Conversas e Discussões



 


Espero que gostem do capitulo, pessoal.
Boa leitura


 


Conversas e Discussões


 


E depois do término de seu primeiro dia de aula, JJ e seus amigos, desciam para o jantar no Salão Principal.


- Então, o que acharam do seu primeiro dia em Hogwarts, garotos? – perguntou Emily quando se aproximava junto com Ollie, Darla e Max do grupo de primeiro-anistas.


- Gostaram do agito de Hogwarts? – perguntou Max sorrindo divertido para eles.


- E bota agito nisso. – disse John sorrindo de lado.


- Eu achei legal! – protestou o moreninho. – Pelo menos não ficaremos entediados nunca! – respondeu Sirius sorrindo empolgado.


- Bem, isso lá é verdade. – concordou o outro fazendo todos sorrirem.


Então eles sentaram-se à mesa da Grifinória e logo começaram uma animada conversa sobre seu primeiro dia de aula.


- Olha lá, Emy, Cyg chegou. – comentou Max durante a conversa, uma vez que a ruiva comentara o desejo de encontrar com o namorado.


- Ele está me parecendo meio estressado. – acrescentou Darla depois de observar o moreno que gesticulava nervosamente com Annie.


- Vou lá ver o que ele tem. – disse Emily levantando-se da mesa logo depois de pegar um pedaço de torta.


- Jaime já está sabendo, Emy? – perguntou Sirius assim que a prima levantou-se da mesa da Grifinória.


- Tomando como base o fato de que ele falou comigo o dia inteiro hoje, suponho que ainda não, Six. – disse a menina escondendo seu nervosismo.


- Acha que ele vai implicar? – perguntou Sarah meio temerosa olhando de soslaio para JJ que fingia não prestar atenção à conversa enquanto conversava com Scott.


- Tenho certeza que sim. – disse ela sorrindo, embora de forma afetada pouco antes de seguir até a mesa da Sonserina.


 


(...)


 


- Tenha calma, Cyg! – dizia Annabeth enquanto ela e o moreno seguiam pela mesa da Sonserina a procura de um espaço mais sossegado para se sentarem e jantar.


- Como calma, Annie? – perguntou o rapaz gesticulando irritado. – Isso é um completo absurdo! – disse ele ficando ainda mais vermelho do que já estava. – Quer dizer que o fato de eu namorar Emily é uma traição a minha Casa? Isso é desproposito! – acrescentou revoltado.


- Eu também acho, Cyg, mas você sabe como todos na Sonserina são... – disse Annabeth tentando manter o tom baixo como sempre fazia quando o moreno estava exaltado, pois logo Cygnus perceberia o quanto estava alterado e voltaria ao normal.


- Eles falam como se eu não desse a mínima para a Sonserina! Como se, logo eu, não fizesse tudo quanto possível para conseguir o melhor para esta Casa! – disse o moreno ainda mais revoltado, se é que era possível estar.


- Cygnus, por favor, se acalme! – pediu a menina enquanto eles se sentavam na ponta mais distante da mesa das Cobras, o mais isolado possível dos demais alunos da Casa.


- O que eles acham? – a indignação ainda era evidente na voz do rapaz. – Que eu vou deixar a Emy converter todas as Goles só porque estamos namorando?


- Eu acho que é exatamente isso que eles pensam! – respondeu a loira calmamente enquanto começava a se servir e separar algo para o rapaz comer também, pois do jeito que ele estava só se lembraria disso quando já não houvesse mais nada à disposição.


- Isso é um completo absurdo! – disse o moreno batendo na mesa.


- O que é um absurdo assim tão grande? – disse Emily chegando e sentando-se ao lado do moreno.


- Emy? – disse o rapaz fazendo sua expressão mudar radicalmente, da irritação ao deleite absoluto com uma velocidade realmente impressionante. – Veio me ver? – perguntou o garoto sorrindo abertamente para a ruiva que retribuiu aproximando-se mais do moreno.


- E o que mais eu faria aqui? – perguntou passando os braços pelo pescoço do namorado.


- Não sei... – disse o rapaz se fazendo de desentendido – Poderia ter vindo ver a Annie... – propôs ele sorrido de lado. – Como eu poderia saber? – perguntou fazendo as duas garotas sorrirem.


- Muito engraçadinho, Malfoy! – disse ela para logo em seguida puxar o moreno para um beijo apaixonado.


- Adoro ficar segurando vela... – comentou Annie com simplicidade depois que o casal de afastou, fazendo os dois corarem ligeiramente e gargalharem da careta feita pela loira que logo em seguida os acompanhou.


- Ora vejam só... – disse uma garota alta e muito bonita de belos, cacheados e volumosos cabelos castanhos quando se aproximou do trio. – Até que enfim se libertou, hein, Weasley? – disse ela no momento em que Emy puxara Cygnus para lhe dar um beijo em meio a um sorriso que envolvia o casal e Annabeth.


- Ignore-a, Emy. – disse o moreno quando a ruiva fez menção de se virar para encarar a garota que vinha acompanhada de mais quatro garotas de idades aparentemente diferentes, mas todas muito bonitas.


- E o que é que você tem a ver com isso, Lee? – respondeu Annabeth levantando-se para encarar a garota, como sempre acontecia quando aquele grupo se aproximava dela e de Cyg.


- Ninguém te meteu na conversa, Chase! – disse a garota de modo superior, embora tivesse estremecido com a proximidade de Annie.


- Annie, por favor, não rebata! – disse Cygnus quando se levantou e tentou afastar a loira de perto das outras garotas.


- Evitando brigas, Cyg? – perguntou a garota se aproximando mais do moreno que se interpôs entre ela e Annie, o que não agradou nada a loira nem a ruiva que se postara a poucos centímetros do namorado e da amiga.


- Só preciso alertá-la, Juniper, que você está lidando agora com três monitores. – disse o rapaz virando-se para a garota, mas ainda se postando, estrategicamente de modo a impedir Emy ou Annie de se aproximarem demais da outra. – Então se eu fosse você, teria um pouco mais de cuidado com o que fala. – disse ele de forma firme.


- Como você pôde, Cyg? – disse a garota mudando de assunto e se aproximando ainda mais do moreno.


- Como pude o quê? – perguntou ele recuando um pouco, mas temeroso de acabar batendo em Annie ou Emy, que já era segurada pela loira para não ir afastar a garota de seu namorado.


- Como pôde, tendo a mim a sua disposição, escolher essa coisinha sem-sal? – disse ela se insinuando e puxando a gravata do Sonserino.


- Não sei se você será capaz de entender algo assim tão sutil, Juniper, - disse ele segurando os dois braços da garota. – mas Emily não é de longe “uma coisinha sem sal”. – disse enquanto afastava a garota de si. – Não vou tentar te explicar, porque sei que não vai adiantar muita coisa... – disse ele puxando Emy pra perto de si. – Então vamos pôr nesses termos: Emily é uma garota pra caras, que como eu, pensam em algo além do desejo – disse ele olhando diretamente para a namorada, acariciando seu rosto enquanto ela sorria radiante e ele retribuía. – e você – disse voltando-se para a outra, já exibindo o que Annie costumava chamar de seu sorriso Sonserino. – é uma das que só consegue agradar a caras que só pensam com a cabeça de baixo. – completou ele desdenhosamente. – Desculpe por ser tão desrespeitoso com vocês, meninas. – acrescentou olhando para Annie e Emy.


- Não se preocupe, Cyg, nós entendemos. – garantiu Annie sorrindo para o amigo e mandando seu “olhar Sonserino” para a garota que importunara o moreno.


- Não importa o que você acha, Cyg, logo você vai se cansar dessa ai e vai vir me procurar. – disse a garota tentado se recuperar das palavras ditas pelo moreno.


- Eu não contaria muito com isso se fosse você. – garantiu o rapaz enquanto guiava Emy e Annie para longe dali.


- Já conhece a mais nova integrante do nosso grupo? – disse a garota chamando a atenção do trio ao mostrar-lhes uma loirinha que vinha da parte de trás do grupo.


- Eu não acredito que você seja assim tão baixa, Juniper! – disse Cygnus enojado enquanto a menina se aproximava dele. – Será que você não poderia pelo menos esperar para corromper a menina? – disse ele agressivamente olhando para a mais velha que pareceu satisfeita por ter conseguido a atenção do rapaz.


- Não tem nada a dizer a essa Grifinória, Patrícia? – disse ela à menina como se para provocar ainda mais o moreno.


- Fisgou o Malfoy de jeito, hein priminha? – disse a menina, tentado imitar o mesmo tom e jeito da mais velha do grupo. – O que será que seu papai vai falar sobre isso? – disse maldosamente, parecendo satisfeita consigo mesma por receber a aprovação de Juniper.


- Imagino que o mesmo que o seu pai lhe falou quando contou sobre sua nova casa... Se é que você contou a ele, não é? – respondeu Emily no mesmo tom maldoso, o que abalou muito a pequena loira.


- Emily! Por favor, não faça isso! – disse ele seriamente ao encarar a namorada. – Ela só está tentando se comparar a essas ai... – disse ele abraçando a ruiva e afastando-a do restante do grupo, sendo logo seguido por Annabeth. – Ah, e a você, só tenho um conselho a dar: por mais que agora pareça legal, logo você vai perceber que não é assim que quer ser vista... Cuidado para não perceber isso tarde demais. Não é fácil ser diferente, mas é ainda mais difícil quando você não assume quem é de fato. E você não é nada disso, Patrícia. – disse ele olhando diretamente nos olhos da loira pouco antes de seguir seu caminho com Emily e Annabeth.


- Por que me afastou de lá? Aquela menina precisa ouvir... – disse Emily irritada com o moreno.


- Não pense assim, Emy! – ele a repreendeu da forma mais carinhosa possível enquanto cruzavam o Salão indo na direção do lugar à mesa dos Leões que os amigos estavam. – Ela não vai precisar ouvir nada. Logo, logo ela perceberá sozinha que está no caminho errado. Se você despertar nela a raiva, assim tão cedo, só vai aproximá-la ainda mais de influências nefastas... – disse ele como se lamentasse aquilo mais que qualquer outro.


- Eu não acredito que a Juniper teve coragem de envolver alguém tão jovem assim! – disse Annabeth revoltada.


- Eu sabia que ela não tinha escrúpulos, mas não achei que chegaria a esse nível... – concordou o moreno também com a expressão séria.


- Mas Patrícia aceitou! Lee não tem a culpa inteira! – argumentou a ruiva ainda irritada.


- Não é bem assim, Emy... – disse o moreno tentando fazer a namorada entender – Você não tem ideia como Sonserinos podem ser persuasivos. Especialmente quando se é como Patrícia, alguém diferente, procurando apenas uma maneira de ser aceito na Casa...


- Quando se é selecionado para a Sonserina, é preciso ter uma boa cabeça pra não se meter onde, nem com quem, não se deve... – acrescentou Annabeth ajudando o moreno.


- Mas vocês... – começou a argumentar a ruiva, sem se deixar vencer, pelos amigos.


- Nosso caso é completamente diferente, Emy... E alem do mais, nós contamos com a ajuda um do outro na maior parte do tempo... Patrícia não parece ter ninguém, pelo menos não alguém que faça por ela o que Annie e eu fizemos um pelo outro. – disse Annabeth com uma expressão cansada, ela como Cygnus, parecia estar sentindo-se realmente abalada com o futuro que a aquela loirinha estava prestes a escolher. – Acredite, a Sonserina é bem diferente da Grifinória. – garantiu a loira quando chegaram ao lugar em que os amigos estavam.


- Aconteceu alguma coisa, pessoal? – perguntou Max quando o trio se aproximava com expressões estranhas.


- Nada com que vocês devam se preocupar, Max. – assegurou Cygnus fazendo a expressão preocupada se esvair do rosto de Max. – Bom, desculpe, Emy, mas agora que você está entregue, temos de voltar pra nossa mesa. – disse ele indo beijar a namorada. – Não fique assim, ta? – disse ele afagando o rosto da ruiva antes de beijá-la.


- Então é verdade o que vieram me contar? – disse James Potter fazendo todos notarem sua presença quando se aproximou do grupo.


- Ah não... – suspirou Emily ao ver o primo ruivo se aproximando com uma expressão nada agradável.


- O que é verdade, Potter? – perguntou Cygnus de forma petulante quando se virou de frente para o ruivo.


- Você finalmente conseguiu , não é? Ganhou minha prima na conversa! – disse o ruivo se aproximando perigosamente do moreno – Mas você não me engana, Malfoy! – disse ele começando a se alterar.


- Em que exatamente eu deveria te enganar, Potter? – disse Cygnus sem recuar um único centímetro, sempre encarando o ruivo com altivez.


- Eu não vou deixar você enganar minha prima, Malfoy! – disse ele quase gritando e fazendo o moreno se irritar.


- Eu não estou... – ele começara a falar, mas então seu olhar encontrou o de Annabeth, que lhe olhava suplicante, fazendo um pedido quase verbal para que ele parasse com aquela discussão. – Ah, quer saber, eu não vou discutir com você! – disse ele fazendo menção de se afastar do ruivo.


- Eu não disse pra você ir embora, Malfoy! – disse James segurando o moreno pelo braço com força, para impedir seu avanço.


- Me larga, Potter! – disse o moreno empurrando o ruivo com força, que se levantou e por pouco não acertou um soco no rosto do outro.


- Parem com isso! – disse Emily tentando se aproximar dos dois, mas sendo obrigada a recuar por um puxão de Oliver, evitando que ela fosse acertada por um pontapé dado por James.


- Chega, vocês dois! – disse Annabeth assustada e, assim como Emily, tentando se aproximar da discussão, mas sendo impedida por Max, que evitara, por muito pouco, que James caísse em cima da loira.


- Se não pararem com isso agora mesmo, ponho os dois em detenção e garanto que será o mínimo que farei! – disse Emily se desvencilhando de Oliver e indo postar-se entre os dois, olhando ameaçadoramente do ruivo para o moreno e de volta para o primo.


- Chega de confusão, Cygnus! – disse Annabeth se aproximando do moreno e ajudando-o a se levantar, embora olhasse para o moreno de forma nada amistosa.


- E você nem pense em ir atrás dele! – disse Emily quando James fez menção de seguir o moreno que era escoltado por Annabeth.


- Como você pôde namorar esse idiota! – disse o ruivo virando-se irritado para a prima.


- Não fale assim dele, James! – ralhou a ruiva também muito irritada.


- Falei alguma mentira? Ele é um idiota, sujo como todos os Sonserinos! – disse o ruivo jogando tudo na cara da prima, vermelho como seu cabelo, de irritado que estava.


- Agora já chega, Potter! – disse Annabeth virando-se para o ruivo quando JJ se aproximou para verificar o estado do irmão. – Menos 30 pontos para a Grifinória por desacato a um monitor e por agressão verbal e sem motivo aparente à minha Casa, tirarei mais 15 pontos da Grifinória. – disse ela pegando seu bloco de monitoria.


- Você não pode fazer isso! – disse o ruivo exasperado.


- Ela pode sim. – interferiu Emily antes que o ruivo se aproximasse demais da loira. – E se você não parar com isso, vai receber uma detenção também! – disse ela tentando conter o primo. – Isso sem mencionar uma bela carta de inicio de ano para a sua mãe! – disse ela tentando de qualquer forma parar o ruivo.


- Isso tudo por causa dessa cobrinha? – disse ele ainda mais irritado, como se aquilo fosse possível.


- Eu te avisei, Potter! – disse a loira que estava voltando à atenção para o amigo. – Mais 30 pontos creditados da ampulheta da Grifinória! – bradou a loira pegando o bloco novamente. – Você vai querer continuar?


- Mas... – começou o ruivo novamente.


- Cale a boca, James! – disse Oliver já irritado com a perda de pontos promovida pelo amigo. – Daqui a pouco nós nem teremos mais pontos pra serem retirados!


- Emily, por favor, recobre o bom senso! Será...? – disse o ruivo desesperado para que a prima largasse daquela besteira.


- Bom senso? – perguntou Annabeth rindo sem humor. – Olha só quem fala sobre bom senso!


- Não se meta mais ainda nisso, Chase! Isso é entre mim e a minha prima! – respondeu ele ainda irritado.


- Não, Potter! – disse ela virando diretamente para o ruivo. – Isso é entre Emily e Cygnus! Nada disso tem coisa alguma haver com você! – disse ela também já bastante irritada.


- Eu não vou deixá-la cometer o erro de... – começou o ruivo um pouco mais para envergonhado agora, mas ainda sem se deixar vencer.


- Erro? – perguntou ainda com a risada sarcástica. – Quem é você pra criticar alguém por errar? Alias, quem é você pra deixar que Emily faça ou não o que quer que seja? – disse irritadamente de novo. – Ela não é propriedade sua, Potter! Entenda isso de uma vez! Porque você não para pra pensar uma vez nessa sua vida vazia e sem objetivo, põe esse excesso de preconceitos de lado e percebe que Emily gosta de verdade de Cygnus e que você é um mero e medíocre admirador da felicidade dos dois, com essa sua vida sem objetivo e felicidade! Vê se cresce, James! – ela despejou tudo o que sentia em cima do ruivo que pareceu, pela primeira vez desde o inicio daquela conversa, estar prestando atenção à alguém que não ele mesmo. – Vamos logo, Cygnus! – disse ela guindando o amigo dali, irritada com ele também.


Enquanto Annabeth se afastava carregando o moreno, todos apenas os observavam, apenas JJ parecia alheio a tudo aquilo, pois voltara a sua refeição, como se nada tivesse acontecido.


- Eu vou me deitar. – se pronunciou o ruivo assim que a loira desapareceu do seu campo de visão, carregando Cygnus.


- Não vai jantar, Jamie? – perguntou Sirius preocupado com o irmão.


- Perdi a fome, Six. – assegurou ele antes de seguir para fora do Salão.


- Dessa vez a Annie pegou pesado... – foi a vez de Max se pronunciar.


- Nem tanto, Max... James estava precisando que alguém lhe dissesse algo assim! E ainda bem que foi Annie, por que, mesmo que ele negue, ele sempre escuta tudo o que ela fala. – disse Darla sabiamente.


- O que alias é algo que eu sempre achei estranho. – disse Max com uma expressão intrigada.


- E põe estranho nisso... Mas vamos terminar de comer de uma vez e ver o que podemos fazer com o rosto daquele maluco. – disse Ollie voltando a se sentar, junto com todos os outros.


- Tudo bem, Emy? – perguntou Darla a ruiva, que embora tivesse se sentado não tocara no prato assim como os demais a exceção, talvez de Sirius.


- Vou ficar bem, Lally... – assegurou ela sorrindo fracamente para a amiga. – Também não estou com fome... – respondeu ela se levantando da mesa. – Por favor, levem alguma coisa pro James comer quando subirem, ok? – perguntou ela no que a amiga acenou afirmativamente a cabeça.


- Onde vai, Emy? – perguntou Ollie preocupado com a expressão da amiga.


- Vou fazer um passeio, Ollie... – respondeu ela forçando para Ollie o mesmo sorriso que forçara para Darla. – Levem os meninos lá pra cima depois do jantar, ok?


- Pode deixar. Levaremos eles lá pra cima. – garantiu o amigo ainda preocupado com a ruiva.


- Emily. – disse uma voz muito alta e clara.


- Sim? – respondeu ela se virando, pois não havia reconhecido o dono da voz.


- Cuidado com seus pensamentos. – disse Jason se pronunciando pela primeira vez, desde a volta à mesa da ruiva. – Nem sempre eles são tão bons companheiros... James foi o primeiro, mas não será o ultimo. Só valerá a pena se você decidir que vale, porque ele já decidiu. – concluiu olhando direta e firmemente para a ruiva que retribuiu o olhar antes de virar-se e seguir Salão a fora.


 


(...)


 


Depois da confusão no Salão Principal, Annabeth seguiu com Cygnus para o Salão Comunal da Sonserina e, depois de cuidar superficialmente dos ferimentos do amigo, saiu do Salão sem dirigir-lhe a palavra. Embora amasse Cygnus como a um irmão que ela não tinha, o amigo agira intempestivamente e fora tão infantil quanto o ruivo que teimava a ocupar seus pensamentos quase que exclusivamente...


- Ah, desculpe, achei que estivesse vazio. – disse a loira ao chegar ao corujal e encontrar o tal ruivo sentado em uma janela observando a noite.


- Não precisa ir embora. – disse ele ao virar-se de frente para a loira. – Acho que o corujal é bastante grande pra nós dois. – disse ele enquanto a loira se encaminhava até um lugar próximo dali. – Veio enviar uma carta pra alguém? – perguntou ele tentando ser simpático quando a garota se sentou em um banco ali próximo.


- Não... Não tenho pra quem enviar nada. – respondeu ela com simplicidade, voltando a atenção para o céu estrelado.


- Nem pra sua família? – perguntou o ruivo intrigado.


- Digamos apenas que não falo com minha família já a algum tempo... – respondeu ela tentando manter o tom leve, mas deixando a tristeza bastante perceptível.


- Vocês brigaram? – perguntou o garoto ainda intrigado, pois nunca vira Annabeth usando aquele tom de voz... lembrando-se bem, também jamais ouvira nada sobre a família da garota também.


- É melhor deixarmos esse assunto para um outro dia, ok? Não é um assunto que eu me sinta muito feliz em discutir... – respondeu ela esquivando-se das perguntas do ruivo.


- Ah, desculpe... – disse ele meio constrangido, por perceber que tocara num ponto sensível da loira.


- Não por isso... – respondeu ela percebendo a comoção do ruivo. – Depois de alguns anos você acaba se acostumando... – disse ela tentando aparentar mais naturalidade quanto possível.


Então eles passaram alguns minutos apenas desfrutando da presença um do outro, obsevando o céu escuro, escutando o ressonar das corujas e sentindo o ar frio da noite. Naquele momento, mesmo ainda estando ressentidos um com o outro, tudo o que eles queriam era dividir o mesmo espaço sem que precisassem ser hostis entre si.


- Você acha mesmo que minha é vazia e sem objetivo? – James expôs o que lhe incomodava desde que saíra do Salão Principal.


- Se não é, você realmente finge muito bem. – disse Annabeth mantendo o tom irônico, em reprovação a iniciativa do ruivo de começar um diálogo daquela forma.


- Já não basta o que você falou lá em baixo? Precisa ficar com toda essa ironia...? – perguntou o ruivo realmente parecendo cansado daquela situação que sempre ocorria entre os dois. Quando não eram irônicos e sarcásticos um com o outro, eram irritantes e petulantes.


- Desculpa, mas é difícil pra eu tratar bem quem me chama, com tanta frequência, de adjetivos tão carinhosos quanto os que você usa... – respondeu ela, de forma mais amena, mas ainda sarcástica.


- Você vive me provocando... – disse o ruivo de forma defensiva, embora tentasse não ser ofensivo.


- E você, como a pessoa madura que é, rebate como uma boa e mimada criança de cinco anos de idade. – disse a loira asperamente. Embora visse o esforço do ruivo, depois do que acontecera no Salão Principal ele não estava merecendo nenhum descanso.


- Pare de me xingar, Annabeth. Por favor. – pediu ele da forma mais sincera que pôde, finalmente retendo a atenção da loira.


- Como posso parar se a cada dia que se passa você só me da mais e mais motivos pra isso? – perguntou ela olhando seriamente para o ruivo.


- Não te dou tantos motivos assim... – disse ele num tom envergonhado, baixando o rosto.


- Não mesmo? – perguntou ela sorrindo sarcasticamente. – Qual é, James?! Porque você não consegue aceitar de uma vez o namoro de Emy e Cyg? – perguntou voltando-se de novo com uma expressão séria para o ruivo.


- Não quero nenhum son... – ele respondeu em um ímpeto, e arrependeu-se disso profundamente. – Quero dizer... – se atrapalhou o rapaz.


- Nenhum Sonserino imundo com sua prima? – Annabeth terminou a frase por ele, mas seus olhos brilhavam de raiva.


- Não estava me referindo a você, Annabeth. – garantiu ele tentando remediar o estrago que acabara de fazer.


- Quer você tivesse ou não essa intenção, você se referiu, sim, James... – disse ela levantando-se e seguindo em direção a saída do corujal. – Qual o problema em ser Sonserino? – disse mudando de ideia e voltando-se para o ruivo que levantara, aparentemente para evitar a saída da loira.


- Nenhum! Quer dizer... – começou novamente o Grifinório, mas recuando um pouco.


- Fala de uma vez o que você tanto tem contra a minha Casa! – desafiou-o ela olhando diretamente para os olhos azuis profundos do ruivo.


- Annabeth... Tente entender... – disse ele atrapalhadamente, sem conseguir olhar nos olhos da loira.


- Tentar entender o que, James? O quanto o seu preconceito não tem o menor sentido? – perguntou ela, segurando o rosto do ruivo, para fazer com que ele olhasse para ela. – Está vendo? Você nem contesta! – disse ela depois de um momento de expectativa enquanto imaginou que James reagiria à provocação. – Põe uma coisa nessa sua cabeça, James: só quando você conseguir se livrar desses seus preconceitos eu vou conseguir acreditar que sua idade mental é compatível com a física. Só assim você vai conseguir enxergar porque, mesmo com tantas outras opções, Emily escolheu Cygnus. – disse pouco antes de virar-se e seguir para a saída.


- Eu não sou tão preconceituoso quanto você pensa... – ele disse em um tom baixo, antes que ela fosse embora.


- Não mesmo? E qual seu argumento para apoiar essa ideia? – disse ela voltando novamente para perto do ruivo.


- Eu... Eu... – o rapaz parecia incapaz de formular uma frase concreta.


- Você o que, James? – perguntou ela desesperada para fazer o ruivo perceber o quão idiota estava sendo e quantas oportunidades estava perdendo com isso.


- Eu... Eu consigo enxergar você exatamente como é. – respondeu ele como um desabafo, entoado em um tom que muito se assemelhava a um sussurro.


- Consegue mesmo... – respondeu ela pouco depois de notar que seus olhos começavam a se encher de lágrimas. – Mas só quando estamos à sós... Porque perto dos seus amiguinhos, por exemplo, sou apenas uma Sonserinazinha nojenta. – disse ela, sem conseguir conter uma fina lagrima que descia por seu rosto, contornando seu rosto fino.


- Nunca te chamei assim! – disse o garoto de pronto e, em um impulso, aproximando-se da loira.


- Mas seus amigos já... – respondeu ela de forma frágil.


- Qual deles...? – ele fez menção de tocá-la.


- Que diferença faz, James? – disse ela esquivando-se da mão do ruivo. – Você mesmo faz isso com qualquer aluno que pertença à minha Casa. Por que comigo seria diferente? – perguntou enquanto secava mais uma lágrima que não conseguira conter.


- Porque você é diferente! – argumentou o ruivo como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.


- Não James, não sou, não! Sou uma Sonserina como qualquer outra! – continuou a menina parecendo tão frágil, como James jamais a vira.


- Não, Annabeth! – ele falou com veemência. – Você é diferente! Você é especial! – disse ele segurando o rosto da loira com as duas mãos, da mesma forma que a loira fizera com ele.


- Especial pra quem, James? – perguntou ela olhando diretamente para o azul daqueles olhos e implorando com os seus que o ruivo lhe desse a resposta que os dois queriam e precisavam ouvir.


- Pra... – mas ele não conseguiu completar, embora quisesse, ele não conseguia proferir aquela pequena e simples palavra.


- Viu, só? – disse ela em um tom muito triste, tirando as mãos do garoto de seu rosto. E aquilo estava doendo mais em James do que qualquer coisa que a loira tivesse lhe feito até ali, vê-la tão frágil assim, era a pior tortura que Annabeth já o fizera passar. – Apenas uma Sonserina com quem o filho Grifinório de Harry Potter, jamais se envolveria. – concluiu para virar de costas para o ruivo, evitando que ele visse as demais lágrimas que ela não conseguia conter.


- Annie... – ela a chamou num tom de voz culpado.


- Quer saber? É melhor deixar isso pra lá! – disse ela secando rapidamente seu rosto e tentando fazer parecer que nada daquilo a tivesse afetado. – Nem sei porque ainda me importo com o que você pensa ou faz... – disse indo embora.


- Eu sei... – respondeu ele com um tom ainda mais culpado, pois era obvio a força que a loira fazia para não se debulhar em lágrimas, o que fazia com que ele se sentisse a pessoa que ela entoava desde o dia em que aquelas brigas começaram.


- Não sabe, não, James! – disse ela virando-se para o ruivo de forma agressiva. – Já que você não se importa com sua própria felicidade mesmo, nem, obviamente, com a minha, pelo menos, como um favor pessoal, se é que você é capaz de fazer isso, deixa a Emy e o Cyg aproveitarem a deles. – disse ela e sem esperar por uma resposta ou mesmo pela sua capacidade de conter aqueles sentimentos que a invadiam, Annie saiu correndo na direção do castelo, deixando para trás o filho mais velho de Harry Potter tão pensativo como jamais estivera em toda a vida.


 


(...)


 


Cygnus depois de ver a amiga que a pouco cuidara de seus ferimentos, sair ainda muito irritada do Salão Comunal da Sonserina, decidiu que precisava conversar com Emily, embora também precisasse falar com Annabeth, achou mais saudável procurar a ruiva primeiro.


- Posso ficar aqui, ou você prefere ficar sozinha? – disse ao encontrar a menina observando a floresta do topo da torre de Astronomia.


- Na verdade estava contando que você me encontrasse. – respondeu ela sem se virar para o rapaz, pois, mesmo que não o tivesse visto lá embaixo, teria reconhecido aquela voz em qualquer situação.


- Que bom que confia tanto assim em mim. – disse ele aproximando da ruiva com cautela.


Então ao sentir a aproximação do moreno, Emily virou-se e abraçou o namorado com força, no que ele retribuiu e aconchegou-a em seus braços.


- Cygnus, não queria que você passasse por isso todas as vezes que fosse ser apresentado a alguém da minha família! – disse a menina ainda abraçada ao moreno.


- Emily, antes que você comece com esse discurso, não quero que se envergonhe da família que tem. Eu sei o que estou prestes a fazer e não me arrependo da decisão que tomei. James foi o primeiro, mas certamente não será o ultimo. – disse ele envolvendo a meninas em seus braços, tentando impedi-la de pensar em bobagens.


- Mas ele ofendeu você! – disse a menina se afastando um pouco do rapaz, para poder olhá-lo nos olhos.


- Eu sei... E pela primeira vez desde que nos conhecemos eu não dei a mínima para o que ele disse... – disse ele olhando diretamente para a garota enquanto um sorriso se formava em seu rosto.


- Como assim? – perguntou a garota parecendo verdadeiramente confusa.


- Não dei a mínima para o que ele disse, porque você fez questão de me defender. Isso, com certeza, foi o que mais contou pra mim. – respondeu ele sorrindo para a namorada.


- Cyg...


- Shi... – disse ele acariciando seu rosto com delicadeza. – Ouça: não importa quantas ofensas eu precise ouvir, quantos Weasley eu terei de enfrentar... Se eu souber que você vai estar lá pra me defender e lutar ao meu lado por esse namoro, então tudo valerá a pena. – disse ele seriamente enquanto ainda acariciava o rosto da namorada. – E então, estamos juntos nisso? – perguntou ele sorrindo de lado.


- Claro que sim! – disse a garota puxando o pescoço do rapaz para beijar-lhe os lábios. – Tenho medo que algum deles faça algo com você. – disse ela abraçando-se ao rapaz novamente.


- Não tenha medo. – disse ele enquanto acariciava os cabelos ruivos da garota. – Mesmo que eles tentem fazer algo comigo, eu vou me certificar de que não consigam muita coisa. Afinal se consigo sair de dois campeonatos com a defesa menos vazada, e com o titulo de melhor jogador do ultimo ano, acho que posso dar conta disso. – disse ele de maneira divertida para a garota que lhe sorriu.


- Você não existe, Cyg! – disse a menina sorrindo para o moreno.


- Existo sim. E exclusamente pra você! – respondeu ele pouco antes da ruiva puxa-lo para mais um beijo apaixonado.


Então eles sentaram-se e ficaram ali, abraçados, apenas curtindo a presença um do outro e observando as estrelas no céu.


- Cyg? – Emily resolveu quebrar o silencio.


- Hum.


- Como Jason sabia o que estava se passando na minha cabeça? – perguntou ela realmente intrigada com o que o irmão do namorado fizera.


- Jason é um garoto muito especial, Emy. – disse Cygnus quando a garota se aprumou de modo a poder olhar para o moreno. – Ele tem intuições muito fortes sobre muitas coisa e as vezes ele também consegue ver o que verdadeiramente aflige às pessoas com quem convive, entende? – ele tentou explicar superficialmente as capacidades especiais do irmão.


- Ele me disse exatamente o que eu precisava ouvir... – disse ela como se aquilo a assustasse.


- É, ele faz isso com alguma frequência... – assegurou o moreno como que para tranquiliza-la. – Normalmente ele é o melhor conselheiro do mundo. Pode confiar no que ele diz, porque até hoje ele nunca falhou.


- Ele se daria bem em adivinhação. – comentou ela voltando a deitar-se sobre o abdome do moreno.


- Não sei não, a coisa com Jason é bem mais genuína do que borra de chá ou bolas de cristal. – disse ele voltando a entreter-se com os cabelos da namorada.


- Você realmente não gosta dessa matéria, não é? – disse ela de forma divertida, pois era a única matéria em que Cygnus não conseguia tirar um nota aceitável.


- Eu não acho mesmo que adivinhação seja algo que se aprenda! – disse ele de pronto. – Acredito que as pessoas certas nascem com o dom de saber, mesmo que por alto o destino nos reserva e, principalmente, não sai por ai declamando pra todo mundo.


- Você acha que Jason possui um dom assim? – perguntou ela olhando para o rosto do moreno.


- Tenho certeza. Como eu disse, JJ é uma criança muito especial. – respondeu ele honestamente.


Então eles voltaram a ficar em silencio, até que Emily notou que quase dormira sobre o moreno, o que significava que já estava na hora de voltarem a seus Salões Comunais.


- Esta tarde, mas eu não estou com a mínima vontade de sair daqui! – disse ela dengosamente abraçando ainda mais o moreno.


- Posso lhe garantir que estou com ainda menos vontade de deixar que você vá. – disse ele retribuindo o abraço da menina. – Mas infelizmente temos que ir. – disse ele enquanto ambos começavam a levantar-se. – E eu preciso conversar com Annie... Uma discussão com seu primo por dia já é bem ruim, mas duas... – disse o moreno levantando-se.


- É incrível como só eles não conseguem perceber... – disse a menina enquanto Cygnus a ajudava a se pôr de pé.


- Corrigindo: ele não consegue perceber. – disse quando a ruiva ficou de pé. – Ela sabe muito bem o que se passa, o problema é que os comportamentos do seu primo não são dignos de se vangloriar, não é?


- Mas como ela aguenta os xingamentos dele, Cyg? – perguntou a ruiva tentando entender Annabeth.


- Annabeth é muito mais forte do que você poderia imaginar, Emy... A vida não tem sido muito gentil com Annie. Ela aprendeu a duras penas a ser durona... E ela tem esperança que se ela continuar a jogar as verdades na cara dele, talvez ele deixe de ser essa pessoa medíocre que se tornou.


- James realmente mudou demais desde que entrou em Hogwarts, em especial do nosso 3º ano em diante. Eu gostaria de entender o que aconteceu com ele...


- Talvez nós descubramos isso numa outra ocasião. Agora, é melhor levar você pra Torre dos Leões e ir ver a Annie nas masmorras.


- Vai me levar até o outro lado do castelo, estando a 200 metros das masmorras? – perguntou ela sorrindo divertida.


- Claro que sim! Não vou perder nem um minuto que possa estar com você! – disse ele abraçando a ruiva pela cintura.


- Acho que eu tenho o namorado mais fofo do mundo! – disse ela enlaçando o pescoço do namorado e sorrindo com ele.


- O mais fofo eu não sei, mas o mais apaixonado, disso você não pode ter duvidas. – disse antes de beijar a ruiva com paixão.


 


(...)


 


- Imaginei que ia encontra-la aqui. – disse Cygnus quando entrou no salão comunal da Sonserina e encontrou em um canto isolado a loira que procurava sentada com um livro sobre as pernas.


- Como foi com a Emy? – perguntou ela sem tirar os olhos do volume que lia.


- Perfeito. – respondeu ele de forma simples e sentando-se na poltrona em frente a amiga.


- Então quer dizer que acertaram tudo, não? – perguntou ainda sem olhar para o amigo.


- Sem pendências. – respondeu ele apoiando seus cotovelos sobre os joelhos, de forma a ficar bem próximo da loira. – Ainda está chateada comigo? – perguntou ele finalmente conseguindo a atenção da amiga.


- Deveria, não é? – disse ela olhando para ele de forma séria.


- Acho que sim. – respondeu o moreno de forma envergonhada.


- Mas não estou... – disse ela voltando-se para seu livro. – Sabe que nunca consigo sentir raiva de você por mais que algumas poucas horas. – comentou com um meio sorriso, repetido pelo moreno.


- Ainda bem que não, então. – respondeu ele sorrindo.


- Você sabe que agiu como um perfeito idiota, não sabe? – perguntou ela olhando para ele por cima de seus óculos de leitura.


- Sei, sim. – respondeu ele abaixando a cabeça. – E devo agradecer por ter me defendido... – disse em um tom bem comedido.


- Por mais irritada que eu estivesse, você é tudo o que eu tenho, não deixaria ninguém te ofender daquele jeito... – disse ela voltando-se para as páginas do livro, embora não parecesse de fato estar lendo.


- Falou com o ninguém depois do Salão Principal, não foi? – perguntou ele ao notar uma nota diferente no tom da amiga ao tocar no assunto.


- Encontrei-o no corujal quando fui pra lá pensar. – respondeu ela evitando o olhar do moreno.


- Discutiram de novo? – perguntou ele, embora já soubesse a resposta.


- O que você acha? – perguntou a garota ironicamente, ainda sem olhar pra o moreno.


- E como você está? – perguntou ele preocupadamente.


- Mais calma, apenas. – respondeu a menina simplesmente.


- Chega de leitura por hoje, Annie. – disse ele tomando o livro do colo da loira, fechando-o e pondo-o sobre a mesa ali perto.


- Cyg... – a garota começou a reclamar.


- Você precisa relaxar um pouco, Annabeth! – disse o moreno arrastando a loira para o sofá do Salão Comunal, a essa hora vazio. – É nosso primeiro dia de aula e você já esta assim, como vai chegar viva ao final do ano? – perguntou ele fazendo a garota rir enquanto obrigava-a a deitar-se no sofá.


- Só você mesmo pra me fazer rir hoje, Cyg. – disse ela enquanto se rendia a força do moreno e deitava-se no sofá.


- Claro que só eu mesmo! – disse ele sorrindo satisfeito e sentando-se na beira do sofá. – Quem mais teria condições de aguentar você por tanto tempo assim? – perguntou sorrindo para a amiga que agora aconchegava-se no sofá.


- Engraçadinho. – disse ela com uma falsa feição irritada.


- Agora fica ai quietinha enquanto eu faço uma massagem em você. – disse o moreno começando a preparar as costas da loira.


- Cyg, eu vou acabar dormindo no sofá! – disse a loira, embora não parecesse querer que o moreno parasse.


- E daí? Se não conseguir te levar para o dormitório feminino, deixo você dormir na minha cama. – respondeu o moreno despreocupado.


- Cyg... – começou a loira, embora já em um sussurro.


- Shi... – disse ele fazendo a loira se calar. – Relaxa, Annie. Descansa um pouco, ta? Detesto ver você assim! – disse ele um pouco mais sério.


- Você é o melhor amigo que alguém poderia querer, sabia? – e assim, sobre a massagem maravilhosamente bem feita de Cygnus, Annabeth dormiu sorrindo, imaginando que a vida não tinha sido assim tão ruim com ela, afinal, por mais que tivesse lhe tirado muita coisa, lhe presenteara com Cygnus. O que mais se podia pedir?


 


(...)


 


A primeira semana de aula se passou muito rapidamente. E naquele momento o quinteto Grifinório estava intertido jantando quando receberam a visita de Cygnus e Annabeth.


- Prontos, para a detenção, garotos? – perguntou Cygnus sorrindo ao chegar perto dos garotos.


- Temos escolha? – perguntou Sirius com uma careta.


- Não. Nenhuma. – assegurou-lhe Annabeth sorrindo para os garotos, que realmente não pareciam chateados nem nada com a detenção.


- Então tratem de se apressar que quanto menos tempo passarmos na floresta, tanto melhor. – disse Cygnus assanhando os cabelos do irmão.


- Com medinho da floresta, Malfoy? – disse um Grifinório mais velho que escutara a conversa.


- Muito, Sanders, estou tão assustado com a Floresta quanto vivo com a sua inteligência. – respondeu Cygnus sarcasticamente sorrindo para o Grifinório.


- Ora seu...


- Vai com calma, Mike! – disse James irrompendo por ali para se pôr entre o Grifinório e Cygnus.


- O que é isso, Jamie? Defendendo Sonserinos? – perguntou um outro rapaz atrás de Sanders, preocupado com a reação do ruivo.


- Não. Apenas evitando confusão. – respondeu James afastando os Grifinórios da dupla de Sonserinos. – Já estou com problemas demais pra desejar mais algum.


- Eu não acredito que estou escutando isso da boca de James Potter. – comentou Annabeth, sarcasticamente, embora seu sorriso não o fosse.


- Pra você ver como as coisas mudam, Chase... – respondeu ele no mesmo tom que a garota e, como ela, sorrindo sinceramente. – Vamos, rapazes, estou exausto. – disse ele levando os amigos Grifinórios para fora do Salão Principal.


- O que você fez com ele? – perguntou Cygnus intrigado ao virar-se para Annabeth.


- Nada. – respondeu a loira, embora tivesse no rosto um pequeno sorriso de compreensão.


- Tem certeza? – perguntou o moreno, ao perceber o sorriso da loira.


- Ele anda estranho assim desde o inicio do ano. – disse Emily fazendo os demais repararem em sua presença.


- Oi, minha ruivinha. – disse o moreno rapidamente alterando a expressão e sorrindo ao ver a ruiva.


- Oi, meu moreninho! – disse ela abraçando e beijando o moreno.


- Vocês dois ainda serão obrigados a me levar à Ala Hospitalar de tantas náuseas! – disse Annabeth encenando um vômito, o que fez os garotos rirem e se engasgarem.


- Já foi falar com o Professor Longbottom? – perguntou Cygnus ignorando completamente o comentário da amiga.


- Já sim, ele vai ficar nos esperando próximo à cabana de Hagrid. – respondeu ela também ignorando a continua encenação de vomito de Annabeth.


- Já chega, Annie! – disse o moreno em um tom falsamente irritado. – Por que você ao vai começar sua ronda, hein?


- Ah, ok, agora que já não precisa mais de mim, me despensa assim, não é, Cygnus? Tudo bem, já estou indo fazer minha ronda mesmo. – disse a loira num tom falsamente sentido que fez com que todos sorrissem.


- Ah, Annie, não fique assim! – disse Emily entrando na brincadeira da loira. - Pode me fazer um favor? – disse ela um pouco mais séria.


- Claro. – respondeu a loira ainda sorrindo.


- James esqueceu que tinha que subir com Sarah, será que você poderia levá-la até a torre da Grifinória antes da sua ronda?


- Claro. – respondeu a menina virando-se para Sarah. – Vamos, pequena Weasley?


- Vamos, sim, Annie! – disse a ruivinha levantando e seguindo com a loira para fora do Salão, mas não sem antes acenar para os amigos que ficaram na mesa ainda esperado que seu irmão terminasse de comer. – Se você não quiser ir, pra não correr o risco de encontrar com o meu primo, não precisa, Annabeth. Conheço o caminho. – disse ela quando começaram a subir as escadaria.


- Infelizmente, Sarah, eu não tenho muita opção quando o assunto é o seu primo. Dividimos muitas aulas este ano e, alem de tudo, temos alguns amigos em comum... Ou seja, mesmo que quisesse, não poderia ficar fugindo dele pelo resto do ano. – constatou ela tentando continuar com o descontraído que possuía no Salão Principal.


- Porque você e Jamie brigam tanto? – indagou a menina intrigada.


- Por que seu primo é extremamente preconceituoso e não consegue entender que ser Sonserino não é sinônimo de seu uma pessoa ruim. – respondeu a loira respirando profundamente como se contentasse com a irrealidade daquilo mudar.


- Você gosta do James, não é? – perguntou a ruivinha depois de um momento de silêncio.


- Está tão evidente assim? – perguntou a loira surpresa e pesarosa ao mesmo tempo, pois aquela era a confirmação de que não conseguiria se livrar daquele sentimento tão cedo.


- Nem pra todos, ao que parece. – respondeu a ruivinha sinceramente.


- Não posso negar que tenha uma grande queda pelo seu primo, Sarah, afinal, não acho que haja alguém perturbada o bastante que deixe James passar despercebido... – disse ela se referindo a notória e indiscutível beleza física do ruivo. – Mas não há a menor chance de James Potter e eu termos alguma coisa. – disse ela sem esconder o tom entristecido ao constatar aquela simples e devastadora verdade.


- Por que não? – perguntou a ruiva sem entender de fato o que impedia a loira e o primo de ficarem juntos, o que obviamente, ambos queriam que acontecesse.


- Ele não poluiria sua fama, perdendo tempo com uma Sonserina como eu. E eu também me recuso a ser mais um numero na lista infindável de conquistas dele. – disse ela tentando de se convencer de que aquilo era verdade.


- James está diferente desde aquela discussão que vocês tiveram no Salão Principal... – comentou a ruiva, imaginando que aquilo pudesse trazer um pouco de esperança para a loira.


- Diferente como? – perguntou a loira sem conseguir conter o impulso de saber o que se passava com o ruivo.


- Aéreo, pensativo... Como se estivesse bolando alguma coisa. – respondeu a ruiva tentando expressar a sensação que o primo lhe passara.


- Com os amigos? – perguntou ela agora intrigada com as atitudes do ruivo.


- Não, sempre sozinho. – confirmou a ruiva depois de pensar um minuto sobre o assunto. – Bem mais sozinho do que eu me lembro de tê-lo visto algum dia. – comentou ela em um tom reflexivo.


- Por que eu nunca estive tão sozinho assim... – elas ouviram a voz do alvo da conversa ecoar no corredor.


- Jamie eu... – tentou explicar-se Sarah.


- Relaxe, Sah. Eu entendo. – respondeu o ruivo cortando o pensamento da prima de forma gentil enquanto sorria para a ruivinha. – Estávamos descendo agora pra ir te buscar. – disse ele apontando para si mesmo e Darla, que estava logo atrás do ruivo.


- Bom, é melhor eu levar a Sarah lá pra cima... – disse a outra garota adiantando-se e se aproximando da ruivinha para começar a guia-la pelo corredor por onde haviam chegado até ali.


- Darla...


- Sem desculpas dessa vez, James. – disse a garota de forma anormalmente séria. – Vocês dois precisam conversar. Eu levo Sarah lá pra cima. – disse ela já saindo com a ruivinha que lhe lançou um sorriso de agradecimento pelo que estava fazendo pelo primo.


- Não acho que tenhamos nada para conversar. – disse a loira pouco antes de se virar para voltar pelo caminho que viera, mas sendo impedida pelo ruivo.


- Acha sim. – disse o garoto segurando o braço da loira com firmeza, embora sem machucá-la. – Você sabe que temos muito o que conversar. – disse o ruivo olhando diretamente para os olhos cinzentos da loira, que mais parecia um céu anunciando uma tempestade.


- Não, James, nós já falamos tudo o que precisava ser dito. – disse ela fazendo o ruivo soltar seu braço. – Agora se me der licença, eu tenho uma ronda a fazer. – disse ela para mais uma vez virar as costas e tentar seguir pelo caminho que viera.


- Ótimo então! – disse ele irritado. – Depois eu é que sou o covarde, não é? – disse o ruivo de maneira provocativa, sabendo que assim a loira não iria embora, voltaria nem que fosse para discutir com ele.


- Não ouse me chamar de covarde, James Potter! – disse ela, como ele já esperava, virando-se agressivamente para o ruivo.


- Então não haja como uma, Annabeth Chase! – respondeu ele no mesmo tom e encarando a loira com a mesma rigidez com que ela o fazia.


E depois de um momento em que apenas se observaram perigosamente, Annabeth viu que de fato havia algo diferente no garoto a sua frente, ela não sabia explicar, mas a expressão decidida de James a dizia que ela não iria embora dali antes de conversar seriamente com o ruivo.


- O que você quer falar comigo, Potter? – disse ela rendendo-se, embora ainda se pudesse ver a irritação latente em sua voz.


- O que você acha que eu quero falar com você, Chase? – perguntou ele de forma sedutora, desconsertando a expressão severa da loira.


- Você não vai mudar, James. Nós dois sabemos disso! – disse a loira deixando de lado toda a encenação de durona, e tentando concentrar-se em algo mais que o rosto, o corpo ou os olhos do ruivo a sua frente.


- Eu posso mudar, Annabeth. – disse o ruivo com uma expressão suplicante.


- Não pode não, James! – disse a loira, voltando à sua faceta mais frágil, o que sempre acontecia em encontros particulares com o ruivo, uma das coisas que ela mais detestava na sua “relação” com James.


- E se eu te provar que posso? E se eu mudar de verdade, Annabeth? – ele tentava suplicantemente fazer Annabeth entender que ele poderia mudar.


- Então o que? – perguntou a garota voltando a segurar as lágrimas. – James, mesmo que você mude, que diferença fará, se você nem consegue completar uma simples frase como aquela?


- Eu nunca estive em uma situação como essa, Annabeth. É tudo muito novo pra mim! – ele tentou explicar-se à guisa de um pedido de desculpas por sua incapacidade de terminar aquela pequena frase que poderia ter mudado tudo.


- E você acha que pra mim não é? – perguntou ela olhando diretamente para os olhos azuis do ruivo e fazendo-o ver os seus marejados.


- Entenda, por favor, Annie... Eu já saí com muitas garotas, mas a coisa com você, é completamente diferente... – disse ele tentando expressar para a loira o que se passava em seu intimo.


- E ainda assim você não consegue dizer o que eu quero escutar, James! – disse a garota sem conseguir se conter, nem a uma lágrima que desceu por se rosto com rapidez.


Então a garota virou de costas para o ruivo e cobriu o rosto com as mãos. James, ao ver o estado em que a loira se encontrava, posicionou-se na frente da garota e, com delicadeza, descobriu o rosto da loira.


- Você é especial pra mim, Annabeth! – disse ele como se com aquelas palavras pudesse mostrar à loira o que ele realmente sentia por ela. – Muito especial! – disse ele segurando o rosto da loira novamente e fazendo-a olhar diretamente para ele. – Está melhor agora? – perguntou ele secando as lágrimas que teimavam em escorrer daqueles belos olhos. – Eu posso tentar mudar, Annie. Posso mesmo, desde que você queira que eu mude...


- E passou alguma vez, pela sua cabeça que eu não quero? – perguntou ela olhando diretamente para aqueles olhos azuis que tanto adorava. – Eu só tenho medo de me iludir com isso e acabar me decepcionando com você, James.


- Não vou decepcionar você, Annie. É uma promessa. – disse ele da forma mais franca e sincera que conseguiu enquanto acariciava o rosto da loira, fazendo-a fechar os olhos para apreciar as caricias do ruivo, que sorriu com o gesto tão delicado da menina.


E por um momento eles ficaram apenas sentindo um ao outro. Annie apenas sentia as caricias do ruivo e este apenas a observava admirado com a beleza da loira.


- Então vou te dar uma chance, mas não pense que será assim tão fácil, Potter. – disse ela depois de abrir os olhos e sorrir de lado para o ruivo.


- Vindo de você, eu não poderia esperar que fosse, Chase. – respondeu ele no mesmo tom quando a garota se desvencilhou dele e encostou-se na parede.


- Terá de me provar que não quer mais nenhuma outra. – disse ela quando encostou-se na parede e mirou o ruivo sedutoramente.


- Ok. Quanto tempo? – concordou o rapaz encostando-se na parede oposta do corredor e cruzando os braços, imaginando onde a loira iria chega com aquilo.


- Quanto eu julgar necessário. – respondeu ela sorrindo misteriosamente.


- Ok, aceito, desde que você não aceite mais os convites daquele idiota do Martin! – disse ele no mesmo tom sedutor que a garota usava.


- Muito bem, não vou mais aceitar os convites de Cody, desde que você pare de xingar qualquer um que pertença à minha Casa. – respondeu ela de forma petulante, embora ainda exibisse o mesmo sorriso.


- Ok, sem xingamentos. – disse ele ao começar a se afastar da parede, julgamento que chegara a hora de parar com as barganhas. – Desde que você faça aqueles brutamontes dos batedores do seu time pararem de tentarem me derrubar da vassoura a cada cinco minutos de jogo. – disse ele se aproximando novamente da garota.


- Vou ver o que posso fazer... – disse ela sorrindo sedutoramente para o ruivo que seguiu seu exemplo enquanto se aproximava e encurralava a loira na parede.


Então eles ficaram apenas observando um ao outro, apenas analisando o próximo passo.


- Não vai me decepcionar, vai? – disse num tom mais sério do que James esperava.


- Prometo. – disse ele num tom tão sério quanto o dela, aproximando seu rosto ainda mais do da loira.


- Tenho que fazer minha ronda... – disse ela pensando em sair dali o mais rápido possível, antes que caísse na tentação de beijar o ruivo.


- Eu te acompanho. – respondeu ele depois de se recuperar da saída estratégica da loira.


- James... – começou ela parando e olhando para o ruivo.


- O que vai fazer? Me pôr em detenção por te acompanhar em uma ronda? – perguntou ele sorrindo sarcasticamente.


- Você sabe mesmo como ser petulante, não é? – perguntou ela quando o ruivo se aproximou dela novamente.


- Se não soubesse não teria chamado tanto a sua atenção... – respondeu deixando seu corpo perigosamente próximo ao da loira, mas sem tocá-la; precisava saber se ela queria beijá-lo tanto quanto ele a ela.


- A pior parte é que não mesmo. – respondeu a garota dessa vez sem recuar perante a aproximação do ruivo.


- Te conheço bem, Chase! – respondeu o garoto aproximando seu rosto ainda mais do de Annabeth, já começando a sentir o perfume que emanava do corpo quente da loira.


- Ainda bem que sim, Potter... – disse ela perdendo um pouco do fôlego com a aproximação demasiada do ruivo. Agora ela já conseguia sentir a fragrância que se desprendia sedutoramente do corpo atlético do rapaz.


- Posso? – perguntou enquanto colocava, delicadamente a mão direita sobre a nuca da loira enquanto com a esquerda puxava-a pela cintura, diminuindo ainda mais a distancia entre eles.


- Me perguntei quanto demoraria... – disse antes de enlaçar o pescoço do ruivo e beijá-lo com tanto ou mais fervor que o garoto.


 


(...)


 


JJ estava voltando do treino matinal com seu irmão. Ele vinha pensando no quanto sua vida mudara em menos de um mês. Pela primeira vez na vida, ele tinha amigos. Amigos com quem podia até mesmo se divertir, aliás, diversão era outra coisa que, desde que pisara em Hogwarts, não lhe faltava. Até ali já havia, junto com Sirius, na maioria das vezes, batido o recorde de detenções, o que tirava Emily do sério e fazia seu irmão se divertir muito. E com sua irmã tendo de passar o próximo mês com o pai e Nina na mansão Malfoy, JJ nunca tivera em toda a vida tão pouco com o que se preocupar. Estava adorando estar em Hogwarts, embora fizessem menos de três semanas completas que estava no castelo já se sentia mais acomodado ali do que jamais estivera em qualquer outro lugar que já estivera.


- Bom dia, Sra. – disse ele sorrindo ao cumprimentar o retrato que ocultava a entrada para o Salão Comunal da Grifinória.


- Bom dia, JJ. – cumprimentou-o de volta a Sra. sorrindo para o loirinho. – Como foi seu treino? – perguntou gentilmente.


- Muito bom, obrigado. – agradeceu o garoto sorrindo. – Juba de Leão. – ele entoou a senha.


- Fique a vontade, meu rapaz. – disse a Sra. fazendo o quadro girar e mostrar ao garoto seu Salão Comunal.


- Obrigado, Sra. e tenha um bom dia. – disse ele enquanto atravessava o buraco do retrato. – Acordado tão cedo, Johnny? – perguntou ao notar o amigo sozinho sentado em um canto Salão lendo um livro grosso que, ao que parecia, era de Transfiguração.


- Ah, oi, JJ... – cumprimentou o garoto tirando a atenção do livro e sorrindo para o loiro. – Bom dia.


- Bom dia. – respondeu o loiro indo se sentar ao lado do amigo.


- É impressão minha ou você chega mais suado a cada dia que se passa? – perguntou o outro rindo da situação do amigo cujo corpo brilhava devido ao suor e o cabelo parecia recém saído do banho.


- Provavelmente não é impressão sua, ainda mais depois de eu ter subido toda a escadaria até aqui correndo. – respondeu o loiro sorrindo.


- Você é maluco! – constatou John voltado-se para o livro, com uma expressão risonha.


- Nem tanto. – respondeu o loiro ainda sorrindo. – Johnny, posso te perguntar uma coisa? – perguntou ele depois de um momento de silêncio.


- Claro que pode. – respondeu o outro, embora sem levantar os olhos do livro.


- Aquilo que houve, quando chegamos a Hogwarts... – começou o loiro temeroso... sem saber exatamente como comentar o ocorrido.


- Ah, é, acabei esquecendo que você não sabe nada sobre isso... – disse ele voltando-se para o loiro, depois de marcar a página do livro e fechá-lo. – Bem, você conhece meus pais, ou já ouviu falar deles? – perguntou ele olhando diretamente para JJ.


- Eu os vi no aniversário de Lilly e Sirius já os mencionou uma ou duas vezes. – comentou o loiro atestando sua ignorância sobre o assunto.


- Bem, eu sou filho de um casal muito particular, sabe? Meus pais demoraram muito para pensar em ter um filho porque eles tinham medo do que a combinação de suas características faria a uma criança... – disse ele explicando calmamente. – Mas então, descobriram que eu estava a caminho...


- Deve ter sido um choque e tanto... – comentou o loiro.


- E foi mesmo. – concordou John num tom entristecido. – Pouco depois que nasci, meus pais e meus padrinhos, os pais de Sirius, me levaram ao St. Mungus para detectar a influencia que a natureza de meus pais tinham sobre mim. Não precisou de muitos exames para que descobrissem que eu sou metamorfogo.


- Você é? – perguntou o loiro abismado.


- Sou, só não gosto de ficar com os cabelos rosa-chiclete com minha mãe. – comentou ele sorrindo com a lembrança dos cabelos da mãe. – É assim que eu sou quando durmo, então presumo que é assim que eu seja sem a influencia do meu dom. – explicou ele.


- Do que adianta ser metamorfogo se você nem aproveita o dom? – perguntou JJ confuso, pois jamais passaria por sua cabeça que o moreno seria metamorfogo.


- Eu o usava muito quando era criança, especialmente pra divertir a Lilly... – comentou ele sorrindo com as lembranças da moreninha.


- Mas aquilo que aconteceu aqui na escola não é consequência disso, é? – perguntou ele tentando entender a relação que o amigo criava.


- Em parte sim... Bom, mas alem da capacidade de transformar o meu corpo, alguns medibruxos, notaram um distúrbio no meu nível de magia quando eu ficava irritado com alguma coisa. Como eles não podiam fazer nada de especial me mandaram pra casa, com recomendações para que ninguém me irritasse e para voltar pra checar aqueles níveis todos os anos.


- Quer dizer que você não pode ficar irritado? – perguntou o loiro intrigado.


- Não é que eu não possa. Me irrito como qualquer outra pessoa, mas seria recomendável que não me irritassem com muita frequência, entende a ideia? – perguntou ele ao loiro que concordou. – Desde muito cedo meu pai me ensinou a me manter sob controle, não deixar a raiva e a irritação me dominarem, e eu até me saí bem, até que durante um fim de semana na mansão Potter, Sirius, Lilly e eu estávamos no jardim, brincando... – ele parecia forçar para as sensações provocadas pela lembrança não tomassem conta dele. – Quer dizer, Lilly e eu estávamos, Six não parecia estar nesse mundo... Nunca vi, antes ou depois daquilo, Sirius tão aéreo quanto naquele dia.


“Bem, houve um momento em que eu entrei na casa para beber água, deixando Sirius tomando conta de Lilly. Mas quando eu voltei para o jardim, Sirius estava sentado desenhando no chão com um graveto e Lilly estava seguindo em direção à saída da propriedade seguindo alguma coisa no chão.”


- Algum animal? – perguntou JJ.


- Era um maldito tronquilho. – respondeu o amigo lembrando-se irritadamente do animal. – Lilly tem verdadeira adoração por bichos, qualquer um. – ele explicou o que levara a pequena Potter a seguir o animal. – Bom, como nenhum de nós nunca deixava Lilly sozinha eu a segui, pedindo que ela voltasse para perto da mansão Potter, mas ela, teimosa como sempre, continuou seguindo o tronquilho até o outro lado da rua onde ele parou e ela se abaixou para pegá-lo.


“Eu a chamei de novo e novamente ele fingiu que não estava me escutando, então eu me aproximei dela enquanto ela sentava no meio-fio e analisava o animal. A alguns metros dali, três homens nos viram e estavam se aproximando da gente.”


- Três homens?


- Grandes e super mal-encarados. Eles tinham reconhecido a Lilly, como filha do tio Harry, então vieram atrás da gente, nos seguraram e começaram a nos arrastar pra longe. Consegui gritar pelo Sirius uma vez, antes deles taparem minha boca. Depois disso a única coisa em que consegui me concentrar foi no choro de Lilly, eles a estavam machucando e eu precisava fazer alguma coisa. Comecei a tremer e a emanar aquele brilho estranho... Então só me lembro de Lilly me pedindo para parar de maltratar aqueles homens...


- O que você fez a eles?


- Eu quase matei os três asfixiados. Sirius ouviu quando eu gritei, e correu em nosso socorro depois de chamar os pais e o irmão; os quatro tentaram me fazer parar... Eu conseguia senti-los me puxando, como senti vocês me puxando antes da seleção, mas é como se eu não estivesse no meu corpo... como se eu apenas estivesse observando tudo aquilo, não vivendo, embora a raiva seja minha de fato... É algo realmente muito estranho... eles tentaram me fazer parar, deixar aqueles homens vivos... mas por mais que eu quisesse escutá-los, não conseguia me desviar da raiva que me consumia.


“Mas então, contrariando os pais e os irmãos, Lilly se aproximou de mim e colocou aquelas pequenas mãozinhas no meu rosto e desviou completamente minha atenção de qualquer coisa... Ela simplesmente me pediu que parasse, que eu a estava assustando... e então toda a irritação que eu estava sentindo, toda a raiva, parecia que era sugada pelas mãozinhas dela no meu rosto...”


“Depois daquele dia, todos evitam que eu tenha qualquer motivo pra me aborrecer e perder o controle como daquela forma.”


- Só Lilly consegue esse efeito sobre você?


- Não sei muito bem porque, mas pensar nela na verdade afasta qualquer outro pensamento da minha cabeça. Pensar em Lilly é mais acalmante que uma seção intensa de meditação. Não que outras pessoas tenham estado na mesma posição que Lilly, mas Lana consegue me controlar quando eu estou prestes a perder o controle.


- Como assim?


- Eu posso encarar três tipos de irritação: a mais leve eu consigo controlar sozinho, a mediana com a ajuda dos meus pais ou de vocês, dá pra encarar, mas a mais intensa, essa, só a Lilly conseguiu algum efeito.


- Então era por isso que Lana estava tentando falar com você?


- Era, ela já conseguiu me controlar algumas vezes antes, sabe? Moramos próximos, sempre fomos muito apegados, ela é como uma irmã pra mim.


- Mas a presença de Lana não fez sua aura alterar naquele dia... Ela só se alterou quando Sirius mencionou Lilly...


- Minha aura? – perguntou John intrigado.


- É... – disse o loiro, supondo que falara um pouco mais do que o que deveria. – Bem, digamos que você não é o único por aqui que têm dons. – disse ele resolvendo abrir o jogo com o amigo, afinal passando tanto tempo juntos, ele acabaria por descobrir, assim como os outros dois também.


- Como assim? – perguntou o outro instigado com novo conhecimento.


- Quer ver? – perguntou o loiro olhando ao redor para o Salão que já começava a se encher.


- Por favor. – respondeu o outro acompanhando o olhar do amigo.


- Você está vendo duas garotas descerem a escada atrás de mim, não está? – perguntou ele virando-se de novo para John.


- Estou. – respondeu o garoto olhando discretamente para as garotas.


- E uma delas está carregando um livro, não é? – perguntou o loiro, embora não tivesse olhado para trás.


- É. – confirmou o garoto esperando para ver o que o loiro faria.


- Elas vão começar a andar... Agora. – e assim as garotas fizeram. – Quando ela der o próximo passo o livro cairá. – e assim aconteceu. – “Mas que droga” “Como você é desastrada, Ash!” – disse o garoto pouco antes das duas garotas falarem.


- Como você...? – perguntou John abismado com o que o loiro acabara de fazer.


- Eu, meio que posso prever o que vai acontecer... – respondeu o loiro.


- Pode prever qualquer coisa? – perguntou John abismado.


- A maior parte. – respondeu o loiro sorrindo com a expressão assustada do amigo. – Quer ver uma outra coisa legal? – perguntou o loiro virando o rosto em todas as direção para se certificar que ninguém veria o que ele faria a seguir.


- Quero! – respondeu o outro empolgado.


Então depois de alguns segundos de concentração, JJ abriu os olhos e olhou diretamente para o livro sobre o colo de John e o fez flutuar até o seu colo.


- Uau! – foi só o que John conseguiu dizer depois que o livro pousou calmamente no colo do loiro, que exibia um sorriso cansado. – Isso te cansou? – perguntou John preocupado com o amigo.


- Fazer o livro flutuar? Não. O que me cansou foi fazer a sugestão mental pra todo mundo aqui não perceber o que eu estava fazendo aqui. – disse o loiro ainda sorrindo cansado.


- Você pode fazer isso também? – assustou-se o garoto sorrindo deslumbrado. – Minha nossa! Isso é muito legal!


- Nem sempre é tão bom assim... – disse o loiro deixando de sorrir um pouco – Quando as previsões são de acontecimentos legais posso ficar feliz com antecedência e até dar um empurrãozinho pra melhorar, sabe? – disse ele sorrindo de lado. – Mas quando não são... Você não tem ideia de como é angustiante saber que coisas ruins vão acontecer a pessoas com quem você se importa e você não pode fazer absolutamente nada pra evitar que aconteça, porque se fizer corre o risco de piorar ainda mais as coisas, deixar tudo ainda pior do que já seria. – concluiu o loiro em um tom sério e penoso.


- Isso deve ser horrível... – disse John de maneira solidária, pois como JJ, sabia o que era conviver com coisas ruins.


- E é... – confirmou o loiro sombriamente.


- Vão acontecer coisas ruins com a gente? – perguntou John sem conseguir se refrear.


- Tem certeza que quer saber? – perguntou o loiro olhando para o amigo, como se avaliasse a capacidade de John de receber as informações que ele tinha a dar.


- Quero. – confirmou o garoto confiante.


- Vão. Vão acontecer coisas bem ruins com todos nós... Algumas eu vou conseguir retardar, mas não poderei evitar nenhuma... – disse ele de forma angustiada e sombria.


- Se você nos contar... – começou o outro sentindo que assim poderia aliviar a angustia do loirinho.


- Não posso, Johnny... Acredite, eu poderia piorar as coisas exponencialmente. – disse ele como se lhe doesse verdadeiramente falar aquilo. – O sofrimento, infelizmente, é uma das formas eficientes de vida ensinar o que as pessoas devem saber. – ele disse seriamente. – Tudo o que posso fazer é aconselha-los a aproveitar as chances de aprendizado sem sofrimento que a vida oferece e evitar sofrimentos desnecessários... – disse o loiro seriamente.


- Ah, ai estão vocês! – disse Sirius descendo as escadas que levavam ao dormitório e sorrindo para os dois amigos, sem reparar em nada de errado.


- Bom dia pra você também, Sirius. – disse John, dando a JJ tempo para se recompor.


- Bom dia Johnny. Bom dia Jay! – disse o moreno sorrindo para os amigos. – Vamos descer? Scott, pra variar, está faminto. – disse o moreno com cara entediada.


- Mas e a Sarah? – perguntou John repreendedor, pois a ruiva sempre levantava primeiro e esperava pelos quatro.


- Bom, vocês podem ir na frente que eu vou tomar um banho e espero pra descer com ela. – JJ oferceu a proposta que logo foi aprovada pelos outros três, então entregando o livro de John ao garoto, ele levantou-se de onde estava sentado.


- Então está certo, vamos logo que eu to morrendo de fome. – disse Scott já se dirigindo ao buraco do retrato.


- Se você fosse morrer, todas as vezes que diz que vai, Scott, nós teríamos te enterrado umas duzentas vezes... – comentou Sirius batendo na cabeça do primo e correndo com Scott em seu encalço.


- Nos vemos lá embaixo, Jay. – disse John enquanto corria para acompanhar a dupla de primos que iam a frente rindo muito.


- Até daqui a pouco, pessoal. – disse o loiro sorrindo, embora nenhum dos três, a essa altura pudesse mais ouvi-lo.


 


(...)


 


- Sozinho? – ele ouviu a voz de Sarah atrás de si, então abriu os olhos e separou com a ruiva sorrindo para ele à guisa de Bom dia.


- É, os rapazes já desceram, fiquei pra tomar um banho depois dos exercícios matinais e esperar por você. – disse ele sorrindo para a menina também e levantando-se da poltrona.


- Estranho, normalmente sou eu que espero vocês... – comentou ela estranhando o fato do irmão e do primo já estarem de pé.


- Não quando você acorda atrasada e seu irmão pra lá de faminto. – disse ele fazendo o pequena ruga na testa da garota se desfazer e ela começar a adquirir um leve tom rubro.


- Verdade... Me atrasei um pouco hoje... – disse ela levemente envergonhada.


- Vamos? – perguntou o garoto com um sorriso gentil.


- Claro. – disse ela aceitando o convite do loiro e retribuindo seu sorriso.


- Espera, Sarah. – disse ele fazendo a garota parar. – Tem alguma coisa aqui... – disse ele aproximando o rosto e sua mão direita do rosto da ruiva, para verificar uma mancha que havia próxima a boca da menina.


- O que é que você pensa que está fazendo, moleque! – disse James segundos antes de voar em cima de Jason derrubando-o sobre a mesa de centro próxima a lareira.


- James! – berrou Sarah entre assustada e irritada.


- Não se mete com a minha prima, ouviu? Já basta eu ter que aturar o seu irmão. – disse ele olhando perigosamente para Jason, que devido a queda estava tonto demais para rebater, ou mesmo para se levantar.


- Para James! – gritava Sarah enquanto o primo a arrastava para fora do Salão.


- Para você de se debater, Sarah! Precisamos ter uma conversinha. – foi a ultima coisa que JJ conseguiu ouvir daquela discussão.


- Sarah... – e foi a ultima coisa que ele conseguiu falar antes de perder os sentidos.


 


 





N/A: Bem pessoal, espero que gostem do cap... e não me detestem por deixá-los na expectativa... :$

Bom, não posso me demorar mais, então sem mais delongas, um agradecimento muito especial a Jheni weasley que vem lendo e acompanhando a fic. Brigada Fofa! Que bom que você ta gostando...



Bem, espero que tenham gostado e farei o possivel para continuar postando com regularidade.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.