De como a minha vida começou a

De como a minha vida começou a



Capítulo 3: De como a minha vida começou a mudar



No dia seguinte eu não acordei atrasada (milagre!). Tomei um banho, vesti o uniforme e me arrumei. Até aí nada de novo.

Quando eu fui separar o material que iria usar nas aulas, encontrei um pergaminho que depois de ler descobri que não era meu e sim do Malfoy. Ele deve ter esquecido de pegá-lo na confusão de ontem. Estava escrito o seguinte:

N/A: As cartas e bilhetes entre os alunos serão com linguagem de msn.



Draco,

Ainda ta tudo em cima pro nosso encontro? Vai ser amanhã, né?

Não vejo a hora. Vc sabe como fico ansioso antes desses encontros. A gente se diverte tanto, num é msm?

Me responde qdo acabar essa aula tediosa do Binns.

Ass.: Blás



A primeira coisa que eu pensei foi. “O Malfoy é gay!” Daí eu pensei na quantidade de garotas que já ficaram como ele e percebi que ele é bissexual. Resolvi seguir ele depois do jantar...Mas tenho outras coisas pra contar primeiro.

Peguei meu material e saí do dormitório feminino. Quando estava descendo as escadas para o Salão Comunal vi Colin rumando para o quadro da Mulher Gorda e pedi que ele me esperasse.

-Como você é linda, Gina! –ele exclamou e eu fiquei encabulada.

-Colin, você está passando bem?

-Agora que você está aqui, eu estou. Nunca estive melhor. –ele disse me puxando pela mão –Hoje é um lindo dia, não? Vamos tomar café.

“Ele andou bebendo?” eu me perguntei, pois Colin parecia ter visto o passarinho verde.

Ele fez questão de se sentar ao meu lado no Salão Principal. Cumprimentei Rony, Hermione e me virei pra dar bom dia pro Harry:

-Bom dia, Harry! –eu disse entusiasmada e sorrindo abertamente.

Eu juro que ele ficou da cor dos meus cabelos e tinha um olhar embasbacado.

-Bom-dia-G-Gina. –ele disse atropelando as palavras.

-Se você estiver com dificuldade em alguma matéria, não hesite em me pedir ajuda. –era o Simas entrando na conversa –Eu adoraria te dar aulas extras, Gina.

Eu fiquei vermelha, muito vermelha. O Simas é bem atraente, sabe?

-Larga de ser safado, Finnigan! –Colin exclamou irritado.

-É mesmo. –Harry apoiou –Se você quiser ajuda peça ajuda pra mim e não ele.

-Harry! Simas! –Rony disse revoltado –O que é isso?!? Lembrem-se que estão falando da minha irmã!

-Parem com isso! Eu não pedi a ajuda de ninguém!!! –eu disse e perdi a fome.

Saí de lá e fui direto para a aula de Transfiguração. Fui a 1ª a chegar, mas a Profª. Minerva já estava lá e me perguntou como estava me saindo na função de Monitora. Respondi que estava tudo bem.

O resto do dia Colin, Harry, Rony e Simas ficaram de cara amarrada uns pros outros. Um ato infantil, na minha opinião.

Na hora do jantar lembrei-me do bilhete do Zabini pro Malfoy. Fiquei de olho naquele loiro idiota (graças a Deus ele não olhou pra mesa da Grifinória) e quando o vi saindo, eu me levantei:

-Já vou indo, boa noite pra todos.

Mione e Rony acenaram com a cabeça em concordância:

-Quer que eu vá com você? –Harry perguntou inseguro.

-Não, não. Ela vai comigo! –Simas disse.

-Só no seu sonho, Finnigan. –Colin replicou.

Rolei os olhos entediada e saí de fininho enquanto eles discutiam. Corri até avistar o Malfoy e comecei a segui-lo discretamente, a uma distância segura.

Ele parou em frente da sala precisa e Zabini já o esperava. Os dois conversaram algo que eu não entendi e entraram na sala. Por sorte a porta não estava totalmente fechada e eu dei uma espiada. Eu acho que esperava tudo menos uma festa. Malfoy e Zabini estavam segurando cada um uma lata de cerveja amanteigada e duas garotas estavam “penduradas” nos pescoços deles. Não, eu havia me enganado. Nem o Malfoy nem o Zabini tem qualquer inclinação homossexual.

Tinha umas 50 pessoas naquela festa. Como é que ninguém nota a falta delas? Acho que o fato de Hogwarts ter muito alunos ajuda.

Já tinha a resposta que queria e fui embora pra Torre da Grifinória. Eu ia fazer algumas lições, mas o Salão Comunal estava barulhento demais. Por fim decidi ir dormir.

Quarta-feira amanheceu ensolarada. Acordei novamente no horário certo. Estava colocando a minha gravata quando uma coruja bateu na janela querendo entrar. Como Susan, Caroline, Agatha e Sophie (minhas colegas de quarto) ainda estavam no banho (o banheiro do dormitório é coletivo), eu fui abrir a janela. A coruja era branca e castanha com olhos âmbar, muito bonita, mas folgada ao extremo.

Me entregou a carta e pousou impetuosamente na minha cama como se dissesse “Só saio daqui com uma resposta”.

Bufei e perguntei-me de quem seria essa coruja atrevida. Eu abri a carta e entendi que aquela coruja fazia jus ao dono. Na verdade, era apenas um bilhete, estava escrito:



Eu sei o que você fez anteontem à noite. Roubar do estoque do Snape é suicídio.

Eu vou te ferrar, está em minhas mãos, Weasley Fêmea.



Fiquei indignada e surpresa. O Malfoy deve ter me seguido, mas eu tive como revidar:



Ah, é? Eu sei onde você esteve à noite passada. Aposto a minha vassoura que aquela festa é ilegal. Além disso, tenho um bilhete bastante comprometedor que o Zabini te mandou. Posso mudar a sua imagem perante a escola.

Quem está nas mãos de quem agora, Malfoy?



Entreguei o bilhete pra coruja e ela saiu voando sem nem ao menos olhar pra trás. Continuei a me arrumar, estava quase saindo quando a coruja voltou. Dessa vez as garotas estavam presentes. Agatha estava mais próxima da janela e foi abrí-la. A coruja ignorou as caras surpresas e entregou outro bilhete diretamente pra mim. No outro a letra do Malfoy estava caprichada. Agora estava garranchada e quase impossível de ler, certamente ele se sentiu ameaçado e teve urgência de responder:



Calma, Weasley

Não faça nda 100 pensar!

Vamos conversar e entrar em acordo. Me encontre depois do jantar em frente do quadro que dá pra cozinha.



Como já tinha guardado a minha pena e o tinteiro, pedi emprestado pra Sophie e escrevi um ok no verso. A coruja pegou o bilhete e saiu em disparada.

-O que foi isso, Gina? –Sophie perguntou quando lhe devolvi a pena e o tinteiro.

-Conte pra gente! Era de algum garoto? –Carol perguntou com uma expressão que eu não pude decifrar.

Agatha e Susan continuaram se arrumando, mas sabia que não estavam deixando passar uma palavra:

-Assunto entre Monitores. –eu respondi, o que não deixava de ser verdade –Coisa chata e sem importância, vocês ficariam entediadas. –acrescentei e isso sim era uma mentira deslavada, tenho certeza que ADORARIAM saber.

Eu me despedi delas e fui saindo. Não tinha nem chegado ao quadro da Mulher Gorda, quando a Carol me alcançou:

-Espere, Gina!

Eu esperei ela chegar e fui surpreendida pelo que ela disse a seguir:

-O que o Malfoy queria com você?

-C-como você sabe? –perguntei gaguejando.

-Aquela coruja é dele. Eu me lembrei quando você falou assunto entre Monitores. –respondeu indiferente –E então? O que o Sr. Arrogância queria?

Eu engoli em seco. Como pude esquecer da capacidade dela? Caroline Crownwell é a pessoa mais observadora que conheço. Ela me encarou como se quisesse dizer com os olhos “Ficando com o Malfoy, Gina? De todas as pessoas, você é a que eu nuca pensaria que fosse capaz disso.”

Fiquei vermelha:

-Não é nada disso que está pensando! Ele queria me chantagear, mas eu também tenho como revidar. Então ele propôs um encontro pra fazermos um acordo, apenas isso. Eu juro.

-Que tipo de chantagem? –ela perguntou curiosa.

-Me desculpe, Carol, mas eu prefiro não falar.

-Voce tem segredos com o Malfoy agora, é?

-Puxa, Carol! Ele me pegou fazendo uma coisa ilegal. Ta bom, você venceu. Eu peguei umas coisas no estoque particular do Snape.

-Você deve estar com uma carta realmente boa na manga, pro Malfoy querer um acordo. Mas não me conte mais nada, prefiro descobrir o resto sozinha.

Bem, isso é perigoso. Digo, quando a Carol e/ou Agatha resolve (m) dar uma de detetive (s).

Fui finalmente pro Salão Principal e nem olhei para a mesa da Sonserina (na verdade prestava atenção só na da Grifinória, Harry estava lá). Quando será que ele vai se declarar pra mim? Preciso arrumar uma desculpa para ficar sozinha com ele.

As aulas transcorreram normalmente.

Transfiguração (complicada), História da Magia (um tédio!), DCAT com alguns desastres, mas muito divertida e útil (Tonks é a nova professora), Trato das Criaturas Mágicas muito informativa e essencialmente prática (Carlinhos pe o novo professor, porque Hagrid tirou licença para cuidar de seu filho com Madame Máxime), Adivinhação (perda de tempo, mas é bom ter uma aula para se dormir), Herbologia (existem plantas fascinantes) e a aula de Poções (um saco com S maiúsculo), sei que a matéria é importante, mas Snape a torna detestável. Ninguém merece aquele morcegão seboso.

Deixei minhas coisas no dormitório, tomei um bom banho e desci para jantar. Dessa vez me sentei de frente pra mesa da Sonserina, queria ver a hora que o Malfoy se levantasse.

Harry me convidou pra ir até a Torre de Astronomia, mas eu não podia...Amaldiçoei o Malfoy de todas as maneiras possíveis por ter marcado um encontro justo quando Harry me convidou para dar um passeio. Tive que falar que estava indisposta e que depois da janta iria pra enfermaria.

Quando terminei de comer, olhei pra mesa da Sonserina. O Malfoy estava me olhando, mas não tinha acabado de comer.

Ele fez um gesto com a mão para que eu me levantasse e eu li os lábios dele dizendo:

-Vá na frente que depois eu vou.

Então eu me levantei e saí sem olhar pra trás. Cheguei no corredor da cozinha, bem em frente ao retrato da fruteira.

Estava tudo mortalmente silencioso. De repente a pintura da fruteira se abriu e eis que sai o idiota do Zabini segurando uma cestinha de bolinhos de chuva. Ele me olhou com desagrado e então num passe de mágica suavizou a expressão:

-Ora, ora. O que a Weasley faz aqui embaixo? É muito perigoso uma garota ficar sozinha num longo corredor mal iluminado. Sabia disso?

-Caia fora daqui, Zabini, isso é o melhor que pode fazer.

Eu esperava que ele me xingasse, mas ele apenas riu:

-Não quero ir embora, acho que está agradável por aqui. Quer um bolinho?

-Não, obrigada. –respondi educadamente, apesar da minha vontade ser de mandá-lo pro inferno.

-De boa, pode pegar. Estão realmente deliciosos.

Resolvi pegar um só pra ver se ele parava de me azucrinar e ia embora, mas isso não aconteceu.

O Zabini estava se aproximando e eu me afastando. Até que fiquei contra a parede. No momento em que ia dar passos para a esquerda, ele apoiou a mão direita na parede, bloqueando o meu lado esquerdo.

“Oh meu Deus! O que eu faço?” eu me perguntei.

-É muita maldade deixar uma garota como você aqui sozinha nessa noite tão fria. Não se preocupe, o Blás aqui, vai te aquecer...

Ele começou a se aproximar do meu rosto. O Zabini ia me beijar! Dá pra acreditar nisso? Um lindo, mas idiota sonserino ia me beijar! Foi ai que eu ouvi a voz do Malfoy e eu não sabia se eu agradecia ou xingava:

-Blás, deixe a weasley em paz.- ele falou em tom calmo mas cortante como o gelo.

O Zabini se afastou de mim:

-Você sabe ser estraga prazeres, Draco. Tadinha da Weasley, estava tão sozinha... iríamos apenas nos divertir um pouco.

-Com a Weasley fêmea! Que decadência, Blás. Além disso, ela estava sozinha aqui porque estava me esperando.

-Depois fala de mim! Não é justo que fique com a Weasley, eu cheguei aqui primeiro que você!

Os olhos do Malfoy estreitaram-se perigosamente:

-Eu tenho um assunto particular com ela ta bom

-Não, não ta. Se você não tivesse chegado eu também teria (assuntos) particulares com a Weasley. O que ele quer com você! –o Zabini perguntou pra mim.

Eu abri a boca pra responder mas Malfoy falou primeiro:

-Nem te conto Blás... –disse indiferente –agora faça o favor de cair o fora daqui.

-Voce pretende ficar com ele, Weasley?

Afinal porque diabos ele me perguntou isso?

-Claro que não! –Respondi automaticamente e o Malfoy não pareceu muito feliz com a resposta.

O Zabini sorriu e me jogou um beijo pelo ar:

-Agente se vê, Weasley e da próxima vez eu cuido pra que ninguém os interrompa. –ele falou e foi embora.

Quando o Zabini tinha virado o corredor, eu perguntei:

-Que tipo de acordo quer fazer, Malfoy?

Ele chegou mais perto e perguntou:

-Pra que tantas formalidades? Qual é o seu nome mesmo?

-Não te interessa! Outro dia mesmo você estava dizendo que era suficiente saber que eu era uma weasley pobretona pra se manter longe de mim. Pra quem disse isso, você está perto demais.

Droga! Novamente eu estava contra a parede.

-Esqueça tudo o que eu disse em outros dias. Não estou perto demais, posso chegar mais perto. –ele pareceu pensativo –Gina.

Aquela proximidade estava me incomodando:

-Como sabe o meu apelido, Malfoy? –eu indaguei com curiosidade.

-Ouvi a Sangue-ruim falando na reunião dos monitores. A gente podia fazer umas rondas noturnas juntos, não é?

Tem algo tremendamente errado nisso!!! O Malfoy ta dando em cima de mim?!?

-Prefiro fazer a ronda com Filch do que com você, Malfoy!

-Pode me chamr de Draco.

-Não, pra mim você é Malfoy e ponto.

Ele passou as mãos nos meus cabelos e eu tentei recuar (com que espaço?):

-Se eu te chamar pelo primeiro nome, você se afasta de mim?

Ele pensou um pouco e depois acenou concordando:

-Ok. Que tipo de acordo você propõe, hum..Draco? –eu perguntei ele se afastou um pouco.

-Quero que queime o bilhete que Blás me mandou e eu não conto pra ninguém que te vi aquele dia nas masmorras.

Eu dei um muxoxo:

-Ah sim, é claro. –disse ironicamente –Como se eu devesse confiar em você. Aquele bilhete é a minha prova e a minha garantia. Se eu queimar o bilhete, não terei como garantir que não vai contar nada sobre o que fiz. Sei que adoraria que eu fosse expulsa dessa escola, mas isso não vai acontecer. Sua idéia foi esperta, porém não o suficiente para fazer-me cair na sua armadilha.

-Está enganada, Gina.

-Não quero que me chame assim, parece que somos íntimos, coisa que não somos.

-Mas podemos ser se você quiser...

-Olha aqui, Malfoy. Eu não vou ficar aqui embaixo perdendo o meu tempo com você. Faça logo a sua proposta.

-Ok. Mas eu não quero que você seja expulsa. Eu já fiz uma proposta.

-Que eu não aceitei. Faça outra.

-Bem, se você não quer queimar o bilhete, eu tenho outra proposta pra fazer. Sabe essa festa em que me viu ir? –ele perguntou e eu disse que sim –Acontece mais ou menos uma vez por semana, quero que vá comigo na próxima e prometa nunca contar oumosytrar aquele bilhete para alguém. Seria péssimo que pensassem que sou gay, quando na verdade me interesso apenas por garotas...Nesse instante uma em especial... –ele disse sugestivamente –Certa vez ouvi dizerem que as ruivas podem deixar um homem louco, quero ver se isso é verdade...Você me mostra?

Gárgulas Galopantes! Todos esses anos em Hogwarts não me prepararam pra isso.

Sim, o Malfoy estava dando em cima de mim (eu me atiro no lago se aquela história das ruivas não for uma cantada!)

Eu fiquei muito vermelha e tentei me afastar, mas já era tarde demais. Ele me agarrou pela cintura e eu fiquei me esquivando das tentativas de beijo dele (OH Merlin! Ele queria me beijar!!!!! Outro sonserino lindo e idiota querendo a mesma coisa. O que está acontecendo nessa escola?) e o empurrando com minhas mãos no peito dele:

-Não! Me solta, Malfoy!

Já disse pra me chamar de Draco. Me dê um beijo e eu te solto.

-Não! E se você não me soltar eu vou gritar e quando alguém chegar, direi que estava tentando me estuprar. Aí sim você vai se ferrar! [N/A: Rimou!!!!! Mas a rima foi feita sem querer, eu só vi depois de terminar de escrever. Não sei nem se você vai ler essa fic, mas essa rima vai então de homenagem pra você Helena (ruivinha Malfoy).]

Então até que enfim o Malfoy me soltou:

-Não faz assim comigo, Gina.

Eu me virei pra ir embora, mas ele segurou o meu pulso e me virou de volta:

-Você concorda com o acordo? –ele perguntou.

-Sim. –eu respondi sem hesitar, queria me livrar dele o mais rápido possível.

-Ótimo. Me encontre na porta da sala precisa às 8 e ½ da noite no sábado.

-O quê? –eu perguntei aturdida.

Eu não me lembrava de que o acordo consistia em eu acompanhá-lo na festa, mas como eu tinha dito sim...

-Tá bom, estarei lá. –respondi entediada.

Fomos andando até o Saguão de Entrada e de lá nos separamos.

-A gente se vê. –ele falou com um sorriso vitorioso e eu apenas acenei com a cabeça antes de começar a subir as escadas.

Eu cheguei ao Retrato da Mulher Gorda nem si como, já que ainda estava aturdida pelo modo que o Zabini e o Malfoy haviam agido. Afinal, que bicho mordeu eles?

Entrei no Salão Principal e apenas o Harry estava lá (Era tão tarde assim?!?) Percebi que ele estivera me esperando:

-O que Madame Pomfrey disse?

-Hum? –Ah... –me lembrei da mentira –Ela disse que devia ser algo que comi, tomei uma poção e já passou.

-Que bom. Será que você poderia se sentar? Eu quero falar com você.

Bem, ele já estava falando comigo, mas mesmo assim me sentei na poltrona ao lado da dele.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas observando as chamas crepitantes da lareira, até que ele falou:

-Gina, eu fui burro. Demorei pra perceber a garota maravilhosa que é e quanto gosto de você.

-Você g-gosta de mim pra valer? Como mais que amiga?

O Harry fez que sim e eu abri um enorme sorriso. Ele estava encabulado, mas de repente ficou sério:

-Mas tem um problema, eu ainda não acabei o namoro com a Parvati e ela vai fazer um escândalo quando eu fizer isso. Eu quero que você seja minha namorada. Você aceita? –ele,perguntou hesitante.

-Não sei. –eu disse o mais indiferente possível.

Foi o que respondi e ele pareceu decepcionado. Eu não podia dizer sim na hora porque:

1-) Eu não quero que ele saiba o quanto fiquei por anos desesperada pra ouvir esse pedido por parte dele.

2-) Ele ainda nem terminou com a Parvati e definitivamente eu não quero ser “a outra”.

3-) Eu não ia poder contar pra ninguém por um bom tempo, já que ele ainda é comprometido com alguém que não sou eu.

4-) Eu esperei tanto tampo...Por que ele não pode esperar um pouco também?

5-) Querendo ou NÃO (eu não quero!!!), eu vou ter que ir àquela festa com o Malfoy e não seria legal (nem um pouco!) se eu namorasse o Harry e saísse com o inimigo dele.

Mas de qualquer jeito é apenas uma festa, NÃO É UM ENCONTRO! Eu vou com o Malfoy como amiga. Eu disse amiga? Há, até parece! Eu devia ter tido um mal súbito pra escrever isso, Malfoys e Weasleys não são amigos (definitivamente!)!!!

Deixe-me consertar, vou apenas como acompanhante dele. Pronto! Só isso e nada mais.

Voltando ao Harry...Eu expliquei melhor a minha resposta:

-Acho que você deve terminar primeiro com a Parvati e esperar a poeira assentar. Aí você vem falar comigo de novo.

-M-mas você ainda gosta de mim, não é? –eu fiz um gesto afirmativo e ele pareceu aliviado –Vai aceitar?

Eu fiquei um momento em silêncio antes de responder:

-Deixe-me pensar por um tempo, Harry. Eu já sofri por você por não ser correspondida. Nós tínhamos uma relação um tanto longínqua, mas se namorarmos e você me desapontar, eu vou sofrer muito mais. Como você pode começar a gostar de mim de uma hora pra outra?

Mas que cínica que eu sou! É lógico que eu sabia que era pela poção do amor.

-Não sei. Mas não acho que tenha sido de uma hora pra outra, acho que percebi agora. Sei lá. Eu simplesmente gosto de você, Gina. Gosto de verdade, tenha certeza. Estou completamente apai...

Eu interrompi ele com um beijo. Dessa vez ele beijou pra valer, correspondeu muito mais que da outra vez. Depois de um tempo eu parei o beijo, porque se fosse por ele não sei quando acabaria e lembrei da...Parvati.

-Boa noite, Harry. –eu disse subindo pro meu dormitório.

Meu rosto estava pegando fogo, ou seja, eu devia estar um pimentão.

As garotas já estavam dormindo. Eu coloquei uma camisola e me deitei. Demorei um certo tempo pra conseguir dormir, mas antes tivesse ficado a noite interia acordada.

Tive um pesadelo que me causou arrepios e outras coisas mais...

Eu sonhei que estava deitada, dormindo na minha cama. Não no meu quarto da Toca e sim aqui no dormitório de Hogwarts. E as meninas também estavam dormindo.

Aí Tom Riddle entrou no dormitório e sentou-se na beirada da minha cama:

-Gina...deixou de ser uma pirralha entediante, mas continua sendo inocente. –ele disse e passou a mão pela minha perna de forma provocante –Minha doce Gina está linda. Não adianta, minha querida. Não pode fugir de mim. Você sempre foi minha e continuará sendo, ninguém vai tirá-la de mim. Tom Riddle voltou e dessa vez é ora ficar.

Aí ele se inclinou sobre mim e me beijou ferozmente. Eu levei um susto tão grande com esse sonho que acordei gritando e acabei acordando todas as garotas do meu quarto também.

-O que foi isso? –Susan perguntou assustada.

“O que foi isso?” pergunto eu! Fazia tempo que eu não tinha pesadelos com ele!

Eu fiquei realmente assustada!!!!! Nunca pareceu tão real. Eu saberia descrever a sensação de quando a mão dele tocou a minha pela e da língua dele entrando na minha boca e fazendo movimentos picantes. Quando eu acordei, podia jurar que ainda sentia a pressão que os lábios dele tinham feito sobre os meus e o mesmo perfume cítrico que ele exalou quando saiu do diário na Câmara Secreta...

“NÃO! Eu não sou louca!” foi o que pensei comigo mesma. Mas como explicar aquele pesadelo que pareceu desagradavelmente real?

-Você está morrendo? –Sophie perguntou drasticamente.

-Não. –eu respondi ainda confusa com o que tinha me acontecido.

-Alguém está te atacando? –Carol perguntou sonolenta.

-Não. –eu respondi e era verdade.

Eu não estava sendo atacada naquele instante, eu já tinha sido...

-Então vá dormir, Gina! –Agatha reclamou.

Eu continuava a sentir aquele perfume terrivelmente agradável. É um cheiro tão bom que fez com que eu desejasse estar nos braços do Tom...Anula! ANULA!!! Decididamente esse perfume deve ter algum entorpecente! Aí eu pensei em ir tomar um banho pra relaxar e tirar esse cheiro do perfume... Dele que se impregnou em mim, mas eu desisti. E se Tom Riddle invadisse o banheiro enquanto eu estivesse tomando banho? Será que estou ficando louca? Isso não pode acontecer, não é normal! Tá bom...Louca não, mas talvez um pouquinho paranóica.

Não consegui dormir, rolando de um lado pro outro na cama e atenta ao mínimo ruído. Eu estava com receio que se voltasse a dormir, Tom Riddle pudesse me fazer uma “visita” novamente.

Resultado: Hoje eu estava com olheiras profundas, mole, cansada, dormia encostada nos mais diversos lugares e as pessoas perguntavam a razão da minha excessiva sonolência.

Resumindo:Eu estou só os cacos e estou q-qua- (bocejo, o milésimo, é claro) –se dormindo em cima desse diário.

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