Um convite e um mistério
Subiu batendo o pé as escadas do dormitório feminino e jogou sua mochila com força em um canto do aposento. Rony não precisava ter sido tão grosso, afinal, ela havia lhe explicado tudo. Foi então que notou uma pequena coruja na janela próxima à sua cama. Achou estranho, fazia tempo que não recebia bilhetes. Abriu a janela devagar e a corujinha pulou em cima de seu ombro, ela pegou o pedaço de pergaminho e leu:
“QUER IR AO BAILE COMIGO?”
“Quem ele pensa que é? Não sabe que eu tenho namorado?”, pensou ela. Rapidamente pegou sua pena e mergulhou num tinteiro. Já estava pronta para escrever um NÃO bem grande quando pensou: “Mas na verdade ele não sabe que eu e Rony estamos namorando, quase ninguém sabe disso. Quem será ele?”. Foi aí que veio a idéia. Mergulhou novamente a pena no tinteiro e escreveu atrás do pergaminho:
“COMO EU POSSO ACEITAR O SEU CONVITE
SE EU NÃO SEI QUEM É VOCÊ?”
E entregou-o à corujinha que havia ficado esperando. Imediatamente esta pulou no parapeito da janela e levantou vôo. Hermione ficou tentando ver para onde ela ia, mas a coruja entrou em um dos corredores e sumiu de vista.
A única coisa que poderia fazer agora era sentar-se e esperar pela resposta. Não demorou muito e a mesma corujinha já estava de volta, trazendo um novo pedaço de pergaminho bem amassado preso à pata. A menina o abriu, a letra estava um pouco garranchada, parecia ter sido escrito às pressas. Nele dizia:
“OK ENTÃO. VOCÊ GOSTARIA DE SE ENCONTRAR COMIGO AMANHÃ DEPOIS DO JANTAR, NA ANTIGA SALA DOS PROFESSORES?”
Rapidamente virou o pergaminho e escreveu um SIM bem desenhado, e entregou-o novamente à corujinha. Sentiu um frio na barriga ao vê-la voar, como iria dizer ao garoto que já estava com outro? De repente começou achar que o que fizera fora errado, seja lá quem fosse, estaria brincando com ele, além do que estaria se encontrando com outro enquanto está comprometida. Mas ela e Rony haviam brigado, então talvez se não fizessem as pases nessa noite não seria tão ruim. De qualquer forma, ela decididamente não estava disposta a traí-lo, não conseguiria fazer tamanha sacanagem com o garoto que ama tanto, apesar de ele ser tão cabeça oca.
“E se o garoto for feio? Bom, aí fica mais fácil dispensá-lo. Mas e se for bonito? Ou um amigo? Ou... Malfoy? Só a Gina que acha isso, mas e se ela estiver certa? Realmente Malfoy é um garoto muito bonito, e se ele vier jogando charme vai ser difícil de resistir”.
“Pára Hermione, o Malfoy é um idiota. Isso, tudo que ele tem de bonito ele tem de idiota. Ai! E como ele é lindo! Pára Hermione Granger, pára. Não é o Malfoy, não é. Não pode ser, ele é ruim demais pra amar alguém. È isso, não é o Malfoy.
E eu não vou trair o Rony!”.
Ao consultar o relógio, viu que faltavam apenas dez minutos para o sinal tocar. Guardou a pena e o tinteiro, pôs a mochila nas costas e se pos a descer as escadas até o Salão Comunal, onde só havia algumas turmas de segundo ano distribuídas nas mesas. Atravessou o buraco da Mulher Gorda e seguiu diretamente para a aula de Aritmancia, sem encontrar nem Harry e nem Rony pelo caminho.
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