China



Depois que Hermione voltou ao trabalho no Profeta Diário, recuperada de um pequeno incidente de perda de memória, decorrente de uma queda, tudo voltou ao habitual. Alguns meses se passaram – Halloween, Natal, Ano Novo e aniversário de Ron – e os Weasley e seu círculo de amigos estavam na tranquilidade. Combinaram mais alguns passeios, só que desta vez sem risco para a integridade física ou mental dos passeantes. Foi um tempo rotineiro, mas de uma rotina agradável. Os trabalhos não estavam em marasmo e nem perigosos demais. Nem sempre dava para eles se encontraram no fim do expediente, mas nunca ficavam separados por muito tempo.


— Oi, Ron – disse Hermione, encontrando-o em uma praça em China Town (Londres). – Vem mais alguém hoje?


— Não. Harry está com dor de estômago e Gina vai ficar cuidando. Ammya trabalhou demais e vai ficar descansando, e George está inventando Gemialidades. Está bem maluco há dias por causa de um negócio lá, que não diz pra ninguém o que é.


— Normal; tem que renovar de vez em quando. Sem lançamentos não há público, e uma loja vive disso – Hermione cruzou os braços. – Mas é bom, porque podemos estar a sós. Eu queria mesmo isso. Preciso conversar com você.


— Ih... É coisa ruim, é? – Ron fez uma careta.


— Eu só te digo coisa ruim quando estamos a sós? – Hermione questionou.


— Não... É que você fez uma cara... – ele respondeu.


— Não pense nisso agora – disse Hermione. – Estamos aqui conversando no meio da praça, não é lugar. Pra onde iremos?


— Estou com fome. Que tal jantarmos num restaurante japonês? Deve haver centenas por aqui – o moço sugeriu, olhando em volta para os transeuntes de olhos puxados. Hermione riu.


— Ron, é China Town. China, não Japão – corrigiu.


— Ué, não dá no mesmo? – ele ergueu as sobrancelhas.


— Imagino a Cho Chang tendo piripaques ao ouvir isso – disse Hermione, batendo amigavelmente no braço dele.


Já no restaurante e saboreando um delicioso prato de comida CHINESA, Ron e Hermione conversavam.


— E enfim, o que você queria dizer, Hermione? – Ron perguntou, após um silêncio.


— Ah... não quer engolir seu arroz primeiro? – ela questionou. Ron ergueu os olhos para ela sem levantar a cabeça, apreensivo. Hermione tranquilizou. – Não é tão terrível assim também. É só que... eu vou viajar.


— Pra onde? – ele perguntou, rápido.


— Para a China – disse Hermione, com um meio sorriso. – Ironicamente.


— Ah, então foi pra isso que me trouxe aqui? – Ron retrucou, azedo. – Pra eu entrar “no clima” da desgraça?


— Nem fui eu que escolhi, George é que sugeriu quinta passada, não lembra? Eu tinha falado em Candem Town – defendeu-se Hermione.


— Hum – Ron deu um muxoxo, aborrecido. – Quanto tempo?


— Uma semana – ela disse, rapidamente.


— Pô! – exclamou Ron, engolindo o palavrão para ser mais comportado.


— O que você quer? é do outro lado do mundo! – ela justificou. – É longe mesmo para um bruxo. Há uma conferência com os líderes dos países mais avançados em magia. Vai durar três dias, o resto é viagem.


— Que lindo, toda uma semana com o poetinha... – resmungou Ron, remexendo no prato de comida. – Parece até lua-de-mel...


— Will não vai – informou Hermione. – Terça-feira é o lançamento do livro dele, ele tem que estar presente. Vou cuidar da fotografia também.


— Menos mal – o garoto disse. – Mas que droga, vou sentir sua falta...


— Idem – murmurou Hermione, doce.


— Então é melhor aproveitar que hoje você está aqui – Ron curvou-se por sobre a mesa para beijá-la, mas Hermione recuou.


— Aqui não, Ron. Depois, lá fora. Orientais não estão acostumados com essas coisas publicamente; embora esses dos restaurantes talvez... – Ron grunhiu.


— Pelo menos sei que nenhum vai te agarrar lá – disse, depois. – Mas se for lá fora, serão dois – avisou.


— Tá – concordou Hermione. Ron admirou-se de ela concordar.


— Dois não... dez – aumentou.


— Ora, mas que abusado – Hermione riu, estreitando os olhos.


— Abusado nada, pra uma semana isso é pouco. Vamos, Hermione, engula logo esse biscoito da sorte e vamos pra outro lugar – ele apressou. – E quando viajar, não se arrume muito. Não quero nenhum velho político babão gamado na minha noiva – falou.


p.s.: Caso alguém não tenha lido a "Nota da História", o Will a que Hermione se refere é Wilfred Reed, seu colega de Profeta Diário, fotógrafo que trabalha com ela e poeta nas horas vagas. Saberão mais sobre ele nos próximos capítulos...
Deixem um review pra eu saber se estão gostando! A gente se vê logo! ^_^ 

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