- Você por acaso sabe onde está a minha irmã? – perguntou Sirius de forma mal-educada e também de costas para a menina.


- ‘Tô aqui maninho! – disse Lilly saindo do corredor que levava aos banheiros e pulando no pescoço do irmão que desfez a feição irritada instantaneamente e sorriu para a moreninha – Algum problema? – perguntou olhando para o moreno enquanto ele a colocava na sua frente uma vez que ela pulara nas costas do irmão.


- Seria, se eu não tivesse te encontrado, é melhor você ir pra perto da mamãe ou ela vai ficar brava, e nós não queremos vê-la assim, não é? – perguntou ele com um sorriso maroto.


- Decididamente, não! – respondeu a menina no mesmo tom e com o mesmo sorriso do irmão – É melhor irmos logo! – disse ela se afastando do irmão – Vamos, Angie! – pegou a loirinha pelo braço e começou a conduzi-la pelo caminho que vieram.


- Ah, Lil, vai na frente que eu não demoro... – disse Sirius apontando com a cabeça para o banheiro.


- OK, maninho! Mas não demore, hein? – disse a menina piscando para o outro no que ele devolveu com o sorriso maroto.


 


(...)


 


Quando soou o 1° apito do trem, a toda a volta estudantes colocavam os últimos pertences dentro do trem.


Ao soar do 2° apito os alunos começavam a se despedir de seus parente e amigos.


No 3° e ultimo apito todos os estudantes se encaminhavam ao trem e começavam a acenar para os que ficavam... Ao menos era o que deveria acontecer...


- Pelas barbas de Merlin, ONDE É QUE ESTÁ O SIRIUS? – gritou o Sr. Potter quando já havia conseguido embarcar todas outras crianças a exceção de seu filho do meio, a quem ninguém conseguia encontrar em parte alguma. – SIRIUS!! – gritou o pai chamando pelo menino em meio à multidão.


- Calma, Harry, vamos encontrá-lo.


- ‘Calma’? Como ‘calma’ Luna? – perguntou o senhor exaltado. – Ele nem chegou em Hogwarts e eu já tenho dor de cabeça!


- ‘TÔ AQUI PAI! – gritou Sirius sorrindo maroto enquanto corria direto para o trem que já começara a andar – JÁ NÃO ‘TÔ MAIS! TCHAU! – disse o garoto se jogando no final do trem


- POR MERLIN! TOME CUIDADO! – gritou Ginny para o filho enquanto ela e Harry seguiam o trem até ele desaparecer.


- ‘TA BEM! – eles ainda conseguiram ouvir o grito do menino enquanto o trem fazia a curva e o menino ainda acenava sorrindo para os pais.


- Acha mesmo que ele vai? – perguntou Ginny virando para o marido.


- Até parece que não conhece nossos filhos, querida.


- Queria uma vez na vida, fazer algo com nossos filhos sem que acabássemos correndo e gritando por algum deles. – disse divida ente a diversão e a preocupação com seus filhos.


- Não sonhe tanto, querida! – disse Harry sorrindo para a mulher que retribuiu enquanto seguiam de volta até seus amigos.


(No trem)


- O QUE É QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA, SIRIUS? – perguntou John enquanto retornavam a cabine que Cygnus lhes mostrara, depois de correrem até o fim do trem para se certificar de que o moreno embarcaria.


- Nada... Provavelmente – disse calmamente o moreno enquanto tirava do bolso um pacote de feijões de todos os sabores. Enquanto JJ e Lana riam muito da cena toda e Sarah esboçava um fraco sorriso.


- VOCÊ É MALUCO, SIRIUS, MALUCO! – agora era a vez de Scott gritar com o primo.


- Dá pra parar de gritar? – perguntou Sarah passando a mão na têmpora quando finalmente chegaram á cabine.


- Algum problema, Sá? – perguntaram Sirius e Scott parando de discutir instantaneamente e virando-se para a ruivinha.


- Quer deitar? – aproximando da garota, que agora já estava sentada.


Sarah fez que sim com a cabeça e Jason, que estava sentado ao seu lado, deixou que a menina se deitasse em seu colo.


- Você não tomou sua poção hoje, tomou Sá? – Sirius também havia se aproximado da ruivinha e ao notar a negativa da prima virou-se para os outros. – Bom, então vamos ter que dar um jeito nisso... Scott vá com Lana atrás da mulher com os doces e traga algo pra ela comer... John, você vem comigo, porque eu vou mandar uma coruja pra tia Mione e vou precisar de Artemis... E quanto a vocês dois não se atrevam a levantar daí enquanto eu não voltar! – disse Sirius a JJ e Sarah


Então a cabine se esvaziou com a mesma velocidade com que enchera.


- O que está sentindo?


- Um pouco de dor de cabeça... – disse a menina sorrindo fracamente – Digamos que já estive melhor...


- Não brinque assim, Sarah... – disse repreendendo a ruiva – É melhor você dormir um pouco... – disse ele ao constatar o olhar cansado da ruivinha.


A menina parecia apenas estar esperando que alguém lhe oferecesse a proposta, pois não demorou nada a ressonar sobre o colo do loiro.


Ao ver que a garota perdera os sentidos, JJ passou a observá-la enquanto dormia. Parecia um anjo ruivo, enquanto descansava...


Quando Scott e Lana voltaram e viram que Sarah estava dormindo, deixaram os doces trazidos no banco à frente da ruiva e do loiro e saíram falando algo sobre trocar de roupa.


Quando John e Sirius chegaram à cabine, o que aconteceu pouco depois da saída de Scott e Lana, Sarah ainda dormia sob os cuidados e carinhos de JJ.


- Acho que vou me trocar – murmurou John para Sirius depois de pegar as vestes e se dirigiu à saída da cabine.


Então Sirius sentou-se no banco desocupado à frente e depois de abrir um sapo de chocolate sorriu marotamente para o loiro e disse em tom indiferente.


- Ela prefere quando acariciamos o rosto...


E com esse comentário ele tirou o loiro do transe em que se encontrara.


- O que? – perguntou confuso. – Como disse?


- Ela prefere quando acariciamos o rosto, não o ombro... – disse o moreno sorrindo enquanto o rosto do loiro ia atingindo um tom avermelhado – Você está gostando dela, não é? – disse da forma mais sincera que sua expressão marota lhe permitia.


- Está... Tão... Óbvio assim? – respondeu o menino muito corado.


- Não... ‘Magina – Sirius ironizou fazendo o loirinho corando ainda mais, o que Sirius não achou que ainda fosse possível. Depois de se divertir com o embaraço do loiro Sirius foi até a prima com uma feição mais séria. – Como ela está? – disse Sirius agachando-se perto da prima e pondo delicadamente a mão sobre sua testa.


- Quente... Febre, eu acho... – respondeu o loiro grato pelo outro não continuar a lhe deixar mais envergonhado.


- É... Quem manda ser tão teimosa? – disse Sirius com uma fingida irritação e beijando carinhosamente o rosto da prima – É melhor a gente ir se trocar, não acha? – disse olhando para o moreno.


- Como? – indagou mostrando a menina, que dormia sobre sua perna.


- Percebe-se que você não me conhece mesmo... – e dizendo isso Sirius levantou-se e foi até sua mochila no bagageiro e abrindo-a, tirou de dentro algo parecido com um rolo de toalha – Anda, levanta a cabeça dela a essa mesma altura – disse virando-se para o loiro, que, com máxima delicadeza, para não acordar a menina, fez o que o moreno lhe pedira. Então Sirius pôs, devagar, o objeto sobre a cabeça da prima.


- O que é isso? – perguntou Jason intrigado ao perceber que o objeto de Sirius começava a mudar-se e se transformar lentamente em um pedaço de sua perna.


- Um produto das Geminialidades Weasley... – respondeu o moreno tranquilamente – Na verdade, é um produto experimental, então meus tios ainda não lhe deram um nome. – explicou Sirius, e acrescentou logo em seguida, ao notar a expressão assustada do loiro – Não se preocupe, não vai acontecer nada com ela! – disse tentando tranquilizar o garoto – Acredite, eu não faria nada que acarretasse em algum mal para a Sarah. – e assumindo uma feição mais séria, ele conseguiu finalmente convencer o outro garoto.


- É melhor irmos embora de uma vez! – disse colocando a mochila nas costas e puxando o moreno que vinha também com a sua.


 


(...)


 


Depois de trocarem suas roupas pelo uniforme completo de Hogwarts, Sirius e JJ seguiram caminhando silenciosa e distraidamente, pelo menos da parte do loiro, em direção à cabine, quando o moreno se virou para o loiro e perguntou de forma embaraçada.


- Posso te fazer uma pergunta meio indiscreta? – perguntou o moreno inseguro.


- Pode, Sirius – respondeu risonho, pois não imaginara o moreno tão polido assim.


- Ahn... Por que você e os seus irmãos parecem tão mais tristes do que todo o mundo? – moreno agora parecia esperar uma reação negativa do loiro.


- Ah, bem... – ele estava realmente dividido entre contar a verdade a Sirius ou não. Sua intuição dizia que ele precisaria confiar no moreno e como ela jamais o enganara na vida, ele decidiu por contar a verdade ao amigo, ao menos o suficiente dela para não chocá-lo. – Digamos apenas que nós três não tivemos uma vida muito fácil nos últimos cinco anos. – disse ele tomando cuidado para não mencionar nada que chocasse naquela conversa.


- Como assim? – perguntou o moreno intrigado.


- Lembra-se do que aconteceu no aniversário da sua irmã?


- Lembro.


- Aquilo não é nada se comparado a um terço do que já passamos. – disse tentando manter um tom leve na voz.


- Tudo isso por causa do problema com a bebida do seu pai?


- Problema com a bebida? – disse o garoto sorrindo sarcasticamente – Não precisa usar tanto eufemismo, Sirius... – acrescentou ainda sarcástico – E não, não é só por isso... – disse mudando de tom, pois não queria descarregar seu ressentimento no amigo – Bem, você precisa saber que nossos pais não são exatamente um exemplo a ser seguido. – disse ele se obrigando a usar um tom de voz leve e descontraído.


- E por que vocês não se mudam pra casa de algum parente, sei lá, um tio ou um avô... – propôs o moreno tentando encontrar uma solução para o problema do loirinho e dos irmãos dele.


- Simplesmente porque não há parente nenhum a quem possamos recorrer... Meus avós paternos estão em Azkaban, cumprindo pena; minha avó materna morreu à quase 6 anos e o marido dela não é exatamente alguém com quem eu deseje passar as férias... E como não temos tios... – ele explicou com a maior calma que pôde, pois aquele era o assunto em que mais lhe custava tocar: sua família. – Somos só nós três, uns pelos outros e mais ninguém, a não ser Nina, é claro.


- Quem? – perguntou sem entender a quem o loiro se referira.


- A governanta da casa da Srta. Parkinson. – respondeu simplesmente.


- Você não a chama de mãe?


- Só quando não tenho escolha melhor... – respondeu reprimindo uma careta ao pensar na mulher que tanto e por tanto tempo o fizera sofrer, assim como seus dois irmãos.


- E seus irmãos? – perguntou o moreno não se lembrando de nenhum dos irmãos Malfoy terem chamado a mãe assim.


- Eles a chamam assim com mais frequência que eu, com certeza. – respondeu ele ainda com o rosto contorcido.


- Por quê? – perguntou parando para olhar por loiro e fazendo-o parar também.


- Cygnus tenta a todo o custo nos dar um bom exemplo... E alem do mais ele com certeza tem mais lembranças felizes da época que eles eram o que se podia chamar de pais... E Angel... Bem, ela ainda a chama assim porque não conhece de fato tudo o que ela faz conosco. Embora ela tenha uma noção melhor que a maioria, se ela realmente soubesse, agiria bem diferente... – ele terminou em tom mais pesaroso.


- E por que não conta a ela? – perguntou o garoto intrigado, pois se a menina soubesse, não ficaria mais fácil mantê-la fora de perigo, sabendo o que deveria evitar fazer?


- Por que isso a tornaria tão amarga quanto eu e Cyg. – disse ele quando seu rosto assumia uma expressão triste. – E isso é uma das coisas que viemos tentando evitar nesses últimos anos... Não queremos que ela amadureça do jeito que nós fomos obrigados a fazer. Queremos que ela tenha escolha. Uma escolha que nos foi negada.


- Escolha de que?


- Essa eu vou deixar passar, Sirius. – disse ele calmamente recomeçando a andar. Embora acreditasse que o garoto poderia saber algumas coisa, isso ele não estava autorizado a saber.


- Ok... Fui longe demais...  – reconheceu o moreno voltando a seguir o loiro.


- Não, não é isso... – disse ele parando de novo para olhar o outro com uma expressão cansada; devia ter parado aquela conversa antes de chegar àquele ponto. – É só que esse não é um assunto que eu costumo discutir, entende? – tentando deixar transparecer o pedido velado de desculpas por sua postura evasiva.


- Entendo. – respondeu o moreno sincera e incrivelmente sério.


- Mas, me diz, porque o interesse? – perguntou o outro tentando mudar o rumo da conversa enquanto voltavam a caminhar dessa vez lado a lado.


- Nada... Só fiquei meio intrigado pela forma como vocês três são desconfiados de tudo e de todos... – mentiu ele tentando parecer convincente.


- Pois é... – disse o loiro, embora soubesse que o moreno não estava sendo totalmente sincero, preferiu deixar assim, desde que mudassem o foco da conversa, estaria bom. – Temos esse defeito. – continuou para mostrar ao outro que fora convencido do motivo alegado.


- Se a sua família é assim tão ruim... O que vai acontecer com sua irmã, agora que está sem você e seu irmão? – perguntou como se não se importasse de fato com a resposta daquela pergunta.


- Eu adoraria saber... – disse o loiro respirando muito profundamente. – Espero, sinceramente que ela segure as pontas por lá... – disse ele fazendo parecer de fato um desejo extremamente profundo.


- Você já se separou tanto tempo assim dela? – perguntou sentindo também um aperto no coração; nunca se separa de Lilly por tanto tempo também.


- Não. Sempre estivemos juntos... Pra tudo.


- Deve ser ruim pra você, ter de deixá-la pra trás...


- Você não tem ideia do quanto. – disse o loiro encerrando a conversa de modo sério, pois de fato Sirius não poderia ser capaz de imaginar como ele se sentia, tendo que deixar sua irmãzinha a mercê dos pais.


Ao chegarem à cabine, abriram a porta e encontraram Sarah dormindo e ocupando todo o banco da esquerda; Lana, a exemplo da amiga também deitada ocupando a maior parte do banco da direita e com a cabeça sobre o colo de John, que aparentemente havia dormido enquanto tentava ler um livro; já Scott estava escorado no banco da direita e dormindo sobre as pernas de John, com a cabeça muito próxima à a Lana.


Deixando as mochilas encostadas num canto do banco ocupado por Sarah e percebendo que não haveria espaço para ambos ali, e sem ter a intenção de acordar os amigos, eles resolveram fazer mais um passeio exploratório pelo trem.


Rindo das piadas de Sirius e conversando sobre todo o tipo de coisa, eles caminhavam despreocupados, até que Sirius se viu sendo atirado ao chão por forte choque.


- Não olha por onde anda, não?  - exclamou o moreno irritado ao ser levantado com a ajuda de JJ.


Quando finalmente ergueram o moreno, JJ e Sirius encararam os alunos a sua frente viram um grupo de quatro garotos composto por: um garoto loiro, um moreno, um negro e um descendente de japoneses.


 


*PAUSA PARA DESCRIÇÃO DA ‘GUANGUE’*


 


LOIRO: cabelo na altura dos ombros, olhos azuis, pele extremamente branca, estrutura mediana e expressão arrogante.


MORENO: Cabelo curto e castanho claro, olhos castanho-escuros, pele bronzeada, mediano, com uma cicatriz no queixo e também com uma expressão extremamente arrogante no rosto.


NEGRO: Cabelo curto, olhos negros, pele extremamente negra, estatura alta e expressão de lutador do rosto de feições fortes.


‘JAPA’: Cabelo em formato Chanel, escuro, olhos puxados e negros, pele clara, estrutura baixa e com uma expressão aparentemente não tão confiante quanto os outros três.


 


*FIM DA PAUSA*


 


- Potter e Malfoy... – disse o loiro do grupo sorrindo sarcasticamente – Que prazer eu tenho em revê-los... – acrescentou com um sorriso desdenhoso.


- PJ, meu grande amigo! – disse Sirius fingindo uma alegria repentina, acompanhada de seu sorriso mais convencido.


- Onde estão seus amiguinhos...? – disse PJ procurando à sua volta por John e Scott, sem no entanto encontrá-los. – Não é muito seguro andarem por ai sozinhos desse jeito... – disse sorrindo maliciosamente.


- Não me lembro de ter tido muitos problemas no nosso ultimo encontro... – disse Jason com um falsa reflexão sobre o assunto e terminando com um sorriso mais sarcástico que o do outro loiro no inicio da conversa.


- Ora seu... – disse PJ avançando na direção do outro loiro que ainda sorria da mesma forma e era acompanhado pelo moreno que agora ria abertamente do comentário do amigo.


- Algum problema rapazes? – disse Cygnus se aproximando do grupo, sendo seguido por Emily e duas outras garotas muito bonitas.


- Não acho que seja da sua conta... – começou arrogantemente o garoto de cabelos castanhos se destacando do quarteto.


- Não mesmo? – disse Cygnus, trazendo aos lábios um sorrindo assustadoramente parecido com o irmão. – E por acaso você sabe o que é isso aqui? – disse ele se aproximando perigosa e lentamente do quarteto e mostrando seu reluzente distintivo.


- Mon... Monitor? – gaguejou o garoto dando dois passos para trás e colidindo com o negro que estava às costas.


- Pois é... – disse o moreno mais velho ainda mantendo a postura assustadora e o sorriso tão idêntico ao do irmão, ao mirar intimidadoramente o quarteto.


A cena agora era assistida por um grupo considerável de alunos, divididos entre a desaprovação e a diversão ao ver o monitor intimidar os alunos. De todos ali, obviamente os que mais se divertiam com toda a situação era Sirius que agora sorria abertamente, sendo seguido por JJ e pelas três meninas que vieram com Cygnus, que embora tentassem, estavam fracassando miseravelmente na tentativa de prender o riso.


- Me desculpe, eu... – começou o garoto de olhos puxados, gaguejando e recuando tanto ou mais que o anterior.


- Não quero ouvir desculpas! – disse o moreno tomando uma pose séria – Nomes. – exigiu ainda com seu olhar intimidador.


- Patrick Jones. – respondeu o loiro, aumentando a voz o máximo que sua coragem permitia.


- David Delliwier – informou o garoto de cabelos castanhos seguindo o exemplo do loiro.


- Richard Nott – murmurou o ‘japinha’


- Benjamin Zabine – finalizou o negro em um tom baixo demais para combinar com seu corpanzil grande e forte.


- Jones, Delliwier, Nott e Zabine... – disse fingindo analisar o quarteto – Posso saber o motivo de vocês estarem discutindo com o meu irmão e Sirius?


- Nós... – começou a se explicar David.


- Cygnus... – falou a loira que viera com o rapaz em um tom baixo, mas ainda audível, tentando chamar a atenção do moreno para a ruiva que já ia se aproximando e embora sua feição estivesse dividida entre a desaprovação e a diversão, ela vinha disposta a acabar com o que o show do rapaz.


- Ok, ok... – disse ele se afastando para dar passagem a ruiva.


- Circulando, pessoal, a diversão acabou! – disse ela se dirigindo ao aglomerado de alunos que assistiam a tudo aquilo. – E quanto à vocês...  – disse concentrando-se no quarteto. – Nada de arrumarem confusão! Vão direto para suas cabines. – e Emily não precisou repetir, pois eles começaram a se virar e caminhar pelo corredor com demasiada agilidade.


- Vou manter meus olhos em vocês! – gritou Cygnus de modo que o quarteto ainda conseguisse ouvi-lo, provocando uma boa gargalhada em Sirius que viu o rosto assustado de Delliwier olhando pra trás.


- Cyg! – ralhou a ruiva, embora com a expressão de quem estava fazendo grande esforço para segurar o riso.


- Você não toma jeito mesmo, não é, Malfoy? – perguntou a loira divertida se aproximando mais do grupo junto com a garota de longos cabelos castanhos (que eles vieram depois a descobrir que se tratava de Alice, irmã da Lana)


- É o que parece... – respondeu o moreno sorrindo para as duas que se aproximavam, paralisando a ruiva por um instante, perdida naquele sorriso sincero do moreno.


- E vocês dois, o que estão fazendo aqui? – disse Emily virando-se para os dois mais novos, antes que aquele maldito sorriso a fizesse ter uma parada cardíaca. – Não estavam aprontando nada, não é Sirius? – disse assumindo uma pose mais rígida.


- Dessa vez eu juro que não ia aprontar nada, Emy. – disse Sirius erguendo as mãos em sinal de rendição.


- Assim espero! – disse convencida, pois pelo que conhecia dos irmãos Potter, em geral eles se orgulhavam de fazerem qualquer coisa, e nunca fugiam à responsabilidade do que faziam.


- Não é melhor algum de nós levá-los à cabine, assim podemos continuar com a ronda. – disse Alice, olhando para o relógio.


- É isso mesmo que vamos fazer, Lice. – disse o moreno voltando do fugaz momento de desatenção em que observava o movimento do cabelo da ruiva – Vamos, vocês dois. Vou levá-los até a cabine. – disse começando a conduzir os dois garotos pelo caminho que vieram.


- Vai saber nos encontrar depois, Cyg? – disse Alice com as sobrancelhas unidas, como sempre ficavam quando ela ficava preocupada.


- Não se preocupem. – disse o garoto sorrindo confiante para as meninas, fazendo a ruiva se perder naquele sorriso novamente.


- Acho melhor um de nós ir com você. – disse a loira sorrindo marotamente, como sempre fazia quando estava prestes a aprontar algo com alguém, – Richard deixou bem claro que não devemos sai por ai sozinhos... – acrescentou de forma falsamente inocente.


- Então está bem. – concordou o moreno sorrindo e dando de ombro, sem se dar conta das reais intenções da amiga. – Qual de vocês? – perguntou olhando para as meninas.


Ao fim da pergunta Alice olhou para as outras duas sorrindo, pois entendera a intenção da loira e não iria se por na frente de um de seus planos... Embora realmente gostasse de Cygnus e se preocupasse com o amigo, não enfrentaria a loira, a menos que não pudesse evitar.


Esta olhava de maneira inquiridora para a ruiva que começava agora a fazer seu rosto uma extensão do cabelo, tão vermelho que estava. Em uma expressão altamente impaciente, ela bufava e batia o pé no chão com os braços cruzados enquanto esperava que Emily tomasse a iniciativa de acompanhar o moreno.


- Ah! – disse a loira jogando os braços para o alto e se virando para o moreno, que tinha um sorriso leve, mas divertido no rosto – Eu te acompanho, Cyg... Já que ninguém tem coragem de se candidatar – disse a loira olhando de soslaio para a ruiva pouco antes de se mover em direção ao moreno, enquanto a ruiva corava furiosamente.


- Vamos, Alice. - disse a tal ruiva puxando a amiga para o caminho contrario ao que os outros pretendiam seguir.


Alice virou-se de costas e acenou para todos com uma expressão divertida enquanto era arrastada pela ruiva, que seguia, sem olhar para trás, profundamente corada.


- Não havia necessidade de ter feito isso, Annie. – o moreno repreendeu a loira, mas parecendo pouco à vontade.


- Ah, francamente, Cygnus! – disse a loira exasperada enquanto caminhava com os Malfoy e Sirius – Faz dois anos que vocês dois estão nesse “chove-e-não-molha”! – disse ela fazendo com que o moreno atingisse quase o tom da ruiva de quem falavam. – Vocês já não enganam mais ninguém a um ano! – disse como se fosse a coisa mais absurda que poderia acontecer a alguém. – Acho que nem o deficiente do Potter consegue mais ignorar isso. – disse ela começando a se irritar como sempre acontecia quando aquela peste lhe vinha ao pensamento.


- Hey! Eu não sou deficiente! – disse o moreninho ofendido


- Ah, desculpe... – disse ela parecendo realmente desconcertada – Você deve ser o irmão do James Potter, não? – perguntou tentando amenizar a situação.


- Sou sim. Sirius Potter. – disse o menino oferecendo o cumprimento a moça, mas ainda desconfiado. Fora chamado de deficiente, sem ao menos ter feito nada, nem saber o porquê da garota chamá-lo assim se haviam se conhecido a minutos.


- Annabeth Chase. – disse apertando a mão oferecida pelo moreninho, ainda acanhada.


- Vocês são da Sonserina? – perguntou o garoto soltando a mão da jovem e só reparando naquele momento que ambos usavam as gravatas verde e parta características da casa, tal como o brasão da serpente na frente da capa do uniforme.


- Somos... – disse Annabeth cautelosamente, pois o menino começava a afastar-se. – Mas não precisa ter medo de nós, nem nada do gênero. – disse a menina afastando-se também, a fim de dar espaço ao moreninho.


- Digamos que somos integrantes da parte “legal” da Sonserina... – disse Cygnus resolvendo interferir, mas guardando, ainda assim um distancia do garoto afim de não assustá-lo mais. Pelo visto ele já tinha uma opinião formada a respeito de sua Casa.


- Meu irmão me disse pra não me aproximar de Sonserinos... – disse o moreninho tentando manter-se afastado dos outros.


- Seu irmão... – começou Annabeth, ficando com o rosto rosáceo.


- Calminha, Annie! – disse voltando-se para a amiga e com as mãos em seus braços, pediu, silenciosamente para se acalmar. – Ah, Sirius... – disse voltando-se para o garoto com cautela. Afinal, se James Potter tinha lhe dito alguma coisa, com certeza não teria sido algo bom, uma vez que o irmão mais velho de Sirius evitava até mesmo usar qualquer coisa verde, para evitar associação à sua Casa. – Digamos que você não devia prestar atenção a tudo que...


- Tudo? É melhor não prestar atenção a nada... – intrometeu-se Annabeth furiosa. Como era possível que mesmo de longe aquele arrogante imbecil conseguia irritá-la.


- Annie! – ralhou o moreno fazendo a loira manter-se calada, mas fechar a cara e cruzar os braços. – Não preste tanta atenção ao que ela fala, também... – acrescentou Cygnus voltando-se para o moreninho. – Bom, digamos que seu irmão ainda reluta em olhar para os Sonserinos como pessoas normais e não monstros de sete cabeças. – ele disse tentando conversar com o garoto sem ofender o menino, nem o irmão dele.


- Se você é da Sonserina... – disse o garoto raciocinando – Então quer dizer que Jay também será? – perguntou olhando assustado de Cygnus para JJ e de volta para Cygnus.


- Não necessariamente, Sirius... – disse calmamente o moreno – A decisão de ir para qualquer, não tem nada haver com sua família, apenas com quem você é. – ele tentou explicar da forma mais simples que conseguiu para o moreno. – Particularmente, eu imagino que JJ vá parar na Grifinória. – acrescentou sorrindo para o moreninho, que pareceu relaxar um pouco.


- Se aliando aos Leões, Cyg? – disse Annabeth sorrindo enigmática para o moreno quando este voltou-se para ela novamente ao retornarem a caminhada.


- Ainda não, Annie... – disse o garoto tentando ignorar a indireta, nada Indireta. – Bom, chegamos, garotos. – disse ele passados alguns poucos minutos – E façam o favor de ficar ai dentro, ok? – disse ele quando se viravam para se afastar dos dois. – E sem arrumar confusão de preferência... – acrescentou piscando para os meninos.


- Estamos falando do irmão do Potter, Cyg... – disse Annabeth em um tom desagradável.


- Como eu já disse: não escutem tudo que a Annabeth diz... – disse sorrindo de lado com o comentário da amiga. Depois de toda aquela cena com Emily... A quem Annabeth achava que estava enganando? – Mas, por favor, não se metam em mais encrenca. – acrescentou olhando bem nos olhos do irmão.


- Ta bom, mano. – confirmou ele sorrindo para o moreno que seguiu acenando para eles enquanto Annabeth reclamava por ele tê-la interrompido tantas vezes.


Ao chegarem a cabine encontraram os amigos acordados. John, Scott e Lana estavam jogando Snap Explosivo enquanto Sarah observava com ar risonho o rosto do irmão chamuscado.


- Ah, até que enfim apareceram! – disse John cumprimentando-os com um sorriso ao entrarem, pelo jeito como estava limpo, parecia estar ganhando.


- Desculpem, mas vocês estavam dormindo, quando voltamos... – JJ apressou-se a contar, enquanto cruzava a cabine a fim de sentar-se próximo a janela, em frente à Sarah.


- Querem jogar? – perguntou Lana sorrindo olhando para um depois para o outro.


- Eu dispenso. – disse o loiro conseguindo sentar-se.


- Mas eu aceito. – não que ele tivesse esperado o convite, pois já estivera pondo as mochilas sobre os bancos para sentar-se ao lado do primo. – Adoro ganhar do Eddie. – disse sorrindo maroto, no que o primo fez uma careta arrancando uma boa gargalhada de John e Lana.


- Está melhor? – perguntou JJ virando-se para Sarah depois de ver a brincadeira entre Sirius e Scott.


- Melhorando. – disse a menina sorrindo de leve ao ver a algazarra promovida pelo primo. – Mamãe enviou Artemis com a poção pra eu tomar... daqui a uma meia hora estarei ótima. – disse sorrindo fraca e sinceramente.


- Que bom então. – disse o garoto devolvendo o sorriso.


- O que houve com você? Está tão quieto... – disse a menina após um minuto em que JJ concentrara-se na paisagem passando pela janela, sem parecer realmente estar apreendendo nada do que via, ela estivera lendo um livro que sua mãe lhe dera e os outros quatro ainda jogavam muito animadamente, aparentemente, Sirius estava ganhando.


- Estou apenas pensando... – respondeu o menino vagamente.


- Sobre? – perguntou a ruiva curiosa.


- Sobre em que Casa vou parar quando finalmente chegarmos a Hogwarts. – disse sendo o mais sincero que conseguiu.


- Não se preocupe com isso... – disse ela sorrindo gentilmente.


- Você não se preocupa? – perguntou ele intrigado.


- Meu pai disse que me deserdaria se eu não fosse para Grifinória, mas mamãe disse que ele estava mentindo e que ela se orgulharia de mim, não importando a casa em que eu parasse. – disse em um tom leve, divertira-se muito com a mãe, discutindo o que ela faria com o pai se ele os deserdasse.


- Meu irmão espera que eu vá pra Grifinória... – disse o loirinho ainda insistindo no assunto. – E não queria decepcioná-lo. – acrescentou respirando profundamente.


- Não fique pensando nisso, Jay. – disse ela em um sorriso fraco, embora encantador. – Sabe jogar Xadrez? – perguntou ela fazendo o possível para parecer animada.


- Sei. – disse o menino sorrindo ao reconhecer o esforço da garota e disposto a ajudá-la.


- Que tal uma partida? – perguntou indo pegar o tabuleiro na mochila.


A vigem se passou muita tranqüila e divertida dali em diante, Cygnus, Emily, Alice e James apareciam a intervalos regulares para se certificar da segurança das crianças, mas no mais eles passaram o resto da tarde jogando conversando, rindo e se divertindo.


 


 





N/A: Segundo capitulo postado, galera.

Espero que estejam gostando.
Qualquer coisa, podem perguntar. 
Vou ver se posto o cap. 3 antes de voltar às aulas na facul... A partir dai, vai ser mais demorado pra eu postar, mas farei o possivel pra postar pelo menos 1 vez por mês...
 

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Comentários (2)

  • Nane Potter

    No proximo capitulo você terá a resposta completa, mas adianto logo que Emily é uma grifinória personificada e Alice uma Corvinal como a mãe. Espero realmente que goste do que eles irão aprontar daqui pra frente... Obrigada, por ler minha fic. E vou tentar postar o Cap. 3 o mais rápido que puder.

    2011-07-27
  • Jheni weasley

    Pergunta a Emily e a Alice são de que casa? To ansiosa para ver que casa que as crianças vão parar espero que a maioria fique na mesma casa. Bjus e até... PS: Parabéns pela fic ta bem legal.

    2011-07-27
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