Uma Longa Noite



N.A: Antes de postar o capítulo, queria pedir desculpas. O cap. ficou pronto ontem à noite, mas quando eu tentei postar tive problemas no meu servidor e não consegui. Mas foi até bom, porque eu pude dar uma melhorada nele.

Capítulo 11 – Uma Longa Noite

Harry entrou pelas portas do castelo e foi recebido por uma salva de palmas e gritos de ovação dos alunos, que estavam espalhados pelo salão e escadas. Haviam saído de suas salas comunais após o final da batalha, discutindo o que assistiram. Harry deu um sorriso meio forçado, cumprimentou-os com um aceno de cabeça e se dirigiu para a enfermaria.


A Ala Hospitalar estava um verdadeiro caos. Mme Pomfrey corria alucinada de uma cama à outra, atendendo os vários feridos. Gina, Cho e mais algumas pessoas tentavam ajudar, dentro do possível. Assim que ele entrou, a enfermeira lhe disse;


- Potter! Tem uma cama livre no final da enfermaria. Vá se deitar, que assim que puder vou tratar de você.
- Obrigado, mas não estou ferido.
- Não? Como não? – Perguntou a enfermeira, parando no meio da enfermaria e olhando para o rapaz, não acreditando no que estava ouvindo – Você nunca escapa ileso, é o maior freqüentador desta ala nos últimos anos.
- Bom, parece que eu estou aprendendo, não é? – Perguntou Harry, com um pequeno sorriso no canto da boca – Na verdade eu vim saber como os outros estão.
- Bom. A maioria deve sair amanhã ou no máximo depois de amanhã. Seu amigo, Weasley é um dos mais feridos. Também, onde já se viu. Lutar contra um Lobisomem. Mesmo na forma humana, eles têm mais força que cinco homens. A srª Lovegood pode demorar um pouco também pobrezinha. Foi estuporada duas vezes.
- E a diretora? E os professores?
- A diretora deve acordar amanhã. A maldição não a acertou, mas ela está bastante debilitada, já não é tão jovem. Precisa de tempo para se recuperar. O prof. Flitwick teve uma concussão, amanhã também estará de pé. O que me preocupa é o prof. Lupin. Ele perdeu muito sangue, o ferimento é profundo. Pra piorar, a lua cheia está chegando. Não podemos mantê-lo aqui.
- Certo. Vou pensar em alguma coisa. Onde estão os corpos?
- Lá no fundo, atrás daquele biombo. – Respondeu Mme Pomfrey, assustada com a pergunta.

Harry se dirigiu para o fundo da enfermaria, fazendo sinal ao passar por Gina de que logo voltaria. Quando chegou atrás do biombo, cinco macas estavam dispostas ao longo da parede. As três mais afastadas só poderiam ser onde estavam os três comensais. Harry se aproximou das duas que estavam mais próximas. Puxou o lençol que cobria os corpos sem vida de Simas e Marieta. Eles pareciam estar dormindo, mas assim que ele tocou seus corpos, gelados e duros, não restava mais nenhuma dúvida. Sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Era estranho estar ali, olhando para aquelas duas pessoas que até pouquíssimo tempo esbanjavam vida. Se lembrou do ciúmes que sentira de ver Simas com Gina, não fazia muito tempo. Da vontade de feri-lo, até matá-lo na ocasião. Lembrou-se do passado. Eles sempre foram amigos, se conheciam desde que entraram juntos na escola. E agora ele estava morto. E Marieta? Pobre Marieta. Ele a chamara para voltar para a Armada. Poderia estar tranqüila, levando sua vida em outro lugar e agora estava ali. Harry entrou no espaço entre as duas macas, colocou a mão sobre os corpos e disse, com a voz embargada.


- Me desculpem! Me perdoem!

Caiu de joelhos e começou a chorar. Do outro lado do biombo, todos ouviam e Gina tentou ir ao encontro do namorado, mas foi impedida por Hermione, que disse que aquele momento Harry precisava ficar sozinho. Depois de alguns minutos, ele saiu detrás do Biombo e se dirigiu para onde estava Gina. Ela, que até então estivera entre as camas de Mione e Rony, saiu em seu encontro e o abraçou, solidária. Ele beijou-lhe a testa, carinhosamente e depois olhou para os amigos.


Mione estava recostada em sua cama, a perna numa tala, segurando a mão de Rony, deitado à sua direita. Ele estava dormindo, o peito todo enfaixado. Harry olhou para as mãos dadas dos dois amigos, riu agora com gosto. Com um gesto de sua mão, fez as duas camas ficarem juntas e disse:

- Até que enfim! Cheguei a pensar que nunca ia ver esta cena.
- Bobo! – Respondeu Hermione, corando terrivelmente – Como você está?
- Agora estou bem. É a primeira coisa realmente boa que acontece por causa desta luta. A srª Weasley vai enlouquecer quando souber. Na verdade eu acho que ela vai enlouquecer mesmo quando souber que fomos atacados e o Roniquinho dela saiu no braço com o Fenrir, eu não quero nem estar perto.
- É. - Disse Gina – Ela vai surtar mesmo.
- Acho melhor você escrever pra casa avisando o que aconteceu e que estão bem, Gina. Se sua mãe souber pelos jornais amanhã, vai ser bem pior. Escreve um bilhete que eu despacho.
- Ok! Você espera um minuto?

Gina deu outro beijo em Harry e se afastou para escrever o bilhete para sua família. Enquanto esperava, Harry transitou pela enfermaria, conversando com os amigos feridos que estavam acordados, cumprimentando-os pelo desempenho e agradecendo pelo esforço. Pouco depois Gina chegou com o bilhete para a mãe e Harry se despediu, dizendo que iria para sua sala despachar mensagens para o ministério, o conselho da escola, o Profeta Diário, etc.


Quando chegou em sua sala, a primeira coisa que fez foi despachar Edwiges para a Toca, com a mensagem de Gina. Ele acrescentou que, se o casal Weasley quisesse vir para Hogwarts, poderiam fazê-lo pela rede de Flú, através da chaminé da sua sala, que estava ligada com a da Toca. Em seguida enviou uma para os professores que estavam em Hogsmeade e ainda não haviam dado notícia.

Algum tempo depois, ele recebeu a resposta do prof. Slughorn, dizendo que a situação estava sob controle. Nenhum aluno ficara seriamente ferido, apenas escoriações, mas Hagrid havia sido seriamente ferido por um gigante e estava sendo enviado para o Hospital de St Mungus. Grope, usando um conjunto de arco e flecha que ele e Hagrid haviam confeccionado havia matado quatro gigantes. Havia grande destruição e muita gente ferida na vila e eles ficariam por ali pelo menos até o amanhecer, ajudando os funcionários do ministério que estavam no local.


Harry já havia enviado mensagens para o ministério e para os conselheiros, relatando o ocorrido e já estava escrevendo uma nota para enviar ao Profeta Diário quando Gina entrou, trazendo um cálice fumegante.


- Oi. – Disse ela – Vim trazer uma poção que Mme Pomfrey mandou. É só uma poção pra reanimar. Eu mesma já tomei.
- Obrigado. – Respondeu ele se endireitando na poltrona e esfregando os olhos.
- O que é que você está fazendo? Mandando aquelas cartas ainda?
- É! Não fazia idéia que dava tanto trabalho justificar e comunicar o ocorrido. – Disse ele, enquanto pegava o cálice da mão de Gina e a puxava para seu colo – Fico imaginando o quanto Dumbledore teve que se justificar por minha causa no passado.
- Não deve ter sido pouco, não é? – Riu-se a garota, passando os braços em volta do pescoço do rapaz.


Harry tomou a poção e ficou conversando com a moça por algum tempo, já era quase meia-noite, eles estavam aproveitando um pouco o tempo juntos se beijando apaixonadamente, quando ouviram um som vindo da lareira. Quando olharam, deram de cara com a Srª Weasley olhando para eles, uma mistura de susto e felicidade no rosto. Imediatamente Harry deu um pulo, quase derrubando Gina no chão. Logo em seguida apareceu o Sr Weasley, também com cara assustada.


- Sr. Weasley! Srª Weasley! – Começou Harry, extremamente nervosa – Que bom que chegaram.
- Eu diria “Ainda bem que chegamos”. Se esperássemos mais um pouco nem quero imaginar o que veríamos. – Disse a mãe de Gina, que corou violentamente e abaixou os olhos.
- Srª Weasley, eu posso explicar. – Disse Harry, se dirigindo para ela.
- Não há o que explicar, Harry. Acabei de pegar minha filha no seu colo.
- O quê? – Perguntou Arthur, que estava assistindo a conversa sem entender nada.
- Nós estamos namorando! – Gina praticamente gritou, ainda sem olhar para os pais.
- É,é isso, nós estamos namorando sim. E juro que não aconteceu nada, Srª Weasley. Eu respeito muito a sua filha. – Harry já não sabia o que fazer, não era assim que ele queria contar aos pais da moça sobre a relação deles.
- É. Eu estou vendo, Harry querido. E estou muito feliz com isso.

E para alívio dos dois jovens, ela correu até eles abraçando-os e beijando, até que seu marido a tirou de cima. Arthur Weasley também cumprimentou o casal, dando um beijo carinhoso na testa da filha e um abraço fraternal em Harry, não conseguindo esconder uma lágrima.


Depois, eles conversaram sobre o ocorrido aquela noite. Quando a Srª Weasley soube da luta de Rony contra Fenrir, ficou desesperada e Gina saiu para levá-los para a enfermaria, enquanto Harry voltava a escrever a nota para o jornal.


Ronald Weasley acordou. Ainda sentia fortes dores pelo corpo, mas quando abriu os olhos toda dor parecia ter sumido. Virou sua cabeça para o lado e viu Hermione deitada na cama ao lado da sua, as duas camas bem próximas. Ela segurava sua mão entre as suas, bem próximo ao coração e sorria para ele. Ele sorriu de volta, nunca se sentira tão feliz em sua vida. Finalmente revelara o segredo que atormentava seu coração, sufocava-o havia anos. E para sua grande surpresa, fora correspondido. Nunca em seus maiores sonhos ele poderia imaginar que ela também gostasse dele de uma maneira diferente que não fosse como amigo.


- Oi! – Disse Hermione, ternamente – Como está se sentindo?
- Maravilhoso! – Respondeu ele – Nunca me senti tão bem em toda minha vida.
- Jura? Sabia que você é louco, Ronald Weasley. Podia ter morrido hoje, nas mãos daquele monstro.
- É. Eu sei. Mas quando eu o vi te machucando, não pude me segurar. Você não imagina o pânico em que eu fiquei. Na hora só pude pensar que não conseguiria continuar vivendo sem você. Se eu te perdesse, não teria mais razão pra viver, entende?
- Foi a coisa mais romântica que eu vi na minha vida. Nunca pensei que alguém podia me dar uma prova de amor como essa na minha vida.
- E eu não sabia que chegaria em Hogwarts e encontraria tantas novidades. – Disse a srª Weasley, parada aos pés da cama de Rony, com as mãos nos quadris, olhando para os dois com cara de assombro. Arthur e Gina estavam ao seu lado, segurando uma onda de risos.
- Mãe! – Disse Rony, saltando para trás e sentindo uma forte fisgada nas costelas quebradas, quase desmaiando de dor e susto – O que é que a senhora está fazendo aqui?
- Eu recebi uma coruja de Gina dizendo que a escola havia sido atacada e que você havia se ferido. Assim que chego, pego esta mocinha sentada no colo de Harry. - Gina parou imediatamente de rir e corou - E quando chego pra ver o estado do meu filho, descubro que ele se arrebentou todo só pra criar coragem e se declarar pra você, stª Hermione. – Agora foi a vez de Mione corar – PODE ME EXPLICAR ISSO, RONALD WEASLEY!
- Calma, mãe! – Começou ele – Não é assim, não foi isso que aconteceu. O Lobo, Fenrir sabe? Ele atacou a Mione e ia matá-la, então eu tive que impedi-lo, não é?
- VOCÊ LUTOU CONTRA O MAIOR E MAIS FEROZ LOBISOMEN VIVO? AQUELE MESMO QUE ATACOU E MUTILOU SEU IRMÃO?
- Molly querida. Calma – Disse Arthur, vindo em socorro do filho – Ele me parece muito bem. E não se esqueça, estamos numa ala hospitalar, fale mais baixo.
- É verdade Srª Weasley. Rony está bem, apenas algumas costelas quebradas. Mas o lobo não se saiu tão bem, ficou muito ferido. Se não fosse por outro comensal que o ajudou, certamente teria morrido. Deveria ficar orgulhosa dele.
- E eu estou, minha filha. Estou orgulhosa e muito aliviada que nenhum de vocês tenham morrido. Mas isto não muda o fato de ter sido uma grande loucura.Fico imaginando o que ele fará para pedir a sua mão. Vai enfrentar um gigante?



Depois deste desabafo, todos riram, a Srª Weasley conseguiu se acalmar e todos puderam conversar. O casal ficou chocado com a morte dos dois amigos dos filhos e mais ainda com a morte de Snape. Pouco depois, Molly foi ajudar Mme Pomfrey a tratar dos feridos. A enfermeira estava esgotada e realmente precisava de ajuda. Arthur continuou conversando com o grupo, pois agora Gina contava a eles as notícias sobre o grupo que estava na vila, que Harry havia lhe contado.


Algum tempo depois, quando Rony demonstrava sinais de sono novamente, a porta da enfermaria se abriu, trazendo duas pessoas que eles definitivamente não esperavam ver naquela noite.


Harry estava bastante indeciso. Não sabia o que escrever. Já havia despachado todas as cartas que deveria, só faltavam duas. Estas seriam as mais difíceis de sua vida. Estava pensando em como começar a explicar, quando Denis entrou em sua sala e disse:

- Harry! Harry, o ministro da magia está aqui. Ele perguntou onde estava a diretora e depois que eu respondi, foi correndo pra enfermaria.
- Rufus Scrimgeour está aqui? – Harry levantou-se de um pulo e saiu correndo da sala – Que droga!



O ministro da magia entrou na ala hospitalar, seguido de seu assessor, Percy Weasley. Ele olhou para as camas, quase todas com feridos. Olhou mais demoradamente para a cama onde estava a diretora e depois pousou seu olhar no Senhor Weasley, sentado à cama do filho, todo enfaixado. Dirigiu-se a ele, intrigado.

- Arthur! Não esperava encontrá-lo aqui. Como chegou tão rápido?
- Boa noite ministro. – Respondeu ele, constrangido – Recebi uma coruja de minha filha avisando sobre o ocorrido e viemos o mais rápido que pudemos. O Rony aqui se feriu e sabe como é. A mãe dele não ia me dar sossego se não visse como ele estava ainda hoje.
- Claro! Entendo. Terrível, não é mesmo? Outro ataque. Sabia que isso aconteceria, por isso não queria que a escola reabrisse neste ano. Agora veja só. Mais dois mortos, a diretora ferida. Não tem nenhum professor tomando conta da escola, ninguém responsável. Não vejo outra saída, eu mesmo vou assumir a escola e fechá-la, antes que mais alguma coisa aconteça.
- O senhor está enganado ministro. – Todos os presentes se viraram novamente para a porta, por onde entrava Harry, que atravessou a sala até ficar frente a frente com o ministro - Novamente, o senhor está enganado.
- Harry! Que bom vê-lo. – Sorriu o ministro – Vejo que não está machucado. Mas não entendi o que disse meu rapaz. Como assim eu “estou enganado?”
- O senhor disse que não tem ninguém responsável pela escola. Está enganado. Eu sou responsável por esta escola.
- Harry, meu rapaz – Agora o ministro ria debochadamente – Não seja ridículo. Você é apenas um garoto. Um aluno.
- Ministro, me parece que o senhor não está muito bem informado. No início do ano letivo, fui nomeado professor substituto desta escola. Na falta da diretora e de outro professor que possa assumir a direção, eu como único membro do corpo docente assumo tal papel.
- Você não pode estar falando sério, rapaz! – Bufou o ministro.
- Nunca falei tão sério em minha vida, ministro. – Respondeu Harry no mesmo tom, deixando bem claro que não seria intimidado. As pessoas em volta estavam de estupefatas com a discussão – Não ouse tentar interferir em Hogwarts. Não vou permitir.Já lhe disse uma vez, ministro. Não sou seu inimigo, mas não se meta no meu caminho.
- Quem você pensa que é Potter, pra falar com o ministro da magia deste jeito? – Disse Percy Weasley, saindo de seu torpor inicial. – Você deveria se...
- E quem você pensa que é pra falar com Harry deste jeito? – Disse Gina, que impedira Percy de continuar falando desferindo um forte tapa em seu rosto – Mas que droga, Percy. Quando é que você vai acordar?
- Gina, minha filha. Calma. Não brigue com seu irmão. – Disse a srª Weasley, correndo para amparar o filho, que rejeitou sua ajuda e se empertigou todo.
- Calma? Calma, mamãe? Não dá pra ter calma com eles. Eles não fazem idéia do que o Harry tem passado a vida inteira. Eles só querem saber de poder e política, não se importam conosco e muito menos com o Harry.
- Que é isso, criança. – Começou Rufus – Não é verdade...
- Como não? – Gina estava vermelha e extremamente nervosa. Era uma cópia da mãe, quando ficava nervosa – Onde estava o ministério quando os pais dele foram mortos? Onde estava o ministério quando Voldemort tentou matá-lo, ainda com um ano de idade? E depois que ele voltou para nosso mundo, o que vocês fizeram? Deram-lhe apoio? Não. Vocês só querem saber de persegui-lo, trataram-no como louco a dois anos e querem usá-lo como garoto propaganda agora.
- Gina, isso não importa. Eles não entendem. – Disse Harry, pasmo como os outros com a atitude da namorada.
- Claro que eles não entendem, Harry. Eles não estavam lá, na Câmara Secreta, quando você matou aquele Basilisco e sangrava, envenenado por ele. Eles não estavam com você naquele cemitério, quando Voldemort retornou e matou Cedrico. Eles não estavam lá quando lutamos contra os comensais no ministério. Eles não estavam lá quando apareceu aquele Bicho-Papão ou quando você enfrentou outro Basilisco pra salvar a vida de Rony e Mione. Eles não tiveram que passar dias na beira da sua cama, rezando pra que você sobrevivesse mais uma vez. Eles não estavam na batalha de hoje, quando sozinho você destruiu mais de cem Dementadores e depois derrotou Snape. E porque ele fez isso, ministro? Por glória própria? Não. Ele fez e vai continuar fazendo o que puder por nós. Por todos nós. Ele sempre esteve disposto a se sacrificar por aqueles a quem ama, abrindo mão de sua própria felicidade em prol dos outros. – Lágrimas rolavam pela face da moça, mas eram lágrimas de ódio e rancor.
- Gina.Amor. – Continuou Harry, estendendo o braço e puxando-a pelo ombro em sua direção. – Você sabe, e é isso que me interessa.
- Vocês pensam que gostamos disso? – Continuou ela, se aninhando no peito de Harry – Que não gostaríamos de estar pensando apenas em nos formar, em vez de estarmos planejando estratégias e em como mantermos a escola segura? Que não preferíamos estar sonhando com nosso futuro, depois da escola, se nos casamos e o que faremos, e ao invés disso não sabemos se estaremos vivos amanhã. Principalmente você, amor.
- Gina chega! – Disse Arthur, pondo a mão no ombro da menina – Acho que o ministro entendeu. Todos nós entendemos, filha.
- Ministro. – Continuou Harry – Não sou seu inimigo. Temos um objetivo comum que é a derrota de Voldemort. Não tente mais me atrapalhar, por favor. Eu sei o que estou fazendo. Não cometa os mesmos erros que seu antecessor, me perseguindo. O senhor só tem a perder. Eu e meus amigos já prendemos mais comensais nos últimos tempos que todos os seus Aurors. Se o senhor quiser me ajudar, tem oito lá na cabana de Hagrid, que devem ser levados para Azkaban. Meu pessoal precisa descansar.
- Muito bem, Potter! Vou deixá-lo em paz por enquanto. Mas saiba que vou responsabilizá-lo por qualquer coisa que aconteça de errado, você está me entendendo?
- Eu já me sinto responsável ministro. Mas se isso lhe faz sentir-se melhor, pode me usar como bode expiatório. Já estou acostumado. Agora se me dá licença, tenho que comunicar a duas famílias que seus filhos morreram esta noite.


Harry deixou a enfermaria e voltou para sua sala. Algum tempo depois, Gina foi ficar com ele e acabou dormindo ali, em seu colo. Ele a colocou em sua cama e ficou observando enquanto dormia. Como estava orgulhoso daquela ruivinha, não podia dizer o quanto. Depois voltou a seus afazeres até que o dia amanheceu. Logo os pais de Marieta e Simas chegaram para levar os filhos, e Harry nunca se sentiu tão pequeno e insignificante. Não sabia o que falar para tentar acalmar o coração daquelas mães que choravam a perda dos filhos. A Srª Finnigan se aproximou dele, abraçou-o e disse que não o culpava pelo ocorrido e que ela sabia que ele não deixaria que a morte de seu filho fosse em vão. Harry jurou que não e a mulher deixou a escola para sepultar o rapaz.


Já era dia claro quando os professores e alunos que os acompanhavam retornaram de Hogsmeade. Todos estavam bastante cansados, mas nenhum seriamente machucado. Neville foi para a ala hospitalar ver Luna, que continuava desacordada e os outros se recolheram para dormir. Tonks viera e levara Lupin para o Largo Grimmauld, onde ficaria tratando dele durante a lua cheia. E Harry continuava sua vigília.




*****


Quando chegou em seu quarto, na mansão da família, Draco Malfoy trancou a porta e se sentou numa poltrona. Pensou que seria castigado pelo seu mestre, mas sua tia havia conseguido convencê-lo de que a falha no ataque era totalmente de Snape, o que lhe custara a vida. O lorde das trevas estava furioso, mas resolveu esperar a situação se acalmar antes de lançar um novo ataque. Mas ele, Draco, não queria esperar muito. Tinha um plano, que já começara a por em prática. Não era o plano que traçara inicialmente, mas teria que servir. Agora era só esperar o momento certo e ele mataria Harry Potter e seria agraciado junto a seu mestre.




*******



Um jovem corria pelos belos corredores da Escola de Magia e Bruxaria da Índia. Seu nome era Radhi, ele era um rapaz de pouco mais de Dezessete anos, alto magro, moreno. Filho de pai indiano e mãe inglesa viviam na Índia desde os dois anos. Seu pai conseguira um emprego no ministério da magia daquele país e trouxera a família toda para cá. Mas Radhi adorava tudo que se referia a Inglaterra, onde nascera. Principalmente tudo que se referia a Harry Potter. Quando, no início do ano letivo ele descobriu que as duas novas alunas, as gêmeas Patil estudaram em Hogwarts, a mesma escola onde Harry Potter estudava, ele não se conteve. Se aproximou das moças e fez amizade com elas. Durante todos aqueles meses eles conversavam sobre a vida delas em Hogwarts, sobre a guerra e na infelicidade das duas em estarem ali, longe de casa e de seus amigos.

Correndo pelos belos corredores do palácio que era sua escola, que parecia uma grande tenda com adornos de ouro por toda parte, um palácio digno de um Rajá, com um fascículo do Profeta Diário nas mãos, Radhi se perguntava qual seria a reação das moças. Certamente elas conheciam sobre as pessoas que eram mencionadas na matéria. Ele e Parvatti estavam namorando há algum tempo e ele temia por ela. Encontrou-as tomando café da manhã, sentou-se com elas e disse:

- Bom dia, meninas. – E antes mesmo que elas respondessem, emendou – Tenho péssimas notícias. Leiam!


E estendeu-lhes o jornal. As duas juntaram as cabeças e leram a matéria, e logo começaram a chorar. A notícia não revelava muito do que ocorrera, apenas mencionava o ataque que acontecera a Hogsmeade e Hogwarts e os mortos. Quando terminou de ler, Parvatti disse:


- Não acredito! Simas está morto. E Marieta também. Padma, nossos amigos estão lutando e nós aqui, em segurança. Não está certo. Eles precisam de nossa ajuda.
- Também acho. Não podemos continuar aqui. Não importa o que papai acha. Já somos de maior, não pode mais nos obrigar a ficarmos aqui.
- O quê? – Perguntou o rapaz, assustado com o rumo que conversa estava tomando – Vocês estão pensando em voltar para a Inglaterra?
- Nós não estamos pensando, Radhi. Nós já nos decidimos. Vamos hoje mesmo.
- Não posso deixar vocês irem. Será culpa minha. – Ele estava ficando apavorado.
- Não será não. Nós vamos e na tem nada que possa fazer para nos impedir. Você não faria nada contra mim, faria? – Perguntou Parvatti, provocativa.
- Não! Claro que não. Quer dizer... Olha, vocês estão realmente pensando em voltar para a Inglaterra e se juntar a Harry Potter e seus amigos e lutar contra Aquele-Que-Não-Se-deve-Nomear?
- Com certeza. – Respondeu Padma, enfaticamente.
- Então eu vou com vocês. Não posso deixar vocês irem sozinhas, então vou junto.
- Querido isto não é brincadeira. – Parvati começou – Não podemos levá-lo, vai ser perigoso. Harry nos treinou bastante e mesmo assim não sei se estamos preparadas para enfrentar comensais da morte. Você não teria nenhuma chance.
- Mas vocês já me ensinaram tanto. E eu posso aprender mais, sou ótimo aluno, não sou? Vocês não podem ir sem mim.
- Ok! – Disse Padma – Você vem. Mas por sua conta e risco, está me ouvindo?


Os três se organizaram e assim que resolveram com a direção da escola, mandaram corujas a suas famílias informando da decisão. Logo em seguida, antes que pudessem ser impedidos pelos pais, deixaram a escola, em direção a Hogwarts. Usaram uma chave de portal para Londres e dali aparataram até Hogsmeade. Quando chegaram na vila, ficaram chocados com a destruição do lugar. Ficaram mais assustados ainda quando chegaram nos portões do colégio e encontraram um gigante de guarda, com cara de poucos amigos. Enquanto se aproximavam, alguém descia ao encontro deles e logo elas reconheceram Dino Thomas vindo até eles.

- O que é que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou ele.
- Oi Dino. Nós soubemos o que aconteceu com o Simas. Viemos ajudar. – Respondeu Padma.
- Meio tarde, não acham? – Retorquiu o rapaz, com amargura – Estávamos precisando de ajuda ontem. Hoje ele já está morto, assim como Marieta.
- Nós sabemos, Dino. Não estávamos aqui ontem, mas estamos agora. Será que podemos entrar e conversar com o Harry? – Perguntou Padma.


Dino não respondeu, mas abriu o portão para as duas. Olhou para Radhi com desconfiança, tirou-lhe a varinha dizendo que era medida de segurança e levou-os para o castelo.




Já era quase 18:00 Hs e Harry ainda não havia dormido. Estava em sua sala, com Gina e Mione, que já havia deixado a ala hospitalar. O casal Weasley havia ido embora logo após o almoço, deixando uma tonelada de recomendações para os jovens. Neste exato momento Harry estava sendo bombardeado pelas duas, que insistiam que ele deveria dormir:


- Harry, seja razoável. – Estava dizendo Mione – Todos já descansaram menos você.Se continuar deste jeito, vai cair doente e vai parar naquela enfermaria.
- Eu estou bem, Mione. Não estou com sono, sério.
- É lógico que não está com sono. Pedir para Dobby lhe trazer uma poção que não lhe deixasse dormir.- Gina disse.
- Quem te disse isso? – Perguntou Harry, inocentemente – É mentira.
- Não me enrola, Harry Potter. – Gina estava assumindo um ar perigoso – Foi o próprio Dobby que me disse. Ele se preocupa com você.
- Ele me paga! Vou dar um nó nas orelhas dele.
- Harry! – Escandalizou-se Mione.



Neste ponto da discussão chegaram Dino e seus acompanhantes, salvando Harry temporariamente.


- Harry, temos visitas. – Disse Dino.
- Olá! – Disse Parvatti, constrangida – Tudo bem com vocês?
- Nós estamos bem sim, Pavatti. E vocês, como estão? – Perguntou Gina, rispidamente – E o que vocês estão fazendo aqui?
- Nós soubemos sobe o Simas hoje de manhã, em nossa escola na Índia. Não podíamos acreditar. Vocês aqui, passando por tudo isso e nós lá, tranqüilas e seguras. Não nos pareceu justo.
- Se vocês não acharam justo, porque não se juntaram a nós quando chamamos, antes de começarem as aulas? – Perguntou Gina.
- Nosso pai não deixou. – Padma tomou a palavra – Ainda éramos de menor e não podíamos desobedecer, mas agora que completamos dezessete anos, ele não pode nos impedir de fazer o que achamos que é certo.
- E quem é você? – Perguntou Harry, que estava quieto observando o rapaz que acompanhava as irmãs Patil.
- Meu nome é Radhi, Sr. Potter. Sou amigo delas e quando resolveram vir se juntar ao senhor para lutar, eu quis vir junto – Disse o jovem indiano, fazendo uma reverência.
- Ele pode ser um espião, Harry. Deixa ele comigo. – Disse Dimas, sacando a varinha e apontando para Radhi.
- Não! – Gritou Parvatti – Ele não é espião, é meu namorado. Conhecemos ele há meses, ele não é inimigo, Harry.
- Não, eu sei que não. – Respondeu Harry, que estivera usando seus poderes para ler a mente do rapaz – Mas isto aqui pode ser muito perigoso, Radhi. Não quero ser responsável por mais mortes.
- Não se preocupe. Eu sei lutar. Sou um dos melhores da turma. E Parvatti me ensinou alguma coisa também, pode ficar tranqüilo.
- Então vamos fazer um pequeno teste, se não se importa. Concorda?
- Sim senhor. Será uma honra.
- Ok! Então, por favor, lute com Gina.


Radhi, que vinha de um país extremamente machista e esperava lutar contra Harry ou Dino se decepcionou, e isto não passou despercebido aos olhos da ruiva, que ainda estava possessa com o namorado.


- Me descilpe, Sr. Potter. Não quero faltar ao respeito ao senhor, muito menos com a bela dama, mas não acha arriscado colocá-la para duelar comigo?
- Como é? – Perguntou Gina – Você acha que não sou capaz de duelar com você? De onde você saiu, seu porco chauvinista, machista, preconceituoso de uma figa!
- Calma, Gina. - Parvatti veio em socorro ao namorado – Ele não quis ofender. É que na Índia, os homens não lutam contra mulheres.
- Mas aqui lutam, e eu já derrubei muito marmanjo. Ontem mesmo, perdi a conta de quantos comensais eu estuporei.
- Desculpe, stª. Realmente não quis ofender. Vai ser uma honra duelar contra você. – Disse o rapaz, extremamente envergonhado.
- Então vamos de uma vez. – Disse ela, já se posicionando.


Ambos ficaram em posição e Gina fez um sinal para que ele começasse. Radhi Lançou um feitiço do qual Gina se desviou facilmente. Logo em seguida ela o atingiu com um Rictusempra e antes que ele tivesse tempo de reagir completou o serviço com um Levicorpus. O Jovem ficou pendurado pelo pé, com uma cara de idiota. Gina se aproximou e disse:


- Espero que não tenha se ferido. – Fez um gesto com a varinha, e o rapaz caiu de cabeça no chão – Nunca mais subestime um inimigo pelo simples fato de ser mulher, entendeu?
- Sim Senhora.- Respondeu Radhi, se levantando atordoado.
- É, meu caro. – Disse Dino, dando uma risada – Você não devia ter provocado a Gina. Ela é uma das melhores bruxas desta escola, quase tão boa quanto o Harry.
- E como é que eu ia saber? – Perguntou ele, passando a mão na cabeça, onde agora havia um enorme galo.
- Tudo bem. Chega. – Disse Harry, que também estava rindo – Radhi, você pode ficar no quarto de Dino, afinal tem cama sobrando lá. A Gina vai encaixá-lo no programa de treinamento. Vocês também, meninas. Todos precisam treinar mais. Sejam bem vindas de volta a Hogwarts. E Radhi... Me chame de Harry, está bem?



Depois que o grupo saiu, Gina se virou para Harry com as mãos na cintura e disse:


- Muito bem Sr. Potter. Agora o assunto é entre nós dois. O senhor vai pra cama por bem ou vou ter que azará-lo, como fiz com ele?
- Tudo bem, eu vou. – Disse o rapaz rindo, abraçando a namorada e beijando-a, na tentativa de acalmar a fera.- Mas se acontecer alguma coisa vocês me chamam, ok?
- Ok! – Responderam Mione e Gina.



Harry foi para seu quarto, tomou um banho e se deitou. Até aquele momento, não percebera o quanto estava cansado. Com a ajuda de uma poção que Gina o obrigara a tomar, para que dormisse sem ter sonhos, ele finalmente dormiu. Ali se encerrava para ele, a noite mais longa de sua vida.

N. A: Respondendo à pergunta da Tati e do Leonard, neste cap. veio a explicação. O totó não morreu não, ele ainda vai aparecer na estória.

Tati, agradeço a menção da Molly no seu comentário. Não tinha pensado em colocá-la neste capítulo, mas você me deu a idéia, espero que tenha gostado.

Agradeço a todos que têm lido e comentado, até o próximo capítulo.

Claudio

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Comentários (1)

  • vitoria67

    aiaiaiai sera que nao podia dizer antes que com a gina nao se meche

    2013-02-18
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