Em busca da última Horcrux



Harry nunca estivera tão contente. E isto era notado por todos no castelo. Não demorou muito a surgir boatos sobre o que poderia ser, obviamente as pessoas mais maldosas logo ligaram sua felicidade com o baile do dia dos namorados e o sumiço dele e Gina, e começaram a fazer especulações. Eles não ligavam, já estavam acostumados com os comentários e cochichos por onde passavam. Quem parecia se importar era Rony, que quase arrumou briga com um quintanista da Corvinal certo dia, quando ele comentou que “Gina deveria ser realmente maravilhosa, pela cara que o Potter estava fazendo”. Harry o segurou e respondeu, para que só ele pudesse ouvir – “Você não pode imaginar o quanto!”. Rony ficou ainda mais vermelho do que já estava, mas Harry o puxou, dando risada da cara do garoto, que não sabia onde enfiar a cara.


Gina também estava enfrentando o mesmo problema e certa vez, quando inquirida por uma garota da Sonserina sobre o que tinha acontecido naquele dia, ela respondeu – “Você não pode imaginar! Uma loucura, ele parecia um animal. Um verdadeiro dragão, nunca vi tanto fogo!” – e saiu sorrindo, deixando a garota morrendo de inveja.


O casal já tinha conversado seriamente sobre estes assuntos e tinham chegado à conclusão que esperariam o momento certo, após a derrota de Voldemort, para aprofundarem a relação. Ambos achavam que não havia clima para algo tão sério. Só depois que contaram sobre este voto a Rony que o rapaz ficou mais tranqüilo e começou a achar graça dos comentários das pessoas, chegando até a entrar na brincadeira também, fingindo estar com ciúmes da irmã e jurando fazer alguma coisa contra Harry caso ele tivesse “desonrado” a menina.


Nos dias que se passaram, a primavera se fez presente, cobrindo os campos com flores. Até o Salgueiro Lutador parecia feliz, quando balançava seus galhos magistralmente, cobertos de folhas e flores. Os casais aproveitavam a estação para passear pelos terrenos da escola, aproveitando ao máximo o tempo livre.Os quatro amigos tentavam aproveitar ao máximo seu tempo livre que infelizmente não era muito.


Com a descoberta do novo feitiço uma nova determinação nasceu em seus corações, portanto eles dobraram os esforços para encontrar a Horcrux que faltava. Harry já tinha uma idéia sobre onde ela poderia estar escondida, mas precisava saber qual era o objeto que deveria procurar e isto estava difícil de descobrir. Hermione e Gina haviam sido dispensadas por Harry da maioria de suas tarefas e ficavam pesquisando na biblioteca a maior parte do tempo. Rony e Cho assumiram a responsabilidade de treinamento dos outros membros. Após o natal, Cho estava se dedicando muito mais à Armada, se aproximando de Harry e seus amigos. Ela não perguntou o que as meninas estavam fazendo, sabia que deveria ser importante. Assumiu suas novas responsabilidades e estava tentando executá-las o melhor possível.


Num final de tarde, no início de Março, as duas garotas estavam na biblioteca a pouco mais de uma hora. As aulas do dia já haviam acabado e logo o jantar seria servido. Gina estava procurando num livro velho e acabado, chamado “A moda bruxa através dos tempos”, completamente desanimada, quando de repente estacou. Arregalou os olhos e leu de novo o que estava escrito, agora com toda a sua atenção.

Um capítulo do livro era destinado aos fundadores de Hogwarts. Falava de como Godric era elegante, descrevia as manias de Salazar, a beleza de Helga e Rowena. Citava que Rowena possuía um belo broche, que sempre usava e que desaparecera após a morte misteriosa de sua última descendente, uma bruxa chamada Cíntia Haslog, que morava na Alemanha. Isto ocorrera há quase cinqüenta anos. Ela não agüentou a emoção e se levantou, gritando:


- ACHEI! Mione eu achei!
- Que? – Perguntou a outra, levantando a cabeça, assustada.


Mme Pince saiu do meio das prateleiras com uma cara feroz. Gina pediu desculpas, fez sinal para Hermione segui-la e saiu da biblioteca. Quando dobraram a esquina do corredor, Gina puxou-a para dentro de uma sala de aula que estava vazia. Hermione estava sem entender nada, olhava curiosa para a amiga. Gina lhe estendeu o livro dizendo:


- Leia!


Hermione pegou o livro e leu onde a amiga indicava. Aos poucos sua boca foi se abrindo e em seguida, formou um imenso sorriso. Ela olhou para Gina, com os olhos brilhando e disse.


- Só pode ser isso. Gina, você descobriu a última Horcrux. – E abraçou a amiga, emocionada, que correspondeu o abraço na mesma intensidade. Depois de alguns instantes elas se separaram e Mione continuou – Agora precisamos contar pro Harry. Ele vai ficar tão feliz...
- Não! – Disse Gina, o sorriso sumindo do seu rosto – Não podemos falar pra ele.
- Quê? Como não? Você está louca, Gina? Nós estamos procurando isso à quase um ano, e agora que achamos você não quer que a gente vá atrás? Sem esta maldita Horcrux, Harry não tem chance de destruir Voldemort.
- Eu sei. Não estou dizendo que não devemos ir atrás, estou dizendo pra não contarmos pro Harry, só isso.
- Não entendi ruiva. Nós temos que contar pra ele.
- Mione me escuta. Nós vamos. Eu, você e o Rony, mas nós não vamos avisar o Harry.
- Gina, você não pode estar falando sério. – Hermione estava pasma com a amiga.
- Nunca falei tão sério na minha vida. Mione, eu sei que o Harry acha que é o responsável por tudo que está acontecendo, mas ele não é. Assim que ele souber que descobrimos o que é a Horcrux, ele vai atrás.
- Mas esta é a idéia, Gina.
- Eu sei. Calma, me deixa explicar. Então, ele vai sair feito louco atrás disto, vai se arriscar e provavelmente se ferir de novo. Mione, eu não agüento mais ver o Harry naquela cama de hospital. – Completou ela, com uma lágrima no olho.
- Gina eu entendo o seu medo. Mas nós temos que ir.
- Eu sei, já disse que vamos. Mas eu ire no lugar dele. Não posso deixar que se arrisque de novo, ele mal se recuperou do atentado. Talvez não sobreviva às armadilhas que devem estar protegendo aquilo. Isso sem falar que ele precisa estar bem de saúde pra lutar contra o Voldemort depois que destruímos esta última Horcrux, o que não vai acontecer se ele for com vocês.
- Mas... Gina. – Tentou argumentar Mione – O Harry mata a gente se te levarmos. Se acontecer alguma coisa com você, que é bem provável, eu acho que ele enlouquece!
- E eu Mione? Posso enlouquecer? Porque é isso que vai acontecer se tiver que passar mais uma noite na cabeceira da cama dele. Se ponha no meu lugar. E se fosse o Rony?
- Droga Gina! Lógico que eu faria qualquer coisa por ele. E você tocou noutro ponto. O Rony não vai deixar de jeito nenhum.
- Você pode convencê-lo. Mione entenda bem. Eu estou pedindo a sua ajuda. Se você não me ajudar, eu vou sozinha. Sei onde tenho que procurar.
- Como assim? Você sabe onde está a Horcrux? Como?
- Como eu disse, foram várias noites na cabeceira da cama dele. Numa destas noites ele deixou escapar onde acha que está, enquanto delirava.
- E onde é?
- Só digo quando estivermos a caminho. – Disse Gina, em tom definitivo.
- Muito bem. – Rendeu-se Hermione – Vamos atrás do Rony.


As duas moças foram ao encontro do rapaz, que estava terminando uma sessão de treinos com os alunos do quinto ano, junto com Cho. Mione o chamou de canto, e os três passaram mais de vinte minutos discutindo. Cho percebeu que Rony ficara muito nervoso e não queria concordar de maneira alguma com o que as duas estavam falando, mas Gina era uma garota decidida. Depois de bater o pé, Rony começou a ceder. Ela não podia ouvir o que estavam conversando. Quando ela já estava dispensando a turma e o barulho da sala havia diminuído, ela ouviu Rony falar:


- Tudo bem! Eu desisto. Vou com vocês senão é bem capaz mesmo de vocês irem sozinhas, suas malucas. Mas vamos agora, senão ele vai suspeitar alguma coisa e impedir a gente. Pra onde vamos?
- Pro cemitério!
- Cemitério? Aquele cemitério onde Voldemort levou o Harry e o Cedrico?
- É. Lá mesmo.



Cho gelou ao ouvir isto, mas não conseguiu ouvir mais nada, pois os três saíram da sala. Começou a imaginar o que é que eles iriam fazer num lugar como aquele, um cemitério trouxa. Mas logo depois esqueceu o assunto, pois tinha que fazer sua ronda.


Rony não estava nada satisfeito com aquela história. Ele fora completamente contra a idéia de ir atrás da Horcrux sem o Harry. Já havia ficado claro que as armadilhas que Voldemort preparara só poderiam ser superadas por alguém muito poderoso, como ele mesmo. Se Harry, que era muito mais poderoso que eles mal tinha conseguido escapar da última vez, que chances eles três teriam? Isso sem falar que levar Gina era uma loucura. Ele sabia que sua irmãzinha era corajosa e talentosa, mas não pra enfrentar o que certamente eles enfrentariam. Ele só concordou em ir porque as duas ameaçaram irem sozinhas, o que seria impensável. Se alguém tinha que passar por um perigo maior, esse alguém seria ele.


Os três deixaram o castelo e foram em direção aos portões. Tinham pensado em pegar a capa de invisibilidade de Harry, mas tiveram que mudar de idéia, já que ele estava na sala corrigindo uma pilha de redações das aulas de DCAT que ele havia dado naquela semana, que fora de lua cheia. Quando chegaram aos portões, cumprimentaram o vigia, um garoto da Corvinal que estava na sexta série e saíram. Assim que cruzaram o portão, Rony levantou a varinha com a mão direita e logo em seguida o Noitebus apareceu na frente deles. Como eles nunca tinham ido até a cidade de Little Hangleton, onde ficava o cemitério, não poderiam aparatar lá. Disseram ao condutor seu destino e procuraram um lugar para sentar.


Depois de alguns minutos e muitos sacolejos, o ônibus parou no centro da pequena cidade. Já era início da noite e as pessoas já estavam em suas casas jantando, ou nos bares da cidade. Os três desceram do ônibus e logo em seguida, com um estampido ele desapareceu. Eles olharam em volta, tentando se orientar. No alto de uma colina, eles encontraram o que estavam procurando. Entreolharam-se, respiraram fundo e seguiram em direção ao cemitério da cidade.


Lá chegando, não encontraram ninguém. Nenhum vigia, zelador, nada. Não tiveram dificuldade para entrar. Mas esta não era a preocupação de Rony, que ia à frente, com sua varinha na mão. Sua dúvida era se conseguiriam sair dali vivos.



Já era noite quando Harry terminou de corrigir as redações. Ele se espreguiçou em sua poltrona e olhou o relógio. Não era à toa que estava faminto, já passava muito da hora do jantar. Levantou-se de onde estava e sentou-se na mesa destinada a refeições. Logo um prato apareceu na sua frente e ele começou a jantar. Começou a se perguntar onde estariam os outros. Era muito estranho Gina não ter vindo procurá-lo para que jantassem juntos, como era de costume. Provavelmente ainda estaria na biblioteca com Mione, pesquisando nos livros. Mas e Rony? Seu amigo não aparecera depois da aula. Ele vira Cho, não fazia muito tempo. Os dois estavam juntos, por que ele não viera com ela, como de costume?


Com uma cisma, ou como diriam os trouxas, “com uma pulga atrás da orelha”, Harry terminou de jantar rapidamente e saiu em busca dos amigos e da namorada. Foi direto à biblioteca, mas esta estava vazia. Começou a ficar preocupado. Foi até a sala comunal da Grifinória, mas eles também não estavam lá. Perguntou a várias pessoas e ninguém havia visto nenhum dos três desde antes do jantar. Um aluno do quinto ano contou que tinha visto os três discutirem no final da aula, e que Cho talvez soubesse de alguma coisa.


Harry saiu em desabalada carreira pelo castelo à procura de Cho Chang. O que poderia ter causado aquela discussão entre os três? Porque ninguém lhe falara nada? E onde diabos eles estariam? Tinha alguma coisa errada acontecendo e Harry estava começando a ficar apavorado. Quando ele chegou ao salão principal, viu ao longe os longos cabelos da amiga, que se dirigia para a passagem que dava em direção à sala comunal da corvinal. Correu em direção a ela, chamando seu nome.


- Cho! Espera, preciso falar com você.
- Oi Harry.- Respondeu ela, parando e se virando para falar com ele – Algum problema?
- Não sei. Você viu o Rony, a Mione e a Gina?
- Não. Não os vejo já há algum tempo.
- Me disseram que eles estavam discutindo na aula antes do jantar.
- É, elas foram falar com ele sim. Não posso afirmar que discutiram, mas conversaram por um bom tempo. Depois saíram e eu não os vi mais.
- Sobre o que eles estavam falando? Você ouviu?
- Não, eu não ouvi. E mesmo que tivesse ouvido, não sou fofoqueira, Harry. Se não falaram nada pra você devem ter tido um bom motivo.
- Cho, não quero que você faça fofoca. Não é isso, é que eu estou preocupado. Não encontro eles em lugar nenhum do castelo.
- E daí? Eles devem estar por aí, em algum lugar perto, preparando alguma surpresa pra você.
- Cho. – Harry estava começando a perder a paciência – Você se lembra o que aconteceu da última vez que alguém saiu escondido do castelo? Como voltaram?
- Claro! Quer dizer... – E a garota ficou pálida. Lógico que ela se lembrava do dia – Você está querendo me dizer que eles saíram pra cumprir alguma missão?
- Isso! Elas estavam pesquisando algo pra mim, e assim que encontrassem tinham que me avisar, pra eu poder ir atrás, como da outra vez. Elas devem ter descoberto, mas ao invés de vir me contar foram falar com o Rony e convenceram-no a ir com elas sem mim. Cho, eu quase morri aquele dia. Eles não vão ter a menor chance, os três vão morrer se eu não encontrá-los. Me ajuda, tenta lembrar de alguma coisa.
- Tá. Deixa-me pensar, acho que ouvi alguma coisa sim. – A garota estava pálida, tão pálida quanto ele. Depois de alguns segundos, ela disse – Lembrei. Droga, Harry, eu devia ter percebido que não era coisa boa. Eles falaram do cemitério, aquele cemitério onde o Cedrico morreu.
- NÃO!Como eles descobriram? O túmulo dos Riddle. Tenho que ir pra lá agora. – Disse ele, se virando e começando a correr em direção à sua sala.
- Eu vou com você. – Disse Cho, correndo atrás.
- Sem chance! – Respondeu ele, ainda correndo e olhando para trás – Não quero mais ninguém correndo perigo.
- Se eu tivesse prestado mais atenção, talvez eles não estivessem em perigo. Você pode precisar de ajuda, Harry.
- Ok! – Disse ele, parando de chofre – Você vai, mas promete que vai obedecer qualquer ordem que eu der e não vai fazer perguntas sobre o que está acontecendo. Concorda?
- Tudo bem. – Respondeu ela, não conseguindo evitar uma trombada nele – Mas para onde estamos indo? Não tínhamos que estar saindo do castelo para podermos aparatar?
- Não temos tempo a perder. Há uma outra maneira de deixar o castelo. Venha comigo.


Eles continuaram correndo até a sala de Harry. Assim que entraram, ele se dirigiu para Neville que estava por ali.


- Neville! Você está no comando até eu voltar. Avise a diretora que nós saímos. Rony, Mione e Gina também estão fora. Deixe Mme Pomfrey de sobreaviso, acho que vamos precisar dela na volta.
- Ok! – Respondeu o rapaz, atônito.
- Fawkes! – Chamou Harry, virando-se para a ave que estava em seu poleiro dormindo com a cabeça embaixo da asa. Imediatamente ela levantou a cabeça e voou até o ombro do rapaz – Precisamos de uma carona, minha amiga. Pode nos levar até o cemitério de Little Hangleton?


A ave piscou para ele, abriu as asas e Harry mal teve tempo de segurar no braço de Cho antes deles sumirem, deixando Neville e os outros que estavam na sala boquiabertos. Mas em seguida, se recuperando do choque, Neville saiu correndo para avisar a diretora sobre o que estava acontecendo.


Assim que transpuseram os portões do cemitério, Gina e Hermione sacaram de suas varinhas e conjuraram luz, pois a noite caíra rapidamente e uma escuridão irreal caía sobre eles. Rony ia um passo à frente das duas, com Gina à sua direita e Mione à esquerda. Ele estava totalmente concentrado, todos os seus sentidos estavam alertas. Ele não ia cair noutra armadilha, como aquela da planta no orfanato. Qualquer som, qualquer movimento do vento balançando as folhas das árvores era ouvido e passível de uma reação. Mione vinha atrás, sua boca estava seca. Havia falado pra Gina iluminar o caminho o máximo possível, para que nada os pegasse de surpresa, mas ela estava muito preocupada. Rony ia de encontro ao perigo de peito aberto e Gina, apesar de sua enorme coragem, não fazia a menor idéia dos riscos que corriam. Ela admirava a amiga, que estava fazendo aquilo por amor a Harry. Ela faria a mesma coisa se estivesse no lugar dela, mas temia o que poderia lhes acontecer. Se eles morressem ali, talvez Harry não conseguisse superar a perda e se entregasse a Voldemort. E isso seria o fim para o mundo bruxo.


Caminharam alguns metros pelo cemitério, contornando os túmulos, seguindo pela rua principal. Eles não faziam a menor idéia de onde procurar o túmulo dos Riddle, então decidiram ir até o centro do cemitério. Mas antes mesmo de chegarem lá, eles viram que do lado esquerdo de onde estavam havia uma inclinação, um pequeno morro e atrás deste estava ainda mais escuro que o restante do cemitério, como se alguma coisa impedisse que a luz da lua chegasse até o chão. Rony apontou para esta direção com a cabeça as meninas concordaram e eles seguiram para lá. Rony estava suando frio, sua mão estava toda suada, mas ele se mantinha firme.


Quando eles chegaram no alto do pequeno morro, vislumbraram o túmulo da família Riddle abaixo, a uns trinta metros de distância. Quando deram o primeiro passo para dentro da escuridão que cercava o local, Rony ouviu um silvo. Mal teve tempo de conjurar um escudo, gritando “Protego” e uma chuva de dardos bateu contra o escudo.


- Fiquem atrás de mim! – Gritou ele, enquanto outra saraivada atingia o escudo – Estes dardos devem estar envenenados.
- De onde eles vêm? - Perguntou Gina.
- Não consigo ver. – Disse Mione – Está muito escuro.
- Tentem destruir assim mesmo. Não posso agüentar muito tempo – Disse Rony, se concentrando para manter o escudo, que era severamente castigado pelos dardos – Temos que superar isto e continuar avançando.


As meninas começaram a lançar feitiços na direção de onde vinham os dardos, às cegas. Lançavam tudo que se lembravam, desde Reducto a Bombarda. No começo pareceu fazer efeito, tanto que eles conseguiram avançar um pouco. Mas logo depois, os ataques deixaram de fazer efeito. Os ataques recomeçaram com uma intensidade ainda maior, parecia que havia dobrado o número de agressores. Agora eles estavam no meio do caminho, e eram atacados por todos os lados. As meninas tiveram que conjurar escudos também para proteger a retaguarda. Estavam encurralados, não tinham como se mexerem sem serem alvejados.


- Tive uma idéia! – Disse Rony – Se preparem para correr. Segurem no meu braço.


Rony fez um movimento largo com a varinha e transformou seu escudo numa redoma, que encobriu os três. Porém, no breve momento que levou para o escudo se transformar, este ficou vulnerável e três dardos ultrapassaram a barreira, atingindo Rony na perna, no abdômen e na mão esquerda. Ele não ligou para as ferroadas, gritou para as meninas correrem e saiu em desabalada carreira em direção ao túmulo. A chuva de setas continuou por mais alguns instantes, mas parou de repente assim que eles chegaram a uns dez metros do túmulo. Rony então desfez o feitiço e caiu de joelhos, exausto.


- RONY! Gritou Hermione, se abaixando para ver o que acontecera com o rapaz – Você foi atingido!
- Você está bem? – Perguntou Gina, se abaixando também para ver o estado do irmão, que começava a suar profusamente.
- Estou, não foi nada de mais. – Mentiu ele, enquanto extraia os dardos. No local onde eles o haviam atingido a pele já tomava um tom esverdeado que se alastrava aos poucos – Finalmente parou. Vocês estão bem? Não foram atingidas?
- Não! – Responderam as duas juntas.
- Ótimo. – Disse ele, levantando os olhos em direção a um novo ruído que ouvira – Mione!
- Que foi?
- Eu vejo gente morta!
- Ronald, nós estamos num cemitério, só tem gente morta aqui.
- Não Mione. Olhe! – Ele apontou para um ponto atrás delas – Inferis!
- Ah não! - Disse Gina, se levantando e apontando a varinha para os zumbis.


Hermione e Rony também se levantaram e prepararam suas varinhas. Em alguns segundos estavam cercados por mais de cem Inferis, que caminhavam devagar, arrastando os pés com os braços esqueléticos, podres esticados em direção a eles. Mione conjurou um anel de fogo em volta deles, como Harry já havia ensinado, e isto fez com que os seres diminuíssem seu progresso. Em seguida perguntou aos amigos:


- O que vamos fazer?
- Tenho que tentar encontrar o broche. – Respondeu Rony, se escorando em Gina – Deve estar dentro do túmulo.
- Você não está em condições Rony. – Disse Gina, checando a temperatura do irmão com a mão – Está ardendo em febre, não vai conseguir. Eu vou.
- Sem chance. – respondeu ele – Eu é que tenho que ir. Você fica e ajuda a Mione a manter esses bichos longe da gente.


Mal terminou a frase e Rony desabou de joelhos no chão. Estava sentindo vertigens e enjôos, sua boca estava seca, não conseguia ficar em pé e talvez não conseguisse permanecer acordado por muito tempo. Fora envenenado e não sabia quanto tempo ainda resistiria ao veneno.


- Não há o que discutir, maninho. – Completou Gina, dando um beiju na testa dele e completou, virando-se para Mione – Cuida dele, ta bom?
- Pode deixar ruiva. Se cuida você também. Vai logo, não temos muito tempo.
- Ok! – Respondeu a outra se dirigindo para o túmulo.


Lá chegando, ela removeu a laje de concreto com um feitiço. Olhou dentro, e constatou que o túmulo era formado por um buraco de aproximadamente três metros de cumprimento por dois e meio de profundidade e não mais que um metro e vinte de largura. Tinha seis prateleiras de concreto, onde estavam depositados seis caixões. Era claustrofóbico, mas ela não tinha tempo para sentir medo. Respirou fundo e pulou, teria que revistar os caixões para saber em qual estava o broche. Chegando ao fundo, conjurou novamente luz com o feitiço Lumus e começou a estudar o lugar. Três dos caixões eram muito antigos, provavelmente estavam ali desde o final do século XIX. Ela chegou nesta conclusão baseada nos detalhes e na madeira utilizada, era um trabalho manual e muito bem feito. Além disso, estes estavam em avançado estado de decomposição, deixando à mostra seus ocupantes. Ela fez uma careta e se virou para analisar os outros três.


Estes, apesar de também serem antigos, pareciam ser bem mais recentes do que os anteriores. - “Só podem ser o pai e os avós do Ridlle. Mas em qual deles eu devo procurar?” - Pensou ela. Analisando mais de perto, ela notou que o caixão que estava na prateleira do meio estava disposto de maneira diferente dos outros. Parecia que tinha sido removido do lugar e recolocado, pois havia uma marca na poeira acumulada no local. – “Só pode ser este aqui” – Pensou ela. Com um movimento da varinha, ela arrastou o caixão para fora da prateleira e depositou-o delicadamente no chão. Não tinha muito espaço, mas ainda dava pra se movimentar. Com muito cuidado, ela levantou a tampa do caixão com o pé. E assim que levantou, deu um grito.


- Gina! – Chamou Rony, com a voz fraca.
- Tudo bem! – Respondeu ela – Foi só um susto.


Mas não estava tudo bem. O caixão estava cheio de cobras. Serpentes de todos os tamanhos e espécies. E ela gritara porque uma havia picado seu pé. As cobras estavam deixando o caixão e Gina se espremeu ainda mais contra a parede. Conforme os seres rastejantes saiam, subindo pelas paredes, se espalhando pelo pequeno espaço, O máximo que ela conseguia fazer era se proteger, mas isto não duraria muito. Com o caixão quase vazio, ela conseguiu ver o esqueleto de um homem dentro. Certamente era o pai de Voldemort, Tom Ridlle. Preso à lapela de seu terno, havia um broche. O broche que ela vira descrito no livro que lera em Hogwarts. Mas ela não tinha como chegar até ele. Não tinha espaço para mexer os pés. Se tentasse, certamente seria atacada pelas dezenas de cobras que estavam ali. Sua perna estava formigando, ela sentia o veneno começando a fazer efeito em sua corrente sanguínea. Se ela não tomasse uma atitude logo falharia. Falharia com ela mesma, com seu irmão que estava ferido lá em cima por causa da idéia maluca dela, com Mione que a apoiara até ali e principalmente, falharia com Harry. Então ela fez a única coisa que lhe passou pela cabeça. Esticou o braço da varinha em direção ao broche, bradou “Accio Broche”.


Este saiu voando, levando um pedaço do tecido do terno, vindo parar na mão da garota, que o segurou com força. Mas o movimento efetuado para convocar o broche assustara as cobras, e antes mesmo dele chegar à mão de Gina ela já sentia picadas pelo corpo. Uma, duas, três, quatro, cinco picadas, espalhadas pelas pernas e braço. Ela só conseguiu proferir um “Ai!” Baixinho, se encostou-se à parede e sentiu seu mundo sumir. Começou a perder a visão, tudo ficava escuro em volta dela. Não conseguia mais permanecer em pé, por isso se abaixou devagar, até se sentar no chão. O broche, firme em sua mão esquerda, estava sobre seu colo. Seu último pensamento lúcido foi “Pelo menos se me acharem, vão achar o broche também e vão poder levá-lo pro Harry. Ah Harry! Me desculpe. Eu não queria que terminasse assim, meu amor. Só queria te ajudar”.Então começou a sentir o toque gelado e áspero da pele de diversas cobras em sua pele. Estavam envolvendo-a num abraço frio e mortal. Subiam pelo seu corpo, envolvendo-a toda. A última coisa que Gina Weasley ouviu antes de se entregar à inconsciência foi alguém chamando seu nome. Mas ela já estava tão longe, que não conseguiu identificar a voz. E a escuridão tomou conta da garota.



Lá fora, alguns minutos antes, Mione continuava mantendo os Inferis afastados, mas estava começando a ficar cansada. Rony continuava ao seu lado e não parecia nada bem. Então, para piorar ainda mais a situação, ela começou a ouvir o som de algo se arrastando pela grama alta do cemitério. Arregalou os olhos quando seus olhos divisaram o que vinha ao encontro deles.


- Rony! – Chamou ela – Cobras. Centenas de cobras.
- Saco! – Respondeu ele, tentando em vão se levantar – Sabia que eu estou começando a odiar esses bichos? Não tanto quanto aranhas, mas ta chegando perto.
- O que vamos fazer?
- Tentar mantê-las afastadas da Gina.


Dizendo isso, ele começou a lançar feitiços para afugentar as cobras. Mas a cada animal que ele repelia, dez outros apareciam. Ele já estava nisto a alguns minutos quando ouviu o grito de Gina. Ela respondeu que estava tudo bem, mas aquele grito não havia sido um grito de susto e sim de dor. Dor e susto.

- Mione! – Ele tinha tomado uma decisão. Não ia deixar que sua irmã e a mulher que amava morressem ali daquele jeito – Vá embora daqui. Pega minha irmã e saia daqui agora. Eu vou tentar segurar esses bichos pra vocês saírem.
- Sem chance Rony. – Respondeu ela – Não vou deixar você pra trás.
- Eu não tenho mais forças Mione. Você tem que se salvar e levar a Gina com você.
- Não! Eu não vou sair do seu lado. – Respondeu ela, com os olhos brilhando, prestes a derramar uma lágrima.
- Então acho que nós vamos morrer, minha linda.
- Eu não tenho medo de morrer. E não queria estar em outro lugar nesta hora, a não ser do seu lado.
- É. – Disse ele com um sorriso – É uma boa noite pra se morrer, não acha? Já estamos até no lugar certo! Só terão o trabalho de jogar a gente num buraco qualquer depois. Só lamento pela minha irmãzinha e pelo Harry. Cara, ele ia matar a gente, sabia?
- E talvez ainda mate! – Disse uma voz forte, às costas deles – mas que droga vocês pensaram que estavam fazendo, hein! E cadê a Gina?
- HARRY! – Gritou Mione, agora realmente chorando, mas de alívio – Graças a Merlin você apareceu!
- Vocês estão bem? – Perguntou Harry, que aparecera com Cho próximo do túmulo e se dirigia para os amigos, preocupado. Cho, completamente apavorada olhava para os Inferis, sem sair do lugar.
- O Rony foi envenenado, mas eu estou bem. Só cansada de segurar esses aí.
- E a Gina? Cadê ela? – Perguntou ele, se abaixando ao lado do amigo, que estava praticamente desacordado agora.
- Dentro do túmulo, procurando... – Mas ela não completou a frase, olhando para Cho.
- Cho! – Chamou Harry, se virando para a garota, que só então pareceu perceber que Harry não estava mais ao seu lado – Ajude a Mione a manter estes Inferis longe da gente mais um pouco, enquanto eu converso com essas cobras.
- O quê? – Perguntou Cho, se aproximando de Mione e invocando também um anel de fogo, que se juntou ao outro que dobrou de intensidade – Conversar com elas Harry?
- Isso mesmo. Não precisamos matá-las – Respondeu ele, se aproximando da maior serpente que encontrou, uma Naja de mais de cinco metros de cumprimento, dizendo – “Deixe meus amigos em paz”.


A cobra parou, começou a se levantar até ficar com sua enorme cabeça na mesma altura de Harry, encarou-o nos olhos e disse:


- Quem você pensa que é para nos dar ordens, humano.
- Não importa quem eu seja. Só quero tirar meus amigos daqui sem luta. Não desejamos lhes fazer mal.
- Não aceitamos ordens de nenhum humano além de nosso mestre e de Nagini, a grande serpente com alma humana.


E dizendo isto a serpente desferiu um bote em Harry, que pego de surpresa não teve tempo de reagir. Enquanto Mione e Cho gritavam, a serpente se lançava sobre o rapaz, mas nunca atingiu seu alvo. Fawkes, que estava sobrevoando Harry, deu um vôo rasante e pegou o animal com suas garras, levantando-a no ar e estraçalhando-a com a ajuda de seus bicos afiados. Depois jogou a cobra no meio de suas companheiras.


- Valeu Fawkes! – Disse Harry, com um leve sorriso – É. Não deu certo. Vai ter que ser do jeito mais difícil.
- Não deu certo? Não deu certo? – Hermione gritou histérica – Aquela cobra quase te arrancou a cabeça, Harry!
- Isso é loucura, Harry. Não podemos lutar contra todas essas criaturas. – Completou Cho.
- Mantenham a calma. – Disse Harry, se aproximando das duas, que estavam no meio do círculo de fogo, com Rony. Ele parou, abriu os braços e fazendo um movimento como se estivesse levantando um objeto largo e pesado bradou – “Protectum Inflamare”.


Conforme suas mãos subiam em direção ao céu, uma parede de fogo se formou, partindo do chão até mais de cinco metros de altura, queimando as serpentes e Inferis mais próximos, que se contorciam e chiavam de dor e medo pelo grande volume de fogo. As duas moças abaixaram suas varinhas e ficaram olhando para ele, bestificadas. Harry se virou para elas e disse, como se não tivesse feito nada demais:


- Ajudem o Rony, que eu vou buscar a Gina.


Em seguida foi até a borda do buraco onde Gina estava, o túmulo dos Ridlle. Quando olhou para dentro, uma onde de desespero tomou conta dele. Só podia ver no fundo um amontoado de cobras, todas emboladas. E, de vez em quando, aparecia um pedacinho de cabelos vermelhos no meio.


- Saiam de cima dela! – Gritou ele


As cobras que estavam lá embaixo se assustaram com o grito e começaram a se afastar de Gina. Harry pulou sobre o caixão, quebrando-o. Aquilo tinha sido demais para ele. Ver Gina ferida, talvez morta despertou-lhe uma fúria insana. Ele não titubeou. Apontou a varinha em direção dos animais que tentavam fugir e disse:

- Incêndio!


Uma bola de fogo partiu da ponta de sua varinha e explodiu, atingindo a maioria das cobras e o caixão, que se incendiou rapidamente. Harry pegou Gina nos braços, apontou a varinha para o céu e disse:


- Ascêndio!


Como se tivesse asas, Harry começou a levitar no ar, pousando ao lado dos amigos. Deitou Gina no chão e sentiu seu pulso, que estava fraco, mas ainda pulsava. Cho e Mione amparavam Rony. Ele a pegou no colo novamente e chamou:


- Fawkes! –E virando-se para as duas, completou – Segurem nas penas dela. Para a ala hospitalar de Hogwarts, Fawkes!



Em Hogwarts, a diretora Minerva Mcgonagall andava pela enfermaria, extremamente apreensiva. Mme Pomfrey estava com ela. Ambas sabiam que teriam uma longa noite, pois certamente quando seus alunos retornassem, não estariam nada bem. Num canto da enfermaria, sentado, estava o professor Horacio Slughorn, com sua valise à mão, pronto para preparar poções. Tudo estava calmo, quando de repente uma explosão multicolorida de vermelho, amarelo e laranja, anunciou a chegada de Fawkes. Os três correram em direção aos recém – chegados.


- Harry! – Disse a diretora olhando Gina em seus braços – O que aconteceu?
- Ela foi picada por diversas cobras. Está muito fraca e quase sem pulso. – Disse ele, deitando-a numa maca.
- E ele? – Perguntou Slughorn, amparando Rony.
- Foi envenenado, não sabemos pelo quê. – Respondeu Mione, ajudando o professor a deitar o rapaz em outra cama.
- Envenenado? – Perguntou ele, mexendo nos bigodes – Então vamos dar um jeito nisso a lá Potter. Pegue um Bezoar nas minhas coisas, stª Granger.


Hermione pegou a pedra na valise do professor e este a enfiou na boca de Rony. Enquanto isso, Mme Pomfrey ministrava uma poção em Gina, reclamando:


- Eu não me conformo Minerva. Até quando você vai permitir que essas crianças continuem com essa loucura?
- Pode ficar tranqüila, Mme Pomfrey. – Disse Harry, tirando da mão de Gina o Broche com a Horcrux – Esta foi a última vez que algum dos alunos saiu pra se arriscar.
- O que é isso Potter? Será o que eu estou imaginando? – Perguntou a diretora.
- Sim senhora! – Confirmou ele, olhando para o broche e depois para a namorada, deitada na cama – Essa maluca descobriu a peça que faltava e foi atrás, sem me avisar. Vou destruí-la agora mesmo. Venham meninas, vamos resolver isso de uma vez. Daqui a pouco nós voltamos.


Harry, Mione e Cho saíram da enfermaria e foram até a sala dele, onde Neville estava com Luna, esperando notícias. Harry contou como estavam os outros, pediu licença e entrou em seus aposentos, ainda seguido das duas.


- O que nós vamos fazer? – Perguntou Cho.
- Vamos destruir o mal que está guardado aqui dentro. – Respondeu Harry.
- Mas Harry, não entendo porque você precisa da gente. Você pode destruir isto sem grande esforço. – Disse Mione, cética.
- Não hoje Mione. Não com a Gina naquela cama. E acho que nem você vai conseguir, por isso pedi a ajuda da Cho.
- O que eu tenho que fazer? – Perguntou ela.
- Pense no amor. Amor por alguém, por algo. Quanto mais intenso, melhor. Depois, quando eu mandar lance o feitiço Amor eternus contra este broche.
- Ok! – Concordou ela, ficando ruborizada.
- Vamos! Já! Amor eternus! – Bradaram os três juntos.


Assim que os feitiços atingiram o broche, este tremeu levemente e uma sombra negra se desprendeu dele, se desfazendo no ar.


- Pronto! – Disse Harry – Missão cumprida. Vamos voltar para a ala hospitalar. Vai ser uma longa noite.
- Vamos. – Concordou Mione.
- Cho! Obrigado. Não tenho como agradecer sua ajuda esta noite. Só te peço mais um favor. Não conte nada do que viu a ninguém, está bem?
- De nada! Contar? Harry, nem mesmo eu que estava lá acredito no que eu vi. Não sou louca de contar pra ninguém, pode ficar tranqüilo.
- Obrigado!



“A morte é engraçada. É uma sensação Tão gostosa que eu estou sentindo” – Pensava Gina, enquanto a consciência começava a voltar a seu corpo. Ela sentia um peso sobre a lateral do corpo e um calorzinho gostoso na ponta do nariz. Muito diferente de sua última lembrança, que era a sensação das cobras passeando pelo seu corpo. Mas agora a sensação estava tão gostosa, ela se sentia tão bem e confortável que não dava vontade de abrir os olhos. Então sentiu uma brisa no rosto. Uma brisa quente, um cheiro que ela conhecia muito bem. Imediatamente ela abriu os olhos e afundou naquele mar que eram os olhos verdes do homem que amava. Harry estava ali deitado com ela, abraçando-a e olhando-a nos olhos, um sorriso maravilhoso no rosto. E inteiro. Isso era o melhor de tudo. Ele parecia estar inteiro, sem nenhum arranhão.


- Oi. – Disse ele, dando-lhe um beijo.
- Oi! – Respondeu ela, recebendo aquele beijo como se fosse um prêmio. E era.
- Você é maluca sabia?
- Tive um bom professor. – Sorriu ela.
- Promete que nunca mais faz isso comigo?
- Só se você me prometer o mesmo.
- Vou fazer o possível. – O sorriso sumiu do rosto dele, que continuou – Não sei como você agüentou a angústia que é passar as noites nesta enfermaria, esperando que eu acordasse.
- Não foi fácil. Agora você sabe como me sinto. Não me faz sentir isso de novo Harry. Promete?
- Prometo que vou fazer o possível e o impossível pra que você nunca mais tenha que passar por isto. Mas da próxima vez que quiser me dar uma lição, gostaria que você não pulasse em cima dum caixão cheio de cobras, certo?
- Certo. Vou pensar em alguma coisa pior da próxima vez.
- Gina! – Disse ele, começando a lhe fazer cócegas – Eu te amo sabia?
- Eu também te amo, Harry Potter! – respondeu ela, agarrando-o pelo colarinho e puxando-a pra cima dela e dando-lhe um grande beijo.



*****


Numa sala escura, um homem de pele branca e macilenta estava sentado em sua poltrona. Chamou:


- Rabicho!


Um bruxo baixinho, praticamente careca, com uma mão prateada, entrou pela porta, se prostrando aos pés de seu mestre:


- Sim, My Lorde. O que deseja?
- Chame Bela pra mim, Rabicho.
- Sim, meu senhor.


Pouco depois, Belatriz Lestrange entrou pela porta. Repetiu o mesmo ritual que Rabicho e esperou as ordens de seu mestre.


- Bela, minha querida Bela. Quero que você prepare um ataque ao Beco Diagonal.
- Sim meu senhor. Qual é o objetivo deste ataque?
- Objetivo? O objetivo do seu ataque é distração Bela.
- Distração, My Lord? Por que?
- Apesar de não lhe dever satisfações Bela, vou lhe dizer. Quero que você crie uma distração atacando o Beco Diagonal, pois enquanto os aurors vão em socorro dos idiotas daquele lugar, deixarão o ministério desprotegido. Então eu vou tomá-lo Bela. Vamos matar o ministro e causar o caos em nossa sociedade.
- Brilhante mestre! E quando deseja lançar o ataque?
- Breve. Muito breve. Prepare meus comensais.


O lorde negro voltou para sua poltrona se sentando, já se deliciando com o que iria fazer.

N.A: Gente, oi de novo.

Primeiramente, eu queria me desculpar. Era pra ter postado este capítulo no início da semana, mas sabe como é. Recomeçaram as aulas da Facu, aumentou a quantidade de serviço e o pior:

A FIC está chegando ao final, então eu dei um tempo pra dar uma pensada em como vou amarrar algumas pontas e abrir outras nos próximos capítulos.

Desde que eu resolvi escrever esta FIC, tinha resolvido escrevê-la em duas partes. porém, depois de escrever o último capítulo, comecei a ter algumas idéias muito interessantes, e precisei de um tempo pra colocá-las em ordem. Fiquei um pouco indeciso se mantinha minha idéia original ou não, mas finalmente resolvi manter o que já tinha programado.

Desta forma, esta FIC deve ter mais uns três capítulos.
A sequência dela será mais ou menos a metade desta e terá um gancho pra uma terceira. Eu tinha pensado em condensar as duas primeiras, mas acho que a qualidade ia cair, ia ter que cortar alguns detalhes, etc. Então optei por fazer três. Espero que tenham paciência, pois o roteiro desta e da sequência já estão definidos, mas da terceira ainda falta alguma coisa.

Gostaria da companhia de vocês até o final, se estiveram a fim...


Pra finalizar, quero agradecer ao rafael e ao Douglas por voltarem a comentar, e à Marcia. Os comentários de todos vocês é que estão me incentivando a escrever. Como disse antes, isso vicia. É muito bom, realmente. As críticas também são importantes, fazem parte do processo de criação. Portanto, se alguém tiver alguma crítica a fazer, será tão bem vinda quanto os elogios.


Mais uma vez, Muito obrigado e até o próximo capítulo.

Claudio

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