Here Without You (03/11)

Here Without You (03/11)



Here Without You
Three Doors Down

Draco afagou o pêlo negro de Sharra. Sentia falta de Dam e de Mione, mas nada podia fazer. Sabia onde a garota estava, sabia o que fazer para persuadi-la a voltar, mas estava ferido e preocupado demais para isso.

A hundred days have made me older since the last time that I saw your pretty face
Uma centena de dias me fizeram mais velho desde a última vez que eu vi sua bela face

— O prateado ou o azul? – perguntou uma voz feminina, acordando-o de seus pensamentos.

Lidielle estava de pé em frente à porta, vestida com um chambre de cetim, segurando dois cabides com as roupas de patinação.

— Hoje não tem o branco? – perguntou ele em resposta.

— Não, eu o mandei para lavar e ainda não fui buscar – explicou Lidielle. – Escolha.

— Por que você não vai vestida do jeitinho que você está, hein?

O loiro começou a fazer cócegas na garota, fazendo-a rir. Quando, após algum tempo ouvindo-a suplicar, ele parou, a jovem deixou-se apoiar no rapaz, sentindo os braços firmes envolvendo-a.

— Obrigado por essa noite, Diel – murmurou ele, beijando o canto dos lábios da garota.

— Eu que agradeço... – Ela se desvencilhou e sorriu. – Azul ou prateado?

— Prateado, óbvio... – Draco sorriu, mas logo Hermione voltou a seus pensamentos. – Você tem certeza de que quer que eu vá?

— Tenho, sim. – Ela vestiu a malha, ajeitando cada detalhe com cuidado. – Draco, foi você quem me pôs aqui. É muito importante para mim.

Suspirando, ele deixou-se conduzir para fora do quarto. Lidielle pôs o sobretudo e saiu com o garoto em direção ao rinque.

A thousand lies have made me colder and I don’t think I can look at this the same
Mil mentiras me fizeram mais frio e eu não acho que possa olhar para isso da mesma maneira

O local era tão frio quanto era de se esperar. O fato de ser o início de Novembro agravava ainda mais a sensação térmica negativa. Lidielle separou-se de Draco para o aquecimento, mas logo retornou, suplicando ao rapaz que patinasse com ela. Como não fosse proibido, ele aceitou, despindo o pesado casaco e o suéter e calçando as botas de patinação. Ajudou-a, criticou-a, fez de tudo para que Diel prestasse atenção em suas falhas.

— Quanto você pesa, Diel? – perguntou ele, analítico.

— Sessenta quilos, de roupa de inverno, encharcada e pingando – respondeu ela. – Por quê?

— Quero tentar um giro com você.

O rapaz segurou-lhe a mão direita e ganhou alguma velocidade. Começou a girar ao redor da garota, tentando conduzi-la em uma pirueta relativamente difícil. O reflexo de cabelos castanhos e do sorriso que ele tão bem conhecia, no entanto, fizeram-no desviar a atenção para a arquibancada. Podia jurar que vira Hermione tomando um lugar próximo ao seu.

— Atenção, patinadores, para o início das competições. Todos os presentes, favor sair da pista – avisou a voz magicamente ampliada. – Repito: todos os presentes, favor saírem da pista.

Draco saiu com Lidielle, desejando boa sorte à garota e tomando seu lugar na arquibancada em seguida. A garota saiu-se muito bem no começo, não caindo uma vez sequer. Na única vez em que se desequilibrou, teve uma recuperação incrível. Foi muito aplaudida e conseguiu notas altíssimas. O programa longo foi ainda melhor. Fatidicamente, a garota ganhou o primeiro lugar.

Após as declarações para a imprensa, a morena foi ter com Draco. O loiro ergueu-se, esbarrando na moça a seu lado.

— Desculpe – disse ele, consternado.

— Não se preocupe. – A moça sorriu, mas ele não a fitara por um segundo sequer.

— Draco! – Lidielle atirou-se ao pescoço do rapaz, sorrindo, afogueada. – Eu não acredito, ainda!

— Parabéns – murmurou o loiro. – Eu acredito.

O olhar de Lidielle desviou-se para a garota ao lado de Draco. Ela estava estática, os olhos perdendo-se no gelo liso, um sorriso ébrio cingindo-lhe a face molhada de lágrimas quentes. A morena desvencilhou-se dos braços de Draco e tocou o ombro da moça. Os cabelos castanhos e encaracolados ricochetearam no ar quando ela se virou, pálida, o rosto iluminando-se ao ver a amiga.

— Hermione! – exclamou Lidielle, sorrindo e chorando. – Achei que você não vinha!

— Eu não prometi, Lidy? – Ela apertou mais o abraço. – Eu costumo cumprir o que eu prometo.

But all the miles that separated
Mas todas as milhas que separaram-nos
They disappear now when I'm dreamin' of your face
Elas desaparecem agora, quando eu estou sonhando com sua face

Draco não conseguia acreditar em seus olhos. Hermione estava ali, em sua frente, tão linda quanto sempre estivera, sorrindo e chorando.

Seu porta!, exclamou uma vozinha na cabeça dele. Ela é a melhor amiga de Diel, é óbvio que ela estaria aqui!

"Mas eu não consigo entender..."

Porque você gastou todo o seu cérebro se remoendo por ela ter te chutado.

"Não, não é isso... Tem algo de errado nela..."

Você queria o quê? Ela tá grávida!

E Draco entendeu. Ela não parecia grávida. Parecia estar na forma de sempre, mais magra, até. Já se haviam passado quase dois meses desde que o bebê fora concebido, ela já deveria apresentar um sinal, qualquer um, de mudança no físico.

— Olá, Hermione – disse ele, ainda digerindo o recém-obtido conhecimento.

— Olá. – A garota baixou os olhos. Não queria encará-lo.

— Como você está? – perguntou Draco, mais polido do que preocupado.

— Bem. – Ela sorriu, ainda sem fitá-lo. – E você?

— Esperava notícias suas. Você engravida e some...

A palidez da garota transformou-se numa lividez gélida. Lidielle, que já sabia da gravidez da amiga, chegou a exatamente a mesma observação de Draco, mas pronunciou-a em voz alta.

— Hermione, você não deveria estar mais... Sei lá, cheinha?

[Chorus]
I'm here without you baby but you're still alone on my lonely mind
Eu estou aqui sem você, querida, mas você ainda é a única em minha mente solitária
I think about you baby and I dream about you all the time
Eu penso em você, querida, e eu sonho com você o tempo todo
I'm here without you baby but you're still with me in my dreams
Eu estou aqui sem você, querida, mas você ainda está comigo em meus sonhos

— É, eu sei, eu deveria, mas... Bom, houve um contratempo... – Ela se calou. Não queria contar nada, a ninguém.

— O que houve, Hermione? – perguntou Lidielle, preocupada.

— Nada, não – mentiu a garota. – Vamos comemorar sua vitória?

Lidielle sorriu e saiu com eles do rinque. Draco não precisava de uma palavra sequer de Hermione. Quando, cerca de dois anos antes, ela se entregara a ele, abrira a mente permanentemente ao loiro. Draco conseguia enxergar o que ela não queria pronunciar: Harry fora vê-la, pedira para ela abortar a criança. Entregara a ela a poção, e a persuadira. A cena delineava-se na mente de Draco, um espelho do que realmente acontecera. Harry deixara-a a sós, e a garota estava levando a poção à boca...

— Draco! – exclamou Lidielle, chamando-o pela tricentésima vez.

— Ahm? – Ele não conseguia mais ver. Hermione bloqueara o restante sem querer. – Que foi?

— Estou há meia hora perguntando se você quer ir almoçar ou não – disse a morena, magoada.

— Ah, sim, claro, vamos. – Ele forçou-se a sorrir, mas não pôde encarar Hermione.

Se a garota tivesse consciência do que ele vira, saberia por que ele evitava os olhos dela como se evitasse um encontro com Voldemort. Draco não queria acreditar que ela matara a criança. A criança que não tivera culpa de nada.

E o pior de tudo é que os sintomas são compatíveis..., pensou ele, arrasado. A palidez pela perda de sangue, a magreza pelo enjôo e a falta de apetite que a poção desencadeia... Ah, Hermione, por quê?

And tonight it's only you and me
E hoje à noite somos só você e eu

Almoçaram e passaram a tarde juntos, os três. Lidielle foi obrigada a voltar para casa mais cedo porque "tinha trabalho a fazer no dia seguinte". Draco ofereceu-se para acompanhar Hermione até em casa, e, constrangida, ela aceitou. Foram andando as poucas quadras que separavam a casa de Diel da de Hermione, e chegaram em pouco tempo.

— Posso entrar? – perguntou o loiro, finalmente fitando-a.

— Claro – murmurou ela, embaraçada.

Eles subiram as escadas, o som dos passos leves e tensos de Hermione contrastando com o pisar forte, seguro e aterrador de Draco. A garota abriu a porta, convidando-o a entrar, e entrou em seguida.

— Não mudou nada desde a última vez em que estive aqui – comentou ele.

— É, eu sei... – Ela assobiou e Nostradamus apareceu, arfando, feliz.

— Olá, garoto – disse o rapaz, sorrindo. – Como você está, hein?

Enquanto Draco afagava o pêlo de Dam, a jovem aproveitou para tomar um banho e trocar de roupa. Voltou para a sala para encontrar o loiro sentado no sofá, encarando-a, o vento frio adentrando a janela aberta. Hermione sentou-se ao lado do rapaz, a cabeça baixa, a expressão vazia. Poderia ter evitado esse constrangimento se tivesse cessado as cortesias do loiro antes de chegar a esse ponto.

— Não tem nada que você queira me dizer, Mione? – perguntou ele, sério, após algum tempo apenas esperando que a ex-namorada se pronunciasse.

— Não – mentiu ela. – Por quê?

— Porque você está estranha – replicou ele, firme e incisivo.

— É o que acontece quando paramos para pensar no que fizemos da nossa vida... – O olhar dela perdeu-se no horizonte visto através da janela. – Falhei com Harry, e agora falhei com você também... Não é demais para uma pessoa só?

— Você falhou com mais uma pessoa, Hermione – sentenciou Draco, sentindo que se não falasse, morreria com aquilo sufocando-o. – Por que você matou essa criança?

— Como? – Ela não parecia entender. – Você...

— Sim, eu sabia que você estava grávida, eu vi seus exames, Lidielle também viu. – Ele moveu a mão direita, que antes repousava na cabeça de Nostrdamus, para apoiar-se e poder fitar a garota. – Como você conseguiu ser tão fria? Os seus erros não justificam a culpa que você atribuiu a essa pobre criança!

— Meus erros?! – exclamou ela, incrédula. – A culpa foi sua! De vocês dois!

— Tenhamos errado os três, que seja! – Ele se ergueu. – Você não precisava descontar nesse filho!

Furioso, Draco deu as costas a Hermione, saindo pela porta e batendo-a com força. Ouviu o grito de dor e ódio da garota que abandonara repercutindo nos vãos da escada e dos corredores, mas não se abalou. Podia perdoar tudo, qualquer coisa, menos a morte de um inocente.

The miles just keep rolling as the people leave their way to say hello
As milhas apenas continuam passando, enquanto as pessoas deixam seus caminhos para dizer "olá",
I've heard this life is overrated but I hope it gets better as we go
Eu tenho ouvido que essa vida é sobrecarregada, mas eu espero que ela melhore enquanto seguimos

O caminho para casa nunca lhe parecera tão comprido e escuro. O vento frio tentava arrancar-lhe o casaco com violência, mas Draco apenas continuava seguindo. Passou pelo parque em que normalmente levava Nostradamus para passear, e onde passava a maior parte de seu tempo, agora que Sharra era tudo o que lhe restava. Olhou com quase pesar para as árvores nuas, o vento açoitando-as com tanta força que elas se curvavam, submissas, para não se partir.

E eu vinha aqui todo santo dia, procurando alguma sombra para poder simplesmente esquecer tudo...

Continuou o caminho, a cabeça baixa, os pensamentos entrecortando-lhe o cérebro e enlouquecendo-o de tal modo que tudo o que ele queria era atirar-se na cama e fingir que Hermione nunca engravidara. Apressado, zonzo como se bêbado, mas de desgosto e ressentimento, ele venceu os últimos metros que o separavam de sua casa. Adentrou a sala, ouvindo o latido melodioso de Sharra, e, chamando a cadelinha, subiu as escadas. Quanto menos pensasse na garota e na morte da criança, menos sentiria-se mal. Tomou um banho longo e morno, vestiu apenas o estritamente necessário e atirou-se na cama, afundando o rosto no travesseiro de tal maneira que mal podia respirar. Virou o rosto, os olhos deparando-se com a foto que guardara de Hermione e Nostradamus. Suspirando, o rapaz estendeu a mão e tombou o porta-retrato. Não queria ter que encarar aquele sorriso. Cochilou com a cabeça de Sharra em suas costas, o rosto voltado para o porta-retrato caído, querendo apenas que tudo ficasse bem novamente.

[Chorus]
And tonight girl it's only you and me
E hoje à noite, garota, somos só você e eu

Harry abriu a porta do apartamento, crente de que encontraria Camilla já dormindo. A loira, no entanto, estava bem acordada e consciente.

— Não estava com outra, eu juro, Milla – começou ele, antes que a garota pudesse se pronunciar.

— Eu sei – murmurou ela, cansada, tremendo de pavor.

— Milla? – Ele tocou os ombros pálidos da garota. – O que houve?

— Nada – mentiu Camilla, os músculos retesando-se involuntariamente para tentar repelir a mão de Harry.

— Não minta para mim – pediu ele, uma ordem quase implorada. – Diga-me, o que houve, meu amor?

Tudo o que recebeu em resposta foi um soluço abafado e um virar de rosto. O moreno ergueu a face da namorada, forçando-a a fitá-lo, e repetiu a pergunta. Camilla desvencilhou-se de seus dedos e andou um pouco para trás. Estendeu o braço em direção a uma sacola de papel e atirou-a ao chão, indicando com um olhar que Harry devia ver aquilo. O moreno curvou-se e examinou o conteúdo da sacola. Eram os restos das ervas que ele usara para fazer a poção que dera a Hermione.

Everything I know, and anywhere I go
Tudo o que eu sei, e em qualquer lugar que eu vou
It gets hard but it won't take away my love
Isso se torna mais difícil, mas não vai jogar fora meu amor

— Cami, por favor, eu posso explicar... – começou ele, sem jeito.

— Estou certa de que pode – replicou ela, irônica. – Mas será que eu quero ouvir essa explicação?

— Por mim, Milla, ouça – pediu Harry, suplicante.

— Ouvir o quê, Harry? – perguntou ela, enfurecida de pesar. – Que você engravidou Hermione? Que você pediu para ela tirar o filho? Que você nem percebeu o quanto eu estou diferente? Que você não consegue mais me amar porque eu mudei? Que eu não confio em você e você não é adivinho? Eu já sei de tudo isso! Eu sei de tudo, Harry! – As lágrimas corriam pelo rosto alvo, pálido e macio da garota. – Eu sei de tudo e você nem se importa!

— Eu não entendo, Cami, eu te amo, eu juro... – Ela ergueu a mão, interrompendo-o, e atirou-lhe um maço de papéis. Eram os exames de Hermione, que ele roubara da pasta de Draco quando este sem querer os levara ao trabalho, e um envelope pequeno. Cauteloso, ele abriu o envelope. Era um exame de Camilla. Um agendamento de ultrasonografia trouxa. No parêntesis do exame estava escrito "gestação de dezoito semanas." Boquiaberto, ele voltou-se para a namorada. – Eu não... Por que você não me disse?

— Você passava tempo demais com as outras para perceber que já tinha feito o estrago em mim – murmurou ela, ressentida, mas firme. – Você estava preocupado demais com a possibilidade de Hermione estar grávida para me ouvir. Você não percebeu, Harry, nem ao menos tentou perceber. Acho que agora é tarde, não é?

E, sem mais palavra, a loira desaparatou. Harry deixou-se cair na poltrona, desolado. Pedira – não, ordenara – a Hermione que tirasse o filho, e perdera a criança que Camilla carregava por não tê-la querido ouvir. Desanimado e cansado, ele pensou em tentar seguir a namorada, descobrir para onde ela iria, buscá-la, ficar com ela. Depois, percebeu que não adiantava. Ele fizera exatamente a mesma coisa com Hermione: dissera que a amava, usara-a, amara-a verdadeiramente, sim, mas, quando ela mais precisou de si, deixou-se partir de sua vida sem deixar uma boa memória para trás. Era tarde.

And when the last one falls, when it's all said and done
E quando o último cai, quando está tudo dito e feito
It gets hard but it won't take away my love
Isso se torna mais difícil, mas não vai jogar fora meu amor

Cansada, Camilla bateu à porta da garota, rogando a Merlin que ela a acolhesse. A porta foi aberta por uma Hermione cansada e abalada que, vendo que a amiga encontrava-se num estado de gravidez já não tão disfarçável, impeliu-a a entrar.

A loira contou tudo o que podia a Hermione. Tudo, mesmo o que não queria. Contou da poção, contou sobre os exames, sobre a canalhice de Harry, sobre a falta que sentia do tempo em que era tudo diferente, menos cheio de intrigas e armações. Compadecida, e vendo em Camilla um reflexo de parte de seu sofrimento, Hermione enlaçou-a, embalando-a com uma canção que sua mãe costumava cantar-lhe para dormir.

O que mais doía em ambas as garotas era saber que elas amavam os dois que as haviam feito ficar daquele jeito. A mente de Hermione resvalou para a memória lívida que tinha do frasco da poção tocando seus lábios, e ela afastou-a com uma aceno de cabeça. Não adiantava remoer. Tivera a chance, e estava feito, não podia desfazer. Teve dó de Camilla, que cometera o erro que ela mesma repetira. Harry não servia para ser pai, ela atestara isso. Harry não servia para ser nada. Draco também não. Ele desconfiava demais. Seria pior se tivesse dado certo. Era algo que ela sentia. E ela queria explicar por que não podia mais dar certo.

*~*~*~*

Lidielle espreguiçou-se, sonolenta. Odiava ser acordada de madrugada, mas nada podia fazer. Beijando com delicadeza o peito do rapaz que a enlaçava, ela desvencilhou-se dos braços firmes dele, erguendo-se e envolvendo-se com o robe. Encaminhou-se até a cozinha, esfregando os olhos e bocejando, e pegou com dedos lânguidos e pesados de sono a carta da perna da coruja. Era de Hermione, escrita às pressas.

Lidy,

Sei que você odeia ser acordada de madrugada, mas eu quero um favor seu. Preciso que você venha até aqui em casa, fazer companhia a Camilla por algum tempo. A história é comprida e eu estou com pressa; juro que conto-lhe assim que puder.

Mione

Suspirando, a garota voltou ao quarto, entrou no banheiro da suíte e lavou o rosto. O som de água, seguido do rangido da porta do guarda-roupa abrindo-se, despertou o homem deitado em seus lençóis.

— Onde você vai? – murmurou ele, cansado, num bocejo.

— Na casa de uma amiga, John. – Ela abotoou o jeans e beijou os lábios do rapaz com ternura. – Se tudo der certo, volto em pouquíssimo tempo, tudo bem, querido?

Com um muxoxo de desagrado por parte do rapaz, Lidielle vestiu a camiseta e o casaco e aparatou direto na casa de Hermione. Esta já estava pronta para sair, e parecia impaciente.

— Cheguei – disse Lidielle, esfregando os olhos, mas bem atenta.

— Obrigada, Lidy, você não sabe o quanto isso é importante para mim... Apenas tome conta de Camilla para que ela não fique muito deprimida, por favor... Ela está dormindo, é apenas para o caso de ela acordar. – Hermione deu um beijo na bochecha da amiga. – Obrigada, Li.

Logo depois, ela saiu correndo porta afora, os pés correndo rápido demais, deixando para trás uma Lidielle muito confusa e uma Camilla desequilibrada emocionalmente e adormecida.

[2x]
[Chorus]
And tonight girl it's only you and me
E hoje à noite, garota, somos só você e eu

Draco acordou com o barulho da porta sendo esmurrada. Sharra latia muito, muito alto, e ele não teve outra solução que não levantar e descobrir quem estava fazendo aquela algazarra àquela hora da noite. Ou madrugada, que fosse, ele não queria saber. Pegou o roupão e vestiu-o, resmungando enquanto descia as escadas. Acabara de conseguir realmente adormecer, sem pensar em Hermione, e então tinha que acordar? Raivoso, ele escancarou a porta, pronto a mandar quem quer que fosse para o raio que o partisse. Sua boca, no entanto, resolveu não obedecer ao comando quando seus olhos fitaram Hermione.

A garota adentrou a sala, tão sua conhecida, e acendeu a lareira. Draco fechou a porta com força, e o som ecoou. Hermione esperou que o som se findasse para abrir a boca, mas Draco falou primeiro:

— Não temos nada a conversar. Peço que se retire.

— Não enquanto você não ouvir o que eu tenho a dizer – replicou Hermione, firme.

— Dizer o quê? Você matou essa criança; eu não quero ter nada a ver com a assassina de um bebê! – exclamou ele, enraivecido. – Um bebê, um ser sem defesa, sem culpa!

— Que provas você tem?! – tornou ela, alteando involuntariamente a voz.

— Sua mente disse-me tudo o que eu precisava saber, Hermione! – retrucou ele, frio e incisivo. A garota empalideceu. – Não adianta ficar com medo, agora, porque você sabe que errou!

— Errei ao ter vindo aqui! – exclamou, furiosa, sentida. – Você não tinha o direito de ler minha mente!

— E aí nunca saberia do triste destino do seu filho! – bradou Draco, furioso.

— Sim, Draco, do meu filho, só meu! – gritou a garota, chorando de ódio. – Você não tem nada a ver com ele!

— Você achava que eu era o pai, então ele era tanto meu quanto seu! – Por que ele fazia isso? Que discussão estúpida era aquela, e a que levaria?

— E você praticamente jurou que não me havia tocado! – Ele realmente quase jurara, ou a cólera a estava impedindo de raciocinar direito? – Como se atreve a reivindicar o meu filho agora?!

— Ponha-se daqui para fora, Hermione! – berrou ele, finalmente com ódio. A garota calou-se e retraiu as lágrimas.

Draco abriu a porta, mas Hermione não saiu. A garota ajoelhou-se e chamou Sharra, brincando com a cadelinha por alguns instantes antes de se virar para o ex-namorado e fitá-lo fundo nos olhos.

— Eu tinha vindo aqui apenas para esclarecer uma coisa. – Ela se ergueu, suspirando, e saiu. Quando Draco preparava-se para fechar a porta, ela sorriu e virou-se para ele, quase sarcástica. – E, só para você saber, eu não tomei a poção.

O rapaz ainda tentou abrir a porta e fazê-la repetir a sentença, mas ela já aparatara. Consternado, ele não pôde evitar se perguntar quantos erros mais cometeria até conseguir entender o que fazer.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~* Harry/Hermione/Draco *~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Yep, yep, eles brigaram de novo. Tirando a Lidielle, ninguém está conseguindo manter um relacionamento por muito tempo… Tsc, tsc… É para a gente ver que mentir é sempre uma péssima idéia. E ficar de porre também. (XDD)

Leitores do meu coração, pelo amor de todas as divindades mágicas e não-mágicas, comentem!! Amo ler os comentários de vocês; mesmo os mais curtinhos já são um grande elogio!

Agradeço a Chaenny (que ficou indignada com o Harry e com a minha demora para postar o capítulo), a LuanaH² (cuja pergunta eu respondo agora: o poeminha se chama Últimas Palavras, e foi escrito por mim mesma. Assim sendo, muitíssimo obrigada pelo elogio), a Naty (que eu acho que nunca agradecerei o suficiente, pela paciência, críticas construtivas e amizade), a todas as pessoas que eu agradeci no capítulo passado e a todas as pessoas que lêem mas não comentam... Apesar de isso ser triste (ver tanta gente lendo e não comentando), significa que essa fic presta, ao menos ^^

Thank you all!!

o/ See ya!! =**

P.S.: Aviso para a Naty: você está terminantemente proibida de ficar "comendo comments"!! Nada de postar dez comentários seguidos, viu? (Yep, agora a chantagem fica brava. Fazer o quê, estamos no capítulo 4 de 6, sem contar o epílogo... Eu sou cruel)

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