Caça às Horcruxes



No dia seguinte logo cedo, Harry procurou Rony e Mione e perguntou se eles ainda estavam dispostos a acompanhá-lo. Com a concordância dos dois, combinaram sair após a última aula do dia. Depois disto, Harry foi dar sua aula de DCAT, desta vez para uma turma do terceiro ano. Foi uma aula calma, sobre Barretes Vermelhos. No início a turma insistiu que queria ter uma aula sobre Bichos - Papões, mas Harry foi categórico e conseguiu dar sua aula. Depois da aula ele foi conversar com a diretora, informando-a que os tr~es iriam deixar a escola á noite. No início houve relutância por parte desta, mas como ela havia concordado com esta condição desde antes do início das aulas, acabou cedendo.

Gina acordara cedo também. Tinha urgência em falar com Harry, mas não o encontrava em lugar algum. Ele não almoçou no salão principal e não estava em sua sala. Eles só se encontraram no final da tarde, quando Harry saia do dormitório dos rapazes com Rony, carregando uma mochila. Mione estava no Salão Comunal esperando por eles, e assim que os viu perguntou:

- Tudo pronto?
- Quase. – Respondeu Harry – Gina, você poderia me trazer a capa de invisibilidade do meu pai? Talvez precisemos dela.
- Como? Por quê? – Questionou a ruiva, surpresa – Onde é que vocês vão?
- Temos que sair Gina. – Respondeu Rony – E já estamos atrasados. Será que você pode pegar a capa do Harry logo?
- Não! Quer dizer, espera. Harry, eu preciso falar com você. É muito importante, estou tentando lhe falar o dia inteiro.
- Agora não dá Gina. – Respondeu ele – Estamos com pressa, Ok? Qualquer coisa que você tenha pra falar vai ter que esperar, não pode ser mais importante do que o que vamos fazer.
- Quer dizer que vocês vão sair e me deixar de lado de novo? – Gina estava se sentindo ofendida por Harry. Como ele podia dizer que o que ela tinha pra dizer era sem importância? – Eu não acredito que você vai fazer isto comigo Harry. Principalmente depois do que aconteceu ontem.
- Mas é justamente pelo que aconteceu ontem é que nós vamos, Gina. E não adianta, você fica. E a Armada está sob sua responsabilidade.
- Não quero ficar. Quero ir e ajudar vocês.
- Não! – Disse Harry enfaticamente, não dando margem a mais discussão.

Gina percebendo que não adiantava insistir subiu para seu dormitório, pegou a capa e voltou. Jogou-a para Harry e disse, magoada.

- Eu odeio você, Harry! Gostaria que nunca tivesse te conhecido. Gostaria que você sumisse da minha vida.
- Talvez seu desejo se realize antes do que você possa imaginar, Gina – Respondeu ele, olhando-a com tristeza. A última coisa que queria era magoá-la novamente.Virou-se e saiu pelo buraco do retrato.

Os três amigos saíram do castelo, foram até os portões e desaparataram logo que saíram dos terrenos da escola. Harry direcionou a aparatação deles, pois os amigos não sabiam para onde estavam indo.

Quando abriram os olhos novamente, se encontravam numa rua suja dum subúrbio de Londres. Atravessaram a rua, Harry indicando o caminho e pararam em frente a um velho sobrado, caindo aos pedaços e com aparência de abandono. Rony perguntou baixinho:

- Onde é que nós estamos?
- No orfanato onde Ridle passou a infância. Foi um dos locais que Dumbledore me mostrou em sua penseira. Tenho quase certeza que vamos encontrar a taça aqui.
- Muito bem, então vamos. – Disse Hermione, tomando a frente.

Entraram pelo pequeno portão e seguiram, cuidadosamente até a porta, varinhas em riste. Lá chegando, abriram a porta com muito cuidado e entraram devagar. Escurecia lá fora, o que tornava o pequeno hall ainda mais escuro, e tiveram que conjurar luz com o feitiço “Lumus”, para poderem enxergar alguma coisa.

Seguiram pelo corredor e estavam prestes a subir as escadas, quando Hermione foi derrubada com violência no chão e começou a ser arrastada pelo chão em direção ao armário de vassouras embaixo da escada. Rony largou sua varinha e deu um salto atrás dela, conseguindo alcançá-la quando já estava na porta. Mione gritava e se debatia desesperada, não consegui se livrar de uma grande planta carnívora. Quando Rony a segurou ela estava prestes a ser lançada dentro da planta, que ocupava todo o armário.

Rony segurou em seus braços e fincou os pés com força no batente da porta, impedindo que a planta continuasse a arrastar a garota.

- Rony socorro! Não me larga, por favor, não me larga.
- Não vou largar Mione. Nunca.- E vendo o olhar de desespero da amiga enquanto olhava para a imensa criatura emendou – Não olhe pra lá, olhe pra mim. Concentre-se em mim Hermione. Eu estou aqui com você.

Neste momento Harry chegou a eles e com um feitiço congelante paralisou a planta. Ajudou Rony a soltar a amiga dos tentáculos da planta, perguntando assustado:

- Você está bem Mione?
- Es...Estou, acho que sim. Foi só um susto. Se não fosse pelo Rony...

Ela abraçou Rony com muita força, chorando de emoção. Ele retribuiu o abraço carinhoso, sabia que quase a perdera naquele momento e isto ainda o assustava.

Depois de se recuperarem do susto, resolveram continuar, tomando mais cuidado. Seguiram devagar, passo a passo, verificando se não haveria mais armadilhas. Quando chegaram no alto das escadas, havia um corredor longo, cheio de portas à direita e à esquerda. Harry novamente indicou o caminho, seguindo pela direita até uma porta, quase no final do corredor.

- É aqui. – Disse ele – Este é o quarto onde Dumbledore visitou o pequeno Tom Ridle. E agora eu tenho certeza que vamos encontrar alguma coisa, senão pra que teria aquele comitê de boas vindas?
- Ok! - Disse Rony – Então vamos acabar logo com isso.

Rony levou a mão até a porta e segurou a maçaneta, mas quando ia girá-la, Harry segurou-o impedindo que completasse o movimento, o rosto extremamente pálido.

- Não! Vocês não estão ouvindo nada?
- Ah não! Ah não! – Disse Mione – Eu odeio quando você fala isso, sabia?
- É, Mione. É isso mesmo que você está pensando.- respondeu Harry – Tem um Basilisco aí dentro.

Harry, que entendia a língua das cobras estava ouvindo, detrás da porta o animal sibilando coisas como “Sangue... Sinto cheiro de sangue fresco...” e “Entre humano, venha para mim”.

- E ele já sabe que estamos aqui. Vamos ter que enfrentá-lo.
- E como vamos fazer isso? – Perguntou Rony.
- Bom! - Começou Hermione, assumindo aquele seu ar de professora – Se tivéssemos um galo seria simples acabar com ele.
- É Mione. Seria. –Respondeu Rony – Mas não temos um galo aqui e acho que o Basilisco não vai esperar a gente procurar um. Se perceber que estamos indo embora ele vai arrebentar esta porta e nos atacar.
- Rony tem razão Mione. Não podemos sair daqui agora. Vamos ter que dar um jeito. – Completou Harry, olhando ao redor a procura de uma saída e parando o olhar em um espelho pendurado na parede – Espera aí. Tive uma idéia.

Ele foi até o espelho e retirou-o da parede, trazendo-o até onde os amigos estavam.

- Que acham de usarmos este espelho? Poderíamos fazer o Basilisco ver seu próprio reflexo e talvez isto o derrote.
- Pode ser. – Disse Mione – Talvez o olhar dele seja tão poderoso que o atinja. E não temos outra opção, temos?

E assim fizeram. Com um feitiço, eles deixaram o espelho com mais de dois metros de altura por um e meio de largura, usaram um feitiço de levitação e se prepararam. Harry orientou os amigos para que, se não desse certo, eles o deixassem para trás e corressem, sem olhar para traz. Só depois que os amigos concordaram ele se posicionou atrás do espelho e ao seu comando Rony lançou um feitiço para abrir a porta, fechando os olhos em seguida.


No mesmo instante eles ouviram o silvo do animal e o bote. Mas então, silêncio. Harry estava suando, segurando o espelho com o feitiço bem em sua frente, mas não houve nada. O espelho estava intacto e um silêncio mortal pairava no quarto.

Harry abriu os olhos devagar e olhou para os amigos. Eles também abriam os olhos com cuidado e olhavam em volta. Disse para eles:

- Esperem aí.

Cuidadosamente ele levantou a ponta do espelho e lá estava a ponta do rabo do Basilisco. Não estava se mexendo. Ele começou a andar devagar em direção ao monstro, dizendo:

- Parece que deu certo. Mas não olhem ainda, talvez mesmo petrificado o olhar possa matar. Precisamos cobrir a cabeça dele.
- Vou pegar um cobertor em outro quarto. – Respondeu Rony, se afastando rapidamente.

Logo ele estava de volta e se posicionou atrás de Harry, pois este já estava segurando o espelho e não teria como fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Com muito cuidado ele levitou o cobertor até a cabeça do Basilisco cobrindo-a. Só depois disto eles abaixaram o espelho e olharam direito para o monstro. Era bem menor que aquele que estivera na Câmara Secreta, mas devia ter pelo menos uns Dez Metros.

Harry fez sinal para que os amigos o esperassem na porta do quarto e entrou, se dirigindo para os antigos Guarda-Roupas, que ele vira Dumbledore incendiar na lembrança. Abriu a porta e, no mesmo lugar que Ridle guardava seus tesouros quando criança havia uma caixa de madeira nobre, adornada em ouro. Ele conhecia aquela caixa também, era a caixa que ele vira em outra visão, aquela na casa de Hepzibá Smith.

Pegou-a, o coração palpitando parecia que ia saltar pela boca. Cuidadosamente abriu a caixa e viu a Taça, a Horcrux que tanto sonhara encontrar. Virou-se para os amigos e disse, com a voz embargada:

- Achamos! Conseguimos! Achamos a Horcrux.

Eufórico pelo achado, levou a mão e pegou a taça. Hermione tentou impedi-lo, dizendo:

- Harry, tome cuida…

Mas não conseguiu concluir a frase. Assim que a taça foi retirada de seu suporte aveludado, uma grande explosão aconteceu, encobrindo Harry com uma fumaça negra. Hermione tentou correr em socorro do amigo, mas foi impedida por Rony, que lhe agarrou o braço e disse para esperar. Então gritou pelo amigo, angustiado.

- Harry! Harry! Você está bem? Pode me ouvir?

Um baque no chão indicou que Harry havia caído. Então eles viram um vulto surgir da cortina de fumaça negra, se arrastando com a taça na mão.

- Onde é que vocês estão? – Perguntou Harry, desesperado – Continuem falando. Não entrem, vocês podem ser atingidos também. Onde vocês estão? Eu não estou enxergando nada.

Rony e Mione continuaram chamando por ele, que se arrastou o mais rápido que pode até os amigos. Assim que pôde, Rony o puxou e sentando-se no chão, colocou o amigo sobre o colo. Quando o viraram, Mione não pode conter um grito de pavor.

Harry estava com os olhos opacos, cinzas. Estava cego. Mas o pior era que sua pele parecia estar se soltando da pele, ele parecia estar derretendo aos poucos. Então ele começou a gritar, gritar como se estivessem separando sua pele da carne com uma faca e pediu:

- Me matem! Por tudo que há de mais sagrado, me matem e façam esta dor parar. Se são meus amigos, me matem agora e parem com o meu sofrimento!

Rony olhava desesperado para Hermione, esperando que esta tivesse alguma idéia, mas ela estava em estado de choque. Ele começou a sacudi-la e disse, em tom de urgência:

- Mione, Calma. Precisamos tirar o Harry daqui senão ele vai morrer. Me ajuda, precisamos pensar numa maneira de levá-lo de volta para Hogwarts.
- Certo! – Disse ela, começando a se recompor – Temos que fazer alguma coisa. Olha, está piorando. Se não fizermos com que pare ele vai acabar morrendo. A única coisa em que posso pensar é combinar dois feitiços, mas não sei se vai funcionar. Pode matá-lo.
- Não temos escolha, temos?
- Ok! Então lá vai. “Arestum Momentum” - E em seguida ela disse – “Petrificus Totallus”.

A combinação de feitiços deu certo. O “Derretimento” diminuiu e Harry ficou paralisado. Parou de gritar, e assim eles poderiam transportá-lo. Rony conjurou uma maca, colocaram-no em cima e cobriram com a capa de invisibilidade.Rony pegou a taça e a guardou no bolso, e assim eles saíram da casa o mais rápido possível, desaparatando em frente ao portão.


Em Hogwarts, Gina estava sentada na mesa de Harry. Já era tarde quando Neville, que estava de guarda nos portões do castelo, entrou correndo.

- Gina! Gina! Seu irmão acabou de entrar pelo saguão principal.
- Já? Pensei que aqueles três iam demorar mais. Mas e daí? Qual o problema?
- Ele e Mione passaram correndo por nós, pedindo para chamar você e a diretora para irem à ala hospitalar.
- Ele e Mione? – Gina se levantou de um pulo – E o Harry? Cadê o Harry, Neville?
- Eu não o vi, Gina. Mas acho que ele estava junto com eles. Numa maca. Coberto pela capa de invisibilidade. Acho que aconteceu alguma coisa grave com ele, Gina.

Gina saiu correndo da sala e não parou até chegar na enfermaria. Pelo caminho, sua angústia só crescia. Ela abriu a porta com força e entrou. Num canto, Hermione Chorava convulsivamente abraçada a Rony, que tentava consolá-la, mas também chorava muito. No fundo da enfermaria, uma grande movimentação chamou sua atenção. Pessoas estavam falando alto e em tom de desespero atrás de um biombo.

Ela correu para lá e antes que alguém pudesse impedi-la, abriu a cortina. Estavam ali a enfermeira, Mme Pomfrey, a diretora Minerva Mcgonagall e o professor de poções, Horacio Slughorn, debruçados sobre uma cama, extremamente nervosos e ocupados, sequer perceberam sua aproximação.

Devagar ela caminhou até a cama e quando olhou para ela, uma onda de terror tomou conta de seu corpo. Não podia ser. Não era Harry, não poderia ser. Então ela viu a cicatriz em formato de raio em sua testa e não se conteve. Gritou. Gritou com todas as suas forças, com toda sua angustia, o pânico tomando conta de seu ser. Gritou com toda a força de seus pulmões, até que seu fôlego acabou, tudo ficou escuro e Gina desmaiou.

N.A. Pessoal, como vocês viram eu mudei o título da FIC. Achei que este reflete melhor a minha idéia. Espero que estejam gostando.

Grato pelos comentários.

Até o próximo capítulo.

Claudio

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Comentários (1)

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