Vingança



Um ano se passou desde o duelo entre Harry e Snape. Ângelus estava para se formar em Hogwarts e o grande sonho de sua vida era seguir a carreira do pai.
Ele e sua namorada Anne foram para o Beco Diagonal comprar roupas para formatura. Mas a curiosidade de Ângelus era saber qual era a novidade que sua namorada tinha para ele.


O casal saiu da loja da Madame Malkin duas horas depois e com os trajes comprados. Estava indo tomar sorvete quando algo estranho aconteceu. Uma mulher de meia idade apareceu em frente a eles e disse:


-Vejo o futuro e o passado. O que desejam saber?


Ângelus olhou para a namorada com um sorriso de quem iria aprontar. Não acreditava em nada disso mais para se divertir ele jogou uma moeda na mão da mulher e indagou:


-O meu passado eu já sei. O meu futuro é quase certo. Mas vamos ver o que me diz.


-Não tenha tanta certeza assim garoto. Tem em seu passado algo oculto. E seu futuro não é dos melhores.


-Por quê? Anne não será uma boa esposa? – ironizou Ângelus.


-Não o vejo casado com ela. Uma tragédia está para acontecer...


-Oras bolas. Você não passa de uma charlatã. Mas pode ficar com o dinheiro.


Anne estava assustada. Viu pelo traje da mulher que era uma cigana. Sua mãe sempre dizia que os ciganos eram ótimos em premonições.


-O que acontecerá senhora? – perguntou Anne.


-Não acreditou no que ela disse né An? – disse Ângelus revirando os olhos.


-Por que não? Os ciganos sabem muito sobre adivinhação.


A mulher lhe deu um sorriso, que deixou a mostra vários dentes de ouro.


-Você ressurgirá naquela em quem o Bem fez a sua escolhida.


-Como assim?


Como se estivesse entrando em transe a mulher disse:


-Aquele cujo mal faz morada será o causador da destruição de sua família. Somente aquele nascido do seu sangue poderá detê-lo. O amor tudo vence. Enfrentem o ódio com o ódio e suas vidas serão dissipadas.


-Cale a boca! – exclamou Ângelus que se arrepiara com as palavras da mulher – Vamos Anne. Chega dessa palhaçada.


Chegando em casa, Ângelus, deixando Anne com a mãe, foi tomar banho. Notando que a futura nora estava com o semblante carregado, Gina sentou-se a seu lado no sofá e perguntou:


-Aconteceu alguma coisa? Vocês brigaram?


-Não, sra Potter. É que encontramos uma mulher no Beco Diagonal. Ela nos disse coisas estranhas. Parecia estar em transe.


-O que ela disse que te fez ficar tão preocupada?


-Ela disse que irá acontecer uma tragédia. Que o nosso futuro não é dos melhores.


-E por que acreditou nas palavras dela?


-Ela era uma cigana. Mamãe sempre me disse que eles são poderosos. Mas o que me deixou preocupada foi no final. Os olhos dela pareciam fora de órbita. Sua voz de modificou e ela disse algo, como se fosse uma profecia.


Harry estava indo para sala quando viu que Gina e Anne estavam conversando no sofá. Mesmo sem querer ele ouviu a última frase dita pela namorada do filho. Por isso mesmo sem cumprimentá-la foi logo dizendo:


-O que foi que a mulher disse?


-Hã, oi Sr Potter.


-Oi. Desculpe. É que eu escutei sem querer parte da conversa.


-Tudo bem. Eu não me importo. Bem ela disse...deixe eu lembrar exatamente as palavras: “Aquele cujo mal faz morada será causador da destruição de sua família. Somente aquele nascido do seu sangue poderá detê-lo. O amor tudo vence. Enfrentem o ódio com o ódio e suas vidas serão dissipadas”.


Gina teve um calafrio ao ouvir as palavras da mulher. Harry sentou-se no sofá bruscamente.


-O que acham? Ângelus me disse que não possa de um monte de besteiras. Mas percebi que ele ficou mal depois.


-Eu sou suspeito para falar. Vivi minha adolescência perturbado por uma profecia relacionada a mim e Voldemort.


Ângelus apareceu na sala e os três preferiram mudar o rumo da conversa.


-Sra Potter. Precisa ver que lindo traje seu filho comprou. Será o garoto mais lindo da Escola.


-Claro. Irei acompanhar a garota mais bela do mundo.


-Ai ai, como o amor é lindo – suspirou Gina.


-E o que pretendem fazer após a formatura? – indagou Harry.


-Pretendemos lhes dar muitos netos – gracejou Ângelus. Anne corou com o comentário.


-Oras filho. Precisa arrumar um emprego primeiro.


-Mas é claro que sim mamãe. Irei seguir carreira do papai, que em minha opinião, é o melhor de todos os aurores.


Harry pigarreou. Seu sonho era ver Ângelus se formando como auror. Mesmo sabendo o risco da profissão sabia que o filho tinha capacidade para isso.


-Assim deixará seu pai muito convencido.


-Apenas disse a verdade. E não precisa ficar com ciúmes, minha ruivinha – disse Ângelus correndo para abraçá-la – Quero que um dos meus filhos seja lindo como você.


Gina retribuiu o abraço. Amava o filho mais que tudo na vida.

-Mas ainda sou nova para ser avó.


-Só por que daqui a pouco terá outro filho? – indagou Ângelus.


-Também. Se os dois tiverem a mesma idade não poderei dar tanta atenção para meu neto, por que se esse que estou esperando puxar você, estou perdida.


-Mãe! Não fale assim na frente de Anne. Ela pode não querer casar comigo! – Ângelus disse fingindo estar bravo.


-Nunca. Você é tudo para mim – disse Anne.


-Eu também te amo – Ângelus aproximou-se da namorada e lhe deu um selinho – E virando-se para a mãe – Afinal tem comida nessa casa?


-Meu filho. Você só pensa em comer!


-Você é culpada. Quem mandou cozinhar tão bem quanto a vovó.


Harry riu, lembrando quando passava as férias na Toca. Devorava os pratos servidos por Molly. Para ele, não tinha comida melhor...



***



Snape estava no escritório de sua Mansão. Estava planejando vingar-se do Potter e de Gina. Ao lembrar de como a ruiva defendera seu inimigo sua raiva aumentava consideravelmente. Vários objetos quebravam tamanha força da energia que emanava do Anjo das Sombras.


-Eu preciso pegar aquele fedelho – dizia o bruxo para si mesmo – Aí, eles irão sofrer.


O bruxo mandara seus capangas vigiarem os passos de Ângelus. Mesmo em Hogwarts, o garoto era vigiado por alunos cujos pais eram fiéis à Snape.
Pelos que ouvia dos vigias, o garoto era tão prepotente quanto o pai. A única diferença é que o garoto era excelente aluno em Poções e História da Magia e também porque fazia muito sucesso com as garotas.


Levantou-se e chamou seu velho elfo doméstico que chegou correndo para não aborrecer seu dono:


-Sim Mestre – disse Blond fazendo uma exagerada reverência.


-Chame Malfoy imediatamente.


-Sim senhor – dizendo isso o elfo foi atender ao pedido de Snape.


Meia hora depois, um homem, cujos cabelos eram de um loiro acinzentado e longo adentrou o escritório de Snape.


-O senhor mandou me chamar?


-Sim Draco. Preciso que me ajude.


-Faço o que estiver ao meu alcance Mestre.


-Preciso capturar Ângelus. Você como professor de Hogwarts pode me ajudar.


-Mestre, esse foi o último ano dele na Escola. Só o verei na Formatura.


-Acha que temos chance de pegá-lo no Baile?


-Infelizmente não. Terá muitos aurores na Festa. Inclusive o Potter. Mas acho que sei um jeito de atraí-lo para fora do Castelo.


-Diga logo então!


-Ele tem uma namorada. Podemos mandar um recado a ambos dizendo para se encontrarem perto da Cabana de Hagrid. Ângelus nem desconfiará de nada.


-Perfeito.


-Mas e a garota? O que faremos com ela?


-Se causar algum problema tem ordens para matá-la.


-Mas..eu não posso matar uma aluna!


-Draco seu medroso! Lúcio deve estar revirando no túmulo por ter um filho tão covarde como você! Atraia-os até a Floresta e eu me encarrego do resto.


-Irá sozinho?


-Por quê? Acha que não dou conta de dois adolescentes?


-Desculpe Mestre, não quis ofendê-lo.


-Agora saia daqui antes que te estupore seu verme inútil! – esbravejou Snape. Não gostava de gente fraca. Só aturava Draco em consideração ao amigo Lúcio que antes de morrer pediu para que protegesse o filho, já que Narcisa estava demente.


Após a saída do loiro, Snape começou a andar em volta da mesa. Pensara em algo mais sinistro do que capturar o filho do seu inimigo. Potter não sabe com quem está lidando. Sofrerá amargamente por ter cruzado o meu caminho – pensou em voz alta o Anjo das Sombras...



***



O grande dia da Formatura chegara. Hogwarts estava enfeitada com maestria. O Grande Salão foi totalmente transformado. Ao fundo, onde ficava a mesa dos professores, agora havia um enorme palco.
As quatro mesas da Casa deram espaço a várias cadeiras, onde sentariam os familiares dos formandos. As bandeiras das casas tremulavam no palco.
Faltavam apenas uma hora. Os formandos estavam arrumando-se para receber o Diploma. Ângelus estava no seu dormitório com mais três amigos quando apareceu uma coruja com uma carta presa à perna. O garoto pegou e leu:



Ângelus


Preciso falar com você o mais depressa possível. Não poderia falar de algo tão importante no Castelo. Por isso achei melhor encontrarmos perto da Cabana do Hagrid. Espero-te ansiosa.


Beijos de sua futura mulher
Anne


Mesmo achando estranho o recado de sua namorada ele pegou o blazer e estava se dirigindo a porta quando um dos amigos disse:


-Ei, não vai esperar a gente?


-Eu não estou indo para o Salão. Anne me pediu para encontrá-la antes.


-Hum, vão trocar uns beijinhos antes de se formarem? – zombou o outro amigo.


-Não. Irei beijar a sua namorada antes, seu babaca – Ângelus disse provocando o amigo – Não precisam me esperar. Eu irei direto.


Durante o caminho o garoto encontrou vários alunos ansiosos e barulhentos. Só quando chegou aos Jardins é que pode pensar sobre o que Anne queria falar de tão importante. Sabia que ela andava misteriosa. Mas sempre que insistia em saber o motivo, Anne dizia que na hora certa ele saberia. Mas ela tinha que escolher justo o dia da Formatura!



***



Anne a passos rápidos atravessara o Jardim e estava quase chegando a Cabana de Hagrid. Durante o trajeto estavam pensando o motivo de Ângelus querer se encontrar com ela naquele local. Sabia que o namorado passava horas conversando com o Hagrid e que a casa do meio gigante era um de seus locais favoritos. Será que iria pedir sua mão em casamento? Ao imaginar essa possibilidade, seu coração bateu mais rápido. Amava Ângelus e sabia que ele era o homem da sua vida. Quando parou em frente a Cabana, ouviu ruídos de passos na Entrada da Floresta.


-O que será que Ângelus está aprontando? – pensou a loira.


-Angel! Angel! É você? – chamou Anne em voz alta – Aparece logo! Senão iremos nos atrasar querido.


Anne ia adentrar a Floresta quando sentiu um braço ao redor do seu pescoço.


-Quieta, sua sangue ruim! – dizendo isso o misterioso homem a arrastou para trás da árvore.


Minutos depois, Ângelus chegou esbaforido. Faltava apenas meia hora para a Formatura:


-Onde será que Anne se meteu! Odeio quando ela faz isso! Anne! Anne! Você já chegou?


Estava olhando para todos os lados quando viu dois vultos aparecerem na Entrada da Floresta. Um vulto reconheceu ser de Anne.


-O que quer aqui? Quem está com você?


- Ângelus corre! É uma armadilha.


A luz da Lua pareceu brilhar naquele instante e Ângelus pode ver que Anne estava sendo segura por um homem todo vestido de preto.


-Quem é você? Solte-a seu cretino! Ou eu te mato!


- Você parece muito alguém que eu conheço – disse Snape com sua voz fria – Não me reconhece? Quer ser auror e não conhece o Bruxo mais procurado pelo Ministério?


Ângelus sentiu um incomodo arrepio na nuca. Estava em frente ao Anjo das Sombras. O único bruxo que quase derrotara seu pai.


-O que quer? – perguntou tentando conter o medo que sentia.


-Olhe como fala comigo, seu pirralho! – vociferou Snape – Não se esqueça de que estou com sua namorada!


-Solte-a! Ela não tem nada com isso!


-Será? Ela quer fazer parte da família Potter! Cujos membros eu matarei um por um.


- O que deseja? – Ângelus disse com a voz mais calma – Podemos conversar se soltar Anne.


-Você a ama?


-Mais do que tudo – respondeu sem pestanejar.


-Que pena. Ela teria um futuro bem melhor se não estivesse envolvida com você. Posso sentir o cheiro dos Potter na pele dela. Ângelus viu que Snape estava com a varinha apontada para sua namorada.


-Como deseja que eu a mate?


-Covarde! Não é nada sem varinha! Lute comigo como homem!


-Acha que preciso da varinha para matá-la? – Snape jogou a varinha e segurou com as duas mãos o pescoço de Anne.


- Por favor, não me mate – implorou Anne.

-Você quer a mim! Solte-a! – disse Ângelus trêmulo, que sabia das crueldades que de Snape era capaz – Eu irei com você.


-Quem dita as ordens aqui sou eu pirralho. E eu acho que você não merece ser feliz – dizendo isso Snape torceu o pescoço da garota violentamente.



- Nãaaaoooo!


Mas não houve tempo. O garoto que implorara pela vida da namorada viu-a sendo morta na sua frente. Snape olhava satisfeito a cara de dor estampada em Ângelus.


-É isso que eu queria. A partir de agora, toda vez que lembrar de mim, sentirá dor! Sentirá todo o ódio que tem dentro de você ebulir como um vulcão! A próxima vez que nos encontrarmos, espero não vê-lo como agora: um bebê chorão, que acabou de perder seu brinquedinho!


Ângelus correu em direção a Snape. Mas o mesmo aparartara no mesmo instante, não dando tempo para o garoto chegar pegá-lo. Então ele voltou para a namorada.


-Anne! Anne! Não me deixe! Por favor! – mas Ângelus no fundo sabia que era tarde demais. A loira tinha tido o pescoço quebrado – Volta! Eu não sei viver sem você! Eu te amo! - grossas lágrimas caiam do rosto do garoto.


Levantando-se com a namorada morta nos braços, Ângelus gritou:


-Maldito! Eu te acharei nem que for no inferno! Você pagará caro. ANNEEEEEEEEE!!!!! – Ângelus tombou novamente. A dor que sentia enfraqueceu-o fisicamente.


Uma chuva fina começou a cair do Céu que estava totalmente negro. As gotas de chuvas estavam-se misturando as lágrimas de Ângelus que agora agarrado ao corpo de Anne, sentia um ódio que só podia ser extinto com a morte do Anjos das Sombras.



Continua...

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