A busca



Capítulo nove – A busca

Gina após a saída do marido, levantou-se. Não poderia dormir imaginando se Harry encontraria Snape. Resolveu mesmo sendo tarde da noite usar o telefone e ligar para sua cunhada, Hermione. Ouviu uma voz sonolenta do outro lado da linha:

-Alô?

-Mione?

-Sim, quem deseja?

-Sou eu, Gina...

-Oi Gina, tudo bem?

-Mais ou menos. Estou preocupada.

-Por quê? Aconteceu alguma coisa?

-Harry saiu em busca de Snape.

-Ah sim. Rony também foi. Mas eles não iram sozinhos. Disse para Rony convocar mais aurores para a busca.

-Ele disse onde era o esconderijo?

-Mais ou menos. Parece-me que fica em Hogsmead. Eu acho impossível que Snape esteja tão perto. Pelo que James disse, era um local protegido por Magia....Gina, está me ouvindo?

Gina estava pensativa. Seu cérebro voltou para muito tempo atrás. Quando ela ainda nem era casada. Lembrou-se do local onde vira Snape pela última vez. Ficava em Hogsmead.

-Hã? Ah sim. Estou te ouvindo.

-Parece-me cansada. Por que não vai dormir. Harry sabe se virar.

-Claro. É que eu sou uma boba mesmo. Desculpe te acordar.

-Não me acordou. Eu estava indo dormir.

-Então boa noite. Se tiver notícias me liga.

-Sim, pode deixar. Uma boa noite para você também Gina.

Clic. Gina colocou o telefone no gancho. Como ela e a família do irmão viviam entre os trouxas, ela aprendeu usar vários aparelhos usados pelos mesmos. E uma das coisas que ela achava mais interessante era o telefone.

Olhou para o relógio. Passava da meia noite. Algo dentro dela, pedia para que tomasse coragem e fizesse o que estava pensando. Mas o seu lado racional lhe dizia que não podia sair e se arriscar.
Resolveu voltar para cama. Rolou sobre a mesma durante duas horas. A qualquer barulho estranho, ela saltava da cama pensando que era o marido. Estava muito ansiosa. Será que eles estavam duelando?
Olhou para a foto ao lado da cama. Nela se encontravam Ângelus e Harry abraçados fazendo várias poses para ela. Sentiu um aperto no coração. Não podia deixar Harry matar Snape. Não ele. Que outro auror fizesse o serviço. E assim, ela trocou de roupa e saiu em busca do causador de tantas dores alheias.

***

Era uma rua escura e sem saída. Voltar depois de tanto tempo aquela local, causava em Gina calafrios. Para chegar até ali precisou se esquivar de vários aurores presentes na Vila. Chegou a uma parede ao fundo da rua. Tocou-a. Era fria e úmida. Pegou a varinha e encostou-a na mesma. Sem mesmo dizer nenhum feitiço, uma porta surgiu do nada. Colocou a mão na maçaneta que rodou com facilidade. Ao entrar deparou-se novamente com o antigo salão de festas. Ouviu vozes ao fundo. Sorrateiramente no escuro foi andando e parou atrás de um pilar. Lá estava ele. Severo Snape. Sentado em uma poltrona preta e em frente um de seus capangas. Gina aguçou os ouvidos para entender a conversa:

-Mestre, vários homens do Ministério estão rondando aqui hoje. Penso que James deu com a língua nos dentes.

-Sempre achei ele um fraco – disse Snape – Mas você me disse o contrário, lembra-se Feeligan?

-Perdão. Mas ele parecia-me muito dedicado as Artes das Trevas. Cometi um erro.

-Devia castigá-lo por isso. Mas em vez disso você irá causar algum estrago longe daqui. Para desviar a atenção desses babacas.

-O que devo fazer Mestre?

-Faça qualquer coisa! Mate se for preciso! Agora saia daqui, inútil! – esbravejou Snape, que sentira uma ira descomunal por saber que Potter estava ali a sua procura.

Quando o servo saiu, Snape ficou andando em volta de uma grande mesa. De repente ele ouviu um barulho vindo da lateral. Olhou e sentiu que havia alguém ali. Seu sangue gelou. Será que descobriram o esconderijo:

-Quem está aí? Não se esconda como um rato! – disse Snape com mão na varinha.

Após alguns minutos de silêncio, Gina apareceu. Sabia que não podia simplesmente voltar e sair correndo como fizera na última vez.

-Sou eu Severo.

Snape olhou incrédulo para a ruiva que estava a sua frente. Sentiu um estranho calor no corpo.

-Gina?

-Sim.

Snape viu que cometera uma gafe. Não poderia ter a chamado pelo nome.

-O que faz aqui, Sra Potter – enfatizou bem a última palavra.

-Vejo que acompanhou minha vida...-disse Gina que observava aquele homem a sua frente. Viu que ele envelhecera alguns anos, mas ainda conservava uma beleza peculiar.

-Como não saber? Você casou com o Herói dos bruxos! Aquele metido a valente. Prepare-se para ficar viúva. Se ele cruzar meu caminho sua morte será certa.

-Severo, eu ainda acredito em você!

-O quer dizer?
-Acredito que um dia possa voltar para nosso lado. Eu conheci seu lado Bom. E sei que isso um dia voltara à tona.

-Tola! Eu nunca fui bom. Fingi ser bonzinho para obter informações para o Lorde das Trevas. Depois que adquiri poderes, vi que não precisava servir a ninguém. E agora que o Lorde foi destruído, eu sou o mais temido dos Bruxos!

-Mesmo Voldemort em seu último momento se arrependeu do que fizera.

-Ele foi um fraco. Sempre temeu a morte.

Gina aproximou-se de Snape. Muitos tremeriam somente em pensar em ficar de frente ao poderoso Anjo das Sombras.

-Não tem medo do que eu possa fazer à você?

-Não – disse Gina – Eu sei que você tem medo de mostrar seus sentimentos. De parecer fraco. Mas sei que um dia você me amou como eu te amei. E se precisar disso para se salvar eu estarei aqui – a ruiva aproximou-se e encostou a mão no rosto de Snape que tremeu com o contato. Sentia todos os dias as vibrações de ódio que as pessoas tinham por ele. Por isso aquele gesto de carinho deixou-o confuso. Segurou as mãos dela para tirá-la de seu rosto. Sentiu o calor da pele macia de Gina.

-Saia...

-Volte Severo. Eu sei que é homem digno.

-Não posso. É um caminho sem volta.

-Nada é definitivo. Somente o amor que podemos sentir.

-Não me fale de amor. A única coisa que senti na vida foi raiva.

-Nunca vencerá a Luz.

-Vamos ver – Snape despertou daquele torpor inicial. A porta fora aberta e ouviam-se vários passos. Gina sentiu sua mão tocar o nada. Snape havia desaparatado. No momento seguinte alguém a segurou fortemente:

-O que faz aqui Gina??

Continua...

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