As Aulas Começam



No dia seguinte, Sarah acordou bem antes das colegas. Lavou-se no grande banheiro que tinham e desceu para a sala comunal, onde encontrou algumas garotas do quinto ano e a turma de James. Foi até ele.



            - Parece que você também já tem uma admiradora, não? – falou no ouvido dele. Ele se sobressaltou e se virou para encarar Sarah.



            - Quê?



            - É. Dora Jones chegou ao nosso quarto ontem e não parava de falar de você. “Ai, como ele é gentil!” “Você tem sorte de ter o seu irmão, Lily” “Como eu gostaria de estar falando com ele agora...” – disse ela imitando a voz esganiçada de Dora e dando um daqueles suspiros habituais quando falava nele.



            - Bem... – começou James, extremamente sem graça, mas então mudou de assunto. – me deixa apresentar os meus colegas, Sarah. Não tivemos tempo pra isso no trem – Se virou para os garotos e disse – aquele é Clark Selwyn – apontou o garoto loiro, magro, de olhos muito azuis e que crescera mais que qualquer outro – e esse é David Wood – apontou para o de cabelo castanho e olhos mel, um porte mais forte do que de Clark – e Fred você já conhece... Ali é o Alex, Alex Johnson. – era um garoto negro de boa aparência – ele é parente da tia Angelina. – James sorriu, bagunçou os cabelos dela e foi ligeiro para o buraco da Mulher Gorda, deixando Sarah plantada no meio da sala.



            Não demorou muito e Lily desceu a escada do dormitório, já com o uniforme e um pouco emburrada.



            - Por que você não me acordou?



            - Achei que não queria acordar tão cedo... Vou te dizer, se Dora não parar de falar um pouco vou pedir a transferência dela. – brincou.



            - Você fala isso porque não conheceu as outras duas – tornou a amiga fechando a cara para a escada do dormitório – elas são um pesadelo! Acredita que ficaram comentando sobre como não sei combinar roupa? “Vi você ontem entrando no trem, é um pecado combinar aquela saia tão bonita com uma blusa vermelha. Verde e vermelho não dão certo!” – disse forçando a voz mais fina. Bufou uma vez, impaciente, e puxou Sarah pelo buraco de saída, talvez na esperança de sumirem antes que uma das colegas aparecesse.



            Demorou algum tempo para acertarem o caminho para o Salão, ainda mais que a torre de Gryffindor era longe, no sétimo andar. Desceram a escadaria de mármore, passaram pelos corredores tentando repetir o caminho feito na noite do dia anterior e chegaram ao Salão Principal, que já estava cheio. Sentaram-se à mesa de Gryffindor.



            Em vez de comentar tudo o que estava tendo de diferente ali, Sarah já foi atacando o banquete que teria toda manhã – uma mordomia impossível em casa. Lily a observava com um sorriso esperto no rosto. Então a Profa. McGonagall parou perto delas com enormes pilhas de pergaminho de diferentes cores flutuando ao seu lado.



- Seus horários das aulas – disse pegando dois do primeiro monte de pergaminho azul e entregando um para cada uma, depois se afastou continuando sua tarefa.



            - Puxa vida! Vamos ter aula de vôo hoje! – exclamou Sarah examinando o horário - Você já sabe voar? – perguntou a Lily.



            - Bem, não é para me gabar, mas... Sim, sei voar, e muito bem. Mamãe já foi jogadora profissional de Quidditch, sabe. E papai foi um dos melhores apanhadores que Hogwarts já teve, jogaria Quidditch se não fosse auror – disse cheia de orgulho.



            - Humm... – e não pela primeira vez, Sarah sentiu vontade de ter crescido no mundo mágico – Olha, vamos ter três aulas de manhã e uma à tarde. Vai sobrar tempo pra fazer muita coisa depois.



            - É... E tenho uma coisa pra te contar depois. Você vai ficar impressionada! – disse Lily abrindo um largo sorriso. – Anda. Temos que chegar ao segundo andar, a primeira aula é de feitiços junto com Slytherin.



            Um farfalhar de asas fez Sarah se assustar, e cobrir a cabeça com os braços. Centenas e mais centenas de corujas irrompera das janelas do Salão Principal, todas carregando alguma correspondência, e uma coruja parda pousou na frente de Lily. Ela desamarrou alguma coisa do pescoço da coruja – o jornal dos bruxos, o Profeta Diário. Sarah o conhecia bem agora, depois de passar alguns dias no Leaky Cauldron, com todos lendo o mesmo. Tinha também um pacotinho de sapos de chocolate enviado pela avó.



            - Ela prometeu me mandar doces no primeiro dia de aula – explicou Lily, percebendo o olhar de Sarah. – Pode pegar quantos quiser.



            Saíram do Salão Principal, atravessando por entre as mesas, e seguiram para a aula. Chegando à sala certa, deram de cara com um aviso colado à porta, informando que a classe de feitiços passara para as masmorras. As duas partiram, jogando olhares preocupados para o relógio – estavam em cima da hora.



Chegaram em tropel às masmorras, praticamente levando com elas os alunos no meio do caminho no Saguão de Entrada. Depois de se embrenharem por mais e mais corredores, Sarah começou a se impressionar com o tamanho do lugar, que era escuro, iluminado apenas por alguns archotes que o tornavam ainda mais assustador e acabou se convencendo de que na verdade era um labirinto. Percorreram caminhos por minutos e nada de encontrarem a sala. As duas se entreolharam, pensando o mesmo: haviam se perdido nos túneis debaixo do castelo.



- E agora, Sarah? – perguntou Lily desesperada – Já estamos super atrasadas! Que belo começo...



            Quando viravam um corredor, um garoto saiu de dentro da parede de pedra à frente delas, o que fez as duas se sobressaltarem.  Sarah o reconheceu de imediato. Era Michael Slade, o garoto “antiMuggle” do Diagon Alley. Logo depois, outros dois garotos fizeram o mesmo. Um era muito loiro, tão claro que parecia albino, os olhos maliciosos e acinzentados. O outro era alto e desengonçado, com cabelos alourados e olhos penetrantes e negros.



            - Ora, ora, ora... Se não são as minhas queridas amiguinhas... – zombou Slade – deixe-me apresentar. Esse é Scorpius Malfoy – disse indicando o garoto desnutrido – e esse é Ralph Dolohov – apresentou o de olhos negros. – Vejo que se perderam...



            Ninguém respondeu. Era verdade que estavam perdidas, mas a última coisa que fariam era pedir ajuda a eles.



            - Talvez elas queiram nos acompanhar até a sala certa? – divertiu-se Malfoy com sua voz suave e arrastada.



            - Ou então poderíamos fazer elas se perderem ainda mais... – aproveitou Dolohov.



            - Muito bem, vamos fazer alguma caridade por vocês, mas só por que também estamos atrasados. – concluiu Slade. As duas continuaram caladas – Mas vou avisando, fiquem distantes, não quero ser contaminado por Gryffindors.



            Sarah sentiu raiva, mas se conteve para não perder a aula. Eles começaram a andar na direção de onde as garotas tinham vindo, caminharam por uns três minutos e chegaram a uma sala sem placa, sem cor, sem nada indicando que ali seria a certa. Os três entraram primeiro e as duas os seguiram, mantendo certa distância.



O lugar era sinistro, cheio de quadros retratando os efeitos de feitiços mal feitos. Por todas as quatro paredes haviam figuras de bruxos desfigurados ou com coisas bizarras brotando do corpo. Já estavam todos ali, inclusive Tom, que dividia a mesa com uma menina com cara de corvo de Slytherin, que Sarah não reconheceu. Tinha nariz e queixo compridos, rosto fino e cabelos até os ombros, lisos e castanho-claros.



            Os meninos sentaram em uma mesa vazia enquanto Sarah procurava o professor para pedir desculpas pelo atraso, mas não enxergou nenhum. Olhou para Lily para constatar que ela fazia o mesmo.



Quase pularam da própria pele quando um homem de cabelo louro sujo e pele ainda mais branca que de Malfoy surgiu das sombras de um jeito bizarro, como se pertencesse a elas. Ele não era exatamente feio, mas a expressão de desgosto em seu rosto o deixou horrendo. Adicionado ao fato de como sua capa longa e negra permanecia murcha junto ao corpo, fez Sarah pensar que não gostaria de encontra-lo em um lugar escuro à noite.



A garota, temendo sua reação, começou a explicar.



            - P-professor, desculpe o atraso. A gente se perdeu, nunca viemos aqui. Então encontramos... – mas se calou ao sinal do professor, que falou com voz grave:



            - Não precisa explicar nada senhorita, mas nunca admiti falhas. Dez pontos a menos para Gryffindor por cada uma das duas. E aos três de Slytherin – acrescentou e Sarah se sentiu melhor ao ver que Slade quase caíra da cadeira – Agora sentem-se para começarmos a aula. A propósito – dirigiu ele à turma – sou Derek Dawson, seu professor de Feitiços.      



            Ela teve a impressão de que ele era do tipo severo. Exigente, mas justo. Foram para a mesa de Tom e se sentaram colocando as mochilas no chão.



            - Parabéns garotas! – sussurrou a Menina Corvo – Vocês já fizeram um grande favor para as outras casas tirando pontos de Gryffindor! – e deu uma risadinha forçada. Sarah se perguntou se ela sabia que era idiota, afinal Slytherin perdera dez pontos a mais.



            - Atenção para a chamada. – rosnou o professor. Quando chamou por “Lisa Carrow”, a Menina Corvo respondeu.



            Não realizaram nenhum encantamento na aula, passaram o tempo repassando a teoria da linguagem e movimentos dos feitiços, mais sua história e usos. Sarah sentia que gostaria da matéria, mesmo que recebesse constantes olhares fulminantes do professor.



Depois que saíram das masmorras, foram direto para a sala de Transfiguração. Ficava no segundo andar e se parecia mais com uma sala de aula do que a de Feitiços. Sarah, Lily e Tom escolheram uma carteira bem à frente e já tiraram livros, pena, pergaminho e tinteiro, esperando o professor. Pontualmente, uma bruxa jovem e de expressão alegre entrou na classe. Tinha os cabelos bem curtos e crespos e era baixa e gordinha.



            - Bom dia a todos! – exclamou ela sorrindo de orelha a orelha – Sou Reena Montgomery, professora de Transfiguração. Hoje estou com alunos de quais casas?



            - Gryffindor e Hufflepuff, professora. – respondeu alguém atrás de Sarah.



            - Obrigada, querido. Qual é o seu nome?



            - Nicholas Dickson – respondeu pomposamente – mas todos me chamam de Nick, professora.



            - Ok. Nick Dickson, o senhor sabe me informar o que é um Metamorphmagus?



            - Sim, professora. É um bruxo que pode se transformar no que quiser, quando quiser. É um poder que o bruxo ganha geneticamente, não se pode aprender.



            - Ótimo! Cinco pontos para Gryffindor. Um bruxo Metamorphmagus tem que ser muito poderoso desde bebê e é preciso técnica para poder se transformar normalmente. Como o nosso colega aqui disse, eles nascem com esse grande poder, não se pode desenvolvê-lo. Eles podem mudar sua fisionomia, voz, cor e também se transformar em animais. Um exemplo é o nosso querido Teddy. Agora, peguem seus livros. Quero todos lendo o texto do capítulo um em vinte minutos.



            - “Nosso querido Teddy?” – indagou Sarah para Lily.



            - Sim. Não te falei? Teddy é professor de Defesa Contra as Artes das Trevas esse ano. O mais novo professor da história de Hogwarts...



            Sarah ficou impressionada, mas não comentou mais, concentrando-se na aula. Logo em seguida tiveram aula de História da Magia. O professor Binns era um fantasma! Ficou apenas lendo o livro na parte sobre duendes com voz monótona e baixa, o que era extremamente cansativo.



            Depois, finalmente, foram para o Salão Principal almoçar, Dora falando o tempo todo.



            - É melhor você comer mais, Sarah... – disse Tom alguns minutos depois. Sarah tinha os pensamentos longe dali, nas aulas de voo – senão vai virar uma desnutrida, como Malfoy. Sério, alguém devia dar um pouco de carne para o coitado – e olhou para a mesa de Slytherin onde Slade, Malfoy e Dolohov almoçavam, dando gostosas gargalhadas e olhando enviesado para eles.



            - Eu estou só tentando imaginar como é uma aula de voo. Gostaria de saber mais sobre Quidditch antes de me atirar aos leões. – falou Sarah, mexendo sem vontade na comida.



            - Não esquenta, você aprende rápido – animou-a Tom.



- E soube que o professor é muito legal, que ajuda de verdade os novatos. – disse Lily, abandonando a coxinha de frango a meio caminho da boca – Tenho certeza que tanto você quanto Tom vão se sair bem.



- Acho que é fácil pra você dizer isso – tornou Sarah em voz baixa. Então se lembrou de algo – O que era aquilo que Dawson estava mostrando para os Slytherins depois da aula? Parecia uma relação.



- É porque ele é diretor de lá – falou Hugo, voltando a atenção para a conversa pela primeira vez – Deve ser atividades que vão ter na sala comunal deles. Talvez mandem alguma coisa pra gente também...



            - Acho que vou conversar com James – disse Dora de supetão no momento em que o garoto entrou no salão – Com licença.



            Todos a acompanharam com o olhar. Quando James viu que ela se aproximava, chamou os amigos e saiu ligeiro do Salão Principal, deixando-a gritar “Espere, James! Espere!”.



            - Bom, acho que seu irmão já se deu conta do perigo, Lily – riu Sarah – Que aula nós temos depois do almoço?



            - Defesa Contra as Artes das Trevas – disse Lily sorrindo – Ted terminou Hogwarts há dois anos e já entrou como professor. É o orgulho da vovó.



            - Como vai indo? – Sarah ouviu uma voz grave vindo de trás. Virou-se e deparou com Hagrid.



            - Tudo bem, e você? – cumprimentou ela.



            - Também. – respondeu ele sorrindo – Tenho uma coisa para te entregar. Pode passar lá em casa hoje mais tarde?



            - Hmm... claro. Depois que acabar a aula de voo, eu posso. – respondeu e antes que pudesse perguntar o que era, Hagrid já saíra em direção à mesa dos professores, parecendo satisfeito. – Que estranho. O que acha que é? – perguntou a Lily.



- Não tenho a mínima idéia...



            Quando deu a hora, os amigos foram para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, que seria conjunta com Hufflepuff de novo. Chegaram antes do resto da turma e encontraram Teddy sentado à mesa do professor, absorto em um livro. Hoje estava com os cabelos novamente azuis.



Entraram sem ser convidados, mas ele se limitou a sorrir.



            - Alô – saudou Sarah.



            - Tudo bem com vocês? – perguntou ele.



            - Tudo – respondeu Tom.



            - Acho que vou gostar mais da sua aula do que da de Dawson – disse Lily sorrindo.



            - Ah, vocês já tiveram aula com ele. Não é muito amigável, vou admitir. Tive aula com ele quando estudei aqui e nunca o vi dar um sorriso sequer.



            - Ele é arrepiante, isso sim! – exclamou Hugo.



            Nesse momento entraram na sala Dora e sua irmã gêmea de Hufflepuff, Alina Jones.



            - Oi gente! – cumprimentou Dora.



            Ao contrário de Dora, Alina estava sempre sozinha, quieta em um canto, não participava das aulas e Sarah ainda não a vira falando. Ela foi direto para seu lugar sem dizer “A”. Não passou muito tempo e todo o resto da turma chegou. Sarah, Tom e Lily se sentaram na primeira carteira, com certeza a única aula que permitiria essa proeza.



            - Muito bem! Para quem não me conhece eu sou o Prof. Edward Lupin, mas podem me chamar apenas de Teddy. Como vocês já devem ter reparado, temos de aprender a teoria antes de praticar, por isso abram o livro no capítulo um, que fala sobre os vampiros. Quem aqui sabe me dizer... – à medida que Teddy falava, as outras meninas não conseguiam tirar os olhos dele. Sarah e Lily olhavam para suas caras embasbacadas e, silenciosamente, caiam na risada.



            E foi a melhor aula que tiveram no dia. Depois foram para o campo de Quidditch, onde seria dada a aula de vôo para todas as casas juntas. Já no centro do campo estava o professor, um homem alto, moreno e musculoso. Poderia ser bonito se não fosse o jeito de andar com os pés para fora e as inúmeras cicatrizes no rosto.



            - Boa tarde! – disse ele numa voz mansa e grave – Eu sou o Prof. Denis Akerman e vou ensiná-los a usar uma vassoura e, para os que se interessarem, a jogar Quidditch. Venham até aqui, por favor.



            Toda a turma foi até o centro do campo, onde havia duas fileiras de vassouras no chão, uma do lado da outra, deixando um corredor no meio.



            - Escolham uma vassoura. Depressa.



            Sarah foi até uma próxima, Lily e Tom escolheram uma de cada lado da garota.



            - Ótimo! Deixem-me explicar que as vassouras de Hogwarts são encantadas para obedecerem só quando seu bruxo estiver pronto para realizar o que for pedido. Vocês sabem... O número de acidentes começou a subir durante os anos... – ele pigarreou alto – Continuando, ergam a mão acima da vassoura e digam “Up!”.



            - UP! – gritaram todos.



            A vassoura de Sarah voou imediatamente para sua mão, mas a de muitos não fez o mesmo. A de Nick Dickson nem se mexeu no chão. O professor passou mostrando aos alunos como segurar corretamente na vassoura, para se firmar e não cair, e como montar para um bom impulso inicial.



            - Muito bem, agora dêem um impulso para o ar e depois, inclinando a vassoura para frente, retornem devagar. Um... Dois... Três... – Prrriiiii! – soou o apito.



            Sarah deu impulso e subiu ao ar. Foi uma sensação maravilhosa. Sentiu-se livre com o vento penteando seus cabelos, como se pudesse ir a qualquer lugar. A maioria da turma, no entanto, se atrapalhou e não conseguiu. Pôde ver Tom lá embaixo, entre os desajeitados. Ficava muito nervoso quando não conseguia acompanhar a amiga, e já tinha a bochecha vermelha. Com um assomo de felicidade, enxergou Slade e Dolohov, furiosos, tentando fazer a vassoura decolar, mas provavelmente Malfoy conseguira.



            - E aí Sarah? Como se sente? – perguntou Lily voando ao seu lado.



            - Como se aqui fosse o meu lugar! – e tomada pela vontade, foi a toda velocidade para frente e mergulhou. Um mergulho veloz e cheio de adrenalina. Subiu bem alto, fez algumas curvas e mergulhou novamente em alta velocidade. Riu alto. Isso era incrível e mais fácil do que imaginara. Viu pelo canto do olho a expressão de assombro no rosto de Lily e foi até ela.



            - Que cara é essa?



            - Você disse que nunca tinha voado na vida! – exclamou, indignada.



            - Mas nunca voei mesmo!



            - Nunca? Nunca mesmo? Mas nem eu consigo fazer essas coisas direito, nunca voei tão bem assim! – elas ouviram o apito do professor e voltaram ao chão. Ele veio até Sarah.



            - Onde foi que aprendeu a voar, Schaffor?



            - Não aprendi, é a primeira vez que subo em uma vassoura. Verdade – acrescentou vendo a expressão de descrença no rosto dele.



            - É o melhor piloto da turma, melhor até que muitos alunos mais velhos – disse e sorriu, dando-lhe um tapinha no ombro – Vou ficar de olho em você. Vamos tentar novamente! – berrou – Todos aos seus lugares!



            Ficaram em fila, como o professor tinha dito, e montaram as vassouras. Deram impulso para subir e mais uma vez a maioria ficou no chão, porém o número de alunos nos ares tinha aumentado com Michael Slade e Su Corner, de Ravenclaw.



            - Muito bem! Podem voltar – tornou o Sr. Akerman parecendo decepcionado. Voltaram, então, para a fila e o observaram andar por entre eles, muito sério.



            – É claro que é o primeiro voo de muitos aqui, mas eu, sinceramente, esperava mais dessa turma. Mas tudo bem, vocês vão aprender com o tempo – e deu uma piscadela para Sarah – Até a próxima aula.



            Todos saíram do campo em conversas animadas.



            - Sou uma aberração mesmo. – xingou Tom – Nem consegui fazer a vassoura vir para minha mão!



            - É a sua primeira vez. Na próxima, todos vão conseguir – afirmou Lily.



            - Duvido muito. Olhe só para Sarah! Parece que nasceu voando.



            - Ela é diferente. Vai ver.



            - Ah! – exclamou Sarah interrompendo a conversa. Tom e Lily se assustaram – preciso ir até a casa de Hagrid, quase me esqueci! – e saiu correndo.



            - Ei, Sarah! – gritou Lily e ela se virou – Não chegue tão tarde. Tenho uma coisa para te mostrar! – Sarah sorriu para ela e recomeçou a corrida, muito curiosa para saber o que Hagrid tinha para lhe falar.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.