Um casamento pra não esquecer



CAP 4
Um casamento pra não esquecer




Na verdade elas não demoraram uma hora, mas sim meia hora a mais, o que deixou a Sra. Weasley ficar inventando modos de castigar as duas durante 30 minutos; o que serviu de distração, pois quem diria, a Sra. Weasley era muito engenhosa nos castigos. Logo que as garotas chegaram, foram recebidas com um batalhão de reclamações, mas o que surpreendeu mais foi o motorista do ministério, que antes passara o tempo todo calado, serviu-se de repente de um intervalo na discussão das mulheres, para dar uma bronca dissimuladamente comportada na Sra. Weasley, dizendo, em meio a formalidades, que não podia perder mais tempo. – Nem com discussões familiares, que deviriam ser feitas em casa, e não no meio da rua. – Como acrescentou ao final, fazendo Molly ficar vermelha de raiva e entrar no carro, seguida por todos para ir pra casa.

O acontecimento não passou em branco naquelas poucas horas que antecediam o casamento. A Sra. Weasley tomou a decisão de ficar calada, o que segundo Rony, não era uma boa coisa:

- Quando ela estourar, cara! Sai de perto.

- Vamos esperar que os acontecimentos do casamento amenizem isso na cabeça dela, - dizia Gina – mas eu tenho pena do motorista, sabe... Aposto como ela vai marcar o horário errado de propósito de agora em diante.

- Bom gente... – Hermione falou de repente com um sorriso muito travesso no rosto – vou me arrumar. – E lançou um olhar convidando Gina. As duas deram risadinhas estridentes, daquelas que garotas geralmente dão e se encaminharam para a porta.

- Péra aê Mione! – Rony pegou na mão da amiga antes que ela saísse pela porta. Harry e Gina se surpreenderam num primeiro momento, mas logo fizeram cara de pouco caso e saíram disfarçadamente pelo corredor, deixando Hermione extremamente nervosa.

- Será que você não quer ir ao casamento comigo?

- Mas Rony... – ela olhou amorosamente para o amigo. – Não é preciso ir em casais no casamento – ela sorriu.

- Eu sei – ele deu um risinho envergonhado. – Eu só não queria cometer o mesmo erro novamente. – E agora ele ficara realmente sem jeito.

- Haaaa! Tudo bem então. Eu adoraria ir finalmente a uma festa com você! – Ela riu da frase que dissera, e é claro, da felicidade que estava sentindo. – Que gravata você vai usar?

Ela quebrou o silêncio momentâneo. Rony não entendera nada, pois mandou que ela repetisse e pareceu pensar pela primeira vez na roupa que ia vestir.

- Por quê?

- Haaa... só pra saber. – Mas ela voltou atrás na pergunta. – Será que você tem uma vermelha?

- Hã?

- Gravata.

- Gravata?

- É! – ela ficou impaciente. – Você ta surdo ou o que?

- Eu acho que a felicidade misturada com a expectativa me deixa assim. – Ele disse coçando a cabeça num gesto descontraído. Hermione ficou ressentida por pensar mal do comportamento de Rony. Quem diria ein? Feliz e na maior expectativa, e aqueles pensamentos eram todos sobre ela. Não cabia mais dentro de si depois de saber que provocava tudo aquilo em Rony.

- Então olha aqui pra mim – ela pegou o amigo pelo queixo e puxou sua cabeça para que ele olhasse para ela e prestasse bem a atenção. – Se você tiver uma gravata vermelha: use.

- Ta bom – disse mexendo pouco a boca para que Hermione não soltasse o seu queixo, o que não funcionou, pois aquilo já estava se tornando esquisito. E ela soltou para a sua decepção. A vontade que tinha era de pegar Hermione pela cintura naquele mesmo instante e lhe dar o beijo que já devia ter dado há anos, e que espera ansiosamente, a cada minuto, para acontecer. Mas ela apenas sorriu e saiu pela porta. Seria agora ou nunca! Quer dizer, no casamento ou nunca, como gostou de lembrar. E não seria um Krum metido ou uma Lilá insuportável que atrapalharia tudo. Chega de brigas!

- Agora... o que ela disse mesmo quando eu estava prestando a atenção na cor de mel dos olhos dela? Há! Gravata... gravata vermelha. Eu não tenho gravata vermelha! Haaaa... mas eu não vou sem uma! HARRY!!!!!!!

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Faltava exatamente uma hora para o casamento. A casa estava movimentada, cheia de pessoas correndo pra lá e pra cá, como se estivessem organizando o evento do ano. Como o Sr. Weasley já dissera, o local do casamento, do qual ninguém mais perguntava onde era, fora preparado durante duas semanas inteiras. De acordo com ele, ninguém a não ser os convidados, sabia do casamento.

- Falando nisso Harry, assine aqui, por favor. – Ele entregou um pergaminho anormalmente grande para Harry. Como ele pôde ver, ali estava o que pareciam ser os nomes de todos os convidados do casamento. – É obvio que você não vai falar nada, mais é uma formalidade necessária. Se você assinar aqui, - ele apontou para uma linha em branco – você estará se comprometendo a não falar a ninguém sobre o evento.

- Mas do que adianta eu assinar isso agora? Em cima da hora?

- Eu sabia que você não contaria a ninguém, por isso estou pegando a sua assinatura só agora; formalidade! Cuidado rapaz!

Um garoto não muito mais velho que Harry passou como um foguete pela sala em direção aos fundos. O Sr. Weasley só olhou cansado para Harry.

- Eu realmente espero que tudo dê certo, por que eu acho que nós estamos tendo mais trabalho com esse casamento do que com a Copa Mundial de Quadribol!

E saiu atrás do rapaz, com um andar cansado e arrastado.

Harry já havia se arrumado faz tempo. Não havia muita coisa para se fazer, a não ser tomar banho e vestir a roupa. Ah é claro, tentar arrumar os cabelos! Mas só tentar mesmo, porque conseguir já era outra história. Ele realmente pensou que conseguiria dar um jeitinho, mas parece que o seu cabelo não era mais o mesmo de quando estava no quarto ano. Momentos antes quando havia ido ao quarto das garotas pedir uma ajudinha com o cabelo, foi recebido com porta trancada e gritos vindo de dentro do quarto. CAI FORA HARRY! Hermione devia estar realmente nervosa pra falar assim com ele. Mas quem vai entender as garotas quando o assunto são roupas? Ele daria qualquer coisa para saber o que estava acontecendo dentro daquele quarto.

Momentos mais tarde, Harry pensou ter ouvido mais gritos vindo do quarto das garotas. Segundos depois Rony desceu pelas escadas com o olhar desconfiado.

- Elas só podem estar aprontando uma mesmo para passarem todo esse tempo dentro do quarto. Você ouviu os gritos?

- Ouvi. Mas deixa pra lá, é pra nós que elas estão se arrumando!

- Não se ache tanto, Sr. Potter! – Gina estava parada na frente das escadas. Tinha as mãos na cintura, um olhar mandão e sapeca. Haaa! Estava linda! Vestia um lindo vestido branco, pois entraria na igreja como aia de Fleur juntamente com Gabrielle. Ela parecia imitar um anjo, só faltava voar, pois brilhar ela já conseguira. Estava mais alta, quase alcançando Harry, tinha o cabelo solto e mais liso do que nunca – grande Hermione – pensou Harry – e se fosse possível, mais vermelho e vivo do que nunca. Era como se ela fosse explodir como fogos de artifício a qualquer momento.

Harry simplesmente ficou parado olhando para a namorada com a expressão totalmente abobalhada. Ela se aproximou dele e disse sorrindo:

- Como estou? – e deu uma voltinha, onde Harry pareceu acordar de vez.

- Eu só digo uma coisa: - e pegou na mão dela – se eu não tivesse voltado com você hoje à tarde, com certeza eu não conseguiria agüentar não beijar você depois desse momento – e se aproximou da garota para beijá-la.

- Opa! – ela deu um passo pra trás. – Brilho labial!

- Haaa!!! - Harry resmungou. Feito isso, pegou a mão de Gina e depositou nela um beijo carinhoso. – Você está linda.

- Você também amor.

- To vendo que eu to sobrando né. Acho que eu vou indo lá pra cima espera a Mione. - Rony disse quebrando o clima.

Rony se encaminhou devagar até a escada e lentamente foi subindo os degraus. Quando ele já estava no terceiro degrau, ele parou abruptamente. Tinhas os olhos vidrados mais para cima da escada, onde para a infelicidade de Gina e Harry, estava longe do seu campo de visão. Rony desceu de ré as escadas com uma facilidade anormal, e parou no último degrau com uma expressão séria no rosto, mas seus olhos brilhavam inconfundivelmente. Hermione desceu as escadas com o mesmo sorriso nervoso que Harry havia visto há anos atrás no baile de inverno. Ela estava diferente, como Harry nunca havia visto. Parecia ter envelhecido uns dois anos, estava mais mulher – mais provocante! – como conseguiu constatar. Estava com um vestido vermelho muito bonito, que era por demais apertado na parte de cima, e descia harmoniosamente na parte de baixo; e para espanto de Rony, que estava mais perto de Hermione, o vestido tinha um enorme decote nas costas. Mesmo assim comportado. Mas quando o olhar de Harry recaiu sobre os cabelos de Hermione, ele ficou realmente triste que ela não tivesse ajudado ele com os seus. Seus cabelos não estavam mais cacheados e cheios, e sim perfeitamente ondulados. Ao contrário de Gina que parecia um anjo reluzente, Hermione parecia uma estrela de cinema antigo, era digamos,- dificil - olhar para ela sem que os olhos não quisessem sair mais de lá.

- Vou trocar de roupa... – para espanto de todos, ela tentava subir as escadas novamente.

- Eiii eii! – Rony correu rápido ao seu encontro e puxou a mão dela levemente. – Você não vai trocar nada! Está maravilhosa! – ele olhava incrédulo para ela.

- Se as pessoas olharem pra mim do mesmo modo que vocês olharam agora... – ela disse baixinho – ah eu tenho vergonha. Não sei nem como eu fui deixar a Gina me convencer a comprar isso!

- Bom trabalho maninha! –Rony disse para o espanto de Hermione e para a felicidade de Gina, que olhava para a amiga com um sorriso de orelha a orelha. – Te devo essa, ein! Agora vem aqui. – Rony puxou lentamente Hermione até o pé da escada, e só agora Harry pode ver que, como Gina, Hermione também usava saltos; mas ao contrário de Gina, que estava poucos centímetros abaixo de Harry, ela só conseguira chegar até o ombro de Rony. – Se alguém olhar muito pra você, eu quebro o idiota ao meio, - ele fez um gesto como se estivesse esmagando alguém com as próprias mãos – certo?

- Certo.

- De qualquer forma eu não deixaria você gastar mais uma hora se arrumando. Nem que tivéssemos tempo – ele corrigiu – está perfeita desse jeito. – Hermione deu um sorriso tão aberto quanto o de Gina e olhou com carinho para os amigos.

- Só por causa dos elogios então! – disse arrumando o vestido na parte do busto, o qual Rony fez força pra desviar o olhar.

Para infelicidade de Rony, as previsões de Hermione estavam certas. Minutos depois quando eles estavam conversando, o mesmo rapaz que passara rápido por Harry e o Sr. Weasley quando estavam sozinhos, veio correndo pelos corredores. Ao entrar na sala, parecia ter recebido um imóbillus, pois parou repentinamente, e passou devagar pelo grupo, como se tivesse esquecido que estava com pressa; deu um olá muito entusiasmado para Hermione e seguiu seu caminho para fora da sala. Momentos depois ele apareceu de novo, desta vez ele trouxe consigo um envelope nas mãos, e “acidentalmente” deixou cair aos pés de Hermione, deixando claro que era um convite do casamento.

- Nós já percebemos que você vai estar lá! – Rony disse fulminando o rapaz com os olhos. Quando o rapaz estava suficientemente longe e seguro, Rony começava a pensar que deveria ter deixado a amiga trocar de roupa. – Ô Mione... Ainda tem tempo pra você trocar de roupa sabia?

- Hioahioahioa! Que pena Rony! Você me convenceu bem demais antes!

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Todos já estavam reunidos na sala meia hora depois. Uma chave de portal havia sido feita para levar todos até o local misterioso. Mais ou menos 50 pessoas estavam apinhadas na sala da casa. Algumas a quem Harry nunca tinha visto. Deviam ser convidados de Fleur, pois estavam vestidos de modo esquisito, e tinham quase a mesma expressão de quem comeu e não gostou que eles já tinham visto no rosto da mãe de Malfoy.

- É a ultima moda na França. Não fica olhando muito Harry! – Gina deu um soquinho no ombro do namorado ao ver que uma loira alta, não tão bonita quanto Gina, o encarava. – Devem ser as mesmas frescas que foram no torneio Tribruxo – e olhou desdenhosa para elas.

Hermione por sua vez tomou uma atitude confiante diante das convidadas de Fleur. Ajeitou-se e ergueu os ombros para logo depois pegar no braço de Rony e apertar forte. Como se em sua testa estivesse escrito: É MEU!

Rony passava os olhos sem interesse pela sala cheia. Só em alguns momentos olhava de canto para Hermione, como se para ver se ela ainda estava ali, o que não era preciso, pois o braço que estava sendo abraçado por Hermione já formigava diante a força com que ela o apertava para junto de si. Mas a dor era suportável pelo motivo de ser ela quem o provocava.

- Vocês duas agora. – Moody chamava Gina e Hermione para tocarem primeiro a chave de portal.

Agora quem apertava o braço era Rony, que não deixou a garota se desprender antes de dar uma olhada na sala.

- Não podemos ir todos juntos? – Rony perguntou ainda olhando para os lados.

- Só podem ir dois de cada vez.

- Então...

- Primeiro as damas! – Moody disse encerrando o assunto.

- Vem cá Harry – Rony soltou Hermione pesarosamente – Cadê aquele carinha que tava dando encima da Mione antes?

- Não tenho a menor idéia – as garotas desapareceram ao tocar num caixote velho. – Agora não adianta mais, já foram!

Mais duas senhoras passaram à frente de Harry e Rony. Não fosse pela insistência chata de Rony, Moody não teria deixado eles furarem o acordo de que mulheres iam primeiro. Rony chegou primeiro ao local, um segundo depois Harry apareceu ao seu lado. Estavam num grande salão enfeitado de rosas brancas e vermelhas. Estava realmente bonito. Fazendo jus ao perfil da noiva. O único problema agora, era que eles não viam as garotas em parte alguma. E até Harry começara a sentir uma ponta de ciúmes.

- Onde será que elas foram, ein? – Rony olhava rapidamente para os lados. – Ai eu mato aquele cara se ele estiver atrás dela!

- Não tem perigo. Vocês vieram juntos não vieram?

- Ah! Não tem perigo!? Haoihaioahioa! – ele riu debochado. – Olha só o que tem dentro desse envelope.

Harry pegou o envelope das mãos de Rony. Era o envelope do convite de casamento e ao abri-lo, só havia um pequeno bilhete lá dentro.


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Aquiles, me liga.


- Não acredito que ele fez isso! – Harry achou melhor não rir na cara do amigo para não chateá-lo.

- Ah fez! Olha o nome do animal! Se eu soubesse usar um teletone ele ia ver só. Por isso que eu digo que se eu ver ele de nov...

Rony parou de falar de repente. Mirava um canto ao longe, com a boca aberta e visivelmente furioso. Gina e Hermione conversavam animadamente com ninguém menos que Victor Krum. A situação não podia piorar mais que isso. Victor parecia elogiar Hermione, pois ela gesticulava sem parar e era visível que dizia constantemente as frases: Obrigado! Que nada!

- Calma ai Rony! Ela conhece o Victor e só por este motivo ela foi cumprimentá-lo.

Rony sacudiu a cabeça, como para espantar os pensamentos. Colocou um sorriso cínico na cara e suspirou forte.

- Vamos lá então – e saiu desfilando na frente de Harry. Não era a primeira vez que o amigo o deixava sozinho por causa de Hermione. Imagina o que ela teria que passar daqui pra frente!

Harry apressou o passo para chegar até o amigo. Este último tinha um semblante estranho, um brilho nos olhos anormalmente abertos o fazia ficar assustadoramente perigoso. Harry achou melhor não falar nada. O amigo chegou de mansinho perto das garotas. Hermione parecia nervosa pela sua aproximação, e lhe dirigiu um sorriso envergonhado e porque não dizer, suplicante. Era visível que ela sabia que Rony estava nervoso com a presença de Victor. Por um momento todos ficaram quietos ao verem Rony se aproximar. Para a surpresa de todos, ele chegou devagarzinho perto de Hermione, e entrelaçou a sua mão na dela, fazendo com que ela desse um pulinho de surpresa.

- Boa noite – ele disse cortesmente para Victor, que parecia avaliar Rony precisamente.

- Boa noite.

Silêncio. Um silêncio constrangedor tomou conta daquela roda. Hermione procurava o olhar de Gina e Harry, mas nem eles sabiam o que dizer diante da cena.

Foi aí que o silêncio foi quebrado pela chegada de uma moça baixinha, muito branca, mas de cabelos extremamente escuros. Tinha os olhos claros, tão claros que Harry se lembrara de um filme de terror trouxa que havia visto.

- Ah! – Victor parecia extremamente feliz com a chegada da garota. Pelo menos agora o silêncio seria quebrado. – Esa é Neve Schindler, minhãn nãmoradá.

- Prazer! Victor me falou muito de você. – Hermione disse sorridente para a garota.

- Esperum que tenhá sidu coisaz bóas! – ela retribui com um sorriso discreto. Tinha um leve sotaque alemão, como Harry pôde perceber. – Estaum organizandu a cerrimôniá já. Vamus pru salaim?

- Como? – Hermione perguntou constrangida.

- Salão Mione. – Rony respondeu. E Hermione pôde ver que ele estava tranqüilo novamente. Provavelmente por saber que Victor já tinha uma namorada.

- Ah! Isso me lembra que eu já deveria estar com a Fleur para entrar na igreja! Vou ser marcada pela vida toda por este atraso! Tchau gente! – e saiu correndo pelo salão esbarrando em todo mundo pelo caminho.

Eles se encaminharam até os assentos mais a frente do salão, onde haviam sido postos fileiras de cadeiras dos dois lados e um tapete vermelho separando-as, para terminar, um altar á frente; como os trouxas faziam, Harry gostou de constatar. Se um dia ele casasse com Gina, - ficou surpreso ao pensar nisso – achou que seria dessa mesma forma.

Todos já estavam sentados em seus lugares quando a marcha de casamento foi tocada. Os burburinhos e cochichos cessaram e todos viraram as cabeças automaticamente para trás. Gabrielle e Gina entraram à frente, trazendo rosas vermelhas nas mãos. Agora Harry via dois anjos entrando pela igreja! Fleur apareceu logo depois. Ela sim parecia uma deusa! Não havia uma parte em todo o conjunto que não fosse perfeito. Chegava a doer olhar muito para Fleur. Os homens em todo o salão estavam com o olhar estranhamente fixado nela. Lágrimas caiam pelos olhos de algumas mulheres, incluindo a senhora Weasley e Hermione.

Fleur foi por demais demorada para chegar até a frente do altar, se ocupando em desfilar demoradamente e esbanjar sorrisos para todos. Ao encontrar os olhos de Harry, Gina somente revirou os olhos impaciente. – Adorava o jeito daquela ruivinha. Não a trocaria nem por mil Fleurs.

A cerimônia foi rápida. Gui e Fleur, que não cabiam em si de tanta felicidade, falaram os votos apaixonadamente; e ao final, o beijo que selava o casamento foi dado. A parte reservada para a cerimônia sumiu por mágica quando todos já haviam se dirigido para as mesas de jantar, e havia se transformado em uma grande pista de dança.

Logo o jantar foi servido e foi seguido com muitas risadas e falatórios.

- Um momento de atenção aqui, por favor. – Carlinhos aumentou o volume de sua voz com um sonorus. Todos viraram para ele. – Eu gostaria de pedir a todos os parentes homens de Fleur e Gui, que se encaminhassem até a pista de dança para dançar a valsa com Fleur. Obrigado.

Rony continuava quieto em seu canto, como se não tivesse ouvido uma palavra do que o irmão tivesse dito.

- Não te faz Rony! – Harry tentava erguer o amigo do lugar. – Você é irmão do Gui!

- Infelizmente!

- Não vai doer nada Rony. A gente jura que não ri de você. Não na sua frente! – Gina ralhava com o irmão.

- Pára com isso Gina! Vem Rony, eu vou com você. – Hermione estendeu a mão para Rony, que a pegou contra vontade e se dirigiu até a pista, onde a dança já havia começado. – É melhor você ser um dos primeiros, depois a valsa fica cansativa e ninguém mais vai querer olhar.

- Então eu vou por último!

- A não vai não! AGORA! – Hermione empurrou Rony de repente para o meio do circulo. Fleur esperava sorridente e meio preocupada. Rony parecia meio perdido, mas muito envergonhado foi chegando perto de Fleur. No começo ele deu umas erradinhas básicas, mas quem diria... Rony sabia dançar muito bem. Muito melhor do que todos os outros homens que haviam dançado antes. Quando Fleur já havia terminado de dançar, Gui entrou na roda pela segunda vez, e seguindo a mesma atitude, várias outras pessoas entraram na roda para imitá-los.

- Agora vem comigo. – Rony puxara Hermione pela cintura e a pegara com firmeza para dançar. Pareciam dois namorados apaixonados. Tirando é claro, a parte dos amassos, dos beijos, dos abraços... (uahsauhsuahs!)

- Quer dançar Harry? – Perguntou Gina ao seu lado.

- Deveria ser eu quem pergunta isso! – e pegou Gina pela mão. – Se eu pisar no seu pé...

- Você não vai pisar. Eu te ensino.

E levou Harry para o centro da roda.

- Você não sabe como eu fico feliz em ter você pertinho de mim outra vez! – ela disse enquanto dançavam. Harry, que era esperto e não tinha nada de tolo, segurando a sua mão, respondeu:

- E você que tornou meu dia mais feliz? Não me vejo sem você mais. - Nunca me vi, alias. – Ela suspirava profundamente, como se dependesse das palavras de Harry para respirar. – Nada no mundo me deixaria mais feliz do que estar aqui pra você. Se eu lhe faço tão feliz, fique sabendo que você, com o calor dos seus olhos me faz arder por dentro! É bem possível que daqui a algum tempo, você me veja queimado e transformado em cinzas!

Era como se todos a sua volta tivessem sumido. Eram só eles dois dançando naquela roda. Com as testas encostadas uma na outra; recitando em forma de palavras as coisas mais lindas que uma mulher poderia ouvir.

- Depois de tudo isso, - Gina abraçou ainda mais forte o namorado – só posso dizer que já pertenço muito mais a você do que a mim mesma! – E se entregaram ao beijo. Pro inferno brilho labial! Pro inferno pessoas ao redor! PRO INFERNO VOLDEMORT! A única coisa que importava agora era ter a sensação gostosa de beijar Gina. O beijo começou suave, como se um tivesse medo de machucar o outro; um beijo que extravasava a tristeza por tanto tempo separados. Depois Harry apertou Gina mais forte contra si, como se quisesse colar ela ao seu corpo, e intensificou o beijo. Como se fosse a última vez, como se fosse perde-la a qualquer momento, como se pedisse para que ela não parasse de beija-lo, que ela continuasse ali com ele para o resto de suas vidas. Sempre juntos, sem problemas; sem tristeza; sem complicações; sem mortes; sem Voldemort!

Eles se separaram lentamente, ainda com os rostos colados, com a respiração rápida, com o coração batendo a mil por hora. Gina bagunçou os cabelos de Harry com as mãos contemplando o seu rosto sério.

- Você está preocupado, não está?

Harry colocou uma mecha do cabelo de Gina carinhosamente atrás da orelha dela.

- Eu só estava pensando, pela milésima vez, que eu não vou estar totalmente feliz enquanto tudo isso que está acontecendo não acabar.

- Eu sei.

- Não pense que eu sou egoísta por pensar assim – ele tinha os olhos cheios de lágrimas ao dizer isso; lágrimas que por sua vontade não cairiam. – Eu amo muito, muito você... Você me faz sentir ser outra pessoa. Por alguns momentos eu esqueço de tudo, só porque você está comigo. Mas então eu volto! Volto para os meus problemas e não consigo deixar de pensar neles! É por isso que eu preciso que você compreenda. Eu não vou conseguir ter paz enquanto eu não destruir Voldemort. – Gina arrepiou-se ao ouvir o nome. – Você pode compreender isso? Você pode me ajudar a conseguir o que eu quero? – uma lágrima correu pelo rosto de Harry. Gina então pegou o rosto dele com as duas mãos, e beijou cada cantinho do rosto de Harry.

- Eu compreendo perfeitamente – disse depois de beija-lo. – Eu sei muito bem que você tem muita coisa pra fazer ainda. Eu sei que nós não poderemos estar sempre juntos daqui pra frente. E eu sei mais ainda, que você pode me pedir qualquer coisa, e eu farei. Não vai ser eu quem vai estragar os seus planos.

- Você nunca estragaria os meus planos – disse para logo depois beijar Gina novamente, desta vez com a calma de quem tem a noite inteira pela frente.

- HERMIONE! HERMIONE!

Harry e Gina saíram do beijo rapidamente. Havia correria em direção ao outro canto da pista. Eles haviam escutado o nome da amiga! Harry olhou preocupado para Gina, e ela já sabia o que fazer. Os dois correram apressados para o centro da confusão. Viram Rony no centro. Estava totalmente pálido. Tinha a expressão horrorizada e contorcida de medo. Havia alguém em seus braços. O medo encheu o corpo de Harry ao perceber que não encontrava a amiga no meio da multidão.

Hermione estava caída nos braços de Rony, envolvida por um abraço desesperado. Rony dava batidinhas em seu rosto e tentava sem sucesso fazer a amiga reagir.

Ela estava branca; desacordada; parecia... morta.


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