Bilhetes de ninguém



De repente uma semana, um mês já havia se passado. Em uma manhã de terça-feira Mione acordou empolgada, havia sonhado que ganhara um prêmio do diretor Dumbledore de melhor aluna do ano. Apesar de estar ciente de que esse prêmio não existia, o sonho fez com que ela se sentisse muito confiante de que o dia ia ser muito bom.

Levantou-se da cama e vestiu o uniforme, escovou os dentes e penteou os cabelos, prendendo-os de modo que formasse um rabo-de-cavalo.

Em seguida rumou para as escadas que davam para o salão, encontrando Harry e Rony já quase saindo pelo buraco da parede onde se encontrava A Mulher Gorda rumo ao Grande Salão para o café da manhã.

_ Ei, me esperem!

_ Bom dia! – disseram os dois em tom cansado.

_ Bom dia! Nossa, o que aconteceu com vocês?

_ Ficamos acordados ontem até duas da manhã fazendo os deveres. – disse Harry.

_ Eu avisei à vocês para usarem os tempos vagos, mas eu me esqueci que vocês nunca me escutam. De qualquer forma, deu pra fazer todos os deveres?

_ Claro, tinha que dar, senão a gente se ferrava. – disse Rony.

Chegando ao Grande Salão, sentaram-se à mesa e começaram a tomar café. Hermione estava concentrada se lembrando de alguns feitiços que havia estudado na noite anterior que seriam muito úteis para a aula do professor Flitwick mais tarde, por um momento que levantou a cabeça bateu o olhar exatamente em Malfoy, que já estava olhando para ela também. Inesperadamente e inexplicavelmente a menina dá um sorrisinho meio sem graça e por incrível que pareça Draco retribui o sorriso da mesma forma, e em seguida se levanta e sai do salão.

_ Finalmente o correio chegou. – gritou Simas apontando para o alto, onde já podia-se ver muitas corujas sobrevoando o local, entregando cartas e encomendas.

Como de costuma, foi entregue à Hermione um exemplar de “O Profeta Diário”, cuja manchete era : “Preços aumentam em Hogsmeade – comerciantes levam prejuízo no verão e sobem o preço das mercadorias.”

_ Puxa vida cara. – resmungou Rony, que lia o jornal ao lado de Mione – E eu cada vez com menos dinheiro.

_ Ah Ron, quanto à isso você não precisa se preocu...

_ Nem pense em dizer isso Harry, eu me viro sozinho.

_ AI! Que susto! – exclamou Mione levantando-se depressa, espantada, quando uma coruja aterrissou em cima do jornal. Era um animal bonito, penas esbranquiçadas, mas com asas cinza lustroso, era grande e forte e trazia um pedaço de pergaminho meio amassado no bico.

Rapidamente, Mione pegou-o e sem deixar ninguém ver, leu a mensagem em letras garrafais.


“QUERIDA HERMIONE,
DEMOREI MUITO PARA DESCOBRIR O QUE EU SINTO POR VOCÊ, MAS AGORA QUE SEI, NÃO QUERO PERDER MAIS TEMPO.
NÃO VOU REVELAR QUEM SOU AGORA, POR ISSO PRETENDO TE CONQUISTAR ATRAVÉS DAS PALAVRAS.”


Quando terminou de ler, não conseguiu disfarçar o espanto em seu rosto, realmente nunca esperava por isso. Assim que levantou a cabeça, fitou os meninos olhando fixamente para ela, como se esperassem alguma explicação. E como esperavam.

_ Agora fala, o que tá escrito nesse bilhete? – perguntou Rony.

_ Ah, não é nada de importante, mas cadê a coruja que trouxe isto? – perguntou Mione olhando para os lados.

_ Assim que ela te entregou o pergaminho ela foi embora. – disse Harry.

_ Ai caramba, e vocês por acaso sabiam de quem era aquela coruja?

_ Era uma das daqui de Hogwarts, eu já usei ela para mandar uma carta ao Sirius.

_ Ah Hermione, conta logo o que tá escrito aí. – pediu Rony já tentando tomar o pergaminho da mão da menina.

_ Pára Ronald. Deixa de ser chato, eu não vou falar. – disse Mione corando e escondendo o bilhete no bolso. – Agora vocês dois se apressem, ou a gente vai chegar atrasado em Trato com Criaturas Mágicas.

Terminado o café da manhã, seguiram para a casa de Hagrid esperando pela aula, ainda estava cedo, mas aproveitaram para visitar o amigo já que não haviam tido tempo ainda, devido à quantidade de tarefas que os professores vinham passando.

Ao avistarem a cabana, puderam ver que havia próximo à ela um tanque grande cheio de água. Chegando perto, viram que alguns animais nadavam ali, e se pareciam com peixes. Sua cor era cinza prateado e ao invés de escamas, possuíam pequenas bolhas vermelhas.

Hagrid que já havia os avistado da janela, foi recebê-los do lado de fora, percebendo que os três olhavam admirados para as criaturas.

_ São Floppys. Animais fascinantes não acham?

_ Parecem... parecem peixes. – disse Rony.

_ Sim, de qualquer forma são parentes bem próximos dos peixes, mas se vocês repararem bem, olhem, possuem pálpebras!

_ Oh, oh, os outros alunos já estão chegando, deve estar na hora da aula Hagrid. – disse Mione.

_ O pior é Ter que fazer a aula com os da Sonserina. – disse Rony chutando uma pedra.
Hermione olhava distraída para dentro do tanque, sem perceber que alguém chegara e ficara ao seu lado, estava ocupada demais tentando imaginar que mandara o bilhete.

_ O que são essas criaturas?

_ Ahn? – perguntou Mione acordando de seus pensamentos, e quando levantou a cabeça viu que era Malfoy quem perguntara e que estava ao seu lado.

_ Essas criaturas, parecem peixes.

_ São Floppys. – disse Hermione seca e sem olhar para o rosto dele. – O Hagrid já vai explicar.

E saiu na direção de Rony e Harry.

_ O que aquele idiota estava falando com você? – perguntou Rony.

_ Ele só me perguntou sobre os Floppys.

_ Alunos, prestem atenção agora. – interrompeu Hagrid – Acho que vocês já viram o que tem nesse tanque e muitos vão pensar que são apenas peixes, mas não se enganem pelas aparências. Essas criaturas são chamadas Floppys. Os que estão nesse tanque são filhotes ainda, quando se tornam adultos, essas bolhas vermelhas que eles tem no lugar das escamas caem e delas é feita a poção do esquecimento.

_ Mas Hagrid, o que tem exatamente dentro dessas bolhas? – quis saber Hermione.

_ Bom, tem uma espécie de óleo, muito malcheiroso na minha opinião. Mais alguma pergunta?

Alguns fizeram que não com a cabeça e outros nem se mexeram.

_ OK então, os Floppys fazem outra coisa fascinante também, eles mudam de cor de acordo com o estado emocional da pessoa que o toca. Se a pessoa está com raiva, ele fica totalmente vermelho, se está calma, ele fica branco, se está estressada fica verde, se está feliz fica azul, se está triste fica roxo e se a pessoa tem maldade no coração, o Floppy fica preto.

_ Não é difícil imaginar que cor ficaria o Floppy que o Malfoy tocasse. – cochichou Rony para Harry. O amigo concordou rindo.

_ Agora façam uma fila, eu gostaria que todos tocassem esses animais.

_ Assim, um a um todos foram tocando. Quando Mione tocou ele ficou branco, quando Harry tocou ele ficou azul, assim como o de Rony. Mas para a surpresa dos três, quando Malfoy tocou o Floppy ele ficou roxo.

_ Porque você está triste Dracozinho? – ouviram Pansy perguntar à ele.

_ Ah, não enche garota. – falou Draco secamente, indo se juntar à Crabbe e Goyle.

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