Rosa Amarela



Draco ficou apavorado, baixara a guarda quando Char chegara deixando-lhe numa falsa segurança. Char, enquanto isso, raciocinava rápido.

- Segura meu braço! Vamos sair daqui! – Gritou ela pulando para fora da cama. As vozes se aproximavam.

- Não posso deixar a casa assim! Eles vão destruir tudo! – Disse Draco, assustado e levantou-se também, sem saber o que fazer. Char o puxou para perto, segurando firme o rosto dele nas duas mão, encarando-o violentamente nos olhos.

- Não tem escolha, Malfoy! – Três Comensais da Morte aparataram em um círculo à volta dos dois em tempo de ver os dois adolescentes desaparatarem com um estrepito.


Draco e Charlotte aparataram em uma rua silenciosa que Draco reconheceu pertencer à Hogsmead. Ele deixou-se cair ajoelhado na frente da garota, ofegando.

Eles ficaram assim um tempo, Char sem saber o que fazer para consolá-lo, limitando-se a fazer um carinho leve nos cabelos claros dele.

- É o Malfoy! – Eles ouviram uma voz atrás deles, apontando para Draco. Madame Rosmerta acabara de sair do Três Vassouras e apontava para ele, aparentemente horrorizada.

- Droga, Malfoy, você é muito famoso! – Resmungou Charlotte meio mal humorada para o garoto que se levantava. Retirou a varinha do bolso agilmente e apontou para ela:

- Obliviate! – Agarrou o pulso de Draco e aparatou novamente. Dessa vez eles pararam dentro de uma casa. Uma casa não muito grande, mas superbem arrumada. Draco olhou a volta, curioso.

- Aqui é minha casa, Draco. – Respondeu ela à pergunta não feita do amigo e sentou-se folgada no sofá. – Agora escute: Temos que ser rápidos. Tudo isso significa que o Lord das Trevas já descobriu seus objetivos e quer impedir uma possível aliança sua com a Ordem.

- Ok, e se eu realmente decidir me aliar a Ordem? Não serei facilmente aceito, Char. Ou, quem sabe, me matarão antes de eu poder dizer “não é culpa minha”.

- Quem vai falar com eles sou eu, Draco. Talvez me escutem. – Ela suspirou e botou uma mecha de cabelo para trás da orelha, cansada. – Vou para Hogwats agora. Falarei com a diretora, aposto que ela faz parte da Ordem, não? Ela me botará em contado com “O Escolhido.” – E, como Draco estava prestes a discutir sobre isso, acrescentou: - Você fica aqui.

- Ao menos deixe bem claro que essa é minha única saída. Não tenho escolha, não é? – E sentou-se, passando a mão pelos cabelos desarrumados e claros, parecendo profundamente desgostoso com tudo. Charlotte quase não conseguia conter a compaixão que sentia pelo rapaz.

- Draco...

- O que?

- Ah... nada. Vou indo. – Draco fitou-a, desconfiado. Ela caminhou até uma porta ali perto, espiou onde parecia se encontrar um corredor e berrou:

- Mããe! Cheguei! – Ela ficou ali, esperando e, como resposta, ouviu um estrepito de alguém aparatando no centro da sala.

Era uma mulher de estatura mediana, os cabelos eram pretos, como um dia haviam sido os de Charlotte, - agora tingidos do vermelho vinho – a face transparecendo a mesma expressão de ansiedade perpétua que a da filha. Seus olhos escuros marejaram, ao mirar Draco a sua frente. O garoto a reconheceu imediatamente, saudoso, apesar de relutante em admitira tal coisa.

- Draco, querido, em que situação pesarosa ocasiona nosso reencontro. – Ela fez um gesto brando, afastando os braços, para receber um abraço do garoto que, ainda relutante, ergueu-se e a abraçou brevemente, sentindo o cheiro forte, porém agradável, da ex-babysiter.

- Suponho que esteja bem, Patience? – Draco cumprimentou-a mais formalmente do que pretendia, sorrindo educado, embora isso o fizesse parecer um garoto que acabara de fazer alguma travessura e tentava disfarçar.

- Já tive dias melhores, com certeza. – Disse ela calmamente, fitando o garoto com um certo orgulho nos olhar. Afinal, ele crescera muito desde a última vez que tinham se visto.

- Sem querer interromper o emocionante reencontro, - a voz de Charlotte irrompeu pela sala bem arrumada, parecendo ligeiramente aborrecida - mas temos coisas importantes a tratar. Mãe, irei a Hogwarts agora. Aquela escola, sabe. – Acrescentou à expressão se falta de memória da mãe e depois visualizando a compreensão espalhar-se pela fisionomia dela.

- Claro, Char. – E voltando-se a Draco – Quer tomar algo? Comer? Você deve estar faminto... – Sem esperar resposta ela se deslocou até a mesma porta que Charlotte a havia chamado antes, sumindo pelo corredor.

A garota caminhou até Draco que ainda estava em pé e, sem aviso, beijou-o ternamente na bochecha, tendo se apoiar brevemente na ponta dos pés para alcançar o rosto dele. “Confie em mim.” Ela sussurrara, com certa ansiedade, e desaparatou.

Draco ficou olhando alguns minutos para o lugar em que ela estava, aparentemente confuso. Alguns segundos depois, sacudiu a cabeça e se largou no sofá atrás dele. Char era estranha, pensou devaneando.

Logo, Patience voltara com uma bandeja contendo inúmeras coisas caseiras para comer e beber, insistindo para que um Draco totalmente sem fome, as engolisse. O dia passou lentamente, Patience se divertia mostrando ao garoto fotos e mais fotos de uma Charlotte bebê, estranhamente gorducha. Ela só parara com aquilo quando Draco dissera friamente que já havia visto, no mínimo, umas 50 fotos.

A noite entrava pela casa, deixando tudo com um ar meio melancólico, que refletia o estado de ânimo do Malfoy. Ainda mortalmente entediado. Foi quando pegou no sono e sonhava com uma Charlotte bebê sendo embalada pelo nojento do Potter insistindo que Draco ficasse em silêncio, que ele acordou assustado com um estrepito próximo. Ele ainda se encontrava na sala pois recusara teimosamente a proposta de ir dormir de Patience e dissera que queria esperar por Charlotte. O lugar estava numa penumbra de dar calafrios quando ele se levantou e apanhou a varinha da mãe nas vestes.

- Lumus. – Ordenou e saiu uma luz cegante da ponta de sua varinha.

- Pensei que tivesse dormindo. – Disse a voz de Charlotte atrás dele. Ele se virou, encarando-a. Havia uma expressão rancorosa no rosto marcado pelo sono dele.

- Ficou para tomar um chá com aqueles idiotas, foi? – Draco disse secamente. – Quem sabe você não quer ajudar todos a cuidarem da testa rachada d’O Escolhido com todo aqueles...

- Não seja tolo, Malfoy! – Retrucou ela exasperada e parecendo profundamente magoada. – O que deu em você?

- Você deve ter ficado esse tempo todo convencendo todos lá a serem meus amiguinhos e terem dó de mim, então? – Ele apertou os olhos sonsamente. – Uau, deve ter precisado de muita conversação, não é?

- Você está agindo como um idiota, Draco. – Acusou ela revoltada, olhando triste para o outro. Não acreditava no que ouvia. – Estou aqui para te ajudar, não seja obtuso. E, se deixar de ser egoísta um minuto, saiba que seu pai pode sair vivo dessa. – Atirou uma rosa amarela na cara do Malfoy e saiu fungando, desaparecendo na porta que dava no corredor.

Draco, depois do susto de levar uma rosa cheia de espinhos na cara, pegou a mesma e viu que tinha sangue nos espinhos. Algo afundou em seu estômago, agira como um idiota realmente. Ele estava irritado pela garota tê-lo deixado esperando tanto tempo enfornado naquele lugar e, tinha certeza, ela não demoraria tanto tempo em Hogwarts. Mas agora se sentia culpado, até porque a amiga estava fazendo algo que nem era sua obrigação.

Ele se direcionou até a porta que dava para aquele corredor escuro cheio de quadros e tapeçarias e viu a última porta aberta, uma luz bruxuleante saindo dali. Foi até lá e, ao entrar pela porta, deparou-se com uma cozinha iluminada por archotes.

Charlotte estava limpando a mão, que sangrava, em um pano manchado. Draco percebeu que o sangue que estava na rosa pertencia à mão da garota. Ela levantou os olhos para encará-lo.

- Acabou o ataque? – Perguntou astutamente. Draco se surpreendeu, esperava que ela estivesse chorando. Caminhou até ela observando a mão que sangrava em vários pontos onde ela havia apertado a rosa e os espinhos perfuraram-na.

- Suponho que sim. – Disse ele em voz baixa e olhou-a num pedido mudo de desculpas. As desculpas que ele não se permitia pronunciar. Isso não pareceu funcionar.

- Vamos dormir. Amanhã te conto tudo em detalhes. – Disse formalmente e se movimentou para sair quando Draco segurou sua mão que sangrava. Ela levantou os olhos pra ele, fitando-o ainda braba.

Draco puxou tirou o pano que estava enrolado na mão dela e entrelaçou os dedos nos dela. Ficou assim, brincando com os dedos dela. Escolhendo as palavras.

- Eu sinto muito. Sou muito grato a você, sabe... muito. – E desviou os olhos da mão dela, fitando-a nos olhos. Ela amoleceu e, sem pestanejar, o abraçou apertado.

Os dois corpos se colaram, pareciam feitos para ficar assim, juntos. O calor não tardou a subir pelo dorso dos dois, fazendo Draco ofegar ligeiramente. E, com a mesma rapidez que o abraçara, Charlotte o soltou e saiu decidida da cozinha.

O garoto olhou para a própria mão que tinha sangue manchado agora. Irracionalmente, esfregou o sangue nos lábios e saiu, desabalado, pela cozinha.

Entediante? Monótono? Ruim? Eu aceito qualquer comentário.
:)
Vou viajar, acho que só em Fevereiro agora. beijos pra todos. :* e obrigada pelso comentários.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.