Esclarecimentos



Título: Acerto de Contas


Autor:
Mari Gallagher


Contato: marigallagher(arroba)Hotmail(ponto)com ou mmaaryy(arroba)Hotmail(ponto)com


Shipper: Harry e Hermione


Spoilers: Livros 1 a 5


Gênero: Romance/Aventura


Status: Em andamento


Sinopse: (PÓS-HOG) Hermione está à beira do altar, pronta para casar-se e ser feliz para sempre. Mas algo faz com que ela simplesmente repense suas decisões. Harry Potter voltou, mais misterioso e charmoso do que nunca...



No capítulo anterior...

Hermione voltou para casa e para o trabalho, ainda atordoada com a idéia de que Harry esteja vivo. No meio da noite, uma surpreendente notícia: Ginny Weasley está presa
.




Capítulo II – Esclarecimentos






Menos de meia hora depois de ser acordada no meio da noite por Jason, Hermione caminhava devidamente vestida para trabalho, pelo corredor vazio do Ministério da Magia. Trazia entre os braços os relatórios da investigação sobre o maior grupo de terroristas bruxos da atualidade: Os Vingadores. O nome não poderia ser mais adequado, se tratava de uma reunião de bruxos das trevas que utilizavam a vingança como justificativa para uma prática horrenda de atos terroristas e criminosos contra todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a derrota de Lorde Voldemort. Os Vingadores eram liderados por ninguém mais ninguém menos que Draco Malfoy. Há anos os aurores investigavam a organização e armavam flagrantes com o objetivo de prender os envolvidos. Naquela noite uma ação estava sendo arquitetada no Oeste da Inglaterra e segundo Jason havia sido um sucesso. Metade dos envolvidos havia sido presa inclusive Virgínia Malfoy. A pessoa que Hermione costumava conhecer por Ginny Weasley agora tinha o sobrenome Malfoy. Um ano após a morte de Harry, quando mal Molly e Arthur haviam se recuperado, Ginny fugiu com Draco Malfoy e desde então não se ouviu mais falar na caçula dos Weasley's mas sim na Mrs. Malfoy, companheira do marido em todos os 'negócios'. Foi um choque para toda a família, os pais e irmãos nunca se conformaram com o escândalo e com a "perda" da filha.

- Como aconteceu? - indagou Hermione enquanto andava.

- A ação se deu entre Devon e Somerset. Como prevíamos, eles resolveram atacar o cara do restaurante, lembra?

- Claro! Morderam a isca direitinho...

- Exatamente. Ela está no interrogatório, sabe que não podemos esperar até amanhã, por isso fui chamá-la.

- E você fez muito bem... Tourgis não pode nem desconfiar!

- Chegamos. - ele abriu a porta gentilmente para ela passar.

Hermione entrou na ante-sala do espaço reservado para interrogatório, muito ansiosa. Lá se encontravam Lupin, Tonks, Amber e Jack, aurores, e o Sr e Sra Weasley. Acenou de forma cordial para os pais de Ginny, então foi ter com seu chefe.

- Já sabe como foi capturada? - indagou Lupin.

- Jason me adiantou quando vínhamos para cá. E os outros, onde estão?

- Detidos.

- Alguém já falou com ela?

- Não. - fez uma pausa. - Será a primeira.

- Muito obrigada.

- Fale quando quiser...

Hermione balançou a cabeça positivamente, largou suas pastas e entrou na sala de interrogatório. Ginny estava sentada diante de um grande birô. Os cabelos estavam enormes até a cintura, vermelhos e lisos como antes. O semblante dela, no entanto, não era o mesmo. Os olhos azuis estavam sombrios contornados por maquiagem preta, borrada pelo que deduziu serem lágrimas, e sua face estava madura e ao mesmo tempo amargurada. Ginny havia se tornado uma mulher atraente e ameaçadora. Ela a olhou impassível ao vê-la entrar, Hermione devolveu na mesma moeda. Aproximou-se analisando as palavras que iria utilizar. Tinha que interrogar sua ex-amiga, que agora era uma criminosa. Aquilo tudo parecia um pesadelo.

- Precisamos da sua colaboração.

Ginny permaneceu em silêncio por alguns momentos.

- Pode me arranjar um cigarro, por favor?

Hermione pestanejou.

- É proibido fumar aqui. - sentou-se diante dela. - Por que não me conta sobre este cara... O Bruce?

- Ele é um imbecil frustrado que não consegue ter ereção. Na melhor das hipóteses também é gay. - respondeu rapidamente.

Hermione fingiu não ter ouvido, examinou os papéis que tinha em mãos.

- Bruce Pechey. Afirma que foi contratado por uma gangue, que se intitula como "Os vingadores" para plantar uma poção mortífera em um popular restaurante de Hogsmead.

Ginny cruzou os braços.

- Esqueci de dizer que também é um dedo duro. - falou entediada.

- Você confirma isto?

A ruiva hesitou por alguns segundos.

- Será que não pode me dar a porcaria do cigarro?! - disse alterada.

Hermione retirou da gaveta do birô uma cigarreira de metal jogou na mesa e a fez arrastar-se até a outra. Ginny filou um cigarro Hermione o acendeu com a varinha.

- Você... Confirma isto? - repetiu.

- Ah sim... O filho da mãe falou a verdade. - falou tragando. - E ele não sabe o que o aguarda por isto.

- Quer dizer que a gangue armará represálias?

- Claro, é um babaca traidor, merece uma morte lenta e dolorosa. - falou com naturalidade. - Escapou uma vez, mas não vai escapar numa segunda.

As duas ficaram em silêncio por alguns minutos.

- Onde está Malfoy? - perguntou Hermione.

A outra levantou a sobrancelha.

- Aí está uma resposta que você nunca ouvirá de mim.

Hermione expirou cansada. O sono parecia lhe abater.

- Sabe que nós temos métodos...

- Inúteis. - interrompeu.

"Não será fácil", pensou Hermione.

- Ginny, estamos aqui a esta hora antes que o restante do departamento tome conhecimento da sua prisão para melhorar as coisas para nós... Se colaborar com a investigação, de livre e espontânea vontade, podemos esclarecer os fatos e aliviar a sua situação, até mesmo intimá-la apenas como cúmplice... - Ginny sorriu irônica. - ... Basta que me diga onde está Malfoy e...

- Você não entende, não é mesmo? - gritou Ginny pondo-se de pé. Hermione também levantou. - Pra você é muito simples, se trata apenas de me fazer umas perguntas e eu lhe dar as respostas, apenas disso! Solucionar sua investigaçãozinha e ponto, dane-se o resto!

- Por favor, se sente...

- Eu amo Draco, Hermione. AMO! - berrou com os olhos marejados. - Você sabe o que é amar alguém? A ponto de perder o chão, o fôlego, a cabeça a sensatez?! A ponto de deixar tudo, TUDO para trás pelo amor!?

- Ginny eu...

- NÃO! Você não sabe! - fez uma pausa, o rosto já brilhante de lágrimas. - Mas eu sei. Eu larguei a minha vida, minha família, meus amigos. - apontou para Hermione. - Larguei tudo que podia largar pra viver este amor, até me tornei uma criminosa para estar ao lado do homem que amo, o meu homem. E faria denovo se necessário. Agora acha que vou simplesmente responder a sua pergunta e jogar fora todo o esforço!? Para "Aliviar minha situação"? NÃO! Esqueça. Eu sou leal ao meu homem, e prefiro passar o resto da vida em Azkaban do que deixar de ser.

Fez-se silêncio por alguns instantes. Ginny estava trêmula e Hermione se esforçava para manter a calma e não piorar ainda mais a situação.

- Você não vai para Azkaban. - foi o que Hermione disse. - Ficará aqui até a conclusão do inquérito.

- Hermione. Olhe bem pra mim. Eu não-vou dizer nada. Eu... - respirou fundo voltando a chorar em silêncio. - Eu já perdi família, amigos, não posso... Não posso perder Draco também. Não conseguiria. Eu sinto muito. - fez uma pausa. - E sinto muitas saudades também. - concluiu, emocionada.

- Ah Ginny... - Hermione respirou fundo correu e deu-lhe um abraço forte. - Sua garota maluca. Também sinto muito sua falta, nós todos...

Soltaram-se após alguns segundos.

- Ainda gosto muito de vocês... - respirou fundo engolindo as lágrimas. - Sei que nunca irão me entender, mas...

- Está tudo bem. - Hermione falou. - Olhe...

Antes que concluísse a porta da sala abriu-se de súbito. Um homem de meia idade cabelos e olhos negros, pele alva, alto, entrou.

- O que significa isto?

"Não pode ser...”, pensou Hermione Ela suspirou.

- Olá Tourgis. Que surpresa. - disse Hermione.

- O quê significa isto, Granger?

- Ah, você ainda não sabe?

O olhar do homem cintilou perigosamente.

- Que está infringindo meia dúzia de regras do Ministério? Sim, eu sei. Mas agora, a brincadeirinha acabou! - falou Tourgis em tom rígido. - Gilles, Hott! Levem esta suspeita daqui, imediatamente.

- Hey espere aí... - tentou Hermione.

- Aonde vão me levar??

- Você não...

- Não, Granger! Chega!

Dois aurores que Hermione, particularmente detestava, entraram na sala e caminharam até Ginny.

- Não chegue perto imbecil! - reagiu Ginny. - Hermione, não quero ir, eu tenho...

- levem-na! - ordenou Tourgis. Os dois homens seguraram Ginny pelo antebraço. - Se resistir, estuporem.

- Não! Hermione! - gritou Ginny debatendo-se entre os homens. - Você precisa saber! Eu o vi!

Hermione sobressaltou-se.

- Eu o vi em Somerset hoje! - continuou sendo levada para fora. - Harry! Você tem que achá-lo! Ele está com aquele nojento do Carter! Corra... Ele ainda está vivo!

Hermione escutou perplexa as palavras de Ginny. Todas as suas dúvidas se esvaíram, não havia tido alucinações, Harry estava vivo. Isto agora era uma certeza. Mas Ginny havia dito muito claramente que ele ainda estava vivo. Ainda? Então Harry corria risco de vida? Definitivamente, sim. Precisava encontrá-lo, agora mais do que nunca. Imediatamente após a saída da ruiva Lupin adentrou na sala de interrogatório.

- Ótimo. – disse Tourgis com expressão irritada. – Agora podemos ter uma conversinha, só nós três.

Donald Tourgis. O intragável Donald Tourgis era Chefe do Departamento de Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos, uma seção que Hermione definia como reunião de Magos insatisfeitos profissionalmente que insistiam em interferir nas investigações. Na verdade eles eram os investigadores dos investigadores e agora estavam querendo tomar frente no caso “Vingadores”, alegando se tratar de um assunto importantíssimo para a Suprema Corte.

- Donald, escute...

- Escute você Lupin! – ele apontou o dedo na cara do outro. – O que vocês estão pensando que é o Ministério da Magia?! Algum circo? Porque isto que acabei de presenciar foi uma grande palhaçada! Reunidos na calada da noite com uma suspeita recém-capturada?! Um interrogatório às escuras, praticamente uma conspiração!

- Espere um segundo! – Hermione falou. – Que história é essa de conspiração? Eu estava interrogando uma suspeita sim, de um caso, aliás, que me pertence!

- Srta. Granger, visto as suas recentes atitudes creio que este departamento precisa rever as condições do caso.

- O quê!? – indagou perplexa.

- Isto mesmo que a Srta. ouviu. Amanhã bem cedo o Ministro da Magia ficará a par da impertinência de vocês e receberá um conselho pessoal meu para que o caso seja encaminhado à Suprema Corte, de onde, aliás, nunca deveria ter saído!

- Você só pode estar de brincadeira...

- Donald, não seja radical.

- Não estou sendo! – retrucou indiferente. – Tenham um bom dia.

Tourgis saiu batendo a porta atrás de si.

- Mas que droga! – exclamou Hermione. – Como ele ficou sabendo? Como!?

Lupin respirou fundo massageando as têmporas.

- Eu não sei. Não consigo imaginar quem possa tê-lo informado da prisão!

- Acha que Fulton vai acatar o pedido dele?

- Não, não. Fulton é um homem comedido, mas de qualquer maneira falarei com ele logo pela manhã.

- Okay, boa sorte.

- E você? Descobriu alguma coisa com Ginny?

- Ela confessou a história de Pechey, ou melhor, apenas confirmou a versão que havíamos imaginado... Mas, Remo... Não conseguiremos nada dela em relação a Malfoy. Ela prefere ser devorada por Dragões a revelar onde ele está!

Lupin ficou pensativo.

- Isto é muito ruim para ela...

- É péssimo, eu sei. Mas conheço a Ginny, Remo. Posso garantir a você que ela não vai falar nada. – Hermione soltou um longo bocejo.

- Os últimos dias não têm sido muito leves para você. – disse em tom paternal. – Está cansada. Vá para casa... Precisa dormir.

Hermione ainda estava um pouco ressabiada com a conversa que tivera com Lupin a respeito de Harry, mas pelo próprio avançado da hora resolveu apenas não tocar no assunto, pelo menos por enquanto, e voltar para casa. Antes de sair, porém, teve uma idéia.

- Remo? – chamou já no corredor de saída.

- Sim?

- Irá precisar de mim no fim de semana? – perguntou ligeiramente apreensiva.

Lupin refletiu.

- Creio que não... Por quê?

- Eu... Pretendo fazer uma viagem. – respondeu ainda indecisa já saindo para o saguão principal, de costas para ele.

- Hum. Aonde vai?

Hermione virou-se.

- Somerset.

E desaparatou em sua casa. Sua cabeça estava martelando, um misto de sono e de inquietude. Além de Somerset, Ginny mencionou um nome. Carter. “Aquele nojento do Carter”, foram as palavras dela. Hermione tinha agora duas referências, Somerset e Carter. Uma pessoa e um lugar. Obviamente encontraria esta pessoa neste lugar. Por isto iria a Somerset no fim de semana. Quando se jogou de volta na cama já passava das três. Fechou os olhos e foi tomada por euforia, não via a hora de reencontrar Harry, tinha tanta coisa que gostaria de entender e isto só poderia acontecer quando o visse.

De repente se deu conta de que num intervalo mínimo de tempo sua vida sofrera uma reviravolta. Há apenas três dias tinha um noivo perfeito que amava e com quem iria se casar e ser muito feliz. Sentiu um mal estar no estômago ao recordar da cena de dois dias antes. Fugira do casamento. Havia simplesmente deixado Ryan à beira do altar sem nenhuma explicação plausível. “Ele não merecia”, pensou com amargura. Que impressão estaria tendo a respeito dela? A pior possível, provavelmente. A foto do profeta mostrava Ryan ainda tentando alcançá-la. Estava tão transtornada que não viu nem ouviu nada, mas agora ao refletir, teve certeza que ele poderia ter gritado ou corrido e ela simplesmente o ignorara. “Por que não casei, porque!?”, indagava-se mentalmente. Chegou à conclusão que ele era o homem ideal, mas aquele não era o momento Ideal. Sim era isso. Não teria sangue para permanecer na cerimônia, dizer sim, casar-se após um susto como aquele. Era impossível não se abalar. Mas Ryan merecia uma explicação. E ela daria esta explicação o mais rápido possível.

Com este pensamento Hermione acordou e foi ao trabalho. Com muito gosto cancelou a entrevista com Bellatrix Lestrange. Era desnecessária, afinal, independentemente de que feitiço fora lançado por ela na noite fatídica da pseudomorte de Harry ele havia sobrevivido. Alegrou-se muito por não ter que encarar aquela mulher tão terrível e por ter o tempo livre que gastaria em Azkaban para encontrar Ryan.

Chegou a Westminster pontualmente às três. Os Carmichael moravam em um lindo sobrado próximo ao St. James’s Park. Foi recebida à porta por Philipine, a governanta, que ‘curiosamente’ naquela visita estava áspera e nada simpática, respondendo o cumprimento de Hermione apenas com um resmungo e um torcer de nariz seguidos por um olhar de censura que ela já estava acostumada a receber nos últimos dias.

- Eu quero ver Ryan. – disse à mulher ao adentrar no vestíbulo

Ela abriu a boca para responder, mas uma voz rígida e ironicamente musical soou do alto da escada.

- Pode deixar, Philipine! Eu receberei esta senhorita.
“Esta senhorita”?, pensou desconfiada com o tom frio que ela usara. Hermione observou a senhora que descia a escada. Era muito alva, olhos azuis, cabelos loiros curtos presos em um penteado aristocrata. A mãe de Ryan. Caminhou até ficar frente a frente com a outra.

- Como se atreve a vir aqui? – falou num tom baixo e rancoroso.

Hermione virou os olhos, entediada. Margery Carmichael sempre tivera uma aparência intimidante, principalmente por se tratar de uma sogra, mas nunca a havia tratado sem gentileza. Os ânimos realmente estavam perigosos por ali...

- Boa Tarde, Margery. Como vai? – disse em tom cortês.

- Como eu vou? – repetiu parecendo perplexa. – Mas é muita insolência! Como acha que eu vou?! Eu ando muito ocupada, sabe? Juntando os cacos do estrago que você causou! Tem idéia do constrangimento ao qual expôs a minha família?

Hermione respirou fundo.

- Pode chamar o Ryan? – pediu calmamente.

- Ryan não está. Agora, por favor. – ela abriu a porta e apontou a saída. – Vá embora.

- Margery eu sei que ele está aqui. – Hermione não se moveu.

- Ah você sabe? Pois muito bem. Ele não quer vê-la!

- Olhe, eu preciso muito falar com o seu filho, por favor, chame-o! Avise que estou aqui.

- Precisa muito falar? Será que já não basta o mal que o fez!? Ryan não está interessado em ouvir o que você tem a dizer, e eu concordo plenamente com ele!

- Não seja tão radical, Margery. Eu sei que o que aconteceu foi um incidente muito desagradável para todos nós, mas eu e o Ryan precisamos sim ter uma boa conversa!

- Não! Ele está muito magoado e decepcionado com você. Eu e Ursley também. Será que não percebeu que não é bem vinda aqui?

Hermione sentiu um entalo desconfortável em sua garganta. Estava sendo expulsa dali e sequer vira Ryan.

- Não fale assim. Eu só quero conversar com ele! Tenho este direito!

- Você não tem, não! Assim como também não tinha o direito de fazer meu filho sofrer como fez ao fugir do casamento no meio da cerimônia!

- Eu sei que...

- Chega Hermione! Saia da minha casa! – ordenou. – E não volte nunca mais. Desapareça das nossas vidas, esqueça que um dia conheceu a mim e minha família!

Hermione ficou sem palavras para argumentar com Margery. Sabia que ela tinha sua razão, apenas não tinha parado realmente para medir as conseqüências de seus atos. Não ia adiantar discutir com uma mãe tão protetora quanto ela.

- Está bem, eu vou. – disse por fim tomando o rumo da saída. – Mas não desistirei de falar com Ryan. – concluiu antes que Margery batesse a porta em sua cara.

A mulher observou pela janela a outra sair definitivamente de sua propriedade e respirou aliviada. Ainda não conseguia entender como ela tivera a audácia de aparecer em sua casa.

- Quem era? – disse uma voz masculina às suas costas.

Margery virou-se. Ryan estava rompendo a escada em sua direção. Era um homem alto, porte atlético, rosto incrivelmente atraente dotado de olhos azuis, cavanhaque, cabelos loiros. Vestia moletom de cor verde musgo e tinha uma expressão abatida.

- Ah querido! Não era nada, apenas mais um candidato para a vaga de jardineiro, infelizmente tive que dispensá-lo! – respondeu fazendo um esforço para sorrir.

Ryan continuou sério, colocou as mãos nos bolsos.

- Engraçado. Pensei ter ouvido a voz de Hermione. – falou a encarando profundamente. Margery conhecia o filho, por isso mudou subitamente de expressão. – Mente para mim, mamãe?

- Oh, Ryan, não é nada disso... – tentou aproximar-se e tocar a face do filho.

- Por que não me chamou? POR QUÊ? – falou agressivo se afastando.

Margery balbuciou nervosamente.

- Porque não quero mais vê-lo sofrer! Esta mulher não serve para você meu filho!

- Ah mãe! Mas que droga! – reclamou puxando os próprios cabelos. – Eu a amo! Será que não vai entender nunca!?

- Você que parece não entender Ryan Louis Carmichael! – disse em tom autoritário. – Ela o largou na beira do altar, já esqueceu?

- Não, não esqueci. – retrucou imediatamente. – Mas, ao contrário do que pensa, eu quero muito ouvir o que minha noiva tem a dizer. – acentuou bem as duas palavras. Margery ostentou um semblante de escárnio. – E você não vai impedir. Fui claro?

- Sim. – respondeu a contragosto. Philipine chegara no vestíbulo no mesmo instante.

- Ótimo. – virou-se e subiu para o andar de cima. – A propósito, da próxima vez que dispensar alguma visita minha estará convidada a se retirar da minha casa. O mesmo vale para a criadagem. – acrescentou olhando de lado para a governanta.

Margery viu o filho desaparecer, cerrou os dentes. Murmurou olhando para a leal Philipine em seguida:

- Esta mulher ainda será a desgraça do meu filho.



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C-o-n-t-i-n-u-a...

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