Dia Dos Namorados



Assim que Harry recebeu alta, Os Weasleys e Hermione retornaram para a Toca, para curtir o resto das férias com suas famílias. Gina se negou terminantemente em acompanhar os irmãos, não teria nada no mundo que a fizesse sair do lado de Harry tão cedo. Só depois de insistir muito e jurar que iria se comportar, além da promessa da diretora de tomar conta dos dois ali é que os pais dela permitiram que ela ficasse em Hogwarts.


A primeira coisa que ela fez quando sua bagagem chegou, foi procurar a caixinha com as alianças. Enquanto se dirigia para o quarto de Harry, que ainda estava de repouso, Gina encontrou Cho num corredor. Elas não haviam conversado direito depois do atentado. Na verdade, Gina procurava evitar Cho desde o início do ano letivo. Ela ainda sentia um ciúme muito grande em relação à outra, sabia que ela era muito mais bonita, mais velha e provavelmente mais segura de si do que ela, e isto a incomodava. Já percebera os olhares que Cho ainda lançava em direção a Harry, e a conversa que eles tiveram no dia da aula de DCAT ainda estava bem viva em sua lembrança. Sem dúvida, Cho ainda gostava de Harry.


Viu que não teria como escapar e então resolveu enfrentar a garota.


- Oi Cho. Tudo bem?
- Oi. Tudo bem. E você como está?
- Bem. Agora está tudo bem.
- E o Harry? Está melhor?
- Ah! Sim, já está bem melhor, obrigada. Está descansando, Mme Pomfrey disse que ela ainda precisa descansar e tomar uma poção para repor o sangue perdido até amanhã. Mas já está bem melhor.
- Que bom! Fico contente em ouvir isto, Gina. Foi um grande susto, não foi?
- Nem me fale! Cho, eu não falei com você direito depois do que aconteceu, eu queria te agradecer por ter salvado o Harry, por ter ficado com ele, quando ele precisou...
- Não tem do que agradecer, Gina – Respondeu ela com um sorriso envergonhado – Ele ficou chamando por você o tempo todo, mesmo quando não tinha mais forças, queria falar com você.
- Eu senti ele me chamar. Estranho, não é?
- Olha Gina, eu também queria falar com você. Acho que precisamos conversar e acertar algumas coisas.
- Tá. Eu também acho que temos algumas coisas pra conversar. – Disse Gina, cruzando os braços e encarando Cho nos olhos – Você gosta do Harry, não gosta?
- Gosto! – Respondeu Cho de chofre. Não esperava que Gina fosse tão direta – Não vou negar que o principal motivo de eu ter voltado pra Armada foi ele. No dia daquela reunião na sua casa, percebi a grande burrada que tinha feito, desistindo dele. Ele estava tão diferente. Mais maduro, mais firme, senhor de si entende? E lindo! Lindo como nunca. Vocês estavam separados, então achei que teria uma chance.
- E não teve? – Perguntou Gina, curiosa.
- Nenhuma! – Suspirou Cho – Vou ser sincera, eu bem que tentei dar algumas indiretas e me aproximar, mas ele nunca me deu uma chance. Até que eu tentei encostá-lo na parede, naquele dia do Bicho – Papão. Mas então ele me disse, claramente que te amava e que eu nunca teria chances com ele.

Gina disfarçou, não podia dar sinais de que ouvira a conversa entre eles naquela noite. Cho continuou:


- Desde aquele dia, desisti dele. Basta olhar para vocês dois juntos que qualquer um sabe que vocês são feitos um para o outro. A relação de vocês é muito forte. Esta história de você ter sentido quando ele foi atacado e chamava por você só comprova o que estou dizendo.
- É. Eu acho que você tem razão. Não tinha pensado nisso. – Respondeu Gina.
- Então. É muito raro o que vocês sentem um pelo outro, eu não tenho o direito de me meter ou tentar estragar o relacionamento de vocês. Mesmo que o Harry ficasse comigo, tenho certeza que ele nunca me olharia como olha pra você, Gina. Por isso eu não vou mais insistir em ter nada com ele. Ainda gosto dele sim, mas isto passa um dia.


Gina não podia acreditar no que estava ouvindo. Estava preparada para travar uma guerra contra Cho pelo amor de Harry, não esperava que ela abrisse mão assim, sem lutar.


- Sabe Gina, eu admiro muito você.
- Como é? Por quê? – Agora a ruiva não estava entendendo mais nada mesmo.
- Eu não teria estrutura pra agüentar o que você tem agüentado. Esta história toda do Harry, do passado dele. De Você-sabe-Quem atrás dele o tempo todo. Sabe, quando eu cheguei no alto daquela torre e o encontrei daquele jeito, fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Fiquei imaginando o que você faria se estivesse ali, a única coisa que consegui fazer foi segurá-lo e chamar por socorro. Quando você chegou, vi que você é a mulher certa pra ele. Dominou a situação, não se deixou dominar pelo desespero. Naquele dia eu percebi o que significa ser a “escolhida” do Harry. É uma tarefa tão árdua quanto ser o próprio Harry, e eu nunca poderia ser esta pessoa. Mas eu gostaria de ser sua amiga Gina, se você quiser, é claro.
- Err! Obrigada! Ok acho que podemos ser amigas sim.
- Que bom! – Sorriu Cho – Pode contar comigo pro que você precisar, está bem?
- Ta! Tudo bem. Agora se você me dá licença, eu vou ver o Harry. Tchau!
- Tchau! - Respondeu Cho, seguindo pelo corredor.


Ela se sentia muito mais leve, parecia que tinha tirado um peso dos ombros. Fora sincera com Gina, sabia que não ia esquecer Harry tão fácil, mas ela não podia ficar se metendo no relacionamento deles. Em nome do amor que ela própria sentia, não podia interferir naquele amor tão grande.


Gina ainda estava confusa, pensando em tudo que ouvira a poço, quando chegou na sala de Harry. Atravessou-a e chegou ao seu quarto, que era um recinto anexo. Bateu à porta e depois da permissão, entrou. Harry estava sentado em uma poltrona, próximo à janela, por onde era visível a neve caindo lá fora, com Fawkes empoleirada no braço da poltrona. Ele acariciava suas penas, delicadamente. A lareira acesa deixava o ambiente aquecido e extremamente aconchegante. Gina se aproximou e se sentou na poltrona em frente, olhando para ele. Era difícil vê-lo daquele jeito. Ele estava abatido, parecia cansado, desanimado. Ela sabia que deveria ser devido à perda de sangue, mas mesmo assim aquilo a incomodou, mas não deixou que nada transparecesse.

- Ela é maravilhosa, não é? – Perguntou ele, ainda olhando para o pássaro.
- Sem dúvida. E muito fiel também. Veio em seu socorro novamente quando você precisou. – Respondeu Gina, também acariciando a ave.
- Sempre me perguntei o porque dela ter voltado. De ter me escolhido.
- Não está claro? Você precisa de ajuda mais do que ninguém, Harry. Ela era de Dumbledore, não me surpreendi quando ela apareceu no momento em que você invocou aquele patrono.
- Não? – Perguntou Harry, fingindo surpresa – Então você foi à única, porque até eu tomei um grande susto.
- Não. Quer dizer... Lógico que eu não esperava ver Fawkes aparecer ali naquela hora, mas faz sentido, não faz?
- Claro! É claro que faz.
- Olha o que eu trouxe! – Disse Gina, tirando a caixinha de jóias do bolso e mostrando-a para Harry, com um grande sorriso.
- AH! Pensei que não tinha aceitado meu presente. – Disse ele sorrindo, deixando de acariciar a Fênix para pegar a caixinha. Fawkes, percebendo que não era mais o centro das atenções voou de volta para seu poleiro.
- Você é louco? Como não ia aceitar algo tão lindo? Não só a aliança, mas o pedido também. Amei!
- Gina, eu quero que você entenda uma coisa! – Harry ficou sério de repente – Eu amo você, quero ficar com você pra sempre. Mas não posso te prometer muita coisa agora, eu gostari...
- Chi! - Fez ela, colocando seu dedo indicador nos lábios do rapaz para calá-lo – Não precisa falar. Eu sei. Me escuta, Harry. Neste natal, o Gui estava me contando que recebeu uma proposta pra trabalhar no Gringotes do Brasil.
- Mas o que...
- Calma, você já vai entender. Ele tem um amigo que trabalha lá, um brasileiro que trabalhou com ele no Egito, que sabendo da situação que estamos vivendo aqui conseguiu que ele fosse convidado para trabalhar lá.
- E ele vai?
- Não sei, ele ainda não decidiu. Como eu ia dizendo, esse amigo do Gui é brasileiro e ele trouxe pra ele alguns discos. O Gui enfeitiçou um desses aparelhos de som Trouxa pra gente ouvir as músicas, nós nunca tínhamos ouvido música brasileira antes, entende? Tinha uma música, não lembro o nome dela, que me fez pensar muito em nós, na nossa situação. Não lembro a letra inteira, mas tinha um trecho que dizia assim:


É preciso amar as pessoas como se
Não houvesse amanhã.
Porque se você parar para pensar,
Na verdade não há.


- Quando ouvi este trecho da música não teve como não pensar na gente, Harry. Não importa o que vai acontecer amanhã, o que importa é o que vivemos hoje. Por isso, o compromisso que você me propôs é muito mais do que eu posso sonhar. Quando esta guerra terminar, pensamos no que vamos fazer. Concorda?
- Completamente! Mas te garanto que o meu sonho é me casar com você. – Respondeu ele, comovido, estendendo a mão para pegar a mão direita de Gina – Posso?
- Deve! – Respondeu ela, com um sorriso.

Depois que Harry colocou a aliança no dedo de Gina, ela fez o mesmo. Assim que terminou de colocar a aliança no dedo dele, as duas brilharam por um instante e depois voltaram ao normal. Quando Gina olhou para sua aliança, tomou um susto. No lugar das flores e folhas que estavam grafadas com ouro, agora surgira uma frase, numa língua que ela não conhecia, numa escrita fina e delicada, com o mesmo tom amarelo.


Ela ficou admirando sua aliança, sem entender o que significava aquilo, então Harry lhe mostrou a sua, que tinha a mesma inscrição e disse:

- Está escrito “Amo você do fundo do meu coração” em uma língua élfica muito antiga. Ficará gravado enquanto o que sentirmos um pelo outro existir.
- Então será para sempre. – Respondeu ela, admirando ainda mais sua aliança.
- Será. Mas se um dia, um de nós deixar de amar o outro, sua aliança volta aos desenhos anteriores.
- E a outra?
- Se o sentimento do outro continuar o mesmo, ela não mudará.
- Ficaram ainda mais lindas! – Suspirou ela.
- Não mais que você. – Respondeu ele, pegando a mão de Gina e levando –a aos seus lábios, onde beijou a aliança suavemente, primeiro de olhos fechados e depois os abrindo lentamente, fixou-os naqueles olhos castanhos que tanto amava. Gina repetiu o gesto de beijar a aliança de Harry, mas depois pulou em seu pescoço e trocaram um longo beijo.



Com o final das férias e o retorno dos alunos, a rotina voltou ao castelo. Radhi, quando ficou sabendo do ocorrido enquanto estivera fora, ficou decepcionado e não conseguiu conter sua frustração, recebendo uma grande bronca de Parvatti. Numa manhã, já no final do mês de janeiro, a diretora Minerva Mcgonagall se levantou e pediu silêncio aos alunos, que se calaram de imediato.


- Após longa negociação com o ministro da magia. – Começou ela – Finalmente conseguimos a autorização para fazermos um baile na escola.


Todos os alunos se agitaram, um baile em Hogwarts era algo inesquecível. A diretora retomou a palavra e o silêncio retornou ao salão:


- Devido a atual situação de risco que corremos, pedimos que não divulguem o fato. Tal atitude poderia gerar um novo ataque de comensais da morte. O baile se realizará em fevereiro, no dia dos namorados. Agora podem para suas aulas.


Novamente a balbúrdia tomou conta dos alunos. Um baile e ainda por cima no dia dos namorados? Não dava pra perder a oportunidade. Porém nem todos pareciam satisfeitos com a idéia. Harry, que estava sentado ao lado da diretora se virou para ela, aflito:


- Diretora Mcgonagall, que história é essa de baile? É muito arriscado, a senhora não acha?
- O que eu sei Harry. – Respondeu ela – É que os alunos estão precisando se distrair. O Lorde das Trevas anda quieto, vamos aproveitar a oportunidade para dar um pouco de alegria a todos. Isso inclui você e seus amigos, meu rapaz. A Armada está dispensada de cuidar da segurança no dia do baile. Já conversei com a Ordem da Fênix, e virão pessoas para cuidar da segurança no lugar de vocês neste dia. Aproveite o dia, Harry. – Concluiu ela, dando uma quase imperceptível piscadela ao rapaz, que consentiu sorrindo e olhando para a mesa da Grifinória, onde Gina observava a conversa dos dois.
- Ela está louca? – Perguntou Gina quando ele se juntou a ela, Rony e Mione, na porta do saguão – Não basta o que aconteceu no dia das bruxas?
- Ela está certa Gina. – Respondeu Mione, se antecipando a Harry – Os alunos estão agitados. Todo esse tempo dentro do castelo sem nenhuma atividade para se distrair não é fácil.
- O que não ser fácil. – Disse Rony, de cara fechada – Vai ser trabalhar em dobro, montando guarda enquanto todo mundo se diverte no baile.
- É verdade. Não é justo. – Emendou Gina, desanimada.
- Bom, tenho uma novidade pra vocês. – Disse Harry, com um sorriso – A Armada está dispensada no dia do baile.
- O quê? – Perguntaram os três, incrédulos.
- É isso mesmo que vocês ouviram. Mcgonagall pediu ajuda à Ordem, para que eles nos substituam no dia do baile, para podermos participar. Gostaram?
- Jura? – Perguntou Gina, levando a mão à boca, para conter um grito de felicidade.
- Juro! E a propósito... Gostaria de ir ao baile comigo, srtª Weasley?
- Ah! Deixa-me pensar um pouco a respeito, Sr. Potter. Essa é uma decisão muito difícil, sabe...SIM!SIM!SIM! É lógico que eu aceito ir com você. – Gina deu um pulo e abraçou Harry, dando vários beijinhos nele enquanto respondia.
- Hum!Hum! – Fez Rony, extremamente vermelho, chamando a atenção de Mione, que ria da reação da amiga – E você, Mione. Aceita ir comigo?
- Sou a última opção? – Perguntou ela, cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha pra ele.
- Não. – Começou ele, totalmente sem jeito, pois Harry e Gina estavam olhando os dois – É a primeira e única. Se Não for com você, não vou com mais ninguém. Nem vou nesse baile, se não for com você, Mione.
- Muito bem. – Mione descruzou os braços e segurou o rosto de Rony com as duas mãos, fazendo com que ele olhasse diretamente para ela – Então eu aceito o convite, seu bobo. Acha que eu iria com outra pessoa além de você? - E deu-lhe um beijo, deixando-o ainda mais envergonhado, pois Harry e Gina começaram a assobiar e bater palmas para eles.
- Querem para com isso? – Ralhou ele, mas só quando terminou o beijo.


A escola inteira entrou no ritmo do baile nas semanas seguintes. Os pares foram se formando, Dino chamou Lilá, Radhi ia com Parvatti e Miguel com Padma. Cho não aceitara convite de ninguém e quando Harry deu a notícia de que todos estavam dispensados no dia do baile ela disse que ajudaria o pessoal da ordem, que não queria participar do baile. Harry não deu muita importância ao assunto, mas Gina compreendeu a decisão dela, porém não comentou nada com ninguém.


O dia do baile estava frio, porém não havia nuvens no céu. Passou rapidamente, muito mais rápido do que esperavam, de tão ansiosos que estavam todos os alunos. Depois do almoço começaram a chegar os membros da Ordem que cuidariam da segurança naquela noite. Moody, Tonks (que não estava vestida para o trabalho, com um belo vestido verde e os cabelos longos e negros), Quin, Gui, Fleur, Esturgio e mais dois bruxos, que Harry não conhecia. As aulas terminaram mais cedo naquela tarde, par que todos tivessem tempo de se arrumar, pois o baile começaria às 20:00 Hs.


Rony se arrumou com Harry em seu quarto e quando faltavam vinte minutos paras as Oito da noite eles se dirigiram para o salão comunal. Fazia tempo que Harry não entrava no salão, e sua chegada foi comemorada pelos alunos mais novos. Eram dez para as oito quando as garotas desceram dos dormitórios. A maioria das pessoas já havia saído da sala em direção ao salão, apenas Harry e Rony estavam sentados, como sempre em suas antigas poltronas próximas à lareira quando as duas apareceram no alto da escada e começaram a descer os degraus.


Na frente vinha Gina, usando um vestido preto de alcinhas, colado ao corpo, que destacava suas curvas, a barra pouco abaixo dos joelhos. O cabelo, vermelho como fogo, estava solto, chegando próximo a sua cintura. Um conjunto de brincos e um colar. Um decote generoso e sensual completava a obra de arte que levava o nome de Gina Weasley. Harry olhou aquele monumento de mulher que vinha em sua direção e sorriu. Quando ela se aproximou, ele disse.


- Sem dúvida nenhuma, sou o cara mais sortudo da escola. Você está maravilhosa, Gina. – E beijou-lhe a mão, numa reverência.


Hermione vinha logo atrás, tão deslumbrante quanto Gina. Trajava um vestido tomara - que – caia azul, longo, com detalhes em prata. O cabelo estava solto, mas não armado. Ela usara um feitiço para arrumar o cabelo, que descia liso até o meio de suas costas. Uma leve maquiagem completava o visual, ressaltando seus lábios vermelhos. Rony olhava boquiaberto para ela, e assim que ela se aproximou ele foi ao seu encontro e balbuciou:


- Mi...Mi...Li..
- Vou interpretar isso como um elogio, está bem? – Respondeu ela divertida.
- Você está linda, Mione. – Conseguiu dizer o rapaz, ainda de olhos esbugalhados e boca aberta – Eu não mereço tanto.
- Então chegou a hora de fazer por merecer, Ronald Weasley. – Concluiu ela.


Harry deu um cutucão no amigo, que acordou do transe em que se encontrava. Eles tinham combinado fazer isto com antecedência. Com um gesto de varinha, Rony fez surgir uma linda rosa vermelha. Harry também fez o mesmo feitiço, porém sem varinha. Ambos entregaram a flor às suas companheiras com uma reverência, devidamente correspondida, tomaram-nas pelo braço e saíram pelo buraco do retrato.


- Desde quando você está usando magia sem varinha, Harry? – Perguntou Mione.
- Não faz muito tempo. Só consigo de vez em quando, com coisas simples, sabe? – Respondeu ele.
- Eu já vi você fazendo isso antes.- Disse Gina – Na ala hospitalar, quando juntou a cama de Rony e Mione.
- Foi? Não me lembro. Bom, deixa isso pra lá. Vamos aproveitar a noite, certo? Afinal, somos os dois caras com as mais belas mulheres da escola, não é mesmo Rony?
- Sem dúvida. Finalmente nossa sorte mudou, hein cara?
- Não podemos nos queixar também, não é mesmo Gina? - Disse Mione, olhando para como Rony estava vestido. Muito elegante em seu traje de gala preto. Os músculos, bem torneados, deixavam-no com um belo porte. O cabelo estava cumprido e ele amarrara num rabo-de-cavalo.
- Não, acho que não! – Respondeu a ruiva, dando uma secada em seu par. Harry trajava um conjunto cinza, o cabelo desarrumado como sempre, que Gina fez questão de desarrumar ainda mais passando a mão.


Quando entraram no salão, todos os olhares se voltaram para eles. Envergonhados, os jovens se dirigiram para uma mesa e se sentaram.


A diretora não contratara uma banda para tocara ao vivo, achou muito perigoso trazer alguém de fora. Gina então, dera a idéia que ela vira o irmão, Gui, usar no natal, enfeitiçar um aparelho de som Trouxa, para que pudesse tocar música sem energia elétrica. Como Hermione possuía um, não foi problema. Durante a tarde Remo foi a sua casa buscá-lo. Ela tinha alguns discos também, na maioria de músicas trouxas. Tonks trouxe alguns discos de conjuntos bruxos como As Esquisitonas, e Gina pedira a Gui o que continha a música brasileira que ela queria que Harry ouvisse. Desta forma, a música ecoava pelas paredes do castelo alegremente, e os casais dançavam na pista de dança improvisada.


Quando o ritmo mudou para uma música mais lenta, Os dois casais que estavam na mesa resolveram dançar. Na verdade, Harry chamou Gina e Hermione arrastou Rony, que estava morrendo de medo de dar vexame pisando no pé da namorada. Logo eles começaram a rodar pelo salão, embalados pelo som suave e romântico da música que tocava.


- Por que você disse aquilo Rony? – Perguntou Mione, a certa altura.
- Aquilo o que? – Perguntou ele, que estava concentrado em não lhe pisar os pés.
- Você sabe. Sobre me merecer e tal...
- Ah! Isso! Você sabe, Mione. Eu não mereço você. Sou um duro, sempre fui. Minha família não tem dinheiro pra nada, você já viu a nossa casa como é, vive caindo aos pedaços. O que é que eu tenho pra oferecer pra uma mulher como você? Que está acostumada a viajar pelo mundo nas férias, tem tudo do bem e do melhor na casa dos seus pais.
- Que tal amor? – Perguntou ela – Você me ama, Rony?
- Claro que amo. Sempre te amei, mas a vida não é só amor, não é?
- Você é um bobo, sabia? Me irrita às vezes. Eu não ligo pra dinheiro, já devia saber disso. Adoro a sua casa, tenho passado mais tempo na sua cada do que na minha nos últimos anos. Se alguma coisa me incomodasse lá eu não passaria tanto tempo lá, não é mesmo? Me sinto mais em casa lá, junto de vocês. E sabe porque eu me sinto tão bem lá? Por sua causa, seu bobo. Você mora lá. Vou me sentir feliz em qualquer lugar, desde que você esteja comigo.
- Mas eu tenho medo de que não consiga te dar tudo que você merece, Mione.
- Deixa de besteira. Em que mundo você vive? Hoje em dia a mulher divide as responsabilidades com o marido. Eu vou trabalhar, não pense que sou mulher de ficar sendo sustentada pelo marido não, Ronald.
- Eu sei que não. Tudo bem, você me convenceu. Chega desta história está bem? Agora me diz uma coisa. Você já decidiu o que vai fazer quando tudo isso terminar? Depois que ajudarmos o Harry a derrotar Você-sabe-Quem?
- Eu estive pensando muito sobre isso. Acho que vou ser Medibruxa.
- Medibruxa? Uau! Você vai ser a melhor Medibruxa da história, Mione. Vai ajudar muita gente, tenho certeza.
- Bobo. E você? Já se decidiu?
- Sabe, eu estava pensando em jogar Quadribol. Como profissional, entende? Mas mudei de idéia. Vou tentar ser Auror. Mesmo depois que Nós derrotarmos Você-sabe-Quem, ainda vai ter muito comensal por aí pra gente capturar. Já pensou, eu e o Harry, como Aurors, perseguindo comensais pelo mundo afora? Vai ser demais.
- Eu sabia que você ia escolher ser Auror. – Riu Mione – Mais uma razão pra que eu seja Medibruxa então. Vocês não conseguem se manter inteiros por muito tempo, tem que ter alguém por perto pra consertar os estragos.


Rony também riu, beijou a namorada e eles continuaram dançando, conversando sobre seus planos para o futuro. Um pouco afastados deles, dançavam Harry e Gina, muito colados. Gina não cabia em si de felicidade. Lembrava-se de outro baile, alguns anos atrás, durante o torneio tribuxo ocorrido na escola. Na época ela sabia que Harry não a olhava como mulher, apenas como irmã de Rony. Mas mesmo assim, ela passou dias alimentando a esperança de ser convidada por ele, assim como a maioria das meninas da escola. A grande diferença era que as outras queriam ser convidadas pelo campeão Harry Potter enquanto ela queria ser convidada por sua paixão Harry Potter. O pior foi quando ela desistiu de esperar por seu convite e aceitou de Neville, colega de quarto de Harry. Logo depois Rony sugeriu que ela fosse com Harry e ela foi obrigada a dizer que já tinha companhia. E durante o baile? Que tortura havia sido aquela noite. Ela o vira entrar no salão acompanhado por Parvatti, parecia tão perdido. Que vontade de correr e abraçá-lo, consolá-lo. Mas ela continuou com Neville. Tentou aproveitar a festa, dançou com ele a noite toda, mas sempre mantendo a atenção por onde andava Harry. Ele ficou sentado com Rony o tempo todo, não parecia estar de divertindo. Olhava intensamente para Cho Chang, e isto acabava com Gina. Aquele baile fora horrível, para os dois.


Mas esta noite tudo estava como sempre deveria ter sido. Ela estava dançando com ele, a cabeça encostada em seu peito. Seu coração batia forte, suas mãos em torno de sua cintura, enlaçando-a e trazendo-a junto a seu corpo. Era o melhor momento de sua vida, uma maravilhosa sensação de paz e tranqüilidade percorria seu corpo. Ali ela se sentia segura, como se nada no mundo fosse capaz de atingi-la. Dançaram assim até mudar o ritmo da música, então se soltaram e continuaram dançando, felizes. Depois de um tempo o ritmo mudou mais uma vez e eles se aproximaram novamente, agora os corpos estavam suados. Uma mecha de cabelo grudara em sua testa, escondendo parte de seu rosto. Delicadamente Harry a retirou, e depois disse:

- Vamos beber alguma coisa e dar uma volta lá fora?
- Hum!Hum! – Concordou ela.


Eles se dirigiram para a mesa onde eram servidas as bebidas e se serviram de Cerveja Amanteigada, beberam olhando a movimentação ao redor. Depois, de mãos dadas, deixaram o salão em direção aos jardins da escola.


- Vamos até a margem do lago? – propôs ele.
- Ok!


Começaram a descer o caminho que levava ao lago. De repente, Harry parou e se virou, assustando Gina. Ele olhou para cima, em direção à torre de astronomia e balançou a mão em cumprimento para alguém que se encontrava lá. A pessoa respondeu o cumprimento imediatamente.


- Moody – Disse, em resposta ao olhar da namorada.
- Ah! – Respondeu ela, também se virando e dando um tchauzinho.


A noite estava fria e Gina começou a tremer de frio. Enquanto caminhavam, Harry tirou seu paletó e cobriu-lhe o ombro. Quando chegaram na margem, ficaram admirando a placidez da água banhada pelo luar, quebrada de vez em quando pelos movimentos da Lula Gigante. Ficaram assim abraçados por algum tempo apreciando toda a beleza em volta.


- Seria maravilhoso, não seria? – Perguntou Harry.
- O que?
- Se fosse sempre assim. Toda esta paz, a alegria das pessoas lá dentro. Se não tivéssemos que nos preocupar com Voldemort e seus comensais. Se o mundo parasse esta noite, nós poderíamos ser felizes como estamos hoje pro resto de nossas vidas.
- Sim, seria maravilhoso se pudéssemos passar o resto de nossas vidas assim juntinho.
- Gostei da parte do “juntinhos”. Disse ele, puxando-a para um abraço – Eu amo você, Gina. E gostaria de passar a eternidade assim, lhe fazendo juras de amor eterno.
- Harry! – Disse Gina, se afastando dele com um empurrão.
- Quê? – Perguntou ele sem entender. Pensou que ela gostaria de ouvir aquilo que dissera, mas a reação dela era completamente inesperada.
- Você me azarou?
- Lógico que não. Do que você está falando, Gina?
- Você me lançou um feitiço, Harry. Eu senti.
- Não. Não lancei nada. Nem com a minha varinha eu estou.
- Você sabe que não tem precisado muito dela ultimamente. E eu estou falando sério. Eu senti a onda de um feitiço me atingir, vindo de você.
- Sério? Eu machuquei você? – Perguntou ele, agora procurando pelo corpo de Gina algum sinal de que a tivesse machucado.
- Não. Pelo contrário. – Ela sorriu – Foi bom. Uma sensação gostosa, na hora me assustei por que não estava esperando, mas agora eu percebo que foi algo bom.
- Como assim?
- Senti o seu amor, Harry. É isso. Senti o calor do seu amor, toda a intensidade do sentimento que você tem por mim. É maravilhoso.
- Mas como é que eu consegui isso?
- Não sei. Deve ter alguma coisa a ver com o que estávamos conversando antes de acontecer.
- Mas eu só disse que queria passar o resto da minha vida te fazendo juras de amor.
- Eu sei. Mas alguma coisa que você disse desencadeou um feitiço. Repete as palavras exatamente da mesma forma.
- Muito bem. – Bufou ele, impaciente - Gostaria de passar a eternidade assim, lhe fazendo juras de amor eterno.
- Uhum! Isso. Agora deu certo. – Disse ela, abrindo um sorriso e pulando no pescoço dele, cobrindo-o de beijos – Também te amo!Amo!Amo!Acho que já entendi como funciona.


Gina Puxou sua varinha, que estava guardada pendurada ao lado de seu vestido, apontou para Harry e disse, de forma clara e firme.


- Amor Eternus.


Um facho de energia azul saiu da varinha de Gina e atingiu Harry em cheio no peito. Um calor tomou conta do rapaz, seguido de uma sensação de prazer que ele nunca tinha sentido em sua vida. Era tão quente e acolhedora aquela sensação, que ele não queria que passasse. Ele podia sentir toda a intensidade dos sentimentos de Gina por ele. Nunca imaginara que o amor que ela sentia era tão forte e intenso. Quando abriu os olhos, tinha um sorriso de satisfação no rosto e um brilho nos olhos, que fizeram-na ficar vermelha na hora.


- Sentiu? - Perguntou ela.
- Completamente. – Respondeu ele, ainda sorrindo – Mas o que significa tudo isso?
- Harry! Você acabou de criar um feitiço novo. – Disse ela – Não sei pra que ele vai servir, a não ser pra deixar casais de namorados contentes, é claro.
- Espera um pouco, Gina. – Alguma coisa havia despertado dentro dele, uma lembrança importante – A profecia!
- O que tem a profecia? – Perguntou ela, já se preocupando. Lá se ia a noite perfeita deles.
- “Aquele com o poder que o lorde das trevas desconhece”. Lembra? É isso Gina. Só pode ser. Mas preciso ter certeza primeiro. Vem, vamos testar.
- Testar? Testar como Harry?


Mas ele já estava correndo de volta para o castelo, puxando-a pela mão. Foram direto para sua sala, atravessaram-na e entraram em seus aposentos. Detrás de um compartimento secreto, Harry retirou o colar e a taça, as duas Horcruxes que eles haviam recuperado. Colocou-as sobre uma mesa, pegou a sua varinha e bradou, apontando a varinha para o colar, concentrado em todo o amor que tinha por Gina:

- Amor Eternus.


Um raio, desta vez branco, atingiu o colar, que tremeu por um instante. Depois, uma sombra negra se desprendeu dele, e se desfez no ar. Harry pegou a mão de Gina e disse:

- Nós dois juntos agora.

Ela aquiesceu e se colocou ao seu lado. A seu sinal, ambos disseram:


- Amor Eternus!


Os raios azul e branco, das varinhas de Gina e Harry, respectivamente, saíram ao mesmo tempo das varinhas e se juntaram no trajeto, atingindo a taça com força, atirando-a contra a parede. Antes de bater no chão, o mesmo vulto negro se desprendeu do objeto e se dissipou no ar. Harry se virou eufórico para Gina, que ainda estava surpresa com o que tinha acontecido.


- Destruímos as Horcruxes! – Disse ele, com a voz embargada – Conseguimos, Gina. Encontramos um meio de lutar contra Voldemort. De feri-lo. Talvez matá-lo!
- Como assim? Não dá pra acreditar, Harry.
- O amor. Gina está claro. O poder que Voldemort desconhece, talvez sua única fraqueza seja o sentimento no qual ele não acredita. O amor. O nosso amor, Gina. Isso eu tenho de sobra, entende? O poder de amar. Essa é a arma que precisamos para derrotá-lo. Amor. Tão simples, não entendo como nunca pensamos nisso antes.
- Harry. Você acha que pode derrotar Voldemort com esse feitiço? É loucura.
- Não sei se posso derrotá-lo com ele assim, de maneira tão simples. Mas destruímos as Horcruxes, não destruímos? É a nossa melhor opção até aqui.
- Não sei não, Harry. Não estou convencida ainda. Temos que ter muito cuidado com esta história toda, não podemos nos arriscar.
- Eu sei.Fica tranqüila, não vamos fazer nada sem ter certeza, ok? Mas... – Continuou ele, pegando-a pela cintura, erguendo-a e girando no ar – Você não percebe? Esta pode ser a nossa chance de derrotá-lo. De acabar com este pesadelo. – Colocou-a de volta no chão - Este é o dia mais feliz da minha vida! Estou tendo uma noite maravilhosa com a mulher que eu amo e ainda por cima descobri uma chance de derrotar o cara de cobra.
- Estou vendo que está realmente feliz, sr Potter – Disse ela, ainda rindo devido o passeio no ar que dera.
- Feliz? Feliz é pouco. Desde a morte de Dumbledore que eu não tinha grandes esperanças de vencer Voldemort. E agora, finalmente eu tenho uma esperança. Ainda não sei como, mas nós vamos vencer Gina. Agora eu tenho certeza. Graças a você e ao nosso amor, nós vamos vencê-lo. Vamos, precisamos contar para Rony e Mione.


Ele saiu correndo novamente, puxando-a pela mão. O baile já havia terminado, pois passava da Meia – Noite. Então eles foram para o salão comunal da Grifinória. Quando entraram, encontraram Rony e Mione esperando por eles, ela sentada no braço da poltrona em que ele estava. Rony se levantou e foi em direção dos dois, de cara amarrada.


- Onde é que vocês estavam?


Eles não responderam. Harry sacou sua varinha e apontou para Rony, que parou onde estava e ficou olhando para o amigo, sem entender nada. Harry lançou o feitiço:


- Amor Eternus!


Mione que permanecia no braço da poltrona deu um pulo, enquanto Rony era lançado para trás, gritando.


- HARRY! Você está louco? Por que você fez isto?
- Como você está se sentindo? – Perguntou Harry para Rony, ignorando Hermione.
- Estou bem.- Respondeu ele, ainda zonzo – O que você fez comigo? Sinto-me estranho.
- Sentem-se. Vamos explicar.


Harry e Gina passaram as duas horas seguintes contando o que ocorrera, as teorias que tinham desenvolvido, etc. Logo depois, os quatro passaram mais um bom tempo debatendo o assunto, decidiram investir ainda mais na procura da Horcruxe que faltava, de como usar o novo feitiço para derrotar Voldemort, etc. Já estava quase amanhecendo quando resolveram se deitar. A aurora que estava prestes a raiar, trazia esperança de um futuro mais promissor na vida daqueles jovens.



N.A: Pessoal, vocês devem ter reparado que eu inseri um trecho da música " Pais e Filhos" do Legião Urbana. Me desculpem se ficou meio forçada a maneira como inseri isto, mas eu sou um grande fã do Legião e me inspirei muito nás músicas deles para escrever esta estória. Vou citar mais em outros capítulos.

Este capítulo talvez tenha ficado um tanto romântico demais, mas era preciso devido ao desfecho do capítulo. No próximo, voltaremos a ter muito mais ação do que neste.

Eu ainda vou tentar inserir a mensagem que aparece no anel na língua élfica. Consegui a frase pesquisando os livros e sites relacionados a Tolkien e O Senhor dos Anéis, mas não consegui inserir aqui o texto. Vou continuar tentando, se conseguir eu aviso.

Obrigado a todos que têm lido, votado e comentado. Sinceramente, não esperava que tantas pessoas acompanhassem este meu delírio, praticamente 500 Views. Isso vicia, sabiam? Então, ajudem a alimentar o vício deste que lhes escreve, estou viciado em comentários. É muito bom recebê-los.

Até o próximo capítulo.

Claudio

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