7 - O chapéu seletor



– O chapéu seletor.

– Finalmente a seleção. – Sirius disse satisfeito.


– Espero que seja um grifinório. – Tiago disse olhando ameaçador para Harry.


– Não olhe assim para ele, Tiago. – Lily recriminou com carinho – Todas as casas são boas. – acrescentou olhando para Harry com um sorriso.


– Posso começar? – Alice perguntou bocejando.


 


A porta abriu-se de chofre. E apareceu uma bruxa alta de cabelos negros e veste verde-esmeralda. Tinha o rosto muito severo e o primeiro pensamento de Harry foi que era uma pessoa a quem não se devia aborrecer.


— Alunos do primeiro ano, Professora Minerva McGonagall — informou Hagrid.


— Obrigada Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.


Ela escancarou a porta. O saguão era tão grande que teria cabido à casa dos Dursley inteira dentro. As paredes de pedra estavam iluminadas com archotes flamejantes como os de Gringotes, o teto era alto demais para se ver, e um a um subiram a imponente escada de mármore em frente que levava aos andares superiores.


Eles acompanharam a Professora Minerva pelo piso de lajotas de pedra. Harry ouviu o murmúrio de centenas de vozes que vinham de uma porta à direita, o restante da escola já devia estar reunido.


Mas a Professora Minerva levou os alunos da primeira série a uma sala vazia ao lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.


— Bem-vindos a Hogwarts — disse a Professora Minerva. — O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a pertencer. A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam.


O olhar dela se demorou por um instante na capa de Neville, que estava afivelada debaixo da orelha esquerda, e no nariz sujo de Rony, Harry nervoso, tentou achatar os cabelos.


 


– Você já devia saber que não adianta. – Sirius disse rindo.


 


— Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês — disse a Professora Minerva. — Por favor, aguardem em silêncio.


E se retirou da sala. Harry engoliu em seco.


— Mas como é que eles selecionam a gente para as casas? — Harry perguntou a Rony.


— Devem fazer uma espécie de teste, acho. Fred diz que dói à cabeça, mas acho que estava brincando.


O coração de Harry deu um pulo terrível. Um teste? Na frente da escola toda? Mas ele ainda nem conhecia mágica nenhuma, que diabo teria que fazer? Não previra nada do gênero assim logo na chegada. Olhou à volta, ansioso, e viu que os outros também pareciam apavorados.


Ninguém falava muito a não ser Hermione, que cochichava muito depressa todos os feitiços que aprendera, sem saber o que precisaria mostrar. Harry fez força para não escutar o que ela dizia. Nunca se sentira tão nervoso, nunca, nem mesmo quando tivera que levar um boletim escolar para os Dursley dizendo que, não sabia como, ele fizera a peruca do professor ficar azul. Ele manteve os olhos grudados na porta. A qualquer segundo agora a Professora Minerva voltaria e o conduziria ao seu triste fim.


 


– Quanto drama, Harry. – Gina disse sorrindo carinhosa.


 


Então aconteceu uma coisa que o fez pular bem uns trinta centímetros no ar, várias pessoas atrás dele gritaram.


— Que di...


Ele ofegou. E as pessoas à sua volta também. Uns vinte fantasmas passaram pela parede dos fundos. Brancos-pérola e ligeiramente transparentes, eles deslizaram pela sala conversando e entre si, mal vendo os alunos do primeiro ano. Pareciam estar discutindo. O que lembrava um fradinho gorducho ia dizendo:


— Perdoar e esquecer eu diria, vamos dar a ele uma segunda chance...


— Meu caro Frei, já não demos a Pirraça todas as chances que ele merecia? Ele mancha a nossa reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um fantasma. Nossa, o que é que essa garotada está fazendo aqui?


Um fantasma, que usava uma gola de rufos engomados e meiões, de repente reparou nos alunos do primeiro ano.


Ninguém respondeu.


— Alunos novos! — disse o frei Gorducho, sorrindo para eles.


— Estão esperando para ser selecionados, imagino?


Alguns garotos confirmaram com a cabeça, mudos.


— Espero ver vocês na Lufa-Lufa! — falou o frei. — A minha casa antiga, sabe?


— Vamos andando agora — disse uma voz enérgica. — A Cerimônia de Seleção vai começar.


A Professora Minerva voltara e um a um os fantasmas saíram voando pela parede oposta.


— Agora façam fila e me sigam.


Sentindo-se pouco à vontade como se suas pernas tivessem virado chumbo, Harry entrou na fila atrás de um garoto de cabelos cor de palha e na frente de Rony, e todos saíram da sala, tornaram a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão.


Harry jamais imaginara um lugar tão diferente e esplêndido era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados. As mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. A Professora Minerva levou os alunos de primeiro ano até ali, de modo que eles pararam enfileirados diante dos outros, tendo os professores às suas costas.


As centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa.


Principalmente para evitar os olhares fixos neles, Harry olhou para cima e viu um teto aveludado e negro salpicado de estrelas. Ouviu Hermione cochichar:


— É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts, uma história.


 


– Você leu Hogwarts, uma história antes do primeiro ano? – Remo que adorava ler perguntou espantado. Hermione sorriu constrangida enquanto acenava afirmativamente com a cabeça.


– Nem mesmo Remo leu esse livro antes de entrar na escola. – Sirius disse abismado.


 


Era difícil acreditar que havia um teto ali e que o Salão Principal simplesmente não se abria para o infinito.


Harry baixou depressa os olhos quando a Professora Minerva silenciosamente colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo. Tia Petúnia não teria permitido que um objeto nessas condições entrasse em casa.


Talvez tivessem que tentar tirar um coelho de dentro dele,


 


– Que ideia idiota. – Rony comentou de repente – Por que alguém tentaria tirar um coelho de um chapéu?


– Trouxas acham que isso é mágica. – Sirius explicou – Também não entendo o porquê.


 


Harry pensou delirando, parecia apropriado, reparando que todos no salão agora olhavam para o chapéu, ele olhou também. Por alguns segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca e o chapéu começou a cantar:


 


                Alice limpou a garganta e começou a cantar.


 


Ah, você podem me achar pouco atraente,


Mas não me julguem só pela aparência


Engulo a mim mesmo se puderem encontrar


Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.


Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,


Suas cartolas altas de cetim brilhoso


Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts.


E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.


Não há nada escondido em sua cabeça


Que o Chapéu Seletor não consiga ver,


Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer


Em que casa de Hogwarts deverão ficar


Quem sabe sua morada é a Grifinória,


Casa onde habitam os corações indômitos.


Ousadia e sangue-frio e nobreza


Destacam os alunos da Grifinória dos demais,


Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,


Onde seus moradores são justos e leais


Pacientes, sinceros, sem medo da dor,


Ou será a velha e sábia Corvinal


A casa dos que têm a mente sempre alerta,


Onde os homens de grande espírito e saber


Sempre encontrarão companheiros seus iguais,


Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa


E ali estejam seus verdadeiros amigos,


Homens de astúcia que usam quaisquer meios


Para atingir os fins que antes colimaram.


Vamos, me experimentem! Não devem temer!


Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!


(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)


Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!


 


– Uma música muito mais alegre que as que ele tem cantado ultimamente. – Sirius comentou soturno.


– Eles vivem em um tempo em que não há uma guerra eminente, – Remo disse sábio – então o chapéu não deve se sentir na obrigação de dar avisos sombrios.


 


O salão inteiro prorrompeu em aplausos quando o chapéu acabou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das quatro mesas e em seguida ficou muito quieto outra vez.


— Então só precisamos experimentar o chapéu! — cochichou Rony a Harry.— Vou matar o Fred, ele não parou de falar numa luta contra um trasgo.


 


– Era de se esperar que depois de passar onze anos com os dois você saberia quando estão mentindo. – Gina disse rindo de tudo em que Rony havia acreditado.


 


Harry deu um sorriso sem graça. É, experimentar um chapéu era bem melhor do que precisar fazer um feitiço, mas desejou que pudessem ter experimentado o chapéu sem toda aquela gente olhando. O chapéu parecia estar pedindo muito, Harry não se sentia corajoso nem inteligente nem qualquer outra coisa naquele momento. Se ao menos o chapéu tivesse mencionado uma casa para gente que se sentia meio nervosa, quem sabe teria sido a sua casa.


 


– Acredite Harry, – Lily falou bondosa – todos estariam nessa casa.


– Eu não. – Tiago disse convencido. – Sabia que entraria para a Grifinória.


 


A Professora Minerva então se adiantou segurando um longo rolo de pergaminho.


— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!


Uma garota de rosto rosado e marias-chiquinhas louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu, que lhe afundou direto até os olhos, e se sentou. Uma pausa momentânea...


— LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu.


A mesa à direita deu vivas e bateu palmas quando Ana foi se sentar à mesa da Lufa-Lufa. Harry viu o fantasma do fradinho Gorducho acenar alegremente para ela.


— Susana Bones!


 


– Ela é parente de Amélia Bones? – Sirius perguntou curioso.


– Sobrinha. – Gina respondeu com simplicidade.


 


— LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu outra vez, e Susana saiu depressa e foi se sentar ao lado de Ana.


— Teo Boot!


— CORVINAL!


Desta vez foi a segunda mesa à esquerda que aplaudiu, vários alunos da Corvinal se levantaram para apertar a mão de Teo quando o menino se reuniu a eles.


Mádi Brocklehurst foi para a Corvinal também, mas Lilá Brown foi a primeira a ser escolhida para a Grifinória e a mesa na extrema esquerda explodiu em vivas, Harry viu os irmãos gêmeos de Rony assobiarem.


Mila Bulstrode se tornou uma Sonserina. Talvez fosse a imaginação de Harry, mas depois de tudo que ouvira sobre a Sonserina, achou que eles formavam um grupo de aparência desagradável.


 


– Não é sua imaginação. – Alice disse sorrindo para Harry. – Eles realmente são desagradáveis.


 


Estava começando a se sentir decididamente mal agora.


Lembrou-se da seleção para os times, nas aulas de esporte de sua velha escola. Sempre fora o último a ser escolhido, não porque não fosse bom, mas porque ninguém queria que Duda pensasse que gostavam dele.


— Justino Finch-Fletchlev!


— LUFA-LUFA!


Às vezes, Harry reparou, o chapéu anunciava logo o nome da casa, mas outras levava um tempo para se decidir.


Simas Finnigan, o menino de cabelos cor de palha ao lado de Harry na fila, passou sentado no banquinho quase um minuto, antes de o chapéu anunciar que iria para a Grifinória.


— Hermione Granger!


Hermione saiu quase correndo até o banquinho e enfiou o chapéu, ansiosa.


— GRIFINÓRIA! — anunciou o chapéu. Rony gemeu.


 


                Tiago, Sirius, Remo, Alice, Frank e Lily aplaudiram a menina que sorriu constrangida.


 


Um pensamento horrível ocorreu a Harry, como fazem os pensamentos horríveis quando a pessoa está nervosa. E se ele não fosse escolhido? E se ficasse ali sentado com o chapéu na cabeça cobrindo seus olhos durante um tempão, até a Professora Minerva arrancá-lo de sua cabeça e dizer que obviamente houvera um engano e era melhor ele pegar trem de volta?
Quando Neville Longbottom, o menino que não parava de perder o sapo, foi chamado, levou um tombo a caminho do banquinho. O chapéu demorou muito tempo para se decidir sobre Neville. Quando finalmente anunciou "GRIFINÓRIA",


 


                Alice deu um abraço carinhoso em Neville enquanto os outros aplaudiam.


– Por que ele demorou a te selecionar? – Frank perguntou.


– Ele estava disposto a me colocar na Grifinória, – Neville disse constrangido – mas eu estava com medo de entrar na Grifinória, não me sentia corajoso o bastante, pedi para ir para Lufa-Lufa, mas ele disse que tinha certeza de que eu pertencia à Grifinória.


– E ele estava certo. – Hermione disse com carinho para o amigo.


 


Neville saiu correndo com o chapéu na cabeça, e teve de voltar em meio a uma avalanche de risadas para entregá-lo a Morag MacDougal.


Malfoy se adiantou, gingando, quando chamaram seu nome e teve seu desejo realizado imediatamente, o chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou:


— SONSERINA!


Faltava pouca gente agora.


Moon..., Nott..., Parkinson..., depois duas gêmeas, Patil e Patil..., depois Perks, Sara... E então, finalmente...


— Harry Potter!


Quando Harry se adiantou, correu um burburinho por todo o salão como um fogo de rastilho.


— Potter, foi o que ela disse?


— O Harry Potter?


A última coisa que Harry viu antes de o chapéu lhe cair sobre os olhos foi um salão cheio de gente se espichando para lhe dar uma boa olhada. Em seguida só viu a escuridão dentro do chapéu.


— Difícil. Muito difícil. Bastante coragem vejo. Uma mente nada má. Há talento, há, minha nossa, uma sede razoável de se provar. Ora isso é interessante... Então onde vou colocá-lo?


Harry apertou as bordas do banquinho e pensou "Sonserina não, Sonserina, não".


— Sonserina não, hein? — disse a vozinha. — Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça, e a Sonserina lhe ajudaria a alcançar essa grandeza, sem dúvida nenhuma, não? Bem, se você tem certeza, ficará melhor na GRIFINÓRIA!


 


                Tiago, Sirius e Remo explodiram em vivas, Frank e Alice aplaudiram alegres e Lily deu um grande abraço em Harry.


– Não importa que ele tenha dito que talvez você devesse ir para a Sonserina. Ele colocou você na Grifinória, – Tiago disse sorrindo para Harry – ele sabe o que faz.


– Quando coloquei o chapéu ele quis me por na Sonserina. – Sirius confidenciou – Só por causa da minha família, nenhum Black antes de mim foi de outra casa. Quando me recusei a ir para Sonserina ele falou que se eu tinha coragem para desafiar minha família ficaria melhor na Grifinória. – Sirius concluiu com orgulho dando a Harry um grande sorriso, que Harry retribuiu feliz.


 


Harry ouviu o chapéu anunciar a última palavra para todo o salão. Tirou o chapéu e se encaminhou trêmulo para a mesa de Grifinória. Sentia tanto alívio por ter sido selecionado e ter escapado de Sonserina, que nem reparou que estava recebendo a maior ovação da cerimônia. Percy, o Monitor, se levantou e apertou sua mão com energia, enquanto os gêmeos Weasley gritavam "Ganhamos Potter! Ganhamos Potter!" Harry sentou-se defronte do fantasma com a gola de rufos que vira antes da cerimônia. O fantasma lhe deu uma palmadinha no braço, produzindo em Harry a sensação horrível e repentina de que acabara de mergulhar num balde de água gelada.


Agora ele via bem a Mesa Principal. Na extremidade mais próxima sentava-se Rúbeo Hagrid, cujo olhar encontrou o seu e lhe fez um sinal de aprovação. Harry retribuiu o seu sorriso. E ali, no centro da Mesa Principal, em um cadeirão dourado, encontrava-se Alvo Dumbledore. Harry o reconheceu imediatamente pela figurinha que tirara no sapo de chocolate comprado no trem. Os cabelos prateados de Dumbledore eram a única coisa no salão inteiro que brilhava tanto quanto os fantasmas. Harry viu o Professor Quirrell também, o rapaz nervoso do Caldeirão Furado. Parecia muito extravagante num grande turbante púrpura.


E agora só faltavam três pessoas para serem selecionadas. Lisa Turpin virou uma Corvinal e depois foi a vez de Rony. A essa altura ele estava branco-esverdeado. Harry cruzou os dedos sob a mesa para dar sorte e um segundo depois o chapéu anunciou GRIFINÓRIA!


 


                Rony também foi aplaudido com entusiasmo.


 


Harry bateu palmas bem alto como os demais quando Rony se largou numa cadeira a seu lado.


— Muito bem, Rony excelente — disse Percy Weasley pomposamente por cima de Harry na mesma hora em que Blás Zabini era mandado para a Sonserina. A Professora Minerva enrolou o pergaminho e recolheu o Chapéu Seletor.


Harry baixou os olhos para o prato dourado e vazio diante dele.


Acabara de perceber como estava faminto. As tortinhas de abóbora pareciam ter sido comidas havia anos.


Alvo Dumbledore se levantara. Sorria radiante para os estudantes, os braços bem abertos, como se nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que vê-los todos reunidos ali.


— Sejam bem-vindos! — disse. — Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Pateta! Chorão! Desbocado! Beliscão! Obrigado.


 


– Dumbledore sempre sabe fazer um bom discurso. – Remo disse rindo com todos os outros.


 


E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas. Harry não sabia se ria ou não.


— Ele é... Um pouquinho maluco? — perguntou incerto, a Percy.


— Maluco? — disse Percy despreocupado. — ele é um gênio! O melhor bruxo do mundo! Mas é um pouquinho maluco, sim.


— Batatas, Harry?


O queixo de Harry caiu. Os pratos diante dele agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas coisas que gostava de comer em uma mesa só: rosbife, galinha assada, costeletas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e, por alguma estranha razão, docinhos de hortelã.


 


– Docinhos de hortelã são para te deixar com um bom hálito na hora de dar beijos de boas-vindas. – Sirius disse ajeitando os cabelos e sorrindo sedutor.


– E você já usou muito esses docinhos? – Lily perguntou a Tiago com uma ponta de ciúmes.


– Na verdade eles são gostosos e te deixam com o hálito fresco. – Tiago disse inocente e depois sussurrou no ouvido de Lily – Foi antes de eu saber que você é a única pessoa para mim. – Lily sorriu para Tiago e deixou que ele a abraçasse.


 


Não é que os Dursley tivessem deixado Harry com fome, mas nunca lhe permitiram comer tanto quanto quisesse. Duda sempre tirava tudo que Harry realmente queria, mesmo que acabasse doente. Harry encheu o prato com um pouco de cada coisa exceto os docinhos e começou a comer. Estava tudo uma delícia.


— Isto está com uma cara ótima — disse o fantasma de gola de rufos observando, tristemente, Harry cortar o rosbife.


— O senhor não pode...?


— Não como há quase quatrocentos anos — explicou o fantasma. — Não preciso, é claro, mas a pessoa sente falta. Acho que ainda não me apresentei? Cavalheiro Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens. Fantasma residente da torre da Grifinória.


— Eu sei quem o senhor é! — disse Rony inesperadamente. — Meus irmãos me falaram do senhor. O senhor é, o Nick Quase Sem Cabeça.


— Eu prefiro que você me chame de cavalheiro Nicholas de Mimsy. O fantasma começou muito formal, mas o louro Simas Finnigan o interrompeu.


— Quase Sem Cabeça? Como é que alguém pode ser quase sem cabeça?


 


– Odeio quando alguém faz essa pergunta. – Lily disse bufando – Ele sempre se ofende e resolve mostrar. É nojento.


 


Sir Nicholas parecia muitíssimo aborrecido, como se aquela conversinha não estivesse tomando o rumo que ele queria.


— Assim — disse com irritação. E agarrou a orelha esquerda e puxou. A cabeça toda girou para fora do pescoço e caiu por cima do ombro como se estivesse presa por uma dobradiça. Era óbvio que alguém tentara decapitá-lo, mas não fizera o serviço direito.


Satisfeito com a cara de espanto dos garotos, Nick Quase Sem Cabeça empurrou a cabeça de volta ao pescoço, tossiu e disse:


— Então, novos moradores da Grifinória! Espero que nos ajudem a ganhar o campeonato das casas este ano! Grifinória nunca passou tanto tempo sem ganhar a taça. Sonserina tem ganhado nos últimos seis anos! O barão Sangrento está ficando quase insuportável. Ele é o fantasma da Sonserina.


 


– Seis anos? – Tiago disse abismado – Seis anos é muito tempo. Isso é terrível.


– Vocês têm que mudar isso. – Sirius disse a Harry, Rony, Hermione e Neville.


 


Harry deu uma olhada na mesa de Sonserina e viu um fantasma horroroso sentado lá, os olhos vidrados, uma cara muito magra e vestes sujas de sangue prateado. Estava ao lado de Malfoy, que, Harry ficou contente de ver, não parecia muito satisfeito com a distribuição dos lugares.


— Como foi que ele ficou coberto de sangue? — perguntou Simas muito interessado.


— Nunca perguntei — respondeu Nick Quase Sem Cabeça, educadamente.


Depois que todos comeram tudo o que podiam, as sobras desapareceram dos pratos deixando-os limpinhos como no início.


Logo depois surgiram as sobremesas. Tijolos de sorvete de todos os sabores que se possa imaginar, tortas de maçãs, tortinhas de caramelo, bombas de chocolate, roscas fritas com geleia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos, gelatinas pudim de arroz...


Quando Harry se serviu das tortinhas de caramelo, a conversa se voltou para as famílias.


— Eu sou meio a meio — disse Simas. — Papai é trouxa. Mamãe não contou a ele que era bruxa até depois de casarem. Teve um choque horrível. Os outros riram.


 


                Severo tinha uma situação parecida, mas em seu caso, sua mãe só contou que era uma bruxa quando ele começou a fazer magia acidental. O pai de Severo ficou tão irritado que quase matou os dois, e nunca aceitou Severo muito bem.


 


— E você, Neville? — perguntou Rony.


— Bom, minha avó me criou e ela é bruxa,


 


                Alice parou de ler para absorver aquela frase.


– O que você quer dizer com “minha avó me criou”? – Alice perguntou largando o livro e olhando para Neville confusa.


– Eu vivi com minha avó por toda a minha vida. – Neville respondeu evitando o olhar da mãe.


– Por que? – Frank perguntou apavorado.


– Não posso falar agora, vocês vão saber depois. – Neville disse suspirando.


– Não! – Alice gritou nervosa – Preciso saber por que não fui EU quem te criou.


– Alice, – Hermione chamou com calma – por favor, não podemos falar de nada que ainda não foi mostrado no livro.


– Continua lendo, mãe. – Neville falou dando um sorriso de incentivo a ela – Por favor.


 


mas a família achou durante anos que eu era completamente trouxa. Meu tio-avô Algi vivia tentando me pegar desprevenido e me forçar a recorrer à magia. Ele me empurrou pela borda de um cais uma vez, eu quase me afoguei. Mas nada aconteceu até eu completar oito anos. Meu tio Algi veio tomar chá conosco e tinha me pendurado pelos calcanhares para fora de uma janela do primeiro andar, quando a minha tia-avó Enid lhe ofereceu um merengue e ele sem querer me deixou cair.


 


– Eu vou ter uma boa conversa com meu tio Algi quando nós sairmos daqui. – Frank disse irritado estalando os nós dos dedos.


 


Mas eu desci flutuando até o jardim e a estrada. Todos ficaram realmente satisfeitos. Minha avó chorou de tanta felicidade. E vocês deviam ter visto a cara deles quando entrei para Hogwarts. Achavam que eu não era bastante mágico para entrar, entendem. Meu tio Algi ficou tão contente que me comprou um sapo.


Do outro lado de Harry, Percy e Hermione conversavam sobre as aulas.


— Espero que elas comecem logo, tem tanta coisa para a gente aprender, estou muito interessada em Transfiguração, sabe, transformar uma coisa em outra, claro, dizem que é muito difícil, a pessoa começa aos poucos, fósforos em agulhas e coisas pequenas assim.


 


– Transfiguração não é difícil. – Sirius disse sorrindo.


– Para vocês. – Alice disse sem muito animo, ainda se perguntando por que não pode criar o próprio filho – Vocês são os melhores alunos de transfiguração que essa escola já viu.


– Eles não são melhores que Dumbledore e McGonagall. – Lily disse rindo.


– Talvez sejam. – Remo disse dando de ombros, – Minerva uma vez disse que não era capaz de fazer o que eles fazem quando tinha a idade deles. – Remo completou pensativo. – Tiago e Sirius dariam ótimos professores de transfiguração...


– Eu não sabia disso. – Lily disse levantando os olhos para olhar para Tiago com curiosidade, havia tanto que ela não sabia sobre ele.


 


Harry, que estava começando a se sentir aquecido e cheio de sono, olhou outra vez para a Mesa Principal. Hagrid tomava um grande gole de sua taça. A Professora Minerva conversava com o Professor Dumbledore. O Professor Quirrell, com aquele turbante ridículo, conversava com um professor de cabelos negros e oleosos, nariz de gancho e pele macilenta.


 


– Por que essa descrição me lembra de alguém que eu conheço? – Sirius perguntou com cara de nojo.


 


Aconteceu muito de repente. O olhar do professor de nariz de gancho passou pelo turbante de Quirrell e se fixou nos olhos de Harry, e uma pontada aguda e quente correu pela testa de Harry.


— Ai! — Harry levou a mão à testa.


 


– Você sente dor na cicatriz? – Lily perguntou nervosa – Depois de tantos anos?


– Deve ser algum vestígio do feitiço. – Remo disse pensativo, cada capítulo do livro dava a ele um pouco mais no que pensar.


 


— Que foi? — perguntou Percy.


— N-nada.


A dor se foi com a mesma rapidez com que viera. Mais difícil foi se livrar da sensação que Harry teve sob o olhar do professor. Uma sensação de que ele não gostava nada de Harry.


— Quem é aquele professor que está conversando com o Professor Quirrell? — perguntou a Percy.


— Ah, você já conhece Quirrell é? Não admira que ele pareça tão nervoso, aquele é o Professor Snape.


 


                Severo estranhou aquela informação tanto quanto os outros, ele não queria ser professor, não se via ensinando a ninguém.


– Diz que é mentira! – Sirius gritou revoltado. – Esse seboso não pode ser professor.


– Ah é verdade, infelizmente. – Gina disse sem conseguir se conter e recebendo um olhar de reprovação de Hermione. – Desculpa. – Gina acrescentou sem vontade.


– Então está explicado por que Harry sentiu que o professor não gostava dele. – Remo disse também irritado. – É claro que Snape não vai gostar de um filho de Tiago.


– Tenho certeza de que não é isso. – Lily disse triste. – Severo era meu melhor amigo, não acho que ele deixaria de gostar de um filho meu.


                Severo engoliu em seco ao ouvir Lily tentando defende-lo. Ele sabia que provavelmente não gostava do menino, era um filho de Potter e era parecido demais com ele. Mas não queria decepcionar Lily de novo. Esperava que seu eu futuro não fosse ruim com o menino.


 


Ele ensina Poções, mas não é o que ele queria. Todo o mundo sabe que está cobiçando o cargo de Quirrell. Conhece um bocado as Artes das Trevas, o Snape.


 


– Realmente conhece bastante. – Sirius disse com asco – Pelo menos Dumbledore tem consciência disso e não deixa o Seboso chegar perto das Artes das Trevas.


                Severo se mexeu desconfortável, desconfiava que Sirius estivesse certo.


 


Harry observou o professor por algum tempo, mas Snape não voltou a olhar em sua direção.


Finalmente, as sobremesas também desapareceram, e o Professor Dumbledore ficou de pé mais uma vez. O salão silenciou.


— Hum... Só mais umas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de ano letivo para vocês. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes mais antigos fariam bem em se lembrar dessa proibição.


Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na direção dos gêmeos Weasley.


— O Sr. Filch o zelador, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas. Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito está proibido a todos que não quiserem ter uma morte muito dolorosa.


 


– Isso é estranho. – Lily disse pensativa – Normalmente Dumbledore explica o motivo de uma proibição...


 


Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso.


— Ele não está falando sério! — cochichou a Percy.


— Deve estar — respondeu Percy franzindo a testa para Dumbledore. — E estranho porque em geral ele sempre nos diz a razão porque somos proibidos de ir a algum lugar A floresta está cheia de animais selvagens, todo o mundo sabe disso. Acho que poderia ter dito aos monitores, pelo menos.


— E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! — exclamou Dumbledore. Harry reparou que os sorrisos dos outros professores tinham amarelado.


Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha como se estivesse tentando espantar uma mosca na ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras.


— Cada um escolha sua música preferida — convidou Dumbledore — e lá vamos nós!


E a escola entoou em altos brados:


 


                Sirius, Remo, Tiago, Lily, Frank e Alice levantaram-se e começaram a cantar, Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville se animaram a cantar também. Cada um em um ritmo diferente:


 


Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts,


Nos ensine algo por favor,


Quer sejamos velhos e calvos


Quer moços de pernas raladas,


Temos às cabeças precisadas


De ideias interessantes.


Pois estão ocas e cheias de ar,


Moscas mortas e fios de cotão.


Nos ensine o que vale a pena.


Faça o melhor, faremos o resto,


Estudaremos até o cérebro se desmanchar.


 


                Tiago e Sirius terminaram por último em tom de opera. Tiago segurou as últimas notas por muitos minutos e arrancou aplausos de todos exceto Severo que achava aquilo tudo uma grande palhaçada.


– Não sabia que você sabia cantar. – Lily disse voltando a se sentar cada vez mais próxima de Tiago no sofá.


– Famílias bruxas tradicionais ensinam aos filhos coisas consideradas importantes para a vida em sociedade antes que eles entrem na escola. – Sirius disse com vergonha.


– Que tipo de coisas? – Lily perguntou curiosa.


– Canto, dança, boas maneiras, etiqueta... – Tiago disse dando de ombros, achava tudo aquilo desnecessário.


– Então vocês dois são dois cavalheiros. – Alice disse em tom de zombaria.


– A seu dispor Mademoissele. – Sirius disse sério estendendo a mão cavalheiresco a Alice.


 


Todos terminaram a música em tempos diferentes. E por fim só restaram os gêmeos Weasley cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre. Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram mais alto.


— Ah, a música — disse secando os olhos. — Uma mágica que transcende todas que trazemos aqui! E agora hora de dormir.


— Andando!


Os novos alunos de Grifinória seguiram Percy por entre os grupos que conversavam, saíram do salão principal e subiram a escadaria de mármore. As pernas de Harry pareceram chumbo outra vez, mas só porque estava muito cansado e saciado. Estava cansado demais até para se surpreender que as pessoas nos retratos ao longo dos corredores murmurassem e apontassem quando eles passavam, ou que duas vezes Percy os tivesse conduzido por portais escondidos atrás de painéis corrediços e tapeçarias penduradas. Subiram outras tantas escadas bocejando e arrastando os pés, e Harry começou a se perguntar quanto ainda faltava para chegar quando de repente pararam.


 


– Você realmente devia ter prestado atenção no caminho. – Lily disse sorrindo para Harry condescendente – No primeiro dia de aula é sempre difícil encontrar o caminho.


                Tiago ficou pensando se Harry chegaria a ganhar o mapa do maroto. Seria útil nessas situações.


 


Um feixe de bengalas flutuava no ar à frente deles, e quando Percy avançou um passo em sua direção, começaram a assaltá-lo.


— Pirraça — cochichou Percy para os alunos do primeiro ano. — Um Poltergeist. — E falou em voz alta — Pirraça, calma.


 


– Grande erro. – Tiago disse rindo – Pirraça vai ficar ainda mais agitado.


 


Um som alto e grosseiro, como o ar escapando de um balão respondeu.


— Quer que eu vá procurar o barão Sangrento?


Ouviram um estalo e um homenzinho com olhos escuros e maus e a boca escancarada apareceu, flutuando de pernas cruzadas no ar, segurando as bengalas.


— Oooooooooh! — disse com uma risada malvada. — Calourinhos! Que divertido!


E mergulhou repentinamente contra eles. Todos se abaixaram.


— Vá embora, Pirraça, ou vou contar ao barão, e estou falando sério! — ameaçou Percy.


Pirraça estirou a língua e desapareceu, largando as bengalas na cabeça de Neville.


 


                Alice se mexeu desconfortável, parecia que tudo de ruim encontrava seu filho. Como um imã para acidentes.


 


Eles o ouviram partir zunindo, fazendo retinir os escudos de metal ao passar.


— Vocês tenham cuidado com o Pirraça — recomendou Percy, quando retomaram a caminhada. — O barão Sangrento é o único que consegue controlá-lo, ele não dá confiança aos monitores. Chegamos.


No finzinho do corredor havia um retrato de uma mulher muito gorda vestida de rosa.


— Senha? — pediu ela.


— Cabeça de Dragão — disse Percy e o retrato se inclinou para frente revelando um buraco redondo na parede. Todos passaram pelo buraco. Neville precisou de um calço. E se viram na sala comunal da Grifinória, um aposento redondo cheio de poltronas fofas.


Percy indicou às garotas a porta do seu dormitório e, aos meninos, a porta do deles. No alto de uma escada em caracol era óbvio que estavam em uma das torres encontraram finalmente suas camas, cinco camas com reposteiros de veludo vermelho-escuro.


As malas já haviam sido trazidas. Cansados demais para falar muito, eles enfiaram os pijamas e caíram na cama.


— Comida de primeira, não foi? — comentou Rony para Harry pelos reposteiros. — Se manda, Perebas! Ele está roendo os meus lençóis.


Harry ia perguntar a Rony se ele provara as tortinhas de caramelo, mas adormeceu quase imediatamente.


Talvez Harry tivesse comido demais, porque teve um sonho muito estranho. Estava usando o turbante do Professor Quirrell, que não parava de conversar com ele, dizendo que devia se mudar para Sonserina imediatamente, porque era seu destino. Harry disse ao turbante que não queria ir para Sonserina, o turbante foi ficando cada vez mais pesado, Harry tentou tirá-lo, mas ele começou a apertar sua cabeça até doer e aí Malfoy apareceu, rindo do esforço dele. Depois Malfoy se transformou no professor de nariz de gancho, Snape, cuja gargalhada ecoou alta e fria, houve um clarão verde e Harry acordou, suado e trêmulo.


 


– Você não me falou sobre esse sonho. – Hermione comentou pensando como os sonhos de Harry sempre diziam muito mais do que as pessoas poderiam pensar.


– Eu não me lembrava dele até agora. – Harry disse percebendo que aquele sonho era quase premonitório.


 


Mudou de posição e voltou a dormir, e quando acordou no dia seguinte, nem se lembrou que tinha sonhado.


 


– Eu disse que não me lembrava disso. – Harry disse vitorioso.


– Acabou o capítulo. – Alice disse pousando o livro na mesa de centro


– Ainda não consigo entender como um idiota desse calibre chegou a professor. – Sirius disse irritado olhando para Severo.


– Sirius. – Lily disse calma – A carta pedia para só julgarmos depois de lermos todos os livros.


– Não adianta Lily. – Severo disse resignado – Já estou acostumado.


                Sirius riu ao ouvir Snape tentando parecer superior.


– Se você prefere assim. – Lily disse dando de ombros, não estava defendendo Severo, estava apenas tentando manter a paz.


– Neville, acho melhor começar a ler o próximo capítulo. – Hermione disse para desviar a atenção de Sirius de Snape.


– Capítulo VIII – O mestre das Poções.

                                                                  ~~ x ~~

 
Quero agradecer a todos os meus queridos leitores que comentam os capítulos e me fazem feliz!
Gi Molly Weasley: Não pretendo parar de postar, e espero te ver aqui comentando sempre!! =)
Na câmara secreta vai ter mais romione... Estou explorando os casais aos poucos.
Clenery Aingremont: Também gosto de chamar os personagens pelos nomes originais, mas como a tradução que tenho é com os nomes traduzidos, resolvi usar os nomes do jeito que são no livro, para não confundir ninguém. Menos Lily, por que não consigo chama-la de Liliam. Para ser sincera, nunca aceitei aquela ideia de que Snape é um grande herói e blébléblé, para mim ele sempre foi um invejoso com o grande nariz enfiado nas artes das trevas. Ele só traiu Voldemort por que ele matou Lily, isso não tem nada haver com fidelidade a Dumbledore na minha opinião.
Akemi Lilith Homura: Ela só usa o oculos reparo no filme.
Suspeito que se os gêmeos Weasley e os Marotos fossem da mesma época Hogwarts não teria sobrevivido. Vou te dar um mini-spoiler do quarto livro: em algum momento alguém vai falar sobre um banheiro que foi literalmente destruido... (não vou falar mais do que isso! heheheh)
MionGinnyLuna: Surtos de ansiedade acontecem, mas não posso deixar acontecer sempre, se não posto tudo que tenho e depois vocês vão ficar um mês sem capítulo, não acho isso legal... Quero postar com regularidade, para não deixar ninguém esperando muuuuito tempo por um capítulo.
Arthur lacerda: Já estava ansiosa para postar o capítulo, era para postar só sexta, mas resolvi postar hoje... (já é outra semana, não é?) Se você tivesse postado mais cinco comentários ia ter um acesso de ansiedade... hahahahah, mas quero evitar isso, como falei para MionGinnyLuna, não quero que vocês fiquem muito tempo sem capítulos. Se eu postar tudo que tenho vou demorar para conseguir postar de novo.


 Por favor, comentem, deem sua opinião sobre o capítulo, sejam sinceros. Até o próximo. 

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Comentários (7)

  • Mary Lilian Potter

    Amei o cap, anted odiava o snape mas depois comecei a gostar um pouco mais dele: sempre soube que ele não era quem parecia ser.Adorei as reações dos personagens na historia.Estou louca pra ler o proximo cap.  

    2013-10-30
  • Luiza Snape

    A fic está ótima!!! Meus parabéns!!! Continuaaa!Bjs 

    2013-10-30
  • Gi Molly Weasley

    Posta mais um capítulo? Por favor?????

    2013-10-30
  • MionGinnyLuna

    Tb não gosto doSnape,tudo bem que ele ajudou o Harry, MAS... Bem, amei o cáp!

    2013-10-29
  • Guilherme L.

    Acompanho a fic a um tempinho, mas decidi comentar só agora,haha. É uma das melhores desse gênero, porquê você não faz pausa praticamente a toda frase fazendo com que fique muito cansativo de ler, tá de parabéns =]]. Sobre o Snape, eu sempre achei ele um idiota, inclusive a própria J.K em uma entrevista disse que ele era"mau e que não sabia o porquê de tanta gente ter sentido a falta dele quando morreu", eu particularmente achei ótimo. O fato dele amar a Lily não mascara tudo que ele causou.

    2013-10-29
  • Nina Lovegood

    Fico muuuuuito contente em saber que não sou a única que também pensa isso em relação ao snape, afinal acho que ele nunca gostou do harry e nunca ira gostar, fez todas essas coisas para que lily não morrese por nada e também porque ainda sentia muita culpa por ele ser um dos culpados da morte dos Potter's, mas mudando de assunto sua fic esta maravilhosa e estou me matando de curiosidade para o 3 livro, já que eu acho que os marotos principalmente o james não vai deixar de acreditar no Sirius até que tudo estaja esclarecido, para ver mais marotices deles, e principalmente ver as reações dos outros quando descobriram que eles são tão bons em transfiguração a ponto de conseguirem se transformar em animagos ilegais.

    2013-10-29
  • Clenery Aingremont

    Que bom que não sou a única a pensar isso do Snape. Vamos ver como será daqui para a frente, afinal, agora todos sabem que Snape é professor. A Ginny soltando "infelizmente" foi engraçado XD Nem ela suportava o Snape, independente do que ele fez.

    2013-10-29
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