Uma Questão de Amor



CAP 15
Uma questão de Amor





Uma semana se passara desde que chegaram a Hogwarts. O tempo estava feio, chuvoso, mas nada que interrompesse os seus treinamentos de luta e feitiços e também a busca para o mistério do horcrux.

Como se já não bastasse tudo o que havia ocorrido com eles, incluindo as loucuras de Snape, a perseguição de Hermione e a morte do comensal, tudo o que eles procuravam em Hogwarts era um lugar onde pudessem se acalmar novamente para a luta que enfrentariam, mas isso estava longe se tornar realidade, principalmente com Malfoy por perto.

Rony não cabia em si de tanta revolta depois que Hermione finalmente aceitara a proposta de Malfoy. Para falar a verdade Harry também não gostava da idéia, pois era no mínimo suspeita vinda do garoto que a odiava tanto.

Ele podia estar encenando ou coisa parecida, podia estar planejando algo horrível para Hermione, mas não foi isso que as cenas daquela semana lhe passaram. Havia resolvido ficar de olho em Malfoy para que qualquer mancada ou frase não bem estruturada fosse um bom motivo para não mandar Hermione, mas seu plano foi um total fracasso no final das contas. Nem mesmo o veritasserum informou qualquer coisa de mau nas intenções de Malfoy, e tudo ficou mais claro quando Draco disse, sobre o efeito da poção: “Levo a Granger porque ela é a única que acredita piamente que isso vai dar certo”, e depois acrescentou com um sorriso perverso nos lábios “E se não der certo, ela será a primeira a saber.” Ele ia continuar a falar, mas Harry achou melhor não ouvir o resto. Harry não gostou nada da última frase de Malfoy, mas agradeceu aos céus por Rony não estar presente nesse momento. Ele e Hermione estavam ocupados demais gritando um com o outro fora do corredor, e quando Harry finalmente saiu da ala hospitalar para contar aos amigos o que havia ouvido, os dois estavam se beijando como se nunca mais fossem se ver.

Depois de todos esses anos de brigas, só agora eles acharam um jeito de voltar às pazes com o único gesto de se agarrarem e se beijarem. Rony brigava de vez em quando, puxando conversa e tentando convencer Hermione de não ir, o que consequentemente sempre acabava em briga. Mas Hermione já sabia como acalmar Rony, pois depois de falar sem parar que nem uma matraca e fazer Rony perder todos os motivos para continuar falando, ela fazia uma carinha de triste e abraçava o namorado, para logo depois lhe beijar devagarzinho como se estivesse pedindo algo irrecusável. E como já era de se esperar, Rony desarmava todas as armas e concordava com as idéias de Hermione. Uma saída eficaz a da amiga, Harry rezava para que nunca tivesse que enfrentar uma coisa dessas com Gina, pois se ela fizesse aquilo tão bem quanto Hermione, com certeza ele cairia, e cairia mais fundo que Rony.

Harry sentou na confortável poltrona da sala comunal da Grifinória e fechou os olhos tentando varrer da cabeça todos os pensamentos ruins. As idéias de Draco não eram as piores, e sem ele nunca chegariam perto de conseguir alguma coisa, algo que realmente desse certo. Mas algo ainda martelava em sua cabeça, sobretudo o assunto do colar. Gina já passara todos os dias da semana na biblioteca pesquisando, e quando não fazia isso estava caminhando pelos corredores de Hogwarts a procura de alguma luz, de um milagre que a levasse a resposta. Ele, Rony e Hermione passavam os dias treinando, e como já era de se esperar estavam melhorando a cada treino, e no final da tarde quando finalmente entravam no castelo, havia sempre um livro embaixo do braço de cada um deles. Livros dados por Gina e que nunca tinham nada de importante a oferecer, mas ela continuava insistindo na busca que parecia perdida. Harry tinha quase certeza de que ela relia todos os livros que dava para eles, mas resolveu não falar nada, pois a namorada já estava a ponto de explodir quando ele percebeu isso.

Continuou ali, relembrando tudo o que faria no dia seguinte, e em como estava preocupado por não ter descoberto como destruir o horcrux, quando ouviu o quadro se mexer na parede e passos vindo em sua direção.

Era Gina, trazia três livros em seus braços e uma fisionomia nada agradável. Parecia pior que nos últimos dias e aquilo não podia ser coisa boa. Ela se aproximou e largou os livros no chão soltando uma expressão de alivio ao deixá-los cair. Olhou para Harry e sorriu para ele. Aquele tipo de sorriso triste, que parece ser o último.

- O que houve Gina? – ele perguntou se ajeitando na cadeira e se encolhendo para que Gina sentasse junto com ele, o que ela não fez, lhe jogando um sorriso esquisito.

- Eu tenho uma coisa pra te mostrar – ela disse e se sentou no chão pegando os livros a sua volta e abrindo cada um deles em uma página.

Ela pegou o livro a que tanto eles já haviam lido e pesarosamente o leu novamente, com a voz arrastada e sem sentimento.



Sofrendo de um amor avassalador e proibido, Corvinal se via entre a escolha de ficar para trás ou de ir em frente em busca de seu grande sonho. Adolf Croft era um jovem rico e bonito na região onde a mesma morava, e pouco tempo antes de morrer disse o quanto a amava para a surpresa do mundo bruxo.
Segundo ele, suas famílias eram inimigas há quatro gerações, e depois de se apaixonar por Corvinal e tentar pedir sua mão em casamento, teve seu pedido recusado e seu irmão mais novo morto por um feitiço proferido pelo próprio pai da fundadora.
Uma história triste e não provada, pois a professora aplicada nunca quis dar mais explicações para o caso. O jovem Adolf foi diversas vezes visto tentando entrar na grande Hogwarts, gritando seu amor e pedindo desculpas por ter matado o primo querido da família de Corvinal.
Nada parecia ser suficiente aos olhos da nossa grande fundadora, que fugiu inesperadamente do povoado onde morava depois da morte do primo, sem nunca mais voltar e se recusando a falar com o suposto namorado.
Adolf morreu sozinho e sem família, num povoado perto de Hogsmead onde todos diziam ser aquele um velho triste e solitário. Corvinal deixou de dar aulas na mesma semana em que o velho Adolf faleceu, e a partir daí não deixou de visitar sua tumba pelos próximos dois meses em que ficou viva, morrendo logo depois, inesperadamente, enquanto caminhava pelos jardins de Hogwarts.


- Ninguém sabe se isso é verdade, pois como você pode ver – ela mostrou o livro e a página que estava lendo – isso é só uma observação do livro. Mas você já vai entender aonde eu quero chegar.

Harry já havia lido aquela história, extremamente triste é verdade, mas não via o que aquilo tinha de tão importante. Gina puxou um papelzinho pequeno do bolso e leu em voz alta mais uma vez:

Ao Lorde das Trevas

Sei que há muito estarei morto quando ler isto, mas quero que saiba que ainda vivo na esperança de que este horcrux seja destruído.

Talvez este seja o horcrux mais poderoso e indestrutível, mas só para seres perversos que não conhecem o amor como você. Chegará o dia em que um melhor do que eu o encontrará, e quem sabe esse alguém ainda tenha consigo o poder para destruir-lo.

R.A.B.


Harry saltou da cadeira no mesmo instante. Remexeu no bolso e não encontrou nada ali, lembrando logo em seguida que a carta de R.A.B. estava no seu quarto. Quer dizer... não estava mais.

- Porque não me disse que ia pega-lo? – Harry disse sem entender.

- Você estava treinando e eu não queria atrapalhá-lo. E por mais que eu pedisse a carta, você iria querer uma explicação para isso e eu não teria como da-la a você.

- E agora – ele olhou contrariado para Gina – você pode explicar?

- Não sem antes ler outra coisa pra você – ela disse baixinho. - Tem mais isso aqui – Gina pegou um livro pequenino nas mãos. Aquele livro Harry nunca tinha visto, e isso o fez ficar mais esperançoso, pensando que talvez a namorada tivesse descoberto o antídoto para destruir o horcrux.

- Eu estava deitada na cama ontem à noite – ela continuou – pensando em como eu revirei a biblioteca abaixo procurando uma resposta plausível pra destruir o maldito horcrux – ela disse com a voz fraca – e tudo que eu conseguia era ficar mais aflita ainda com toda essa pressão. Eu me lembro de ter sentado na cama, pensado em como você ficaria arrasado na manhã seguinte, e eu comecei a chorar porque pela primeira vez eu senti que estava perdendo algo muito valioso. – Ela falou e dessa vez tomou fôlego. Estava diferente, e Harry ficou surpreso por constatar que ela nem ao menos estava com os olhos cheios de lágrimas. – Eu já sentira isso uma vez, mas nunca com aquela intensidade. Você iria com o Malfoy até o castelo e eu nem ao menos teria achado a resposta certa...

- Você não precisa se culpar Gina...

- Me deixa continuar, por favor – Harry se assustou com a frieza da voz dela.

- Continua – ele disse sentando ao lado dela no chão, tentando absorver o que aqueles olhos tinham de tão diferente naquela noite. Ela estava diferente, e um medo incontrolável tomou seu corpo ao pensar na possibilidade de Gina ter feito alguma bobagem.

- Foi então que eu remexi na minha mala e encontrei esse livro – ela o segurou com força, parecendo querer rasgá-lo ao meio – resolvi lê-lo só para passar o tempo. Mas não foi só isso que eu achei nele – ela disse e fechou o livro mostrando a capa a Harry onde se lia “As Mais Lindas Histórias de Amor do Mundo Bruxo”, por Cica Brouk. – Escute isso:


O COLAR DO ESCORPIÃO

O colar do escorpião foi uma relíquia passada de geração em geração bruxa, se perdendo pelas mãos de donzelas tristes e não amadas.
Um colar extremamente bonito, mas não deixe que o seu brilho inconfundível o engane. É tão lindo quanto é perigoso. Seus diamantes já enganaram muitas pessoas desavisadas, que o colocavam e depois disso não havia mais volta; pelo menos para aqueles que não sabiam como reverter à situação.
O Colar do Escorpião, nome dado ao colar por apresentar uma pequena impressão parecida com o animal em seu verso, tem o poder de tirar o amor do coração daqueles que o colocam. Para todos aqueles que já o usaram, quando o colar é colocado em seu pescoço, todo o amor que sentia até o momento pela pessoa que estava apaixonada se esvai, ficando só um vazio no seu coração.
Reza a lenda, que o colar só será destruído depois que a pessoa que o colocar conseguir voltar a amar a pessoa que antes era sua grande paixão. Não se sabe se o colar já conseguiu ser destruído, mas a única coisa de que se tem evidencia é que este colar sobreviveu a mais de um milênio, destruindo amores e esquecendo paixões.
Um feitiço antigo e poderoso habita dentro deste colar, e pobre daquele que achar ser mais forte do que este, pois muitos já tentaram amar novamente, mas nunca conseguiram tal façanha.


- Rony me deu este livro, pois sempre soube que eu gostava de histórias de amor – ela disse e seus olhos continuavam vidrados no livro. – Assim como a história de Corvinal, esse texto é considerado uma lenda, e uma lenda muito triste por sinal.

- Eu não estou entendendo aonde você quer chegar – Harry disse e seu corpo tremia de medo antecipado.

- Quero te fazer uma pergunta.

- Pode fazer.

- Se sua vida fosse uma coisa que pudesse ser voltada, e você pudesse apagar alguma coisa, qualquer coisa mesmo, o que você apagaria ou talvez não fizesse?

- Eu teria aproveitado mais o meu tempo. Faria muita coisa diferente Gina, muita coisa... – Harry olhou triste para Gina, aquilo mais parecia um prenúncio de uma notícia muito ruim, mas se assim fosse ele preferia que ela falasse logo, ao invés de ficar enrolando e de fazê-lo sofrer com toda aquela indiferença que pairava nos olhos dela. Era triste ver aquele olhar vazio, era pior ainda ouvir aquela voz tão sem emoção. – Por que você está dizendo isso Gina?

- Por que se fosse eu, Harry... se eu tivesse a oportunidade de voltar e fazer as coisas novamente, eu teria feito tudo de novo e do mesmo jeito.

- Você não mudaria nada?

- Nem uma vírgula.

- Não entendo você...

- Harry... na vida as vezes é preciso correr riscos.

- Na maioria das vezes sim – ele respondeu, mas estava em dúvida com as suas próprias palavras.

- Eu corri um risco hoje, um risco enorme, fora do normal, e eu preciso que você entenda isso, pois se eu não fizesse ninguém mais poderia fazer.

- Gina você está me deixando maluco desse jeito! FALE LOGO!

Gina parou e o olhou fundo nos olhos. Ficou o encarando um bom tempo, procurando algo nos olhos dele e não conseguindo achar de jeito nenhum. Harry olhou-a assustado, sem saber ao certo o que fazer. Chegou perto dela e tentou beija-la, mas ela se separou um segundo depois parecendo assustada.

- É tudo verdade Harry. Tudo. A história de Corvinal, e do modo como ela fugiu de casa e nunca mais sentiu nada pelo seu amado... e você já conseguiu perceber o porque de tê-lo esquecido tão rapidamente? – Gina começou a chorar e Harry sentiu seu coração bater mais rápido, não só por vê-la naquele estado, mas pela notícia que ele já imaginava ouvir da boca dela. - Ela usou o colar, esse colar que é um horcrux, e que certamente o R.A.B não conseguiu destruir, pois não tinha alguém para amar, ou provavelmente não conseguiu recuperar o amor pela pessoa que amava. O colar não foi destruído e está conosco agora.

- Você tem certeza disso Gina? Pode ser apenas um palpite...

- EU TENHO CERTEZA HARRY! – ela gritou e se levantou de repente, colocou as mãos sobre o rosto e começou a chorar descontroladamente.

- Gina não faça isso comigo! Você sabe que me corta o coração te ver assim... se realmente for verdade, nós daremos um jeito, sempre damos, não é? – ele disse enquanto abraçava Gina apertado. Ela retribuía o abraço como se aquilo valesse a sua vida, e Harry não entendia, ou não queria entender o motivo de tanto desespero.

- Tudo que eu li é verdade Harry – ela disse se largando dos braços dele e ficando a uma boa distancia dele. Segurava a gola da camisa como se fosse arrancá-la fora, suas mãos tremiam incontrolavelmente.

Um pavor tomou o corpo de Harry. Por um segundo ele releu mentalmente todos os textos que Gina havia lido e percebeu o que estava óbvio desde o começo.

- Me diz que você não fez isso – ele disse e sentiu seus olhos arderem.

- “Nós sempre damos um jeito” – ela repetiu o que ele falou, seu rosto contraído para não cair no choro novamente – você acabou de dizer isso Harry...

- ME DIGA QUE NÃO FEZ ISSO! – ele gritou e ela engoliu o choro e olhou brava para ele. O coração de Harry pareceu ter quebrado em mil pedaços ao ver aquele olhar.

- Eu estou dando um jeito pra nós... estou tentado fazer o que você certamente faria por mim! – ela disse tentando falar alto, mas sem nenhum sucesso.

- VOCÊ ESTÁ CERTA: EU TERIA FEITO! EU TERIA! VOCÊ NÃO PODIA TER FEITO ISSO! NÃO PODIA!

- MAS EU JÁ FIZ! E EU FARIA DE NOVO E DE NOVO QUANTAS VEZES FOSSE PRECISO!

- Me mostre – ele pediu e nesse momento os gritos cessaram.

Gina levou as mãos até o pescoço, pegou delicadamente a gola e baixou-a até que Harry conseguisse ver o colar que estava em seu pescoço. Seu mundo caiu completamente e quase não conseguia mais ver as coisas ao seu redor. Sem pestanejar, sem nem ao menos pensar, disse a primeira coisa que veio a sua cabeça:

- Você não me ama mais? – ele perguntou e seus olhos estavam mais vermelhos do que antes. Gina ficou em silêncio, e o silêncio era a pior resposta que ele podia receber.

- Eu... eu estou sentindo algo estranho...

- Você não me ama mais? – ele perguntou mais uma vez, por mais duro que fosse e por mais que soubesse a resposta, ele queria ouvir aquilo que os olhos dela diziam desde o momento em que entrara naquela sala.

- Não... não do mesmo jeito – ela respondeu e ele se virou automaticamente e deu um soco na parede. Suor e lágrimas corriam pelo seu rosto.

- Você tem noção do fez? Você tem certeza sobre essa bobagem que fez? – ele disse e parecia maluco agora. – Leia o que está escrito aqui... LEIA! – ele pegou o livro do chão e jogou nas mãos de Gina. Ela olhou para ele sem saber o que fazer, e em seguida Harry tomou o livro de suas mãos e correu os olhos sobre o texto a procura de algo. – Aqui! Está aqui! “Um feitiço antigo e poderoso habita dentro deste colar, e pobre daquele que achar ser mais forte do que este, pois muitos já tentaram amar novamente, mas nunca conseguiram tal façanha.” – ele leu e depois jogou o livro no chão. – Você pode nunca mais me amar de novo... e eu não posso agüentar isso Gina! Nunca ninguém conseguiu destruir o colar! O QUE TE FAZ PENSAR QUE CONSEGUE!?

- EU AMAVA VOCÊ! EU AMAVA SIM E EU LEMBRO QUE NÃO ERA POUCO! EU POSSO FAZER ISSO!

- E SE NÃO DER CERTO? E SE ALÉM DE TER QUE ENFRENTAR ESSA GUERRA EU AINDA TENHA QUE TE VER TODOS OS DIAS E SABER QUE VOCÊ NÃO ME AMA?

- E SE VOCÊ CONTINUAR ASSIM... DESSE JEITO COMIGO... TALVEZ EU NUNCA MAIS VOLTE A SENTIR ISSO NOVAMENTE!

Harry chutou os livros a sua frente e olhou para os lados a procura de outra coisa para esmurrar, mas não encontrou nada ao seu alcance. Aquilo era a pior coisa que podia acontecer. Ele amava Gina e ela não o amava mais... não sabia como reagir diante disso, estava desesperado com a possibilidade de nunca mais poder ter o amor dela.

- Não faça isso Harry... – ela disse se aproximando dele e o abraçando forte, segurando os seus braços pra que ele parasse de se mexer e se acalmasse. – Quem mais você conhece nesse mundo que tenha gostado tanto de outra quanto eu gostei de você? – ela disse calmamente. – Não desista de mim agora, e não faça isso tudo porque essa não é a pessoa por quem eu me apaixonei. Eu te amei e vou voltar e você está tornando as coisas muito difíceis.

- Me assusta pensar que você não me ama...

- Mas eu amo... – ela disse se soltando – mas não daquele jeito de antes...

- Que jeito? – ele quis saber.

- Você sabe muito bem o jeito! – ela gritou e ele se arrependeu de ter perguntado. – Mesmo que eu não sinta isso agora, eu ainda me lembro muito bem do que eu sentia por você! Lembro-me de não ter pensado duas vezes antes de fazer o que fiz! Por que eu amava você! Eu amava e você me deixa triste dizendo essas coisas. Como se não acreditasse em mim...

- Não é que eu não acredite em você Gina, eu só não me conformo com isso... eu devia ter feito.

- Não Harry, você não devia! Eu esperei você por cinco anos! Esperei que você me reparasse, que ao menos gostasse um pouco mais de mim, que me olhasse de outro jeito! Todo esse tempo, a partir do momento em que nos conhecemos. Cinco anos não são prova suficiente pra você? – ela disse e dessa vez sua voz estava mais grave do que nunca. A dor que estava sentindo não se comparava a nada do que jamais sentira. – Eu acho melhor você não falar mais nada, pois se você continuar, é bem capaz desse colar nunca ser destruído...

- Você tem que parar de fazer as coisas sem me contar primeiro – ele a interrompeu, e agora parecia mais calmo do que nunca. Sabia que estava machucando o coração dela, mas o seu já estava em pedaços.

- E você tem que aprender a confiar em mim, Harry Potter! – ela disse jogando uma almofada nele.

- Odeio quando nós brigamos – ele disse e foi até ela devagarzinho e pegou em sua mão. Aproximou-se dela e lhe deu um beijo que nem mesmo durou cinco segundos, e então ela se soltou, largou as mãos que estavam entrelaçadas nas dele e pressionou os olhos como se estivesse a varrer um pensamento ruim.

- É melhor você não tentar nada...

- Mas por quê? – ele perguntou contrariado.

- Por que você vai ter que me conquistar primeiro. Assim como da primeira vez, pois eu não sinto nada agora, e não é com um beijo que você vai me ter de volta.

- Eu não sei como eu vou conseguir fazer isso. Foi você que começou a gostar de mim sem mais nem menos! Assim como eu com você...

Gina podia entender tudo aquilo que ele estava falando, e tinha que concordar com Harry em algumas coisas. Uma delas era o poder do colar. Tinha certeza absoluta de que no primeiro momento em que visse Harry, todo amor voltaria e todo aquele vazio que estava sentindo iria embora. Entrou cheia de esperança na sala comunal, mas a única coisa que aconteceu foi que ela ficara cada vez mais triste e com mais medo. Logo que o vira tudo parou por um instante, como se para saber se o sentimento voltaria, mas ele não voltou, ficou preso em algum lugar do coração sem poder sair. Há! Não seria nada fácil, nada fácil mesmo voltar a ser como antes. Isso não era um conto de fadas, nem mesmo uma lenda como nos livros que lera. Era tudo real e quando as coisas são reais elas são bem mais doloridas e muito mais difíceis. Harry tinha que parar de gritar e de chutar coisas, tinha que compreender.

- Então espere acontecer de novo, só isso – ela disse friamente.

- Como eu vou acordar amanhã e não vou ter você pra dar um beijo? Isso é um pesadelo! Olhe o jeito como você fala comigo, o jeito como você me olha... parece que não me conhece mais, que não quer que eu te toque ou que fale com você! Eu amo você e isso está me matando de medo. Não quero viver sem você Gina... não quero que você me prive de ficar ao seu lado!

Esse era o garoto a quem amara. Com algumas pitadas de ataque de raiva... mas depois ele vinha com esses malditas frases que faziam o seu coração amolecer. Pena que não estava perdidamente apaixonada por ele, pois se estivesse, não estaria sentindo aquele aperto no peito, como se soubesse que deveria abraçá-lo e beija-lo por todas aquelas palavras. Mas ela não estava apaixonada, não naquele momento, e isso feria seu coração e fazia sua cabeça girar, seus olhos arderem e a boca secar. Queria falar tudo aquilo para ele na mesma intensidade com que ele falara à ela... mas não podia mentir, afinal, não sentia nada daquilo.

- Ahh Harry! O que esse colar fez comigo?! – se entregou ao medo, pois não conseguia mais segurar tanta ansiedade. – É como se eu soubesse que ele está aqui, em algum lugar aqui dentro – ela colocou a mão sobre o peito e suas mãos tremiam. – Mas eu não consigo achá-lo! Não consigo achá-lo Harry...

- Eu ajudo você a achar – ele disse tirando as mãos dela de perto do peito e beijando-as. – “Nós sempre damos um jeito” não, é? – ele disse e enxugou as lágrimas dela. – Vamos dar um jeito nisso juntos... eu estou aqui com você e eu continuarei aqui. É só você me pedir pra ficar, só isso. Peça e eu ficarei. E eu juro que nós vamos voltar a ser como antes...

- Ahh Harry! Se eu fosse você... Continuaria falando essas coisas lindas, pois daqui a pouco eu já não sei o que pode acontecer comigo.

- Se ajudar, eu posso ficar aqui a noite inteira com você.

- Sabe Harry... eu realmente acredito que todas essas pessoas que usaram o colar... bom... elas o usaram para fugir do amor que estavam sentindo. Já eu sou diferente, eu não sou como Corvinal ou como qualquer outra que não sabia o verdadeiro poder do colar e simplesmente pensou que isso era uma coisa normal. Eu vou voltar a te amar porque nesse instante eu já sinto uma coisa diferente entre nós. E se você quiser ficar comigo essa noite... eu acho que isso ajudaria muito.

- Não quer mais que eu deixe acontecer? – ele disse sorrindo.

- Eu quero que você me tire daqui.

- Tirar daqui? – Harry se referia a sala ao redor.

- Isso mesmo que você entendeu. Eu não quero ter que presenciar mais uma seção de brigas e beijos do Rony e da Mione. E mais do que tudo eu quero ficar só com você...

- E por que você quer fazer isso se nem ao menos me ama?

- Por que você me faz sentir... Diferente.

- Você não precisa ser diferente, eu gosto de você assim do jeito que é.

- Bom... eu acho que as pessoas sempre mudam um pouco quando estão apaixonadas.

- Eu vou calar a minha boca antes de falar algo errado então. – Ele disse pegando na mão de Gina e levando-a consigo para fora da sala comunal. – Vamos fazer de conta que nada aconteceu e começar de novo, fazer agora e nem pensar no que vai acontecer depois.

- “O passado é história, o futuro é um mistério, o presente é uma dádiva; é por isso que esse momento se chama presente”. Não me pergunte quem disse isso, pois eu não tenho idéia!

- Você anda lendo bastante, não é?

- Eu fiquei na biblioteca uma semana não fiquei? – ela disse divertida – Fiquei procurando respostas pra um certo garoto que gosta muito de espernear quando o motivo é uma linda garota ruiva... – acrescentou apertando a mão dele com a sua.

- Acho que conheço esse tal garoto. Não seria um que briga com você só por que te ama?

- Acho que é esse! – ela disse fingindo surpresa.

- E será que essa garota iria gostar de sair e ver o luar com esse pobre garoto?

- Só se for agora...


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- Pronta? – Harry perguntou e passou a poção polissuco na direção de Hermione.

- Na verdade não – ela disse pegando o frasco pesado na mão e virando o líquido gosmento goela abaixo. – Só me prometa uma coisa: não me mostre um espelho depois de me transformar. Jura?

- Por que Granger? Vai querer beijar a própria imagem? – Draco disse divertido enquanto também bebia um gole da sua poção.

- Eu tenho medo de ficar assustada, isso sim! Arghh! Eu tinha me esquecido como isso é ruim! – Hermione ainda sentia o gosto ruim da poção descendo para o estômago, mas logo depois a sensação foi substituída por uma forte contração na barriga.

- Está começando – Rony disse segurando Hermione pelos braços enquanto essa se debatia sem parar. Ao contrário do amigo, Harry só olhava de longe para Draco, vendo-o se debater e mudar de forma sem nem mesmo se importar com a possibilidade de o garoto cair no chão ou coisa parecida.

Os cabelos de Hermione se tornaram loiros claros e num instante sua cabeleira enrolada se tornou lisa e curta. Seu corpo de garota espichou alguns centímetros e de repente não era mais a forma da amiga que estava nos braços de Rony, e sim o corpo de Draco Malfoy. Rony tentou não ser tão rude, e largou aos poucos o corpo de Malfoy fazendo uma careta pouco perceptível.

Ao seu lado, Draco diminuía alguns centímetros e se transformava em um clone perfeito de William, baixinho e exageradamente bronzeado.

- Ainda não sei como concordei com isso! – o verdadeiro William disse lá do fundo da sala.

- Não se preocupe, é só uma hora e eu vou tentar não morrer de desgosto – respondeu Malfoy tentando colocar as mãos o mais longe do próprio corpo.

- Podia ser de outro jeito – Rony disse de repente. Olhava confuso para o verdadeiro e o falso Draco Malfoy como se não pudesse suportar a imagem à sua frente. Havia relutado muito sobre aquilo, até tinha pedido a Draco para mudar de idéia, já que a própria Hermione não queria voltar atrás, mas foi tudo uma perda de tempo, o fazendo ficar ainda mais contrariado pela cara de pouco caso do sonserino. – Eu podia ir junto...

- Não temos mais ninguém entre nós para fazer uma transformação. Todos os outros já são conhecidos... – disse Draco pacientemente.

- Isso não importa! Eu deixaria a barba crescer, pintaria os cabelos como os trouxas fazem...

- Há-há Weasley! – Draco falou enquanto ria debochado. – Quem sabe você se fantasia de burro e eu entro no lugar montado em você? Acho que não iam desconfiar...

Rony ficou púrpura e se segurou no lugar para não avançar em Malfoy, que continuava com a face contraída, tentando esconder as risadas.

- Aquele lugar está cheio de homens... – ele disse olhando para Hermione, que tentava parecer amigável com o rosto de Malfoy – o efeito da poção vai acabar uma hora... não gosto disso... – Rony acrescentou não conseguindo se segurar.

- A Granger não vai deixar que façam nada com você Weasley.

Nesse momento até Harry já sabia que Draco tinha falado demais. Rony avançou um passo na direção de Malfoy, mas foi segurado por um feitiço feito pela diretora.

- Acho melhor você ficar quieto se não quiser ter o mesmo destino de seu tutor, Sr. Malfoy. – Minerva disse e ainda acrescentou para o desgosto de Draco: - Se há alguém aqui que não precisa de ajuda para enfrentar alguém, esse é o Sr. Weasley. Ficaria de boca calada se fosse você.

Rony se esforçou para parecer mais alto e tentou esconder o orgulho de ser elogiado.

- Diretora, estamos prontos pra ir – disse Harry.

- Então vamos todos até o portão e de lá vocês aparatam com o Sr. Malfoy.

Todos se dirigiram com passos incertos e curtos até a porta de entrada. Parecia que o mundo estava para acabar, que nada mais seria o mesmo depois do que enfrentariam. Participariam de uma guerra, e Harry podia ter certeza de que seria muito pior do que imaginava.

Gina era a única que estava no jardim quando eles chegaram lá. Só ela e McGonagall permaneceriam no castelo. Ficariam para cuidar do castelo, pois este não podia ficar sem segurança enquanto todos estavam indo para o “matadouro”, como Malfoy não cansava de falar. Adorou aquela idéia, pois tinha quase certeza de que o castelo ficaria a salvo.

A princípio era o plano perfeito, sem falhas e incrivelmente fácil de se planejar. Mas sua experiência lhe dizia que tudo que era fácil demais tinha que ter um problema. Ele, Rony, Hermione, Lupin e Draco iriam para uma floresta perto do esconderijo de Voldemort. Até ia tudo estaria perfeito. Depois as coisas ficariam piores. Lupin teria que voltar e trazer todo o exército da Ordem e aqueles que quisessem ajudar. Seria uma tarefa extremamente difícil caso o antigo professor não conhecesse aquele lugar. Sorte e azar, plano e improviso, vitória e desastre; tudo misturado e pronto para ser posto à prova.

- Vocês já vão? – Gina perguntou enquanto todos passavam por ela se despedindo. Seus olhos marejados e preocupados maltratavam o seu lindo rosto. Todos disseram tchau e a abraçaram, menos Malfoy, que passou reto e caminhou apressado para fora do terreno.

- Vão com ele – Harry pediu aos presentes. – Eu já vou indo.

Harry parou na frente da namorada, sua boca seca e as mãos suadas de nervosismo. Não sabia como dizer tchau sem que aquilo parecesse com um adeus.

- Você vai voltar, não vai? – Gina disse muito rápido para a surpresa de Harry.

- Eu juro que vou.

- Por que se você não voltar... eu sou capaz de... de...

- Não diga bobagens! Eu preciso que você esteja torcendo por mim aqui. Se não foi assim, como você acha que eu irei ganhar? Eu preciso saber se você acredita em mim... e se vai ficar pensando em mim e torcendo pra me ver entra por aquela porta mais tarde.

- Leve isso – ela lhe ofereceu um pequeno broche de bronze. – É um amuleto de proteção. Eu mesma que fiz.

- Vou me sentir mais seguro – disse e aquilo era a pura verdade.

Ela riu e o olhou tristonha. Colocou o broche nas mãos dele e passou as mãos pelo cabelo vermelho, como para espantar a tristeza.

- Eu vou ficar sentada aqui a noite inteira te esperando – ela disse antes de abraça-lo.

- Eu tenho que ir... – ele disse e se aproximou devagar dela, pedindo um beijo que tinha medo de nunca mais poder provar. Gina chegou mais perto e beijou-lhe como se fosse a última vez, como se sua vida dependesse daquele momento. Queria que ele sentisse o quanto acreditava nele... e o quanto gostava dele.

Separaram-se ofegantes e se olharam por um longo tempo. Harry deu um passo para trás e virou-se, andando rápido para não ter mais como voltar. Já estava quase no portão quando ouviu um grito vindo lá de perto do castelo. Gina estava balançando os braços e gritando o seu nome.

- O QUE FOI? – ele gritou, morrendo de vontade de voltar e abraça-la mais uma vez.

- EU PRECISO OUVIR VOCÊ DIZER! – ela gritou mais alto ainda.

- DIZER?

- EU PRECISO OUVIR ANTES DE VOCÊ IR! DIGA-ME AGORA POR QUE DEPOIS PODE SER TARDE DEMAIS.

Harry já tinha certeza sobre o que ela se referia, tomou fôlego e o mais alto que pôde, gritou:

- EU TE AMO! E EU VOU VOLTAR PRA VOCÊ. DESEJE E EU VOLTAREI PRA VOCÊ.

Gina ficou parada e colocou a mão sobre o peito, onde de certo deveria estar o colar. Soltou um grito de dor horrível e caiu sobre a grama fofa do jardim. Harry ficou apavorado com a cena, estava se preparando para voltar quando Gina levantou-se e sorriu, mostrando uma queimadura no lugar onde o colar deveria estar.

Estava destruído.

É simplesmente mágico. Parece que, de um segundo para o outro, o mundo inteiro parou. A vida renasce dentro de você e a felicidade paira no ar como um suave perfume. Definitivamente você foi tocado. O amor faz isso. E esse será eternamente um momento inesquecível.

- VAI LOGO HARRY! – ela disse antes que ele se aproximasse mais. – VAI LOGO E VOLTA LOGO... TAMBÉM TE AMO MEU AMOR...

Sentiu-se renovado, como se suas forças tivessem voltado e um ar mais puro e leve estivesse a seu redor. Estavam destruídos... só faltavam dois. E Gina ainda o amava. Tudo vai dar certo, tudo vai dar certo, repetia a si mesmo enquanto corria na direção dos amigos.

Pegou na mão de Hermione, mais especificamente na mão de Draco, e só agora podia entender o porquê da cara esquisita de Rony, aparatou apertando a mão da amiga o mais que pôde. Fazer isso com cinco pessoas não era uma coisa nada fácil, especialmente para Malfoy. Em questão de um segundo já estavam em outro lugar. Uma floresta densa e muito úmida, as folhagens ao redor estavam todas cheias de água, provavelmente uma chuva rápida, e o mais incrível de tudo: uma escuridão total. Deviam estar a milhares de quilômetros de Hogwarts.

- Eu vou voltar e buscar os outros – disse Lupin depois de dar uma olhada rápida no local.

- Você tem certeza de que consegue voltar? – Hermione perguntou ansiosa. Harry achou engraçado o rosto de Malfoy transparecer aquela preocupação. Tinha que pedir para Hermione fazer uma careta antes que voltasse ao seu corpo normal.

- Eu espero que sim.

E desapareceu num piscar de olhos.

- Ele não deveria fazer isso! – disse Hermione revoltada.

- Agora já foi. Vamos Granger? – Draco apertou o paço para fora da floresta.

- Ei ei pode parar aí Malfoy! – Harry gritou e o garoto parou no mesmo lugar sem nem ao menos se virar para trás. – Você vai ficar bem Hermione?

- Daqui a pouco eu vou ficar sabendo... – ela disse e estava visivelmente apavorada com o que ia fazer. Ela vestiu a capa preta por cima da roupa preta de Malfoy e escondendo o rosto com o capuz, abraçou Rony apertado e soltou-se um segundo depois. Era no mínimo estranho ver aqueles dois corpos se abraçados, e agradeceu a Hermione por fazer isso rápido.

- Vocês já sabem o que fazer – disse Rony antes de soltar a mão de Hermione. – Só tem que ficar quieta e deixar Draco te levar. Só isso.

- Eu sei Rony, já sei o plano de cor e salteado – ela disse rindo.

- Vamos esperar você lançar o feitiço; contamos até dez e seguimos adiante – disse Rony, tentando conter a emoção.

- Não se preocupe, nós já vamos nos encontrar lá dentro. Só quero que você não deixe a força principal aparecer antes de o primeiro grupo atravessar a ponte.

- Boa sorte – Rony disse e foi seguido por Harry.

- Boa sorte pra vocês também – e largou a mão do namorado para seguir em frente com Draco. Pareciam dois Comensais da Morte sem tirar nem por.

Haviam planejado aquilo a semana toda, e o sucesso deles dependeriam do sucesso de Draco e Hermione.

Entrar na fortaleza de Voldemort e desarmar a segurança era o passo principal do plano, e para a infelicidade de todos, essa parte tinha sido dada a Hermione e Draco. Ruim por que Hermione não era pessoa mais indicada para correr o maior dos riscos logo de primeira, e Draco porque não se podia dizer que era uma pessoa confiável, mesmo depois de várias taças de veritasserum. Por uma ironia do destino, Draco era indispensável ao plano, e por isso tinham que continuar.

A primeira coisa a se fazer era saber como coloca-los lá dentro. A idéia veio, é claro, de Hermione, que sugeriu que Draco tomasse a poção polissuco junto com ela e assim entrassem no esconderijo. O único problema era a marca negra no braço de Malfoy, que teimava em ficar gravada em seu braço mesmo depois de tomar a poção. O jeito seria Hermione se disfarçar de Draco, e Draco tomaria o corpo de qualquer outra pessoa desconhecida: William. No final das contas, Draco, no corpo de William, levaria o suposto Draco amordaçado até os guardas e diria que tinha pegado Draco Malfoy e precisava apresentá-lo ao Lord. Um plano esquisito, mas que provavelmente daria certo, dada as circunstancias de que Draco estava sendo procurado por todos os Comensais. Pediriam para ver a marca negra em seu braço e ele a mostraria. O único problema era se quisessem ver a marca no braço de Hermione...

- Como é lá dentro Malfoy? Você não sabe de nada mesmo? – Harry perguntou antes que eles sumissem entre as árvores. Rony e Hermione olharam confusos para ele. Harry e Draco estavam escondendo alguma coisa deles.

- Você vai ver quando chegar lá – ele respondeu simplesmente e sem parar de caminhar. Hermione olhava preocupada para trás.

- Do que vocês estão falando? – Hermione se pronunciou.

- Como eu vou achá-lo se você não quer me dizer? Como vou achar Voldemort? – Harry perguntou furioso. Malfoy virou pela primeira vez e dando um sorriso malvado respondeu antes de seguir em frente:

- Você não precisa achar ele... Ele te acha.




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