Esperteza + Poção do amor = ?



CAP 3
Esperteza + Poção do amor = ?




- Vamos levantar! – eles sequer se mexeram.

Gina caminhou até a janela e a abriu. Fazendo com que um sol forte e fora do normal adentrasse pelo quarto dos meninos.

- Bom dia Harry! – Gina respondeu ao olhar curioso do menino ao vê-la caminhado feliz pelo quarto.

Ela havia feito uma promessa para si mesma de que não ficaria mais se arrastando pelos cantos da casa como fazia antes. De agora em diante, tentaria, mesmo que não fosse de verdade, parecer feliz com as pequenas coisas da vida: ver a carinha de sono de Harry pela manhã, por exemplo.

- Bom dia. Por que você veio acordar a gente hoje? – ele disse tateando o criado mudo a seu lado a procura dos óculos.

- Mamãe mandou.

Mentiu.

- Mas eu acho que eu só acordei você, Harry. Por que este aqui parece que desmaiou na cama – disse isso puxando devagar as cobertas de Rony, que soltou um som parecido com um grunhido. Xingando Gina baixinho ele puxou as cobertas até ficar totalmente sob elas.

- Você é que é! – Só ela ouviu o xingamento. – Agora você vai ver.

Gina andou desfilando até a porta numa imitação gozadora de Fleur Delacour, deixando os cabelos compridos e vermelhos baterem de um lado para o outro no ar. Gina definitivamente deveria se tornar atriz, tal a sua facilidade para imitar as outras pessoas. Não era a primeira vez que ela o surpreendia com as suas imitações cômicas.

- MIONEEEEEEEEE! – ela berrou demasiado alto para chamar uma pessoa que estava na mesma casa. Harry sentiu os ouvidos ferverem. Se houvesse outra Mione na vizinha, com certeza estaria tocando a campainha da casa em poucos minutos.

Parecia que Rony havia sido chutado por uma força invisível da cama. Descobriu-se rápido, lançou um olhar raivoso para a irmã e se sentou na cama com toda a dignidade que conseguiu reunir. Tudo isso a tempo de ver Hermione entrar correndo pelo quarto, ainda de pijamas e com uma escova de dentes caída no lado da boca.

Hermione olhava com os olhos arregalados para os presentes no quarto. Com uma expressão de terror no rosto ela soltou:

- Q.. que.. conteciuu? – ela disse para depois tirar a escova da boca.

Uma explosão de risos inundou o quarto.

- Agora vocês já sabem meninos. Quando vocês estiverem em perigo, é só chamar a Mione que ela vem seja qual for a situação! – Gina ria da expressão afobada de Hermione.

- Calma Mione, não foi nada. A Gina só gritou um pouco alto de mais – Dizia Harry começando a ficar com medo da expressão maligna no rosto de Hermione.

- UM POUCO? – ela olhou Harry nos olhos deixando-o rir por dentro. – EU QUASE TIVE UM INFARTO QUANDO OUVI O GRITO! Pensei que alguém tivesse entrado na casa ou coisa PIOR – ela parecia maluca agora. Olhava com atenção para todos no quarto, como se para ver se todos estavam realmente bem. Parecia aliviada agora.

- Não faremos mais isso – Disse Harry acalmando a garota.

- É – Gina afirmou.

Por um momento todos olharam para Rony esperando que ele também se pronunciasse. Até então estava sentado na cama quieto. Escutava a conversa sem dizer um pio e parecia no mundo da lua. Olhava para uma Hermione de pijama curto totalmente abobalhado. Ela pareceu perceber e ficou totalmente sem graça.

- Imagina se eu tivesse chamado a Hermione um pouco mais tarde? – ela disse um pouco alto novamente, mas dessa vez ninguém da vizinhança escutaria. – Quando ela estivesse tomando banho, por exemplo? – ela deu ênfase à palavra banho. – Rony com certeza entraria em parafuso ao ver Hermione só de toalha!

Todos pareciam não acreditar no que estavam ouvindo. Rony não sabia se ficava com raiva ou envergonhado, mas se satisfez a mostrar o dedo para a irmã, que fez que não tinha visto o gesto. Harry não conseguia acreditar em tanta barbaridade. Era bom saber que num futuro ele não deveria aborrecer Gina, ou algo parecido poderia acontecer com ele.

- Eu já falei pra você parar de beber de manhã, não falei Gina? – Harry disse aquilo muito sério, para espanto de Hermione e Rony, que até então pareciam dois pimentões anormalmente grandes.

Todos ficaram em silêncio por alguns minutos. Gina olhava reprovadora para Harry, que fazia um esforço fora do comum para não cair na gargalhada. Hermione e Rony olhavam de Gina pra Harry esperando por uma explicação. Estavam perplexos.

- UASHAUHSUAHS – Vocês precisavam ver a cara de vocês! – Gina ria com as mãos apoiadas nos joelhos. – Desculpe Harry! Não deu pra segura mais! – Ela disse para um Harry que também a acompanhava nas gargalhadas. - Vou descer pra tomar café antes que eu não saia mais desse quarto! – ela disse se recompondo das risadas. – Você vem Mione?

- Hã? O que? – Hermione parecia viajar.

- Vai ficar ai plantada no meio do quarto dos guris, de pijama ou vai vir tomar café comigo?

- Haaa – ela pareceu ficar mais vermelha do que antes. Olhou para si mesma pela primeira vez e então olhou de volta para os garotos. Harry parecia se divertir com a situação, ao contrário de Rony que não sabia mais onde meter a cara. Ela tentou inutilmente encompridar o short do pijama, o máximo que conseguiu foi mostrar um pedaço da calcinha sem querer. Depois dessa performance catastrófica ela saiu correndo do quarto sem nem olhar pra trás.

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No café da manhã tudo correu bem. Ninguém mais passou vergonha, e ninguém tocara no assunto do quarto, para alívio de Hermione e Rony, que ficaram em silêncio o café inteiro.

Mas isso não quer dizer que aquele foi um café da manha monótono. Nenhum lugar que não fosse um velório ou uma guerra poderia deixar de ser alegre quando Fred e Jorge estavam por perto. O assunto que monopolizou a conversa não poderia deixar de ser a ida ao Beco Diagonal e o casamento de Gui e Fleur, ou Fleuma, como Gina insistia em chamar, - Já virou hábito! O que eu vou fazer! – ela ralhou com a mãe, que protegia Fleur de qualquer gozação que fosse feito da garota. Ela vinha defendendo Fleur desde o ocorrido na ala hospitalar, quando Fleur provou amar de verdade o seu noivo. Aquilo pareceu ser uma grande prova de confiança para a Sra. Weasley.

Meia hora depois todos estavam entrando nos carros do ministério para irem até o Beco Diagonal. A Sra. Weasley abraçava os filhos, Hermione e Harry como se nunca mais fosse vê-los novamente.

- Eu pego vocês de jeito se alguma coisa acontecer, ouviram? – ela apontava o dedo gordinho e pequeno na direção de Fred e Jorge que já estavam sentados dentro do carro. Harry parecia ver um misto de ansiedade e diversão nos olhos dos gêmeos. – O menor descuido e...

- Ta bom mãe! Daqui a pouco eu vou começar a ficar com medo e não vou mais! – Fred disse sinceramente. Era a primeira vez que ele via os gêmeos preocupados. – Nossa primeira missão na Ordem! Confie na gente.

- Tudo bem... – e ela abraçou pela segunda vez Hermione que entrava por último no carro – Cuidem- se queridos, por favor!

E o carro partiu. Harry sabia que não era a intenção da Sra. Weasley, mas ela conseguia meter medo e apreensão com aquelas cenas todas. Era como ser jogado no mundo real novamente. Sair daquela alegria que tinham vivido ontem, e entrar no perigoso mundo da magia novamente.

Pouco tempo depois eles chegaram à loja dos gêmeos. Parecia ainda mais brilhante do que da última vez, e para espanto de Hermione, um cartaz enorme ocupava a vitrine da esquerda:


QUER DORMIR EM SEGURANÇA?
DURMA COM UM AUROR!

Venha logo conhecer a mais fantástica invenção
dos últimos tempos.

Durma tranqüilo com um auror ao seu lado!
Um produto que vai surpreender você!


- Hoiahoiahoia! Como assim, ein? Dormir com um auror? A loja mudou de publico é? – Rony olhava abobalhado para o cartaz que brilhava e que, de vez em quando, se mexia e jogava pedacinhos de papel colorido em quem passava pela sua frente.

- Vocês podem ser processados por isso sabia? – Hermione olhava horrorizada para o cartaz a sua frente, quando este mesmo lhe jogou papeizinhos no rosto. – O ministério sabe disso?

- Claro que sabe. E aprovou no mesmo instante em que viu o produto! – Jorge falava orgulhoso. – Vamos entrando pra que você vejam... – e abriu a porta da loja e deixou que todos entrassem. Ela estava vazia, não fosse pela funcionária loira de cabelos curtos que estava parada atrás do balcão.

- Pensei que não vinham mais! – ela saiu alegre ao encontro dos rapazes. – Parece que os clientes sabem quando vocês não estão aqui, ninguém apareceu até agora. – ela disse piscando na direção de Harry, Rony e Hermione.

- Que nada Vera, ainda é muito cedo – ele riu afetuoso para a garota, que pareceu extremamente feliz com o gesto. – É melhor, assim eu posso mostrar a nossa novidade para eles.

Ele caminhou até o fundo da loja, e de uma prateleira exageradamente enfeitada, tirou uma mini versão de uma pessoa. Chegando mais perto, Harry conseguiu distinguir um rosto conhecido no boneco.

- Elizabeth Hard? – Rony arrancou o boneco da mão de Harry. – Uauuuuuuuu! Isso é genial!!! – até Hermione parecia encantada.

- Como vocês fizeram isso? – ela perguntou. – Colocar o rosto de uma auror conhecida no boneco?

- Fácil! Trouxas são excelentes em fazer bonecos que tenham exatamente a aparência de pessoas normais. – ele disse isso enquanto pegava um dos bonecos da prateleira e o examinava como se para ver se não tinha nenhum defeito. – Depois nós fazemos o trabalho sujo!

- Como assim? – Gina se pronunciou pela primeira vez.

- Nós introduzimos nos bonecos vários feitiços de proteção. Ele detecta más intenções á um quilômetro de distância quando você o deixa sobre uma cama – e quando Hermione ia interromper ele continuo. – Mas não é qualquer má intenção, e sim intenção de ferir ou matar. – Hermione parecia satisfeita. – Depois de detectar isso, ele soa como um alarme, e lança um feitiço sobre a casa. Nem Voldemort poderia entrar nela durante exatos 2 minutos. É pouco tempo, mas tempo suficiente para se aprontar pra fugir.

- Nossa! Se o ministério não tivesse aprovado isso, teria ganhado o prêmio de besta do ano! – Rony falou olhando incrédulo para os bonecos.

- Mas e se alguém aparatar muito perto da casa? – Gina perguntou.

- Ele avisará do mesmo jeito.

- O que você tem que entender maninha... – Fred se aproximava – é que a maioria das pessoas que tem recursos...

- Ricas você quer dizer! – Gina ralhou.

- Sim... Suas casas são protegidas por feitiços anti aparatação. Por isso o tal assassino tem que caminhar até a cena do crime, e quando ele estiver a um quilômetro...

- Hummmm... Entendi.

- Mas espera um pouco! – Hermione olhava com atenção para a prateleira a sua frente. – Todas essas pessoas já estão mortas!

- Claro que sim! Você esperava que nós entregássemos os aurores vivos? Isso seria um passaporte pra confusão. Há muitos aurores que não são conhecidos. E os nossos compradores podem escolher os bonecos que quiserem, de acordo com o auror que mais gostar.

- Vocês têm os meus pais por ai? – Harry corria os olhos pelos bonecos.

- A claro! – Harry pareceu desapontado. Não queria outras pessoas olhando para a miniatura dos seus pais. – Mas não fique preocupado... Nós mandamos fazer só pra você. Fazemos sob encomenda, e imaginei que você fosse querer um.

- Ah eu quero sim! – a sua alegria voltara. – Quanto custa?

- É presente Harry. –Jorge fez uma cara de quem manda ficar tranqüilo. Harry sabia que eles não deixariam que ele pagasse, pois afinal, Harry havia ajudado e muito para que aquela loja fosse erguida.

- Tudo bem! Mas essa é a última vez. – Ele disse sério, e eles deram por entender de que assim o fariam.

- Eu continuo não entendendo o porquê de Harry sempre ganha coisas de graça de vocês! – Rony falou sem conter um tom enciumado na voz.

- Maninho, acho que você precisa limpar as orelhas de vez em quando, pois eu disse que era um presente, não uma coisa de graça. – E Fred saiu rápido de perto, a tempo de evitar mais discussões.

Os garotos continuaram andando pela loja, à medida que o tempo passava, a mesma enchia de gente de um modo surpreendente. E era incrível como as pessoas que entravam nunca saiam de mãos vazias.

Passando algum tempo, Gina veio correndo em direção aos garotos. Ela trazia na mão um pote cheio de um líquido preto, que ela disse ter tirado do depósito.

- Venham ver! – ela dizia alegre enquanto Rony, Hermione e Harry se aproximavam. – Cheira isso aqui Rony! – e ela nem deu tempo para Rony pensar, praticamente enfiou o pote da cara do irmão, que se afastou depois do susto.

- Então? – ela parecia a ponto de explodir. Harry já notara o tom espevitado da garota. Ela só podia estar aprontando alguma.

- É meio estranho! Por que tem vários cheiros – ele parecia curioso com a descoberta. – Cheiro de bomba de chocolate, cheiro de... Parece o cheiro que eu sinto em dias de sol, – ficou surpreso com o que tinha dito - e um cheiro ótimo de... de pêssego!

- Nossa Rony! Você só tem comida nessa cabeça!

- Afinal de contas... o que é isso ein? – Ele tentou tomar o pote das mãos de Gina, que numa manobra rápida escondeu o pote às costas de Hermione.

- Vem pegar!

- Não me importa mais...

Gina parou para pensar por um momento e então abriu um sorriso misterioso.
- Mas você não gosta de pêssego maninho! – ela disse alegre, parecendo um pouco fora de si.

- Não! Desde quando eu gosto de frutas! – Hermione lançou um olhar digno de Sra. Weasley em direção à Rony.

- Não faça essa cara Hermione! Definitivamente não faça essa cara – ela disse dando um cutucão no braço da amiga para logo depois ir à direção de Harry.

- L-o-u-c-a. – Rony falou mexendo só a boca em direção à Hermione, que deu de ombros e seguiu os movimentos da amiga, que parecia levemente tensa agora.

- Harry? – ela chamou aquele por quem mais esperava, chegou até a tremer as mãos enquanto oferecia o pote pra que ele cheirasse. Harry chegou mais perto e cheirou o conteúdo. – E então? – Ela perguntou e Harry via preocupação em seus olhos. – O que você sente? – Harry já conhecia Gina muito bem para se enganar. Ela estava aprontando uma sim. E mão era pouca coisa, pelo menos se tratando de Rony, que definitivamente não tinha idéia nenhuma do que estava acontecendo ali. Mal o amigo sabia que podia ter entregado à Gina o seu segredo. Que nem era bem um segredo tão secreto assim.

Harry parou por um momento e pensou no que faria à seguir. Será que valeria pena esconder? Ou será que a verdade amenizaria a dor que seu coração sentia... e que com certeza Gina também sentia...

- Bom – ele disse olhando fundo nos olhos da garota – o cheiro que eu sinto, – ele levantou a sobrancelha esquerda e deu um risinho para a garota – é o cheirinho gostoso que vem de você.

Perfume de rosas. A segunda opção lhe veio à cabeça e sem pestanejar havia saído pela sua boca.

Gina parecia flutuar olhando para os olhos de Harry. Não conseguiam afastar os olhos um do outro, como se estivessem ligados por uma força invisível. Gina estava estática. Não acreditava que aquilo tudo estava acontecendo. Fazia tempos que ele não olhava para ela daquele jeito. Queria poder ficar ali para sempre, e esquecer da promessa que nesse momento era a coisa mais estúpida do mundo..

Ela tinha que aproveitar aquele momento. Será que aquilo que ela tinha nas mãos também tinha esse poder? Para Harry, o poder que sustentava aquele momento não estava nas mãos de Gina. Estava em cada parte do ser dela.

- Como ele pode ter sentido o cheiro da Gina ali dentro? – Rony buscava uma explicação de Hermione, mas percebeu o olhar surpreso da amiga, que levou a mão a boca e soltou um sussurro quase inaudível:

- Não pode ser! Como eles fizeram isso?! – Hermione exclamou.

Ao olhar para o lado mais uma vez, Rony e Hermione foram pegos de surpresa. Gina que antes mirava os olhos de Harry, agora o enlaçou num abraço forçado e desesperado e lhe deu um beijo apaixonado. Num primeiro momento, Harry hesitou, mas não conseguiu por vontade própria se largar daquele beijo que há tempos estava esperando. Era como voltar meses atrás, quando podia estar com Gina à vontade, e o incrível era que agora aquela sensação era muito mais gostosa. Talvez porque ele havia ficado muito tempo sem ela, ou talvez porque o que é proibido é muito mais gostoso. As duas opções eram verdadeiras.

- Agora que eu não estou entendendo nada mesmo! – Rony olhava pasmo para a irmã e o amigo. Estava estupefato com a ousadia que a irmã mostrara, simplesmente agarrara Harry no meio de mais de 15 pessoas, e devagarzinho, ainda o beijando, levou Harry para um cantinho mais perto da parede. Os compradores em volta olhavam de esgoela o casal. – Alguém pode me dizer o que está acontecendo aqui? – ele olhou mais uma vez para Hermione, que parecia feliz da vida; provavelmente por causa dos amigos, foi o que ele pensou. Mal sabia ele que aquele não era o único motivo...

- Oras Rony! Você não presta atenção nas aulas de poções, não é mesmo? – ela disse puxando Rony pela manga e o levando para longe do casal antes que ele ficasse enciumado pela irmã.

- Não muito... – ele tentava se lembrar de alguma coisa que devia ter deixado passar nas aulas.

- Que cheiros saem de uma poção do amor, Rony? – ela parou abruptamente olhando do mesmo jeito que McGonagall olhava para Rony.

- Eu sei que pra você saiu cheiro de pergaminho, de grama recém cortada... – Hermione ficou totalmente vermelha.

- Sim, sim – interrompeu. – Gina usou uma com vocês é claro.

- Agora isso parece meio óbvio. – Ele disse rindo. – Os dois pelo jeito fizeram as pazes.

- É. Só espero que o Harry não invente de novo aquela história. – Hermione puxou novamente Rony, dessa vez ao encontro de Jorge.

- Ei! Chega aqui – Hermione chamou Jorge para pertinho e sussurrou em seu ouvido. – Poções de amor são proibidas! Acho melhor vocês sumirem com aquele frasco que está com Gina antes que alguém perceba – ela disse preocupada, mas sem conseguir tirar o tom autoritário da voz.

- Que nada Hermione! Aquilo não é uma poção de amor não! Temos um fornecedor que nos traz aquele líquido, - você já deve ter percebido que ele não tem a cor de uma poção do amor, não é? – Hermione assentiu. – Pois bem, ele só serve para descobrir os odores que a pessoa sentiria se cheirasse a poção. Nada mais que isso.

- Ufa!

- Mais como a Gina conseguiu uma? – ele ficou curioso – Nós não deixamos que as pessoas abram o frasco. Perderia a graça e ninguém compraria se o jeito mais fácil fosse entrar aqui, cheirar, e ir embora!

- Quando ela quer uma coisa, geralmente ela consegue! Olha lá.

Hermione apontou para o fundo da loja, onde num cantinho mais escondido do que antes, Harry e Gina ainda curtiam um momento juntos.

- Estão colocando os beijos em dia. Mas alguém viu vocês cheirando a poção?

- Deve ter visto. Por quê? – Rony perguntou.

- Publicidade boa essa! – Jorge disse alegre.

- Não acredito nisso! Você deveria estar separando aqueles dois e não tentando vender a poção à custa deles. Já estão se beijando há uns 5 minutos!

- Olha quem fala! – Hermione lembrou de Lilá e Rony pareceu perceber do que o assunto tratava, pois não tentou replicar. – Que cheiro você sentiu Rony? – ela mudara a voz para um tom meigo agora.

- De bomba de chocolate e de verão, de isso for possível!

- Só? – ela pareceu desapontada.

- Não foi só isso não seu mentiroso! – Gina falou alto atrás deles. Vinha abraçada com Harry, e tinha o sorriso maior que a cara.

- Finalmente vocês acabaram! – Rony fez que não ouviu. – E o prêmio de beijo mais demorado vai para: - Gina Weasley e Harry Potter! – todos riram assentindo, quando Gina só para provocar puxou o rosto de Harry e lhe tascou um beijo novamente, mais desesperado, se possível, que o anterior. Rony não gostou muito, ao contrário de Harry, que parecia ter tomado um soco na cara e agora estava viajando no país das maravilhas.

- Ele sentiu cheiro de pêssego – ela ergueu uma sobrancelha para Hermione.

- Pode ser que sim... – ele disse de pouco caso.

- AH era sim! Eu me lembro! Mas cheiro de pêssego? Isso não pode ser possível, pode? Se tratando de Rony... – Harry disse.

- Mas vários produtos cosméticos são feitos com o cheiro do pêssego. – Gina se pronunciou mais uma vez para o horror de Rony.

- Provavelmente é o perfume de alguém, como eu mesmo senti. – Gina lançou um sorriso a Harry, que retribuiu do mesmo modo.

Minutos depois a discussão sobre a vida amorosa de Rony finalmente acabou, para o alívio dele e o de Hermione, que nunca passara uma conversa tão calada. No restante do tempo, o quarteto ria observando várias garotas que entravam no estabelecimento. Elas iam atrás das poções de “Cheiro do Amor”, compravam depois de ficarem chateadas por não poder cheirar como fizeram o casal Gina e Harry, e logo saiam felizes da vida. Uma delas até voltou e comprou mais um produto, abriu, e ao ver, espantada, um garoto na loja, lançou um olhar ansioso à Gina do fundo da loja, tomou coragem e ofereceu o produto para que o tal garoto cheirasse. Ele parecia não gostar muito dela, pois achou que ela fosse envenená-lo com o produto. Depois de muito insistir ele cheirou. No instante seguinte ela se atirou em cima do garoto, assim como fizera Gina, mas de um jeito bem desajeitado. O garoto berrou chamando a atenção de toda a loja.

- A cena ocorrida antes não acontece, minha querida! – Fred se dirigiu rápido ao encontro do casal, pois o garoto estava prestes a xingar a garota em alto e bom som. - Essa poção só mostra o cheiro que a pessoa mais gosta, assim como a poção verdadeira. Se você quiser imitar os dois ali, – Fred apontou para Harry e Gina, que na mesma hora engoliram o riso ao vê-lo apontar para eles – você terá que fazer uma poção do amor de verdade! Por favor, não traga mais garotos para agarrar aqui dentro, sim?!

A garota saiu bufando da loja, e antes de sair lançou um olhar invejoso na direção de Gina e Harry, que só conseguiram rir mais ainda da situação da garota.

- Às vezes eu me pergunto como algumas pessoas conseguem ser tão ignorantes!

- Também! – Rony falou. – Mas com o amasso repentino que esses dois deram depois que o Harry cheirou a poção! – ele arregalou os olhos – até eu pensaria que isso pudesse acontecer, se não soubesse que os dois já estavam juntos.

- Bem que você queria que acontecesse, não é maninho?! – Gina devolveu na mesma moeda.

- Eu...

- Bom, Gina... – Hermione o interrompeu. – Nós temos que ir lembra? – ela mandou um olhar significativo para a garota.

- HAAAA! – Gina se desprendeu de Harry tão rápido que dera a impressão de ter sido puxada. – Voltamos daqui à uma hora viu.

Deu um selinho em Harry e desapareceu pela porta da frente com Hermione, as duas rindo e cochichando.

- Elas estão aprontando alguma pro casamento, não estão? – Harry perguntou para Rony a seu lado.

- Eu espero! – Rony disse rindo.

- Vai ser algo como o baile do quarto ano. É só esperar pra ver. E dessa vez eu vou com quem eu realmente quero. – Harry viajava nos seus pensamentos agora. Ele finalmente vira como era fraco quando o assunto era Gina, e isso o deixava muito feliz, pois não conseguia mais pensar em ficar longe dela. Não que eu fique preocupado, mas... Tudo parecia certo agora. Você acha que a Fleur convidou o Krum? Será que elas iriam demorar tudo isso mesmo? Por que você sabe, ele participou do torneio e tal... Queria poder ter Gina agora ao seu lado, pois a saudade ainda não havia acabado...

- O que você acha? - HARRY!

Harry olhou para o lado e viu seu amigo com uma expressão chateada e ao mesmo tempo furiosa.

- Você ouviu o que eu perguntei?

- Na verdade... eu não sei! – Harry se desculpou.

- Deixa pra lá – ele ficou olhando o movimento da loja por um instante. – E então... – Rony perguntou – Você acha que o Krum vai ao casamento? - Disse aquilo como quem não quer nada.

- Provavelmente.

- Affe! – Harry riu da expressão do amigo, que tentava sem sucesso parecer despreocupado diante a resposta. Pelo jeito esse casamento ia dar outra boa história.

Só restava saber se seria um romance... Ou um drama!



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