Memórias...?



Quando acordou, o ônibus havia parado na porta de um enorme castelo de pedra. Se levantou totalmente desnorteada, uma leve dor de cabeça, mas já não se lembrava o que a fizera desmaiar.

- Você deveria ficar atenta Vida! – Ângela tomou a varinha do bolso da capa de Vida e colocou na mão dela. – As coisas não estão nada boas por aqui.

Adentraram os portões de ferro, enormes. Um estranho flash se passou na mente de Vida, como se batessem uma foto repentina. Ela balançou a cabeça, depois puxou mais o capuz negro sobre o rosto e os cabelos encaracolados, que iam até a altura do ombro. Enrolou a capa contra o corpo, estava frio. Ela não estava acostumada com aquele clima, ou pelo menos não se lembrava de estar.

Um homem grande e barbudo esperava por elas e Vida andou calmamente por entre os jardins, alguns passos atrás de Ângela e do homem.

- Você vem...? – Ângela a chamou, ia adentrando o grande castelo, sendo guiada pelo homem gigantesco. Uma senhora de olhar rígido e um coque na cabeça esperava por ela.

- Espero aqui... – ela apontou pro jardim a sua volta.

Andou , olhando os arbustos, árvores, o grande lago. A estranha sensação de que já tinha estado ali. Sensação que nunca tinha tido antes, em lugar algum. Puxou mais o capuz sobre o rosto pra evitar o vento frio. Deu passos largos pelo jardim. Parou sob a sombra de uma árvore que ficava estrategicamente na beirada do lago. Agachou-se, pegou algumas pedrinhas e jogou na água, perturbando-a.

Depois olhou pra árvore. Ela deveria estar lá há séculos... Grande e imponente. Deveria ter visto gerações de alunos passarem nos jardins daquela escola. Deveria ter mais memória do que ela mesma que estava ali, olhando aquilo. Vida olhou pra trás, pro castelo. O homem que as havia levado até lá voltava pra sua cabana.

Ela voltou o olhar novamente pra árvore. Esticou o braço, pra tocá-la.

Assim que a ponta dos seus dedos encostou a casca áspera da árvore viu novamente aquele flash estranho, sua cabeça doeu como não doía há anos, ela sentiu que caía sentada no chão e imagens lhe vieram. Alunos. De uniforme, sorrindo, brincando, brigando. Um par de olhos negros. Cabelos ruivos. Um menino de cabelos desgrenhados.

Soltou um gemido de dor.

- Você está bem...? – o Gigantesco homem se aproximava.

- Estou... – ela murmurou com a voz rouca e se afastou, antes que ele chegasse a ela.

Detestava que os outros a tocassem quando estava nessas crises de memória, ás vezes trazia reações adversas. Andou muito rapidamente, quase correu saindo da escola e parando só numa das ruas do povoado que era ali perto.

Por Deus... Por que sua memória nunca voltava de vez...?



- Você está bem...? – Ângela a encontrou sozinha, sentada num canto do povoado, longe de tudo.

- Eu tive visões Angie... – ela engoliu em seco, o olhar triste. – dos alunos dessa escola. Eu vi alguns deles. Havia uma garota de cabelos ruivos e...

- Acalme-se. – Ângela tocou a cabeça dela – Você lembra o que aconteceu da última vez não lembra...?

- Eu quase morri... – Vida sussurrou.

Ângela estava pensando na possibilidade de entrar em Hogwarts e pedir a professora que lhe atendera que olhasse Vida e talvez ela poderia a reconhecer. Mas teve medo pela menina. Teve medo que o feitiço que bloqueava sua memória se desfizesse tão violentamente que ela morresse ou simplesmente enlouquecesse com o choque de reconhecer e ser reconhecida.

- Eu sei que já vi aquele garoto. Aquele de cabelos bagunçados. – Vida murmurava pra si mesma.

- Venha querida, temos um longo caminho a Londres.

- O tal Dumbledore realmente morreu...? – as duas começaram a andar


- Sim.

- E como você fica então...?

- Enrascada como nunca antes estive...

- Por que vamos a Londres...?

- Vamos ao Beco Diagonal.

- Beco Diagonal...? O que vem a ser Beco Diagonal...?

- Você verá, Vida. Você verá.



Mais flashes em sua cabeça. Talvez fosse a agitação de ver algo tão estranhamente complicado. Uma enorme rua principal, lojas totalmente diferentes, inclinadas, como se fossem cair, coloridas, mas poucos desfrutavam das lojas, haviam alguns ambulantes, e as pessoas andavam apressadas.

- Eu prefiro que você fique aqui. – Ângela indicou uma mesa da antiga sorveteria. – Eu te encontro daqui a alguns minutos.

- Prefere que eu não vá aonde você vai...? – Vida estranhou – Se sente segura...?

- Totalmente. Fique.

- O que você vai fazer...?

- Procurar o paradeiro de algumas pessoas, que podem me ajudar...

Vida a observou partir, depois ficou observando as pessoas que passavam. Se deteve num grupo especialmente grande e colorido que vinha rua abaixo.

Muitas pessoas de cabelos extremamente vermelhos.

Lembrou-se da ruiva da sua visão. Mais flashs vieram. Dor de cabeça.

- Ruiva de olhos verdes e amendoados... – ela murmurou pra si de olhos fechados, preocupada. – quem é você...?

Abriu os olhos de novo, observou o grupo. Muitos adolescentes. Uma menina de cabelos fartos e castanhos. Distinguiu um adulto: feições carregadas, cabelos castanhos claros salpicados de mechas grisalhas.

- Mérlin! – levou as duas mãos a cabeça depois que o viu, tentando segurar a dor que quase a matava.

Abriu os olhos bem devagar desta vez, mas a vista embaçada não pôde focalizar nada. Ela abaixou a cabeça olhando o tampo da mesa: um borrão cinza. Ouviu o murmúrio das pessoas vindo até ela. Pareciam se aproximar.

Sua vista foi melhorando, mesmo que a sensação de que milhares de facas quentes estivessem penetrando seu cérebro ainda não tivesse passado.

Dor. Nos últimos anos era tão freqüente...

Mais passos e as pessoas pareciam cada vez mais perto.

O grupo deveria estar a alguns metros dela agora. Distinguiu uma risada. Viu lampejos em sua cabeça: um garoto de olhos e cabelos negros, uma risada gostosa. Mais dor. Por que tinha que ser assim...?

Suas mãos começaram a soltar uma fumaça vaga e sua pele esquentou: era sinal claro de seus poderes se descontrolando, o que acontecia quando ela ficava mal.

- Remo, você parece um pouco preocupado... – uma voz vinda deles.

Remo. Parecia algo tão estranhamente familiar pra quem não se lembrava de nada. Vida sentiu um pouco mais de dor, mas resolveu olhar pra frente, praquelas pessoas.

Focalizou devagar o grupo, agora bem mais perto. E se deparou com um adolescente a olhando intrigado: ele tinha um ar cansado, cabelos bagunçados, e óculos sobre olhos verdes.

Sua mente queimou depois disso, se dissolveu em chamas, ou foi o que ela sentiu acontecer. Os olhos lacrimejaram, mas ainda assim quando o viu ela teve certeza.

Aqueles olhos. Os olhos da ruiva.
Aqueles cabelos. Desgrenhados como os do menino.
Se levantou correndo, a dor aumentando. Deu passos trôpegos em direção aquele grupo de pessoas, o cérebro se desfazendo. Alguns deles se assustaram, pararam. O menino se manteve onde estava, ainda olhando pra Vida, agora cada vez mais perto dele. Ela desviou-se de algumas pessoas e agarrou a manga da blusa do menino, ele olhou-a sem saber o que fazer. E Vida pensou em um nome, um nome que estava entalado na sua mente e na sua garganta há anos...:

- Harry!

Uma profusão de varinhas apontadas pra ela, tentando proteger o garoto. Ele com um olhar de dúvida, olhando-a assustado por ver que ela caía em seus braços, quase desmaiava:

- Não! Abaixem as varinhas! – o homem dos cabelos grisalhos se ajoelhou do lado dela, que agora era sustentada pelo menino.

- Remo...! – ela conseguiu murmurar em meio à dor sufocante e a escuridão que rapidamente a envolvia.

- Mérlin...! – ele agarrou a mulher, num abraço apertado enquanto ela desmaiava – Mel! Mel, é você!

Escuridão. Ela não viu mais nada.


Hello Sweets!!!!!!!!!!!!!!
Sim, sim, eu demorei séculos a postar... Mas me entendam, eu estava na época de provas e tive alguns probleminhas familiares, mas agora acho que tudo se normalizou e provavelmente eu vou postar com mais freqüência...! Espero que vcs naum estejam querendo me matar e lembrem-se:
As Maldiçoes Imperdoáveis tem esse nome por que são realmente imperdoáveis!
Então, os Coments...:
Hannah Sweet!!!! Pois é guria, o senso de humor no capitulo passado tava até legal... mas nesse a coisa fica mais dramática...! rs! Ai meu Merlin eu estou tentando de tudo pra naum ser totalmente dramática nessa fic! Mas foi sacanagem minha né? Passar na porta da casa do Sirius... Mas pense assim: Serviu pra fazer ela começar a lembrar das coisas...! rs! E sobre o bebê... é, veremos se ela vai lembrar e veremos o que aconteceu com essa criança... *eu tentando ser má* rs!
MANU! Caraca Manu... que cabeça a minha, eu pensei que tinha avisado!!!!!!!!! QUE VERGONHAAAA!!!! Meu, eu juro que eu achei que tinha te avisado... mas é que minha cabeça anda cheia..! DESCULPA! Que bom que vc é uma amiga misericordiosa e me perdoa pelo meu deslize! rs! Mas eu curto mto a Angela tbm... e a Vida mais ainda, afinal... Bem, ela é a Mel né? rsrsrsr! E aí está o cap quatro... e eu avisei que tava postando dessa vez! rs!! Bjus!
Carina Eu não esqueci de vc! Nunca, como eu poderia minha sweet????????? Mas tu sumiu tbm né guria? Fazia tempo que naum dava sinal de vida!!!!! E a Belly então? NUSS fazia mto tempo que vc naum postava!!!!!!!! Mas que bom que tu voltou e agora está aqui lendo essa continuação.... espero que vc goste de tudo que eu estou tramando, pq vc sabe: tua opinião é mto importante pra mim! FELIZ PASCOA PRA TI TBM!!! eu sei que tá atrasado, mas ainda tá valendo, naum tá???? Enfim, bjinhos pra vc minha amiga e num some naum se neum eu tenho um troço!!! (KKKKK! Tu pegou o sweet mesmo!!! Nhai, agora ficou legal, eu vc e a Hannah!)
kikinhas NUSSSS! Tu é portuguesa???? Cara, que legal!!!!!!!!!!! Mas sabe que eu naum tinha percebido???? Mas enfim, aí está a Mel, ela finalmente apareceu... só resta saber como vai se desenrrolar essa história!! Tipo, a autora louca aqui ainda tem que pensar em alguns detalhes! rs! Mas espero que vc curta o que vem pela frente, e que continue acompanhando!! BJUSSS! (nhai cara, que legal... vc é portuguesa!!! Num liga pras minhas loucuras naum, mas é que eu sou meio lesada assim mesmo...! rs!)
Então... enjoy!
Mil bjus... Lady Gray...!

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