Encontro Marcado



Snape observava o Diretor e o meio gigante Hagrid com uma intensa fúria, mas sabia que não poderia fazer nada. O mal que o acometera, enfraquecera-o muito, por isso resolveu sair daquele local. Procurou sua antiga casa, que poucos sabiam onde eram. Era uma casa localizada em uma pequena colina, num bairro distante de Londres. O tempo e a falta de cuidados deixaram à residência em péssimo estado. Quando entrou na casa, assustou-se por ser recepcionado pelo velho elfo da família, Blond. Perguntou o que fazia o elfo, já que sua família morrera há muitos anos e ele abandonara o lar em que vivera.


- Sou fiel à família Snape e esperava-o meu mestre – Blond disse fazendo uma exagerada reverência.


-E se estava aqui, por que a casa está tão suja? – interrogou-o Snape.


-Perdão senhor. Mas eu não recebi mais ordens para limpá-la.


-Então comece agora seu inútil – Snape dizendo isso se dirigiu ao antigo escritório localizado no primeiro andar da casa. O local destoava dos demais cômodos, já que estava bem conservado. Sentou-se atrás da mesa de mogno que pertencera a seu falecido pai. Olhou alguns papéis sobre a mesa. Eram relatórios feitos para uma empresa trouxa em que o pai trabalhava e que datavam de muitos anos passados.


O mal estar já passara. A raiva diminuíra razoavelmente. A única coisa que o incomodava era a ardência em sua Marca Negra. Sabia que Voldemort estava chamando-o, mas não queria naquele momento estar diante do Lorde das Trevas. Queria pensar sobre tudo que ocorrera. A noite em que passara com Gina, o que ocorrera depois. Agora não tinha dúvida de que o feitiço de Yahkala funcionara. Sentia algo ruim correndo por suas veias. Olhou para seus longos braços e viu pequenas manchas escuras. Sentia um desejo intenso de estuporar alguém. Sentia sede de sangue.


Resolveu que iria procurar Yahkala para que o mago negro respondesse se havia algum feitiço que pudesse reverter essa maldição que fora tirada de Gina. Mas isso faria amanhã, aquela noite resolver descansar, pois estava exausto.



***


Gina acordara na manhã seguinte. Não ouvira os gritos de Snape e que vários alunos haviam escutado. Voltou sorrateiramente para a Sala Comunal de Grifinória. No caminho ela esbarrou em Harry, que a procurava desesperado:


-Onde você estava? Ele fez alguma coisa com você?


-Quem Harry? Está me deixando nervosa!- disse Gina tentando se desvencilhar dos braços do amigo.


-Snape! Ele foi visto aos gritos nos Jardins de madrugada. Pelo que me contaram, uma nuvem negra se formou e ele simplesmente desapareceu.


Gina levou a mão ao peito. Nem se importara com a ausência de Snape ao seu lado de manhã. Pensara que ele levantara e fora para o Salão Principal para não levantar suspeita.


-Preciso falar com Dumbledore – disse Gina – você sabe como faço para ir até a sala dele.


-Sim , eu sei a senha. É Delícia Gasosa. Eu irei com você – disse Harry.


-Não. Eu quero ir sozinha. Obrigada Harry. Avise ao meu irmão que estou bem.


Gina foi andando para não dar tempo de o amigo argumentar que iria junto. Chegando a frente à Gárgula, disse a senha. A estátua deu passagem a uma escada circular. A ruiva subiu e bateu na porta. Ouviu várias vozes exaltadas dentro da sala. Alguém disse para entrar. Quando abriu a porta, Gina, viu Dumbledore sentando a mesa com Minerva, Hagrid e Sprout.


-Desculpe, eu não quero incomodar – disse Gina meio sem graça.


-Tudo bem, Srta Weasley. A nossa reunião já estava terminando – respondeu o diretor- Por favor, o que deseja?


-É um assunto particular.


-Bem, temos que ir dar aulas- disse Minerva – Mais tarde eu volto Professor - e os três professores saíram olhando com curiosidade para a aluna.


Quando a porta fechou, Gina aproximou-se da mesa em que estava o Diretor e disse:


-É sobre Snape que quero falar. O que aconteceu? Eu tinha notado que ele andava meio estranho.


-Você quer dizer Professor Snape sim? – corrigiu Dumbledore – Bem, está na hora de você saber o que realmente aconteceu enquanto você estava prisioneira de Voldemort.


Depois que soube do Snape fizera para salvá-la, Gina estava boquiaberta:


-Por Merlim! Ele enlouqueceu! Não podia ter feito isso! Diga, professor, tem como reverter isso?


-Estou estudando o caso ainda srta Weasley. Mas é quase impossível. É um feitiço muito poderoso para ser revertido.


-Por favor, peço que me ajude a salvá-lo! Eu o amo!


Dumbledore sorriu com a confissão da aluna. Sabia que o amor transpassava quaisquer barreiras e entre esse inusitado casal, a diferença de idade de ambos não fora empecilho para que gostassem um do outro.



***



Snape retorna à casa de Yahkala, que estava com a porta de entrada aberta. Chamou-o. Como ninguém veio atendê-lo, ele entrou. A casa parecia ter sido roubada. Vários objetos quebrados no chão. O professor fora até o quarto do velho mago. Estendido na cama estava Yahkala. Parecia estar morto havia dias pelo estado em que se encontrava o corpo. Severo se aproximou para ver o que o havia matado. No peito do mago uma adaga prateada estava cravada em seu peito.


O cheiro daquele corpo estava nauseando. Mas não conseguia parar de olhar para o cadáver. Passados minutos naquele torpor, ele escuta passos vindo em sua direção. Uma voz feminina chamava por Yahkala. Estava cada vez mais perto. A porta do quarto de abriu. Snape deparou-se com uma bela senhora. Pelas roupas notou que era uma bruxa. Ela vendo o corpo do mago na cama, gritou:


-Assassino! Alguém me ajude!


Uma fúria imensa tomou conta do professor de Poções. E sem pensar, pegou a varinha que estava em seu bolso e gritou:


-Crucio!


A mulher caiu no chão e começou a se contorcer. Parecia estar sendo alfinetada por milhares de agulhas. Os gritos de dor da mulher despertou algo muito estranho em Snape: a cada grito ele sentia mais prazer. Eram como música para seus ouvidos. Ele ficou uns minutos lançando a maldição imperdoável. Quando viu que a mulher não resistiria por muito tempo, pegou novamente a varinha e gritou:


-Você é muito fraca....! AVADA KEDAVRA!


Um raio verde saiu de sua varinha e atingiu a pobre mulher no peito. E no minuto seguinte mais um cadáver se encontrava no lugar.


Snape saíra de lá satisfeito. Faz tempo que não sentia o prazer de matar. Desde o tempo em que era Comensal. Parecia que com aquela morte sua mente se abrira. Um plano de vingança surgiu em sua mente. Puniria aquela que o transformou nesse monstro insensível.

Por isso resolveu voltar para casa. Lá mandaria uma carta para Gina, pedindo que encontrasse. Como professor, ele sabia que haveria um passeio para Hogsmead daqui uma semana.


Dois dias depois ele recebeu a carta de Gina, em que traduzira como um monte de baboseiras, por que ela dizia na carta que o amava e que faria tudo por ele.

Sorriu. Tudo estava saindo como Snape desejara...




Continua

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