Detenção no Dia das Bruxas



Capítulo V: Detenção no Dia das Bruxas.

O dia estava particularmente frio. O clima começava a mudar, pouco à pouco o outono tomava cada vez mais forma e abria mais espaço para as manhãs e noites geladas, enquanto a tarde continuava com um vapor quente.

Gina sentia-se sonolenta, durante toda a manhã dormiu, nenhuma de suas amigas conseguiu acorda-la, ela estava mal.

Acordada à menos de 5 minutos, Gina lembrou-se do dia anterior, ela ficara fraca demais com aquele acordo, o acordo com o sonserino. Lembrou-se de ter escutado aquela música estranha durante seus sonhos.

Abriu o Dossel de sua cama e sentiu o ar morno bater em seu rosto quentinho e meio amassado. Preguiçosamente Gina levantou-se e foi tomar um banho. Olhou para a palma de sua mão, estava vermelha, parecia inflamada. O corte fora profundo e extenso, provavelmente a palma da mão de Draco estaria igual. Limpou o ferimento com um feitiço simples, que sempre usava em seus irmãos quando eles se machucavam e não queriam pedir ajuda à mãe. Tomou seu banho e quando saiu enfaixou a mão com um paninho branco.

Ao olhar no relógio constatou que já era quase a hora do almoço, decidiu esperar mais um pouquinho no dormitório.

Olhou pela janela e sentiu o ar puro entrar por suas narinas, trazendo um novo vigor para o seu corpo. Olhou os alunos voltando da aula de Trato das Criaturas Mágicas. Esta seria sua próxima aula, e ela não tinha planos de não ir. Faltar na aula de História da Magia e adivinhação era uma coisa, agora faltar em TDCM e Poções já era loucura.

Um ruído alto chamou a atenção de Gina novamente para o quarto. Virou-se e viu Melissa entrar afobada no dormitório, parecia preocupada.

_Gi, você está bem? –a garota perguntou antes que a outra pudesse falar qualquer coisa. –Tentei te acordar, juro, mas você estava dormindo feito pedra. Achei que poderia ser alguma coisa relacionada com o feitiço de ontem, ou talvez a maldição, eu… eu… fiquei preocupada. –terminou enfim Mel, que tinha atropelado as palavras.

Gina decidiu não falar nada, apenas agir, deu um forte abraço em sua amiga e sussurrou em seu ouvido. “Estou bem, obrigada por se preocupar.” E quando se soltou da amiga um sorriso reconfortante se apossou do rosto da jovem ruivinha.

_E então, vamos comer? Estou morrendo de fome. –e segurando a mão da amiga Gina arrastou-a Salão afora, antes que Mel fizesse isso com sua costumeira ‘delicadeza’.

_Certo, mas me conte, como foi ontem, você não me contou…

_Foi… estranho, Malfoy não se opôs, apenas ficou bravo, acho que ele não gostou de ter que cortar a mão… -refletiu Gina, pensando pela primeira vez, realmente, nas cenas do dia anterior.

Mel reparou que a amiga estava com a mão enfaixada e que os olhos transpareciam cansaço, tanto pelas olheiras como também pelo brilho opaco que agora encontrava neles.

_Tudo bem com o feitiço, não deu nada errado? –perguntou apontando a mão enfaixada da amiga.

_Acho que deu tudo certo, Mel, eu só tive que cortar a mão, e eu fiquei totalmente cansada, parece que levaram embora toda a minha energia, estou morta… -nesse instante Gina bocejou demoradamente.

_Hum, tem certeza que não quer ficar descansando aqui? –sugeriu Mel enquanto passavam pelo Salão Comunal.

_Não quero mais perder aula, é ano de NOM’s –vendo o rosto meio duvidoso ainda de Mel, Gina acrescentou. –Eu estou bem, sério.

_Certo, então vamos.

Então as duas desceram para almoçar (ou no caso de Gina desjejuar). Ao pé da escada do saguão de entrada já sentiram o cheiro característico dos almoços. Deu água na boca só de imaginar o ensopado, a costela com batatas, o famoso suco de abóbora.

Gina e Melissa sentaram-se nas cadeiras que rodeavam a mesa da Grifinória. A comida já era servida, mas poucos eram os alunos que estavam ali.

_Hum, que delicia. –comentou Mel, a esfomeada.

_Hahahaha! Você só pensa em comida.

_Vai dizer que comer não é bom? –Mel defendia a comida com unhas e dentes, literalmente.

_Lógico que é, mas tudo tem um limite e também não é legal comer muito, senão a gente engorda, aí fica balofa e entra em depressão e…

_Oi gente!!! –cumprimentou Hermione, feliz.

_Oi Mi, oi Harry, Rony! –respondeu Gina sozinha, já que Mel estava com a boca cheia.

_Oi! –os dois disseram em uníssono.

_Nossa… Hum… quanta alegria! –comentou Mel, enquanto engolia a comida e tentava falar. Já recomposta, perguntou. –Por quê?!

_Ah… -começou Harry, sentando-se de frente para Gina, -acabamos de sair da aula de transfiguração, Malfoy perdeu 10 pontos, ele estava totalmente distraído, parecia que esta dormindo sentado.

Gina engoliu em seco, seus amigos não podiam nem desconfiar que dormira a manhã inteira e que aquela era sua primeira refeição.

_Ai, ai, como o mundo é belo! E como o céu parece mais azul depois que a Sonserina perde pontos, principalmente o Malfoy. –comentou Rony começando a se servir de arroz com passas, e escolhendo uma coxa de frango bem gorda.

Para não precisar falar nada Gina levou à boca seu cálice com suco de abóbora, uma bebida muito refrescante, o que não combinava muito com o clima ainda um pouco frio.

_O que é isso Gin, você se machucou? –perguntou Hermione apontando para a mão da menina, da mesma maneira que Mel fizera minutos antes no Salão Comunal.

_Eu… eu… é, me machuquei. –Gina não contava com aquela.

_Como? Foi algum feitiço? –quem fez a pergunta foi Harry, mas parecia que Rony queria perguntar a mesma coisa, mas não podia falar, porque, assim como Mel, estava de boca cheia.

_É… é… foi… hum, é… um feitiço. –Gina tentava raciocinar com a maior rapidez que podia, mas era difícil, ainda estava sonolenta. –Foi um feitiço, estava praticando aquele feitiço revertérium, acho que deu algo errado e reverteu para a minha mão.

_Deixe eu dar uma olhada nisso. –ordenou Hermione, puxando a mão de Gina.

_Ai… não Mione, eu estou bem, já dei um jeito nisso aqui… -respondeu puxando a mão de volta.

_Tudo bem… -Mione pareceu magoada com a reação meio ríspida da amiga.
Gina ia pedir desculpas, mas resolveu ficar quieta, passara por um sufoco à poucos minutos. Era melhor se poupar para as aulas.

~~**~~

Draco acordara com vontade de dormir, mas precisava levantar, precisava ir às aulas, ele era monitor, tinha que dar o bom exemplo para os outros alunos da Sonserina, ou então seria posto para fora do cargo. Tinha Aritmancia e Transfiguração.

Meio arrastado ele levantou-se, ao apoiar suas mãos na cama sentiu dor na palma da mão direita, olhou-a com apreensão, o ferimento estava inflamado. Foi tomar um banho para relaxar. Entrou no banheiro, despiu-se com agilidade, ligou o chuveiro e regulou a temperatura, depois se enfiou dentro da água e deixou a água molhar seu cabelo, seu rosto, seu corpo. Depois de alguns minutos ele saiu do banho envolto por um roupão negro felpudo. Foi dar uma olhada no corte. Tentou usar um feitiço cicatrizante, mas nada adiantou, a ferida continuava aberta e inflamada, então apenas desinfetou e enfaixou a mão com uma espécie de lenço preto para não entrar bactérias e piorar a situação, já ruim. Seu corpo pedia cama, pedia travesseiro, mas sua mente sabia que ele precisava assistir aula.

Com muita falta de vontade, vestiu-se com o costumeiro uniforme da escola, colocando em seguida seu chapéu pontudo sobre os cabelos molhados. Antes que perdesse a coragem rumou para o Salão Principal, precisava forrar o estômago com alguma comida.

Ao entrar no Salão já estava tarde o suficiente para que as mesas estivessem lotadas, praticamente todos os alunos estavam ali. O café da manhã era a refeição onde se encontravam mais alunos reunidos.
Draco não pôde deixar de lançar um olhar para a mesa da Grifinória, mas não encontrou quem procurava, a pequena Weasley não estava lá. Será que havia ocorrido alguma coisa com a menina?


O dia se arrastou como nunca havia se arrastado, nunca mesmo. Ficou irado ao perder 10 pontos na aula de transfiguração, ele não fazia idéia do que a professora estava ensinando e, pra falar a verdade, continuava não fazendo.

“Senhor Malfoy, você poderia, por favor, repetir o que eu pedi que fizessem um minuto atrás? –McGonagall estava próxima da carteira do sonserino, parecia muito brava.

Depois de fechar os olhos demoradamente, abriu-os e os fitou na professora que ainda esperava uma resposta.

_Não sei, professora! -sibilou para a professora, com desdém.

_Dez pontos à menos para a Sonserina. Agora faça o favor de abrir seu livro na pág. 985, leia o texto. Nós vamos começar a falar sobre animagia.

Depois de risinhos debochados da parte da Grifinória, Malfoy abriu o seu livro com estrondo e começou a ler, ainda meio disperso.”

Na hora do almoço já pôde encontrar Gina na mesa da Grifinória. Ele não pôde não acha-la muito bonita com os cabelos presos, o chapéu pontudo um pouco surrado, lógico, pendendo para a esquerda.

Ela pareceu nota-lo também, porque lhe lançou um olhar profundo. Draco não gostou muito do olhar, mas sustentou o seu próprio na direção da ruiva. “Ela parece cansada”. Ele se permitiu lançar um olhar de relance para as mãos da garota, apoiadas na mesa. Uma delas estava enfaixada, a esquerda, assim como a sua direita também estava.

Observou os amigos dela chegarem, ou melhor, o trio maravilha.

Desviou os olhos e começou a comer.

~~**~~

As semanas iam se arrastando, os professores passavam toneladas de matérias, enquanto os alunos se matavam para fazer tudo à tempo.

O Dia 31 de outubro estava à um dia para chegar. O dia seguinte era muito esperado, ansiado, badalado por toda Hogwarts.

Foi na manhã daquele dia que Gina recebeu uma carta em seu dormitório, uma coruja preta trouxe uma correspondência inesperada. Era de Malfoy:

“Weasley,

Encontre-me perto da estátua do Bonifácio pé-de-cabra, às 22 horas.

D. M.”

_Ué, o que será que ele quer comigo? –pensou Gina em voz alta. Lembrando-se logo do acordo que fizera alguns dias atrás com o Sonserino. Não dava para esquecer, a mão ainda doía um pouco e ainda não cicatrizara.

Gina despachou a coruja, achando que aquela carta não pedia resposta, parecia mais uma intimação.


A tarde ia acabando e dando lugar à uma noite mais fria. O vento começou a zunir, dando aos corredores um ar meio assombrado. Gina hesitou em ir sozinha, mas era melhor comparecer, agora começava a ficar com frio, trocara a roupa da escola, lógico, e já tomara banho. Era pobre, mas não desleixada.
Agora ela estava vestindo uma calça jeans de boca larga com uma jaqueta de couro de dragão dada por Gui no último verão, enquanto por baixo da jaqueta usava uma blusinha preta de manga comprida agarrada ao corpo. Tinha motivos para estar com frio.

~~**~~

Na manhã seguinte Gina acordou desanimada, o dia que tanto ansiava estava acabado, enquanto todos se divertiriam ela ia cumprir uma detenção, provavelmente ferrada, que McGonagall aplicaria.

Ao se acomodar na mesa de Grifinória lançou um olhar cheio de ódio para o Sonserino, que não a notou. Comeu pouco, estava consideravelmente triste. A amiga, Mel, não ousava comentar nada com Gina, já recebera um olhar mortal dela quando falou sobre a festa que aconteceria à noite. Comiam em silêncio até que McGonagall passou pela mesa de Grifinória e parou onde Gina estava.

_Srta. Weasley, esteja no corredor da biblioteca hoje à noite às 19 horas, o sr. Filch estará te esperando, e também à Malfoy.

_Nós vamos cumprir detenção juntos? –engoliu Gina em seco. –Professora eu acho que não daria muito certo, sabe? Eu sou uma Grifinória ele é um Sonserino, nós não somos iguais. –Gina tentava convencer a professora a mudar de idéia.

_Srta. Weasley, eu acho que não pensou nisso quando se encontrou com o Sr. Malfoy ontem altas horas da noite. Mesma falta, mesma punição. Passe bem.

Gina ficou chocada, nunca McGonagall falara assim com ela. Bom, pelo menos o trio maravilha não estava ali para descobrir que encontrara-se com Malfoy.

_Nossa Gi, que azar. –comentou Mel meio insegura se falar era um boa opção naquele momento.

_Sem comentários Mel, sem comentários. –Gina saiu da mesa afobada e totalmente irritada, enquanto McGonagall entregava um bilhete para Malfoy do outro lado do Salão.


_Mas professora, nunca vai dar certo uma combinação dessas. –Malfoy protestava, enquanto Minerva fazia uma cara indiferente.

_Não importa o que o Sr. Diga, não vai mudar o fato de que vocês irão fazer detenção juntos, e não quero mais saber de protestos, nem do Sr. e nem da Srta. Weasley, não vai adiantar, se vocês se dão bem ao ponto de se encontrarem tarde da noite um com o outro, se darão bem para cumprir essa detenção. Passar bem!

McGonagall deixou o recinto pisando duro, enquanto deixava um Draco para trás totalmente irado.

“Já me bastava ontem, ser pego em fragrante com uma Weasley, ninguém merece”

FlashBack

Draco estava ansioso para encontrar a pequena Weasley àquela noite, pensara tanto em alguma coisa que pudesse fazer para humilha-la, e tanto pensou que encontrou algo perfeito, mais que perfeito, BRILHANTE!!! Gostou tanto de sua própria idéia que não esperou nem cinco minutos para mandar sua coruja para a garota encontrar-se naquele dia com ele. Ainda bem que tinha feito o tal Acordo de Bruxo, pois com certeza, se pudesse, a garota nunca aceitaria aquilo que iria pedir. Jamais…
Com toda sua alegria dirigiu-se para a Estátua de Bonifácio pé-de-cabra.


Gina não gostava de andar por aqueles corredores escuros à noite, ainda mais porque seria já uma hora depois do toque de recolher, e ela sabia que não deveria sair, mas sua curiosidade era maior, e maior do que sua curiosidade era sua responsabilidade com Malfoy, eles fizeram um Acordo, agora não tinha mais volta.
Mesmo estando agasalhada com um jaqueta de couro de dragão, e usar uma blusa de manga comprida sentiu frio ao descer para corredores que não eram muito usados. Mas lógico que conhecia a estátua de Bonifácio, era a estátua mais visitada pelos alunos do primeiro ano, eles adoravam olhar para aquela cena extremamente ridícula, era engraçada.

Gina passou pelo corredor das salas dos professores, aquele não era o único caminho, mas era o mais fácil e o menos perigoso, em épocas que acontecem tantos ataques e mortes, não se pode arriscar mais do que já estava arriscando.

Depois de passar mais alguns corredores Gina chegou a tal estátua, e para variar Draco não parecia estar lá. A garota pode constatar em seu novo relógio que já era 22h25min, ou seja, a intenção do Sonserino era faze-la esperar como sempre.
Então Gina sentou-se ao pé da estátua, e assim teve uma visão privilegiada dos pés do tal Bonifácio, com toda a certeza que podia ter, aqueles pés eram os mais horríveis que já tinha visto em toda sua vida, e provavelmente não veria no resto dela um pior.
O tempo passou e Gina pôde ouvir um som longínquo de passos, por isso levantou-se, ficando atrás da arquitetura. Viu ao longe, vindo da direção contrária à que viera, Malfoy e seus cabelos platinados. Ele parecia tranqüilo e até muito feliz.

_Boa noite, pequena! –cumprimentou Draco debochado.

_Não enche, Malfoy! –se tinha um apelido que a irritava era aquele, pequena? Que coisa, que ela era pequena era óbvio, não tinha algo mais criativo para inventar?

Gina sentiu um ventinho úmido bater em seu rosto, e involuntariamente estremeceu. Olhou ao redor e viu como Malfoy estava bem agasalhado, só aquele sobretudo valia por todas as roupas que ela mesma vestia. Era algo magnífico, realmente lindo, era de um veludo fino, de cor cinza-chumbo que faziam os olhos do garoto destacarem mais ainda no rosto pálido. Era inegável, ele era extremamente bonito.

_O que você quer comigo? –Gina resolveu ir direto ao assunto.

_Então, pequena, eu queria te falar que já decidi o que quero que você faça para mim. –Draco fez mistério.

_Fala logo Malfoy que eu não tenho tempo a perder com você.

_Então… -Malfoy foi interrompido por um baque surdo de porta, e quem saiu dela foi ninguém menos do que McGonagall.

A professora olhou a cena abismada, e com uma expressão mais do que severa no rosto dirigiu-se para os alunos.

_Posso saber o que vocês dois fazem aqui, nesse corredor escuro depois do toque de recolher??? –McGonagall franziu a testa de uma forma bastante séria, esperando uma resposta.

_Nada, professora. –respondeu Malfoy vendo que a garota ao seu lado não iria responder.

_Nada, Sr. Malfoy??? Detenção para os dois, e menos 50 pontos para cada casa. Agora vão para seus dormitórios antes que eu tire o resto dos pontos que restam para suas casas. Amanhã entrego as detenções, e como castigo vai ser no horário da Festa do dia das Bruxas.

_Mas professora, você não pode fazer isso com a gente! –protestou Gina inconformada.

_Não me diga o que posso ou não fazer. Sem discussões, já para seus dormitórios.

Cabisbaixos, ambos voltaram para seus dormitórios, Malfoy indignado, e Gina odiando o garoto.

Fim do FlashBack

Enquanto todos se arrumavam para o baile que aconteceria naquela noite, à poucas horas, Gina se contentava em saber que faria qualquer coisa ruim o suficiente para que não pudesse participar de nenhuma parte da festa.

Quando o relógio bateu 18:45, Gina resolveu sair do Salão, ninguém repararia que não estava lá, todos estavam muito ocupados para isso.

Vagarosamente dirigiu-se para o corredor da biblioteca, passando por vários corredores que estavam desertos. Chegando ao local indicado por McGonagall, Gina constatou que Malfoy já estava ali, mas que Filch ainda não havia chego.

Completamente revoltada com o que tinha acontecido na noite anterior, Gina nem se deu ao trabalho de cumprimentar o garoto, simplesmente fez-se de morta, e esperou o zelador chegar à uns 30 metros do garoto.

_Vamos, vamos vocês dois, não tenho tempo a perder, preciso fiscalizar a festa. –era Filch quem chegava com sua gata, madame nor-r-ra, em seu encalço. –Vocês dois irão arrumar alguns livros que estão fora do lugar. Madame Pince irá delegar a tarefa á vocês.

Os dois acompanharam Filch, este entrou na biblioteca totalmente vazia. Madame Pince estava sentada em sua cadeira de espaldar alto, em frente à uma mesa de mogno bem lustrado que estava empilhada de livros, chegando à uma altura razoavelmente alta.

_Aqui estão eles, Madame Pince. Agora vou embora. –Filch saiu da sala arrastando os pés e carregando sua gata nos braços.

_Bem, então são vocês dois os infratores?! –ela olhou com uma cara severa para os dois, que deram de ombros, o dia estava realmente perdido. -Sinto dizer que vocês terão que ficar sozinhos, pois EU não vou perder a festa por causa de alunos baderneiros. Porém, vou me certificar que os dois terão trabalho suficiente para não deixar o aposento antes da meia-noite. Entreguem-me as varinhas. –ela estendeu a mão para pegar as varinhas, logicamente nem Draco nem Gina se opuseram à ordem. –Certo, venham por aqui.

Madame Pince guiou-os até uma parte desconhecida da biblioteca, era uma sala com teto abobadado, com paredes cor azul-celeste, apinhada de livros. Provavelmente só Madame Pince tinha acesso àquela sala.

_Todos esses livros precisam ser colocados em suas prateleiras. Seria muito fácil colocar de volta com magia, mas eu vou abrir uma exceção, observem o assunto, e a inicial do nome dos livros para colocarem na sessão correta. Boa Sorte. –Madame Pince virou-se e dirigiu-se até a porta que dava acesso à biblioteca. Antes de retirar-se ainda avisou. –Não tentem fugir, eu vou colocar um feitiço nessa porta. –Então fechou a porta com estrondo, deixando dois inimigos, trancados, em uma mesma sala.

_Droga, que detenção patética. –Draco reclamou, irritadiço.

_Droga digo eu Malfoy, isso é tudo culpa sua. –Gina protestou também, aquela era uma detenção ridícula.

_Não, isso é tudo culpa sua, pequena. –Draco não perdia a mania. –Mas deixe de idiotices, vamos separar pilhas iguais para cada um, quem terminar primeiro fica descansando.

_Certo, mas não vá se arrepender, eu vou acabar primeiro.

_Isso é o que veremos.

_Certo, então.

Eles separaram suas pilhas e começaram o trabalho. Era uma disputa, uma corrida para saber quem iria ganhar. Durante a primeira hora de serviço eles correram muito rapidamente, carregavam o máximo de livros que conseguiam, mas depois que o tempo foi passando a competição nem era tão importante, o importante era realmente acabar com o trabalho. O ritmo foi ficando mais devagar, eles levavam menos livros por vez, e dificilmente se encontravam na biblioteca faraônica.

_Malfoy, você está indo bem devagar, não está? –Gina viu a pilha do sonserino, dentro da sala, realmente, as pilhas que eram dele ainda estavam grandes, enquanto as dela já haviam caído pela metade. Talvez pelo fato de que ela freqüentava a biblioteca mais vezes, sabia melhor onde ficava cada sessão, fazendo-a ganhar vantagem na competição.

_Você não sabe da minha estratégia, no final, veremos quem se deu melhor. –Draco deixou aquela sessão para ir buscar mais livros.


O tempo passou e Gina ainda continuava na frente, ainda que a competição pouco importasse aquela altura. Depois de quaro horas de serviço pesado, Gina acabou, enfim poderia sentar em uma das mesas e descansar um pouco. Esperava que a Madame Pince voltasse logo. Só para saborear o feito de ter sido mais rápida, ela sentou-se em uma cadeira perto da sala de livros, e via Malfoy, já meio curvado por causa da dor nas costas, passar de um lado para o outro.

Gina entediou-se e resolveu ir ver quanto faltava para Malfoy acabar. Chegando na sala constatou que ele ainda levaria uma hora e meia, se fosse bem rápido. Ela não sabia o que fazer, pois o sonserino não merecia sua ajuda, ele não merecia nada, porque ele era arrogante e frio. Mas pensando melhor, provavelmente Madame Pince só a deixaria sair quando ele também já tivesse terminado. Dessa maneira, Gina pegou uma pilha grande de livros e recomeçou a trabalho.

Malfoy percebeu que sua pilha diminuía mais rapidamente, então desconfiou que a garota o estivesse ajudando, pois agora ela não se encontrava mais naquela cadeira, em frente à sala. Resolveu não falar nada, precisava de ajuda mesmo, não queria passar o resto da madrugada ali.

Um tempo depois Draco chegou à sala e não encontrou mais livros, então sentou no chão e deixou-se descansar por alguns instantes. Gina entrou na sala logo a seguir, fez o mesmo que o sonserino, sentou ao seu lado.

_Eu não pedi ajuda. –ele soltou, não querendo ficar por baixo da Weasley.

_E eu não ofereci. –Gina já estava cansada da brutalidade com que ele falava sempre. –Será que você não tem um pingo de educação. Olha só, eu não fiz isso por você, fiz por mim. Provavelmente a Madame Pince não deixaria que eu saísse daqui enquanto você ainda não tivesse terminado. Eu só quero dormir. Será que você não tem consideração por ninguém? Todos os meus amigos estão lá na festa, enquanto eu estou aqui com você. Será que pelo menos uma vez na vida você pode colocar a mão na consciência e perceber que eu não quero te humilhar, eu não carreguei livros apenas para dizer que sou melhor, eu não vivo numa eterna batalha, Malfoy, para sempre ficar apostando com você. Você não consegue entender que nem todo mundo só faz as coisas por interesse? Será que é tão difícil apenas dizer obrigado? –Gina suspirou, queria abrir a cabeça do garoto e faze-lo entender que o mundo não era uma competição. Ela não devia ter dito tudo aquilo, ainda que tivesse sido tudo de uma maneira muito calma, com a voz baixa, tão baixa que apenas o sonserino poderia ouvir. –Eu… eu só quis ajudar, me desculpe se atrapalhei.

Gina levantou-se, mas não pode prosseguir, pois o rapaz levantou e segurou seu braço.

_Obrigado, pequena. –ele deixou escapar um sorriso de canto de lábio.

Os dois ficaram se encarando por longos minutos, analisando bem os traços de cada um. Gina achou que ele tinha jeito de arrogante, seu rosto expressava isso, ele poderia falar a coisa mais humilde de todas, que seu rosto ainda acusaria que estava sendo arrogante. Gina resolveu interromper o momento, estava curiosa.

_Malfoy, o que você queria falar comigo ontem?

Malfoy saiu de seu devaneio, Gina era tão delicada, parecia calma e sensata, e via o mundo de uma forma que ele não conseguia ver. E talvez não quisesse ver. O que ele iria falar para ela no dia anterior? Nem se lembrava no momento.

_Eu queria te falar que… bem… eu quero que você…

Ele foi interrompido por um barulho muito alto, o barulho da porta se abrindo. Eles saíram da sala e foram para a entrada da biblioteca. Madame Pince estava ao lado de Filch.

_Já acabaram a tarefa?

_Sim. –os dois responderam em uníssono.

_Então, Filch, leve-os embora para seus dormitórios.

Os dois foram embora, tendo que aturar Filch falando de como seria bom se pudesse novamente pendurar os alunos de cabeça para baixo e…

N/A: Ahhhhhhh.... esse cap ficou fofo, principalmente o Draquinho, foi tão lindo!!! A Gi já ta mudando ele, viram? Próximo cap o Draco aparece pouco, mas vai acontecer uma coisa… é o cap que eu mais gosto até agora, mas lógiko que o último cap vai ser meu preferido, eu já tenho ele todinho planejado... Então, eu queria apenas avisar que vou viajar =), então estou postando hj (segunda), para que o espaço que fique entre essa e a outra postagem, que vai demorar um pouco, seja menor. Baum, espero que vocês gostem, e por favor, comentem, aqui na floreios e borrões, os comentários taum bem poucos.... vamo lá galera, fazem essa escritora feliz.....

Beijocas estaladas, Feliz Natal, um Próspero ano novo e que nesse próximo ano as alegrias venham em dobro *MALU*

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