Um novo diário



O dia seguinte a festa foi um domingo. Assim que acordei, me senti mais disposta e mais contente. Estava com bastante vitalidade e também bem feliz, mesmo sem saber o porque. Já minha amiga Hermione acordou muito mal humorada. Na hora em que ela despertou, eu estava sentada na mesa escrevendo no meu diário.
- Madrugou de novo? – perguntou sonolenta.
- Não, dormi muito bem. É que eu acho que gostei de acordar cedo. – respondi enquanto continuava escrevendo no diário – Você é que aparentemente não está bem.
- Tem razão. Acordei com uma dor de cabeça horrível. O que aconteceu ontem para eu ficar assim, Gina? – perguntou ela enquanto trocava de roupa – A última coisa que me lembro foi que estávamos na festa.
- Você bebeu um pouco demais então eu te trouxe pra cá. – respondi calmamente.
- Então é por isso que estou assim... – murmurou ela.
- Deve ser... – afirmei ainda sem parar de escrever no diário.
- Sabe, ontem eu sonhei com o Malfoy. Foi tudo muito estranho... – falou ela soturnamente.
- O que você sonhou? – perguntei me virando para olha-la.
- Eu sonhei que eu me jogava no lago e depois você também pulava na água para tentar me tirar de lá. Mas então o Malfoy aparecia e falava conosco.
Ri divertidamente da cara dela. Hermione, sem entender nada, me perguntou:
- Eu sei que é ridículo, mas eu juro que é verdade. – disse ela.
- Não estou rindo por isso... – expliquei tentando me controlar para não cair em gargalhadas – Isso daí que você falou não foi bem um sonho.
- Como assim?! – perguntou ela em tom surpreso.
- Aconteceu ontem a noite... – falei simplesmente.
- E eu fiz isso? – Hermione parecia chocada.
- Fez sim... – respondi.
- É brincadeira sua. Eu nunca faria algo assim. – retrucou ela.
- Pergunte para o Malfoy se não é verdade, ele nos viu lá.
- Você falou com ele, Gina?
- Sim... – respondeu.
- E ele disse para alguém que estávamos no lago?
- Não, Malfoy não nos dedurou.
- Por que Malfoy fez isso? – perguntou ela.
- Não sei. Aliás, quem sabe? É impossível saber o que ele pensa.

***

Minha manhã foi tranqüila, sem grandes acontecimentos. Hermione ficou na cabana pois se sentia indisposta. Já que não podia contar com a companhia de minha amiga, passei a manhã escrevendo uma longa carta para Harry.
Quando terminei, fui até a administração do acampamento entrega-la para Lisa, a garota que era responsável pela correspondência do acampamento. De lá, Lisa despacharia a carta para o correio, que entregaria no endereço que eu coloquei no envelope.
A administração do acampamento era como uma cabana qualquer por fora, só que maior. Lá era onde ficava o escritório do dono do acampamento e também onde ficava toda a papelada, como fichas dos campistas e dos monitores.
- Obrigada. – agradeci assim que entreguei a carta a Lisa.
- Oi, Gina. – ouvi uma voz familiar me chamando. Me virei para olhar quem era.
- Oi, Malfoy... – falei estranhando o encontrar ali.
- Veio fazer o que aqui? – perguntou ele me cumprimentando como se fossemos grandes amigos.
- Despachar uma carta. E você?
- Também. – falou ele me mostrando um envelope em suas mãos.
- Olha, sobre ontem... – comecei a falar, mas Malfoy me interrompeu.
- Eu não vou contar nada para ninguém. Pode ficar tranqüila. – disse ele me acalmando.
- Não tive tempo de lhe agradecer. Então, muito obrigada. – falei.
- Viu como eu não sou tão ruim como você pensa, Gina?
- Só quando quer. Porque quando resolve atormentar alguém, você tem, digamos... bastante êxito.
- Eu sei... – admitiu – Me desculpe pelo meu comportamento desses últimos dias. Eu não deveria ter lido o seu diário.
- Você está me pedindo desculpas? – perguntei divertida com a situação – Isso não deve ser real.
- Não acredita mesmo que eu mudei, não é? Pois bem, o tempo lhe dirá a verdade. – falou ele.
- É difícil mudar a visão que você tem de alguém de um dia para o outro.
- Prometo que não faço de novo aquelas loucuras de sexta-feira. Acho que tudo aquilo foi simplesmente uma tentativa para te deixar confusa ou para me divertir um pouco. Mas estou arrependido.
- Tudo bem, desde que não volte a acontecer. – falei – Agora eu tenho que ir, Hermione está me esperando.

***

Depois de despachar a carta, fui até a cabana para ver como Hermione estava.
- Como está se sentindo? – perguntei assim que entrei.
- Melhor... – murmurou ela.
- Então vamos logo almoçar... Estou morta de fome. – falei.
- Está bem. Vamos almoçar então...
Tudo prosseguiu transcorrendo normalmente. Enquanto almoçávamos, contei para Mione sobre o meu encontro com Malfoy na administração do acampamento.
- Mas que estranho... – falou ela assim que revelei o teor da conversa – Não dá para entender ele.
- Eu sei disso... – concordei.
- Será que ele vai mesmo agir diferente com você agora? – perguntou Hermione.
- Eu só acredito vendo. Mas pelo sim pelo não, vamos dar uma chance a ele. Melhor do que ficar me estressando com isso.
Pela tarde, houve a festa dos campistas. Como eu e Mione éramos monitoras, tínhamos que organizar as gincanas. Malfoy também estava lá, só que não veio falar comigo.
Quando a noite chegou, eu estava exausta, porém feliz. Fui para minha cama dormir e repassei o que havia feito nesse domingo.
Nesse dia, nada de ruim aconteceu. Tudo havia sido ótimo. Quem dera todos os dias fossem assim. E logo o sono chegou e eu pude dormir, satisfeita em saber que as coisas haviam melhorado.

***

A segunda-feira chegou e eu acordei com um sorriso no rosto. Ainda dentro da cabana, enquanto me arrumava para tomar o café da manhã, Hermione notou minha felicidade.
- Viu algum pássaro azul hoje? – perguntou ela.
- Como? – questionei sem entender do Mione falava.
- É uma expressão que se diz quando alguém está feliz sem motivo algum. – explicou ela.
- Ah, tá! Entendi... Mas quem disse que eu não tenho motivo? – perguntei.
- Gina, eu não te entendo. Na sexta, você disse que teve um dia péssimo. Não conseguiu dormir, estava mal humorada. Tudo parecia horrível. E agora, dois dias depois, está assim, sorrindo... Como é possível? – perguntou Mione.
- Eu não sei. É que eu acho que minha situação não era tão terrível assim. Fiz muita tempestade em um copinho de água.
- Depois você fala que é o Malfoy que tem múltiplas personalidades... – falou ela rindo de mim.

***

Aquela segunda-feira estava tão boa quanto o dia anterior. A única coisa ruim era que todo mundo me perguntava porque eu estava feliz. Mas nada que mudasse o meu humor.
O dia seguiu tranqüilo, sem grandes emoções. Pela tarde dei minha aula de artes para os campistas. Logo depois, segui para a cabana. Mione ainda dava sua aula de natação, por isso eu estava sozinha lá. Aproveitei o tempo livre para escrever no meu diário o quanto me sentia feliz naquele dia.
Depois de alguns minutos ouço alguém batendo na porta.
- Mione, você tem a chave... – falei enquanto continuava escrevendo.
- Não é ela, Gina. Sou eu, Draco. – disse a voz dele vindo detrás da porta.
Me espantei a princípio, com medo de que Malfoy pudesse estragar o meu “dia perfeito”. Mas eu não podia simplesmente ignora-lo. Então fui recebe-lo o mais educadamente possível.
- Oi, Gina. – cumprimentou ele assim que abri a porta.
- Oi. – respondi simploriamente.
- Sabe, eu estive pensando sobre nós dois... e... e percebi que não fui muito legal com você certas vezes. – Malfoy começou a falar pausadamente, procurando escolher cuidadosamente as palavras que usava.
- Que bom que notou, Malfoy. Mas a gente já conversou sobre isso ontem. Não precisa ficar se desculpando todo dia. – falei.
- Mas então, para ajeitar as coisas, eu resolvi comprar isso para você... – disse ele me entregando um embrulho de presente.
- É para mim?! – perguntei surpresa.
Malfoy apenas concordou com a cabeça. Eu o fiquei olhando sem saber o que dizer.
- Abra. – falou ele.
Estava curiosa para saber o que ele havia comprado, apesar de estar achando aquilo tudo muito estranho.
- Eu vi isso numa loja em Stoneville e logo pensei em você... – disse ele enquanto eu abria a caixa. - É um diário. Quando o seu acabar, você já terá outro para escrever. – explicou – E esse tem um cadeado que impede as pessoas de lerem ele. – falou enquanto apontava para o presente – Se bem que com um simples feitiço é possível abri-lo.
- Malfoy... Eu nem sei o que dizer... Realmente não esperava que você me desse algo... Sempre o achei tão egoísta. – falei ainda surpresa com tudo aquilo.
- É para você ver o quanto eu mudei. E eu também tinha que me redimir pelo que eu fiz. – falou Malfoy.
- Obrigada... – agradeci – Foi bem legal você ter se lembrado de mim. E realmente eu percebo que você está mudando.
- Então podemos ser amigos? – perguntou ele inseguro.
- Malfoy, vá com calma. Eu tenho primeiro que me acostumar com a idéia de você não ser mais meu inimigo, depois então eu poderei pensar em ter você que amigo.
- Não precisamos necessariamente ser amigos. É só me tratar como trata a todos aqui no acampamento.
- E como seria isso, Malfoy?
- Poderia começar não me evitando em todo lugar em que nós dois estamos. Não precisa conversar comigo, mas um “Oi”, “Tudo bem?” já viria a calhar... Poderia também me chamar pelo meu primeiro nome... – sugeriu ele.
- Está bem. Vou te dar uma chance para que possamos melhorar o nosso convívio aqui. Mas se você falhar comigo eu não te perdoarei nunca mais.
- Eu prometo que não vou desperdiçar esse voto de confiança que você está depositando em mim. Nunca mais vou brigar com você.
- Espero que sim, Malfoy.
- É Draco... – corrigiu ele.
- Desculpe, é a força do hábito... – falei.
- Tudo bem... – ele sorriu sem jeito.
- Tchau, Draco. – me despedi.
- Até logo, Gina.
Pois é... Parecia que ele estava querendo se tornar meu amigo. Mas será que ele queria mesmo ser meu amigo ou só fazia isso para depois tirar sarro da minha cara? Eu esperava que fosse a primeira opção.

***

Uma hora depois de Draco ter ido embora, Hermione chegou na cabana.
- Oi, Gina. – cumprimentou ela enquanto se sentava em uma cadeira – Como foi sua aula?
- Normal... – falei desinteressada.
- Então não aconteceu nada demais hoje? – perguntou.
- Aí é que você se engana... – falei – Draco Malfoy veio até aqui falar comigo.
- E o que ele queria? – perguntou Mione curiosa.
- Ele me deu um diário de presente. – contei.
- Malfoy te deu um presente? A troco de que? – perguntou.
- Draco disse para mim que era para se desculpar pelo que ele tinha feito.
- Draco?! Você chamou ele pelo primeiro nome? – estranhou Hermione.
- Ele pediu para que nós nos tornássemos amigos e que era para eu chamá-lo pelo primeiro nome. – expliquei.
- Ah, tá! Agora de uma hora para outra você se torna “amiguinha” do Malfoy. Está louca? Acho que você deve estar “alegrinha”, igual aconteceu comigo no sábado.
- Estou bem lúcida, pode ter certeza, Mione – falei.
- Então por que fez isso? – perguntou ela parecendo revoltada.
- A pergunta não é “Por que eu fiz?” e sim “Por que não fazer?”... – conclui.
- Mas a dois dias atrás você odiava aquele garoto... – retrucou ela.
- Eu sei... E é exatamente por isso que eu estou tentando me tornar amiga dele. Para ter um pouco de paz, aproveitar mais essa estadia no acampamento sem me preocupar com ele.
- Está bem, Gina. Se é isso o que quer, não posso impedi-la. Mas depois, quando ele tirar sarro da sua cara, não venha falar que eu não te avisei.
- Espero sinceramente que você esteja errada, Mione. – falei.
- Eu nunca, nunca mesmo, estou errada.

***

Mesmo com os comentários pessimistas de Hermione, continuei amiga de Draco. Mas sempre com um pé atrás, esperando que ele fosse a qualquer momento revelar que aquilo não passava de mais uma brincadeira dele.
Hermione ficava me advertindo o tempo todo sobre ele, mas não havia o que fazer. Se fosse mais uma brincadeira dele, não seria a primeira e nem a última.
Então a semana passou normalmente. Durante ela, Draco me tratou como qualquer outra pessoa no acampamento e eu também o fiz. Nós nos falamos algumas vezes no refeitório, durante o almoço, mas não passou disso.
Até que no sábado seguinte, pela manhã, Draco veio falar comigo. Eu estava em minha cabana junto com Hermione quando ele bateu na porta.
- Oi. – falei assim que o recebi.
- Oi. – retribuiu ele.
- Quem é? – perguntou Hermione que estava virada de costas e não viu que era Draco quem estava lá.
- Ninguém, Mione. – desconversei.
Minha amiga se virou e pode ver quem era.
- Ah! É o seu amiguinho, Gina! Já deveria imaginar... – comentou ela com sarcasmo – Mas vá atende-lo lá fora. Não o quero aqui dentro.
Caminhei para fora da cabana e fechei a porta abruptamente.
- Nossa... Sua amiga me odeia mesmo. – falou ele.
- É só o tempo dela se acostumar com a idéia.
- Eu precisava falar com você. – disse Draco calmamente.
- Sobre o que? – perguntei curiosa.
- Você viu que nessa semana eu me comportei muito bem com você, não viu? – perguntou ele.
- Percebi sim. Isso só mostra que você realmente mudou. – falei.
- Então agora você tem certeza que eu mudei? – perguntou seriamente.
- É, acho que sim... – confirmei, deixando transparecer ainda uma certa incerteza na voz.
- Então agora podemos ser amigos? Quero dizer, amigos de verdade mesmo. Daqueles que você confia, que são aqueles que você quer ter ao seu lado.
- Para que tudo isso? – perguntei – Por que toda essa obsessão em querer ser meu amigo?
- Eu acho que é culpa... Se nos tornarmos amigos, aí então sentirei que você realmente me desculpou pelo que fiz com você.
- Tudo bem, Draco. Nós ainda vamos ter que ficar aqui durante todo o verão. É melhor passar esse tempo com um amigo do que com um inimigo. – conclui.
- Que bom que entende as minhas razões. – falou.
- Então eu te vejo hoje a noite na festa, não é? – perguntei.
- Sim, claro. A gente se encontra lá. – confirmou Draco.
- Eu vou tentar impedir desta vez que Hermione vá tomar banho no lago de noite. – brinquei.
- É, é melhor mesmo. – falou Draco em tom de brincadeira.

***

Na noite daquele mesmo sábado, eu e Hermione estávamos nos arrumando para a festa de logo mais.
- Gina, ele está te enganando. – disse minha amiga enquanto se admirava no espelho.
- Por favor, Mione. Chega desse assunto. – implorei.
- Você é tão teimosa! – falou ela em tom raivoso – É muito cabeça dura.
- Não vamos mais falar sobre isso. – pedi.
- Está bem, está bem. – concordou Mione a contragosto.
- Então, está pronta? – perguntei.
- Sim, estou. Vamos.
Alguns minutos depois, eu e Hermione estávamos na área central do acampamento. Ainda era cedo, cerca de cinco e meia da tarde, porém a decoração já estava toda pronta. Aliás, o Derek exigiu muito de nós na preparação dessa festa futurista. Não trabalhamos tanto quanto na festa da Kate, isso é verdade, mas mesmo assim não deixou de ser cansativo.
Como ainda só tinha algumas pessoas na festa, eu e Mione nos sentamos em uma pequena mesa quadrada de quatro lugares para esperar que a maioria dos outros monitores chegasse.
Depois de algum tempo jogando conversa fora com Hermione, Draco chegou e logo veio até a nossa mesa falar comigo.
- Oi – disse ele.
- Oi, Draco. – retribui.
- Eu poderia roubar a Gina um pouquinho de você, Hermione? – perguntou ele – É que eu gostaria de conversar com ela.
Mione não disse nada. Apenas fez uma careta bem exagerada e olhou para o céu.
Draco e eu nos afastamos dali sob os olhares furiosos de minha amiga. Mas eu nem ligava, Mione era sempre assim mesmo.
- Você está linda. – disse ele quando já estávamos em um canto mais afastado da festa.
Eu nem achava que era para tanto. Estava bem simples até, usava um simples vestido rosa. Nada muito extravagante, por isso estranhei o comentário de Draco.
- Obrigada. – agradeci de qualquer modo.
- Olhe o céu. Está tão lindo. – falou ele em tom sonhador enquanto admirava a paisagem.
Me virei para observar melhor e realmente o visual era deslumbrante. Eram seis horas e o sol já se punha lentamente por entre duas montanhas.
Eu estava encantada com aquele clima. Era tudo muito sublime, soberbo. Confesso até que me sentia mais a vontade com Draco. Parecia realmente que éramos amigos de longa data.
- É tudo muito lindo mesmo. – falei com a voz etérea.
De repente, sem mais nem menos, aquele clima de paz e tranqüilidade foi quebrado por alguém.
- Gina, você está demorando muito! – disse a voz de Hermione enquanto se aproximava de mim e de Draco.
Me virei para encarar minha amiga com um olhar de repreensão.
- Daqui a pouco eu volto para a mesa, Mione. Deixa eu ficar mais um pouquinho aqui. – falei.
- Não, não. Você volta agora comigo. – disse ela me pegando pelo braço e me arrastando de volta para a mesa.
- Mas... – Draco ainda tentou argumentar, porém foi em vão.

***

- Você parece minha mãe, Mione. – comentei revoltada assim que sentei na mesa.
- Pois eu estou te fazendo um favor. Acho muito perigosa essa sua amizade com o Malfoy. – disse ela em tom agressivo.
- O que é agora, Mione? Eu acho que você está é com ciúmes dele pois Draco também é meu amigo. – falei.
- Ciúmes? Gina, eu não estou sentindo ciúmes por um exato motivo: Malfoy não quer ser seu amigo. Ele quer algo a mais de você. – explicou ela.
- O que seria esse algo a mais? – perguntei dando uma ênfase especial ao “algo”.
- Você acha que eu não vi o clima entre vocês quando cheguei lá? Pareciam dois namorados...
- O que você está insinuando, Mione? – perguntei revoltada com tudo aquilo.
- Estou dizendo, é que se eu não houvesse aparecido lá, vocês dois teriam se beijado. – ela respondeu.
- Se beijado? – perguntei pasma – É lógico que não. Eu nunca trairia o Harry. Não mesmo.
- Pois você estava a um passo de fazer isso.
- Olha, eu não vou ficar discutindo uma bobagem como essa. Sou bem grandinha e posso me cuidar, Mione. Chega de se interferir entre mim e Draco.
- Está bem, Gina. Se você quer assim, eu não falarei se quer mais uma palavra sobre isso. Mas depois não diga que eu não lhe avisei.

***

O resto da festa, tentei não ficar sozinha com Draco. Apesar de relutar contra a idéia de que eu teria quase o beijado, lá no fundo eu sabia que o clima naquela hora era bem propício para isso.
Mas mesmo depois de me dar conta disso, não deixei de falar com ele. Só que evitava que nós dois estivéssemos muito afastado dos outros.
De resto, a festa foi muito legal. Acabei voltando mais cedo para a cabana, junto com Mione, pois evidentemente eu não queria rever a cena da semana passada.
Quando eu já estava em minha cama pensei: “Será que eu e Draco teríamos nos beijado mesmo?”.

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