Um Jogo Violento



Capítulo IX: Um jogo violento.


Eles estavam em um jardim iluminado pela luz radiante do sol de verão. As belas rosas que floresceram na primavera exalavam um perfume suave, mas excêntrico. Árvores grandiosas se estendiam imponentes sobre o gramado baixo e verde que cobria o jardim, em seus caules estavam penduradas belas orquídeas de muitas cores. O dia estava perfeito, muito bonito. O calor oscilante podia ser visto quando o vento soprava. Mesmo assim, não parecia quente demais.

Olhou para si, para seu corpo, cheio de formas curvilíneas e bem marcadas; usava um vestido com estampa floral, vermelho e amarelo, seus pés descalços tocavam a grama fresca, enquanto ela acariciava as flores, sentada no pé de uma das árvores, usufruindo da sombra que esta lhe proporcionava.

Sabia que estava sendo observada ao longe. Olhos sedutores miravam seus cabelos esvoaçantes. Ela resolveu não olhar, talvez não fosse gostar da visão que teria, preferia ser tocada com os olhos.

Ele, no entanto, não partilhava da mesma idéia, seu desejo era maior que sua força de vontade, sabia que era errado, mas não podia mais suportar a pressão constante em seu coração, como se uma bomba estivesse prestes a explodir. Então não resistiu aos impulsos e caminhou lentamente até a bela dama, que fingia não vê-lo. Já havia olhado mil vezes para aquele corpo, para aquele rosto, para a boca, e mesmo assim, não cansava de olhar. Cada vez que olhava, descobria mais um segredo, o sorriso meigo, o jeito de contorcer a boca quando estava brava, ou o modo como piscava os olhos e sorria tão abertamente que chegava a criar ruguinhas no canto dos olhos, ela era um mistério, e ele queria descobrir cada segredo que guardava atrás do rosto angelical.

_Você não deveria estar aqui. –ela disse, assim que ele recostou suas costas na árvore em que estava sentada.

_Posso estar aonde eu quiser. –ele respondeu, sedutor.

_Por que você está me perseguindo?

_Não estou.

_Como não? –ela parecia indignada. –Você vêm me seguindo à 3 dias, isso não é perseguição?

_É culpa sua. –ele disse, simplesmente.

_Minha? E agora quer jogar a culpa em cima de mim?

_A culpa, definitivamente, é sua.

_O que eu fiz, afinal?

_Você me enfeitiçou com sua beleza, com seu cheiro de jasmim, seu rosto misterioso, seu olhar angelical. Você é que está me perseguindo.

_Não posso fazer nada se você é fraco e cai nos encantos de qualquer uma, como você mesmo me chama.

_Eu sempre fui um idiota.

_Concordo.

_Mas será que idiotas não merecem uma segunda chance?

_Depende do idiota.

_Eu…?

_Talvez. –ela sorriu, marota.

Se ele passasse mais um dia sem beija-la, ficaria tão louco a ponto de se jogar de qualquer lugar alto o suficiente.

_Se eu pudesse apenas te tocar. –ele disse, o desejo fluindo de sua boca, fugitivo. Não era para ter falado alto.

_Você está louco? –ela perguntou, mesmo sabendo que aquele desejo era seu também, mas como poderia ficar com uma pessoa daquela? Nem o conhecia, era muito errado se envolver com um completo estranho.

Ele a puxou pelo braço, fazendo-a ficar em pé, de frente para ele.

_Estou louco por você. –ele disse, no pé de seu ouvido, antes de começar a beijar seu pescoço. Sua mão percorria seu corpo escultural, com uma sede incontrolável, queria tocá-la, sentir seu sua pele quente.

Sua boca percorreu seu pescoço, a fez arrepiar quando beijou seu ombro, ele queria atiçá-la, e estava tendo grande êxito nisso. Faminto por mais contato, ele beijou seu queixo, suas bochechas, todo seu rosto e afundou sua boca na boca dela. O beijo era cálido, cheio de desejo e paixão, era impossível não se entregar. Ele acariciou a boca dela com sua língua, e suas mãos traziam seu corpo para mais perto, não havia espaço entre os dois, apenas os dois juntos, experimentando a sensação do proibido.
Eles continuaram se beijando, se cariciando, num ritmo frenético, era um mundo de sensações, era ali que queriam estar, apenas os dois… juntos.

Quando suas bocas se separaram, ele afastou-se um pouco apenas para tirar sua máscara, a máscara de Merlin. Então seu rosto foi revelado, ela não podia acreditar…

Gina acordou suada, com seu coração disparado. Não conseguia nem respirar direito, era como se estivesse ali o tempo todo, participando ativamente daquele sonho, podia sentir ainda o perfume das flores, e o perfume dele, que ela não conseguia identificar, só sabia que era um cheiro forte e campestre. Aquele baile havia mexido com ela, aliás, aquele Merlin havia mexido com ela. Custara para conseguir dormir depois que despediu-se do garoto à poucas horas. Agora, havia sonhado com ele, não poderia ter ficado tão envolvida, era algo quase impossível de se acontecer, ela nem ao menos sabia quem ele era, nem mesmo no sonho, quando tirou a máscara, ela pôde ver seu rosto. Só podia estar ficando louca, definitivamente.

Ela resolveu levantar e tomar um banho, já que ainda se encontrava com parte de sua fantasia; quando chegou do baile, apenas tirou os sapatos, a máscara, a capa e se jogou na cama, querendo apenas gravar na memória cada segundo daquela festa, com certeza, a melhor de toda sua vida.

Não era muito cedo, afinal, ela havia dormido bastante, mas seu sono fora conturbado, por isso sentiu que não dormiu praticamente nada, mas já era uma da tarde. Ela ergue-se da cama e levou um susto ao constatar que haviam muitos presentes na beirada de sua cama. Tinha se esquecido completamente que era Natal. Sua mente ficava cada vez mais bagunçada.

Não perdeu tempo e pegou os pacotes, um por um os abriu e viu o que cada continha, doces, livros, colares, o casaco Weasley, tinha vários tipos de presentes, e ela gostou de todos.

Após apreciar cada um deles, ela levantou-se definitivamente, com as mãos, ergueu seu vestido e caminhou sem fazer barulho até o banheiro. Lá, deixou-se molhar pela água quente e pôde, enfim, relaxar um pouco. Era impossível não pensar nos acontecimentos da noite, em flash tudo passava aos seus olhos como em um filme de trouxas, um daqueles contos de fadas, onde a princesa acha seu príncipe e se apaixona na mesma hora.

Gina fechou os olhos e tentou não pensar em nada. Progrediu um pouco e aproveitou melhor o banho. Depois de longos minutos, ela saiu do banheiro, já recuperada. Não exibia as olheiras fundas, nem o resto da maquiagem forte. Agasalhou-se bem, e deixou o aposento. Todas as outras meninas dormiam.




Ele virava-se incomodamente na cama, o lençol o estava machucando, as cobertas pareciam estar no lugar errado, e tudo parecia fora do lugar. Principalmente seu coração. Ele batia forte, na garganta, e uma pessoa não deixava sua cabeça, nunca deixaria. Como tinha se deixado levar dessa forma? Como ele mesmo sempre dizia, “A única coisa que quero da vida é ficar sozinho e usufruir muito dinheiro dentro de uma mansão isolada do mundo. Não quero nunca gostar de ninguém, aliás, eu não fui feito para amar”. Mas agora, isso não fazia sentido, porque deixou-se ceder aos impulsos de seu coração, o coração recém-descoberto.

Draco abriu os olhos, não adiantava continuar tentando dormir, os pensamentos passavam rápido demais em sua cabeça para que conseguisse se desligar do mundo. Conseguiu dormir apenas porque estava cansado demais e seu corpo foi mais rápido que seus sentimentos. Ele adormecera assim que, depois de mais de uma hora sentado perto da fonte, sozinho, ele voltou para seu dormitório e deitou em sua cama. Mas agora não conseguiria mais dormir.

Então fez o mais óbvio, levantou-se e tomou um banho, ignorando completamente os poucos presentes bem embrulhados postos no tapete cinza-chumbo.

Depois de relaxar no banho, é que ele preocupou-se em abrir os presentes. Nada de importante, nada de significativo, como sempre. Um carta de sua mãe, que tão pouco foi lida. Tudo esparramado em sua cama, e pouco depois esquecido. Queria apenas ficar quieto e pensar. As coisas estavam fugindo de seu controle…




Gina e Mel desceram para o Salão Principal, estava na hora do almoço de Natal, que, com toda certeza do mundo, estaria uma delícia.

_Achou o Zack ontem? –Mel perguntou, e logo depois bocejou.

_Não sei. Acho que não.

_Por que você acha que não?

_Sabe o Merlim? –Mel afirmou com a cabeça. –Então, o Zack me disse que ia fantasiado de Merlim, mas acho que não era ele.

_Gina, vai me dizer que você não viu que havia, no mínimo, uma centena de alunos fantasiados de Merlim. –Mel disse, percebendo que a amiga estava meio desinformada dos acontecimentos da noite.

_Sério? Eu só vi aquele…

_Você só quis ver aquele.

_Mas…

_Não precisa me esconder, te conheço o suficiente para saber que você não está nesse mundo.

_Pode ser…

_Me conta, aconteceu alguma coisa? –Mel arregalou os olhos, curiosa.

_Aconteceram milhares de coisas. Mas a melhor foi ter conhecido o Merlim.

_Você sabe, pelo menos, quem é ele?

_Não…

_Não acredito. –Mel viu Gina morder os lábios. Sempre que ela estava nervosa fazia aquilo. –Estou enganada ou rolou algo mais do que uma simples conversa?

_Eu não sei. Ai Mel, eu estou sentindo uma coisa dentro de mim tão estranha, como se eu fosse explodir a qualquer momento, eu só consigo pensar nele, em como ele foi gentil, e de como ele parecia vulnerável, sedento de carinho. Ele parecia querer alguém para estar com ele, ajuda-lo a suportar o peso das responsabilidades. E eu pensei, por alguns instantes, que era isso que eu queria fazer, estar junto dele o tempo todo, dar um abraço apertado nele quando ele se sentisse sozinho… -Gina fechou os olhos e levou as mãos à cabeça. –Eu vou ficar louca.

_Gina… -Mel segurou as mãos de Gina e abaixou-as. –Você acredita em amor à primeira vista?

_Não.

_Então acho melhor você começar a acreditar...

_Por qu… peraí… Você está sugerindo que eu amo aquele garoto?

_Você é que tem que me dizer isso. Mas, sinceramente, eu nunca te vi assim.

_Eu nunca senti isso.

_No que você pensa quando ele vem à sua mente?

_Em tudo.

_Tudo?

_Tudo.

_E o que você sente?

_Fica difícil de respirar, eu sinto o perfume dele, e posso até ouvir sua voz, ainda que eu não a conheça.

_É. Você está, no mínimo, apaixonada.

_Merlim, o que eu vou fazer? Eu nem sei quem ele é.

_Bom, pra começar nós podemos ir comer, não?

_Ai, Mel, vamos comer… -Gina bufou, quando tudo parecia que ia ficar melhor, acontecia algo para piorar.


Quando Gina chegou à mesa, dirigiu-se ao lugar onde seus amigos encontravam-se.

_Feliz Natal. –ela cumprimentou, não deixaria seus problemas interferirem no melhor feriado que existia.

_Feliz Natal. –responderam em uníssono. Mesmo com cara de sono, ninguém parecia desanimado. Tudo parecia tão tranqüilo e gostoso. Aquele clima frio, o almoço que seria servido em poucos minutos…

_Gina, você foi dormir cedo… -Harry comentou.

_Não fui, estava no jardim. –Harry viu Mel e Harry trocarem um olhar suspeito, havia acontecido algo entre os dois, ela tinha certeza.

_Mas você não deveria dizer isso para mim, e sim para o Rony e para a Mione, já que não os vi a noite inteira.

Outro olhar cúmplice. –Nós estávamos no jardim também…

_Sei… -Gina respondeu dando uma risadinha.

A conversa prosseguiu por mais algum tempo, mas logo foi interrompida por Dumbledore, que fez um belo discurso de Natal e disse o Baile de Máscaras foi inesquecível, e que ele tinha certeza de que os seus objetivos haviam sido alcançados, já que ele viu muitos alunos juntos. Alvo também disse que tinha certeza que todos descobririam quem era aquele menino ou menina bonita com quem tinham conversado e não sabiam quem era. Assim, poderiam manter um contato mais íntimo com as pessoas e serem amigos por muitos e muitos anos. Além disso, desejou à todos um ótimo Natal e que Frienshire fizesse uma magnífica viagem de volta para sua escola, e que aquele Baile e os dias que passaram em Hogwarts ficasse em suas cabeças para sempre.

Depois das palavras do diretor, uma belíssima refeição apareceu na frente de cada um, e ninguém perdeu tempo. Conversara e comeram, ficando naquele recinto por mais de horas.




Draco se arrumou e de muita má vontade foi para o tão esperado almoço de Natal. Ele não gostava de tais comemorações, mas sua barriga doía e pedia por um pouco de comida, afinal, aquela seria a primeira refeição do dia.

Ele sentou-se em sua habitual cadeira na mesa do Sonserina, e ficou apenas prestando atenção, involuntariamente, em cada menina que estava sentada naquelas mesas. Ele, no começo, não sabia o que procurava, mas depois de um tempo, deu-se conta que o que queria ver era a princesa entrando e seguindo em sua direção. Mas o Baile já tinha acabado e ele não veria mais aquela Princesa.

Pensou apenas que a prenderia no alto de uma torre, e colocaria barreiras o suficiente para que ninguém, nem ele mesmo, conseguisse resgatá-la de lá. No caso, a fortaleza seria sua mente, ele não queria mais pensar nela, pois havia traído todos os seus ideais, a sua criação, seu nome. Era melhor esquecê-la enquanto ainda havia tempo para fazê-lo.

Mesmo com esses pensamentos, ele continuou olhando para as mesas, com uma esperança mínima de que a encontraria em algum lugar. Ele parou ao olhar a caçula dos Weasley. Os mesmo cabelos ruivos, o mesmo nariz pequeno e reto. O mesmo jeito de sorrir abertamente, as ruguinhas no canto dos olhos.

“Pare de divagar Draco, você está tão obcecado em achar aquela garota, que acha que todas se parecem com ela. Mas vamos lá, você não pode deixar-se levar. Pense apenas que foi uma brincadeira de uma noite, não de deixe levar… não se deixe levar… você não tem sentimentos…”.

Draco apenas voltou sua atenção para o prato vazio à sua frente e esperou até que ele se enchesse de comida. Assim que saciasse sua fome, deitaria em sua cama e não faria nada além de dormir.



A tarde e a noite do dia 25 de dezembro passou rápida. E quando menos esperavam já estava na hora da escola de Frienshire ir embora. Eles haviam feito grande amizade. Brincaram de guerra de bolinha de neve durante a manhã inteira, e assim fortaleceu-se um laço de amizade entre países diferentes, entre pessoas diferentes. Justamente o que Dumbledore queria.

Gina descia acompanhada de Mel, despediriam-se dos novos amigos e os veriam partir naquele transporte ainda não identificado. Ela aproveitou para perguntar algo que ainda não tivera oportunidade.

_Você não me contou ainda como foi a noite com Harry… -Gina falou, como quem não quer nada, mas cheia de segundas intenções.

_Foi normal.

_Você não me engana. E aqueles olhares entre vocês dois?

_Que olhares? –Mel olhava para o chão, e suas bochechas começaram a ganhar um tom avermelhado.

_Os que vocês trocam á todo momento quando estão juntos.

_Eu não consigo te enganar, não é?

_Não.

_Eu e o Harry… bem…

_Fala Mel, senão morro de curiosidade.

_É que… ai… Gin… nós meio que “ficamos”.

_Sei. Rolou um clima aí vocês ficaram…

_É…

_Mas vocês continuam ficando?

_Não… quer dizer… nós ficamos nos olhando, mas é só.

_Por enquanto. Tenho certeza q…

_Gina, será que posso falar com você? –uma voz familiar soou atrás da garota, assustando-a.

Gina virou e deparou-se com Neville, meio sem graça, que não a encarava, olhava para o chão.

_Claro.

_Eu estou descendo, te encontro lá embaixo.

_O que foi, Nev?

_Gina, eu queria muito te pedir desculpas por ontem. Eu bebi um pouco demais e fiquei meio fora de controle.

_Não precisa se desculpar.

_Preciso sim. Eu tenho certeza de que acabei com sua noite. Ou você vai me dizer que continuou lá depois do que aconteceu?

_Não fiquei, Neville, mas…

_Não Gina, eu é que tenho que me explicar, o que fiz foi super errado, eu sei. Não devia ter feito aquilo.

_Nev, você sempre foi meu amigo, não vai ser agora que vou ficar brava com você. Essas coisas acontecem.

_Não adianta. Você não vai conseguir deixar as coisas melhores. Isso NÃO acontece. O que eu fiz foi horrível e eu não vou conseguir dormir enquanto você não me perdoar e disser que vai esquecer tudo o que houve.

_Neville…

_Por favor.

_Eu não sei o que dizer.

_Diga que me perdoa.

_Claro que te perdôo.

_Obrigado Gina, juro que nada parecido vai acontecer novamente.

_Okay. Mas me conta, o que te deu para me agarrar daquele jeito?

_Você estava muito linda.

_Eu sou linda.

_Deixa de ser metida Gina…



A semana passou rápida. Gina treinou quatro dias seguidos. Dois dias com Harry e dois com Zack. Aliás, estava indo para o último dia de treino com o garoto. Ele havia progredido muito nos treinos e à cada dia Gina tinha mais certeza de que conseguiriam a Taça de Quadribol.

O treino foi muito proveitoso. Gina ensinou uma manobra muito difícil para o garoto, que não teve nenhuma dificuldade e em apenas pouco tempo já a dominava. Além disso, haviam conversado muito sobre estratégias que os dois usariam quando fossem parceiros de posição no time, já que Harry disse que McGonagall havia prometido conseguir a liberação antes do primeiro jogo.

Era tarde quando os dois resolveram que não dava mais para treinar e que era melhor voltarem, já estava escurecendo e eles queriam aproveitar os últimos dias de férias sem fazer absolutamente nada.

_Gina, muito muito muito obrigado por tudo. –Zack dizia enquanto andavam lado a lado, dirigindo-se para o Salão Comunal de Grifinória.

_Não há de quê.

_Desculpa qualquer coisa.

_Imagine, foi ótimo para mim, já que eu pude treinar um pouco na minha posição também. Foi ótimo treinar com você.

_Sério? –ele perguntou, constrangido.

_Claro.

_Sabe Gina, eu gosto muito de você…

_Também gosto muito de você, apesar de só te conhecer melhor agora.

_Não, Gina. Você não entendeu…

_O que não entendi?

_Estou dizendo que gosto de você como… bem… como um homem gosta de uma mulher, entende? –ele explicou, ficando vermelho.

_Ah… -Gina não sabia o que falar. Ela olhou momentaneamente para o chão. Inspirou várias vezes, buscando alguma coisa para falar. Suspirou aliviada quando ouviu seu nome ser chamado ao longe.

_Gina... –era Harry, que vinha correndo em sua direção, com um sorriso maior do que o rosto. –Gina… a McGonagall conseguiu, ela conseguiu...

Gina abriu a boca várias vezes, não sabia o que fazia, se falava com Zack ou com Harry. Decidiu que era melhor falar com o menino-que-sobreviveu.

_Harry... Não acredito. Nossa, você voltou para o time? –Gina ganhou sua resposta quando foi abraçada pelo garoto. Ele a apertava, num estado de muita felicidade. _Nossa... eu nem acredito... você já avisou para o resto do time?

_Não... vim te contar primeiro. –Harry respondeu, meio ofegante.

_Ahhh... que lindo. Então, não vamos perder tempo.

_Nunca. –Harry puxou Gina pela mão e andou até onde Zack estava parado. Eles conversaram e depois subiram para o castelo, para contar a novidade aos outros. Durante todo o percurso, Gina não ousou olhar para o batedor, isso deveria ser resolvido depois.



As aulas voltaram e ainda mais puxadas do que antes. Rápido como um foguete, os dias se passaram. O inverno continuava rigoroso, e por mais que se agasalhassem treinar quadribol estava sendo realmente uma prova de coragem.

Mas como nem tudo acontece como desejamos, o dia do primeiro jogo, Grifinória versus Sonserina, havia chegado.

Os alunos, de ambos os times, estavam sentados na mesa de suas casas. Era impossível não ficar na expectativa, já que não era sempre que acontecia um jogo entre grifinória e sonserina logo de primeira.

Draco estava tranqüilo, já que tinha um plano muito bom em mente. Claro que, ele certificou-se que não seria exposto de maneira alguma, e mesmo que algo desse errado, nunca seria culpado.

Já Gina, do outro lado do Salão, estava com os nervos à flor da pele. Havia treinado apenas poucos dias como batedora, posição na qual jogaria naquele clássico. Tinha medo que algo desse errado e que perdessem o jogo. Isso realmente seria um péssimo presságio, não queria perder logo o primeiro jogo.

A fome estava extinta. Por mais que todos falassem que era para eles comerem alguma coisa, não adiantava nada. As malditas borboletas no estômago e o mal-estar não os permitiam esse luxo desnecessário.

Gina caminhou lentamente até o vestiário. Ela e os outros jogadores do time estavam morrendo de medo, a formação era nova, e agora eles veriam se todo o treino pesado havia valido à pena. Esperavam que sim.

Eles decidiram que Rony seria apresentado como capitão, naquele jogo, e Harry só o seria na próxima partida. Sem muita experiência, Rony foi breve e simples, dizendo apenas algumas palavras de motivação:

_Todos nós temos capacidade, se eu consegui superar os meus medos, então vocês também irão conseguir. Boa sorte.

Todos se cumprimentaram e se prepararam para sair assim que chamassem seus nomes. Da escada do vestiário, puderam ouvir uma voz diferente começar a narrar:

_Bem Vindos à mais um clássico de quadribol. Hoje teremos Grifinória X Sonserina. Com vocês, o time de sonserina. Capitão…

Gina engoliu em seco. Logo seriam chamados e aí sim teriam que mostrar para todo mundo que eles eram muito bons. Mesmo com o pensamento positivo, Gina não deixou de sentir aquele costumeiro medo. Mais um pouco e ouviu os gritos enlouquecidos de três quartos de Hogwarts.

_E no time de Grifinória; Ronald Weasley, goleiro e capitão. Os Batedores são: Gina Weasley e Zacharias Tomohei. Os artilheiros: Joss Saiver e Roger Chiccino. E como apanhador, finalmente, Harry Potter.

Mais gritos podiam ser ouvidos. O barulho era ensurdecedor. E pela primeira vez naquele dia, os jogadores se sentiram à vontade...

Eles caminharam rapidamente até o meio do campo, vassouras em mãos, e uma vontade louca de se enfrentarem, provar quem era melhor.

_Capitães, apertem as mãos.

Rony e o Capitão de Sonserina apertaram fortemente suas mãos. Uma raiva se expandindo cada vez mais através dos olhos de cada jogador.

_Montem nas vassouras. Quando eu apitar, subam.

Assim que ouviram o apito estridente, todos deram impulsos em suas vassouras e subiram alto. Cada um tomou sua posição, Harry mais acima, tentando achar o mais rápido possível o pomo de ouro. Ele sentira muita falta daquilo, da sensação de voar e parecer que só havia ele no mundo, nada além. Mas no momento precisava se concentrar. Malfoy olhava para ele com um brilho sádico nos olhos, alguma coisa estava errada...

Quem narrava o jogo, era um garoto de uns 15 anos, alto, rosto fino e olhos miúdos, feições bonitas e uma voz imponente. Ele parecia ser bem animado, e fazia comentários divertidos, sem ser tão bobo quando o último narrador.

_Uhhhh... Saiver rouba a bola de Raft, que parece ter ficado realmente muito bravo com isso; ele está voando enfurecido atrás dela, mas esperem! Gina Weasley bate um balaço na direção do garoto, que tem que se desviar muito rápido. Com isso ele perdeu velocidade. Tomohei e Weasley combinam jogadas e conseguem desacelerar quase todos os jogadores de sonserina. Esperem, Chiccino está perto do gol, passa a gole para Saiver, que dribla Funklin, devolve para Chiccino, que mira rapidamente e… é gooooool... 10 à 0 para Grifinória.

Uma nova onda de gritos tomou o campo de quadribol. Cada vez ficava mais evidente que o time que escolheram para a Grifinória era realmente espetacular. Eles tinham um entrosamento perfeito e passavam a bola com velocidade, deixando para trás o despreparado time da Sonserina.

_Uiii, essa deve ter doído. –o narrador, chamado Thomas Bonate, referia-se à um balaço lançado por Gina, que atingiu o ponto “crítico” de um dos batedores do outro time.

Enquanto tudo parecia esta meio parado, Gina olhou para o alto e viu que Harry pairava no ar, observando o céu, a procura do pequeno objeto voador. Ela foi interrompida quando ouviu o som alto da arquibancada. Grifinória havia marcado novamente.

Depois de longas duas horas de jogo, todos queriam que um dos apanhadores conseguisse capturar o pomo-de-ouro. Os jogos de Hogwarts, normalmente, não se prolongavam muito tempo. Eles duravam, no máximo, uma hora e meia. Mas aquele estava sendo um jogo bem demorado. Mesmo assim, Grifinória manteve seu ritmo de jogo e estava muito à frente no placar. Os apanhadores voavam tão alto que, provavelmente, não escutavam nem o barulho da torcida gritando, quando Grifinória marcava mais um gol.

De repente, todo o clima do jogo mudou. Inesperadamente, Harry rompeu rápido o ar, e voou atrás de um rastro dourado no céu. Gina olhou Draco voar atrás de Harry. O garoto fez um sinal estranho para alguém na arquibancada. Gina olhou para o lugar onde Malfoy fez o sinal, um aluno da Sonserina ergueu a varinha, tomando o cuidado de disfarçar e balbuciou algumas palavras.

Gina olhou nervosa para onde Harry estava, nada parecia ter acontecido. Então ela se deu conta de que Malfoy havia alcançado Harry em muito pouco tempo, e mais rápido ainda o ultrapassou, deixando o outro para trás. Gina não entendia o que estava acontecendo, olhou novamente para a arquibancada e viu o garoto que parecia ter feito um feitiço sorrir abertamente. De repente um estrondo tomou conta da arquibancada verde. Gina voltou seus olhos para o céu e viu Malfoy voava erguendo sua mão direita, um sorriso debochado nos lábios finos.

_E Malfoy agarrou o pomo. Entretanto, Grifinória ganhou o jogo por 30 pontos. –anunciou o narrador. Os sonserinos ficaram emburrados novamente, por um momento eles esqueceram que mesmo pegando o pomo não conseguiriam vencer. No lugar dos gritos frenéticos dos sonserinos, ouviram os gritos do resto da escola.

Gina ficou feliz por terem ganhado, mas um ódio se apossou dela quando ela entendeu que aquele feitiço devia ter deixado Harry mais lento, de uma forma que não pudessem perceber que era um feitiço. Todos pensavam que Malfoy tinha sido mais rápido. Mas aquilo não ficaria assim…

_Gina… -alguém do time chamou a garota quando ela passou batida por onde acontecia a comemoração do time de grifinória.

Todos pararam para olhar a garota sair enfurecida, caminhando até o time de Sonserina, que caminhava para seu vestiário.

_Malfoy... –Gina chamou, sua voz venenosa.

Draco apenas olhou para trás, fazendo cara de pouco caso.

Gina se aproximou, o bastão em uma de suas mãos. Ela rompeu a barreira de outros jogadores, e assim que se aproximou o suficiente, ergueu o bastão e bateu-o com toda sua força contra a cabeça de Draco. O bastão era muito leve, mas o impacto e a força foram muito fortes. Draco caiu desmaiado no chão…

Todos soltaram gritos de horror, ninguém entendia absolutamente nada, e Gina arrependeu-se no momento em que viu o Sonserino caiu no chão. O que ela havia feito?

Tudo aconteceu de repente e antes que pudesse raciocinar estava sendo puxada pelo braço por uma McGonagall enfurecida. Quando olhou novamente estava sentada em uma cadeira na sala da Diretora de Grifinória. Tudo parecia confuso demais, e ela estava chocada com o que havia feito. Tinha sido horrível.

Não prestou atenção no que Minerva falava, ouviu apenas algumas frases como “Menos 50 pontos para a Grifinória”, “Foi a coisa mais horrível que já vi”, “só não te tiro do time porque…”...

Quando Gina conseguiu voltar ao seu estado normal, McGonagall não estava na sala. Gina esperou, não sabia se devia sair ou continuar ali.

Depois de algum tempo, a diretora apareceu na porta, com uma cara muito ruim.

_Srta. Weasley, já tenho sua detenção. O Senhor Malfoy está muito ruim, ele teve um traumatismo, e não passa bem, e a enfermeira vai precisar de ajuda para medicá-lo durante as noites. Então, senhorita, se prepare para não dormir enquanto Malfoy não ficar bem.

Gina, então, percebeu o que havia feito…


N/A: Demorou, mas chegou!!! As coisas estão bem corridas na minha vida, e não consigo terminar os capítulos... Bom, o próximo jah está pronto e pretendo escrever mais um essa semana, então, se vc comentarem e forem bem bonzinhos eu vou postar mais rápido, pq, sinceramente, se eu recebi 5 comentários nesse último cap foi muito e eu qro mais!!! Então, pra quem comentou, mil obrigadas, amo vcs e continuem comentando. E um beijo especial pra lindinha da Manu Riddle!!! Está aqui o cap, depois de tantas cobranças, quero comentário, okk???
Beijocas estaladas *Malu*







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