O Grande Duelo



Rony chegou à casa de sua irmã Gina, meia hora após despedir-se de Harry. A ruiva estranhou a visita inesperada do irmão.


-Oi Rony. O que faz aqui essas horas? Onde está o Harry?


-Oi Gina. Harry não veio. Por isso estou aqui. Precisamos conversar.


-Entre logo então – disse Gina preocupada.


-Rony acomodou-se no sofá. Demorou alguns segundos admirando as fotos penduradas na parede.


-Diga Rony. O que está acontecendo?


-Nada. Harry foi designado para uma missão fora da Europa. Ele pediu para que você ficasse em casa comigo.


-Como assim? Ele nem pegou nada para a viagem. E por que eu preciso ir para sua casa?


-Questão de segurança. Sabe que Snape ameaçou Harry. Ele ficou preocupado em deixá-la sozinha.


-Que missão é essa?


-É ...é – pigarreou Rony – É confidencial. Não posso dizer...


-Ronald Weasley! Você não está mentindo para mim, está? – disse Gina olhando bem nos olhos do irmão. Rony abaixou a cabeça.


-N-não.


-Pois não parece. E não sairei daqui enquanto você não me disser a verdade.


-Eu já te disse. Ele precisou viajar.


-É algo sobre o desafio que Snape fez a ele?


-Hã? – Rony estava tentando ganhar tempo. Estava pensando em como foi burro. Podia ter pedido para sua mulher Hermione ter vindo em seu lugar. Inteligente como era Mione saberia inventar uma boa desculpa para a amiga.


-Rony! Diz logo a verdade! Onde está Harry?


-Eu não sei...


-Ele foi encontrar Snape?


Rony afirmou com a cabeça. Não adiantava levar a mentira adiante. Sabia que Gina não deixaria sair dali sem dizer a verdade.


-Onde?


-Ele não me disse.


-Quantos aurores foram com ele?


-Nenhum.


-Como nenhum? Vocês estão loucos? Harry não poderia ter ido sozinho! É suicídio!


-O bilhete que ele recebera dizia para que fosse sozinho. Senão pessoas iriam morrer.


-Rony seu burro! Como pode deixar Harry ir sozinho! E nem perguntou onde! E se algo acontecer? Como saberemos se tudo acabou bem?


-Ele me disse que estava tudo bem...


-Era óbvio que ele iria dizer isso. Você não conhece o Harry? Aquele cabeça dura! Merlim! Ajuda-me. Proteja meu marido.





***



Harry chegou ao local do encontro ofegante. Perdera muito tempo se escondendo dos centauros que estavam vigiando a entrada da Floresta.
Viu a uns dois metros dele, um vulto negro que foi se aproximando. Quando estava a meio metro pode ver o rosto macilento de seu antigo professor de Poções.


-Finalmente nos encontramos Potter. Pensei que ficaria com medo e mandasse sua esposa.


Harry ficou rubro de raiva.


-Não fale da minha mulher seu cretino. Eu não tenho medo de você, seu verme!


-Ela também não tem medo. Aliás, ela foi muito delicada comigo no último encontro. Se você não tivesse chegado, até diria que iríamos relembrar os bons momentos.


-Expelliarmus !


Snape fora atingido no peito. Mas o feitiço apenas o abalou momentaneamente. Logo após, ele ergueu a varinha e disse:


-Crucio – Mas Harry fora ágil e desviara do feitiço.


-Não corra Potter. Enfrente-me como um homem.


-Sectusempra!


-Hum, vejo que andou treinando um dos meus feitiços – disse Snape após de desviar do mesmo com uma agilidade de um felino.


-Para alguma coisa você tinha que prestar! – Harry disse.


Assim, minutos se passaram no duelo. Os dois grandes bruxos testavam suas habilidades em feitiços e contra feitiços. Na face de ambos, gotas de suor começavam a aparecer. Foi quando por um descuido, Harry ao ouvir alguém chamá-lo, foi acertado com um Crucio lançado por Snape .Harry caíra no chão. Era como se mil facas cortassem sua pele. Snape aproveitando-se da situação lançara vários feitiços de Magia Negra que iam abrindo profundas chagas no corpo do famoso auror.


Vendo que Harry estava começando a reagir, Snape levantou a varinha e iria lançar a pior das Maldições Imperdoáveis, mas foi surpreendido por alguém se lançando em frente à Harry:

-Snape, não! – gritou Gina encobrindo Harry com seu corpo.


-O que faz aqui? – indagou Snape.


-Vim salvar o homem que eu amo!


-Que patético! Mas não sou eu que estou em desvantagem sua tola! É o grande Potter que está quase sem vida.


-É dele que estou falando! Do pai do meu filho! Da pessoa mais digna que eu conheço!


Snape ouvia tudo com um certo ciúmes. Pensara que ela viera por sua causa. Será que amava Potter? Então por que o procurara naquele dia?


-Saia da frente ou também morrerá!


-Pode me matar! Minha vida não teria sentido sem o Harry! Não pensei que você fosse tão covarde. Atacou Harry quando ele estava distraído.


-Não sou covarde! Saia logo! E pouparei sua vida.


-É sim. Um grande covarde. Sabe que Harry é bem melhor que você. Sabe por quê? Por que Harry sente amor! – Gina disse com lágrimas nos olhos – Snape se acontecer algo ao Harry eu juro que mesma te matarei!


-Não me faça rir. Você não é capaz nem de me fazer cócegas.


-Não sabe do que uma pessoa é capaz de fazer pela pessoa amada. Você pode ser poderoso mais é como uma árvore seca. Sem vida.


-Oras, oras. Não foi o que disse a última vez que nos encontramos.


-Eu pensei que você tivesse salvação. Mas hoje eu vi que não. A sua natureza é má. Enganei-me pensando que um dia você tivesse me amado.


-Amor é para os fracos e tolos.


-Não Snape. É preciso coragem para amar. Não sabe o que é isso. Não sabe o que é preferir morrer a ver algo que se ama ir embora.


-Hum, está se referindo à nós?


-Talvez.


-O amor do Potter não foi suficiente para fazer você me esquecer? Será que nem amar esse idiota consegue.


-Cala a boca! Harry não merece uma mulher que se sujeitou a dormir com um homem tão desprezível como você.


-Tem razão. Harry podia arranjar outra mulher. E não ficar pegando minha sobra.


-Eu te odeio! – Gina gritou, o rosto banhado em lágrimas –


Snape riu sarcasticamente.


-Isso é o que todos dizem. Você não poderia ser diferente. Afinal não passa de uma bruxa sem graça que se casou com o grande Herói.


No mesmo instante surgiu ao redor dos três, um grande número de aurores, sob o comando de Rony. Snape olhou em volta e antes de desaparatar disse para Gina:


-Cuide bem dele, que na próxima vez não sobrará nem uma maldita cicatriz para contar estória.


Gina virou-se para Harry. O moreno estava voltando em si. Abriu os olhos e viu bem próximo o rosto da mulher:


-Morri? Estou vendo um anjo.


-Bobo. Precisamos levá-lo para o hospital. Por favor não se mexa meu amor.


-Onde está Snape?


-Foi embora.


-Eu me descuidei. Aii! – Harry dera um urro de dor. Estava com um imenso corte no braço.


-Disse para não se mexer! – Gina conjurou uma maca e pediu para dois aurores ajudá-la a aparatar com Harry próximo ao St. Mungus.


Harry ficara internado dois dias no hospital. Os medibruxos tiveram dificuldades em cicatrizar as feridas causadas pelos feitiços. No terceiro dia Gina com ajuda de Ângelus, levou Harry para casa. O auror deveria ficar uma semana em repouso.


-Gina, assim eu vou engordar! – o moreno dizia cada vez que a mulher lhe trazia uma iguaria de sua preferência.


-Precisa alimentar-se bem para melhorar rápido meu amor – disse a ruiva dando-lhe um selinho.


-Assim ficarei mal acostumado.


Gina riu. A noite enquanto o marido dormia tranqüilo, ela ficava observando-o. Agradecia por ter despertado a tempo. Agora o medo que tinha de perdê-lo era insuportável. Ele era a luz da sua vida. Algumas vezes lembrava-se do último encontro com Snape. As palavras que ele lhe dissera dilaceraram seu coração. Mas ainda assim, não conseguia sentir raiva e muito menos ódio por ele. Gina precisava esquecer o passado, mas Snape a marcara como Voldemort fizera com seus Comensais. A diferença que a marca que Gina tinha, não era no braço e sim no coração...





Continua...

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