A primeira briga



Assim que pisou no dormitório se jogou imediatamente em sua cama. Como estava feliz!! O dia mais feliz do mundo!! Na verdade, nunca havia percebido o quanto gostava de Rony, muito mais do que como amigo, mas sempre achou que em suas conversas com ele, as palavras saíam como que por impulso, agora compreendia que era seu coração que sempre as mandava. Estava amando, amando Rony e agora era a namorada dele. E o beijo dele então? Começou tão inocente e depois não dava nem pra descrever, podia-se perceber todo o amor que estavam sentindo naquele momento e transmitiam um para o outro de modo que só eles sabiam.



Era final de tarde, os dois sentados em uma pedra debaixo da sombra de um frondoso carvalho próximo ao lago, observando o magnífico espetáculo do pôr-do-sol na mudança do outono para o inverno.

_ Você já parou pra pensar no que vai acontecer com a gente quando completarmos o sétimo ano? Quer dizer, acho que provavelmente vamos escolher carreiras diferentes e...

_ E você já parou pra pensar – interrompeu-o recostando a cabeça no ombro dele - que até lá poderemos nem estar mais juntos?

Ele a olhou assustado, virando o corpo de modo a encará-la melhor fazendo com que a cabeça dela despencasse um pouco, porém recompondo-se rapidamente e rearrumando um pouco os cabelos depois de uma fraca brisa passada, mirou Rony novamente, agora boquiaberto, então se adiantou em dizer:

_ Eu só estou brincando seu bobo.

_ Tenho tanto medo de te perder. – disse abraçando-a.

_ Você não vai me perder.

E em seguida se beijaram. Nada mais importava agora, a não ser que estivessem juntos para derrubar todas as barreiras ou que...

_ O que é isso? Srta. Granger, Sr. Weasley, podem me explicar o que está acontecendo aqui?

_ Profª. McGonagall, nós não sabíamos... nós não vimos...

_ Espero que formule uma defesa mais eficiente Srta. Granger, porque vão precisar.

_ Desculpe professora, nós não tínhamos visto a senhora chegar. – disse Rony.
_ E nem podiam não é mesmo? Mas vocês já estudam aqui tempo suficiente para saberem que não é permitido namoro desse tipo em nossa escola, além do que vocês já deveriam ter entrado a muito tempo.

Os dois apenas mantiveram o olhar fixo na professora, não tinham nem o que argumentar, sabiam que estavam errados.

_ Ou vocês terminam esse namoro bobo ou serão expulsos. É, isso mesmo que ouviram, EX-PUL-SOS.


Um raio de sol fraco iluminava o quarto de Hermione quando ela acordou.

****

_ Ah Hermione, não seja boba. Não acredito que a McGonagall vá nos expulsar só porque estamos namorando. – disse Rony ao se sentarem à mesa da Grifinória uma hora depois para o café da manhã.

_ Pode até ser que não, mas eu sinto que alguma coisa ruim pode acontecer se souberem que estamos juntos.

_ Mas se recusar até a me dar a mão já é demais não é?

_ Vocês já vão começa r a brigar é? – intrometeu-se Harry.

_ Eu não quero, mas a Hermione é difícil de entender.

_ Não é isso Rony, olha pra mim, vamos esperar até o baile para assumirmos o nosso namoro, ok?

_ Eu só não entendo porque, não faz diferença as pessoas saberem agora e saberem no baile, vão ficar sabendo do mesmo jeito.

_ O correio chegou. – avisou Harry, com o objetivo de ajudar Hermione, quebrando o gelo entre os amigos.

Uma costumeira coruja-de-igreja trouxe o costumeiro exemplar de O Profeta Diário para Hermione. Folheando-o rapidamente, não tinham muitas notícias interessantes, apenas uma sobre um recente acidente com Olívio Wood num jogo de quadribol, a qual Harry e Rony se interessaram muito em saber.

Assim que o sinal tocou, seguiram diretamente para as estufas, onde na aula continuariam a cuidar cada qual de seu Graflogg, que já estavam bem maiores, mas sem sinal de possíveis brotos.

A aula seguinte, vaga, foi utilizada para adiantar mais alguns deveres. Até Rony e Harry se submeteram a passá-la na biblioteca, pois estavam muito mais atrasados do que a amiga.

Na aula de Poções, Snape passou uma costumeira lista de novos ingredientes no quadro para cada um fazer sua poção. A de Hermione ficou perfeita e a de Rony também, isso porque a menina o guiava o tempo todo. A de Harry chegara muito perto “mas se vocês tivessem me ajudado também, eu poderia ter tirado nota máxima” e saiu bufando e xingando pelo corredor.

_ Fica tranqüila, depois ele esquece. – disse Rony percebendo o olhar preocupado da namorada.

_ Conversa com ele depois, ah poxa, a gente não teve culpa, ele tava muito longe, se Snape tivesse nos pegado...

_ Ta, pode deixar. Você tem aula vaga agora?

_ Tenho, mas depois tenho Aritmancia.

_ Que chato.

_ Não, é até interessante, mas bastante difícil. Aqui não Rony! – exclamou ela quando ele pegou na mão dela, mas logo em seguida a soltou.

_ Ah Mione, que espécie de namoro é esse?

_ Eu já te expliquei, depois do baile a gente assume, por causa do meu sonho...

_ Não tem nada a ver, se era pra ser assim você não deveria nem ter aceitado o meu pedido, ou melhor, se eu soubesse que ia ser assim eu nem teria pedido.

_ Ah é? Então não deveria ter feito mesmo, porque se você me amasse de verdade você iria entender.

_ É você que parece que não me ama. Não suporta nem q eu te toque.

_ Mas é que ninguém pode saber que a gente ta...

_ Peraê, nem os alunos? Eu pensei que fossem só os professores... ah, já entendi, você não quer ser vista comigo não é, só está esperando que um outro cara riquinho te convide pro baile pra você me dispensar. Confesse Hermione, você está comigo porque então?

_ Você ta achando que eu sou o quê, hein Ronald?

Mas antes que ela pudesse responder ouviram o sinal tocar e ainda sem dizer nada, virou-se e foi caminhando rumo à aula de Adivinhação, deixando Hermione parada no meio do corredor, em meio à multidão de alunos apressados.


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